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Arraigados na verdade

“Estando ele sentado no monte das Oliveiras, seus discípulos aproximaram-se dele em particular, dizendo: Dize-nos quando essas coisas acontecerão e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo. Jesus lhes respondeu: Tende cuidado para que ninguém vos engane. Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. E ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; não fiqueis alarmados; pois é necessário que assim aconteça; mas ainda não é o fim. Porque nação se levantará contra nação, e reino contra reino; e haverá fomes e terremotos em vários lugares. Mas todas essas coisas são o princípio das dores.
Então sereis entregues à tortura e vos matarão; e sereis odiados por todas as nações por causa do meu nome.
Nesse tempo, muitos haverão de abandonar a fé, trair e odiar uns aos outros. Também surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a maldade, o amor de muitos esfriará.” Mateus 24:3-12

Discernir o tempo e as estações

O Senhor está desafiando os deuses desta era, e também abalando tudo aquilo que normalmente
adoramos e as coisas às quais nos seguramos. Diante disto, é importante tomar tempo com o Senhor, nos posicionarmos diante Dele e pedir a Ele que fale conosco a respeito de tudo o que está fazendo. E corrija em nossas vidas aquilo que não está alinhado com a Bíblia.

À medida que lemos a Palavra e nos posicionamos diante do Senhor, temos compreensão do que
Ele deseja falar conosco sobre o que está acontecendo na terra. Assim, em meio às dores de parto, o que
Deus deseja que a Igreja faça? Como devemos responder a isso?

Ao termos nossas vidas abaladas, devemos nos perguntar: no que realmente cremos? Estamos arraigados na verdade? Para onde se dirigem meus sentimentos? Seguimos um dever religioso, um estilo de vida cultural, ou uma
Verdade que seguiremos até o fim?

Crescendo no conhecimento de quem Deus é

Tempos virão em que o engano tomará conta da terra; mentiras serão contadas a respeito do que
irá acontecer e sobre quem Deus é. E para que não sejamos enganados, devemos ter o desejo de
crescer no conhecimento da verdade, pois aqueles que conhecem a verdade não serão enganados.

Corremos o risco de deixar de lado a verdade quando apenas fazemos parte de uma religião, e
nossas opiniões estão baseadas em um cristianismo cultural, mas não estamos arraigados na
verdade da Palavra de Deus.

Assim, de modo semelhante, quando nossas decisões são tomadas com base no que sentimos, corremos
grande perigo, pois nossa percepção não está arraigada na verdade.

A ofensa contra Deus ocorre quando nossas crenças em Deus são diferentes do que a Bíblia ensina
sobre Ele. Minha definição a respeito do Senhor deve estar baseada na Sua Palavra, para que
quando os abalos vierem, não sejamos surpreendidos ou confundidos.

O temor do Senhor não nos torna pessoas inseguras diante de Deus, mas nos dá uma reverência
santa por Ele. Como homens que são influenciados pelo engano, devemos sempre nos voltar às
verdades de Deus.

Conforme buscamos a verdade, entendemos que o Senhor é soberano sobre toda a terra. Podemos
ser odiados pela rebeldia dos homens, mas amaremos a Deus.

Busque comunhão com Ele

Deus nos ama e nos escolheu. Ele nos estende um convite, não para uma religião, mas para ter
profunda comunhão com Ele. Por isso, ao buscarmos ter encontros com Ele, Suas palavras trarão vida ao
nosso espírito, e o nosso amor pelo Senhor nos tornará pessoas estáveis.

Portanto, que possamos deixar de lado as tensões e as paixões que disputam o nosso coração com Jesus, e
permitir que Ele cresça em nós e seja nossa paixão.

Vamos nos arraigar no Senhor e ter confiança na Sua liderança. Quando temos isto como o
fundamento das nossas vidas, somos vivificados em nosso interior.

A parábola dos talentos traz continuidade aos ensinos de Jesus, iniciado na parábola das dez virgens, no capítulo 25 do livro de Mateus. Essas duas parábolas estão ligadas a um comportamento de espera, onde percebe-se que cada parábola tem em seu contexto elementos semelhantes, mas intenções diferentes.

Na parábola das dez virgens Jesus nos mostra a necessidade da atenção com caráter interno, mas na parábola dos talentos Jesus nos fala da prática externa. Herbert Lockyer fala sobre a vigilância e ação, utilizando como exemplo o texto de Neemias 4:18.

“E os edificadores cada um trazia a sua espada à cinta, e assim edificavam, mas o que tocava a trombeta, estava junto de mim.” Hebert Lockyer

Loycker explica que esta é a combinação fornecida por essas duas parábolas: a parábola das dez virgens nos ensina a necessidade de vigilância e a dos Talentos, o dever do trabalho.

Esse contexto é importante para o melhor entendimento da parábola dos talentos. No antigo oriente, no tempo de Jesus, os ricos tinham uma prática bastante comum: quando esses senhores precisavam se ausentar da cidade, eles chamavam seus servos de maior confiança. E faziam deles os administradores de toda sua terra e seu dinheiro. Estes tinham liberdade para negociar e gerar lucro para o seu senhor no período que ele estivesse fora. É com base neste costume que a parábola dos talentos é contada. E não é difícil entendermos a sua mensagem: o senhor rico é o Senhor Jesus Cristo, e sua viagem se trata do período compreendido entre a sua primeira e a segunda vinda.

Mas o que eram esses talentos? O que Jesus estava querendo ensinar com essa parábola?

A palavra “talento” utilizada na parábola vem do termo grego “talanton” e no mundo romano do primeiro século, um talento era uma moeda de mais alto valor, o equivalente a 20 anos de trabalho recebendo um salário mínimo mensal. Contudo, apesar de estar mencionando essa quantia grande de dinheiro, Jesus não está aqui ensinando teoria econômica, mas ele está transmitindo uma mensagem. Há uma grande influência dos textos judaicos no ensino sobre a fidelidade ao Senhor e esta é parte da base para o princípio usado nessa parábola, como veremos a seguir.

Encontramos similaridades entre a parábola e um escrito judaico chamado “Ahiqar 192”: “Se o teu senhor te confiar água para que guardes, e não te mostrares confiável nesta tarefa, como ele poderá deixar ouro na tua mão?” Claramente o ensino de Jesus deixa transparecer a influência judaica – Jesus era judeu e praticava o judaísmo – e seus discípulos, aos quais ele contou essa parábola eram judeus e esse discurso não era algo desconhecido de suas realidades.

Outro exemplo de influência de literatura judaica

Está relacionada à expressão encontrada nos textos de Mateus 25:29 e Lucas 19:26. Existe uma semelhança destes textos com o texto judaico “m ‘Abot 4.2”:

“Corre para cumprir o menor dos teus deveres como se fosse o maior deles e foge da transgressão; pois um dever traz outro depois dele e uma transgressão traz outra depois dela; mas o prêmio de dever cumprido, é outro dever a ser cumprido, e o prêmio de uma transgressão é outra transgressão.”

Este texto está relacionado com o ensino de Jesus sobre a recompensa que teremos no dia do seu retorno. Os talentos nada mais são do que os dons dados por Deus para a edificação de sua Igreja a fim de prepará-la para o dia das bodas do Cordeiro, assim como o evangelho da salvação, a graça, seu amor, sua revelação descrita nas Sagradas Escrituras. São dons dados por Deus, nada do que usufruímos é nosso, portanto todo o resultado produzido com o que recebemos do Senhor pertence a Ele.

Por isso Paulo nos diz:

“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” 1 Coríntios 10:31

Cabe salientar que dons espirituais são aqueles listados em Efésios 4:11-12 e servem para o aperfeiçoamento do corpo de Cristo. Enquanto que habilidades são capacidades naturais inerentes à cada um de nós e que podem ser cognitivas, sociais ou físicas.

De acordo com a parábola, na distribuição dos talentos, um recebe cinco, outro dois e o outro um talento, e podemos perceber que os dons surtem efeitos em uns mais do que em outros. Não podemos esquecer que as verdades de Deus são reveladas a todos servos, mas alguns servos recebem entendimentos espirituais diferentes. Cada um recebe os talentos na medida correta, nunca vamos receber de Deus mais do que aquilo que vamos usar. O critério da divisão dos dons que recebemos do Senhor está intimamente ligado à capacidade de cada um. Isso nos informa que existem pessoas com capacidades maiores do que outras. Entretanto, não podemos olhar para essa informação e afirmar que Deus está fazendo acepção de pessoas ao distribuir os dons. G. H. Lang diz:

“Deus não tenta colocar um lago dentro de um balde”.

O homem que tem uma capacidade maior de entendimento ou de desenvolver algo, tem privilégio maior quanto ao servir e tendo uma carga mais pesada em carregar.

Talvez, esse entendimento relacionado à distribuição dos dons possa trazer desconforto à alguns, por inferir que alguns são melhores do que outros. No livro de 1 Coríntios, Paulo fala claramente como os dons são distribuídos e qual o objetivo de todos eles (1Co 12:7) “A cada um de nós é concedida a manifestação do Espírito para o benefício de todos”, e Paulo continua no mesmo capítulo. Mas agora falando como essa distribuição se dá (1Co 12:11):

“Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer”.

Quando observamos o servo que recebera apenas um talento, não podemos de maneira nenhuma desconsiderá-lo! É preciso entender que sua capacidade de administrar era limitada a um talento somente! Imagine se o Senhor lhe confiasse algo além das suas capacidades? Seria um desastre e provavelmente um motivo de grande frustração para este servo.

Paulo fala sobre os diferentes dons em 1 Coríntios 12, e no versículo 28 ele fala sobre o dom de socorrer. Se analisarmos o dom como “somente socorrer” estaremos sendo precipitados, pois esse dom não é menor ou maior do que os outros. Mas juntos edificam o corpo de Cristo e farão com que a igreja desempenhe seu papel central.

A distribuição desigual dos dons tem muito a nos ensinar

Isso porque vamos perceber que o Senhor sempre sabe o que faz e nunca nos confia uma missão a qual não poderemos realizar. Aqueles que têm o privilégio de receber cinco talentos, a exemplo dos grandes pregadores, evangelistas e mestres, pessoas com grande capacidade de ensinar a outros, portadores de habilidades para comunicar as verdades espirituais, são pessoas que possuem grandes responsabilidades e se espera muito mais desses do que dos outros.

Aqueles que possuem dois talentos estão em uma posição mais discreta, onde possuem habilidades limitadas e não estão muito em evidência, recebendo do Senhor essa porção. Quanto ao servo que recebeu um talento, ele mesmo desprezou aquilo que recebeu do Senhor e não cumpriu com sua missão. Atitude que denuncia que este servo não conhecia ao seu senhor.

Honra e recompensa

Contudo, aqueles dentre nós que menos têm, recebem a responsabilidade de servir ao Senhor com o que possuem. E se o servirem fielmente com o pouco que ele concedeu, serão honrados e recompensados. A verdadeira arte de viver é aceitar nossas limitações que foram concedidas por Deus, e não lutar contra elas murmurando ou mostrando insatisfação com aquilo que recebeu do Senhor.

No serviço para Deus, é melhor estar em último, com fidelidade, do que ser o primeiro com deslealdade, entendendo que sempre se esperará mais do que possui mais talentos. Um exemplo claro dessa responsabilidade está no livro de Tiago (3:1), quando ele afirma que aqueles que ensinam terão uma responsabilidade maior que outros e ainda serão julgados de uma forma mais severa. Em nossa caminhada cristã, aquilo que será recompensado não se refere às nossas capacidades intelectuais ou o nosso brilhantismo em gerenciar os dons. Seremos recompensados pela devoção e pela fidelidade ao Senhor. Como falou Herbert Lockyer: “Se não podemos ser um Moisés, sejamos semelhantes a Arão ou a um levita inferior e leal”.

Outro aspecto importante

Além da responsabilidade, outro aspecto importante é a diligência. Ao lermos o texto com atenção, observaremos que os dois servos que receberam mais talentos “saíram imediatamente”. Isso demostra a importância dada à diligência e a preocupação dos servos em fazer com que o talento recebido gerasse lucro, pois não sabiam quando seria o retorno do seu Senhor.

Mais uma vez, Jesus nos ensina acerca do seu retorno através do texto de uma parábola. Os cristãos de hoje parecem não estar preparados para lidar com a escatologia de Jesus, como estavam os cristãos do passado. Com isso os sermões dessa parábola na era moderna, estão mais ligados ao tempo presente, firmados naquilo que chamamos de pensamento do sucesso “quanto mais tenho mais favorecido por Deus eu sou”. Porém, o sucesso que essa parábola está se referindo está relacionado com uso que se faz da mensagem do reino.

A fidelidade deve estar associada ao ensino de Jesus sobre o tempo presente e o futuro, e o conhecimento do Reino nos traz uma responsabilidade adicional. O fato da demora da “parousia” não nega a fé escatológica, mas reforça a questão da fidelidade. Esses dois servos eram diferentes quanto aos talentos recebidos, mas idênticos quanto à obediência, diligência e fidelidade ao seu senhor; entretanto, receberam uma recompensa idêntica, independente do número de talentos recebidos. O que irá conquistar a aprovação do Senhor quando ele retornar, não é a fama que conquistamos com os talentos, mas a fidelidade que mostraremos enquanto O aguardamos.

Que nosso coração possa ansiar mais do que tudo o dia em que nos encontraremos com o nosso Senhor!

Que possamos ter uma vida de diligência e fidelidade sabendo que o Senhor é galardoador daqueles que o buscam! Apocalipse 22:12 diz: “Eis que venho em breve, a minha recompensa está comigo, e eu retribuirei a cada um de acordo com o que fez”. Em sua graça, o Senhor nos deu dons e talentos para que possamos realizar as boas obras, e estas serão recompensadas! Este é o galardão da graça, que cada um de nós receberá de maneira completamente justa e apropriada! Naquele dia, todo santo será recompensado por Deus, por causa das suas obras, de forma que a obra iniciada nesta vida será finalizada. E a glória de Deus brilhará em cada santo para o louvor do Seu nome.

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Jesus nos estende um convite, o de seguir o caminho que leva à vida e salvação. E Ele alerta que existe um preço para todo aquele que quiser trilhar este caminho e seguir os Seus passos. É necessário negar a si mesmo e tomar a sua cruz.

O convite de Jesus causa um golpe fatal no egocentrismo humano. O homem, por si próprio, apenas tem interesse nas bênçãos e na glória, naquilo que faz bem a ele; porém Deus requer cruz e sacrifício. Quer que o homem morra para si mesmo.

Veja esse texto:

Chamando a multidão com os discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser preservar sua vida, irá perdê-la; mas quem perder a vida por causa de mim e do evangelho, irá preservá-la. Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? Ou, que daria o homem em troca da sua vida? Quando o Filho do homem vier na glória de seu Pai com os santos anjos, ele também se envergonhará de quem se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora. Marcos 8:34-38

A princípio, os discípulos de Cristo possuíam uma visão equivocada do reino messiânico. A visão deles tinha como centro o homem e seus interesses próprios. Esta visão foi desafiada pelo próprio Jesus, pois Ele deixou claro que não há glorificação sem que haja sofrimento. Não há coroa sem que haja uma cruz.

Este posicionamento continua sendo um grande desafio para a igreja atualmente. Para muitos, não há espaço para cruz e sofrimento em sua teologia. Ainda hoje, há uma cruz para mim e para você.

Atender ao convite de Jesus é um teste para a natureza da nossa fé

Se essa fé for verdadeira, nós não o seguiremos somente nas bênçãos e na glória, mas também ao carregar a cruz que há para cada um. Aquele que diz negar a si mesmo declara que não deseja mais se associar à pessoa que era antes. Reconhece a sua natureza pecaminosa e que não é merecedor desse convite. Abandona sua justiça própria, seus próprios planos e suas ambições.

Não há semelhança entre o chamado para conquistar sonhos e desejos e o chamado do evangelho. Assim, este chamado é um convite para abrir mão de si mesmo. A verdadeira conversão ocorre quando o homem entende que, dentro de si, há apenas o pecado e que a sua única esperança está em um relacionamento redentor com Cristo, e isso só é possível por meio da Graça.

Quem afirma seguir a Cristo, mas não carrega sua cruz, não pode ser Seu discípulo

“E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo.” Lucas 14:27

Este convite para a salvação deve ser tão valioso para nós a ponto de não termos nossa vida como preciosa. Será que a salvação é realmente valiosa para nós? Será que ela é uma uma pérola de grande valor pela qual nós venderíamos tudo o que possuímos?

“O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo. O Reino dos céus também é como um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e a comprou”. Mateus 13:44-46

A resposta que precisamos dar para Jesus a esse grande convite é a abnegação, é uma obediência leal. Pois, nossas vidas são marcadas quando obedecemos ao Senhor com amor, alegria e gratidão. Todos os dias, temos a oportunidade de negar a nós mesmos, pegar a nossa cruz e seguir a Cristo. Este é o único convite do evangelho: o caminho estreito é o caminho de morte que nos levará, um dia, a alcançar a eterna e gloriosa redenção em Cristo Jesus.

Precisamos entender que a vida é feita de estações e saber discernir essa realidade é importante para que possamos aprender e crescer em sabedoria. As estações mudam e tudo que está bem. Em um instante pode desmoronar – o inverno chega e com ele o frio e a escuridão. Da mesma maneira, os momentos de dificuldades também passam. Logo o sol nasce, a primavera chega e com ela vêm as flores e o doce aroma da esperança. Em cada estação, eu amo saber que tenho um Deus que não muda e que Ele sustenta o meu coração.

Saber quem Deus é me ajuda a posicionar o meu coração em devoção ao Senhor – Ele que me conhece e deseja ser conhecido por mim. Em Sua palavra encontrei o caminho perfeito para conhecê-lo. E eu amo saber que Deus me deu o privilégio de ter acesso às Suas verdades.

Quando as estações mudarem…

A Bíblia fala sobre o homem cujo prazer está na lei do Senhor e nela medita dia e noite. Ele é chamado de “bem-aventurado”. Ele é como uma árvore cujas folhas nunca secam, que dá fruto na estação devida, pois ele se posicionou junto às correntes de águas. Logo, esse homem não se abala quando as estações mudam, pois ele conhece a alegria de ser sustentado pela palavra. Ele tem sua confiança em um firme fundamento.

Igualmente, nós podemos ser alguém que encontra na lei do Senhor um lugar seguro para fundamentar nossas vidas. Se eu me apego aos Seus decretos a minha alma se alegra, eu encontro força, eles iluminam meu caminho e firmam meus passos. Quem descobre este segredo não temerá o dia mau. Quem guarda isso no coração não é enganado pelas mentiras pois conhece a verdade.

Há poder em ler a Bíblia

É certo que um conceito errado de Deus abala a nossa fé e confiança, por isso devemos nos debruçar sobre Sua palavra. Deixar que ela nos preencha com as verdades de quem Ele é. Uma vez ouvi que a Bíblia é o único livro que temos o autor nos acompanhando 24 horas por dia. Ele mesmo desvenda nosso olhar para contemplarmos as maravilhas de Seus mandamentos. Deus se revela a nós à medida que nos aproximamos e Ele deseja ser conhecido.

Sem dúvida, eu quero me posicionar em meditar na lei do Senhor buscando-o de todo meu coração e desejando não apenas saber à respeito Dele. Mas conhecer, de fato, quem Ele é. Se trata de um relacionamento – falar com Ele, e ouvir o que Ele tem a dizer. Eu quero sentar para ouvir Sua voz. Quero amá-lo mais à medida que eu o conheço e descubro que sou conhecida por Ele. Há um prazer em meditar naquilo que Ele diz, pois mais doces que o mel e mais preciosas que o ouro são as Suas palavras de vida eterna.

Assim, não importa a estação, os ventos da dúvida, a aflição e a angústia jamais poderão dominar alguém cujo prazer está na palavra do Senhor. Pois ela é perfeita e está estabelecida para sempre. Os que a amam “têm grande paz e ninguém os fará tropeçar” (Salmos 119:165).

Você já se imaginou velhinho? Já se imaginou no fim da vida olhando para tudo o que passou e se perguntando o que valeu a pena? Se seus objetivos de vida estavam certos, se você não perdeu tempo, se aprendeu com as situações difíceis e se suas forças foram bem investidas? Não queremos fazê-lo refletir se algo dá certo ou errado para você. Esse não é o objetivo. Mas saber se tudo em nossa vida indica uma motivação. Se aquilo que o mantém fascinado hoje é suficientemente consistente e bom.

Nós queremos, no decorrer deste artigo, corrigir o nosso foco, apertar os parafusos, examinar o que precisa ser prioridade em nossos dias de vida. Senão, nada do que faremos valerá a pena, por melhor que seja, ou mais bonito que pareça. Isso precisa estar bem resolvido em nós, primeiro.

Por isso, hoje vamos refletir sobre “uma coisa” que nos é necessária em toda a nossa jornada.


Você já sentiu que você nasceu para algo a mais?

Se você não quer viver por uma motivação pequena, estamos juntos nessa. Já que estamos vivos, queremos a mais elevada! Não queremos desperdiçar a chance que nos foi dada: a de viver. E como cristão, talvez, você se pergunte como viver para Deus. Como me tornar fascinado por Jesus?

Bom, antes de tudo, precisamos deixar claro que viver para Deus é algo que vai além da nossa compreensão. É tão ampla e completa a ideia de viver para Ele que toda boa motivação de vida fica aos pés se comparada com a motivação de viver para Jesus.

Nesse sentido, a palavra do Senhor diz que Ele o ensinará no caminho que deve seguir, o aconselhará e cuidará de você (Salmos 32:8). Então, se a sua alma anseia viver algo significante, nada melhor do que confiar em Jesus. Ele é o caminho fascinante!

Você não é dono da razão

Em primeiro lugar, precisamos partir de alguns fundamentos importantes. Jesus é o centro do cristianismo. E no cristianismo, Ele é o centro de toda a criação. Entender isso nos ajuda a compreender a palavra de Deus e o propósito de Jesus. Ele veio na terra restaurar a humanidade e todos os cosmos; Se mostrar o sentido de todas as coisas.

Se Jesus é o dono de toda a existência, de toda a vida, e o verdadeiro Rei sobre a terra, assim como diz na sua palavra, então, a vontade dele é soberana, inclusive sobre a nossa.

Mas obedecer suas palavras está muito longe de se ver uma marionete de Jesus. E que mesmo isso não faz dele um Deus ruim. Porque o que Ele fez para você, para nós, é prova de amor. E mesmo se fossemos marionetes, valeria mais a pena viver para Ele do que para qualquer outro. Porque esse mesmo Deus também é Pai, e por isso nele somos supridos.

Se você entende que na cruz Ele se fez homem e servo, e deixou claro que é, também, Deus, não nos resta outra coisa, senão considerar seriamente suas palavras. Porque, se você não reparou, elas afetam decisivamente a sua vida hoje. Isso nos ajuda a notar que, realmente, não temos outra saída. Fomos feitos para Ele. Se Ele é tão infinitamente soberano e se importa conosco a tal ponto, então, o que achamos ser melhor para nós ou para o mundo pode não ser.

Numa jornada fascinado por Jesus

O exemplo de Davi é incrível, ele era fascinado. Ele era um rapaz diferente, por mais que tenha cometido muitos erros. O desejo dele expresso em Salmos 27:4 era desfrutar de uma vida de intimidade com Deus. De amor e conhecimento de Deus. Isso valia mais do que sua ascensão como rei de Israel.

Desse modo, viver para a própria promoção não é o bastante. Do mesmo modo, não é bastante qualquer propósito desassociado de Cristo. São todos pequenos, terrenos, duram até esta vida. Mas, nada satisfaz o homem mais do que um propósito eterno; do que entender que a fé em Jesus é o tesouro mais valioso (I Pe 1:7).

A vida vazia se enchendo do tesouro eterno

Somos como tesouros em vasos de barro (II Co 4), carregamos um tesouro valioso. Carregamos a esperança da restauração de todas as coisas. Carregamos a única mensagem que sustenta a humanidade em suas crises reais.

Viver para Cristo é um privilégio, que vai além de buscar uma vida moralmente correta, ao se esforçar em fazer a vontade dele. Vai além de viver uma vida terrena cujos objetivos são a autopromoção ou são desassociados de toda motivação centrada em Cristo.

Em síntese, esta vida vai além de nós. Na verdade, seja jovem ou velhinho, a Ele devemos toda gratidão e honra em tudo o que fazemos e somos, pelo tempo que existirmos. Diante disso, assim como Davi, pedimos apenas uma coisa: queremos um olhar fascinado por Jesus.

Ficará claro na próxima era quem foram aqueles que viveram para a audiência de um. Diante de um mundo com tantas ofertas, reconheceremos aqueles que escolheram a boa parte, assim como Maria.

O anseio pelo secreto. O desejo de viver com Ele e para Ele. O que fazer para viver para a audiência de um?

Carrego comigo a verdade de que Deus irá reconhecer aqueles que verdadeiramente andaram com Ele nesta era.

Então, onde estão aqueles que deixarão tudo para seguir o Mestre?

“E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa; E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Marta, porém, andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude. E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada”. Lucas 10: 38-42

Vemos aqui que Maria escolheu a melhor parte. Ela se entregou. E essa atitude nos ensina que certamente grandes histórias nascem de grandes entregas. Então, abra mão de tudo o que tem tomado o lugar do Senhor na sua vida, e se assente hoje aos pés Daquele que pode transformar seu destino.

Portanto, abra mão de tudo, assim como Maria fez, e você ganhará muito além do que deixou para trás.

Audiência de um

Uma coisa pedi ao Senhor, é o que procuro: que eu possa viver na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a bondade do Senhor e buscar sua orientação no seu templo”. Salmos 27:4

Certamente, quando entendemos na essência o que é viver para a audiência de um, seremos libertos de querer viver para a aprovação de homens.

Aliás, Davi foi alguém que entendeu isso. Ele escolheu viver para aquela única coisa que verdadeiramente importa. Pois ele escolheu receber a aprovação do Pai.

Portanto, precisamos entender que o que vivemos no público é reflexo do que amamos e doamos no lugar secreto.

Viver o que diz o Salmos 27:4 não é somente para aqueles que vivem para o ministério.

Afinal, viver à “uma coisa” que fala neste Salmos é um estilo de vida, é uma jornada.

Reconhecendo a voz de Deus

Um exemplo disso foi quando Deus chamou Samuel. No primeiro momento o menino não reconheceu a Voz do Senhor, até que entendeu e respondeu ao chamado.

O Senhor, pois, tornou a chamar a Samuel terceira vez, e ele se levantou, e foi a Eli, e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Então entendeu Eli que o Senhor chamava o jovem.
Por isso Eli disse a Samuel: Vai deitar-te e há de ser que, se te chamar, dirás: Fala, Senhor, porque o teu servo ouve. Então Samuel foi e se deitou no seu lugar. Então veio o Senhor, e pôs-se ali, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve”. 1 Samuel 3:8-10

Enfim, Samuel, assim como Davi e Maria,  viveu uma vida para agradar o coração do Pai.

Apenas uma coisa importa

Viver para Deus não quer dizer que há ausência de erros, mas sim que faremos tudo para que Ele encontre alegria ao olhar para cada um de nós.

Te incentivo a escolher hoje transformar seus dias em uma história que agrade o coração do Pai.

Viva aquela uma coisa que realmente importa. Viva para Ele e as pessoas irão enxergar Jesus ao olharem para você.

“A minha alma anela, e até desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e o meu corpo cantam de alegria ao Deus vivo. Até o pardal achou um lar, e a andorinha um ninho para si, para abrigar os seus filhotes, um lugar perto do teu altar, ó Senhor dos Exércitos, meu Rei e meu Deus. Como são felizes os que habitam em tua casa; louvam-te sem cessar”.  Salmos 84:2-4

Escreva sua história de perseverança, entrega e amor por apenas uma coisa: Jesus. Assim como fez Maria, que escolheu a melhor parte.

 

Você já ouviu a história de Davi, quando ele foi chamado para tocar a harpa enquanto o rei Saul era atormentado por um espírito mau? Davi tocava notas e melodias, e então Saul sentia alívio, e o espírito mau se retirava dele (1 Samuel 16:23). Vemos nessa história que a pessoa indicada para ajudar o rei deveria ser alguém que tocasse bem e que fosse de Deus. Davi era um músico com muita habilidade e ele era ungido pelo Senhor. E parecia entender que a música, através de notas e melodias, pode ser usada para profetizar e libertar. 

“E Davi, juntamente com os capitães do exército, separou para o ministério os filhos de Asafe, e de Hemã, e de Jedutum, para profetizarem com harpas, com címbalos, e com saltérios…” 1 Crônicas 25:1

Profetizando por meio de notas e melodias

Portanto, Davi quando se tornou rei, ele trouxe a Arca da Aliança para Jerusalém e separou homens para o ministério que pudessem profetizar com harpas, címbalos e com saltérios (1 Cr. 25:1). Esses músicos eram chamados para profetizar, e não para entreter, e como músicos, esse é o nosso chamado.

É evidente que profetizar significa trazer uma mensagem da parte de Deus, mas o que isso significa quando a minha mensagem é liberada através de melodias e não de palavras? Como músico, profetizar, é passar através de notas e melodias aquilo que o Senhor está falando ao nosso coração. Aquilo que Ele deseja liberar sobre paz, justiça, alegria. Um músico precisa buscar entender em momentos de intimidade com o Senhor o que Ele está dizendo e transmitir isso através de sons e melodias.

Por exemplo, quando estou com meu instrumento, sinto como se o Senhor soprasse algo sobre mim. Às vezes uma melodia, e muitas vezes uma palavra como: “refrigério”, “estar sensível”, “abrir o coração”, “se humilhe diante do Senhor”, “temor”, “graça”. E eu busco traduzir isso com uma melodia. Muitas vezes sinto algo bem forte do Senhor, como se meu coração queimasse, enquanto tocava algo mais forte, mais intenso, mas também já senti algo como um choro profundo dentro de mim, e eu sabia que deveria tocar de uma forma mais suave e leve. 

Por onde começar?

Primeiramente, você precisa ter domínio da ferramenta que você está usando, no caso, o seu instrumento, dominar é conhecer totalmente algo. Por exemplo, para quem toca guitarra, isso significa que é preciso conhecer toda a região do braço da guitarra, fazer qualquer tipo de acorde para quando o Senhor falar algo ao meu coração, eu não ter que ficar pensando: “Ah, aqui é onde fica o dó, não, é, espera..”. Então, eu preciso estudar ao ponto de poder tocar sem ter que ficar pensando muito, como pilotar no “modo automático”. 

É muito importante e primordial que o músico também saiba ouvir a voz do Senhor. Para isso é preciso ter intimidade com Ele. Enquanto você estiver tocando, o Senhor pode soprar algo ao seu coração, e é preciso discernir o que Ele está querendo dizer, às vezes o profetizar naquele momento pode significar não tocar nada, que é o mais difícil. É preciso entender o ambiente e servir, sabendo que Deus sopra sobre os outros integrantes do time também, e pode ser o momento de outro instrumento liberar algo, e não o seu. É uma jornada até encontrar esse lugar, e para isso deve existir muito tempo com a Bíblia e oração (aprofundando em intimidade com Deus), e também estudando o instrumento, são duas coisas caminhando juntas, é por aí que começa.

“Cantem-lhe uma nova canção; toquem com habilidade ao aclamá-lo.” Salmos 33:3

Começo o texto dizendo que não existe um passo a passo exato sobre como compor uma música. Você pode estar pensando: “O que vem primeiro a letra ou a melodia?” Todo compositor já deve ter ouvido essa pergunta, e nem sempre a resposta será a mesma. Eu mesma já escrevi canções fazendo a melodia para só depois encaixar uma letra. Como também, já escrevi letras e só depois coloquei uma melodia, mas já fiz os dois processos ao mesmo tempo. Porém, independente do processo envolvido, escrever uma música é deixar transbordar em palavras e melodias aquilo que está dentro do seu coração. E, para dirigirmos nossa canção ao Senhor, nosso coração precisa estar cheio de suas boas palavras. E para isso, portanto, há um caminho a ser percorrido.

“Meu coração transborda de boas palavras; consagro ao rei o que compus; minha língua é como a pena de um escritor habilidoso” Salmos 45:1 (S21)

Meditando na Palavra para compor

O rei Davi, um dos maiores compositores da história, era um estudante da beleza de Deus e alguém que tinha o seu prazer na Lei do Senhor. Ele pediu “uma coisa” ao Senhor:

“…que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar o esplendor do Senhor e meditar no seu templo” (Salmos 27:4).

Se você deseja compor canções para o Senhor, considere ser alguém que medita na sua Palavra, que busca conhecer profundamente ao Deus a quem você eleva a sua voz. Seja alguém que coloca como prioridade uma vida no lugar secreto com o Senhor, meditando em sua Palavra, declarando as verdades de quem Ele é. Portanto, Sua palavra, inspirada pelo Espírito, é inspiração suficiente para que as canções mais belas possam nascer.

“As palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, minha rocha e meu redentor” Salmos 19:14

Contemplando as obras do Criador

Já olhou para o céu quando o dia está nascendo, ou quando o sol está se pondo? Ou enquanto estava viajando, na estrada, conseguiu perceber as árvores e a beleza da natureza ao redor? Eu acredito que existe algo naquele calor do entardecer, no silêncio, no cantar dos pássaros que toca nosso coração e nos faz sentir maravilhados diante de tanta perfeição.

“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de suas mãos” Salmos 19:1

As obras do Senhor são perfeitas. Assim, quando as contemplamos estamos diante da grandeza do poder de Deus, aquele que criou tudo que existe. Com o coração cheio da Palavra da verdade, você pode se sentar com seu instrumento e um caderno ao final de um dia, contemplar a natureza, respirar fundo e assim, você prepara um ambiente para que a criatividade te encontre. Anote frases, grave suas melodias, talvez você não tenha uma música pronta ali na hora, mas você estará exercitando isso e desenvolvendo o seu lado criativo. 

Tocando com habilidade

“Cantai-lhe um cântico novo, tocai com habilidade e alegria” Salmos 33:3

Para compor boas canções, é importante desenvolver habilidades musicais. O caminho para isso é se dedicar aos estudos e se aperfeiçoar musicalmente, pois sem dúvida, o Senhor é digno de que façamos tudo que nos foi proposto de todo o coração (Cl. 3:23). Se aprofundar no estudo de teoria musical pode alargar suas fronteiras na música, você poderá se aventurar em ritmos que você não tocava ou cantava antes, aumenta as possibilidades de melodias que você pode criar. Precisamos ser diligentes com o que o Senhor colocou dentro de nós e desenvolver nossos talentos tocando com habilidade e fazendo isso com alegria.

Não tenha medo de começar. Se você deseja compor canções para o Senhor, que falem das verdades sobre quem Ele é comece dando pequenos passos. Estude a Bíblia, escreva o que está no seu coração, escreva sobre quem o Senhor é para você, o que Ele fez na sua vida. Pare para contemplar a beleza do Senhor em sua Palavra e em sua criação, e cresça musicalmente também. Seja fiel naquilo que o Senhor tem colocado em suas mãos e que o seu coração transborde de boas palavras a Ele.

Você já se questionou sobre a soberania de Deus? Como Deus pode ser soberano se coisas ruins acontecem com pessoas boas e coisas boas acontecem com pessoas ruins?

Uma certeza é que, apesar do pecado e da maldade existirem, Deus é soberano, é justo e a sua bondade vai muito além do que se pode imaginar.

Como, então, pode-se afirmar que coisas ruins poderiam acontecer mesmo Deus sendo extremamente bom? Você verá como confiar na soberania do Senhor. 

Quando você olhar para os momentos difíceis e não entender o que Deus está fazendo ou onde ele está, tente se lembrar que é necessário alinhar a sua visão com a sabedoria e com a Palavra do Senhor.

 

Confiar em Deus pelo que Ele é

Crer em Deus quando tudo ao redor não faz nenhum sentido, o conselho é confiar pelo que Ele é. Você deve acreditar em Deus simplesmente pelo que ele é, e então você compreenderá que Ele é sábio.

E o que isto quer dizer? Isto quer dizer que os atributos de Deus são inseparáveis. Ao mesmo tempo em que Ele é soberano, Ele também é justo e amoroso.

É verdade que Deus é soberano sobre todas as coisas e manifesta a sua vontade por si mesmo e não é induzido por ninguém. A Bíblia dá a direção correta, dizendo que:

“Porque todas as coisas são dele, por ele e para ele. A ele seja a glória eternamente! Amém.” Romanos 11: 36

A soberania do Senhor se manifesta em sua vontade. E ao exercer sua vontade sobre toda a vida, propósito, presente e futuro, Ele o faz porque governa segundo os conselhos da sua vontade.

O bom de saber isso é poder sempre confiar que Deus está no controle. Ele continua governando e oferecendo providência. Mas então, por quê pessoas precisam sofrer?

 

A soberania de Deus na morte de Cristo

Se Deus está no controle, por quê pessoas boas sofrem? Na realidade, “houve apenas uma pessoa boa a quem coisas ruins aconteceram: Jesus. Surpreendentemente, ele se voluntariou para ser maltratado e desprezado pela humanidade.” (Livro Deus é, de Mark Jones).

Você e Deus, certamente, acreditam que foi para um bem maior Jesus ter sofrido e ter morrido na cruz. Se Deus permitiu que a maldade recaísse sobre seu único filho para redimir toda a criação e salvar a muitos, Ele realmente sabe o que está fazendo. Ele não poupou nem o seu próprio filho!

Deus conhece as dores que as pessoas passam. E ele está governando e dominando todas as coisas da forma mais bela.

O homem é o verdadeiro autor da maldade, e se as dificuldades levarem-no a reconhecer sua necessidade de Deus, você verá que Deus o ama, mesmo passando por situações que lhe pareçam injustas.

 

Há esperança na soberania de Deus

Se Deus não fosse soberano sobre todas as coisas, de fato não haveria esperança para ninguém. Mas porque Ele está no controle, a certeza de que Ele distribui providência e graça é verdade confiável.

As obras do Senhor são boas mesmo as nossas sendo más. Mas como Cristo, você também pode encontrar conforto em Deus quando os tempos difíceis lhe sobrevierem. Mark Jones novamente ajuda a perceber o seguinte:

“Cristo encontrou conforto na vergonhosa cruz porque cumpria os gloriosos propósitos de seu Pai para redimir a humanidade do pecado e da miséria.”

Ficar bravo contra Deus não adiantará em nada, porque Ele é a resposta que você precisa. As pessoas sempre precisaram conhecer a Deus para entender que sem Ele não há esperança para o presente, nem para o passado, nem para o futuro. 

Então utilize de sua fé para glorificar a Deus em tempos difíceis, e assim você verá com alegria a soberania e a sabedoria do Senhor se manifestando, enquanto a sabedoria deste mundo se mostrará ineficiente.

Deus é soberano sobre todas as coisas? Ele está no controle?  Tudo está mudando, certo? Vivemos tempos muito diferentes. Mas, às vezes, acho que precisamos continuar trazendo à nossa memória os feitos de Deus na história para não duvidarmos de que Ele é sim o Senhor da história e Ele não está à parte do que está acontecendo. Acho necessário iniciarmos esse assunto, nos lembrando então, dos feitos de Deus na história. Deus governa sobre o universo, Ele o criou e é o sustentador de tudo, inclusive de nossa existência. Dizer isso não é pouca coisa, percebe?

A soberania de Deus no Universo e na história humana

A soberania de Deus fala de como Ele age no universo para que tudo e todos cumpram o seu plano divino. Tanto a natureza obedece o seu poder (I Reis 17-18) quanto envolve a história da humanidade e o destino de todas as nações. Nos Salmos podemos ler frequentemente louvor e exaltação por seu poder na natureza: “Pois sei que o Senhor é grande e que o nosso Senhor está acima de todos os deuses. O Senhor faz tudo o que deseja, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos. Faz subir as nuvens das extremidades da terra; faz relâmpagos para a chuva; tira os ventos dos seus reservatórios” Salmos 135:5-7. Em Salmos 104 podemos ver um exemplo de Deus guiando e dirigindo a criação animal. Vemos ali descrições deles fazendo a vontade de Deus e dependendo dele para sua provisão.

Por conseguinte, seu governo é também na história humana e no destino das nações. Um exemplo está em Daniel 2:21: “Ele muda os tempos e as estações; remove e estabelece reis”. Vemos Deus conduzindo a história de Israel, usando a Assíria para atingir seus propósitos nessa nação e então também levando a Assíria à destruição: “Fiz isso com a força da minha mão e com a minha sabedoria..” (Isaías 10:13). E podemos nos lembrar do discurso de Paulo aos gregos, onde ele descreve sobre Deus (Atos 17:26). Mas também seu governo soberano é visto em situações individuais. Podemos citar Davi como um exemplo de alguém que encontrou conforto em um Deus soberano sobre sua vida (Salmos 31:14-15). Podemos ver a ação divina até mesmo nas ações acidentais da vida, como lemos em Provérbios 16:33: “A sorte se lança no colo, mas o Senhor procede toda decisão”.

Oração e Soberania Divina

Oração e soberania divina se contradizem? Muitos podem dizer, e me perdoem a sinceridade, mas de forma muito errônea, que se Deus em sua soberania irá conduzir tudo, já determinou tudo, então não precisamos pedir em forma de oração. Isso vai contra o que a Bíblia nos ordena, sobre orar sem cessar, continuar pedindo e  buscando (Lucas 11:9-10). Em Tiago capítulo 5, somos encorajados a orar, por meio do que Tiago conclui  nessa passagem: a oração pode produzir resultados maravilhosos. Ele cita o exemplo de Elias, ”um homem como nós” (Tiago 5:17), que através da oração afastou a chuva de Israel e depois pediu que ela retornasse. É claro que Deus estava no controle de tudo, seu plano é sábio e infalível, assim Tiago conclui que as orações são eficazes. Por isso eu gosto da citação de Timothy Keller:

 “não haveria qualquer possibilidade de que nossas orações disputassem com Deus o controle sobre qualquer parte do Universo e o tirasse de suas mãos. No entanto, faz parte da bondade e do desígnio de Deus permitir que o mundo seja suscetível as nossas orações”.

Fato é que nossas orações não irão frustrar os bons planos de Deus, mas nossas orações importam – “não temos porque não pedimos” -. Nem sempre seremos respondidos, mas Deus nos dará o que é melhor e o que está nos seus propósitos, como diz em Salmos 84:11: “não negará bem algum aos que andam com retidão”. Deus é soberano sobre todas as coisas e nossas orações são ouvidas por Ele.

A soberania de Deus nos leva à rendição

Devemos reconhecer a Deus, exaltar a Ele, nos submeter a Ele. O fim das nossas crises e ansiedades devem nos levar a nos dobrarmos diante dele. Nós somos sim seres limitados e Ele é infinito, nós somos suas criaturas e Ele nosso Criador. Se tudo foi criado a partir dele, porque ainda passa em nosso pensamento que Ele perdeu o controle? Deus é soberano sobre todas as coisas e isso nos leva a crescer em fé e confiança nele. Estar nele é existir de fato e não tentar apenas sobreviver. A graça de Deus em nos enviar seu Filho é motivo para nos levar à rendição total de nossas vidas. Graças a isso, nós não precisamos salvar a nós mesmos.

Por fim, quando crises vierem até nós, quando o mal de alguma forma chegar até nós, que os nossos olhos estejam fixados no Senhor, que possamos descansar em sua bondade, na sua sombra, como o Salmista diz: “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo Poderoso, descansará” Salmos 91:1. Sim, o reconhecimento da soberania de Deus nos leva à rendição total ao Seu Senhorio, a sua sombra é lugar de descanso. Descansaremos no caráter de Deus sabendo que Ele está escrevendo e finalizando essa história. Que o Senhor nos guarde da prepotência de tentarmos ser autores de nossas histórias, pois o final que o Senhor tem para nós, com o seu senso de telos (propósito) é o melhor para nós. Nos rendemos a ti Deus, seja Senhor de nossas vidas.

Livro citado: Oração, experimentando intimidade com Deus. Timothy Keller