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A Graça Vence

fraqueza

A Graça vence

Nessa jornada um paradoxo se coloca repetidamente a nossa frente. A nossa fraqueza e os nossos processos de amadurecimento, versus o zelo e o compromisso do Senhor.

Confesso que não é uma luta pacífica. Com isso, adianto o resultado: a graça vence e sua fraqueza não pode contê-lo.  Por causa disso, encontramos alegria em sermos vencidos pelo Seu Amor furioso. Que nos coloca afinados a história que Ele está orquestrando.

Não sei, se é só comigo, mas você já passou por momentos que quase desiste de você mesmo? É como perder a esperança sobre ser o que deve ser. Como se toda a força que você fizesse pra ser  simplesmente não estivesse funcionando. Você está com aquele sentimento de estar cansado, de si mesmo? Cansado das próprias fraqueza? Do próprio pecado?  Ao olhar para si só consegue enxergar essas coisas. Sentimentos como impotência, desesperança, frustração, e muita vergonha são quase palpáveis nesses momentos.

Incontáveis vezes me peguei diante de Deus frustrada. E até ofendida por não conseguir mudar certas coisas em mim. Questionando o porquê Ele não as mudava. Na audácia de achar que eu sou a mais interessada na minha transformação (risos).

E pelo Espírito – gentilmente – o Senhor me lembrava que a fidelidade Dele ultrapassa (e muito) a minha, o compromisso Dele comigo é muito mais inabalável que o meu para com Ele, que Seu amor por mim não pode ser maior do que já é, diferente do meu por Ele que ainda está crescendo e amadurecendo.

Ele está feliz

Sabe esses momentos? Eles são orquestrados pelo Senhor, eles fazem parte do plano divino para nos moldar. Eles fazem parte das “coisas que cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Rm 8:28); mesmo que doa, incomode, nos pressione, nos desconstrua ou nos “quebre”. Ele não está aborrecido ou frustrado, Ele está feliz. Deus pode ser comparado com uma mãe que não se chateia com o processo de crescimento e desenvolvimento de seu bebê, todavia se alegra com isso.

 

“Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” (Fl 1:6)

 

Acredite: não é dor inútil! O processo e a provação são expressões do zelo e do compromisso do Senhor com o meu e o seu coração, e mais do que isso ele está comprometido com a história que Ele planejou para humanidade, história de redenção e relacionamento.  E falando em compromisso, como é uma injeção de esperança essa verdade a respeito de Deus.

Ele é Deus zeloso! Seu zelo é forte como a morte, como fogo consumidor e ardente, Seu amor é intenso em te buscar no mais profundo pecado, furioso em lutar por você, sua fraqueza não pode contê-Lo, e Ele está comprometido em te tornar irrepreensível, a imagem do seu Filho até àquele Dia; e sabe que tipo de compromisso é esse? É eterno, antes de eu ou você existirmos Ele já estava comprometido.

Enquanto estamos sendo fiéis Ele a dois, cinco, dez, vinte anos Ele é fiel de forma atemporal, é incontável os anos da Sua fidelidade, é parte do seu ser eterno e da sua intenção em nos ter com Ele. É infinito, é intenso, imutável e inabalável.

 É o Senhor quem está construindo algo em nós.

Por isso há alegria no meio dessas estações. Não estou falando de maneira hipócrita, que mesmo triste e pressionado internamente você vai sair rindo por ai, porém estou afirmando que há real satisfação, profundamente arraigada no propósito do Eterno, o deleite de entrar em sintonia com a história Dele, alcançando plenitude é o que Tiago fala.

 

“Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria sempre que passarem por qualquer tipo de provação, pois sabem que, quando a sua fé é provada, a perseverança tem a oportunidade de crescer. E é necessário que ela cresça, pois quando estiver plenamente desenvolvida vocês serão maduros e completos, sem que nada lhes falte.” (Tg 1:2-4)

 

Quero lembrar de algo hoje: há deleite e alegria no processo e na provação que sua graça nos atrai. É o Senhor quem está construindo algo em nós.  Por causa de seu favor imerecido Ele está transformando em beleza o que era fraqueza (Is 61:3). É a mão Dele nos tocando mesmo quando sentimos que é pressão, faz parte do moldar, são Suas mãos que seguram o nosso coração, podemos confiar nisso (Is 64:8).

Podemos nos alegrar no processo porque a estrada que Ele revela a escuridão que ainda há em nosso coração é o mesmo que logo Ele derramará luz (Sl 18:28). O caminho que Ele ressalta nosso pecado e fraqueza é o caminho que Ele  fortalecerá o amor e nos deixará puros (Sl 66:10). A noite escura que Ele nos abala precede o amanhecer que Ele nos colocará sob firme fundamento (Os 6:1). O dia que nos humilhamos terminará com revelação do que somos no coração Dele (Mt 23:12). A oração que pedimos por misericórdia Ele responderá também com sublime e abundante graça (Sl 103:10). Deixe isso te vencer; não podemos esgotar Sua graça!

Não conheço as suas fraquezas e nem mesmo as tentações que têm enfrentado, mas sei muito bem quais são minhas próprias lutas. Se manter no caminho de pureza não é tarefa fácil e, quando me refiro a isso, não estou falando apenas de questões sexuais. Na verdade, ter um coração puro diante de Deus e dos homens engloba todos os aspectos da vida.

Há promessas para aqueles que se sentem fracos e precisamos nos lembrar dessas verdades. O primeiro ponto a se ater, é que o Espírito Santo de Deus, nos assiste em nossas fraquezas. Então, paremos para pensar no tipo de batalha que temos travado todos os dias, seja em nosso trabalho, nossa família ou até mesmo na Igreja em que frequentamos. Temos um ajudador que se importa com o nosso coração.

“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza…” Romanos 8.26a

O mundo está cheio de malícia e maldade, e mesmo sem perceber, começamos a desconfiar de tudo e de todos a nossa volta. Passamos a pensar e a esperar o mal do nosso próximo, talvez como uma forma de proteção. Nem um de nós gosta de se decepcionar. Isso nos faz deixar de cultivar o amor que Jesus nos ensinou a manifestar. E até podemos nos preocupar mais com as “marcas” externas, ou aquilo que parece ser, e nos esquecemos das profundezas da Palavra que nos fora ensinada pelo Senhor. Às vezes, nos tornamos legalistas, e outras, libertinos. Nem um destes porém, é o desejo de Deus para nós.

Para a liberdade foi que Cristo nos libertou.” Gálatas 5.1 – Com o quê se  parece essa tal liberdade? Como podemos vê-la operando em nossa própria vida? Como alcançar vitória sobre nossas fraquezas? Sobre o julgar, até mesmo a nós mesmos e os que estão ao nosso redor? Nos esquecemos de tirar dos nossos olhos aquilo que no cega e nos mantém afastados do Senhor e de relacionamentos saudáveis. Encontramos verdadeira liberdade quando corremos para o Senhor, nos tornando vulneráveis diante do nosso Consolador.

Sabemos que Ele opera em nós, quando suas marcas transparecem através de nossas ações. Seus frutos não podem ser escondido ou apagados. Lembra-se do que está descrito em Gálatas?

“Mas, o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.” Gálatas 5.22-24

Só vamos lidar com as nossas fraquezas correndo para o Senhor, nos aproximando, mesmo quando não temos palavra a serem ditas. Lembre-se: O Espírito ora por nós, está conosco e nos sonda. Ele esquadrinha o nosso coração e d’Ele não devemos fugir.

O jejum é uma ferramenta poderosa para alcançarmos a Deus. Em nossa comunidade, uma das frases mais comuns e significativas utilizada para pregar sobre este tema é: “O jejum é o processo de abraçarmos uma fraqueza voluntária que nos aproxima de Jesus”.

Veja o que este salmo nos diz: De jejuar estão enfraquecidos os meus joelhos, e a minha carne emagrece”. Salmos 109:24

Pense como durante esses períodos em que estamos jejuando  somos conduzidos a este lugar onde até mesmo nossas forças são enfraquecidas, revelando dependência e abrindo espaço para a fome que cria em nossos corações uma condição de maior sensibilidade.

Quando abrimos mãos de prazeres lícitos para encontrar Jesus, estamos declarando que a graça do Senhor é totalmente suficiente. Neste momento, podemos ter a convicção de que o Seu poder será aperfeiçoado em meio às nossas fraquezas, de que o perceberemos como Aquele que preenche as nossas almas e sacia nosso apetite.

“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo” .2 Coríntios 12:9

Minha oração é que nestes dias a nossa fome espiritual possa ser aguçada como uma necessidade de intimidade com Jesus. Que o clamor pela ausência do Noivo seja liberado sobre nós como uma grande expectativa de que podemos encontrá-lo. “…Dias, porém, virão, em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão”. Mateus 9:15b.

Que a presença de Cristo possa tomar nosso interior como um prazer superior, como  nenhum alimento é capaz de fazer. Que sejamos conduzidos ao lugar onde essa fraqueza voluntária é convertida em paixão profunda pela presença de Jesus!