Fhop Blog

Por que me ofendo em ser mulher?

Mulher

Sabe aquele elefante no meio da sala? Aquele assunto que quando tocado pode deixar o ar mais rarefeito e pesado? Capaz de instigar a hostilidade ou defesas em algumas pessoas? O papel, a visão e a dinâmica da mulher no meio cristão e não cristão, é um desses assuntos. Homens falam “pisando em ovos” para não se expressarem de maneira que desagrade o sexo oposto. Mulheres, por outro lado, se armam mantendo a defensiva e esperando que alguém diga algo que as inferioriza pelo seu gênero. 

Todavia, precisamos falar de algo superior a visões e interpretações sobre a feminilidade contemporânea e nossa própria opinião. 

E essa conversa é diretamente para nós, mulheres. Para comemorarmos esse dia, resta a pergunta: 

O que ainda nos ofende com relação a quem somos? Qual realmente é o problema com o papel que Deus nos deu na história Dele?

Esse texto é um convite para sondar o coração, fazer as pazes com a forma como você foi criada e te chamar à liberdade de estar satisfeita com o olhar do Senhor 

É inegável que a mulher durante a história da humanidade tenha sido abusada, agredida, e diminuída – é realmente lamentável. Logo, isso causou um efeito rebote que nos traz o senso que precisamos nos defender, que seremos atacadas e não seremos vistas. Porém, alguns cenários bíblicos tem grande potencial de trazer paz sobre isso. 

 

O PONTO DE TENSÃO

Primeiramente vamos identificar qual o ponto de tensão nesse assunto. Quando se trata da visão sobre o que é a mulher, a Bíblia nos dá características como: ajudadora, virtuosa, maternal e auxiliadora. Foram as mulheres que mais apareceram abençoando o ministério de Jesus. Elas também são convidadas a submissão, enquanto são amadas e zeladas por seus maridos. As mulheres também foram as escolhidas para gerarem filhos, por causa disso uma mulher carregou Deus Filho em seu ventre, e as descrições ainda vão longe.

Porém, mesmo com uma longa lista de qualidades, ainda existem mulheres que se ofendem com o fato de não terem recebido os encargos e características que os homens têm. Ou seja, ofendem-se com o fato de que existe uma outra lista de caracteristicas que Deus decidiu distribuir ao sexo masculino. Mas nem A Bíblia e nem mesmo Deus, classifica essas características como superiores ou inferiores. Pelo contrário, são complementares, interdependentes e divinamente orquestradas.

 

O ORGULHO DA FEMINILIDADE FERIDA

Se analisarmos bem, a ofensa e a tensão podem surgir de um lugar de orgulho e prepotência em sermos auto suficientes e completas em nós mesmos. Mas, esse não é o plano e o padrão de Deus, nem para homens e nem para as mulheres. Nesse anseio, regredimos à tentação do Éden de querermos ser iguais a Deus. A frustração nasce da insatisfação de achar que Deus não nos criou suficientes e nem nos deu a melhor parte – isso é nitidamente uma mentira.

Em outras palavras, o que essa ofensa aponta é a crença prepotente que Deus errou. Pensar que  foi injusto e que faríamos melhor decisão se estivéssemos no lugar Dele. Atitude bem parecida com a que levou Eva comer o fruto e dar para Adão. 

O que nosso ego vazio e orgulhoso tem dificuldade de lidar é com a ideia de que exista algo melhor ou superior a nós. E como cristãs, devemos rejeitar essa tendência egóica que nos faz crer que para o nosso valor ser validado precisamos ser superiores.

Dessa forma, o principal problema que isso nos causa é o peso de termos que lutar por nós mesmas e sermos redentoras de nós mesmas. Isso não funciona!

 

JESUS E AS MULHERES

Frequentemente, vemos nos Novo Testamento as histórias dos encontros de Jesus com algumas mulheres.  E sabe o que não vemos em nenhum momento? Ele as inferiorizando, abusando ou oprimindo. Jesus é o homem perfeitamente de acordo com o plano original de masculinidade, tratando mulheres imperfeitas perfeitamente de acordo com o plano original de feminilidade. 

Jesus é amigo de mulheres das quais ele ama (como Marta e Maria). Ele dá lugar a Maria junto a Ele (Lc 10:42), o vemos defendendo uma mulher das más línguas (Jo 8:1-11). Como filho, provê  companhia para sua mãe na hora da cruz (Jo 19:26-27). Ressurreto, aparece primeiramente as mulheres e ainda as envia a proclamar boas novas (Jo 20:11-18). Jesus se emociona junto com a emoção delas (Jo 11:33), aponta seus erros para transformação (Jo 4), lhe cura de doenças femininas sem envergonhá-la – como a mulher do fluxo de sangue (Mc 8:28-34).

E sabe o que não acontece em nenhum desses episódios? Ele não milita em favor da valorização das mulheres, ele não justifica seus atos por estar agindo em favor de mulheres. Porque parece ser muito óbvio para ele a forma como ele as vê e como elas devem ser tratadas. Ele se encarrega de valorizá-las sem ter que superiorizá-las. Elas são únicas, pessoalmente especiais e dignas por causa de quem as criou. Ele não justifica o óbvio, apenas o vive e expressa seu lugar.

O OLHAR DE JESUS É SUFICIENTE?

Para combater a ofensa egoísta, o convite hoje é se satisfazer com o olhar do Senhor sobre você, mulher. Ele tem uma opinião tão doce e firme sobre a forma como ele  criou você. Que tal abrir mão do orgulho e do encargo de se auto afirmar e se satisfazer na suficiência do seu olhar? A opinião dele te basta? Paulo aprendeu sobre isso e descreve:

 

Pouco me importa ser julgado por vocês ou por qualquer tribunal humano; de fato, nem eu julgo a mim mesmo. Embora em nada minha consciência me acuse, nem por isso justifico a mim mesmo; o Senhor é quem me julga. 1 Coríntios 4:3,4

Nos episódios em que Maria é criticada por estar aos pés de Jesus ou ouvindo suas palavras (Lucas 10:39-42) ou lavando seus pés (João 12:3), ela não abre a boca para se defender. Seus críticos achavam que ali não era o lugar dela, ela deveria ir pra cozinha ajudar na refeição e também não deveria desperdiçar o perfume caro daquela maneira. Todavia, quem a defende é Cristo. E seu olhar e validação sobre ela é suficiente para que ela permaneça onde estava, sem se ofender com os que a criticavam.

VOCÊ NÃO PRECISA SER SUFICIENTE

O convite aqui não é uma negligência às lutas sociais contra feminicídios, abusos e opressões direcionados às mulheres. Isso é injustiça e o Senhor se compadece e luta contra isso. O chamado é para que se tratando do seu valor, você descanse no olhar daquele que te criou e se deleita em você. 

É um chamado para não mais lutar pela autopreservação do seu ego. É um encorajamento a desfazer amizade com a ofensa e fazer amizade com o plano de Deus para a forma como você foi criada.

Nosso valor e dignidade não estão em sermos mulheres ou homens, em sermos superiores ou inferiores, nosso valor consiste em Quem nos criou – homem ou mulher. É obra da Graça e não do nosso gênero. Não precisamos ser suficientes, porque Ele já é.

Você já desejou dar tudo de si em algo que, realmente, acredita? A história de Ruth Graham, esposa de Billy Graham, é retratada com qualidades desenvolvidas debaixo de muita superação. Trata-se de uma história de perseverança, coragem e dedicação por aquilo que ardia em seu coração: amar pessoas e ser um canal de transformação ao invés de conformação.

 

Ruth Graham é um exemplo de uma mulher que serviu a Deus, assumindo seu amor pelo evangelho no apoio ao ministério de  seu marido. Para a surpresa de todos, quando perguntavam a Billy Graham quem era o maior cristão que ele já conheceu, ele respondia: “minha esposa”. “Ela foi um gigante espiritual, cujo conhecimento sem paralelo da Bíblia e compromisso à oração foram um desafio e inspiração para todos que a conheceram”.

 

Essa é a história que inspirará você, hoje, a viver uma vida de propósito diante de Deus.

Infância: o chamado e a superação do sofrimento

Ruth Graham nasceu em 1920 na China, em uma família de pais missionários médicos americanos e presbiterianos. Eles tinham um Hospital Presbiteriano em Qingjiang. 

Sua infância se passou, boa parte, em campos de missões na China. Era um ambiente rodeado de doença e muitas guerras chinesas. Ela presenciou muito sofrimento e desespero e, logo, reconheceu a tamanha necessidade de um Salvador para a humanidade.

 

Em um quarto de hospital, Ruth sentiu um grande chamado de deixar tudo por causa do evangelho. Mais tarde como adulta, surgiu o sonho de, solteira, servir nas montanhas do Tibete. 

 

Seus estudos foram realizados em um internato em Pyonyang, na Coreia do Norte, onde estudou durante três anos. Neste período de estudo, a terrível saudade de sua família a fez aprender a superar a solidão de ficar distante deles e cuidar  das necessidades de outros.

 

Nesses momentos de angústia, ela se regozijava, pois sabia que um dia estariam todos reunidos na presença do Senhor. Este consolo pelo Espírito Santo era sua arma mais poderosa, pois combatia sentimentos maus e renovava sua  força. 

Além disso, nesses momentos de angústia, Ruth era um exemplo de amor ao Senhor diante dos desafios, necessidades e do quanto é possível ser forte em Deus.

 

Casamento: a união de um mesmo propósito

Ruth concluiu o colegial em Montreat, Carolina do Norte, Estados Unidos, enquanto seus pais estavam de licença do campo missionário. No outono de 1937, ela se matriculou na Faculdade de Wheaton, Estado de Illinois, onde conheceu o “pregador”, apelido de  de Billy Graham.

 

Ela travava uma luta em seu coração, por um lado, sua chamada missionária e, por outro, seu amor florescendo pelo evangelista. Depois de lutar muito em oração, em abril  de 1941, Ruth percebeu que sua missão de vida seria se ligaria à paixão de Billy pelo evangelismo. Pouco tempo depois de sua graduação, eles se casaram em Montreat em 1943. 

 

Eles serviram juntos em uma igreja local durante pouco tempo, mas Billy foi transferido para servir como evangelista. Isto ocorreu quando ele se tornou evangelista da Juventude para Cristo e Presidente das Escolas do Noroeste em Minneapolis. Anos mais tarde se tornou Presidente da Associação Evangelística Billy Graham.

 

O entendimento do propósito foi essencial para ela decidir com quem passaria o restante da sua vida. Foi uma decisão desafiadora e que exigiu temor ao Senhor para que seu chamado se cumprisse em parceria e auxílio ao seu marido.

 

Os frutos de sua missão

Inevitavelmente, em razão das frequentes viagens de evangelismo, cada vez mais ela passava tempo sozinha. Então, quando ela estava aguardando o primeiro bebê do casal, Ruth  convenceu Billy a se mudar para perto de seus pais em Montreat. 

 

Neste momento, o ministério de Ruth floresceu em Carolina do Norte, onde ela criou os cinco filhos do casal. Ela encontrou na escrita um modo de lidar com as pressões e escreveu cerca de 14 livros. Era uma poetisa e escritora.

 

Ruth  sempre apoiou Billy e seu papel foi importante como mulher, auxiliadora, e confidente mais íntima. Ela se movia nos bastidores, longe dos holofotes, ajudando-o a esboçar sermões e livros. O papel significativo de Ruth Graham no ministério de seu marido foi reconhecido em 1996, quando ambos receberam a Medalha de Ouro do Congresso em uma cerimônia especial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC.

 

Em 1966, o casal inaugurou seu trabalho filantrópico fundando o Centro de Saúde Infantil Ruth e Billy Graham em Asheville, Carolina do Norte.

 

Sua amiga, Nancy Reagan, após seu falecimento em 14 de julho de 2007 disse que Ruth encontrava tempo para se preocupar com outras crianças e aos menos afortunados através de seu trabalho como autora, poeta e filantropa.

 

Ruth Graham foi  um exemplo de perseverança, não somente nas lutas, mas, principalmente, como testemunha do amor e do poder de Deus. Ela viveu  ousadamente a vida de fé e de oração. Ruth foi uma mulher com uma história que inspira a responder o chamado de Deus e que não foi silenciosa mesmo que tenha vivido longe dos holofotes.

 

Neste mês especial em que comemoramos o dia das mulheres, temos sido inspiradas por personalidades que marcaram a história do cristianismo. Com Susanna Wesley aprendemos mais sobre oração, Edith Schaeffer foi um exemplo de hospitalidade sem igual enquanto Catarina de Bora nos ensinou como ser diligente em todas as nossas funções. Há muito o que aprendermos com elas, e hoje quero relembrar a história de Corrie Ten Boom.

Me lembro de ter lido muitas biografias cristãs em minha adolescência. Esses testemunhos marcaram profundamente meu coração e de certa forma influenciaram algumas escolhas em minha vida.  Acredito que este é um dos motivos de eu ter me tornado missionária. Uma dessas histórias é o de Corrie e está registrada no livro: O Refúgio Secreto. Então, quero te convidar a entrar neste túnel do tempo e se transportar comigo para Holanda e Alemanha, lugares onde essa história aconteceu.

 

 Corrie Ten Boom  – contexto familiar

“Se eu acabar na prisão, eu não vou sobreviver, pois sou velho. Mas, será uma honra para mim morrer pelo povo escolhido por Deus.” Casper ten Boom

Cornelia Arnolda Johanna ten Boom, nasceu dia 15 de abril de 1892, em Amsterdã – na Holanda. Ela era de uma família cristã calvinista, a caçula de quatro irmãos. Com apenas cinco anos, Corrie pediu que Jesus entrasse em seu coração.

Ela foi a primeira mulher relojoeira licenciada na Holanda, estava à frente de seu tempo. Aprendeu o ofício com seu pai que era dono de uma relojoaria, mas essa não foi a única coisa que aprendeu com ele. Também aprendeu sobre fé inabalável, sobre generosidade e a servir ao próximo, especialmente ao povo de Deus, os judeus perseguidos pelos nazistas. Seu pai, Casper ten Boom,  dizia que a vida era bonita e quando preso com sua família, afirmou ao policial da Gestapo que se fosse deixado para trás ele abriria a porta para qualquer pessoa que lhe pedisse abrigo.

O exemplo desta família de Deus nos faz pensar em nosso papel como cristãos. Eles foram dedicados a Jesus, serviram a sociedade em que viviam, ofereceram abrigo, alimento e dinheiro para refugiados e perseguidos. Corrie foi presa junto com mais cinco membros de sua família, eles foram enviados para campos de concentração na Holanda e posteriormente para Alemanha.

 

O que podemos aprender com Corrie?

A vida dessa mulher é inspiradora. Encorajo a leitura do livro Refúgio Secreto e a assistir ao seu filme com o mesmo nome. Se preferir, poderá ver a entrevista dela, dada a Kathryn Kuhlman – Eu Acredito em Milagres. Enfim, faça sua própria pesquisa e seja edificado pelo testemunho dessa irmã tão preciosa.

Muitos aspectos da vida de Corrie impactam meu coração. Sem dúvida, fico emocionada ao relembrar seus dias em um campo de concentração. Houve momentos em que seu coração se tornou enfraquecido diante de tão terrível luta. Mas, Deus a fortaleceu e até hoje ela é um testemunho de seu amor. Diante das inúmeras lições que sua vida pode nos ensinar, quero destacar alguns aspectos aprendidos através de sua fé.

 

 Amando corajosamente

Corrie e sua família se arriscaram ao esconderem aqueles refugiados em sua própria casa. Eles sabiam o que lhes podia acontecer. O evangelho a que eles seguiam não era teórico, mas prático. Isto significa que eles foram resposta para um período específico da história e para pessoas que possuem um nome e um rosto. Até que ponto eu e você estaríamos dispostas a fazer a mesma coisa ao custo da própria liberdade?

Porém, o mais importante foi a motivação de seu coração em ser uma casa para refugiados e perseguidos. Ela e sua família agiram com coragem e ousadia porque amavam a Jesus profundamente e tinham como honra perder sua vida em favor deste amor.

 

Perseverança no sofrimento

Corrie e sua irmã Betsie se mantiveram firmes no sofrimento enquanto estavam presas nos campos de concentração. Elas entenderam que havia um propósito, mesmo que fosse difícil compreendê-lo. Além disso, tinham os olhos na eternidade. Conseguiram manter uma bíblia escondida e pregavam para as outras detentas. Elas sabiam que o sofrimento e dor no qual estavam sendo submetidas não anulava o amor de Deus por elas. 

 

Perdoando os seus devedores

Corrie sentiu ódio quando estava naquela prisão. Não havia o que  fazer contra os maus tratos dos oficiais nazistas. Ela não podia proteger a si, nem a sua irmã e nem mesmo as outras prisioneiras.

Ela orou para que o Senhor tirasse o ódio de seu coração e, no lugar, colocasse amor. Deus a livrou daquela prisão e ela pôde pregar em mais de 60 países. Um dia, quando ela estava na Alemanha, um antigo oficial se aproximou. Ele lhe disse que tinha encontrado a Jesus e pedido perdão pelos seus pecados e pelas atrocidades cometidas. E ele  sabia que Jesus o tinha perdoado, mas ele também queria o perdão de Corrie.

Inicialmente ela sentiu ódio em seu coração, não queria perdoá-lo, mas sabia que aqueles que não perdoassem os seus adversários também não seriam perdoados. Corrie foi tomada pelo amor de Deus e teve graça para perdoar ao homem que tinha feito tanto mal.

 

 Conclusão – Que nada nos abale

Betsie teve um sonho da parte de Deus e contou a Corrie que elas seriam libertas antes do fim do ano. E realmente, elas obtiveram a liberdade e aquele sonho se realizou. Betsie foi liberta para a Eternidade enquanto Corrie, saiu viva da prisão e cumpriu sua missão na terra.

Um campo de concentração é um verdadeiro inferno.  Mas Corrie e Betsie compreenderam que mesmo ali, Deus está! Sua graça e amor alcançam os perdidos.

 Há uma frase célebre dita por Betse que Corrie faz questão de sempre contar: “Não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo”. A história de Corrie Tem Boom é marcada por uma fé generosa.

Quando olhamos para vida dessas mulheres heroicas, não é para nos compararmos ou sentirmos inadequadas diante de quem elas foram. E, sim, para nos sentirmos inspiradas e desafiadas através de suas histórias. De muitas formas elas eram como nós, mas foram totalmente dependentes do Senhor. Permaneceram com os olhos na Eternidade, mesmo tendo os pés na terra.

Assim como elas, também temos a vitória em Cristo Jesus e a morte foi tragada pela vida.

Contudo, irmãos, eu vos afirmo que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem o que é perecível pode herdar o imperecível. Eis que eu vos declaro um mistério: nem todos adormeceremos, mas certamente, todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Porquanto a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. Pois é impreterível que este corpo que perece se revista de incorruptibilidade, e o que é mortal, se revista de imortalidade.

No momento em que este corpo perecível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, for revestido de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: “Devorada, pois, foi a morte pela vitória!” “Onde está, ó Morte, a tua vitória? Onde está, ó Morte, o teu aguilhão?” Porquanto, o aguilhão da Morte é o pecado, e o poder do pecado é a Lei. Contudo, graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo!”

Portanto, meus amados irmãos, permanecei firmes e que absolutamente nada vos abale. Dedicai-vos, dia após dia, à obra do Senhor, plenamente conscientes de que no Senhor, todo o vosso trabalho jamais será improdutivo. 1 Coríntios 15.50-58

Continuando nossa homenagem às grandes mulheres da história da Igreja, hoje vamos falar de Catarina de Bora (ou Katharina von Bora). Ela nos inspira com uma vida de doação à causa da Reforma Protestante, ao lado de seu marido Lutero. Surpreendentemente, Catarina não foi uma grande pregadora ou teóloga, nem escreveu sermões notórios ou grandes livros. Entretanto, a sua vida deixou muitas marcas naqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la. Além disso, segundo a historiadora Ruth Tucker, ela é a figura mais importante da Reforma Protestante depois de Lutero. Veja bem, a sua vida extraordinária é grandiosa demais para apenas um post. Por isso, vamos nos ater às principais coisas que fazem de Catarina uma mulher inspiradora e admirável.

 

A Reforma Protestante

Em 1517, o monge católico Martinho Lutero marcou o início da Reforma Protestante ao pregar as suas 95 teses refutando os ensinamentos e práticas da Igreja Católica. A partir daquele dia, Lutero liderou muitos com seus sermões e influenciou toda a Europa com suas teses.

Enquanto isso, em um convento no interior da Alemanha, algumas freiras, clandestinamente, leram os escritos de Lutero de dentro do convento. Catarina era uma delas, uma jovem de 18 anos, freira beneditina desde os 16. Ela se encontrou nas explicações de Lutero sobre a justificação pela fé. A partir daquele momento, ela e um grupo de outras onze freiras tiveram convicção de que a vida do convento não era mais para elas. Suas famílias não viram a ideia com bons olhos e não permitiram a saída das moças. Eventualmente, movido pelas cartas das freiras, Lutero e outros reformadores se juntaram para tirá-las do convento.

 

Catarina de Bora foge do convento

Catarina, agora com 19 anos, e as outras onze freiras conseguiram fugir entre os barris de peixes de uma carruagem com a ajuda do amigo de Lutero, Lucas Cranach. Chegando à Wittenberg, Lutero as ajudou a encontrar moradias, empregos e maridos. Anos depois, todas já estavam acomodadas ou arranjadas de alguma forma, menos Catarina. Em Wittenberg, Lutero chegou a apresentá-la a dois pretendentes, um estudante e outro pastor. Infelizmente, o pai do estudante não aprovou a união, e quanto ao pastor, a própria Catarina não demonstrou interesse. 

Apesar da relutância de Catarina de se casar com alguém, e do próprio Lutero de cortejar Catarina, eles se casam em 1525. Segundo historiadores, o casamento não foi necessariamente um caso de romance arrebatador, mas a escolha de duas pessoas que se estimavam muito. Na verdade, foi até controverso na época, pois Lutero era uma figura pública e os dois eram ex-celibatários, sem contar a diferença de idade (Lutero, 42 e Catarina, 26).

 

A vida de Catarina de Bora e Lutero

Em seu casamento, Catarina entendia a importância do trabalho de Lutero e fez de tudo para que ele pudesse se dedicar exclusivamente aos seus estudos e sermões. Os dois prezavam pela família como a maior expressão da Criação e das Escrituras. Para os dois, os valores familiares eram o centro da Reforma.

Eles tiveram ao todo 6 filhos e sua casa (no Mosteiro Negro, antigo convento de monges de Wittenberg) vivia cheia de visitas.  Eles faziam questão de receber e acomodar amigos, família e estranhos em necessidade. Você já pode imaginar como a rotina de Catarina era puxada. Além de cuidar do seu lar, da criação de seus filhos, e hospedar qualquer pessoa que estivesse precisando, ela era uma grande administradora.

Catarina era responsável por cuidar do Mosteiro, das plantações e do gado. Além disso, ela também era conhecida por ser uma ótima cervejeira. Sua habilidade de lidar com ervas medicinais, aprendida no convento, fazia dela uma ótima enfermeira também. Ela era visionária, tendo a ideia de comprar terrenos, gerenciar fazendas e expandir o espaço para um negócio de hotelaria. Sua rotina incansável mostra o quanto Catarina era diligente e excelente em tudo que fazia.

 

Uma mulher que conheceu o sofrimento

Fora os assuntos da vida prática, Catarina também precisou lidar com a perda de duas filhas: uma recém-nascida e uma com 13 anos. Do mesmo modo, também precisou auxiliar o marido em seus anos obscuros. Nos primeiros anos de casado, Lutero estava deprimido e abatido. Diante disso, Catarina era a sua maior encorajadora e auxiliadora.

Não há registros de um interesse por parte de Catarina em se debruçar nos estudos teológicos. Porém, diante dos fatos de sua vida, podemos imaginar que ela deveria batalhar com a ansiedade dos afazeres e ocupações e o peso da responsabilidade de ser a “primeira-dama” da Reforma e administradora financeira do seu lar. Ainda assim, demonstrava ser corajosa e muito forte. Inclusive, o próprio Lutero se inspirava nela para continuar o que iniciou. Sua força é realmente admirável, porque depois da morte de Lutero Catarina precisou batalhar na justiça para ter direito a tudo o que construiu com seu marido. Infelizmente, naquela época, a viúva não podia ser responsável pela administração dos bens do marido.

 

O legado de Catarina

Mesmo não tendo nenhum registro teológico da sua parte, podemos perceber que o coração de Catarina era devoto. Não só a Lutero e à causa, mas primeiramente a Jesus Cristo. Além disso, em sua vida vemos a verdadeira expressão da mulher de Provérbios 31. Ou seja, ela entendeu a missão que lhe foi proposta e o que seria preciso fazer para viabilizar isso. Diante das circunstâncias, ela fez tudo o que estava ao seu alcance para permitir que Lutero exercesse a sua vocação, para que a sua família tivesse uma vida digna e para abençoar generosamente todos os que batiam à sua porta.

Por fim, a vida de Catarina de Bora nos constrange a sermos diligentes com aquilo que o Senhor depositou em nossas mãos. Perceba que sua fonte de vida não era seu marido, seu casamento ou seus negócios, mas a fé que ela tinha em Jesus Cristo. A mesma fé que a arrebatou no convento e a fez largar tudo para se dedicar à causa da Reforma Protestante. Com certeza, sem a sua Catarina não teria a força, o vigor e a coragem que tinha para sustentar uma vida tão atarefada.

Sem escrever nenhum tratado teológico, Catarina de Bora contribuiu para a Reforma ao testemunhar Jesus na forma em que conduzia seu casamento, sua família e seus negócios. De fato, podemos aprender com ela que é possível glorificar a Cristo mesmo em meio à uma vida privada, atarefada e familiar.

 

fonte: http://www.mulherespiedosas.com.br/mulheres-piedosas-da-historia-katharina-von-bora-por-layse-anglada/

 

Esse mês traremos histórias de mulheres para nos encorajar ainda mais em nossa jornada. Se você gosta de ler temas relacionados à teologia, com certeza já ouviu falar de Francis Schaeffer. Hoje conheceremos um pouco sobre sua esposa, Edith Schaeffer. Ela escreveu apenas dois livros a menos que seu esposo, somando 20 livros. Dois de seus livros publicados ganharam o Prêmio Medalhão de Ouro da Associação de Editoras Cristãs Evangélicas. O fato de não termos conhecimento de todos esses seus livros se dá por conta de apenas poucos deles terem sido traduzidos para o português.

Edith Seville nasceu na China em uma cidade chamada Wenzhou, seus pais eram missionários em serviço no interior desse país. Depois eles vieram para os EUA onde ela cresceu. Edith morou na Pensilvânia onde também conheceu seu esposo Francis Schaeffer e frequentou o Beaver College.

Um pouco da história de Edith Schaeffer

A saber, a maneira como Edith conheceu seu esposo Francis Schaeffer é peculiar. Durante um período de férias de seus estudos acadêmicos, Francis Schaeffer vem visitar sua família na Pensilvânia, e ele vai para a antiga igreja que  frequentava. Nesse dia a igreja realizaria uma palestra para jovens, em que o palestrante, um ex membro da igreja, chamado Ed Bloom, vai palestrar sobre: “Como eu sei que Jesus não é filho de Deus e como eu sei que a Bíblia não é a palavra de Deus”. Perceba o nível do desafio para Edith e um jovem seminarista como Francis, se deparar em uma palestra com esse tema. Claramente a igreja tinha se tornado  liberal.

Assim, o registro que temos desse episódio vem dela. Edith diz que sentiu muito desconforto com o que estava acontecendo ali. Temos o registro dos dois fazendo uma defesa da fé ortodoxa. Cada um com seus argumentos, Edith é mais articulada para falar, ela apresentará argumentos de professores do Westminster Theological Seminary que eram amigos de seu pai. Nesse episódio ambos ficam admirados um com o outro. Após esse dia  eles começam um relacionamento por meio de cartas até que Schaeffer terminasse seus estudos e voltasse a morar na sua antiga cidade. Três anos depois da situação da palestra, eles se casam.

Pelo fato de Edith ter sido criada em um contexto missionário, ela estava acostumada a fazer do simples algo marcante. O casamento deles não foi nada glamoroso. Já na lua de mel, em uma cabana, eles precisaram primeiro fazer uma faxina nela antes de sua lua de mel. Edith costurava ternos masculinos e vestidos de mão-cheia para que seu esposo pudesse continuar seus estudos. Em seu livro “A celebração do Matrimônio” você pode ler e conhecer mais sobre essas histórias.

A Simplicidade que transforma                 

Certamente você pode ler coisas fantásticas sobre a história de Edith. Mas uma das coisas que eu gosto a respeito da história dela, é o quanto ela acreditava na criatividade que existe em cada um de nós. Desde pinturas, escritas, jardinagem e decoração, nada era considerado simples ou irrelevante ao seu olhar. Não é inspirador pensar assim?

Das muitas histórias que você pode ler sobre ela, você verá que a sua marca é hospitalidade. As pessoas que frequentavam a casa dos Schaeffers se sentiam como parte da família. Ela fazia coisas simples, como uma decoração de mesa, se tornar uma experiência para quem os visitava. Era a simplicidade que transformava a vida de quem os visitava.

Mesmo que ela não tivesse escrito seus livros, ainda assim teríamos relatos e testemunhos de pessoas que foram abençoadas pela forma de servir de Edith. Essa frase pode nos indicar um pouco de como era a fama dela “Os pãezinhos de canela da Sra. Schaeffer levou tantas pessoas a Cristo quanto os sermões do Sr. Schaeffer”. Ainda assim, seus livros escritos são de riquíssimo conteúdo familiar e devoção.

Aprendendo sobre hospitalidade com Edith Schaeffer

Em resumo, poderíamos falar de muitas outras histórias tanto de Edith quanto do casal. Mas sem dúvidas, hospitalidade é algo que podemos aprender no exemplo dela. A princípio, podemos entender que com o pouco que temos hoje já é possível marcar a vida de pessoas à nossa volta. Veja bem, cordialidade é algo acessível a todos. Nós mulheres temos o dom de acolher, devemos colocar isso em prática.

Por certo, o ato de se doar é uma característica dada para nós, mulheres,  já parou para pensar que quando nasce um filho, a mulher se doa por muitos anos em prol dessa vida? Abrir mão de seu conforto, de seu sono e muitas mulheres se doam a ponto de darem uma pausa em suas carreiras por suas famílias.

Para exemplificar, esses dias, uma pessoa muito querida me surpreendeu. Ela é uma excelente dentista, dessas que vivia com a agenda cheia, era difícil marcar horário com ela. Lembro-me de sua tristeza em não conseguir engravidar. E em uma de nossas consultas com ela, eu e minha mãe oramos e choramos naquele consultório pedindo a graça de Deus para que ela engravidasse. Pouco tempo depois ela engravidou e hoje já está com seu filho de quase dois anos.

Aliás, sabe aonde ela me surpreendeu? Quando ela declarou em suas redes sociais uma “Nota de Despedida”. Nessa nota ela declarou estar fazendo uma pausa em sua carreira para estar mais presente com sua família. Sim, essa graça é dada para as mulheres. Pois, todo ser humano direta ou indiretamente, tem em sua formação, a participação efetiva e eficazmente de uma mulher. Isso não desgasta a mulher, isso a torna feminina.

Praticando a hospitalidade

Por fim, se você já é casada, tem sua casa, faça como a Edith, e torne esse o lugar mais aconchegante para sua família e todos que frequentarem seu lar. Se você for sozinha, isso não é motivo para não praticar hospitalidade. A hospitalidade implica em abrir espaço e fazer as pessoas se sentirem bem-vindas. Isso pode ser tanto em nossos lares como em nossas igrejas.

Aliás, Jesus é o nosso exemplo de hospitalidade. Ele não fez acepção de pessoas. Por vezes, podemos  praticar cordialidade sendo bons ouvintes para aqueles que não têm com quem conversar. Além disso, podemos ser hospitaleiros ao aconselhar com sabedoria. Ou até mesmo, servindo uma refeição preparada com amor ao acolher a todos que se sentarem à nossa mesa.

Edith Schaeffer morreu em 2013 e deixou um legado enorme sobre como tornar a simplicidade do dia a dia mais bela. Quando os Schaeffers decidiram abrir sua casa para ajudar jovens estudantes com suas dúvidas sobre Deus, a respeito do mundo e suas vidas pessoais, surgiu então, o que conhecemos hoje como o L’Abri Fellowship, palavra francesa traduzida por “Abrigo”. A hospitalidade continuou a ser a marca que ajuda as pessoas nas reflexões sobre a vida cristã em todos os L’Abris pelo mundo.

Assim como Edith Schaeffer, nós podemos trazer luz na simplicidade do dia a dia. Trazer beleza com a fé.  Amando, servindo e sendo um bálsamo em meio a tantos conflitos. Encaminhando a Deus aqueles que em sua caminhada cristã ainda precisam de ajuda.  Demonstrando a realidade de Deus em como viver a beleza de nossa humanidade por meio da vida de Cristo.

 “Permaneça o amor fraternal. Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos”. (Hebreus 13:1,2)

Susanna Wesley, quem foi essa mulher e o que ainda hoje ela tem a nos ensinar? 

Primeiramente, precisamos entender que uma mulher tem o poder e graça de conduzir uma casa e uma família. Aliás, a palavra nos fala sobre isso de tantas formas que  se torna claro conforme entendemos o papel da mulher na história e o que Deus espera de nós. 

Abre a sua boca com sabedoria, e a lei da beneficência está na sua língua.

Está atenta ao andamento da casa, e não come o pão da preguiça.

Levantam-se seus filhos e chamam-na bem-aventurada; seu marido também, e ele a louva. Provérbios 31: 26-28 

Neste texto vou compartilhar um pouco sobre uma mulher que através de devoção, disciplina e ensinos da palavra fez com que seu nome se tornasse importante na história. 

Inegavelmente, seus filhos se tornaram homens poderosos em Deus. Certamente, muito disso se deve a uma mulher que entendeu o poder de uma mãe que ensina seus filhos a importância de uma vida diária com Deus. 

Uma mãe que entendeu o que bons exemplos podem fazer na vida de uma criança. Além disso, uma mulher com uma disciplina admirável e única que nos mostrou claramente que não importa quantos filhos venhamos ter ou quão ocupadas estejamos com as nossas tarefas, precisamos prezar ao nosso Deus e a nossa família 

Essa mulher é Susanna Wesley. Ela viu sua casa pegar fogo e um dos seus filhos, no caso John Wesley, ser retirado com vida. Foi uma resposta rápida de oração feita naquele momento de tensão. 

Ela viu alguns de seus filhos morrerem sem nem chegarem à idade adulta e sua família passar por privações e até mesmo perseguições. 

Ainda assim, Susanna continuou crendo e dedicando seus dias a Deus e sua família.

Quem foi Susanna Wesley?

Susanna era filha de um pregador e a vigésima quarta de uma família de 25 filhos. Nasceu na Inglaterra em 20 de Janeiro de 1669, se casou bem jovem com o reverendo Samuel Wesley e com ele teve 19 filhos. Dois deles, foram homens extremamente importantes para a história da propagação do evangelho na Inglaterra, na Europa, nos Estados Unidos e em outras nações. 

Para falar dela, talvez seja mais fácil mencionar o nome de dois de seus filhos. Assim, poderemos entender um pouco do quão importante foi essa mulher na história: John e Charles Wesley, este último também lembrado pelas muitas canções que compôs. 

Seus filhos foram os líderes do movimento metodista, homens importantes quando falamos em vidas dedicadas ao evangelho. Com efeito, ela é chamada carinhosamente de Mãe do Metodismo no mundo. 

Ademais, Susanna Wesley tinha um tempo todos os dias dedicado ao Senhor, educou seus filhos na Palavra e os alfabetizou usando partes da bíblia. Além disso, ela também dedicava um tempo para cada um dos seus filhos individualmente. 

Inegavelmente, quando olhamos para o legado de John e Charles Wesley, iremos encontrar em suas histórias o nome de sua mãe. Porque na maioria das vezes essa mulher soube ser uma mãe que ensinou seus filhos e filhas a ser tementes a Deus. 

Sobretudo, Susanna Wesley entendeu muito cedo que para ter êxito como esposa e mãe, ela necessitava aprender isso através dos seus momentos com Deus. 

Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá.

Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude.

Como é feliz o homem cuja aljava está cheia deles! Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no tribunal. Salmos 127:3-5

O que podemos aprender com Susanna Wesley?

1- Precisamos ter e priorizar nosso tempo diário com Deus

2- Mães podem e devem ser responsáveis em educar seus filhos nos caminhos do Senhor. 

3- Devemos priorizar a família 

4- Susanna considerou sua família como o seu campo missionário e isso a fez alcançar muitas nações através de seus filhos 

6- A obediência gera frutos eternos

7- Amor e devoção podem resultar em um legado grandioso 

8- Disciplina, ensinada da maneira correta, produzirá uma grande e eterna colheita

9- As dores e provações servem para que possamos ver o poder de Deus agindo em nós e através de nós

10- Independente da sua esfera de influência é possível marcar a história e as vidas ao seu redor

 

Através da vida de  Susanna Wesley que possamos refletir sobre a forma como vivemos, ela é  um exemplo a ser seguido por todos nós. 

Acima de tudo, um exemplo de mulher que orava e ensinava sua família ao ponto de tornar isso um modelo a ser seguido pelo mundo. 

O autor inglês Isaac Taylor diz:

“Susanna Wesley foi a mãe do metodismo no sentido moral e religioso. Sua coragem, sua submissão à autoridade, a firmeza, a independência e o controle de sua mente, o fervor de seus sentimentos devocionais e a direção prática dada a seus filhos brotaram e se repetiram muito visivelmente no caráter e na conduta de seu filho John. Poucas mulheres na história possuíram a sensibilidade espiritual, o vigor e a sabedoria de Susanna Wesley.”

Em conclusão, deixo uma frase de um dos seus filhos: 

“Aprendi mais sobre o cristianismo com minha mãe do que com todos os teólogos da Inglaterra.” – John Wesley 

 

Os desafios de ser uma mulher no século 21 são significantes. Eu sou uma mulher há quase 50 anos e acho que é mais difícil agora do que era antes. Por que eu acho isso? Por causa da pressão constante e comparação em que nos colocamos.

O que você não vê no instagram

Mulheres têm mais oportunidades agora do que nunca antes, mas a natureza das nossas vidas públicas aumentou e agora tem uma luz destacando a nossa necessidade de provar o nosso valor. O jogo da mídia social é intenso. Eu sou grata pois não havia Instagram quando eu era uma mãe jovem, por exemplo. Eu tinha tantos momentos que não eram viáveis de postar e que, com certeza, não iam ganhar curtidas. 

Nós usamos as mulheres dos anos 50 como uma referência de mulheres que eram cobertas de deveres domésticos e nos sentimos mal por elas. Nós ainda sentimos essa pressão, mas, como mulheres, nos colocamos debaixo de maior pressão ainda através do postar sobre tudo. Quando eu cozinho uma refeição deliciosa e posto, me divirto nas curtidas e nos comentários de como realmente parece estar saborosa e de “como que eu acho tempo para conseguir cozinhar essas criações incríveis”, e blah blah blah. A verdade é que já fiz refeições que até um cachorro morrendo de fome não iria sequer tocar, muito menos postar uma foto para o mundo inteiro avaliar.

A vida real

A versão Instagram das nossas vidas é incompleta, mas ainda continua sendo o padrão pelo qual nos avaliamos. Você já entrou no seu Instagram e viu a vida perfeita de todo mundo só para se sentir desencorajada, sozinha e batalhando com fracasso? Eu sei que eu já. Uma mulher incrível uma vez me disse: “Você não pode ser super bonita, fazer uma janta incrível, arrasar no trabalho, ter uma casa limpa e ter crianças perfeitas no mesmo dia”.  Me lembro de me sentir, ao mesmo tempo, aliviada e frustrada enquanto ela me dizia isso. Além disso, pensava que se tentasse mais iria conseguir, mas sabe o quê?  Eu tentei mais, só que não consegui. Todos os seus seguidores do Instagram e amigos também não estão fazendo tudo perfeito. De uma certa forma Instagram é uma mentira. Ele tira um print de um momento de 10 segundos e agora o tempo parou bem naquele momento e foi elevado acima da realidade e colocado o padrão mais alto para alcançar a perfeição. Meus amigos, isso é um lixo. 

Mudando a perspectiva

A vida é sobre ritmos e não avaliando cada dia como se fosse um único dia. É sobre ver as nossas vidas num prazo maior.  Eu creio que Deus nos avalia de uma forma bem diferente do que imaginamos. 

Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” – 1 Samuel 16:7  

Eu vivo de maneira diferente quando estou ciente de que Deus está olhando meu coração e não a aparência externa ou o sucesso definido pelos outros. Então, estou falando para desistir do Instagram? Não, nenhum pouco. Eu estou dizendo para viver com um olhar diferente, para um audiência de um só. Deixe que aqueles olhos olhem para você ao longo dos vários dias da sua vida para te definir.

Era uma noite chuvosa e, em uma pequena casa podia-se ouvir, vindo do quarto, o choro de uma mulher. Era Mônica. As lágrimas escorriam em seu rosto. Insistentemente ela clamava ao Senhor para que olhos do coração de seu filho, Agostinho de Hipona, pudessem ver Jesus.

Os antigos manuscritos contam que Mônica, desde criança, era religiosa e disciplinada. Católica, nasceu em 332 em Tagaste, Argélia. Ela crescera em um  lar abastado e foi educada por uma escrava, a qual criava os filhos dos seus senhores. E, de certa forma, a história de sua criação fez com que ela fosse inclinada a ajudar os menos favorecidos.

Uma entrega sincera

Mônica foi capturada pelo Senhor e entendeu que não há vida fora Dele. Uma das expressões de sua fé foi um coração entregue ao propósito de ver a conversão de seu filho primogênito. Os outros dois filhos já haviam se convertido ao catolicismo.  Mônica também enfrentava dificuldades no casamento, seu marido tinha um temperamento violento. Contudo, Mônica, pacientemente, perseverou em oração.

A mãe de Agostinho entendia quem ela era em Deus e, por isso, movia-se com convicção. Queria que seu filho e marido experimentassem do mesmo relacionamento íntimo que tinha com o Senhor. E então, por meio da oração, concordava com os planos e propósitos de Deus para Agostinho e seu marido.

Podemos perceber através de breves relatos da história de Mônica que ela não considerava de pouco valor, aquilo que ela cria que Deus tinha colocado em seu coração: clamar pela salvação do filho e do marido. E, ainda que as pessoas ao seu redor não cressem nesses milagres ou até mesmo que suas orações nem fossem respondidas enquanto estivesse viva, ela posicionou seu coração em Deus, colocando-se como e a principal intercessora de sua família.

Movida por fé

Agostinho levava uma vida devassa e rebelde, e isso sempre gerou preocupações para Mônica. Certa vez, angustiada, foi até uma igreja em Cartago à procura de um bispo para poder conversar sobre seu filho. Com lágrimas nos olhos, Mônica ouviu do bispo: “Vai em paz e continua a viver assim, porque é impossível que pereça o filho de tantas lágrimas.” Essas palavras consoladoras a motivaram a perseverar em oração por Agostinho.

Uma de suas felicidades foi ver seu marido convertido a Jesus Cristo. E, mesmo no leito de morte ele foi batizado. Sua alegria foi completa quando Agostinho, em agosto de 386, rende-se ao Senhor. Em “Confissões” (VIII-12) o teólogo narra a reação de sua mãe ao contar sobre sua decisão: “Ela rejubila. Contamos-lhe como o caso se passou. Exulta e triunfa, bendizendo-Vos, Senhor, ‘que sois poderoso para fazer todas as coisas mais superabundantemente do que pedimos ou entendemos’. Bendizia-Vos porque via que, em mim, lhe tínheis concedido muito mais do que ela costumava pedir, com tristes e lastimosos gemidos.”

Convicção

Agostinho tornou-se um importante teólogo e filósofo que impactou os primeiros séculos do Cristianismo. A devoção de Mônica ao Senhor fez com que seu coração enchesse de esperança e coragem para orar pela conversão de seu filho.  Aos olhos do ativismo que este século vive, isso pode ser pouca coisa: “Mônica poderia estar fazendo outras coisas” no lugar das longas horas de intercessão pelo filho afastado do Senhor. Até mesmo isso deve ter passado em alguns momentos em sua mente, porém ela sabia que a oração era a única e a mais importante atitude a ser tomada. Isso mudou o curso de sua História, a de Agostinho e de tantas pessoas que foram alcançadas pelo testemunho e ensino de seu filho. O amor de Deus trouxe convicção para que Mônica persistisse no lugar de oração por sua família.

Há muito tempo, mas não muito distante da nossa realidade, existiu uma mulher que deu tudo de si para viver os sonhos de Deus. Ela se chamava Marie Dentirère, mas poderia facilmente ser reconhecida como “filha ousada e corajosa”. Era assim que Deus a chamava todos os dias.

Marie nasceu em uma cidadezinha nobre conhecida como Flandres, localizada na Bélgica, no ano de 1495. Poderia ter sido mais uma mulher que nasceu naquele dia, mas a sua vida foi de pura dedicação à palavra do Senhor.

Essa corajosa mulher de Deus já foi católica, freira e por isso, passou boa parte de sua vida em um convento agostiniano. Apaixonada por literatura, Marie tinha livre acesso às bibliotecas o que a fez descobrir alguns escritos de Martinho Lutero, convertendo-se à Reforma Luterana em 1524.

Uma vida nada ordinária

Quando se converteu à Reforma Luterana, Marie abandonou o convento que ela morava e fugiu para Estrasburgo. Um lugar de encontro dos protestantes franceses, e de outros protestantes que também eram perseguidos em suas respectivas nações. Marie ficou durante quatro anos em Estrasburgo com o seu amigo Guilherme Farel, um dos líderes da Reforma Protestante, acompanhando-o nas evangelizações.

Em 1528, casou-se com o ex-padre Simon Robert com quem teve dois filhos. Após cinco anos de casamento, Marie perdeu o seu esposo. Ela casou novamente com Antoniere Froement, um jovem pregador da palavra de Deus.

Após se mudar para Genebra em 1535, Marie se tornou a primeira mulher teóloga na Reforma. Onde também enfrentou fortes oposições do Duque de Saboia. E diversas outras oposições vindas de diferentes líderes católicos que não possibilitavam publicações escritas por mulheres.

Vivendo à luz da verdade

Mesmo sendo uma mulher que amava a Deus de todo o seu coração e viveu João 8:32 conhecendo a verdade que liberta, Marie não ficou livre de dificuldades  e perseguições, muito pelo contrário, as coisas em sua vida se intensificaram todas as vezes que ela se posicionava.

Marie Dentière escolheu ser a mulher que levantava a coroa de outras mulheres. Ela sempre encorajou suas irmãs em Cristo a não perderem sua fé. E nem terem medo de serem rejeitadas por pregarem a palavra de Deus. Ela escreveu um prefácio para o sermão de Calvino sobre as vestes das mulheres e como elas deveriam guardar a sua santidade. Esse sermão foi impresso, porém confiscado pelo governo de Genebra e o gráfico responsável por sua impressão foi preso.

Em uma visita ao convento de Jussy, numa ida para tentá-lo converter à Reforma, ela professou uma das mais fortes declarações sobre a sua fé: “Passei muito tempo na escuridão da hipocrisia. Mas somente Deus foi capaz de fazer-me enxergar minha condição e conduzir-me à luz verdadeira”.

Uma grande encorajadora

Em sua carta de Defesa das Mulheres, Marie escreveu uma carta para a rainha Marguerite de Navarra, fazendo um apelo para que ela intercedesse junto ao seu irmão e Rei da França, para que a divisão entre homens e mulheres fosse eliminada, pois elas também recebiam revelações que não podiam ficar apenas em secreto.

Marie em todo momento foi perseguida e caluniada, mas nunca deixou de fixar os seus olhos no Autor e consumador de sua fé. A história dela talvez não seja tão diferente da que você vive hoje. Possivelmente você se vê na posição de Marie, e tudo que Deus precisa é de mulheres como você. Mulheres que estão dispostas a não largar a mão de seu Pai. Corajosas para viverem distintas dos que são maioria e viverem à luz da Bíblia.

Em uma era de comparações e pressões, escolha ouvir as verdades de Deus sobre você. Acredite que você nasceu uma mulher pronta para vencer. Ter ousadia para proclamar o Reino. Corajosa o suficiente para viver uma realidade de entrega. Deus te fez a imagem e semelhança dEle, por isso, viva nessa plenitude.

Imagine se empoderar das verdades contidas em Deus sobre você. Silencie os ruídos e as palavras contraditórias. Ouça apenas o comando do seu Pai te guiando para uma jornada de aventuras e sem medo ao lado dEle.

Débora foi uma mulher forte que soube se posicionar diante das diversas circunstâncias. Ela foi alguém à frente do seu tempo.

”Débora, uma profetisa, mulher de Lapidote, liderava Israel naquela época.
Ela se sentava debaixo da tamareira de Débora, entre Ramá e Betel, nos montes de Efraim, e os israelitas a procuravam, para que ela decidisse as suas questões.” Juízes 4: 4,5

Ela foi uma juíza, uma profetiza e uma mãe em Israel. Débora assumiu grandes responsabilidades diante do seu povo e Deus era com ela. Essa é mais uma prova viva de que Deus é Aquele que chama e é Aquele que dá as condições necessárias.

Débora provou que Deus usa meios e caminhos que aos olhos dos homens não seria a melhor escolha.

Primordialmente, essa mulher venceu limites e lutou guerras para cumprir plenamente seu chamado.

Inegavelmente, ela foi uma mulher capaz de governar Israel e também de dar ordens militares a um homem e fez isso com a benção de Deus.

Deus também está chamando você

Aliás, imagine por um momento o que Deus pode fazer através da sua vida?

Muitos podem se perguntar: o que Débora tinha para oferecer? Ela tinha coragem e fé. É o suficiente.

Vemos que, a liderança dessa grande mulher nos prova que a autoridade verdadeira e efetiva vem somente de Deus.

Certamente, a bravura e a coragem dela se tornaram a história que hoje nos incentiva a crer.

Contudo, Débora surgiu em meio a um cenário de opressão no qual o povo vinha sendo oprimido cruelmente durante vinte anos.

Foi neste tempo, após o povo clamar ao Senhor, que ela manda chamar Baraque e dá a ele uma direção para vencer o exército inimigo.

Entretanto, Baraque só aceitou ir para a batalha se Débora fosse com ele.

“Débora mandou chamar Baraque, filho de Abinoão, de Quedes, em Naftali, e lhe disse: “O Senhor, o Deus de Israel, lhe ordena que reúna dez mil homens de Naftali e Zebulom e vá ao monte Tabor.Ele fará que Sísera, o comandante do exército de Jabim, vá atacá-lo, com seus carros de guerra e tropas, junto ao rio Quisom mulher, e os entregará em suas mãos”. Baraque disse a ela: “Se você for comigo, irei; mas, se não for, não irei”. Juízes 4:6-8

Carregando a Presença de Deus

Certamente, Baraque sabia que ela carregava a Presença e a autoridade de alguém que anda com Deus. Observe abaixo a resposta dela:

Respondeu Débora: “Está bem, irei com você. Mas saiba que, por causa do seu modo de agir, a honra não será sua; porque o Senhor entregará Sísera nas mãos de uma mulher”. Então Débora foi a Quedes com Baraque,
onde ele convocou Zebulom e Naftali. Dez mil homens o seguiram, e Débora também foi com ele.” Juízes 4:9,10

Ademais, o exército do Senhor venceu seus inimigos exatamente como o Senhor tinha dito e Débora e Baraque entoaram um cântico ao Senhor.

“Nos dias de Sangar, filho de Anate, nos dias de Jael, as estradas estavam desertas; os que viajavam seguiam caminhos tortuosos.Já tinham desistido os camponeses de Israel, já tinham desistido, até que eu, Débora, me levantei; levantou-se uma mãe em Israel.Quando escolheram novos deuses, a guerra chegou às portas, e não se via um só escudo ou lança entre quarenta mil de Israel.Meu coração está com os comandantes de Israel, com os voluntários dentre o povo. Louvem o Senhor! Vocês, que cavalgam em brancos jumentos, assentam-se em ricos tapetes, que caminham pela estrada, considerem! Mais alto que a voz dos que distribuem água junto aos bebedouros, recitem-se os justos feitos do Senhor, os justos feitos em favor dos camponeses de Israel. Então o povo do Senhor desceu às portas.
‘Desperte, Débora! Desperte! Desperte, desperte, irrompa em cânticos! Levante-se, Baraque”. Juízes 5:5-12ª

Dessa maneira, oro, pois sei que esse é o desejo do Senhor, que se levantem mais mulheres como Débora. Fortes, destemidas e completamente dependentes de Deus. Que possamos, como ela, fazer nossa parte e deixar uma marca de Deus na história.