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O perigo da insatisfação

Temos a consciência de que os sentimentos de insatisfação e descontentamento são pecados. 

Leia:

Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: “Nunca o deixarei, nunca o abandonarei”.

Podemos, pois, dizer com confiança: “O Senhor é o meu ajudador, não temerei. O que me podem fazer os homens? “Hebreus 13:5,6 “

É possível crescermos em contentamento ao fazermos comparações saudáveis. Comparações essas que vão nos ajudar no crescimento do contentamento.

Observe algumas dessas comparações que pode ajudá-lo a crescer em contentamento: 

1- Compare a sua condição com o que você merece

Quando se trata da misericórdia e bondade de Deus é nos dado mais do que merecemos dEle. E quando se trata de dores e aflições, sabemos que o Senhor nos deu menos do que merecemos. (Esdras 9:13)

2- Compare a sua condição com os que têm menos

Quando olhamos para aqueles que têm mais, automaticamente a insatisfação cresce dentro de nós, então ao invés disso devemos olhar para os que têm menos, então agradecimento e ação de graças entre em nosso coração e isso nos fará gerar misericórdia e compaixão com relação aos que tem menos. 

3- Compare a sua condição com a de Cristo na Terra

Você está descontente com as coisas que você tem? Olhe para Jesus, ele não tinha nem onde reclinar a cabeça. (Mateus 8:20) Por isso, sempre que estivermos enfrentando dificuldades o que nos  ajudará  será  olharmos para Jesus e percebermos que Ele sabe muito mais sobre sofrimento do que nós jamais conheceremos. 

4- Compare a sua condição com o que você era antes

Nós éramos herdeiros de sofrimento eterno, juízo de inferno e essa era a nossa condição quando chegamos à Terra. Essa pode não ser a nossa condição de hoje, mas materialmente não tínhamos nada. Se nós não temos o que queremos deste mundo, certamente já temos muito mais do que quando entramos entramos neste mundo.

5- Compare a sua condição hoje com o que será muito em breve

Tudo o que você sempre quis, chegará em um momento que isso não será mais útil, não será mais satisfatório. Existe um reino vindouro, existe um tempo que logo se aproxima, logo o amanhã vem e então nada do que almejamos fará sentido algum. Nada teremos como herança daqui. Por isso, devemos colocar a nossa mente, coração, desejos e satisfação nas coisas de cima, nas coisas do alto onde Cristo está. Devemos sempre esconder nossa vida, coração em Deus e libertos do amor ao dinheiro. 

Por fim, existe uma promessa de que Ele nunca nos deixaria, nunca nos abandonaria e essa é a nossa motivação. Devemos manter a nossa vida livre da insatisfação e do descontentamento porque há um motivo maior: Ele disse que nunca nos deixaria, por isso o motivo e o poder está nesta promessa. Onde quer que nós estejamos, Deus não nos abandonará. Cristo foi abandonado na cruz para que não fôssemos abandonados na vida. Em Jesus nunca ficaremos sozinhos, buscaremos força e coragem em sua palavra. Deus sempre estará ali, e a presença de Cristo é a resposta cristã ao medo, ansiedade e preocupação. 

O Senhor é o nosso ajudador, e por isso não teremos medo, porque o espírito santo está dentro de nós. E por isso, o convite que Deus nos faz hoje é para sairmos da zona de conforto, caminharmos em fé, para vivermos uma vida livre do descontentamento, a partir de algumas das comparações e do entendimento de que encontremos satisfação naquilo que nós já temos. 

“Abrirei minha boca em parábolas; proporei enigmas da antiguidade” (Sl 78:2)
De acordo com os evangelhos cerca de um terço do ensino de Jesus foi por meio de parábolas. Mesmo elas sendo famosas, até hoje, na linguagem popular, são usadas expressões como “bom samaritano” e “filho pródigo”, poucas pessoas sabem porque Jesus contava parábolas.
“Jesus falou todas essas coisas às multidões por meio de parábolas, e nada lhes falava sem parábolas; para que se cumprisse o que havia sido falado pelo profeta: Abrirei a minha boca em parábolas; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo” (Mt 13:34-35).

Por que Jesus contava parábolas?

Primeiro, é preciso notar que Jesus contava parábolas a fim de cumprir o que fora escrito a respeito dele. Ele veio para cumprir toda a Escritura. Jesus foi obediente até mesmo em relação àquilo que as escrituras apontavam que ele faria. Segundo, as parábolas sinalizavam que os mistérios do reino dos céus não eram dados a qualquer um. Porém, não era a complexidade das parábolas que dificultava as multidões a entenderem os mistérios do reino. O que as impedia era a incredulidade em seus corações que ficava evidente ao ouvirem essas histórias. Jesus fala sobre isso:
“Por isso eu lhes falo [às multidões] por meio de parábolas; porque, vendo, não veem; ouvindo, não ouvem nem entendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, e nunca entendereis; vendo, vereis, e jamais percebereis. Porque o coração deste povo se tornou insensível, e com os ouvidos ouviram de má vontade, e fecharam os olhos para que não vejam, nem ouçam com os ouvidos, nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure” (Mt 13:13- 15).
A boa notícia é que Jesus não para por aí e diz:
“Mas bem-aventurados os vossos olhos [dos discípulos], porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem” (Mt 13:16).

Pedindo sabedoria ao Senhor

Jesus tem outra abordagem ao se dirigir aos seus discípulos. Ele diz que abriria os olhos e os ouvidos de seus seguidores para entenderem a mensagem e os mistérios do reino. Esse é o ponto de diferença entre os discípulos e a multidão. Isto é, a multidão ouve as parábolas de Jesus, se fascinam com sua sabedoria, seus sinais e milagres, mas continuam sem entender. Já os discípulos de Cristo ouvem e entendem. Entendem não por que são mais sábios e inteligentes (os primeiros discípulos eram indoutos e pessoas bem simples), mas porque eles se achegavam ao Mestre para que seus olhos e ouvidos fossem abertos.
“E não lhes ensinava [às multidões] sem usar parábolas, mas explicava tudo a seus discípulos em particular” (Mc 4:34).
A melhor forma de começarmos a entender as parábolas, os mistérios do reino, e toda a Palavra de Deus é nos achegando a Cristo com uma oração: “Abre meus olhos, meus ouvidos e cure meu coração para receber tua palavra.” É a dependência dEle que é a porta de entrada para entender sua palavra.

Como entender o significado das parábolas?

Diante disso, como podemos interpretar hoje as parábolas que Jesus contou há tantos anos atrás? Eis algumas sugestões:
– Seja humilde diante de Deus. As parábolas são a Palavra de Deus, portanto se achegue a elas com oração, temor e dependência do Espírito Santo;
– Seja humilde diante do povo de Deus. A igreja é o povo de Deus espalhado por todas as nações em todas as eras. Antes de nós, muitos cristãos mais piedosos (e também mais inteligentes) estudaram as parábolas. Eles cometeram acertos e erros que ao decorrer dos séculos foram se aperfeiçoando na maneira de interpretação. É completa
arrogância nossa, achar que podemos, por nós mesmos, chegar a entender tudo. O cristianismo é uma fé coletiva e não individualista;
– Preste atenção nas explicações do próprio Jesus. Em muitas parábolas o próprio Jesus traz a interpretação e a explicação aos seus discípulos;
– Não hesite em consultar comentários bíblicos. A não ser que você seja algum erudito em grego e hebraico, pode ser uma boa ideia consultar boas bibliografias elaboradas por cristãos que dedicaram alguns anos de suas vidas estudando esses textos;
– Gaste tempo nas aplicações coloque-as em prática.
A Bíblia deve ser entendida para ser obedecida. Lembre-se que na própria parábola do semeador (Mt 13) a boa semente está relacionada com aquele que ouve e as põe em prática.

A função da música no ensino da Igreja

Aquilo que a Igreja crê, muitas vezes, pode ser percebido através das suas canções. É interessante analisar aquilo que é cantado para perceber qual o seu entendimento a respeito de quem Deus é,  e de quem ela é diante Dele e a posição que ela ocupa no Reino. Uma igreja saudável conhece e crê na verdade das Escrituras. E assim, faz sentido que uma igreja saudável cante as Escrituras e transpareça sua esperança em forma de
canções.
Nada substitui a pregação expositiva da Palavra e não devemos diminuir a sua importância. Ainda assim é interessante notar a capacidade que a música tem de permanecer na nossa mente e por muito mais tempo do que as palavras de um sermão, por exemplo.
Quando percebemos essa realidade começamos a entender a importância de não apenas pregar. Mas cantar corretamente a respeito das verdades eternas das Escrituras, já que a música nos é dada também como uma ferramenta para doutrina do povo de Deus.

O aspecto escatológico das parábolas

Enquanto entendemos o tempo em que vivemos, somos lembrados de que a Igreja que espera pelo retorno de Jesus será preparada como uma Noiva e junto com o Espírito clamará pelo Seu retorno.
Com esse entendimento podemos notar o aspecto escatológico das parábolas contadas por Jesus. E então compreender a importância de interpretar corretamente aquilo que Ele desejava ensinar. A maioria das parábolas de Jesus foram contadas aos judeus, utilizando elementos do cotidiano e da cultura judaica nas histórias. Esse recurso não era algo novo ou exclusivo de Jesus, os próprios rabinos também utilizavam parábolas para o ensino.
Esse recurso utilizado pelos rabinos é conhecido como mashal. Seu registro pode ser encontrado na mishná, uma das principais obras que registra de forma escrita a tradição oral da interpretação.
As parábolas de Jesus utilizam a perspectiva e os conhecimentos culturais daqueles que ouviam para o ensino de uma mensagem mais profunda, que deve ser interpretada por quem as ouve. Então, ainda que para nossa perspectiva atual possa parecer algo místico, com muitos significados enigmáticos, a realidade é que apenas é necessário levar em consideração o contexto e o povo a quem essas parábolas foram contadas.
Ao contar a parábola das dez virgens ou das bodas, por exemplo, Ele se utiliza de elementos cotidianos da cultura do casamento para aqueles que lhe ouviam e aponta para si mesmo como o Noivo, como o Redentor escatológico por quem eles aguardavam.
Jesus fala a respeito do Reino e, através dessas pequenas narrativas fictícias, faz um convite à interpretação embora muitas vezes ao final da narrativa Ele esclareça a lição da parábola. De diferentes formas Ele retoma o cumprimento da Promessa aguardada pelos judeus e aponta para Si mesmo como a Esperança pela qual povo de Deus ansiava.

E quanto a nós, hoje?

É fascinante podermos hoje olhar para o conjunto de parábolas e perceber como o próprio Cristo anunciou o Seu reino entre os homens e ensinou sobre aquilo que devemos aguardar. Que belo quadro escatológico é pintado pelo Salvador. Ainda antes de Sua obra redentora na cruz, revelando a verdade eterna e o cumprimento das profecias em Si mesmo.
Entretanto, parece que esse quadro foi enxergado por quem O ouvia, (conforme Mc. 4:12 e Mt. 13:10-15) cumprindo-se neles a profecia de Is. 6:9-10. Mesmo os discípulos frequentemente precisavam que o Mestre lhes ajudasse a compreender.
Através das parábolas, o próprio Rei ensina sobre os valores do Seu Reino, e instrui a respeito de como aguardar pelo Seu Reino. Isso é o que vemos, por exemplo, através da parábola das Dez Virgens, dos talentos e da parábola das Bodas. Jesus fala sobre o Reino como uma realidade presente, já inaugurada com a Sua encarnação. Mas ainda como uma realidade futura, que entendemos que será consumada e estabelecida no Seu retorno, e
pela qual devemos aguardar preparados e vigilantes.

As parábolas ensinam sobre Esperança

Cantamos as parábolas porque elas instruem sobre a Esperança que sustenta os nossos corações.  A chegada do Noivo, o retorno do Rei, a Grande Colheita do Semeador. O encontro no regresso à casa do Pai, o encontro com o Bom Pastor, o julgamento diante do Justo Juiz, a sentença paga pelo nosso Resgatador e Libertador. Essas e tantas outras narrativas revelavam aos judeus a já presente realidade daquilo que seus pais aguardavam. E hoje elas apontam para a nossa esperança, incendeiam o nosso coração em amor por Aquele que prometeu e é fiel para consumar a promessa.
É um privilégio poder ler e buscar compreender a teologia do próprio Cristo a respeito do Reino através das parábolas. Maior privilégio ainda é poder ter essas verdades enraizadas em nossos corações através de canções que gravam, em melodia, a riqueza do conhecimento de Deus.

Jesus, o filho de Deus, veio ao mundo e resolveu ensinar contando simples histórias. Durante o tempo em que esteve fisicamente na Terra, Jesus, com toda a sua sabedoria, poderia ensinar de diversas formas, você concorda? O curioso é que, na maioria das vezes, ele se expressava por meio de histórias, conhecidas como parábolas, que eram carregadas de simplicidade e profundeza.

Vamos, com muito cuidado, afirmar que as parábolas de Jesus eram simples metáforas bem formuladas. Entretanto, mesmo sendo simples, elas transmitiam grandes lições espirituais de uma forma compreensível para o público da época. E ao contrário do que a maioria dos leitores das parábolas definem, nunca foi sobre explicar algo complexo de forma simples, mas aprofundar uma história simples em um ensinamento muitas vezes complexo, reflexivo, e acima de tudo, contendo a verdade do cristianismo em suas diversas aplicações.

Jesus com certeza é um mestre em elaborar parábolas e em expor as mesmas. Qualquer assunto ou ensinamento, por mais complexo que fosse, seria passível de Jesus transformar em uma simples parábola, de fácil compreensão, que gerasse curiosidade para o seu ouvinte, retendo a sua sabedoria e profundidade sobre o assunto. Isso é com certeza fascinante! Ao ler e ouvir as parábolas você é atraído pela simplicidade, porém, mergulha em um oceano profundo de verdades que te levam a moldar o seu comportamento a partir dessa reflexão inicialmente simples. 

O conceito popular sobre o ensino através de parábolas

Sem dúvidas, as parábolas ensinadas por Jesus são bastante conhecidas. Certamente, ao pensar rapidamente sobre elas, você provavelmente lembrará do nome de pelo menos uma delas, e virá à sua mente aquela que mais lhe chamou a atenção. Porém, infelizmente, existe um engano muito comum acerca do motivo pelo qual Jesus ensinou por meio de parábolas, que expõe um pensamento incompleto sobre o assunto.

Muitas pessoas falam que o único motivo pelo qual Jesus ensinou por meio das parábolas foi para tornar a compreensão dos seus ensinamentos mais fáceis e agradáveis para o ouvinte. Esta informação não está completamente equivocada, até porque elas realmente eram de fácil compreensão, e repletas de características comuns da época: metáforas agrícolas, pastorais, pessoas comuns, etc.  Contudo, a fácil compreensão não era o único, nem o principal, objetivo das parábolas. 

Mas afinal, por que Jesus ensinava por parábolas?

Antes de entrar na resposta, se você compartilha do mesmo pensamento que foi exposto acima não se sinta mal, ele não está totalmente errado, porém, está incompleto. Dito isso, a resposta para essa pergunta não está tão oculta, como alguns podem imaginar. Pois esta também foi uma pergunta feita pelos discípulos, e que o próprio Jesus respondeu no evangelho de Mateus, na conhecida Parábola do Semeador: 

“Então os discípulos se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram: — Por que o senhor fala com eles por meio de parábolas? Ao que Jesus respondeu: — Porque a vocês é dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas àqueles isso não é concedido.  Pois ao que tem, mais será dado, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso, falo com eles por meio de parábolas: porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem. Assim, neles se cumpre a profecia de Isaías: “Ouvindo, vocês ouvirão e de modo nenhum entenderão; vendo, vocês verão e de modo nenhum perceberão. Porque o coração deste povo está endurecido; ouviram com os ouvidos tapados e fecharam os olhos; para não acontecer que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados.” Mateus 13:10-15

Para alguns, que “tem ouvidos para ouvir”, as parábolas esclarecem a verdade. Ao passo que, para outros, que rejeitam a Cristo e não dão ouvidos à elas, as parábolas têm efeito contrário no entendimento da verdade. As metáforas presentes nas parábolas escondem a verdade daqueles que não desejam procurar o real significado delas ao serem expostas por Cristo. Foi por isso que Jesus adotou essa forma de ensinar. Era uma forma de trazer juízo divino instantâneo para àqueles que não recebiam seus ensinamentos com o devido respeito e crença. Era uma forma de chegar a todos, não simplificando, mas identificando a real intenção do coração de cada ouvinte.

Neste texto de Mateus vemos a maior prova de que as parábolas não são somente uma simplificação dos mistérios do Reino dos Céus. Mas sim um convite a reflexão e a oportunidade da iluminação do coração ao ler e ouvir as parábolas. Ofereça atenção ao versículo 13, onde Jesus diz “Por isso, falo com eles por meio de parábolas: porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem”.  Ora, as parábolas não eram histórias que simplificam os ensinamentos? Ao atentarmos para esta afirmação de Jesus percebemos que ele torna a parábola complexa aos ouvidos dos que não creem.

O mistério das parábolas

Os que não querem ouvir e não querem aprender, simplesmente as receberão como histórias rotineiras e fictícias. Mas os “que tem ouvidos”, ou seja, os que reconhecem a voz do mestre e estão atentos, ouvirão, e serão aperfeiçoados à luz da palavra de Deus. Richard Chenevix Trench (1878) disse em sua obra:

Se o nosso Senhor tivesse falado a verdade espiritual nua e crua, muitas de suas palavras, em parte devido à falta de interesse por parte dos seus ouvintes, em parte devido à falta de compreensão, teriam desaparecido de seus corações e de suas memórias, sem deixar qualquer traço. Mas por ter sido compartilhada com eles na forma de alguma imagem vívida, de alguma sentença sucinta e aparentemente paradoxal ou de alguma narrativa breve, mas interessante, ela chamou atenção, incentivou curiosidade e encontrou, mesmo que a verdade não fosse entendida de imediato, com a ajuda da ilustração usada, uma entrada para a mente, e as palavras assim se fixaram em sua memória e permaneceram ali. (Richard Chenevix Trench. Noteson the Parables of Our Lord. Nova York: Appleton, 1878, p. 26).

O duplo propósito das Parábolas

Está claro que os seus ensinamentos através das parábolas tinham um propósito duplo: elas escondiam as verdades dos incrédulos e infiéis, ao passo que revelavam os ensinos às pessoas que tinham ouvidos prontos para ouvir e que eram fiéis. Como dito anteriormente, essa característica não foi obra do acaso. Mas foi uma estratégia do próprio Jesus Cristo, que adotou esse estilo de ensino para esconder a verdade dos descrentes e dos que queriam apenas gerar ambiguidades em seus ensinamentos, beneficiando a si mesmos, assim como faziam com a interpretação dúbia da lei.

As parábolas são imensamente profundas e complexas, porém apaixonantes. Elas são aplicáveis em várias situações do nosso cotidiano, e ao lermos elas em nossos dias, precisamos extrair das mesmas toda a sabedoria contida. Para isso, temos a graça de poder contar com o Espírito Santo, que hoje nos ilumina, para entender e absorver dessa revelação que é a Palavra de Deus ministrada a nós por meio das parábolas.

A Bíblia está repleta de histórias de pessoas que enfrentaram situações de sofrimento e esses exemplos podem nos ensinar muito. Mas, afinal, como permanecer perseverante quando as dificuldades parecem gritar mais alto do que as respostas para elas? E como a Bíblia pode transformar o coração em meio aos momentos de desespero?

Saiba, a Bíblia continua infalível e poderosa para operar na vida das pessoas. Em meio a tantas preocupações ou mesmo à falta de vontade de perseverar na fé, a Bíblia revelará quem é Deus e as verdades que Ele coloca dentro do coração do cristão.

É por causa desta verdade que permanece em nós e que estará conosco para sempre. 2 João 2,3.

É necessário selar a Palavra do Senhor no coração. É necessário guardá-la profundamente no seu interior. Entender quem realmente o ser humano é, dói, mas é importante para este depender do Senhor e se manter alerta.

 

A verdade é eterna

A Bíblia revela que sua verdade não é passageira. Ela não se limitou ao passado, mas continua autêntica, infalível e com a mesma autoridade até os dias de hoje. Jesus disse a respeito de si mesmo se revelando como a resposta que o coração humano precisa para viver. 

Eu sou o caminho, a verdade e a vida. João 14:6

Jesus é a verdade à respeito do que a vida deveria realmente ser: verdadeira e eterna.

E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, o Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. João 17:3

Este versículo mostra que a vida eterna é conhecer a Cristo, o único Deus verdadeiro enviado ao mundo. Portanto, a verdade da Bíblia não é um paliativo para as situações de dores, porém ela estabelece a vida no seu interior. 

Se trata do caminho que a cultura não é capaz de lhe proporcionar. Se trata da verdade que não será necessário criar para si. E do mesmo modo, se trata da vida que a liberdade por si só não é capaz de lhe suprir. Mas a vida eterna está em conhecer a Cristo, e portanto, conhecer sua obra na cruz. Para isso é importante crer no que Deus fez ao vir ao mundo e em quem Ele é.  

 

A verdade da Bíblia é viva e eficaz

Se não fosse a verdade da Palavra de Deus, a fé não teria valor. Ela não é passageira como os sentimentos humanos, mas é viva e poderosa para falar à alma humana. 

Porquanto a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante que qualquer espada de dois gumes; capaz de penetrar até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é sensível para perceber os pensamentos e intenções do coração. Hebreus 4:12

É um privilégio poder contar com a verdade de Deus todos dias e saber que as suas misericórdias são eternas e incontáveis. Elas permanecem como jóias sobre o interior, são mais preciosas do que o ouro que perece (1 Pedro 1:7).

E a ressurreição de Cristo é a comprovação de que Jesus tem poder até sobre a morte e que o fato de Ele ter vindo ao mundo e morrer, Ele, sim, é capaz de amar como ninguém nunca já fez.

A ressurreição e a vida estão nas mãos dele, e portanto, Ele é a salvação para o perdido.

 

A verdade produz novidade de vida

A Palavra de Deus, a bíblia, produz vida abundante. Deus promete bem aventuranças por meio de um arrependimento sincero. A comunhão e intimidade com Deus são possíveis através de uma vida de oração fundamentada na Palavra, tendo-a como alicerce.

Por isso, mesmo em meio às aflições ou também aos momentos alegres, Jesus continua a ministrar sua vontade aos relacionamentos, e continua suprindo as necessidades do coração humano frágil. Mesmo diante de uma sociedade cética, Ele continua a despejar graça comum.

Mas esta mesma sociedade carece de referência cristã em amor e em atitudes que exalam a graça de Cristo ao mundo, pessoas que vivem uma nova vida em Cristo Jesus.

O mais importante na vida é conhecer a Cristo. É conhecer seu caminho, a fonte de todo o caminhar, para que seja possível uma vida em comunidade e em abundância. Não existe outro caminho melhor, então, continue sempre estudando e meditando nas Escrituras até o dia do Seu retorno. A Bíblia sempre terá muito a ensinar.

É natural sentirmos desanimados diante das adversidades da vida. E quando afligidos podemos interpretar de várias formas os tipos de palavras que ouvimos. Algumas, enchem o nosso coração de esperança. Outras, porém, podem despertar mais pesar e desânimo.

Há força em nossas palavras para construir e destruir e, precisamos nos perguntar se temos edificado nossos irmãos quando abrimos os nossos lábios para opinar sobre suas histórias e questões.

Você já recebeu sentenças negativas? Como se sentiu? E quando alguém te elogia e encoraja o que isso desperta em teu coração? Não pense que falamos sobre bajulação ou não sermos verdadeiros, mas precisamos entender o poder das palavras e aprender a domarmos nossa língua e nossos instintos naturais agindo com sabedoria ao aconselharmos ou mesmo ao exortamos uns aos outros.

O Livro de Provérbios nos inspira a falarmos de forma positiva e precisamos refletir sobre essas verdades. Se quiser aprender mais sobre Provérbios, leia nossa série: Descobrindo Provérbios. Vejamos três formas de usar nossa boca para curar ao invés de ferir.

  1. Palavras podem curar

“Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo.” Provérbios 16.24

Não sei que tipo de afirmativa você tem recebido desde sua tenra infância. Algumas pessoas foram amaldiçoadas ainda no ventre materno e essas prerrogativas negativas foram reafirmadas ao longo de momentos traumáticos da história. Satanás sabe muito bem como destruir uma alma, mas o Senhor é aquele que veio para curar.

Não devemos emprestar nossa boca ao diabo para reafirmar mentiras sobre as pessoas à nossa volta, nem tão pouco taxá-las como isto ou aquilo outro. Mas, devemos exercer cura falando sobre a verdade de Deus registrada na Bíblia. Que possamos ouvir o coração do Senhor sobre elas e que proferimos cura e libertação.

  1. Palavras que alegram o coração

“A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra.” Provérbios 12.25

Tive um avô alcoólatra e quando eu era criança, muitas vezes, o escutava xingar as palavras mais horrendas. A verdade é que todo o ambiente se tornava pesado diante de todos aqueles palavrões e o medo tinha uma expressão de poder.

Mas, também me lembro de pessoas que marcaram a minha história por carregarem em seu falar ternura e amor. E você, também recebeu alguma palavra que alegrou a sua alma?

  1. Palavras que dão vida

“A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.” – Provérbios 18.21

“Quando um não quer, dois não brigam”, dizia sempre a minha mãe inspirada pelo dito popular. Violência sempre gera mais violência e o furor só pode ser apagado com sabedoria e paciência.

Sei que geralmente respondemos da mesma forma como fomos tratados. Se amado, amamos e quando odiados, a tendência carnal é também odiar. Pagamos com a mesma moeda, não é mesmo?

Mas, o homem que é guiado pelo Espírito não age assim. Pois, Jesus nos ensinou a oferecermos a outra face e amar até mesmo os nossos inimigos. Devemos nos lembrar que: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” Provérbios 15:1. Além disso, esse é o modelo da cruz, ser levado ao matadouro sem abrir a boca.

Usando nossa boca para gerar vida 

Neste tempo, em que a maioria de nós tem vivido recluso em ambiente familiar, é tempo de usarmos nossas palavras para gerar vida e cura no lugar onde estamos plantados. É um tempo de conversão de coração de pais aos filhos e de filhos aos pais. Vamos destilar favos de mel?

Quando foi a última vez que você recebeu uma palavra de encorajamento? E quando foi que você encorajou alguém ao seu redor? Compartilhe conosco sua experiência e como isso beneficiou seu coração e relacionamentos.

Deus pode transformar o deserto em um lugar de refúgio. Sim, o Senhor tem o poder de mudar qualquer circunstância que está trazendo medo ou dor sobre sua vida.

Para muitos, estamos atualmente vivendo dias de deserto (estamos em tempos de pandemia por causa do Covid-19). Quem, durante este tempo que estamos enfrentando, não se deparou com sentimentos de ansiedade, medo e depressão de alguma forma?!

Preciso repartir com você que tenho tido dias e dias, e eu tenho colocado cada um deles diante de Deus. 

Tenho feito um clamor como este do versículo abaixo: 

Compadece-te de mim, Senhor, porque me sinto atribulado; de tristeza os meus olhos se consomem, e a minha alma e o meu corpo. Salmos 31:9

Nesse tempo muitos de nós ao redor do mundo estamos em quarentena, vivendo dias de isolamento e distanciamento social. Nestes meses em que nossas vidas foram completamente mudadas, podemos encarar essa estação de muitas formas e sair dela perseverantes ou abalados. 

Muitas vezes nestes dias me deparei com questionamentos que me foram feitos sobre o que Deus pensa sobre tudo isso, e sobre qual é o papel de nós, como cristãos, no meio desta crise que assola o mundo? 

Muitos anos atrás eu entendi que mesmo naquilo que ainda estamos enfrentando dificuldades em geral, se tornará aquilo no qual iremos muitas vezes ser uma voz. 

Deus muitas vezes quer que possamos ministrar, mesmo sem ainda não termos vencido completamente aquela parte da nossa vida. 

Acredito que neste tempo, até mesmo aqueles que nunca enfrentaram problemas como crises de medo, ansiedade ou depressão, devem ter se deparado com situações como essas neste momento. 

Deus não desampara seus filhos

Saiba, você não está sozinho, Deus tem estado com você a cada passo. 

Um dia de cada vez, sem pressão, Deus quer transformar este tempo, que para muitos pode ser encarado como um deserto, em um lugar de refúgio para outros. 

Nossos maiores desafios tendem a se transformar em uma poderosa ministração se deixarmos Deus transformar-nos neste tempo. 

Para quem consegue superar os desafios do deserto é possível encontrar Nele um refúgio crucial. 

Deus não perdeu o controle de nada, e Ele é maior que este tempo e isso que está assolado toda a humanidade. 

Inegavelmente, vamos ver Deus nos dar um novo tempo no qual iremos olhar para trás e estaremos mais fortes e nossa fé estará maior. Teremos aprendido a encontrar nosso refúgio em Deus. 

Aliás, em nenhum momento da história nos foi dito que a jornada seria fácil, mas se cremos em Deus, Ele irá nos fortalecer e sairemos destas situações. 

Leia isso:

Porque Deus, que disse: “Das trevas resplandeça a luz”, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo.

Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que se veja que a excelência do poder provém de Deus, não de nós.

Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; ficamos perplexos, porém não desanimados;

somos perseguidos, porém não abandonados; somos derrubados, porém não destruídos.

Levamos sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida dele se manifeste em nosso corpo.

Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal.

De modo que em nós opera a morte; em vocês, a vida. 2 Corintios 4: 6-12

Seja fortalecido com as palavras abaixo:

Tendo, porém, o mesmo espírito de fé, como está escrito: “Eu cri, por isso falei”, também nós cremos e, por isso, também falamos,

sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará juntamente com vocês.

Porque tudo isso é para o bem de vocês, para que a graça, multiplicando-se, torne abundantes as ações de graças por meio de muitos, para a glória de Deus.

Por isso não desanimamos. Pelo contrário, mesmo que o nosso ser exterior se desgaste, o nosso ser interior se renova dia a dia.

Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória, acima de toda comparação,

na medida em que não olhamos para as coisas que se veem, mas para as que não se veem. Porque as coisas que se veem são temporais, mas as que não se veem são eternas. 2 Coríntios 4: 13-18 

 

Vamos orar

Senhor, eu oro por cada pessoa que está lendo este texto, que essa pessoa seja fortalecida nestes dias, que seja suprida em todas as suas necessidades e que cada um dos seus sentimentos sejam sarados por Ti. Eu oro em teu nome Jesus para que corpo, alma e espírito estejam debaixo da Sua Soberania e Autoridade e a Tua cura se estabeleça sobre a vida do meu amado irmão (a). Que hoje este coração seja cheio de esperança em Ti e seu vigor seja renovado para os dias à frente. Amém. 

 

Diante de uma leitura rápida as parábolas parecem simples e de fácil interpretação — mas esta é apenas a primeira impressão e não é totalmente a verdade. Para pastores, mesmo sendo experientes, traduzi-las em sermões é uma grande dificuldade. Já para os estudiosos, ao se dedicarem sobre o tema da interpretação das parábolas, percebem que se encontram no meio de um grande desafio.

Pregar uma parábola é o sonho de pregador novato, mas, com frequência, o pesadelo do pregador experiente. Thomas O. Long

Tipos de interpretação

Duas linhas principais de interpretação surgiram já no fim do século 19: alegorização de cada detalhe de uma parábola e a interpretação da parábola à luz de uma única ideia central. As parábolas de Jesus apresentam uma ideia central para cada personagem principal da história.

A palavra parábola é “parabole” (em grego) – e significa dizer “colocar de lado”. Portanto, nas escrituras, uma parábola compara ou contrasta uma realidade natural com uma verdade espiritual. É assim quando lemos os evangelhos e vemos Jesus dizendo coisas como: “O Reino dos céus é semelhante…” (Mateus 13:24) ou “Com que se parece o Reino de Deus? Com que o compararei?” (Lucas 13:18).

Temos a impressão de ter sido Jesus quem criou as parábolas, mas não, por mais que em grande parte dos seus discursos ele tenha utilizado de parábolas, elas já existiam no Antigo Testamento. Os rabinos já usavam este método de ensino, mas suas parábolas só se assemelham às de Jesus no formato. Os religiosos usavam parábolas para explicar a Lei, os versículos das Escrituras ou uma doutrina, ou seja, para falar de questões que haviam sido estabelecidas, enquanto Cristo utilizava as parábolas para ensinar novas verdades.

Mas por que Jesus fez uso de parábolas?

Uma explicação popular, ainda que equivocada, é que Jesus as usou para que seus seguidores compreendessem as verdades espirituais de forma mais fácil. Porém, afirmar isto não está correto.

E sabemos disso, pois as escrituras nos revelam que os próprios discípulos não entendiam nem mesmo a parábola que fundamentava as demais. Após contar-lhes a parábola do semeador em Marcos 4:2-9, seus discípulos chegaram até ele e, no versículo 10, pediram a interpretação: “Quando ele ficou sozinho, os Doze e os outros que estavam ao seu redor lhe fizeram perguntas acerca das parábolas”. Eles simplesmente não compreendiam o que Jesus lhes falava.

Mas qual o propósito das parábolas, se nem mesmo seus discípulos entendiam?

Haviam duas reações principais das pessoas diante das parábolas de Jesus: a primeira era a rejeição, as pessoas se voltavam contra o ensinamento (Marcos 12:12); “Então começaram a procurar um meio de prendê-lo, pois perceberam que era contra eles que ele havia contado aquela parábola”. A segunda reação era a transformação: as pessoas aprendiam o ensinamento, passando a enxergar que poderiam mudar de vida e seguir Jesus.

Em Marcos 4:12, Jesus diz: “aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas, para que vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados.” Possivelmente, isso é acerca das pessoas que demonstraram incredulidade e endureceram o coração perante os ensinamentos. Dessa forma, não conseguem extrair a lição das parábolas, mesmo que as escutem.

As parábolas contadas por Jesus possuem características marcantes: elas mencionavam elementos do cotidiano, como natureza e costumes populares. Jesus também recorria ao suspense, provocando os ouvintes a pensarem nas atitudes dos personagens com antecedência ao relato. Conflitos eram recorrentes em suas narrativas. Assim como uma soma de personagens principais na mesma história, como a parábola do filho pródigo. Algumas parábolas apresentavam alguma vantagem no início, porém, na sequência Jesus demonstrava que existia uma inversão de valores. O mais importante das parábolas de Jesus sempre surgia no final; utilizando-se de perguntas retóricas que usava para confrontar os ouvintes fazendo-os pensar sobre o assunto, seu discurso é direto e sua conclusão é enfática.

Jesus costumeiramente usava de hipérbole

Hipérbole: as histórias que parecem ser situações comuns no início, mas que se revelam algo surpreendente e fora do comum no final. E fazia isto com exagero: como por exemplo, a soma astronômica de dinheiro usada na parábola dos dez mil talentos (Mateus 18:24). Há uma característica muito importante a ser considerada na interpretação das parábolas: elas não possuem muitos detalhes, por isso precisamos manter o princípio de nunca questionar o que a parábola não responde para nos mantermos livres de interpretações erradas. Para tanto, busque sempre pensar no que Jesus quis dizer, não no que as pessoas querem ouvir.

Seguir alguns critérios podem aumentar sua compreensão e auxiliar sua interpretação de forma coerente:
– A primeira delas é buscar a verdade. Não permita que preconceitos interfiram na sua avaliação e comprometam seu resultado;
– Estude o contexto histórico da parábola, considerando a vida social, religiosa, política e geográfica; não deixe de fora a cultura, afinal as parábolas são histórias a respeito de pessoas que viveram em determinado tempo e lugar; analise o texto original (exegese) e não somente qualquer versão traduzida;
– Leve em conta a estrutura literária e gramatical do texto; e nunca perca de vista o foco central que Jesus quis ensinar naquela narrativa.

Por fim, te encorajo a estudar acerca das parábolas de Jesus, pois não existe forma mais estimulante de conhecer a sua teologia sobre o reino dos céus do que examinando sua coleção de parábolas. Cada parábola apresenta um aspecto desse reino. Por vezes Jesus fala do reino como uma realidade presente (parábola do grão de mostarda) e outras como uma realidade futura (a parábola da rede). Algumas parábolas apontam para a pessoa e a obra do rei Jesus (parábola dos lavradores maus); outras expressam a atitude cristã dos súditos do seu reino (bom samaritano; do tesouro e da pérola). Suas histórias expressam verdades acerca do reino dos céus. E muito do seu tempo foi gasto na pregação do evangelho do reino. E, definitivamente, em Sua pessoa e obra, o reino dos céus se manifestou entre os homens.

No mundo moderno o uso da linguagem tem sido expressado de forma cada vez mais criativa. Pode-se entender que linguagem é um fenômeno humano e, por conseguinte, está intrinsecamente relacionada com práticas sociais. Mesmo em uma era de complexa informação o ser humano permanece usando a linguagem verbal como forma principal de se expressar, ora de forma direta, ou de maneira indireta.

Observando o texto sagrado podemos perceber o uso de parábolas tanto no Velho como no Novo Testamento. É uma forma literária que devemos ter cuidado na sua interpretação como narrativa histórica, ou na excessiva espiritualização de cada elemento determinado pela parábola. 

As parábolas escatológicas

Existem diversos tipos de parábolas nos evangelhos. Neste momento o foco está sobre as parábolas escatológicas ou parábolas preparatórias. Destas, temos 7 nos evangelhos.  Antes da análise das mesmas é preciso ser traçado um esboço mínimo da expectativa de Jesus ao comunicar seu método didático-pedagógico peculiar. As narrativas feitas por Jesus, utilizando as parábolas escatológicas, têm como “background pessoal” a certeza de um Juízo sobre os seus contemporâneos, sua morte, sua ressurreição e posteriormente a vinda do Filho do Homem em glória para trazer a salvação e o Juízo Final. 

No capítulo 16 de Mateus, Jesus fala que seria necessário sua morte e sua ressurreição. Em Mateus capítulo 20, Ele prediz novamente a sua morte e sua ressurreição. E a partir disso, pressupõe-se o entendimento de que Jesus tinha a sapiência de todo o plano Divino e dos estágios anteriores e vindouros. Essa informação é importante, pois seria necessário seu conhecimento para que as parábolas escatológicas ou preparatórias tivessem êxito em seu propósito.

Dito isso, a leitura das parábolas de modo algum podem ser interpretadas como mito, lenda ou fábula. Também não é apropriado identificá-las como histórias reais, ainda que apresentem aspectos cotidianos terrenos da vida do ouvinte. A parábola é o meio de transmitir uma mensagem, mas não é, geralmente, a mensagem em si. 

 A Parábola da vinda do filho do homem 

O registro desta parábola aparece nos 3 evangelhos: Mateus 24:32-44, Marcos 13:28-37 e Lucas 21:29-36. O texto é exposto dentro de um contexto escatológico, no qual, de forma didática, Jesus sinaliza aos discípulos os sinais do fim dos tempos e da sua vinda.

Jesus tinha acabado de ter um embate teológico com os escribas e fariseus no templo.  Ele havia denunciado a negligência deles no cumprimento da lei e como eles influenciavam o povo de forma negativa levando os mesmos a pecarem contra o Eterno. Além de não reconhecerem Jesus como o Messias, atitude que era fruto de uma religiosidade vazia. Após o embate, Jesus e seus discípulos se retiraram do Templo.

Então, Jesus aproveita para ensinar os seus que a corrupção religiosa era tão grande em Israel que até o templo, que naquele momento recebia a admiração dos discípulos, iria sucumbir.  Isso gerou questionamento entre eles com a afirmação do mestre – este é um recurso, como um gatilho, que Jesus usa para chamar a atenção dos seus discípulos para falar sobre o futuro.

Para onde vocês estão olhando?

Depois de ter dito aos seus discípulos que a estrutura suntuosa do templo iria ruir, e de ter aguçado a curiosidade dos seus seguidores, Jesus começa sua narrativa escatológica que está contida em Mateus 24:3. 

E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? Mateus 24:3

Ali ele chama a atenção dos seus discípulos sobre a necessidade de não se permitirem serem enganados. Ora, se o mestre diz que existe a necessidade de estarem atentos para não serem enganados, é porque o engano era algo possível.  Prova é que, mesmo depois de um embate teológico com os mestres da lei registrado em Mateus 25, os discípulos ainda mantinham um olhar romântico acerca do sistema litúrgico da época. E, apesar de serem testemunhas oculares da mensagem do Cristo, ainda tinham o entendimento obscurecido. 

Princípio das dores

No decorrer de Mateus 24:5-7, Jesus vai pontuando acontecimentos que precederiam a vinda do Filho do Homem: falsos messias, guerras e rumores de guerra, fome, pandemias e terremotos. No verso 8, do mesmo capítulo, o Mestre dá uma pausa no relato dos acontecimentos e foca em informar seus discípulos que quando estes episódios narrados, neste mesmo capítulo, ocorrerem simultaneamente em escala global, então seria o início das dores.

A narrativa segue e aparece a informação de que os cristãos seriam perseguidos, presos, torturados, mortos e odiados em todas as nações – importante registrar que isso ainda é uma realidade em algumas nações… Jesus então sinaliza que neste período de perseguição global e apostasia aconteceria juntamente com traição e ódio.

Dando continuidade ao seu discurso ele sinaliza que se levantarão influenciadores que enganarão a muitos, o amor também será escasso e a maldade abundante: uma narrativa perturbadora que é apascentada pela promessa de que aquele que for fiel até o fim será salvo (Mateus 24:9-13).

Um funil de catástrofes 

Mateus 24 é um funil de acontecimentos catastróficos que devem ser entendidos de maneira progressiva e gradativa: à medida que se aproxima a vinda do Messias as dores aumentam em intensidade e em quantidade. Isolar o relato e tentar encaixá-lo em acontecimentos no mundo acarretam em interpretações erradas. Assim como falso discernimento da realidade escatológica, pode levar a histeria coletiva, descrédito ao texto escatológico e produção de material que não está alinhado com o verdadeiro significado proposto pelo autor bíblico.

Como Jesus resolve a problemática da interpretação errada?

Jesus propõe a parábola da figueira para ensinar os discípulos a identificar os fatos descritos de Mateus 24:5-32, evitando assim falhas de percepção dos eventos vindouros. 

O povo hebreu já havia vivenciado, em certa medida, alguns acontecimentos narrados por Jesus. Falsos salvadores, guerra, fome, crises econômicas e etc – por isso, a necessidade de uma técnica didática mais apropriada. 

A parábola da figueira precede mais outras 3 parábolas escatológicas presentes nos capítulos 24 a 25 de Mateus. Um destaque em Mateus 24:32 é o “Aprendei”. O próprio autor da parábola indica que é possível saber pontuar no tempo o início dos fatos precedentes à vinda do Filho do Homem. Os textos sagrados, de Gênesis a Apocalipse, não trazem a informação de tempo – “cronos”, dia e hora – porém eles revelam acontecimentos prévios, dando ao cristão diligente, a possibilidade da espera segura à era do advento final.

Figueira: uma árvore ou Israel 

Como já foi dito, a parábola usa de elementos comuns, conhecidos pelo público, para melhor assimilação da mensagem. Dentro do contexto de Mateus 24 identificar a figueira como uma árvore literal, de farta abundância em Israel, é mais coerente na hermenêutica do que aplicar simbologias fundamentadas em conjecturas pessoais na passagem. Aqui, a figueira é usada como exemplo para pontuar uma mudança de estação. Ajudando assim os discípulos a discernirem que os eventos relatados são como a troca das folhas da figueira. Os eventos predizem a troca de era, são o prelúdio do Dia do Senhor. 

Existe a interpretação de que a figueira é uma ilustração de Israel e do judaísmo. Elas usam dos acontecimentos de 1947, onde Israel volta a ser uma nação novamente, para explicar o brotar e o renovo das folhas da figueira. Em conexão a isso, surgiram diferentes interpretações de que a “geração” que foi testemunha do ressurgimento do Estado de Israel, seria a geração que testemunharia do advento final de Cristo. Neste sentido, alguns exegetas fundamentaram suas observações com cálculos matemáticos para confirmarem suas interpretações. Um destes cálculos define uma geração com o tempo de quarenta anos e marcaram a vinda de Jesus para o ano de 1988. Como Jesus não veio nessa data, reformularam o cálculo alegando que uma geração deve ter 70 anos. O ano de 1948 somando a 70 anos é igual a 2018, e hoje em 2020 percebemos que o cálculo não deu certo de novo.

Menos é mais

O objetivo de Jesus, no uso da parábola da figueira, era facilitar o entendimento e não complicar. Entender o contexto e o público para a qual esta parábola foi direcionada é o segredo para a compreensão da mesma. Em Mateus 24:36, Jesus é enfático em dizer que o dia e hora do retorno do Filho do Homem não serão possíveis de saber antecipadamente. Direcionando o entendimento dos discípulos mais uma vez aos eventos e não a segredos subliminares da parábola. 

“Por isso vigiai, pois não sabeis em que dia o vosso Senhor vem”, isso ainda é válido para os cristãos nos dias de hoje. O compêndio bíblico nos dá informação suficiente para estarmos prontos para o dia do Senhor. Aquele que será pego desprevenido é o mesmo que não guardou a palavra do Senhor em seu coração. Quando o texto bíblico adverte que o Dia do Senhor será como a chegada de um ladrão à meia noite, tem como alvo aqueles que não se atentam para as parábolas, como a de Mateus 24. A simplicidade da literalidade do texto vale mais do que a elaborada interpretação escatológica fundamentada em mística e conjectura.

Uma figueira nos dias de hoje

O Senhor voltará para uma noiva acordada, que reconhecerá sua voz. Que observará nos eventos contemporâneos o perfume do seu amado, que fica mais forte à medida que ele se aproxima. Karl Barth, renomado teólogo suíço, dizia que o cristão deve carregar em uma das mãos a Bíblia e na outra o jornal. Para que, com sabedoria e sem medo, possa olhar para o hoje confiante de que haverá um amanhã. A parábola da figueira não tem como intuito amedrontar, mas trazer a certeza de que, no final, tudo irá dar certo.

Além disso, a parábola não deve estar sinalizando os tempos somente no texto bíblico. Mas, deve estar plantada no coração da noiva de Cristo, apontando, no hoje, o que o Eterno está preparando para o amanhã. 

As parábolas bíblicas já são bem familiares para os cristãos e nem precisa ser um há muito tempo para se deparar com elas principalmente ao ler os evangelhos sinóticos: Mateus, Marcos e Lucas. Pois ali é possível encontrar várias parábolas ensinadas por Jesus sobre diferentes temas, objetos e personagens.

Mas seria uma parábola somente uma metáfora para facilitar a compreensão das mentes humildes sobre verdades eternas?

Ao decorrer dos séculos estudiosos foram conceituando as parábolas como um melhor método de ensino do que o próprio sermão, trazendo a ideia de que a forma padrão de exposição das verdades bíblicas deveria ser sempre narrativa, ou seja, sempre uma história contada, afinal foi o que Jesus fez. Porém, o lugar de ensino, exposição e exortação é através de uma pregação bíblica, logo um não anula o outro.

É natural entre os estudiosos da bíblia a dificuldade de se definir uma parábola dentro de um gênero literário específico ou apresentar uma definição que se aplique a todas elas em suas variações.

Dificuldade presente para apresentar uma definição e exemplo de reducionismo

A primeiro momento pensamos nas parábolas como histórias. Vejamos um comentário bem interessante de distinção que John MacArthur faz entre uma parábola e uma história em seu livro sobre as parábolas de Jesus:

“..existe uma diferença clara e significativa entre parábola (uma história criada por Jesus para ilustrar um preceito, uma proposição ou um princípio) e história (uma crônica de eventos que de fato aconteceram). A parábola ajuda a explicar uma verdade; a história nos fornece um relato factual daquilo que aconteceu. Apesar de a história ser contada em forma narrativa, ela não é ficção ilustrativa, mas realidade.”

Partindo desse ponto sabemos que dificilmente ao ler uma definição de parábola ela acabará por ser verdade para todos os casos. Por esse motivo é recomendável que cada parábola seja abordada de modo singular e não em comparação com todas as demais existentes.

Muitas pessoas veem as parábolas como simples histórias terrenas com significados celestiais, apesar de existir um pouco de verdade sobre essa afirmação, ela não é suficiente para definir todas as parábolas, já que muitas são muito mais que ilustrações, e embora algumas tratem de escatologia, não estão falando apenas da vida futura mas sim sobre a vida nessa era. Essa redução que se faz de uma parábola bíblica a uma simples história é definida como um reducionismo.

Diversas definições ineficazes

Infelizmente quase todas as definições de parábola se mostram ineficazes, pois quase toda definição que se mostra ampla para abranger todas as parábolas, acaba por se mostrar imprecisa. Algumas conhecidas são, “A parábola é uma criação literária na forma de narrativa desenvolvida para retratar uma espécie de caráter por advertência ou exemplo, ou para encarnar um princípio do governo de Deus para com este mundo e com os homens”.

Sim, as parábolas falam de Deus e da humanidade, mas nem todas elas são narrativas. “No nível mais básico, a parábola é uma metáfora ou imagem tirada da natureza ou da vida comum que prende o ouvinte pelo seu caráter vivo ou esquisito, que deixa a mente com um nível suficiente de dúvida acerca da sua aplicação precisa a ponto de lhe lançar pensamentos ativos”.

Uma parábola é muito maior que uma metáfora ou imagem. E apesar de para alguns textos ela ser útil, para outros ela se mostrará inútil. Outra definição de parábola é “a conjunção de uma forma narrativa com um processo metafórico”. Como já foi escrito antes essa definição pode se mostrar útil para alguns textos, mas para outros não, devido a abrangência de variedades e aplicações que são abordados por Jesus em cada contexto que ele ensina através de parábolas.

Fatores contra

Uma parábola não é simplesmente uma analogia. É uma metáfora prolongada com uma lição espiritual específica contida na analogia. Mas, apresentar uma definição técnica que se aplique a todas as parábolas de Jesus é notoriamente difícil. Um dos fatores que dificultam a definição é a variedades de parábolas.

Em Mateus 15:15, por exemplo, Pedro pede que Jesus explique “esta parábola” presente no versículo 11 “O que torna o homem impuro não é o que entra pela boca, mas o que sai dela; é isso que o torna impuro”, mas na verdade o que está presente nesse versículo é simplesmente um par de proposições simples, algo como um provérbio, mesmo assim trata-se de uma parábola. Além do problema por causa das várias parábolas ocorre também o problema decorrente da tradução.

Em Lucas 4:23, por exemplo. “Jesus lhes disse: “É claro que vocês me aceitaram este provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo!’ Faze aqui em tua terra o que ouvimos que fizeste em Cafarnaum”. No texto grego a palavra que é usada para se referir a provérbio é parabolē, palavra que é traduzida normalmente como parábola. Ao ver isso fica aparente que a ideia bíblica de parábola é mais abrangente que as definições sugeridas pelos comentaristas, e essa é a razão pela qual é difícil chegar a um número exato de parábolas.

Etimologia da palavra Parábola

A palavra grega traduzida como “parábola” nos Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) é parabolē e é usada cinquenta vezes em 48 versículos do Novo Testamento. Duas vezes, a palavra é usada em Hebreus para indicar uma fala figurativa: “[O primeiro tabernáculo] é uma ilustração [parabolē] para os nossos dias” (9:9) e “Abraão levou em conta que Deus pode ressuscitar [Isaque]; e, figuradamente [parabolē], recebeu Isaque de volta dentre os mortos” (11:19). Todas as outras 48 ocorrências do termo no Novo Testamento se encontram nos Evangelhos sinóticos, nos quais a palavra é traduzida sempre como “parábola” ou “parábolas”, sempre se referindo às histórias de Jesus.

A palavra deriva das raízes gregas: para (“ao lado”) e ballō (“lançar”). Literalmente, significa “colocar ao lado”, sugerindo uma comparação entre duas coisas que são semelhantes em algum aspecto. A derivação da palavra parábola, portanto, se refere à analogia entre algum lugar comum da realidade e uma verdade espiritual profunda.
  

O objetivo das Parábolas

As parábolas são como lentes que ao ver através delas nos é possível enxergar a verdade para assim conseguirmos corrigir aquilo que outrora não era possível. O objetivo imediato de uma parábola é ser algo bastante atraente para assim chamar a atenção do leitor, seu objetivo final é despertar uma compreensão mais aprofundada sobre ela e assim estimular o leitor a uma mudança de ação. As parábolas bíblicas revelam o caráter de Deus e a sua maneira de agir. Revelam também como a sua criação deve agir.

As parábolas não simples histórias informativas. Elas capturam a atenção do leitor, provocam a reflexão e geram a mudança, elas buscam voltar as pessoas para atitudes dignas do evangelho e exigidas no Reino de Deus. Elas não ensinam passividade, mas nos instigam a fazer algo, buscam uma resposta radical das pessoas para serem imitadores de Cristo. 

Conclusão

Portando, uma parábola não é simplesmente uma analogia. Uma parábola é uma figura de linguagem ilustrativa com fins de comparação e tem como fim ensinar uma lição espiritual. Ela pode ser grande ou pequena. Podem ocorrer diversos tipos de figuras de linguagem, metáforas, provérbios, entre outros. Mas ele sempre faz uma comparação de algo comum a realidade a alguma verdade espiritual mais profunda.

A parábola pode estender a comparação e a transformar em uma história mais longa. Ou em uma metáfora mais complexa, e o significado (sempre alguma verdade espiritual) não é necessariamente óbvio. A maioria das parábolas de Jesus exigia algum tipo de explicação.