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Intensivo Fascinação

O que é um sacrifício? O dicionário define com dois sentidos possíveis: “uma oferta feita à uma divindade em cerimônias, ou uma renúncia voluntária a algo que se possui visando algum resultado específico”. Na verdade, para o ser humano moderno, é muito fácil entender o segundo sentido. Visto que se dedicar a uma vida sacrificial por algum resultado é algo intrínseco da sociedade “meritocrática” em que vivemos. 

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”  (Romanos 12:1)

Sacrificar algo para atingir um fim é algo ministrado ao coração do ser humano desde a infância. Pois, nos momentos em que todos estão frequentando a escola,  somos inseridos em um sistema em que aqueles que se divertem menos para estudar mais (sacrifício) recebem melhores notas. E assim, frequentemente são recompensados pelos professores, como uma forma de estímulo para que continuem estudando mais. 

 

Deus deseja obediência e não sacrifício

Na perspectiva basilar, cabe a análise de como Deus considerava os sacrifícios no antigo testamento e como Ele passou a enxergar isso no novo testamento. Será que o Senhor mudou sua opinião? Será que Deus mudou seu caráter e deixou de considerar bom aquilo que exigia do povo antes? 

Durante o pentateuco, mais especificamente em Levítico, do 1 ao 7, o Senhor entregou os estatutos da Lei para o povo, por meio de Moisés. Assim, Ele também estabeleceu como o sacrifício deveria ser feito. E assim, Ele entregou os estatutos sobre quantidades, maneiras, motivos e o que deveria ser feito pelo sacerdote e pelos levitas. 

Nesse sentido, vê-se que o Deus de ordem organizou tudo e deixou regras para seguir-se. E, portanto, exigiu sacrifícios para perdoar pecados, e pediu que aqueles que tivessem seu coração tocado entregassem ofertas voluntárias a Ele. Portanto, deveria ser por vontade, e não por obrigação. 

Mais tarde, em 1 Samuel 15, Saul desobedeceu a ordem divina de destruir completamente os amalequitas, guardando o rei deles e o melhor dos rebanhos. Ele fez isso sob a desculpa de que usaria esses bens para sacrificar e render holocaustos ao Senhor. Então, vemos Samuel repreendendo a Saul com a seguinte frase: ”o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros”. 

Por que o Deus que estabeleceu regras sobre sacrifícios a Ele, depois diz que prefere obedecer do que sacrificar? Na verdade, Deus nunca quis que o povo sacrificasse pedindo perdão a Deus pela desobediência, visto que, antes, Ele deseja nosso espírito quebrantado, e que obedeçamos àquilo que Ele nos tem pedido. 

 

Uma entrega voluntária

Na verdade, Deus, quando deixou as regras a respeito dos holocaustos, Ele não queria que fosse necessário ao povo a realização de uma expiação pelos pecados, Ele apenas liberou essa possibilidade por sua maravilhosa graça e misericórdia, e vontade de redimir os pecadores. 

No fim das contas, o que agradaria a Deus seriam as ofertas voluntárias, não as oferecidas como pedidos de perdão. Ele não quer que tenhamos que sacrificar, Ele quer que obedeçamos a Ele e Seu querer ao ponto de ser desnecessário propiciação por erros. Nesse sentido, vemos no Salmo 51, nos versos 16 e 17, a vontade verdadeira de Deus sobre um altar para Ele

“Não te deleitas em sacrifícios nem te comprazes em oferendas, pois se assim fosse, eu os ofereceria. O verdadeiro e aceitável sacrifício ao Eterno é o coração contrito; um coração quebrantado e arrependido jamais será desprezado por Deus”. Salmos 51:16-17

Visto isso, percebe-se que Deus não mudou, pois Ele nunca se contradiz. Ele ofereceu ao povo a possibilidade de alcançar o perdão do Senhor por meio dos holocaustos, mas Ele nunca desejou que eles fossem realizados. Antes, desejava um coração quebrantado e disposto a seguir o querer do Pai. 

 

Uma vida sacrificial

Hoje, esses sacrifícios literais de animais nos causam relativo estranhamento por não fazer mais parte da vontade de Deus há aproximadamente 2000 anos. Visto que com a morte de Jesus Cristo, se realizou o último sacrifício de sangue necessário. E assim, estendeu perdão definitivamente sobre todos nós. Logo, agora cabe a nós apenas as ofertas voluntárias, e portanto, nosso coração e obediência dedicados a Ele espontaneamente.

Sendo assim, nesse sentido, cabe entender o que Paulo quis dizer quando instruiu os Romanos a serem sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Ele quer que vivamos uma vida sacrificial, sem a necessidade de queimarmos ofertar em um altar externo, mas antes dedicando nossa vida como um altar interno ao Senhor. 

 

Quem quiser ganhar a sua vida deverá perdê-la

É necessário renúncia das nossas vontades! A palavra aponta em Mateus 16:25 em diante que para ganhar a vida eterna é necessário abrir mão da vida terrena, mostrando um sacrifício que deve ser realizado por nós. Assim, o que o Senhor espera de você, e de mim, é que nos entreguemos completa e inteiramente, amando a Ele com todo nosso Ser, com toda nossa existência e todo nosso coração. 

Ele não deseja dividir a nossa afeição com ninguém, por isso, precisamos abandonar todos os ídolos do nosso coração, realizando uma renúncia de tudo aquilo que ocupa o lugar do Senhor, sacrificando todos os nossos anseios egocêntricos, e queimando nosso coração com a chama do evangelho, para atingir o prazer eterno.

 

Como se tornar um sacrifício vivo?

Gaste tempo no lugar secreto! Busque a Deus incessantemente todos os dias! Entregue-se completamente até que Ele seja o único Senhor da sua vida! Somente lendo as escrituras é possível compreender e aprender a ouvir a Palavra de Deus, aplicando-a em seu dia a dia. Esse é nosso culto racional, sermos sacrifício vivo! Viver uma vida sacrificial é o princípio para ser encontrado como um homem segundo o coração de Deus. 

Foi por Davi entender esse tipo de chave, e compreender a verdadeira vontade de Deus que ele foi levantado pelo Senhor como rei. Quão fortes e imensas são as recompensas de entregar-se por amor de Cristo! Quão inimaginável galardão nos espera! Não espere por um toque divino específico para começar a viver de maneira sacrificial no futuro. Inicie desde já essa jornada, nem que apenas investindo 5 minutos do seu dia em intercessão, seja intencional em ser sacrifício vivo ao Senhor! Seja intencional em viver segundo a vontade dEle!

 

João Marcos Goulart – Aluno Fascinação Turma 18

 

Quando estamos construindo um altar ao Senhor, precisamos entender o que isso significa. Olhando para a história da mulher samaritana e Jesus, vamos entender mais sobre isso.

Em um poço, ao meio dia, uma mulher excluída da sociedade é encontrada por um homem judeu que lhe dirige a palavra. Então, o que no início era apenas um pedido de água acabou na revelação da fonte da água da vida, o Messias. Essa situação se encontra no capítulo 4 do livro de João dos versos 19 ao 26. 

“Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:19-24)

Nessa passagem em questão, em resposta a afirmação da mulher samaritana, Jesus declara que os samaritanos adoram o que não conhecem. Assim, Ele completa que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. Logo, pude deduzir que a adoração está atrelada ao conhecimento. Ou seja, a minha adoração só será verdadeira se eu conhecer o alvo dela que deve ser o Deus verdadeiro. Assim, conhecendo o alvo da minha adoração construirei um altar legítimo para o Deus legítimo.

 

O altar é o lugar de relacionamento

Contextualizando, um altar, no antigo testamento, era um lugar onde o sumo sacerdote ia para oferecer holocaustos e sacrifícios em favor do povo. O altar também era um lugar de relacionamento e adoração.

Durante todos os relatos no antigo testamento vemos que o altar está relacionado com adoração do povo ao Senhor. Era no altar onde pessoas específicas, geralmente o sumo sacerdote, ofereciam holocaustos e ofertas de gratidão. Logo, todos esses feitos subiam como incenso perante o Senhor (quando feitos segundo a Sua vontade). 

Altar também é um lugar de relacionamento. Ou seja, quando alguém estava indo para um altar, logo se deduzia que ele estava indo se relacionar e adorar ao Senhor. Altar é o lugar que Deus escolheu para que seus filhos o adorem. É lugar de prazer e deleite no nosso amado.  

Na antiga aliança o altar era acessado apenas por pessoas específicas. Isto é, um escolhido se colocava como representante do povo e intercedia por este. Porém, na nova aliança Jesus abriu o caminho de acesso ao Pai. Agora, não é mais preciso que terceiros se apresentem a Deus, temos livre acesso para ir até o altar. E mais, temos livre acesso para construí-lo. Construtores de altar é uma identidade, são aqueles que decidiram viver uma vida de adoração, que dia e noite levanta incenso ao Pai. 

 

O conhecimento de Deus é indispensável para uma adoração verdadeira

Em João 4, a conversa que Jesus teve com a samaritana envolveu o tema adoração, onde ela fala sobre os seus antepassados adorarem no monte e os judeus em Jerusalém. Jesus responde que chegaria a hora que o Pai não seria adorado nem no monte nem em Jerusalém, mas em espírito e em verdade. Também falou que os samaritanos adoravam o que não conheciam, e essa é a chave. Eles adoravam o que não conheciam, ou seja, adoravam um deus falso, logo, construíam um altar para ídolos.

Partindo do pressuposto que todos (independente da crença) estamos construindo um altar e que altar é um lugar de adoração, podemos deduzir que há duas esferas de construtores: os samaritanos e os judeus. 

Os samaritanos são aqueles que adoram o que não conhecem e os judeus os que adoram o que conhecem. Diante disso, muitas vezes em nossa vida podemos estar como os samaritanos, adorando o que não conhecemos como, nossa visão de quem o Senhor é. E quando paramos para perceber, em nosso coração há milhares de altares levantados para milhares de ídolos que nós mesmos fabricamos. Enquanto não conhecermos o que adoramos estaremos construindo um altar para uma forma turva. 

 

Construindo um altar legítimo

Para construirmos um altar legítimo para o Deus legítimo precisamos conhecê-lo, não tem como adorarmos o que não conhecemos. Sendo assim, é necessário estarmos aos pés dele (Lucas 10: 38-42), olhando para cada detalhe de sua pessoa, contemplando sua beleza. Adorar é conhecer e prosseguir conhecendo ( Oseias 6:3), é construir um altar, uma vida de adoração que levanta incenso pro Pai dia e noite a partir do conhecimento de quem Ele é.

Quanto mais eu conheço do caráter de Deus, mais pura e verdadeira minha adoração se torna. Não se restringe apenas a um levantar de mãos ou a uma música que canto no domingo, mas sim à posição do meu coração. Quanto mais eu conheço o Alvo da minha adoração, mais em espírito e em verdade eu O adoro.

 

A quem temos adorado?

Muitas vezes não temos adorado ao Deus verdadeiro, mas sim a uma ideia de quem Ele é. Para que isso se rompa é preciso reconhecer os altares que há em nosso coração e perceber para quem eles são direcionados, isso deve gerar arrependimento dos altares construídos a outros deuses. 

Também devemos nos lembrar que não existe adoração sem antes ter uma revelação, a pecadora que unge Jesus só fez isso porque antes ela teve uma revelação de quem Jesus era  (João 12: 1-11), por isso devemos investir tempo no secreto, conhecendo o coração de Deus, escutando o que Ele tem para revelar de si mesmo para nós e contemplando a sua face.

É importante também ter paciência, lembrando que sempre devemos conhecer mais de quem Ele é, e que existe graça o suficiente para isso. Por fim, devemos adorá-lo em espírito e em verdade, com todo entendimento e render-lhe glórias em cada ação, como resposta a Ele que se revela a nós da mesma forma que se revelou a mulher samaritana.

 

Lavínia Pequim – Aluna Fascinação Turma 18

 

A perda do “primeiro amor” é uma situação em que muitos cristãos se deparam diante da sua jornada. Por muitas vezes, a falta de compreensão sobre alguns pontos referentes ao nosso coração faz com que venhamos a reagir de forma equivocada perante a esta questão. Talvez, a pergunta mais gritante desta exortação do Senhor se trata sobre “o que é o primeiro amor?” – em conjunto a isso, vemos mais questionamentos nascendo ao meditarmos, afinal, primeiro amor é o amor que temos quando nos convertemos? Por que eu o perdi? E no final chegamos à pergunta que se relaciona com a ordem de Cristo: “como voltar ao primeiro amor?”. 

 

“Tenho contra ti, porém, o fato de que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta às obras que praticavas no princípio. Se não te arrependeres, logo virei contra ti e tirarei o teu candelabro do seu lugar.” (Apocalipse 2:4-5)

 

Uma exortação de Cristo

No final do primeiro século, João escreve as Revelações que recebera quando exilado na Ilha de Patmos durante o governo de Domiciano. Então, ele escreve às 7 igrejas da Ásia menor sob a ordem de Cristo, sendo a primeira carta para a Igreja de Éfeso. Esta cidade foi uma cidade em que o Evangelho cresceu de forma exponencial. Além disso, Paulo foi responsável pela fundação e pela manutenção da comunidade, descrita no livro de Atos (Atos 19).

Contudo, sabemos que o próprio João também foi Bispo desta igreja. A cidade era a mais importante da província romana da Ásia, nela havia o templo de Diana e também havia se tornado o centro bancário mais rico. Devido a estes fatores, os efésios eram independentes. Porém, Paulo, quando escreve a carta a esta Igreja, por volta de 60 d.C., ele afirma que era conhecido por ele a fé que havia entre os membros e também o amor para com os santos. (Ef 1:15).

Assim, quando olhamos para a exortação de Cristo a Éfeso percebemos pontos a seres ressaltados, tais como: Deus sabia tudo o que eles faziam. Eles foram críticos demais em relação a pseudoapóstolos. Eles haviam sofrido por conta de Jesus, mas, eles abandonaram o primeiro amor e era necessário que tomassem alguma atitude, e assim, voltar ao primeiro amor.

 

O que é o primeiro amor?

O primeiro amor não é de caráter temporal, ou seja, o amor que havia no início da minha conversão. É, portanto, o quanto que Cristo ocupa na minha vida. João discorre muito sobre este assunto em suas cartas. Em sua primeira epístola, ele nos apresenta que Deus é amor (1Jo 4:8) e que “nós o amamos porque Ele nos amou primeiro.” (1Jo 4:19). Sendo assim, o primeiro amor é a resposta do nosso coração ao amor que nos amou primeiro.

Em Confissões, Agostinho admite que Deus havia ferido o seu coração com sua Palavra, e então ele amou ao Senhor, mas na continuação de seu livro (Livro X), ele indaga: “o que eu amo quando te amo?” – Esta pergunta nos leva a questão sobre o porquê acabamos partindo para um lugar onde perdemos este amor.

 

Por que o perdemos?

Calvino nos diz que “o coração do homem é uma fábrica de ídolos”. Assim, durante a história percebemos que o povo de Israel, chamado para serem construtores de altares a YHWH, passam a ter olhos para deuses falsos e assim, começam a erguer altares em devoção a eles. Isso demonstra como nosso coração SEMPRE ADORA ALGO. Logo, perdemos o primeiro amor porque começamos a nos saciarmos com outras coisas, porque nossos olhos começam a ser fascinados com algo que não é o Senhor e Idolatria é justamente isso. Além disso, é buscar em outro lugar algo que apenas Deus pode ser.

 

O homem está em constante amor a algo

Então, voltando ao questionamento que Agostinho havia feito (o que amo quando te amo?), isto nos alerta sobre a imagem que nós temos de Deus. Levando no contexto geral, Deus fez o homem para si, o pecado o cegou e agora o homem busca preencher esta lacuna. Logo, é assim que nasce a adoração a outros deuses e a adoração da imagem do Senhor de forma deturpada.

Portanto, o homem está sempre construindo altares e está em constante amor a algo. Sendo assim, quando estamos destituídos da imagem clara do Senhor, acabamos nos movendo através do que há em nosso coração pecaminoso. Quantas vezes amamos a um deus ao qual nós criamos? Quantas vezes servimos e adoramos a um deus ao qual está muito mais próximo da nossa personalidade do que do Deus verdadeiro? Um deus criado à minha imagem e semelhança? 

 

Somos feitos por Ele e para Ele

O coração da Igreja de Éfeso havia sido corrompido e perdido este lugar de completude e satisfação, pois se Cristo não estava em primeiro lugar, algo estava ocupando esta posição. Este lugar é o da perda do primeiro amor. O próprio Agostinho nos fala que “fizeste-nos para Ti e nosso coração só encontrará repouso se estiver em Ti”. Ou seja, só viveremos esta verdade ao voltar ao primeiro amor e se o primeiro amor do nosso coração for o Senhor. 

Éfeso operava boas obras, mas o coração estava distante, por isso, após comunicar o problema da igreja, Jesus continua a exortação para que eles lembrassem de onde haviam caído e se arrependessem. A perda do primeiro amor não é apenas uma situação, mas um pecado. Como falado anteriormente, a perda do primeiro amor se dá por conta da idolatria em nosso coração. Como F.F. Bruce diz: “nem as obras e a sã doutrina podem tomar o lugar do amor na comunidade cristã.”

O questionamento a ser respondido aqui é: se não estamos amando a Deus, o que estamos amando em seu lugar?

Voltando ao primeiro amor

Devemos voltar ao primeiro amor, isto é, voltar ao lugar em que somos fascinados e satisfeitos pela Beleza de Cristo. É o lugar onde não somos definidos que fizemos ou pelo que apresentamos em nossas mãos, mas somos definidos na pessoa de Cristo. É o lugar de “uma só coisa” (Sl 27:4). 

Voltar ao primeiro amor configura-se no primeiro mandamento, expresso por toda a história de Israel: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, toda alma e de todo seu entendimento (Mc 12:30). É a partir deste lugar que nossas mãos devem fluir.

Basicamente, Jesus já nos demonstra o que devemos fazer. Relembrar em que lugar caímos e nos arrepender, Jesus não está condenando o feitio das obras, mas aonde está o coração, por isso, precisamos nutrir o nosso coração em um lugar de intensidade e devoção ao Senhor.

 

3 ferramentas para cultivar o primeiro amor 

Oração – lugar de intimidade e relacionamento com o Senhor. Momento em que nos colocamos diante do Senhor a fim de que Ele venha a nos moldar e mudar para que a cada passo venhamos a nos tornar mais semelhantes a Ele. 

Leitura da Palavra – É através da sua Palavra que conhecemos este Deus ao qual nos relacionamos. Jesus nos convida a amar a Deus com todo entendimento. Isso parte de um lugar da revelação da Palavra do Senhor. É nos 31.000 versos, 66 livros que conhecemos ao Deus Criador, que há 2 mil anos atrás invadiu a história como um bebê indefeso, sofreu, morreu, ressuscitou, voltará para Reinar e encontrará a sua Noiva num lugar de Primeiro Amor. 

Jejum – Expressando a saudades do Noivo! Mostrando que nós vivemos para algo acima dos nossos prazeres. 

O primeiro amor precisa ser regado na vida cristã ordinária. Assim como nos altares levantados, era necessário que os sacerdotes mantivessem o fogo aceso (Lv 6:12-13). Era preciso que eles cuidassem daquele lugar para que a chama não se apagasse – precisamos nutrir o primeiro amor neste lugar com uma vida de beleza e fascínio ao Senhor. Compreender que Cristo é o nosso bem supremo é uma chave essencial para voltarmos a lugar que Éfeso havia caído. 

 

Guilherme Henrique Joanella – Aluno Fascinação Turma 18

 

Meditando no Salmo 141:2,  a frase que veio ao meu coração foi essa “o altar que estou construindo aponta para o Deus que Sirvo”:

“Que a minha oração suba como incenso a tua presença, e o levantar das minhas mãos seja como sacrifício da tarde” (Salmos 141:2)

 

No contexto em que vivemos hoje, podemos observar diversos estilos de vida. Além disso, cada um aponta para a maneira que faremos nossas escolhas e tomaremos as nossas decisões. Logo, ao ler este verso imagino que Davi estivesse pensando em um altar, pois nele apresentava orações e sacrifícios. Afinal, o altar é um lugar onde o sacrifico era elevado, ou seja, se tornava evidente, visível e distinto ao Senhor. Portanto, de muitos pontos que podemos observar neste texto, considero dois indispensáveis. 

 

Todos nós estamos construindo um altar

O primeiro é que todos nós estamos construindo um altar, e isso não se trata apenas de uma escolha, mas sim o reflexo daquilo que vivemos. Quando falamos sobre o estilo de vida de uma pessoa, nos referimos ao altar que ela está construindo. Ou seja, a partir deste estilo de vida e altar, se tornará evidente ao Senhor suas prioridades, seus amores e quem de fato é o deus que o altar serve. 

 

O que estamos colocando no altar

O segundo ponto fala a respeito do que estamos colocando sobre o altar da nossa vida e a forma que o estamos construindo. O fato é que a minha oração é reflexo daquilo que vivo e a minha resposta à oração é reflexo do deus que sirvo. Diante disso, somente uma conclusão é possível tomar forma: todos nós somos construtores de altar. Por esta razão, construir não se trata de querer ou não, mas sim o que nossa vida tem construído. Portanto, como vivemos importa, e assim, viver será a matéria prima para construir o altar. E por conseguinte, responder aos fatos da vida desenhará a planta de nossa construção e a soma disso trará forma ao altar construído.

 

A vida de Davi era um altar de devoção sincera ao Senhor

O salmo 141 foi escrito por Davi, este salmo traz um lamento pessoal de Davi que mostra uma oração sincera para que Deus o proteja contra toda falta de sinceridade e transigência entre tais perigos, fala a respeito de uma proteção em sua boca e lábios e para que a justiça de Deus seja feita contra os injustos, Davi ainda afirma que seus olhos permaneceram no Senhor, pois sua confiança Nele está. 

Observando com atenção o versículo 2, percebemos que Davi cita elementos que apontam para a sala do trono onde o incenso gerado através das orações são levados até aos céus e depositado nas taças diante de Deus (Ap 5:8).

 

Abraão foi um construtor de altar

A Bíblia é clara em diversos momentos ao falar sobre orações, altar e oferta diante do Senhor, porém olhando para o ponto que se refere a construção de altar, temos um homem que foi considerado amigo de Deus, o pai da fé, aquele a quem Deus disse que não esconderia o que faz (Gn 18:17) este homem é Abraão, vemos sua vida como alguém que construiu altares diante do Senhor em vários momentos, perceba comigo e observe como ele escolher viver. 

  • Chega a Canaã (Siquém) e constrói um Altar “Atravessou Abraão a terra até Siquem, até ao Carvalho de Moré… Apareceu o Senhor a Abraão e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali edificou Abraão um Altar ao Senhor.” (Gênesis 12:6-7)

 

  • Vai a Betel, constrói um Altar ali “Passando dali para o monte ao oriente de Betel, armou a sua tenda, ficando Betel ao ocidente e Ai ao oriente; Ali edificou Abraão um Altar ao Senhor, e invocou o nome do Senhor.” (Gênesis 12:8

 

  • Problemas com Ló: vai ao Altar que ele havia levantado, invoca ao Senhor a situação se resolve: “Fez as suas jornadas do Neguebe até Betel, até o lugar onde primeiro estivera a sua tenda, entre Betel e Ai, até o lugar do Altar, que outrora tinha feito, e alí Abraão invocou o nome do Senhor.” (Gênesis 13:3-4

 

  • Vai para os Carvalhos de Manre e constrói um Altar ali. “E Abraão, mudando as suas tendas, foi habitar nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e levantou ali um Altar ao Senhor.” (Gênesis 13:18

 

Construindo um altar diante do Senhor

Então, depois de mais de 10 anos entre o ultimo altar construído até Gênesis 22, Deus pede para que Abraão sacrifique seu filho Isaque e o entregue a Deus. E assim, Abraão como um bom amigo de Deus, prepara a lenha pega seu filho e sobe ao monte para sacrificá-lo. Portanto, quando Abraão prepara o altar e coloca seu filho sobre ele, pronto para entregar ao Senhor, Deus provê um cordeiro, pois ali o Senhor viu o coração de Abraão. Neste momento Abraão volta a fazer o que foi criado para ser, um construtor de altar diante do Senhor. 

Neste momento Abraão é atraído de volta a sua essência e entende que construir altar, passou de uma escolha para um consequência de como vive sua vida, ele não deixou de amar o Senhor, mas deixou de fazer aquilo que foi chamado para fazer e Deus em sua infinita misericórdia trouxe-o de volta ao foco.

 

Josué foi um construtor de altar

Além de Abraão, temos o exemplo de Josué que constrói dois altares para o Senhor. Primeiramente, ele constrói um altar no meio do rio Jordão durante a travessia. Depois, ao atravessar o rio ele constrói outro altar ao Senhor como memorial deste dia onde Deus fez com que o povo atravessasse o rio com vida. 

Naquela época o altar era construído com pedras e para representar as 12 tribos de Israel cada altar era composto de 12 pedras. Desta forma, o que nos chama atenção neste trecho é que primeiro Josué constrói um altar dentro do rio, o qual ele construiu sem a ajuda de seus companheiros. Esse altar ficou no fundo do rio após eles terem passado.

Logo, somente após atravessar é que Josué constrói o outro altar onde todos veem e com a ajuda de seus companheiros. Mas o que ninguém sabia é que antes de fazer o altar sob a vista de muitos, Josué já havia construído um altar somente diante do Senhor sem que ninguém o visse. A conclusão que chego partindo deste ponto é que, construir altar não se refere ao que as pessoas verão apenas, mas primariamente ao altar interno que construo na audiência de um, fazendo conforme a orientação dada por Jesus em Mateus 6:6.

 

Construir um altar está relacionado com a maneira que vivemos

Diante de tantos exemplos que temos na Bíblia, mencionamos dois deles e podemos ver que construir altar está associado com a maneira que vivemos. No contexto que vivemos, o tempo parece cada vez menor. Mas a verdade é que se não formos zelosos em construir um altar com nossas vidas diante do Senhor, o tempo passará.

E assim, o resultado daquilo que construímos enquanto caminhamos será apenas a revelação de que tipo de deus tem governado nosso coração. E além disso, qual senhor nós estamos servindo. Construir altar é um resultado daquilo que fazemos diariamente e do que temos como prioridade em nossas vidas.

 

Um altar para elevar as orações e sacrifícios

Em Salmos 141:2, Davi estava procurando um altar para elevar suas orações e sacrifícios diante do Senhor. Assim, em meio a sua aflição clamou e ofertou no altar aquilo que lhe coube entregar. E portanto, ele deixa evidente que internamente o Deus verdadeiro governava seu coração, pois também os seus olhos estavam no Senhor.

Além disso,  o levantar das suas mãos era em gratidão e certeza de que Deus estava ouvindo. O altar interno já estava construído até que externamente todos vissem suas mãos levantadas diante da majestade de Deus.

 

A maneira como vivemos importa

Dessa forma, é possível concluir que a maneira como vivo é extremamente importante, pois viver é construir um altar para o Senhor, nossas atitudes e reações diante de circunstâncias desfavoráveis revelam o quem tem sido prioridade em nosso coração. De fato, construir um altar não é uma tarefa fácil, mas o verdadeiro sucesso de uma construção só é visto ao fim dela.

Portanto, o altar que minha vida está construindo deve revelar o Deus soberano sobre todas as coisas, que recebe as orações como incenso e as mãos levantas como uma oferta de gratidão, pois Deus é digno de que vivamos uma vida justa e reta diante dele. Além do mais, nossa vida é a construção de um altar e esse altar aponta para o deus que meu coração tem servido.

 

Fabio Henrique Gonçalves dos Santos – Aluno Fascinação Turma 18

 

O capítulo 6 do evangelho de Mateus é parte do maior sermão dado por Jesus: O sermão do monte. Além disso, é conhecido como a constituição do reino. Assim, Jesus chama Seu povo à perfeita obediência e a ter isso como alvo principal em sua vida. Portanto, naquela época, haviam grupos de pessoas, como os fariseus. Eles eram líderes que queriam ser vistos pelos outros como santos, como impecáveis perante a lei. Por isso, oração em público era uma maneira de obter atenção e admiração. No entanto, Jesus via e sabia o que havia por trás desses “atos de fé”. Por isso, ensinou ao seu povo que a essência da oração não é fazer em público somente, mas sim em viver para apenas um olhar. E assim, ter um relacionamento íntimo e privado com o Pai.

“Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê o que é secreto, te recompensará.” (Mateus 6:6)

Deste modo, orar somente onde somos vistos indica que o público verdadeiro não é o Senhor. Cristo estava chamando a atenção dos motivos por trás dos atos expostos. Portanto, a questão não é o local em si em que oramos ou a escolha entre a oração pública e privada, mas sim entre a oração sincera e hipócrita. Assim, Jesus nos conduz de volta ao relacionamento íntimo e sincero com Ele. 

 

 

O Senhor enxerga a sinceridade do coração 

O que seria então a oração secreta e sincera? Nas escrituras podemos observar diversos exemplos de homens e mulheres que eram intencionais em buscar ao Senhor no lugar secreto. Logo, é para esse lugar que somos chamados: o lugar da oração, onde permanecemos conectados com Deus. Dessa forma, o próprio Jesus é o nosso maior exemplo de comunhão pois Ele mantinha uma vida constante de oração e de busca ao Pai. 

No versículo 6, a palavra grega traduzida por “quarto” é tameîon, que significa despensa, câmara de armazenamento. Logo, esse termo é usado, porque se refere ao único cômodo da casa que tinha uma porta que podia ser fechada, o que não havia nos outros. Assim, isso nos remete à um local privado, solitário, de intimidade, um lugar que era íntimo e escondido. É portanto, nesse quarto, ao fechar a porta, que podemos nos expor ao Senhor. Nesse lugar podemos viver para apenas um olhar. Pois ali, ninguém nos assiste, ninguém nos olha, a não ser o próprio Deus.

 

O Deus que nos conhece

Salmos 139 nos mostra que o Senhor conhece o íntimo do nosso ser, Ele é o Criador, logo não há nada em nós que Ele não saiba. É a partir de um relacionamento com o Pai que o lugar de oração. Ali, é possível conhecê-lo e ser conhecido por Ele. O próprio Cristo instrui a buscá-lo no secreto, pois nesse lugar não é preciso provar nada, não existe performance, não existe hipocrisia. Isso é viver para apenas um olhar.

 

 

Edificando um altar de intimidade com Deus 

É isso que Davi diz nos Salmos 27:4. Ele entendeu que a única coisa que importava e tinha valor era habitar nesse lugar de relacionamento com Deus. Em Mateus 6:6, a palavra secreto é dita a respeito do Pai e associado a forma com que Ele nos vê, mas não é associada a recompensa. Ou seja, a recompensa que Deus promete para quem vive para apenas um olhar, não é material e nunca é dada aqueles que buscam somente a recompensa.

No verso anterior, (Mateus 6:5) o Senhor fala a respeito dos que oram em público para serem vistos e afirma que a recompensa deles é justamente a visibilidade. Eles fazem para os homens, logo recebem a recompensa que lhes é devida. Porém, se eu vivo realmente para a audiência e o olhar apenas do Senhor, vai chegar um momento em que Ele trará a recompensa eterna. 

É automático para nós seres humanos associarmos recompensa com visibilidade, e infelizmente essa é uma concepção muito errada. Antes de qualquer outra coisa, nossos olhos precisam estar fixos em Jesus, em nos tornarmos um lugar de oração para que no momento certo, Ele possa nos recompensar da maneira devida.

 

 

Josué tinha um coração voltado para o lugar secreto

Quando olhamos para as escrituras, vemos o exemplo de Josué. O texto de Josué 4:3-9, menciona 2 altares que são construídos para o Senhor, um interno e um externo, os dois constituídos por 12 pedras. O altar externo é construído pelo povo, como um memorial para que todos que vissem aquele altar, lembrassem do Deus de Israel e dos seus feitos. Já o outro, o interno, foi feito por Josué, sozinho, no meio do rio Jordão, um local escondido e que ninguém vê. 

Na cronologia dos fatos, vemos que o altar interno foi construído primeiro. Ou seja, Josué antes de construir o que seria visível para todas as pessoas, ele se preocupou em erguer algo somente para Deus. Antes de fazer algo para ser visto publicamente, ele se importou com a audiência mais importante. Se observarmos o texto, vemos que o altar externo foi totalmente proporcional ao interno, ou seja, não podemos querer desfrutar de algo que não conquistamos na intimidade com o Pai. 

Isso é um apelo a voltarmos ao lugar em que somos vistos pelo Senhor e nos importarmos apenas em agradá-lo, precisamos nos preocupar apenas em construir nosso altar interno, e deixar que no momento certo, o próprio Deus erga o altar externo, como consequência do que vivemos. 

 

 

Viver para apenas um olhar

O Senhor nos convida a todo tempo ao lugar de intimidade, o lugar da oração. Ele nos ouve no secreto e após nos encontrar nesse lugar, Ele expõe de forma pública, para que as pessoas vejam quem o Cristo é. A nossa recompensa não é e nunca deve ser o nosso objetivo por trás da busca pelo Senhor, mas sim a consequência de uma vida devota e totalmente entregue. 

Que Cristo nos ensine a amá-lo verdadeiramente e a buscar o que realmente importa. Que através das disciplinas espirituais, a nossa revelação e entendimento de quem Ele é, cresçam. Precisamos entender que o Senhor é o maior interessado em se fazer conhecido, Ele quer se revelar, nós só precisamos parar para ouvi-lo e estudá-lo através da escrituras

 

Ana Stédile – Aluna do Fascinação Turma 18