O jejum que agrada a Deus

Neste texto, iremos abordar a mensagem do profeta Isaías relacionada ao jejum que agrada a Deus. Isaías é um profeta conhecido por suas profecias sobre a vinda do Messias e é considerado o profeta das promessas. O livro de Isaías contém várias referências ao jejum. E assim, transmite a mensagem de que o jejum não deve ser apenas um ato ritual, mas sim uma expressão do compromisso pessoal de seguir a vontade de Deus e ajudar os outros.

Assim, Isaías, cujo nome significa “YAHWEH é salvação” ou “YAHWEH deu salvação”, era filho de Amós. Pouco se sabe sobre a vida pessoal de Isaías, mas no capítulo 6 do livro de Isaías, é registrado o seu chamado a profetizar por meio de uma visão do trono de Deus no templo. Logo, nessa visão, Isaías é purificado de seus pecados por um serafim enviado por Deus e é comissionado a levar a mensagem de Deus ao povo.

“Então um dos serafins voou até mim trazendo uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma tenaz. 7 Com ela tocou a minha boca e disse: “Veja, isto tocou os seus lábios; por isso, a sua culpa será removida, e o seu pecado será perdoado”. 8 Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: “Quem enviarei? Quem irá por nós? ” E eu respondi: “Eis-me aqui. Envia-me! ” Isaías 6:6-8

Foco das profecias de Isaías

Portanto, as profecias de Isaías estão principalmente focadas em Jerusalém e tratam de punição, juízo e redenção para os pecados de Israel, Judá e das nações vizinhas. Porém, ele também traz palavras de conforto e esperança do Senhor. Suas profecias estão relacionadas a eventos que ocorreram durante o reinado de Ezequias.

O livro de Isaías e o jejum

O livro de Isaías contém várias passagens que mencionam o jejum. E portanto, Isaías 58 é um capítulo específico que aborda o tema do jejum e faz uma crítica aos jejuns hipócritas praticados na época. Assim, o profeta questiona a motivação por trás desses jejuns, destacando que eles eram realizados apenas para impressionar os outros e obter vantagens pessoais.

O verdadeiro jejum que agrada a Deus

Sendo assim, Isaías enfatiza que o verdadeiro jejum deve envolver uma atitude de humildade e serviço aos outros. Ele declara que um jejum que agrada a Deus é aquele que envolve ações como compartilhar comida com os famintos, fornecer abrigo aos sem-teto e vestir os que estão nus. Portanto, o jejum não deve ser uma forma de autopunição, mas sim uma maneira de nos aproximarmos de Deus e ouvir Sua orientação.

Vale também ressaltar o valor espiritual do jejum. O autor Pink afirma que o jejum reflete nossa falta de merecimento, nosso senso de inutilidade das coisas terrenas e nosso desejo de direcionar nossa atenção para as coisas do alto.

“Quando o coração e a mente são profundamente exercitados com relação a um assunto sério, especialmente o de um tipo solene e pesaroso, há uma indisposição para alimentar-se, e a abstinência a partir daí é uma expressão natural da nossa falta de merecimento, do nosso senso de inutilidade comparativa das coisas terrenas, e do nosso desejo de fixar a nossa atenção nas coisas do alto”. (A.W. Pink)

A superficialidade do jejum hipócrita

Então, Isaías repreende o povo por seu jejum hipócrita, que não produz resultados verdadeiros. O povo busca a Deus apenas de forma externa, cumprindo rituais religiosos, mas seu coração está distante do Senhor. Eles buscam o favor de Deus através do jejum, mas continuam envolvidos em práticas injustas, explorando seus empregados e se envolvendo em discussões e brigas. Deus não aceita um jejum vazio de verdadeira devoção e amor ao próximo.

“Seu jejum termina em discussão e rixa, e em brigas de socos brutais. Vocês não podem jejuar como fazem hoje e esperar que a sua voz seja ouvida no alto”. Isaías 58:4

Logo, Isaías destaca que o jejum deve ser acompanhado por uma mudança de atitude e motivação. Afinal, não é apenas a abstinência de alimentos que agrada a Deus.

 

Como fazer um jejum que agrada a Deus

Diante disso, quero compartilhar alguns pontos práticos para fazer um jejum que agrada a Deus:

1. Jejue com propósito: jejuamos para nos colocar em fraqueza voluntária

O jejum é um dos métodos pedagógicos de Deus para doutrinar nosso corpo, mente e coração a escolher e buscar o que realmente importa, o que realmente é necessário. Então, esteja atento a cerca da motivação correta no jejum. O jejum centraliza a nossa santificação naquele que pode nos santificar. Além disso, o jejum alinha os nossos afetos e a nossa atenção, ou seja, enquanto a carne é enfraquecida o nosso homem interior é fortalecido e suprido com a verdadeira comida.

Então, antes de iniciar um jejum, reflita sobre qual é o seu propósito. Ore e peça a Deus que revele o que Ele quer que você alcance nesse tempo por meio do jejum

2. Jejue com humildade: jejuamos para romper com o orgulho e soberba do nosso coração

O jejum é uma forma de nos humilharmos diante do nosso Deus, reconhecendo que somos dependentes Dele em todas as áreas de nossas vidas. Assim, através do jejum, negamos a nós mesmos e buscamos a vontade de Deus acima das nossas próprias vontades.

Então, desenvolva devoção como uma expressão de nosso amor e busca constante de comunhão com nosso Deus em oração, meditação na palavra e louvor. Além do mais, ambos são uma forma de demonstrarmos nossa humildade e dependência de Deus em nossa jornada espiritual.

Lembre-se do que o Apóstolo Paulo nos incentiva em Romanos 12.1

Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se
ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Romanos 12:1

3. Jejue praticando a justiça e a misericórdia: Jejuamos para nos tornarmos cada vez mais parecidos com Jesus

O jejum é uma oportunidade para praticar a justiça e a misericórdia. Assim, ajude os necessitados, visite os enfermos, ore pelos desesperançados. Ou seja, faça algo concreto. Em devoção responda ao amor de Deus, que se manifesta em nossa vida diária, através de nossa obediência e serviço a Ele e ao próximo. Na verdade, viver uma vida de devoção a Deus é praticar a justiça e a misericórdia em todos os momentos.

Lembre-se do que Jesus nos ensinou em seu sermão do monte:

 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos. 7 Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia. Mateus 5.6-7

4. Jejue buscando a comunhão com Deus: Jejuamos para estarmos sensíveis a sua voz e obedientes a sua vontade

O jejum é um convite para nos aproximarmos de Deus e ouvir Sua voz. Portanto, o propósito do jejum é buscar a Deus de forma mais profunda e intencional. Busque a comunhão com Ele por meio da oração, da leitura da Bíblia e da meditação.

5. Jejue se lembrando do alvo: Deus é o propósito primário do jejum

O jejum deve iniciar em Deus e ser guiado por Ele. Assim, mantenha seu foco no propósito do jejum e não desvie dele. Não permita que o jejum se torne uma mera prática religiosa, mas sim um ato de devoção a Deus e de serviço aos outros. Além de toda e qualquer recompensa que pode ser obtida através da prática do jejum, devemos faze-lo por amar mais a Ele, do que tudo que Ele pode nos dar.

6. Jejue para ser satisfeito Nele: Jejuamos para nos lembrarmos de que Ele é suficiente

O jejum é um grito dentro de cada um de nós, as coisas deste mundo não são capazes de nos satisfazer. “Fomos criados por Ti e para Ti. Traga-nos de volta mais uma vez a esse lugar”.

7. Jejue para cultivar a saudade: Jejuamos para cultivar a saudade pelo Noivo.

O jejum é, para nós cristãos, uma espécie de lamento e declaração de que as coisas não estão satisfatórias. Por mais que nossa vida esteja bem, por mais que sejamos prósperos, tenhamos boa saúde, família e riquezas, sabemos que nenhum dos prazeres dessa vida nos é suficiente, enquanto Jesus não estiver presente conosco.

Jesus foi questionado pelos discípulos de João Batista por que os Seus discípulos não
jejuavam.

“Então os discípulos de João vieram perguntar-lhe: Por
que nós e os fariseus jejuamos, mas os teus discípulos não? 15 Jesus respondeu: Como podem os convidados do noivo ficar de luto enquanto o noivo está com eles? Virão dias quando o noivo lhes será tirado; então jejuarão.” Mateus 9:14-15

A resposta de Jesus nos traz muita clareza sobre o jejum. A vinda de Jesus trouxe consigo um novo amanhecer. O Noivo estava no meio deles. Era tempo de festejar, não de jejuar. Jesus responde à necessidade de jejuar se referindo ao tempo em que Ele se ausentaria: “Então jejuarão”. A hora é agora!

 

Fome por Deus

Aqueles que anseiam andar em intimidade com Deus, devem ouvir esse convite de Jesus de jejuar, uma vez que o noivo não está presente. Além do mais, um dos propósitos do jejum é nos conectar com a fome que há no nosso coração por sua presença. E essa fome será saciada com o retorno do Noivo.

“A terra natal do jejum cristão é a saudade de Deus” – John Piper – Fome por Deus

 

Sobre o autor

ELLEN D KARLA

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