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Uma jornada de amadurecimento

Crescer em amor  

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” João 14:21

Todos nós precisamos ter uma visão de amadurecimento e para tanto, devemos permanecer fiéis na nossa busca por Deus. Jesus resumiu toda a Lei quando trouxe a visão do primeiro e do segundo mandamento e para sermos cristãos maduros, temos que estar conscientes da prioridade de vivermos diante do Senhor seguindo estes mandamentos. O texto de João 14:21 nos dá uma visão clara de como devemos amar a Deus. Nos mostra que nossa maior expressão de amor ao Senhor é guardarmos seus mandamentos e assim, nos parecermos com Jesus. Logo, o nosso desejo sincero de amar a Deus precisa evidenciar o nosso desejo de amadurecer.

Muitas vezes falta-nos entendimento sobre a graça, por isso deixamos que nossa vida diante de Deus se torne uma “lista” daquilo que podemos ou não fazer. E essa mentalidade deturpa nossa motivação nos levando a um lugar de justiça própria. Portanto, se olhamos para a Cruz e o amor de Cristo, percebemos que não podemos fazer nada para sermos aceitos e justificados. Pois, Ele é quem faz isso por nós, nos foi dado como um presente e a nossa justiça própria não pode nos levar a lugar algum.

Quando olhamos para o amor e o sacrifício de Cristo podemos reconhecer que precisamos Dele para nos aproximarmos de Deus. Logo, uma visão de amadurecimento não vem da nossa justiça própria. Mas, precisa vir a partir de um ponto onde desejamos responder ao amor Dele por nós. Porque só podemos amá-lo porque Ele nos amou primeiro.

Olhando para Ele

“Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. ” Mateus 5:48

O Pai olha para nós e vê Jesus e a obra da salvação que Seu Filho realizou. Então, toda vez que me volto a Ele e me arrependo o Pai vê a perfeição. Através da revelação dessa verdade o Senhor nos convida a trilharmos esse caminho da perfeição. Pois, expressamos o amor a Deus quando posicionamos nosso coração buscando um lugar de obediência perfeita a Ele. É um convite de sermos perfeitos como Ele é. Em Salmos 36:9 vemos que olhar para a luz traz revelação e entendimento das áreas onde precisamos crescer.

A visão de guardar os ensinamentos de Deus gera impacto no céu. Podemos olhar para a vida de Enoque (Gn. 5:22), que, no meio de uma geração perversa, caminhou com Deus e O agradou, por isso, Deus o tomou para si. Enoque viveu sua vida de um modo que o céu sorriu para ele. Tornou-se um herói da fé e, assim como ele, devemos viver uma vida nessa visão de agradarmos a Deus, crescendo e sendo aperfeiçoados em nossa fé.

Desafios

“Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma. Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida.” Tiago 1:25

Essa declaração nos dá uma perspectiva diferente sobre a tribulação. Mostra que os desafios devem ser encarados como uma oportunidade de sermos aperfeiçoados em nossa fé. As provações produzem profundidade em nossas vidas. Através delas nos tornamos cada vez mais parecidos com Cristo. E essa não é uma jornada que temos que encarar sozinhos, pois o Senhor nos chama a pedirmos por sabedoria. Desse modo, se não soubermos o que fazer em meio aos desafios podemos pedir que Ele nos mostre o caminho que devemos trilhar.

Um coração perseverante

“Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. ” Filipenses 3:1214

Precisamos viver com entendimento de que há uma recompensa eterna nos aguardando. Quando vierem as distrações, dificuldades e as dores, não devemos deixar que elas definam nossa jornada. Temos que prosseguir para o alvo. Olhando para o autor e consumador da nossa fé a fim de nos parecermos com Ele. A maior expressão de amor é ser provado, continuar prosseguindo e sair desse teste mais parecido com Jesus.

Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. 2Timóteo 4:8

Paulo diz: “eu vivo uma vida de sabedoria, então há uma recompensa me esperando por causa da forma como eu vivi. Eu amei a Deus com todo meu coração, guardei Seus mandamentos, logo, a coroa da justiça está guardada.” Nossa vida deve ser  para agradar a Deus. É a opinião Dele que realmente importa. Estamos em uma jornada de amadurecimento e, é necessário, compreendermos o papel das tribulações e dificuldades nesse processo. Acima de tudo, precisamos nos lembrar de que nosso principal objetivo é amar a Deus de todo o nosso coração, alma, força e entendimento, entregando nossas vidas àquele que deu a Sua vida por nós.

Toda sexta-feira à noite começa o shabat para a tradição judaica. Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção inspirado no descanso divino do sétimo dia da Criação. Muito além de uma proposta trabalhista, essa pausa é entendida como algo fundamental para a saúde de tudo o que é vivo. A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa a vida lentamente se extingue.

Para um mundo no qual ter 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga e as pessoas mesmo não suportam mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta. É possível ver que hoje o tempo de ‘pausa’ é preenchido por diversão e alienação. Além disso, lazer não é feito de descanso, mas de ocupações. Igualmente, o entretenimento, que indica o desejo de não parar. E essa incapacidade de parar é uma forma de depressão.

Então, vamos o mundo deprimido e a indústria do entretenimento crescendo nessas condições. Nossas cidades se parecem cada vez mais com a Disneylândia. Longas filas para aproveitar experiências pouco interativas, e o fim de cada dia, fica com gosto de vazio. Porquanto, um divertido que não é nem bom nem ruim. Em suma, um dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos e a memória de uma expectativa frustrada.

Geração fast-food

Inegavelmente, esse milênio pode ser comparado como um grande shopping. A Internet e a televisão não dormem. Dessa maneira, não há mais insônia solitária. Pois solitário é quem dorme. As bolsas de valores do Ocidente e do Oriente se revezam fazendo do ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade incessante. Ora, o futuro é tão rápido que se confunde com o presente. As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o domingo de um feriado.

Os relacionamentos estão sendo definidos por “ficar”, trocando o ‘ser’ pelo ‘estar’. E quem tem tempo não é sério, logo quem não tem é considerado uma pessoa importante. Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco. Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção. O dia de não trabalhar não é reservado para se distrair – literalmente, ficar desatento. É um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida. Porém, a pergunta que as pessoas se fazem no descanso é ‘o que vamos fazer hoje?’ – já marcada pela ansiedade. Sonhamos com uma longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde de domingo.

Uma pausa

Quem ganha tempo, por definição, perde. Quem mata tempo fere-se mortalmente. É este o grande “radical livre’ que envelhece nossa alegria – o sonho de fazer do tempo uma mercadoria.

Em tempos de novo milênio, vamos resgatar coisas que são milenares. A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que dá sentido à caminhada. A prática espiritual deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar.

Por que o Criador descansou? Porque mais difícil do que iniciar um processo do nada, é dá-lo como concluído.

Alguma vez já aconteceu de você estar orando e, de repente, sentir vontade de interceder pela vida de alguém? Ou quando aquilo que te incomoda na sociedade queima o seu coração e te faz clamar pela intervenção de Deus?

Muitas vezes, pensamos que nossas orações partem das nossas emoções, ou da nossa própria vontade para que algo aconteça. Na verdade, o Espírito Santo está nos levando a orar por aquilo que está no coração de Deus. O próprio Deus, mesmo tendo todo o poder, nos permite participar do que Ele já vai fazer. Nos levando a interceder para que Ele faça o que Ele prometeu. Pode parecer um pouco confuso, mas veja essa explicação:

“Os pensamentos de Deus expressos através da Palavra de Deus trazem o Espírito de Deus. Essas orações transcendem o tempo e a distância, e seu poder não pode ser contido ou retido. Quando os cristãos declaram a Palavra em concordância com Deus, até mesmo os lugares mais sombrios e impenetráveis são preenchidos com a luz do Espírito”. (Corey Russell, em Oração: por que nossas palavras importam para Deus?)

Simples e complexo

Então, a intercessão nada mais é do que declarar de volta para Deus aquilo que Ele já declarou na sua Palavra. Deus nos convida a fazer uma parceria com Ele através do Espírito Santo. Ele nos usa como instrumentos de intercessão nessa terra. É algo tão simples e tão complexo ao mesmo tempo, que muitas vezes não entendemos seu poder. Acabamos por desconsiderar a intercessão como algo que não vai surtir efeito. Ou a complicamos a um nível que não nos sentimos aptos a interceder. É simples: declarar e pedir pelo o que Ele já prometeu que vai fazer. Entretanto, é complexo, porque exige confiança de que Ele deseja que nós participemos do que Ele quer fazer.

Davi nos ensina sobre intercessão 

Já ouvimos muitas vezes sobre Davi ser “um homem segundo o coração de Deus”. Sempre relacionamos essa característica à sua intimidade com Deus. Realmente, Davi foi um dos poucos na Bíblia chamado de amigo de Deus. Entretanto, olhando para a história de Davi, vemos que suas orações estavam alinhadas com o que Deus desejava para o seu povo, e Ele se agradava disso. Não somente porque Davi era íntimo, mas porque essa intimidade o levava a se importar com as mesmas coisas que estavam no coração de Deus.

Entrar em parceria com Deus em intercessão é entender que Ele deseja que nós participemos da história que Ele está escrevendo na humanidade. E não estamos sozinhos nessa. O próprio Espírito Santo revela os desejos do coração do Pai aos nossos corações para estarmos alinhados com a Sua vontade.

A história de Abraão sempre tocou meu coração.  A sua , sua ousadia e sabedoria fazem parte dos grandes ensinamentos da vida desse homem. Hoje quero falar com você sobre a direção que Abraão recebeu para sair da terra e da sua parentela. Essa direção exigiu dele, muita fé.

“Então o Senhor disse a Abrão: “Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei.”
‭ Gênesis‬ ‭12:1‬ 

Aqui vemos uma direção clara para Abraão. E assim é com a gente. Sempre diante de grandes mudanças, Deus traz direções claras para que você possa se mover debaixo de paz.

Deus não nos dará mudanças significativas sem antes revelar o propósito. O nosso Deus sempre fala quais são os próximos passos da jornada.

Depois que Deus pediu para que Abraão fosse para terra que Ele iria mostrar, o Senhor também mostrou a promessa que resultaria dessa mudança.

Existem lugares a serem conquistados e eles não estão dentro daquilo que já conhecemos.

O Pai da fé, Abraão, precisou desbravar o desconhecido e crer que Deus estava com ele ao trilhar caminhos até então não trilhados.

“Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados.”
‭Gênesis‬ ‭12:2-3‬ 

É preciso que façamos nossa parte

As direções de Deus estão completamente ligadas à obediência e ao cumprimento das promessas.

Muitas vezes achamos que Deus deve fazer tudo, ou seja, Ele deve dar direção e cumprir tudo sem que façamos nada. Preciso te dizer que isso não é real. Deus quer que você esteja envolvido como parte importante da história. Isso para que você possa chegar diante das realizações e dizer: “Deus, nós temos juntos contado essa história e eu sou grato por fazer minha parte nela.”

Abraão saiu da sua terra e do meio dos seus parentes e andou por terras estranhas. Nesses lugares, ele adorou a Deus e construiu altares em consagração ao Senhor. Esse homem tão cheio de fé entendeu o poder de obedecer às direções de Deus.

Escutar e obedecer é uma jornada que devemos trilhar todos os dias da nossa vida.

“Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu e dirigiu-se a um lugar que mais tarde receberia como herança, embora não soubesse para onde estava indo. Pela fé peregrinou na terra prometida como se estivesse em terra estranha; viveu em tendas, bem como Isaque e Jacó, co-herdeiros da mesma promessa. Pois ele esperava a cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e edificador é Deus. Pela fé, Abraão — e também a própria Sara, apesar de estéril e avançada em idade — recebeu poder para gerar um filho, porque considerou fiel aquele que lhe havia feito a promessa”. Hebreus 11: 8-11

Deus preparou um caminho

Que possamos entender que existem caminhos que já foram preparados há muito tempo para que estejamos trilhando eles.

Somos muito limitados na nossa visão da jornada. Mas Deus sabe o plano completo.

Aprendi anos atrás que o Senhor não tem plano B à respeito da minha vida. Ele sempre tem o plano original e está todo o tempo me dirigindo para esse plano.

Você e eu precisamos colocar nossos olhos em Deus como Abraão fez. Deus já aplainou esse caminho.

“Portanto, a promessa vem pela fé, para que seja de acordo com a graça e seja assim garantida a toda a descendência de Abraão; não apenas aos que estão sob o regime da lei, mas também aos que têm a fé que Abraão teve. Ele é o pai de todos nós.

Como está escrito: “Eu o constituí pai de muitas nações”. Ele é nosso pai aos olhos de Deus, em quem creu, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência coisas que não existem, como se existissem.

Abraão, contra toda esperança, em esperança creu, tornando-se assim pai de muitas nações, como foi dito a seu respeito: “Assim será a sua descendência”.

Sem se enfraquecer na fé, reconheceu que o seu corpo já estava sem vitalidade, pois já contava cerca de cem anos de idade, e que também o ventre de Sara já estava sem vitalidade.

Mesmo assim não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua fé e deu glória a Deus”, Romanos 4: 16-20

Nosso Deus é Soberano sobre todas as coisas. Se a promessa veio do Senhor, o cumprir virá Dele também.

Tudo bem que alguns vão dizer que Deus não existe e  que somos resultado de uma composição química sem propósito e significado. Mas para aqueles que têm como base de vida a fé cristã, fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. A Bíblia traz explicações essenciais à compreensão e consciência da vida, ao passo que a vida vinculada a Cristo passa a ter um significado ainda maior. Para ela, basta ser humano, mesmo da pior espécie, todos fomos criados por Deus.

Deus designou a humanidade com características divinas que conservam a vida humana. Não somente a ética e a moral, mas reações químicas e físicas as quais estamos suscetíveis. Elas fazem parte de toda a ciência e composição da vida humana e natural. Precisamos mais do que descanso e nos alimentar bem. Precisamos de Deus, e isso também constitui a vida humana.

Não somos parcialmente religiosos. Somos seres religiosos que acreditam e depositam fé, seja em coisas criadas ou divinas. O problema central que encontramos é o pecado. Ele é degenerativo, é uma raiz amarga da qual somos todos afetados.

A o que a imagem e semelhança submete as nossas vidas?

A vida humana é essencialmente constituída pela semelhança à trindade e pela graça divina. A lei natural humana, comentada por C. S. Lewis em Cristianismo puro e simples, a que estamos fadados, governa implicitamente nosso senso de certo e errado. Ela é a razão de termos uma conduta moral que nos permite respeitar e amar o próximo, que provém desta semelhança. A sociedade seria extinta se no mínimo não tolerássemos uns aos outros.

Estamos cientes que vivemos um enigma humano. G. K. Chesterton comenta sobre isso em seu livro Ortodoxia. Ao mesmo tempo em que nos sentimos em casa neste mundo vivemos assombrados com ele. E nisto consiste esta sujeição. A imagem e semelhança conserva a vida humana, a vida social, o meio ambiente, de modo a buscarmos bondade, justiça, significado, sentido e propósito para esta vida, enquanto aprendemos a lidar com suas tragédias, com nossos defeitos e com o próximo.

Não somos seres humanos dotados de razão à toa. Somos planejados à imagem e semelhança de Deus para cumprirmos o mandato cultural de preservarmos a vida humana e a natureza. Mas a vida humana não diz respeito a si mesmo somente, porém isso é prosa para uma outra oportunidade.

Veremos agora um pouco de como a vontade de Deus afeta a nossa vida. Ele tem o propósito de santificar a humanidade para que ela tenha características justas como as dele.

A nossa obediência e santificação testemunham a santidade de Deus

O sacrifício de Cristo é a resposta para a santificação do homem e a purificação que o livra de suas concupiscências.

“Sede santos, porque eu sou santo.” 1 Pedro 1:16

Tudo bem que a santificação nos torna pessoas melhores, mas o propósito dela não é apenas nos transformar. É amadurecer a salvação que recebemos pela fé. A santificação nos leva a amar Jesus pelo que ele é. Porque, afinal de contas, nós é que precisamos de Deus, e não Deus que precisa de nós.

Estamos diante da decisão que diz respeito aos nossos destinos eternos

A semelhança a Deus nos difere de toda a criação. Mesmo nem todos acreditando em Deus, elas carregam a imago dei. E hoje, infelizmente, imprimimos uma imagem distorcida. Entretanto, a missão de Jesus foi resgatar essa semelhança, nos trazer a consciência de um Deus interessado na humanidade e levá-la a conhecê-lo. Hoje, podemos ser semelhantes a Jesus e encontrar propósito e sentido nele.

É fato, todos nós precisamos de Deus. E tomamos consciência disso, quando somos confrontados em nossa maneira vazia de viver (1 Pedro 1: 18).

O amor de Deus alcançou toda a humanidade e não somente as pessoas mais corretas. Nem as mais corretas podem salvar-se. Mas quando nos damos conta de que o maior desafio apresentado diante de nós não é aquilo que podemos conquistar neste mundo nem o que podemos fazer, mas o quanto estamos dispostos a acreditar em Cristo, estaremos diante de uma verdade confrontadora, rendidos diante da cruz. E saberemos que ela diz respeito a vida que levamos e a esperança eterna que não somos capazes de conquistar.

Todos conhecemos a oração do Pai Nosso ensinada por Jesus aos seus discípulos. Depois de verem Jesus orando, eles pedem “ensina-nos a orar” (Lc 11:1). E então ele começa a fazer a famosa oração. O que levou os discípulos a pedirem para ele ensinar isso, mesmo depois de terem visto tantos sinais e maravilhas? Eles entendiam que o ministério de Jesus era completamente fundamentado na sua comunhão com o Pai, porque eles presenciaram isso de perto, observando sua vida de oração.

Muitas vezes, nossa dificuldade de nos mantermos no lugar de oração vem de uma falta de revelação sobre a quem estamos dirigindo nossa oração. Segundo Corey Russell, no livro Oração, “a fonte e fundamento de toda fé e intimidade na oração está em uma verdadeira revelação do Pai”. Então, enquanto não tivermos uma revelação clara de quem é Deus, estaremos usando a oração como lista de pedidos ou desabafo de problemas. Quando na verdade é a maneira de participarmos da mesma comunhão que Jesus tinha com o Pai.

Em João 17, a oração de Jesus era para que nós fossemos um com o Pai, assim como Ele era. Logo no início do Pai Nosso, já temos uma grande revelação sobre Deus: Ele é Pai e está nos céus. Quando começamos a explorar a paternidade de Deus, geralmente atribuímos a ele as características paternas que encontramos nos pais terrenos. Pensamos que ele é um pai trabalhador e precisa se esforçar para dar conta de atender todas as demandas dos seus sete milhões de filhos. Ou, é um pai ausente que não tem tempo para ouvir a nossa voz. É difícil concebermos que um Deus tão poderoso e soberano se preocuparia e cuidaria de nós como filhos.

Um convite para a comunhão

Ele não só cuida de nós, como ele deseja ter comunhão conosco. Depois de tentar habitar em nosso meio – e não conseguir, por causa das nossas falhas – Ele envia Jesus para ser a restauração perfeita entre nós e o Pai. Ele habita em nosso meio, não mais em um templo físico, mas em cada um de nós. Que privilégio é poder participar dessa perfeita comunhão! Diante disso, nada mais importa – ministério, chamado, dons ou pedidos. Nada que possamos conseguir pela nossa oração é mais precioso do que a comunhão com o nosso próprio Pai. O que nos leva a orar é a revelação de quem está do outro lado. Ele é a nossa recompensa.

A tentação como um presente 

“Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.”  1 Coríntios 10:12-13

Todas as vezes que pensamos em tentação, acreditamos que Deus está à parte disso, que talvez ele não faça nada a respeito pois sabemos que a tentação vem do diabo, segundo as nossas próprias fraquezas carnais (Tiago 1:13-15).

Deus pode não nos tentar, mas Ele cria possibilidades para a tentação. Quem plantou a árvore do conhecimento do bem e do mal no jardim? O próprio Deus. Quem levou Jesus para ser tentado no deserto? Deus. Quando lemos Coríntios, vemos que com a tentação Deus provê o escape; portanto, podemos dizer que a tentação é um presente para o cristão. Ele não faz para produzir o mal, mas para trabalhar algo dentro de nós. Ele deseja construir algo em nosso caráter que não é possível fazer fora da tentação.

Na jornada da vida cristã aprendemos de diversas formas, mas existe uma etapa que só aprendemos diante da tentação. Todo cristão terá que passar por isso, por esse caminho de aprendizado onde obediência e paciência são formadas em nós.

Produzindo resistência

Nem sempre a provação vem com tentação; Deus muitas vezes nos prova, e isso pode ou não, envolver tentação. Satanás nos tenta para nos derrubar, nos enfraquecer e não para trazer um ensino sobre algo; mas está dentro do plano de Deus o produzir em nós um caráter aprovado através disso, que seja capaz de resistir. Resistência será produzido em nós em meio à tentação.

Deus deseja produzir em nós a humanidade perfeita de Jesus, e isso custa caro. Estar em Jesus não significa pular etapas, pegar atalhos. Estar em Jesus significa passar pelo que ele passou, pelo mesmo caminho. Tentação, cruz e ressurreição. Para poder resolver as situações não existe atalhos. Jesus venceu onde Adão falhou, praticamente no mesmo ponto. Então se existe a possibilidade da tentação, em Jesus existe a possibilidade de vencer a tentação. A vitória de Jesus sobre a tentação nos ajuda a nos posicionarmos para ver a tentação como um presente.

Vencendo uma etapa

Algumas pessoas pensam que ao vencer a tentação irão eliminá-la para sempre, porém ela é apenas uma etapa a ser vencida. Não se vence a tentação apenas repreendendo a mente, nem com ações místicas ou “atos proféticos”.

“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.

Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.” Gênesis 3:1-7 

O desejo

Esta é a narrativa da queda, onde algo mudou a perspectiva deles. Aquela que era apenas mais uma dentre todas as árvores do jardim agora se tornou desejável. Satanás sempre usará desejos, sentimentos legítimos para mudar perspectivas sobre as situações. O pecado é resultado de um pensamento torto, uma mentalidade errada que pode gerar uma crise de confiança. Quando cedemos a uma tentação cedemos também à crise da confiança.

Na narrativa da queda podemos observar como a serpente muda a perspectiva de Eva sobre a situação. Deus começa com uma afirmação: “De todas as árvores podereis comer…”. A serpente começa de outra forma: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore…”; ela começa logo com uma negação, conseguindo assim, mudar a visão de Eva. Agora ela não vê mais 499 árvores, ela só consegue ver que não possui 500. Mudou a visão. Não importa todas as outras árvores do jardim, só importa que não pode ter essa. A serpente conseguiu capturar a atenção de Eva com a verdade de Deus passada pelo filtro da falta. O foco está justamente naquela que não pode comer e isso se torna desejável.

A mudança de perspectiva

A voz da tentação começa com a negação e muda a nossa perspectiva. Não é com grandes mentiras, mas com a distorção da verdade que se da a tentação; e quando a verdade é distorcida, também acontece uma distorção da nossa perspectiva da realidade; e assim gera o primeiro gatilho da tentação dentro de nós, a ingratidão. Não somos gratos por 499, pois precisamos de 500. Nos sentimos prejudicados, pois vemos a vida e a realidade pela perspectiva da falta. Não vemos mais o que nos foi dado, apenas vemos o que está faltando.

Olhando para Jesus

Para vencer a tentação precisamos olhar para Jesus. No deserto, Ele mesmo foi tentado em Sua identidade quando satanás sugere que Ele transforme pedra em pão. Ele poderia ter duvidado de quem Ele era. Geralmente somos tentados a duvidar da nossa identidade em Deus, daquilo que Ele afirmou sobre nós. Jesus nos ensina que a voz do caráter de Deus deve ser maior que a voz da carência.

É comum na jornada cristã nós tropeçarmos ou até cairmos, mas precisamos nos posicionar para vencer. Nós vencemos a tentação entendendo que o que está em jogo não é o que estamos fazendo, mas quem somos em Deus e quem Ele é para nós. Na tentação, a única forma é vencer a carência é com a voz do caráter de Deus revelado nas escrituras.

Na era da informação somos bombardeados por todos os tipos de notícias e também, veiculamos algumas. Contudo, fomos convocados a portar “a boa notícia”. Comissionados a propagá-la por toda a terra e a todos os povos. Infelizmente esta mensagem cheia de esperança e alegria tem sido por muitos distorcida. Como uma “fake news” do evangelho, não cumprindo assim o propósito pelo qual foi enviada. Se é a verdade que liberta, então que ela seja dita!

O termo “Fake News” tem sido bastante frequente no vocabulário atual. Essa expressão tem como objetivo definir uma notícia falsa, como a própria tradução das palavras indica. Esta pode ser uma completa “invenção”, mais conhecida como “boato”; pode também ser algo em parte verídico publicado absolutamente fora de contexto, gerando um entendimento equivocado dos fatos.

A palavra de Deus contrapõe tudo isso, ela é viva e eficaz, real e verdadeira e deve ser anunciada tal como é. Fomos designados a espalhar a chegada do Reino dos céus por meio de Cristo Jesus, a justificação por meio da fé no Filho de Deus, o perdão dos pecados através do arrependimento. Porém, nem sempre essa é a centralidade da pregação da igreja, e este é um perigo que percorre desde sempre a história: as heresias. Não queremos ser considerados hereges, de maneira alguma, mas será que não temos contrariado algumas verdades bíblicas contando-as de forma inverídica?

“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo.” (Gálatas 1:6-7)

Muitos rejeitam as boas novas por não lhe serem contadas como “boas”

Ouvimos constantemente: “Deus quer que você seja feliz, então vá em frente e siga o seu coração”; “Venha pra Jesus e seus problemas terão fim”; “Dê todos os seus bens e Deus vai te prosperar”, enfim, a palavra de Deus tem sido manipulada conforme a vontade humana. Sabemos que, verdadeiramente, o Senhor deseja que sejamos felizes, prósperos e que tenhamos paz, mas não à qualquer custo. Pois Ele pagou alto preço para que, por meio de Cristo, a nossa alegria fosse completa, a paz não fosse passageira e a abundância fosse plena.

Há quem atribua a Deus palavras que nunca foram ditas por Ele, ou usem as que Ele disse de maneira errônea. Satanás fez isto quando tentou Jesus no deserto: usou as escrituras para induzi-lo a fazer a sua vontade; contudo, a própria verdade estava ali e não seria enganada (Lucas 4:9-13).

Muitos rejeitam as boas novas por não lhe serem contadas como “boas”. São compartilhadas apenas regras, como se segui-las simplesmente fosse a conversão. Porém, a verdade é que aquele que crer que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo, será salvo através da graça, dom gratuito de Deus; este receberá o Espírito Santo que o convencerá do pecado, da justiça e do juízo e o capacitará a caminhar conforme a vontade do Pai (João 16:8-11).

A verdade do evangelho

“Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo. Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.”  Gálatas 1:10-12

É preciso que estejamos comprometidos com a verdade do evangelho; que zelemos pela manutenção da palavra imutável de Deus. Cristo morreu pra que também crucifiquemos a nossa carne e vivamos de acordo com Ele aqui e recebamos a recompensa da fé: a vida eterna para conhecê-lo (João 17:3).

Que possamos viver e proclamar a verdade do evangelho, contar as boas novas de salvação que nos alcançou e que é ilimitada para resgatar a todos os que precisam de redenção.

Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João 14:6

Na vida cristã coisa alguma é tão importante quanto à maneira como nos aproximamos da Bíblia e a lemos. Ela é o nosso manual de instrução, a nossa fonte informativa e a nossa autoridade.

Entretanto, muitas vezes estamos sentados com a bíblia aberta à nossa frente lendo suas palavras, porém, podemos estar tirando conclusões erradas a cerca dela.

Outra tendência é aproximarmo-nos  da Bíblia armados de alguma teoria. Consequentemente tudo o que lemos é controlado por tal ideia. Dessa forma tentamos aplicá-las e respaldá-las de qualquer maneira através das escrituras. Por que falar disso?

Ora se a bíblia é o nosso manual de instrução e estamos interpretando-a errado, por vez nossa vida diária, nosso modo de pensar e nossas atitudes estão desalinhadas com a verdade.Precisamos está sempre vigilante a esse respeito, não há nada tão perigoso.

Consequência da má interpretação

Um exemplo claro de como esse perigo se manifesta é como definimos graça. Veremos como a má definição de graça nos influência na nossa conduta Cristã.

Graça significa favor imerecido. E os versículos bíblicos nos asseguram que a graça é o único meio pelo qual podemos ser salvos e justificados. Podemos ver em Efésios 2:8-9 – “Pois vocês são salvos pela graça”; Romanos 2: 24 – “Sendo justificados gratuitamente por sua graça”, Tito 2:11 – “Porque a graça de Deus se manifestou”. A Bíblia é bem clara em dizer que a causa da salvação e justificação não está no homem, mas em Deus. Não está no mérito do homem, mas na graça de Deus.

No entanto, a forma mais aproximada que temos definido graça se assemelha ao que o autor Dietrich Bonhoeffer trouxe em uma das suas obras que é a definição de Graça Barata. Para o autor “o Cristão ao olhar para escrituras considera a graça o meio para justificar o pecado e não o pecador”. O convite aqui é sentir-se confortado e seguro.

O perigo é que pecamos e ostentamos está sob uma ‘graça’.  E por estarmos sob esta ‘graça’ está tudo bem nada precisa mudar, tudo pode permanecer como está e nós cristãos podemos, então, viver como quisermos.

A consequência disso é que não nos atrevemos a viver uma vida diferente. Assim, instituímos uma nova forma de sermos obediente aos mandamentos de Jesus. E acredite, nossa tendência é outorgamos a nós mesmo essa graça.

Graça Preciosa

Mais o autor Dietrich Bonhoeffer também fala sobre a Graça Preciosa ao qual ele chama de tesouro oculto no campo, pelo qual o ser humano vende feliz tudo o que possui para possui-la (Mateus 13:44).

É preciosa porque custa a vida ao ser humano, é graça pois só assim dá vida ao ser humano, é preciosa porque condena o pecado; é graça porque justifica, perdoa o pecador. É preciosa porque submete o ser humano ao jugo do discipulado de Jesus. É preciosa sobretudo porque foi preciosa para Deus, porque lhe custou a vida de seu filho e portanto não pode ser barato para nós o que custou caro para Deus.

E foi essa graça que chamou homens e mulheres que estão descritos na bíblia, seja Pedro, João á comunhão, ao martírio. Lembra da mulher pega em adultério? (João 8) Foi por meio dessa graça que todos os seus pecados foram perdoados. E ela pode ouvir: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Eu também não a condeno. Vai e abandone sua vida de pecado.

Entender corretamente para obedecer corretamente

Como enfrentar o problema da má interpretação bíblica? Se esvazie. Examine as escrituras, gaste tempo lendo-a, considere o contexto, o cenário histórico, para quem e onde foi escrito, use ferramentas, dicionários, comentários bíblicos que te ajudarão a fazer uma boa interpretação, faça perguntas ao texto, “por que?”, “Como?”. Peça auxilio ao Espirito Santo, converse com Deus sobre as suas palavras. Ame as escrituras e honre que está escrito nela e bem- aventurado serás.

Duvide de interpretações que te fazem acreditar que o evangelho não é mais um convite a negar a si mesmo. Ou um convite para tomar a sua cruz ou para ser santo porque Ele é santo. A porta continua estreita, o caminho continua apertado. O reino ainda é dos mansos, humildes, pobres de espírito e limpos de coração.

E a boa notícia aqui é que apenas por meio da graça podemos viver uma vida em obediência e submissão a Cristo. A escolha final é sempre a escolha entre agradarmos a nós mesmos e agradar a Deus. Vivamos tão somente para agradá-lo!

 

Escrito por: Jéssica Gotelip – Facilitadora Fhop School

Corey Russell, em seu livro Oração, apresenta quatro principais barreiras que impedem de nos entregarmos à vida de oração. Todas essas barreiras estão relacionadas com o nosso interior.

Orgulho

O orgulho impede de reconhecer nossa condição de dependência diante de Deus. Quando Jesus diz que “bem-aventurados são os pobres de espírito” (Mateus 5:3), ele mostra a importância de reconhecer que há falta em nós. E que encontramos o que nos falta n’Ele. Assim, apenas quando enxergamos esse vazio que só pode ser preenchido por Ele, conseguimos ultrapassar a barreira do orgulho e nos achegar a Ele. Nossa autossuficiência e independência nos dá a sensação de que conseguimos sozinhos. Mas apenas Ele é a fonte de tudo o que precisamos para viver. Sobretudo, é no lugar de oração que depositamos nossas necessidades mais íntimas. E nos humilhamos reconhecendo que ele é o único que pode supri-las.

Incredulidade

O autor de Hebreus diz que sem fé é impossível agradar a Deus. Pois precisamos acreditar que Ele existe e recompensa quem o busca (Hebreus 11:16). Ele tem prazer em ter comunhão conosco e não dispensa um coração quebrantado. Ainda assim, muitas vezes a falta de fé e conhecimento sobre quem Deus é nos impede de os achegarmos a Ele. Começamos a inventar um Deus distante. Que não tem interesse na nossa vida, que nos acusa e nos afasta da sua presença. A incredulidade afasta o homem do principal motivo de orarmos ao Senhor: declarar a nossa fé nas verdades sobre quem Ele é. Assim, precisamos ter fé que Ele deseja nos encontrar no lugar de oração, e que nos recompensa com a sua própria presença.

Como não são coisas externas, essas barreiras são difíceis de reconhecer. Elas têm nos impedido de ter a vida de oração como deveríamos. Principalmente, temos que estar constantemente sondando nossos corações para que se encontrem completamente limpos de todo orgulho e incredulidade. Para nos achegarmos com liberdade e humildade diante de Deus.

Como cristãos, sabemos que devemos orar. Entendemos que é algo importante para ter comunhão com Deus. Sabemos que só nos traz benefícios e cremos na sua eficácia. Ainda assim – sejamos sinceros – não oramos. Dentre as coisas que Deus nos pediu para fazer, a oração é a que menos exige nosso esforço físico, mental e emocional. É algo que só depende de nós e não conseguimos colocar em prática como deveríamos.

Nossa identidade

A falta de revelação sobre nossa identidade como sacerdotes nos impede de exercermos o nosso papel como intercessores diante de Deus. Antes de termos
qualquer outra função no Corpo de Cristo, o chamado principal do cristão é a oração. E esse é um chamado para todos. Não precisamos ser do ministério de intercessão, ou fazer parte da reunião de oração para nos sentirmos aptos a esse chamado. Imediatamente quando aceitamos Jesus, nos tornamos participantes do seu ministério sacerdotal e da comunhão que Ele tem com o Pai (Hebreus 3:1). Assim, não precisamos esperar pelo pastor ou o líder de louvor orar por nós para nos encontrarmos com Deus. Todos somos chamados igualmente a estar nesse lugar de intimidade.

O impacto da oração

A quarta barreira que nos impede de orar é a falta de revelação quanto ao impacto da oração. É muito fácil cair no erro de pensar que nossa oração não tem efeito quando não vemos o resultado imediato ou não quando não temos a resposta de um interlocutor. A impressão que temos é que estamos perdendo tempo. Para nós faz mais sentido tentar estabelecer o Reino pelas nossas próprias forças e nossos recursos. Mas Jesus foi claro ao dizer que devemos buscar em primeiro lugar o Reino e todas as outras coisas nos seriam acrescentadas (Mateus 6:33). Nossa mente humana não consegue entender que ajoelhar e orar dia e noite, deixando Deus resolver o problema, seria mais eficaz do que tentar resolvê-lo por conta própria. Nos sentimos inúteis quando dizemos que estamos “só orando” por algo. Entretanto, ao orar, na verdade fazemos a única coisa realmente necessária.

Deus nos chama ao lugar de oração para cumprirmos nosso chamado principal. Que possamos sondar nossos corações e rever as verdades sobre nossa
identidade, reconhecendo o que tem nos impedido de nos achegar nesse lugar. Precisamos ter a convicção de que Ele é tudo o que precisamos, de que Ele deseja se encontrar conosco, nos deu liberdade para nos encontrarmos com ele e que há poder em nossa comunhão com Ele.