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Sobre o autor

Angela Tartas

Angela Tartas é uma escritora apaixonada pelas escrituras. Dessa paixão, surgiu a vontade de dedicar parte do seu tempo ao estudo da Palavra. Ela foi aluna da nossa escola de teologia e ministério (ETM) e continua sua busca por mais conhecimento sobre o Eterno.

Quando o assunto é louvor e adoração, muito provavelmente você deve pensar que já leu e ouviu o suficiente sobre isso. Afinal, participamos todos os finais de semana de cultos. Mas quando pensamos que louvor e adoração fazem parte da vida de quem reconhece quem Deus é e o que Ele tem feito em toda a história, essa é uma reação esperada por quem aprecia o valor de algo ou alguém.

A questão “por que adoramos?” nos conduz à essência dessa prática. João descreve em Apocalipse 4 e 5, um cenário grandioso de adoração a Deus ou seja, existe louvor e adoração no céu, existe também na terra, pois a palavra diz: “assim na terra como no céu”. Eles estão diante da glória de Deus, e nós clamamos por essa glória aqui na terra.

 

Louvor e Adoração  como Expressões de Devoção

Antes de tudo, precisamos ter em mente que o louvor é diferente da adoração mas andam lado a lado, sendo ambos essenciais para expressar nosso amor e devoção a Deus. O louvor consiste em elogiar, exaltando a natureza de Deus e Suas realizações. E claro, fica mais fácil fazer isso por meio de músicas, mas não precisa ser necessariamente por meio dela. Por exemplo, você já esteve no trânsito monótono de seu carro? Eu, pessoalmente, aproveito esse momento para render louvores a Deus.

Nesse contexto, o uso de louvores foi incorporado às liturgias dos cultos por meio da música. Reconhecemos o imenso poder da música – as notas musicais, quando utilizadas com sabedoria, podem nos conectar profundamente e enfatizar a mensagem do culto. Certa vez, ouvi um pastor comentando como as pessoas frequentemente esquecem qual passagem bíblica foi ministrada durante o culto, mas lembram facilmente as canções que foram entoadas, dia após dia.

Ou seja, nossas canções não apenas exaltam a grandeza e os feitos de Deus, mas também atuam como meio de ensino e aprendizado. Elas não estão voltadas para o homem, mas são uma manifestação de adoração ao único digno de tal devoção. O apóstolo Paulo disse:  “Mas enchei-vos do Espírito Santo, falando entre vós com salmos , entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais…” (Ef 5:18-20).

Adoração e Louvor: Profundidade Espiritual e Significado na Vida Cristã

Por outro lado, a adoração transcende o louvor em sua profundidade espiritual; seu significado é prestar culto, e no hebraico, está relacionado ao ato de servir. A adoração envolve uma conexão mais íntima – é uma resposta de reverência, submissão e entrega total. Ela abrange toda a nossa vida cotidiana.

Adorar se assemelha mais a apreciar o valor de algo ou alguém e viver para servir e agradar àquele que é adorado. Portanto, não se limita apenas ao ato de cantar, mas também engloba ações de amor e serviço a Deus. Desse modo, a adoração consiste em colocar Deus no centro de tudo e reconhecer Sua soberania. Ela permeia cada aspecto da nossa existência, tornando nossa vida uma jornada contínua de adoração a Deus.

Nesse ínterim, é importante enfatizar que somos feitos à imagem e semelhança de Deus. Logo, adorar a Deus nos torna mais verdadeiramente humanos. Ao dirigirmos nossa adoração àquele que nos criou, encontramos o significado de uma vida plena.

É por isso também que a teologia é muito importante na vida cristã, visto que a teologia busca entender a natureza de Deus. E se de fato somos a imagem e semelhança de Deus, surge em nós uma intrínseca necessidade de conhecer mais sobre Ele. Essa possivelmente é a razão pela qual muitas pessoas parecem desconectadas da adoração cristã. O deleite na adoração surge quando nos empenhamos em compreender a verdade sobre Deus por meio da revelação contida nas Escrituras.

Davi e a Ordem Profunda da Adoração

Como resultado, Davi compreendeu a importância da ordem na adoração. A adoração não é um ato desordenado, algo que se realiza de qualquer maneira. Não se trata de um costume que se enraíza e, assim, é executado de forma casual. Recorda a passagem em 2 Samuel 6:6-7, quando Uzá perdeu a vida ao tocar na arca? Davi percebeu que para além de transportar a arca de maneira apropriada e de oferecer sacrifícios adequados, a música desempenhava um papel crucial na adoração e no meio dos louvores. Ao levar a arca até Jerusalém, organizou músicos e cantores para cercá-la, instituindo turnos de adoração que funcionavam 24 horas por dia, sete dias por semana. Isso permitia ao povo experimentar a presença de Deus.

Sobretudo, ele entendeu que Deus não encontrava satisfação apenas nos rituais de sacrifício; o que Deus desejava era cultivar uma relação com o Seu povo. Através de músicas, danças e cânticos, a adoração e os louvores expressavam a presença de Deus. No cerne dos louvores e da adoração está Deus. O propósito é enaltecer a Deus, glorificá-Lo. Quando reconhecemos a verdadeira natureza de Deus, demonstramos nossa gratidão por meio de palavras, cânticos, ofertas e serviços. Em outras palavras, o reconhecimento leva a uma resposta de gratidão por meio de tais ações.

Poder transformador do louvor e adoração

Afinal, você percebe que tem uma ação no louvor e na adoração a Deus que sobe e uma intervenção que desce? É essa a dinâmica que ocorre quando nos entregamos à adoração a Deus. Davi, em Salmos 103, também nos orienta a ordenar nossa alma, nosso espírito a louvar e bendizer o Senhor. Este Salmo é particularmente impactante, pois em muitos momentos nos sentimos desanimados. A instrução de Davi para que comandemos a nós mesmos a louvar a Deus é um exemplo claro do poder do louvor e da adoração como hábitos transformadores.

Por fim, é através do louvor e da adoração que recordamos os grandiosos feitos de Deus ao longo da história, avivando nossa fé. O hábito do louvor e da adoração trabalha em nosso imaginário nos conectando no presente, com o passado, e nos lembrando constantemente de quem está no controle de tudo e também de nossas vidas. Em última análise, o louvor e a adoração transcendem palavras e melodia, moldando nosso espírito e coração, nos aproximando do nosso Deus e Criador em uma jornada de devoção profunda.

 

Eu não sei você, mas mesmo em meio a cenários desafiadores e tempos difíceis, tenho esperança, sonhos e fé. Mesmo diante do caos, dúvidas e incertezas, há muito pelo que agradecer. Muitas vezes, nosso crescimento e amadurecimento vêm por meio de sofrimento, perda ou ausência. Existem diversas formas de expandir nosso coração e fortalecer nosso interior, tanto em momentos de conquistas assim como quando estamos enfrentando desafios. Assim, a ausência de certas dádivas ou coisas boas pode nos levar a buscar a Deus e aprofundar nosso amor por Ele.

Por isso, pense comigo: De onde vem sua força? Da juventude, saúde, dinheiro, sucesso profissional, família, amigos, time de futebol ou quem sabe de algum partido político? Se sua força estiver apenas nessas coisas passageiras e terrenas, ela será frágil demais. Porém, se sua força estiver em Deus, você encontrará segurança, pois Ele é uma rocha eterna, uma fortaleza. Ele te amparará na fraqueza, nos momentos difíceis. Somente Ele pode te animar, restaurar e te salvar.

A Busca pela Força Verdadeira

Enfim, vamos recordar uma passagem bíblica que nos ensina como podemos depositar nossa força em Deus. Você se lembra de quando Josué, após a morte de Moisés, foi escolhido para dar continuidade ao plano de Deus de conduzir o povo à terra prometida? Deus disse a Josué:

Esforça-te e tem bom ânimo, pois você fará com que este povo herde a terra que jurei a seus pais que lhes daria. Seja forte e corajoso, para que você cumpra fielmente toda a lei que meu servo Moisés lhe ordenou. Não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, para que você seja bem-sucedido em tudo o que fizer.” (Josué 1:6-7)

Essa passagem bíblica destaca a importância de fortalecermos nossa determinação e confiarmos na fidelidade de Deus. Assim como Josué foi encorajado a ser forte e corajoso, somos lembrados de que, quando estamos enfrentando desafios, devemos nos apoiar em Deus e seguir diligentemente os caminhos que Ele nos revelou. Isso mostra a importância da fé.

Logo, ao colocarmos nossa confiança em Deus, as lutas e dificuldades não desaparecem de nossas vidas. Ainda enfrentaremos momentos difíceis, doenças, problemas financeiros e familiares. No entanto, nossos corações estarão firmes, capazes de reagir com confiança e perseverança. Porque Deus não muda e a sua palavra é a lâmpada que nos guia.

A Meditação na Lei do Senhor

A mensagem transmitida a Josué é uma lição poderosa para nós hoje. Devemos nos apegar à orientação que Deus dá a ele e não nos desviarmos dela, nem para a direita nem para a esquerda. Essa direção  nos permitirá caminhar com prudência e sabedoria, independentemente dos desafios que encontramos em nosso caminho.

Perceba, não há promessa de conforto para Josué, há uma promessa de que Deus caminhará com ele. “Não te mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares”. Josué 1:9

Ao seguir as orientações divinas, não recebemos uma promessa de conforto, mas sim a promessa de que Deus caminhará conosco. Nós não precisamos de todos os nossos problemas resolvidos ou de todos os caminhos facilitados, também não precisamos de uma força nossa para conseguir vencer os desafios. Nós precisamos reconhecer a necessidade da presença de Deus na nossa vida. O primeiro passo é reconhecer os feitos e cuidados de Deus na nossa própria história.

 A força e a coragem não vêm de nós mesmos, mas do poder de Deus que opera em nós por meio do Seu Espírito Santo. Ao meditar na Lei do Senhor, abrimos espaço para que Deus trabalhe em nós e nos capacite a alcançar coisas extraordinárias.

Portanto, tornar-se forte e corajoso através da meditação na Lei do Senhor é essencial para uma vida plena e significativa. É mais do que uma opção – é uma necessidade. Devemos buscar diariamente a presença de Deus, mergulhar em Sua Palavra e permitir que Ele nos transforme, capacitando-nos a enfrentar todos os desafios que encontramos.

 

Enfrentando Desafios com Fé

Muitas pessoas resistem em seguir a orientação de Deus porque confiam demais em si mesmas, em seus sentimentos, emoções, intuições, experiências e aprendizados. Elas não possuem a ousadia de ter fé, de acreditar no que Deus disse, independentemente de suas emoções e pensamentos.

Ao despertarmos para a fé, somos desafiados a acreditar no que não é visível, simplesmente porque Deus assim o disse, como tem sido ao longo da história. Assim como Deus instruiu Josué a voltar-se para o que Ele já havia ordenado a Moisés, devemos evitar desviar-nos para a direita ou para a esquerda, sem tentar mudar a direção estabelecida por Deus.

Devemos meditar e aprender com as instruções de Deus por meio de Sua palavra, buscando uma comunhão diária e constante. É nesse caminho que encontraremos sucesso. E nesse caminho é que fica claro a importância da nossa fé em Deus.

Pois quando confiamos em Deus, recebemos uma graça para passar pelos vales da vida, graça essa que transcende o entendimento humano. Isso não é auto ajuda, ou psicologia emocional ou misticismo, isso é fé, confiança em Deus.

Podemos agir como José que mesmo sendo injustiçado, preso, manteve sua confiança e fé em Deus. Ou até agir como Jó que mesmo após perder tudo e sua esposa falar para ele amaldiçoar Deus e morrer, sua reação foi dizer: “ Eu sei que meu redentor vive!”. Isso é que não se explica. Isso é a confiança que Deus nos dá.

O Chamado para Ser Forte e Corajoso

Por fim, assim como Josué foi encorajado por Deus a ser forte e corajoso em sua jornada, também somos chamados a seguir esse exemplo. Devemos confiar no Senhor, lembrando que Ele está ao nosso lado em cada passo do caminho, capacitando-nos e guiando-nos para cumprir o propósito que Ele tem para nós.

A verdade é que nós somos frágeis, Deus olha para nossa estrutura e sabe que somos pó. Na verdade, na nossa força nós não conseguimos nada. Temos fraquezas emocionais, fraquezas físicas, morais e espirituais. Mas Deus sendo a nossa força, a cada dia as misericórdias dele são renovadas sobre nós, o choro da noite é cessado pela alegria da manhã.

A cada dia Deus fortalece mais a esperança dentro de nós e assim seguimos de força em força. Por isso, diante dos cenários mais difíceis, e mesmo enfrentando desafios a ordem divina é: Seja forte e corajoso.

Neste mês, vamos explorar o significado profundo e a relevância do retorno de Jesus para a fé cristã. O tema do retorno de Jesus é de extrema importância para nós, cristãos, pois está intrinsecamente ligado à nossa esperança do seu retorno. Afinal, cremos que Jesus morreu e ressuscitou, o que nos proporciona a bendita esperança da ressurreição.

Em I Coríntios 15:13, Paulo nos lembra:

Se não há ressurreição dos mortos, então nem mesmo Cristo ressuscitou; e, se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm”. I Coríntios 15:13

Quando Paulo escreveu essa carta, a igreja tinha em sua memória recente a lembrança da esperança que a ressurreição de Jesus lhes trouxe. No entanto, hoje em dia, é possível que essa esperança tenha se tornado distante em nossas mentes. Por isso, é importante trazê-la à memória sempre que possível. A ressurreição de Jesus é a pedra angular da nossa fé. Ela nos dá a certeza de que a vida não termina com a morte, mas continua na presença gloriosa de nosso Salvador. Essa esperança da vida eterna nos motiva a perseverar e a compartilhar o evangelho com ousadia e alegria.

“Trazendo Esperança: A Motivação Transformadora do Retorno de Jesus na Vida da Igreja”

Após a morte e ressurreição de Jesus, a igreja se manteve ativa e intensificou a pregação do evangelho, das boas novas. Já parou para refletir sobre o que os motivava? Seria compreensível que estivessem desanimados e sem fé, afinal, seu Mestre havia deixado essa realidade terrena. No entanto, eles deixaram uma marca na história e o mundo nunca mais foi o mesmo desde o surgimento da igreja do primeiro século.

A esperança, sem dúvida, é o combustível, o coração pulsante da igreja. Foi a esperança que impulsionou a igreja a continuar avançando, não o sucesso ou as conquistas. Era a esperança que os fortalecia. Essa esperança capacitava a igreja a se mover com fervor.

Para os cristãos do primeiro século, o entendimento do Reino de Deus estava relacionado ao movimento. Eles não viam o Reino de Deus como um destino após a morte, mas como um governo soberano que abrangia tudo, tanto a terra quanto os céus. Sua única maneira de acreditar nisso era através da esperança no retorno de Jesus. Essa esperança os impulsionava a continuar anunciando as boas novas. Por isso, os apóstolos testemunharam coisas como “vimos Sua glória, Ele morreu e ressuscitou, e prometeu retornar para estabelecer Seu trono de justiça e paz”. Eles compreendiam que nada poderia deter seu avanço, nem mesmo as perseguições, pois a esperança na ressurreição dos mortos estava recente em suas memórias.

A esperança cristã é uma força poderosa que molda a igreja. Ela traz um senso de propósito, capacitação e coragem para enfrentar as adversidades. Assim como os cristãos do primeiro século, também somos chamados a abraçar essa esperança viva em nossos corações, acreditar no retorno de Jesus e compartilhar com ousadia a mensagem transformadora do evangelho. 

A Esperança Além da Finitude: A Vida Eterna em Cristo

Antes, vivíamos inseguros em relação ao futuro, cientes de nossa finitude. Reflitamos juntos: o medo da morte é um dilema humano, pois a noção de nossa limitação e o receio de deixar de existir geram insegurança. Essa insegurança tem perdurado ao longo dos tempos. Desde Adão, ao dizer “não” a Deus, fomos lançados para a não existência, e esse medo de perder as pessoas que amamos nos atormenta até hoje.

No entanto, Jesus ofereceu uma resposta a esse dilema da finitude humana que não se restringe ao “céu após a morte”. Sua resposta é o Reino de Deus, inaugurado na história como a porta de entrada para a eternidade. A morte e a ressurreição de Jesus nos garantiram essa esperança e fortaleceram nossa fé em seu retorno. Ele inaugurou a entrada para a vida eterna, que já se tornou uma realidade para nós agora.

Por isso, para os cristãos do primeiro século, esse sentimento de finitude havia desaparecido. Podemos entender, então, o que Paulo e os apóstolos falavam sobre a ressurreição. Ela se trata da realidade de viver eternamente. Por isso, Paulo afirmava: “viver é Cristo, e morrer é lucro”. Viver e morrer faziam parte da mesma realidade. A razão pela qual vivemos é a morte, não como um fim em si, mas no sentido de que estamos em Cristo.

Paulo nos ensinava que estamos em Cristo, e nossa esperança hoje é vivermos para sempre. No entanto, a vida eterna não se trata apenas de existir perpetuamente, mas de existir na própria existência de Deus, desvanecendo a sensação de finitude. Assim como Cristo não teve um começo, e sua ressurreição nos mostra que ele não tem fim, assim é a nossa vida em Cristo.

 

A Jornada Entre o Eterno e o Temporal: Vivendo na Realidade de Deus

É certo de que existe sim um conflito  desafiador na vida, um embate entre o eterno e o temporal. Especialmente nos dias atuais, onde o curso das coisas contradiz a maneira bíblica de viver. Enquanto o mundo proclama a busca incessante pela felicidade, os cristãos compreendem que a verdadeira felicidade está em compreender que em Cristo a eternidade é uma realidade. A esperança nos auxilia a encontrar satisfação essencial nessa jornada. A felicidade não é encontrada quando tudo funciona conforme nossos desejos e quando somos constantemente gratificados, pois essa é uma esperança falsa.

O cristão não espera algo para ser feliz, ele já encontra a felicidade em Cristo. Não precisamos esperar alcançar empregos dos sonhos ou outros marcos para nos sentirmos realizados, pois já somos realizados em Cristo. Não precisamos correr atrás de uma vontade específica de Deus, pois já existimos dentro da vontade dEle. Portanto, não precisamos temer o erro, pois cada falha traz consigo uma dose de sabedoria. A esperança cristã é a essência da vida da igreja. Não pode haver expectativa de retorno sem eliminar essa sensação de finitude.

 

A Transformação da Insegurança pela Esperança

Por fim, esses extremos têm acompanhado a vida cristã por muito tempo. A vida não se resume apenas ao fim de tudo, nem apenas quando alcançamos as metas e objetivos que estabelecemos. No capítulo 3 de Filipenses, Paulo reconhece que as perdas são presentes necessários na vida do cristão, pois é nesses momentos que admitimos nossa total dependência de Deus.

Ignorar a realidade da segunda vinda de Jesus por medo é questionar a vida que estamos vivendo. Nossa existência não pode ser sustentada apenas por esperanças pessoais. O Espírito Santo está presente para nos ajudar a viver e compreender a dinâmica entre o eterno e o temporal de maneira íntegra.

Não há outra maneira de viver senão existindo na realidade de Deus. Portanto, devemos buscar a ajuda do Espírito Santo e clamar por Sua presença, a fim de manter a fé e a esperança em meio aos desafios da vida.

Nesse mês de maio, nós iremos nos unir com cristãos de várias partes do mundo em prol de um jejum de 21 dias e estaremos orando por Israel, em um movimento global de oração. E aproveitando esse tema, vamos esclarecer a importância que Israel tem para nós cristãos. Talvez você esteja confuso ou não saiba porque orar por Israel. Nós não acreditamos que a igreja substituiu Israel nos planos de Deus, muito pelo contrário, acreditamos na centralidade de Israel nesse plano e é sobre isso que conversaremos hoje. 

 

Orar por Israel é a certeza de orar a vontade de Deus

Você já teve dúvidas sobre se suas orações estão alinhadas com a vontade de Deus?  Embora Deus ouça todas as orações, nem todas são respondidas. Deixa eu te dar uma dica muito valiosa: ore por Israel e você verá que essa oração certamente será respondida pois ela é a vontade de Deus. As vezes pensamos que não temos fé suficiente em nossos pedidos. Mas se tem um tópico de oração pelo qual podemos ter certeza que é a vontade de Deus, esse tópico é Israel. Sabe por que eu afirmo isso? Porque é promessa de Deus.

O profeta Isaías se refere a quem ora por Israel como “vigias” em Isaías 62:6-7: “Ó Jerusalém, sobre os teus muros coloquei vigias, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; ó vós, os que fazeis lembrar ao Senhor, não haja descanso em vós, Nem deis a ele descanso, até que confirme, e até que ponha a Jerusalém por louvor na terra”. Ou seja, pessoas que não descansam até que a vontade de Deus se cumpra em relação a Israel. Junte-se a esses vigias e ore por eles, confiando na promessa de Deus.

 

Quatro motivos para orar por Israel

Se você está em busca de razões para orar por Israel, aqui estão algumas delas. Orando por Israel, primeiramente, devemos nos lembrar que Deus está no controle do endurecimento e abertura dos olhos de Israel, e confiar que suas promessas serão cumpridas. Como igreja cristã, é importante amar e orar pelos nossos irmãos judeus, lembrando sempre que Jesus é judeu. Algumas razões específicas para orar por Israel incluem:

 Ore pela salvação dos judeus

Conforme Romanos 11:26. Muitos judeus não conhecem a verdadeira natureza de Jesus e o consideram apenas um fundador de uma nova religião. Um dos motivos mais relevantes de oração é para que mais judeus reconheçam Jesus como o Messias prometido. Quando lemos Atos 15, vemos que o cenário ali era diferente, a pergunta deles era: “seria possível os gentios seguirem um Messias de Israel?”. Hoje, ouvimos que os judeus não creem em Jesus. O que aconteceu? Muitos judeus não sabem o que é seguir Jesus, muitos deles acreditam que Jesus foi o fundador de uma nova religião. Essa religião, o cristianismo,  na visão deles adora três deuses ao invés de um único Deus. Esteja orando por Israel e ore para que mais judeus reconheçam Jesus como o Messias prometido, seu Senhor e Salvador;

Ore pela proteção de Israel

Como mencionado em Jeremias 31:38. Existe um movimento significativo para aniquilar essa nação, e devemos orar pelos inimigos de Israel, incluindo terroristas pertencentes a grupos extremistas ou mesmo cristãos confusos que acreditam que essa nação não deve existir. Pode parecer estranho mas o fato de Deus escolher Israel para cumprimento de seus propósitos no mundo, irrita a muitos e requer muita fé de nossa parte para confiar na soberania de Deus. É preciso sim muita oração sobre esse motivo;

Ore pela paz em Jerusalém

Conforme Salmos 122:6. Apesar de ser uma cidade importante para Deus, Jerusalém ainda enfrenta conflitos políticos e sociais. Há muito pecado e muita disputa em ambos os lados da cidade, a paz política só será possível no retorno de Jesus mas devemos batalhar pela paz de Jerusalém em oração. Jerusalém está fora das principais rotas comerciais e não tem importância estratégica para um exército conquistador. Se fosse apenas uma batalha física, seria difícil entender o raciocínio por trás disso. Mas sabemos que é espiritual, Deus escolheu habitar no meio de Jerusalém (Zacarias 8:3). Ore para que haja paz nessa cidade e para que Deus proteja seus habitantes;

Ore para o cumprimento das promessas de Deus para Israel

Conforme Isaías 60. Deus tem um plano para esse povo e prometeu que sua glória brilhará sobre eles. Declare essas promessas em suas orações e confie que Deus cumprirá sua palavra.

 

A Importância de Israel na Fé Cristã

Nessa conversa, espero ter ajudado a perceber a importância de Israel para a nossa fé cristã. É interessante lembrar que Jesus era judeu, ele não era cristão ou seja, seguidor de Cristo, ele era o próprio Cristo e  seu nome em hebraico é Yeshua . Maria sua mãe, não era católica e João seu primo, não era da igreja batista, ambos eram judeus também. Portanto, tenha ciência que ao ignorar o povo judeu, estaremos ignorando aonde se iniciou a revelação de Deus. Embora Jesus tenha pregado entre gentios, isso trouxe dificuldades para que seus irmãos judeus o reconhecessem como o Messias prometido. No entanto, chegará o dia da reconciliação. Veja o que diz em Zacarias 12:10:

“Derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de graça e súplicas de misericórdia, para que, quando olharem para mim, para aquele a quem traspassaram, o pranteiem como se pranteia filho único, e chorar amargamente por ele, como se chora por um primogênito”. Zacarias 12:10

Foi providência de Deus todos esses anos de rejeição por parte dos judeus para benefício e salvação de todos nós. Por isso, participe conosco desse jejum por Israel, entendendo a relevância dessa nação tanto para o cristianismo quanto para o retorno de Jesus. Não esqueça que o nome Jesus hoje para os judeus pode parecer gentil demais, mas Ele é o próprio Cristo.

E por fim, vamos lembrar que a importância de Israel não está apenas no passado, mas também no presente e futuro, conforme as promessas de Deus. Junte-se a nós nesse jejum e esteja orando por Israel, e confie na soberania de Deus para cumprir suas promessas.

 

 

Você pode estar se perguntando se viver de maneira santa é possível nos dias de hoje. Alguns acreditam que isso significa seguir os mandamentos de Deus e nunca cometer pecados. Portanto, outros afirmam que é um processo de aperfeiçoamento moral que requer dedicação e perseverança. Alguns até argumentam que essa forma de vida é reservada apenas para aqueles que se retiram da sociedade e se isolam em mosteiros ou lugares reclusos. Independentemente da visão, é inegável que viver de maneira santa é essencial para aqueles que desejam se relacionar com Deus.

“Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Sede Santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo”. Levítico 19:1,2

 

Viver de maneira santa te aproximará de Deus

Antes de tudo, a palavra de Deus nos mostra que a santidade não é uma tarefa impossível. Na verdade, é uma característica natural daqueles que se relacionam com Deus, desejando conhecê-lo melhor e se tornar semelhante a ele. Mas perceba, é necessário desejar isso. Sem o desejo de ser santo, não conseguiremos dar passos em direção a Ele, nos aproximar e desenvolver um relacionamento com Deus.

Infelizmente, muitos de nós ficamos perdidos em clichês e pensamentos superficiais e esquecemos que Deus nos pede para sermos santos, afastando-nos do pecado e nos aproximando dele. A santidade está diretamente ligada à proximidade com Deus. À medida que nos aproximamos dele, somos confrontados com nossas falhas e erros, e percebemos a necessidade de mudança em nossas vidas.

 

A jornada da santificação

Logo, essa aproximação não me leva ao distanciamento, pois quanto mais me aproximo e me relaciono com Deus mais eu vivo de maneira santa. É incoerente afirmar que alguém teve um encontro com a santidade de Deus e não desejou ser mais santo, pois esse é o desejo primordial de quem se aproxima dele. Um exemplo disso é Isaías, que, ao se deparar com a santidade de Deus, reconheceu seus próprios pecados, confessou ser um homem de impuros lábios e essa noção o aproximou ainda mais de Deus. 

Embora exista uma jornada em direção à perfeição e santificação, é impossível alcançá-la apenas com nossas próprias forças. Somos dependentes de Deus para amá-lo e dar passos em direção a uma vida de santidade e relacionamento com ele.

 

Nosso chamado em relacionamento com Deus

Assim, devido à nossa falta de compreensão sobre a santidade, podemos perder o contato com ela, mas Deus se revela a nós para que possamos viver uma vida santa, e Jesus nos indica o caminho. Ele viveu uma vida perfeita e teve uma morte sacrificial satisfizeram a ira de Deus contra nós pecadores e por isso somos justificados para vivermos de maneira santa. 

Por isso devemos querer viver uma vida santa, porque Deus é santo e desejamos ter comunhão com ele. Quando reconhecemos nosso pecado, estamos no caminho para a santidade, mas isso não é suficiente.  Precisamos reconhecer e olhar para Cristo pedir sua graça e ajuda para não desanimarmos e nos entregarmos as nossas paixões por achar já que é impossível mesmo.

 

Dessa forma, precisamos de um encontro com a santidade de Deus para vencer nosso egocentrismo e falsas ideias sobre nós mesmos e percorrer o caminho de vencer o pecado. Esse é o nosso principal chamado, o de nos relacionarmos com Deus. “Sede Santos”, esse é o chamado de Deus a nós.

Por fim, nosso chamado principal é nos relacionarmos com Deus e ser santos, de acordo com o chamado de Deus para nós. Que Deus nos ajude a nos arrepender e a viver uma vida santa, e que nosso desejo de encontrar o Deus Santo nos transforme e nos aproxime mais dele.

Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor”. Hebreus 12:14

 

Oração. Uma disciplina espiritual tão importante na vida de todo cristão que almeja um relacionamento com Deus. Afinal, como se relacionar com alguém sem se comunicar com ela? Oração é a comunicação com Deus. E essa comunicação é diária e até o tempo todo. Sim! O tempo todo, pois podemos conversar com Deus em voz alta ou em pensamento.

Primeiramente, a oração está ligada a outras disciplinas como: a meditação da palavra, adoração, jejum, solitude e até o silêncio. Na verdade, orar é também estar em silêncio. Oração é ouvir e não só falar, entende? Aprenda a associar sua oração ao silêncio e aprenda a ouvir a Deus.

A oração é também uma disciplina espiritual que, quanto mais praticada, mais te fará querer orar o todo. Conforme oramos e vemos os resultados de nossas orações mais a nossa confiança no poder de Deus cresce. Consequentemente, oramos mais e mais. 

A jornada da Oração

A oração é uma jornada, por isso, devemos prosseguir em nossa vida de oração, pois como em todo relacionamento, como em toda boa conversa acontece, a oração se transformará em encontros maravilhosos nossos com Deus. Será o céu em nosso cotidiano. 

Cresceremos em conhecimento de quem Deus é por meio de sua palavra e cresceremos em relacionamento por meio da oração, pois é impossível crescer em relacionamento com alguém sem saber quem é esse alguém. Mas Deus se revela a nós e por isso podemos nos relacionar com ele. Isso é um tesouro de grande valor.

Os benefícios da jornada da oração

 Em princípio, o melhor ganho que temos na jornada da oração como disciplina é o fortalecimento espiritual. ”Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças”. Filipenses 4:6.

Por certo, os benefícios da disciplina da oração são tantos que é impossível descrever todos eles. Mas um dos benefícios que eu vejo ser tão relevante é que a oração traz a nós um genuíno autoconhecimento. Pois diante de Deus, nós não conseguimos esconder nada.

Logo, enxergamos a nós mesmos sob uma nova luz, e esse autoconhecimento seria impossível alcançar de outro jeito. É também por meio da oração que experimentamos profunda transformação, pois ela reordena nossos afetos. Podemos dizer então, que a oração é a chave para tudo o que necessitamos fazer e ser na vida.  

Fortalecimento Espiritual por meio da Oração

Por meio da oração, somos fortalecidos internamente. Se analisarmos as muitas orientações de Paulo, veremos que ele prioriza a vida interior. “Oro para que, com as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por meio do seu Espírito, para que Cristo habite em seus corações mediante a fé; e oro para que vocês, arraigados e alicerçados em amor, possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade”. Efésios 3:16-18.

Note que no versículo citado acima, Paulo pede por “poder para compreender”.  Ou seja, conhecer melhor a Deus é do que necessitamos acima de tudo. Para Paulo, o bem maior de nossas vidas é a comunhão com Deus. De fato, se olharmos para a vida dele, tudo o que passou, as circunstâncias externas de sua vida, não seria possível passar por isso, se sua vida interior não estivesse fortalecida em Deus.

A oração é também uma disciplina espiritual que, prioriza nossa vida interior com Deus. Muitas pessoas baseiam sua vida interior nas circunstâncias exteriores. Paulo nos mostra que deve ser o contrário. Devemos basear nossa vida no amor imutável de Deus, senão, seremos assolados por tudo que acontece no mundo.

E aqui, cabe outro alerta. Priorizar a vida interior, não significa ser individualista. Conhecer mais a Deus, não é algo que fazemos sozinhos. Ela envolve nossa comunhão na igreja, a nossa participação na adoração comunitária e entre as muitas maneiras de conhecer a Deus está a oração tanto pública quanto privada. A intensidade e profundidade da oração privada e a da oração pública crescem juntas.

Seis conselhos para a prática diária da Oração:

  1. Comece seu dia com uma oração pela manhã. Se preciso for, acorde mais cedo. Antes de olhar os compromissos no seu celular, as mensagens recebidas nele, entregue seu dia ao Senhor. Uma simples oração pela manhã para ordenar seus afetos e pensamentos. Peça ajuda a ele para os desafios que você terá durante o dia.
  2. Se planeje para todos os dias conseguir ler alguns versículos ou até mesmo um capítulo da Bíblia e medite durante o dia.
  3. Faça pausas durante o dia e agradeça a Deus. Conserve um coração grato diante de Deus. Ações de graças fazem parte de uma vida de oração.
  4. Lembre-se durante seu dia, que orações rápidas são válidas, então sempre que possível ore. Antes de uma reunião, antes de uma prova, antes de quaisquer acontecimentos que te causem insegurança, entregue ao Senhor.
  5. Preste atenção durante o seu dia, em pessoas que Deus possa colocar diante de você e se tiver oportunidade, não deixe de orar por alguém também, ao longo do dia. Lembre-se que oração privada e pública crescem juntas.
  6.  E por fim, termine seu dia com uma oração. Entregando esse dia a Ele. 

As formas tradicionais de orações são experiências profundas a cada um, elas incluem adoração,confissões, ações de graças e súplicas. E não tem como essa disciplina não nos mudar ao praticarmos ela diariamente.

 Do dever ao deleite na Oração

Por fim, quero te dizer que não existe uma fórmula, um método para uma vida ideal de oração. Mas você pode começar como um dever e isso irá se transformar em um momento de prazer diante da presença de Deus. No começo, talvez, você não consiga ser tão fervoroso e claro, nem todos os dias serão iguais. Mas é por isso que a oração é também uma disciplina espiritual, algo pelo qual precisamos ordenar nosso espírito a fazê-lo. E lembre-se a oração é uma jornada.

Em Salmos 103, Davi ordena sua alma a adorar ao seu Criador: “ó minha alma, bendize ao SENHOR, e todo o meu ser bendiga seu santo nome. Ó minha alma, bendize ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios”. Salmos 103:1,2. Aprenderemos a orar praticando a oração e meditando na palavra. Que o Senhor nos conduza nessa jornada da oração, para que possamos conhecê-lo e prosseguir em conhecê-lo. Deus te abençoe.

Da primeira à última Páscoa. O que de fato era a Páscoa e como foi sua primeira celebração?   

Antes de mais nada, acho importante compreendermos o que Jesus fez na sua última Páscoa com seus discípulos, a luz do que aconteceu na primeira Páscoa no Antigo Testamento. A Páscoa que se instituiu nos capítulos 11 e 12 de Êxodo. 

A palavra Páscoa está relacionada ao termo hebraico Pessach que significa “passar por cima, passar sobre” se referindo ao livramento que o povo de Israel recebeu. A Páscoa é a primeira das três principais festas que o povo celebrava. 

A Páscoa precede a libertação

A saber, o povo hebreu estava sendo escravizado no Egito. Então Deus enviou dez pragas a fim de mostrar seu poder perante Faraó e libertar o seu povo. Por trás de cada praga que Deus enviou antes da libertação do povo do Egito, era com o propósito de humilhar uma divindade daquele lugar. Todavia, quando Deus envia a última praga era com o intuito de humilhar o próprio Faraó. 

À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; E todo o primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que haveria de assentar-se sobre o seu trono, até ao primogênito da serva que está detrás da mó, e todo o primogênito dos animais. E haverá grande clamor em toda a terra do Egito, como nunca houve semelhante e nunca haverá”; Êxodo 11:4-6.

 Esse momento final, da última praga, está ligado ao tanto que Faraó tinha feito o povo sofrer então, ele tinha que sentir na pele a morte de seu primogênito e também de todo o seu povo. 

Logo, Faraó era visto como um ser divino e seu filho seria seu sucessor nesse papel divino humano. Mas, todos os primogênitos estavam sujeitos à morte com o envio da última praga, a não ser  que algo fosse feito. 

Nesse sentido, um cordeiro sem defeito teria que ser imolado e seu sangue colocado nos umbrais das casas dos hebreus. Então, o anjo passaria e não mataria o primogênito dessas casas marcadas. Por isso a Páscoa precede a libertação e passa a ser  a celebração da última praga que Deus livrou seu povo, porque obedeceram a sua ordem de colocar sangue nos umbrais das portas. Essa foi uma forma de mostrar que nessas casas haviam pessoas de aliança com Deus. 

A festa da primeira Páscoa

Deus estabelece a festa da primeira Páscoa nessa ocasião da libertação do povo de Israel do Egito. O capítulo 12 mostra isso: “O sangue será um sinal para indicar as casas em que vocês estiverem; quando eu vir o sangue, passarei adiante. A praga de destruição não os atingirá quando eu ferir o Egito. Este dia será um memorial que vocês e todos os seus descendentes o comemorarão como festa ao Senhor. Comemorem-no como decreto perpétuo”. Êxodo 12:13,14.

Dessa forma, o final do capítulo 12 mostra as recomendações de como a primeira Páscoa deveria ser celebrada dentro da comunidade de Israel quando eles, de fato, receberam a grande libertação. 

A libertação mostra a superioridade de Deus sobre outros deuses falsos, os poderios humanos e a força tirana dos governantes maus. E assim como Deus mostrou justiça, misericórdia e poder trazendo a maior libertação da história do povo hebreu da escravidão egípcia, Ele continua agindo hoje poderosamente produzindo grandes libertações e, sobretudo, libertação espiritual. 

A última Páscoa

Assim, em sua última Páscoa com seus discípulos, na noite antes de sua morte, Jesus diz: “Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer. Pois, eu lhes digo: Não comerei dela novamente até que se cumpra no Reino de Deus”.Lucas 22:15,16. 

Portanto, muitas instruções foram  dadas para a primeira Páscoa. Ela apontava para a última Páscoa. Eles precisavam de um cordeiro sem defeitos antes de saírem para um êxodo. 

Então, após a libertação deles, um êxodo foi necessário para prepará-los para a tão aguardada terra prometida. E nessa peregrinação, nesse êxodo em que Deus fez  coisas maravilhosas por meio de Moisés, vemos que o que Ele  fez por meio de Jesus é muito maior. Você percebe? Temos um novo Moisés, um que liberta o povo definitivamente. Cristo está nos liderando para um novo êxodo, nós precisamos ser libertos também e preparados para à terra prometida.

A Páscoa é necessária para o êxodo, sem Páscoa não há êxodo. Sem cordeiro não há libertação. Assim como os hebreus precisaram comer e estar preparados antes da peregrinação, nós também estamos em jornada, sendo preparados para uma terra que não conhecemos ainda, mas que já cremos.

Assim, Jesus é nosso cordeiro sem defeitos, Ele foi analisado por autoridades e nenhuma falha foi encontrada. Mas eles precisavam condená-lo. O sangue está disponível, Ele foi morto. O cordeiro que vinha sendo anunciado pelos profetas agora está ali com seus discípulos anunciando que as profecias são  sobre Ele. Nós precisamos de um novo êxodo e de salvação. Nós necessitamos de uma Páscoa e um cordeiro. 

A ordem de Deus é para celebrarmos a Páscoa

Sem dúvida a Páscoa não é simplesmente um feriado em nosso calendário.  Ela aponta para nossa necessidade maior. Precisamos de uma libertação e de um êxodo. A Páscoa das Páscoas já aconteceu e agora temos nosso cordeiro perfeito. E a partir dessa realidade, precisamos ter consciência da  nossa necessidade de um cordeiro sacrificado por nós. Um cordeiro que ressuscitou e nos garante a esperança de um último êxodo definitivo.

Assim como Jesus disse que não mais cearia até que se cumpra no reino de Deus, nós celebramos a Páscoa justamente para lembrar essa promessa. A primeira Páscoa marcou a libertação do povo de Deus do Egito. A última Páscoa com Jesus presente marca a libertação dos filhos de Deus da escravidão do pecado, pela morte e ressurreição de Jesus. O verdadeiro cordeiro perfeito. Por isso ceiamos, pois celebramos a vitória de Cristo.

Por fim, a ordem de Deus é para celebrarmos a Páscoa. Esse é um memorial perpétuo que deve permanecer em nossa prática. Isso significa que devemos nos lembrar dos grandes feitos de Deus na história em favor do seu povo e nos reunir em família, em comunidade e como igreja e comemorar com o espírito correto aquilo que Deus ordenou. 

Mas se a Páscoa não for uma realidade em nossa vida, se Deus não trouxe libertação ao nosso coração então, nossa comemoração será vazia. Observe, hoje, se seu coração foi libertado por Cristo Jesus e se você já está em comunhão com Deus. Então sim! Sua Páscoa será verdadeira e completa.

Pai, obrigada, porque devido ao cordeiro uma Páscoa foi possível.

As disciplinas espirituais são praticadas pelo povo de Deus há muito tempo. Para os patriarcas, Deus aparecia, se manifestava e os orientava em como prosseguir, como orar e jejuar. Naquela época a palavra era transmitida oralmente, então vemos Deus orientando como ensinar aos filhos e como memorizar a palavra (Dt 6: 4-10). Ao longo de toda a história do povo de Deus,  nós vemos que esses recursos ajudavam as pessoas a se relacionarem com ele. Depois foi ficando mais estruturado.

Acompanhando a narrativa bíblica, vemos que as sinagogas e os cultos surgem. E depois, com Jesus, fica ainda mais claro, pois ele mesmo praticava essas disciplinas no seu dia a dia. Ele se retirava para orar sozinho, participava na sinagoga (Mc 1:21), ouvia a leitura do pergaminho, dos rolos e meditava nessas palavras. Vemos os próprios discípulos perguntando a ele como deveriam orar. Nas cartas de Paulo temos muitas orientações para nos esforçarmos em ter uma vida de devoção, na meditação, na oração, no ensino da palavra, no servir ao próximo e por aí em diante (Col. 1:9-12). Dessa forma, percebemos que as disciplinas estão presentes e são necessárias na vida dos cristãos desde sempre.

A prática das disciplinas espirituais enquanto esperamos em Deus

A maioria de nós pensa erroneamente que Deus irá nos transformar e que nós não precisamos fazer nada. E é por pensar assim que vemos tantos cristãos infrutíferos, imaturos e com uma fé superficial. Precisamos ver a relação que há na vida prática com a nossa fé.  E é aqui que as disciplinas entram. Para nos ajudar a trazer o foco do nosso dia a dia para Deus e a nos lembrar de uma maneira muito mais intencional que Ele existe. E nesse processo, o Espírito Santo irá nos transformar, mas agora conosco intencionalmente buscando isso. Você percebe a diferença?

As disciplinas espirituais nos ajudam em nossos momentos de espera. O que fazemos enquanto esperamos em Deus? As disciplinas são recursos que nos ajudam a ver que Deus está conosco enquanto esperamos nele. Estamos sendo formados a imagem de Cristo nessa espera. E as disciplinas espirituais são recursos que nos colocam intencionalmente em contato com Deus. Então enquanto esperamos nele, nós não ficamos sem fazer nada e apenas esperamos a ação do Espírito Santo. Não! É uma espera ativa.

Usamos nosso tempo, nossa energia, nossa mente. Nós nos submetemos à ação do Espírito Santo, consciente disso. Qual é o mínimo que se espera de um cristão? Que ele ao menos leia a bíblia e tenha uma vida de oração. Essas duas são as principais disciplinas espirituais de onde todas as outras se desenvolverão.  Não há desculpas para o exercício das disciplinas espirituais. 

Disciplinas Espirituais individuais e coletivas

Existem disciplinas que praticamos individualmente, como o silêncio. Para uma boa leitura e meditação da palavra, precisamos do silêncio. A solitude, onde nos retiramos para um tempo de oração a sós. Vemos no evangelho de Lucas, Jesus fazer muito isso. Uma disciplina que eu acho muito interessante é a simplicidade. Ela tem a ver com escolhas que fazemos. Porque temos a tendência de complicarmos e nos ocuparmos com tantas coisas ao invés de simplificar. O descanso é também uma disciplina que muitas vezes ignoramos.  

Temos disciplinas que praticaremos em conjunto, como o servir e a submissão. Praticamos elas quando ajudamos e nos submetemos uns aos outros no serviço mútuo. A memorização  e o estudo da palavra também são disciplinas que praticamos no coletivo. Enfim, são muitas opções para nos ajudar a abranger uma vida de devoção para todo o nosso dia, para toda a nossa semana. E não apenas no domingo ao irmos para o culto, por exemplo. Tem a ver com a nossa rotina de vida. Afinal, somos cristãos em tempo integral e não apenas aos domingos.

Exercer as disciplinas de forma errada

O que dá sentido ao nosso tempo? Como enxergamos a realidade de nossa vida? O que buscamos para trazer felicidade à nossa vida? Se essas questões não estiverem baseadas na revelação de Deus na palavra, tudo o que fazemos ao longo do nosso dia estará distorcido. E a nossa prática das disciplinas estará também. Sabe como? Quando praticamos as disciplinas como barganha com Deus. Por exemplo: vou fazer jejum porque eu quero que Deus faça tal coisa por mim.  

Essas distorções nas práticas espirituais estão ligadas a uma compreensão errada. Talvez hajam pensamentos assim: eu sou uma pessoa boa, então vou fazer tal disciplina porque Deus vai se comprometer comigo no que eu quero. Em retorno ao que eu faço, Ele me dá algo. Como se as nossas obras mudassem a ação de Deus e o desejo dele em nos abençoar ou não. Corrija esse pensamento. Pois as disciplinas são recursos que usamos para nos moldar ainda mais a imagem de Cristo. Jesus é o nosso exemplo. Ele nos ensinou como nos relacionarmos com o Pai através de sua vida aqui. 

A prática das disciplinas nos molda à imagem de Cristo

A palavra nos ensina que Deus é Senhor sobre tudo e que Ele está agindo agora mesmo, redimindo todas as coisas, inclusive a nós mesmos.  Que Jesus veio, invadiu nossa realidade, morreu e ressuscitou e está à direita do Pai já reinando com poder sobre todas as coisas. Deus não está distante. Então até a redenção total, cada ação nossa importa porque está relacionada com a ação de Deus no mundo hoje. 

Por isso, praticar as disciplinas no dia a dia, nos molda à imagem de Cristo. Deus está conosco ao longo do nosso dia. Compreender isso é o primeiro passo para uma grande mudança em nossa renovação de mente. Não fazemos isso sozinhos, isso nos leva ao segundo passo, a nossa participação em uma comunidade de fé. A comunhão dos santos, pessoas que compreendem essa narrativa, essa realidade de vida, que ensinam umas às outras e incentivam umas às outras. Com o encorajamento mútuo, o carregar os fardos uns dos outros. Nos levando às práticas das disciplinas espirituais e assim estamos sendo moldados à imagem de Cristo. Refletindo a sua imagem ao servir a ele e ao próximo.

Que Deus ajude todos a viverem de forma digna ao chamado dele. Que possamos refletir sua imagem, sendo moldados pelo Espírito Santo. Deus está ativo nesse processo de nos transformar. Que alegria saber disso.

Originalmente publicado em 06 de Agosto de 2021

Um novo ano se iniciou e temos tantos motivos para agradecer a Deus que tem nos sustentado até aqui e assim continuará a fazer. Querido leitor, hoje te convido a meditar em alguns trechos do Salmo de número 1 de nossa bíblia sagrada. Vamos aproveitar esse novo ano e meditar nesse Salmo que nos traz boas perspectivas:

“Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores!

Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite.

É como árvore plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele faz prospera!” Salmos 1:1-3.

Não viva como os zombadores

Antes de mais nada, o salmista começa mostrando o caminho daquele que é feliz e quais coisas  não se deve fazer para seguir esse caminho. Dessa forma, não devemos andar, imitar e nos assentar com pessoas que não amam a lei do Senhor. Pois, observe que em seguida ele vai mostra a estagnação que o pecado nos leva. Sim, você anda ou segue esses ímpios, depois os imita e então se assenta em suas rodas.

Aliás, o salmista está chamando o ímpio também de pecadores e zombadores. Parece que ele está nos mostrando que esse caminho vai te diminuindo, como uma espiral que faz você ficar pior. São formas diferentes de expressar a mesma realidade. Não é apenas uma impiedade mas essa atitude te leva a pecar e a zombar ou escarnecer daquilo que é a verdade.

 Afinal, o que é ser zombador ou escarnecedor? Pedro em sua segunda carta já havia nos dito quem são esses zombadores: “Antes de tudo saibam que, nos últimos dias, surgirão escarnecedores zombando e seguindo suas próprias paixões”. 2 Pedro 3:3. Por isso, não viva como os zombadores, pois, eles são pessoas que vivem apenas para si e não servem ao próximo, não tem piedade com o próximo.

 Meditar na lei do Senhor

Em contrapartida, o bem aventurado não age assim, muito pelo contrário. O seu prazer está em meditar na lei do Senhor e ele é comparado a uma árvore, sabe por quê? A árvore é citada aqui, pois uma árvore plantada à beira de águas correntes é sem dúvida uma árvore frutífera e cheia de vida. Veja, tudo que ela precisa, ou seja, a sua fonte é justamente estar plantada no lugar certo, junto as águas. A figura da árvore é muito usada ao contexto da aliança de Deus com seu povo e estar usufruindo os benefícios da aliança.

Isto é, você está plantada no lugar certo, junto à fonte que é Deus e vivendo os benefícios da lei, nela meditando dia e noite. Isso trará vida e você frutificará. E, o que fará com que suas folhas não murchem e que você dê fruto no tempo certo? É justamente o fato de estar plantado junto às águas correntes. O que abastece essa árvore é a meditação na lei do Senhor. Meditar é pensar constantemente. O mesmo sentido do verbo ruminar, trazer sempre a memória.

Meditar na lei do Senhor te faz viver

Talvez, quando nós pensamos em lei, logo pensamos em prisão. Nós não queremos seguir leis ou regras. E se nós observarmos esse Salmo por completo, nós podemos cair no erro do pensamento moderno de que é melhor estar espalhado como o vento ou seja, solto do que enraizado, fixada como uma árvore: “Não é o caso dos ímpios! São como palha que o vento leva”. Salmos 1:4.

Mas o que o Salmista está dizendo aqui não é sobre algo preso ou solto, até porque sempre estaremos enraizados a algo. A questão é o que está vivo e o que está morto. Perceba que a árvore está viva e dando frutos a palha por outro lado já secou. Meditar na lei do Senhor te faz viver. Ou seja, objetivo da lei é nos levar a amar cada vez mais a Deus e ao próximo. Assim como a árvore que seus frutos servem ao próximo.

Ao contrário dos zombadores que vivem apenas para si mesmo e por isso são secos, sem vida e apenas se assentam em suas próprias vidas e zombam dos outros.

Meditar na lei do Senhor para viver frutificando

Nesse sentido, nós podemos nos apegar a esse Salmo e mudar nossa maneira de agir nesse novo ano. Podemos tomar a palavra de Deus como algo prioritário nesse em nosso caminho a fim de nos trazer vida e nos enraizar ainda mais no amor de Deus. “Como é feliz aquele que se satisfaz na lei do Senhor”. Nós podemos tornar isso verdade em nosso dia a dia  e meditar na lei do Senhor para viver frutificando.

Por fim, que eu e você possamos viver um ano feliz e abençoado sabendo que as recompensas de andar nesse caminho são promessas dadas pelo próprio Deus. Que as nossas vidas possam ser frutíferas e que não venhamos a murchar ou, desanimar a ponto de perder essa satisfação na busca do Senhor. Mas que possamos estar sempre plantados junto às correntes de águas, nessa fonte abundante que é viver para o nosso Deus.

 

 

++ Leia mais uma meditação sobre o livro de Salmos aqui

Hoje te convido a vir comigo para que possamos compreender o sentido da encarnação divina. Nós, cristãos, valorizamos muito a ressurreição de Jesus e sim, devemos mesmo dar tamanha relevância, pois ela é a nossa grande esperança e Jesus foi o primogênito entre os mortos. Mas vamos aproveitar esse período para nos lembrar da importância também da encarnação.

No Antigo Testamento Deus aparecia por meio de Teofanias. Ele era um Deus presente para seu povo. Abria o mar vermelho, trazia uma coluna de fogo para aquecer, trazia nuvem para amenizar o calor do dia. Teofanias são manifestações visíveis de Deus na Terra. Deus realmente aparece em alguns momentos do Antigo Testamento. Por isso, Natal não é teofania, pois Jesus encarnou e assim permaneceu.

Portanto, teofania não é concebida ou gerada. A teofania surge, aparece, ela é dada. Natal não é assim, natal é encarnação. A beleza do significado da encarnação está na compreensão disso. O sentido da encarnação então é Deus entrando corporalmente na história.

A dívida por trás da encarnação

Inegavelmente nós pecamos. Adão representa toda a humanidade, o erro dele nos torna agora devedores. Somente um homem justo poderia pagar essa dívida entre homens e Deus. Mas sabemos que nenhum homem desde Adão é justo, nenhum de nós conseguiria suportar a ira de Deus. Por isso, somente Deus poderia aplacar sua ira. Então, o filho de Deus se faz homem. Por isso confessar que Jesus Cristo é o Senhor e se fez carne é essencial para a nossa confissão de fé. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus(I João 4:2).

Sendo Deus, Jesus não poderia morrer por nossos pecados, mas como homem, Ele poderia. Jesus veio para morrer, por isso a sua morte e a sua ressurreição ao terceiro dia é razão para o Natal. Ele já existia antes da manjedoura. O mistério não é apenas o nascimento virginal, mas também a encarnação. O belíssimo fato de que Jesus existe desde os tempos antigos.

Olha o que Miquéias 5:2 diz: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Ele estava com Deus e era Deus, esse é o motivo de nossa fé e é também o que a Bíblia nos ensina.

A encarnação divina

Desse modo, Deus  se aproxima ainda mais de nós. Ele é Deus encarnado na figura do bebê de Maria. Isso mostra uma atitude de humildade da parte dele, de se abaixar até nós. Isso faz muita diferença, pois Ele se tornou homem e se manteve totalmente Deus. 

Com efeito, quando Jesus encarna ele não abre mão de sua natureza, não se esvazia de sua essência. A encarnação não tira dele sua divindade, agora ele passa a ter também forma de homem. Conforme lemos em Filipenses 2:8: “E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”.

Jesus possui duas naturezas, uma divina e uma humana. Ele é perfeito em sua divindade e humanidade. O mistério da encarnação é que em Jesus existe apenas uma pessoa e nessa união de sua natureza humana e divina não existe confusão, nem mudança, nem divisão e nem separação.

Observe essa citação de Agostinho no seu sermão 188:

Ele nos amou tanto que, por nossa causa, foi feito homem no tempo, por meio de Quem todos os tempos foram feitos; estava no mundo há menos anos do que seus servos, embora mais velho do que o próprio mundo em Sua eternidade; foi feito homem Quem  fez o homem; criado de uma mãe, a quem Ele criou; foi carregado pelas mãos que Ele formou; amamentou nos seios que Ele havia enchido; gritou na manjedoura na infância sem palavras, Ele, a Palavra sem a qual toda eloquência humana é muda.

A encarnação divina é humilhação

Podemos então também dizer que Natal é a comemoração da humilhação, do rebaixamento de Deus que assim o fez para nos elevar em Jesus. O Natal nos anuncia o sentido da encarnação divina, em nossa maior necessidade, salvação, e a forma com que Deus proveu o nosso Salvador, não só a nós humanos, mas também para toda realidade criada.

Ao passo que essa época do ano, que se repete ano após ano, serve justamente para nos trazer à memória esse grande feito de Deus. É necessário termos sempre viva dentro de nós a obra maravilhosa e o plano perfeito de Deus para restaurar tudo de volta nele.

Ou seja, Natal fala do presente de Deus em nos doar seu Filho. Fala da obediência de um Filho a ponto de se fazer homem, vir habitar conosco, experimentar do que experimentamos. E resolver o maior dos nossos problemas, o nosso drama como humanidade, a nossa alienação moral, ou seja, esse nosso afastamento e desinteresse moral. Nossa alienação e distanciamento primeiramente de Deus e como consequência temos esse pecado em nós.

Graças a Deus pela encarnação divina

Tudo isso que vemos hoje em forma de corrupções, de injustiças, esses problemas da convivência humana que são quase que insolúveis. Esse mal que reside no coração de cada um, fala desse nosso afastamento moral em relação a Deus. Mas é exatamente em Cristo, por meio dessa atitude acessível dele, de vir e se fazer como nós, que então Deus nos traz a solução para esse nosso drama interior. O perdão de nossos pecados e a reconciliação do nosso relacionamento com Deus que é a solução do nosso drama interno para ter acesso à vida eterna por meio de Jesus. Justificados e perdoados em Cristo.

Portanto, em todos os Natais, lembre-se sempre do motivo de Jesus ter vindo. Foi graças à encarnação que a Esperança hoje é uma realidade, Deus usou a encarnação para pôr fim ao abismo que havia entre nós e Ele. Você não vê isso acontecer em nenhuma outra história, lenda ou mitologia. Deus veio até nós, o verbo se fez carne. A encarnação nos lembra de reconhecermos a grandiosidade de Jesus Cristo que se rebaixou ao vir até nós. Ele encarnou para nos reconciliar, e está assentado a direita de Deus Pai e isso para nós é uma graça imerecida.