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Vida de Oração: Ao Rei Invisível

O Rei Invisível  tem nos convidado a vivermos uma vida diante de sua face. Uma das formas de o fazermos é por meio de nossas orações. Todo ser humano tem esse desejo latente em si, de conhecer o sobrenatural, de entender o porquê estamos aqui e qual é o nosso propósito. Deus nos criou para Si, para o seu amor e deleite. Quando falamos com Ele, Ele nos ouve e nos responde. E nós passamos a compreender o seu propósito eterno.

Ele nos convida ao seu jardim e o Espírito Santo que habita em nós nos revela a sua Palavra, nos ensina a respeito do amor não de forma teórica, mas processual. Pois seu amor em nós é algo crescente. Para muitos, a fé é loucura, e se relacionar com alguém que não se pode ver e tocar simplesmente é algo impossível de se conceber. Mas, aqueles que experimentam da graciosidade desse amor, são inundados por uma fé tão concreta que não se pode explicar em palavras, mas ela existe e é real.  A fé, porém, se torna lógica para aqueles que a sentem.

E passamos a crer nessa realidade porque passamos a vivenciar tal realidade. Será que você e eu podemos afirmar que temos experimentado esse mover de fé em nossas orações? De abrirmos o nosso coração diante do nosso Deus e Pai, de nos movermos em amor crendo que Ele irá nos responder e não apenas fazer aquilo que queremos, mas vai fazer o que é melhor para nos firmar e nos fazer crescer?

Deus é um bom Pai. Essa é uma figura que nos convida a nos aproximarmos com confiança quando pararmos para falar com Ele. Há uma liberdade para nos achegarmos junto dele e abrirmos nosso coração. Podemos falar a respeito de qualquer assunto sem nenhum constrangimento, até mesmo porque Ele nos conhece tão bem. Ele nos conhece melhor do que nós mesmos, porque aquilo que bloqueamos por conta de traumas, Deus poderá nos fazer lembrar e trazer cura aos nossos corações.

Há liberdade para adentrarmos com ousadia diante de Sua presença, pois o véu se rasgou pelo sacrifício de Jesus na cruz. “Sendo assim, irmãos, temos plena confiança para entrar nos Santo dos Santos mediante o sangue de Jesus, por um novo e vivo Caminho que Ele descortinou por intermédio do véu, isto é, do seu próprio corpo… Portanto, acheguemo-nos a Deus com um coração sincero e com absoluta certeza de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada, e os nossos corpos lavados com água pura. Sem duvidar, mantenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porquanto quem fez a Promessa é fiel;” Hebreus 10.19,20,22,23 (King James)

Uau! Isso é incrível! É preciso confiança para estarmos diante Dele, mas Ele sabe que, muitas vezes, essa tal confiança pode nos faltar. Ele conhece nossas falhas e pecados mas nos incentiva a nos mantermos firmados Nele, no sacrifício de Jesus na cruz. E mais, Ele nos afirma: Quem fez a Promessa é Fiel. É para Ele que devemos olhar e isso no que diz respeito a nossa vida de oração. Ele é o Rei invisível, mas é real.

Às vezes, podemos não sentir nada, ainda assim vamos confiar? Que Aquele que fez a Promessa se manterá fiel? Quando se trata de nossas vidas de oração tudo o que precisamos entender é que devemos manter o nosso coração sincero, em plena certeza de fé. Precisamos guardar firme a confissão da esperança, sem vacilar, isto é, sem retroceder. Não, não devemos voltar atrás. Devemos lançar fora dúvidas, medos e tudo aquilo que tentar nos cegar e nos impedir de crer no caráter de Deus e na fidelidade de sua Palavra. Pois Ele empenhou sua Palavra e Ele é Fiel para cumpri-la. Sendo Ele o Rei Invisível, é digno de nós, de nossas orações e de nosso amor! Aproximemo-nos com sincero coração!

“Portanto, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, sejam honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém! 1 Timóteo 1.17

Não desista. A sua carne te fará muitas vezes pecar e fracassar. Suas emoções bagunçadas te deixarão sem direção. Os dias cheios de desafios vão fazer você sentir medo achando que é incapaz de continuar lutando.

Não sei qual tem sido sua maior luta durante essa semana. Quem sabe tenha sido o desespero em meio a uma doença que se estabeleceu sobre alguém que ama. Pode ter sido as finanças, e a corrida contra o tempo para deixar as contas em ordem. Possivelmente seja o futuro e as  incertezas. Talvez, sejam as circunstâncias te fazendo paralisar.

De fato, não sei do que você está precisando. Mas, o seu Pai sabe. E, ele te dá forças para vencer todos os medos. Você está sem forças ? Gostaria de dizer que você é muito mais forte do que pensa.

Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte. 2 Coríntios 12:10

Quebrado pode ser a palavra que te define hoje. Mas lembre-se: Você é forte e o Senhor está no controle de todas as coisas, em meio a tudo isso. Todo caos. Ele é bom e te faz crescer.

Muitas vezes não entendemos o que o Senhor está fazendo. Parece apenas que Ele não te escuta mais, deixando você entender que suas orações não são importantes.

Mas eu sei que você o conhece o suficiente. Para saber, que em meio ao silêncio, Ele está falando dentro de ti. Apenas não desista! Permaneça em seu amor.

Continue crendo, mesmo sem ver nada. Sem compreender nada. Apenas, continue a caminhar em direção aos braços Dele. Sabe, quando eu estou me sentindo fraca corro para Ele. Quando o desespero vem, corro para aquele que jamais falha ou me abandona. Meu Deus nunca me deixa. 

Talvez você esteja fraco, mas o Espírito do Senhor te fortalece. O seu Deus jamais te deixará, Ele é poderoso e está contigo. Ele te ama! 

“Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar” – Josué 1:9

Acredito com todo o meu coração que Deus está levantando uma geração que ouvirá sua voz. Haverá ainda em um tempo muito, muito próximo aqueles que serão como chamas acessas queimando de amor por Jesus e trazendo luz em meio a escuridão de corrupção e pecado que tem aumentado em nossos dias .

Aqueles que confiarão na liderança do Senhor e o seguirão não somente nas montanhas, mas também nos vales, que não abandonarão o barco nos dias difíceis, e mesmo nas estações mais secas de suas vidas ainda produzirão frutos.

A geração que ouvirá a Deus considerará como perda todas as coisas comparadas com a superioridade do conhecimento de Cristo Jesus. Eles se identificarão com Cristo na sua morte, portanto não tomarão a forma deste século, antes participarão do Seu sofrimento para conhecerem o poder da ressurreição dos mortos. Esses são os que se assentarão aos pés dos ensinamentos da Verdade escolhendo a boa parte. Não, eu não estou dizendo que eles largarão tudo e se lançarão em tempo integral no ministério, pois essa geração não separa os cristãos em duas categorias – perpetuando a ideia introduzida pela igreja Católica Romana – os cristãos vocacionados a vida religiosa e os que se ocupam das tarefas seculares, pois para os que ouvem a Deus o lugar onde eles estão Ele também está, portanto é santo.

Ah, essa geração cujo Deus está levantando entenderá que o chamado para oração não se restringe ao departamento de intercessão, por isso ela manterá um diálogo constante com Ele e a chama permanecerá acessa. Eles carregarão dentro de si o Seu Reino, avançarão conquistando territórios e através deles a palavra correrá rapidamente. Eles responderão com grande expectativa o que a criação tanto aguarda, a saber: a manifestação dos filhos de Deus.

Filhos, nossa nação aguarda vocês, nas universidades, nas fábricas, no mercado financeiro, na moda, entretenimento, no ministério, no nosso governo (nossa terra clama por homens e mulheres justos que não irão se corromper) . O Brasil e o mundo esperam por mensageiros que sejam enviados, inflamados por Jesus e cheios do conhecimento de Deus.

Os avivamentos da história da igreja começaram com poucos, porém dispostos a ouvirem a Deus e fazerem sua vontade. Através deles o fogo se alastrou, curas e milagres aconteceram e muitos foram salvos.

Essa geração será tocada com brasas vivas e responderá a pergunta que continua ecoando: A quem enviarei e quem há de ir por nós? O que estamos esperando? Que não passe de nós, que não passe dessa geração, e que em uma só voz possamos dizer: Eis-me aqui Senhor, envia-me a mim.

Você já deve ter percebido como amo palavras metafóricas. Acredito que é um jeito de expressar-me e transmitir os sentimento que Deus tem gerado dentro do meu interior. Mas não foi sempre assim. Na verdade escrever é me expor e isso é algo que tenho aprendido a fazer. Além disso, não são apenas palavras, mas verdades geradas. 

Talvez você já tenha percebido o quanto falo de medo em minhas reflexões e também sobre esperança. Porque de fato Deus tem restaurado em mim a fé e o coração que volta a sonhar mesmo através dos anos de espera daquelas promessas que foram feitas em tenra idade. Sim, o Senhor renova a esperança e fé, e faz com que nossos olhos se tornem firmes em olhar para o alvo. E não apenas olhar, mas seguir, pois a nossa jornada ainda não está completa e Deus tem nos chamado a caminhar em perseverança. E suas palavras são fieis:

“Portanto, também, nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos  de todo peso do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta.” Hebreus 12.1

“Portanto, também nós, considerando que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, desembaracemo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos está proposta,” Hebreus 12.1 KJ

Sim, o pecado sempre irá tentar nos envolver e nos distanciar do Amado das nossas almas, mas Jesus nos chama de volta e para perto dele novamente. Nossa melhor escolha é nos arrependermos, confessar as nossas culpas e não fugirmos para longe dele quando pecarmos. Pois na cruz, Cristo já liberou sobre nós a graça para resistirmos. Precisamos caminhar com Cristo todos os dias, pois o Espírito Santo é o nosso ajudador, Ele é quem ativa a nossa fé liberando graça sobre nós. Por meio desse relacionamento de amor entendemos quem somos em Cristo. Tudo mais se torna muito pequeno diante de quem Ele é. Lembre-se: As palavras faladas por Deus são verdades!

Você alguma vez já participou de uma corrida? Não é algo fácil de se fazer não é mesmo? Até quando decidimos  correr como amadores para manter a forma, não é tarefa fácil! Ufa! Para alguns de nós cansa só de pensar. É exatamente isso que o autor de Hebreus está nos dizendo, mesmo que não seja fácil, se mantenha firme! Vai dar trabalho, você terá espasmos musculares, vai doer um tanto. Mas se mantenha firme, focado, extremamente determinado, à carreira que lhe está proposta, ao seu “destino” futuro.

Olhe! Sim, observe com os olhos do seu coração o Autor e Consumador da sua fé, Jesus. Pois Ele suportou a morte de Cruz pela alegria que lhe estava proposta. Ele está assentado à direita do trono de Deus. O autor de Hebreus ainda nos afirma: “Considerai, pois atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma. Hebreus 12.3

Uma das minhas maiores “ambições”, podemos dizer assim? É chegar ao fim da minha vida com aquela sensação de que vivi a vida de forma intensa e em liberdade. E poder dizer…

“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.” 2 Timóteo 4.6

E você? Qual é o sonho do seu coração?

Aquela que muito amou, alguns dirão que ela não é digna de estar na sua presença. Muitos falarão que suas vestes são inadequadas para estar diante de Dele. Outros perguntarão: Como essa mulher conseguiu entrar?

Muitos irão julgá-la. Todos lhe darão as costas. Os homens que conhecem Jesus, aqueles que dizem ser como Ele, estes negam consolo e abrigo. Amigos de Cristo os seguidores da verdade, cheios de conhecimento são estes que agiram com indiferença.

Ela? Ela não se importa com a opinião de ninguém. Já está acostumada com os olhares carregados de desprezo e com os conceitos sobre quem é e de como age. Ela não estava naquele jantar por causa das pessoas. Estava lá por causa Dele.

O coração daquela moça era cheio de feridas. Tinha um passado tenebroso e estava aos pés do único que não a julgaria. Ela não tinha nada a oferecer, tinha apenas cacos de uma vida escura. Possuía um coração fraco, mas desesperado por salvação.

Aquela jovem que era rejeitada pela sociedade, a pecadora para muitos. Essa reconhece que Jesus era o único que podia curar a sua alma. Sabia que Ele era o único que não a culparia. Não tinha muito a oferecer à Ele.

Possuía apenas lágrimas e seus cabelos. E, isso foi o suficiente para o salvador. Prostrada diante de Cristo aquela moça lavou os pés de Jesus. E secou-os com seus cabelos. Tudo o que tinha era pouco para todos daquela sala, mas para Jesus era o suficiente.

O anfitrião da noite crítica a postura de Cristo. Mas, Jesus não estava preocupado com aquele homem. Sua atenção estava fixa na jovem que a sua frente. Seus olhos estavam atentos para aquela que entregou tudo.

“Em seguida, virou-se para a mulher e disse a Simão: “Vê esta mulher? Entrei em sua casa, mas você não me deu água para lavar os pés; ela, porém, molhou os meus pés com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Você não me saudou com um beijo, mas esta mulher, desde que entrei aqui, não parou de beijar os meus pés. Você não ungiu a minha cabeça com óleo, mas ela derramou perfume nos meus pés”. – Lucas 7:44-46

Muitas vezes somos como aquele anfitrião da festa, que recebe Jesus em sua casa. Mas, que não o cumprimenta e nem o trata com a devida honra. Somos como Simão que estava mais ocupado com a performance do que com a pessoa de Cristo.

Mas sabe o que aprendemos com a vida daquela moça de Lucas 7:36-50, não precisamos de muito para chegar diante de Cristo. Podemos oferecer o pouco, quem sabe oferecer um coração em cacos e uma alma fraca. Mas entregar de fato tudo isso para Ele.

Jesus quer o nosso coração amigos. Ele nos deseja. Aquela mulher sabia que Jesus era o que ela precisava. Ela reconheceu com aquela atitude que os muitos pecados que possuía seriam perdoados por Jesus.

Portanto, eu lhe digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados, pelo que ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama”. Então Jesus disse a ela: “Seus pecados estão perdoados”. Os outros convidados começaram a perguntar: “Quem é este que até perdoa pecados? ” Jesus disse à mulher: “Sua fé a salvou; vá em paz”. – Lucas 7:47-50

Por que ela amou a Jesus, e entregou tudo. Ela foi perdoada. Quando está jovem foi até Jesus, ela sabia do passado que carregava. Tinha plena consciência das marcas que a vida tinha colocado nela. Ela decide amar a Cristo, e colocar seus dilemas e conflitos aos pés daquele que perdoa e restaura. Por que ela amou, foi perdoada. Sua vida é Dele agora, e o amor a resgatou.

Se eu e você colocarmos tudo diante de Cristo, seremos amados e perdoados por Jesus. Ele deseja você por completo.

Evangelho de João

Contexto Histórico do livro de João

O Evangelho de João cronologicamente foi o último a ser escrito, segundo dados históricos provavelmente entre os anos 95d.C e 100dC¹, data em que João após estar exilado na ilha de patmos havia sido solto². Embora na questão do local de origem deste evangelho haja divergência entre teólogos e historiadores nossa atenção deve estar no fato de que João teve oportunidade de ver a doutrina cristã plenamente revelada e viu os efeitos da pregação desta doutrina em diversas as nações. Além disso, se João escreveu este evangelho após retornar do exílio ele já havia recebido a Revelação de Jesus Cristo, como ele próprio descreve em Apocalipse, fato que explana à nós o motivo pelo qual a Divindade de Jesus é tão reforçada e destacada nos relatos de João. Ele não apenas conviveu com Jesus durante sua vida na terra e alguns dias após a ressurreição mas Ele viu Cristo em sua Glória, Majestade e Esplendor; ele pôde compreender como todas as coisas foram feitas por intermédio de Jesus e sem Ele nada do que foi feito se fez, pois Ele é o Primeiro e o Último.

João mesmo descreve o principal objetivo deste evangelho: “Estes [relatos, fatos], porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” (João 20.31). As citações frequentes ao Antigo Testamento, a linguagem de João e os detalhes singulares que apenas ele descreve, bem como a afirmação de fatos já expostos nos outros evangelhos remetem ao objetivo dele: que creiam que Jesus é Cristo, Filho de Deus e então possam ter vida.

Também João já havia visto como a igreja estava caminhando e se preocupava com constante crescimento do gnosticismo3, entre os que se diziam cristãos, um ensino que distorce os principais fundamentos da fé cristã como: salvação, divindade e humanidade de Jesus. Um dos objetivos de suas cartas para a igreja foi fortalecer o evangelho buscando combater as heresias que o gnosticismo trouxe para o cristianismo reafirmando a identidade de Jesus como Verbo que se fez carne, o salvador da humanidade e o Filho de Deus.

João viu muitas profecias que Cristo havia proferido se tornarem realidades, antes mesmo de escrevê-las em seu evangelho, e entendeu a importância dos últimos discursos de Jesus antes de sua morte, talvez este seja um dos motivos que o levaram a relatar o que nenhum dos três evangelhos anteriores ao seu relataram: os últimos ensinos de Jesus, para eles os discípulos, antes de Sua morte. Em especial, as palavras de Jesus descritas em João 15 marcaram discursos nas cartas de João. Ao lermos suas epístolas percebemos que ele guardou e perseverou em ensinar à igreja a importância de permanecer em Jesus e este também será o principal foco deste estudo.

“Então, disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: “Se permanecerdes na minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos.” (João 8:31)

“Quanto a vós outros, zelai para que aquilo que ouvistes desde o princípio permaneça em vossos corações. Porquanto, se o que ouvistes permanecer em vós, de igual modo permanecereis no Filho e no Pai. (1 João 2:24)

“Todo aquele que não permanece no ensino de Cristo, mas acredita estar indo além dele, não tem Deus; porquanto, quem permanece na sã doutrina tem o Pai e também o Filho.” (2 João 1:9) 

 


O Discurso de Despedida

Entendendo o contexto textual de João 15

Grande parte das últimas palavras de uma pessoa que tem poucos dias de vida remetem ao arrependimento pelo que deixou fazer, se você pesquisar as últimas palavras de grandes pensadores e influenciadores da sociedade é isso que encontrará. Mas de modo algum essas foram as palavras de Jesus, Ele sempre teve a plena convicção de tudo que viveu e do que estava prestes a fazer sabendo que Ele apenas havia falado tudo o que o Pai falou e que também havia feito tudo o que viu o Pai fazer. Seu discurso de despedida foi então o mais inspirador de todos.

Jesus sabia que esta seria sua última ceia com os discípulos antes da crucificação, e “sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e estava voltando para Deus,” (João 13:3) Colocou água em uma bacia e começou a lavar os pés dos seus discípulos, Ele que já havia se esvaziado tornando-se homem também servo se fez e os ensinou que aquele que quiser ser o primeiro deve ser servo de todos.

Logo após este acontecimento Jesus perturbou-se em espírito sabendo que aquele que estava à mesa com Ele haveria de traí-lo. Então Ele entrega o pedaço de pão molhado a Judas e logo que Judas come o pedaço de pão ele sai. (João 13.18-30)

“Tendo ele, pois, saído, disse Jesus: Agora é glorificado o Filho do homem, e Deus é glorificado nele.” (João 13:31)

Neste momento Jesus começa a despedir-se dos seus discípulos, falar de sua partida (v. 33), diz a Pedro que ainda que ele desejasse segui-Lo até a morte ele o negaria três vezes antes do galo cantar. Mas então o Mestre começa a animá-los: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.(João 14:1-3)

“Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Ajudador, para que fique convosco para sempre.” (João 14:15,16)

E após encorajá-los Jesus os instruiu a permanecer Nele como Ele no pai permanece, João 15. Jesus não estava olhando para as falhas e fraquezas de seus discípulos, Ele sabia o que cada um iria fazer nos momentos seguintes, em que Ele haveria de ser preso. Ele os instruiu a como manter sua vida alicerçada Nele mesmo em sua ausência corpórea entre eles.

“Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (João 15.5)

 


A Videira, as varas e O Agricultor

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda. Vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenho falado. Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim. Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.” (João 15:1-5)

As uvas eram cultura de subsistência na palestina, a videira foi muito importante cultural e economicamente nos tempos bíblicos. Devido a sua centralidade na vida quotidiana, muitas vezes foi usada simbolicamente nas Escrituras.

Em João 15 podemos observar esta alegoria da Videira, O Agricultor, e os ramos.

Quando olhamos para uma vinha, em época de colheita, é lindo observar o verde de cada folha nos ramos carregados de cachos de uvas. Mas é impossível encontrar essa mesma beleza e fruto em um ramo que não está na videira. Diferente de outros galhos de árvores que podem servir para produção, alicerces, até mesmo servem para fabricar mesas e cadeiras, os ramos de videira são tão finos, que não tem nenhuma outra utilidade fora da videira, a não ser serem lançados no fogo.

“Filho do homem, que mais é a árvore da videira do que qualquer outra árvore, ou do que o sarmento que está entre as árvores do bosque? Toma-se dela madeira para fazer alguma obra? Ou toma-se dela alguma estaca, para que se lhe pendure um vaso? Eis que é lançado no fogo, para ser consumido; ambas as suas extremidades consome o fogo, e o meio dela fica também queimado; serviria porventura para alguma obra? Ora, se estando inteiro, não servia para obra alguma, quanto menos sendo consumido pelo fogo, e, sendo queimado, se faria ainda obra dele?” (Ezequiel 15:1-5)

“Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados.” (João 15:6)

Pense um pouco sobre isso: Jesus é a Videira, nós os ramos. Biologicamente analisando este versículo devemos conseguir entender esta alegoria. Todos os nutrientes que trazem vida aos ramos não são produzidos pelo próprio ramo, pois o ramo fora da videira seca. O ramo não consegue se plantar na videira, a videira o gera e o faz crescer, e O Agricultor poda os ramos e os trata para que dêem mais fruto. Sem a videira o ramo nada pode fazer, ser ou sequer existir, pois é na Videira, em Jesus que vivemos, nos movemos e existimos, pois somos a sua geração, aqueles que Ele gerou. Estas foram as palavras de Jesus. Nós fomos gerados Nele, por Ele e para Ele e sem Cristo nada podemos fazer.

Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome.” (João 15.16)

A gratidão cresce em meu coração, cada vez em que me lembro dos momentos em que meu coração se sentiu fraco e desamparado e o Pai como um excelente agricultor tratou deste pequeno ramo, o podou, o limpou para que não fosse sufocado. Todos passamos por momentos em que necessitamos deste tratamento e como é lindo quando nos lançamos no processo de sermos limpos pela sua Palavra,  e sabemos que não iremos crescer desordenadamente pois temos um Agricultor que além de tudo é nosso Aba, Pai, que não está apenas preocupado com a quantidade da colheita mas com a qualidade de todo o processo de Permanecer na videira.

“E naquele dia, entendereis que Eu estou no meu Pai, e vós, em mim, e Eu, em vós.” (João 14:20)

 


O chamado para permanecer

“Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido.” (João 15:7)

A Videira, os ramos eram apenas uma linguagem de como Jesus quer se relacionar conosco. Sua vontade é que permaneçamos Nele, assim como Nele e por ele fomos gerados. Não consigo imaginar outra alegoria que se encaixe melhor neste contexto, quando permanecemos Nele, como o ramo na videira, e as suas palavras permanecem em nós como a seiva de uma planta que leva para os galhos e folhas os nutrientes (alimentos) que a raiz absorve da terra os frutos são gerados, mas tudo começa na Videira.

Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor.” (João 15:9)

No grego a palavra traduzida como permanecer é: “meno (με νω)”. Que também é muitas vezes traduzida como: continuar a estar presente, continuar a ser, não perecer, não partir. Como permanecemos em Jesus?

Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço.” (João 15:10)

Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.” (1 João 2:5,6)

O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu os amei.” (João 15:12)

Podemos encontrar a resposta  nestes versículos citados: Permanecer em Cristo é obedecer aos seus mandamentos. Quando penso sobre seus mandamentos a primeira mensagem que me vem a mente é o Sermão do Monte, o ensinamento mais claro e profundo do que é seguir os seus mandamentos, mas que se resume em uma palavra: Amor, Amar a Deus de todo o coração, força e mente e ao nosso próximo. “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” (1 João 4:8) Todas as vezes em que Jesus está se referindo a “amor” nestes versículos acima, não está falando de filéo  Ele está usando a palavra ágape, vejamos a diferença de amor traduzido de filéo e amor traduzido de ágape:

Amor filéo – é o amor fraterno, relacionado à família e aos amigos. A pessoa retribui o amor na medida de amor que recebe. Amam por causa de bons e grandes favores. É um amor condicional.

Amor ágape – é o amor de Deus, sacrificial e doador.  É incondicional, não está dependente de uma resposta positiva. É possível ser expressado entre as pessoas também, desde que decidam amar incondicionalmente. Mesmo que as pessoas errem, continuaremos amando-as, pois o que nos desagrada são as suas atitudes, porém o nosso amor por elas deve permanecer inabalável.

Quando Jesus está dizendo como o Pai me amou eu vos amei. Ele está dizendo com o mesmo amor incondicional (ágape) que o Pai tem por mim eu os amei (ágape). Permaneçam no meu amor incondicional (ágape); versículo 9. E quando Jesus diz o meu mandamento é este amem-se uns aos outros como eu vos amei, Ele está dizendo da mesma forma incondicional que eu os amei (ágape) amem (ágape) uns aos outros, versículo 12.  Minha busca por amor ao próximo mudou quando esta realidade de amor ágape veio ao meu coração, Jesus já havia dito para amar o nosso próximo como a nós mesmos, mas estas palavras de amar ágape as pessoas como Ele nos ama ágape, são muito mais intensas do que conseguimos imaginar. Você consegue amar ágape aquela pessoa que passa pela rua sem te cumprimentar? Consegue amar ágape aquela pessoa que fala mal de você pelas costas? Consegue amar ágape aquela pessoa que tem um temperamento tão oposto ao seu que só em respirar ela te irrita? E consegue amar ágape aquela pessoa que já fez muito mal a você ou a algum membro de sua família? Muitos não conseguem se importar com  a dor das crianças que estão sendo vendidas para exploração sexual, quanto mais poderiam dizer que as amam ágape ao ponto de interceder por elas. Eu nem mesmo consigo imaginar se consigo me amar ágape, pobre e miserável ramo que sou!

Porém precisamos conhecer a Cristo verdadeiramente para que possamos começar a entender este amor ágape. É estando cada vez mais perto de Jesus o buscando, cultivando uma vida de oração e de busca pelo conhecimento de Deus que seremos transformados à imagem de quem Ele é. Me recordo de uma das aulas da nossa escola online (Fhop School) em que o professor Allen Hood contava uma história de sua busca fracassada por viver I Coríntios 13 e amar a sua esposa com aquelas descrições de amor, e quanto mais ele tentava pior ele ficava, até o momento em que Deus disse para ele: Allen, não existe amor fora de quem Eu sou, olhe para mim, entenda como eu amo e você será transformado, conseguirá amar à medida que me contempla. Sem Cristo nada podemos fazer, precisamos Dele para amá-lo (ágape) e precisamos Dele para vencer a apatia e amar (ágape) o nosso irmão como ele nos ama (ágape). Nós já estamos na Videira, porque Ele incondicionalmente nos amou, e precisamos contemplá-lo todos os dias para que possamos permanecer, ou seja, cumprir os seus mandamentos de amor ágape. Que todos os dias busquemos permanecer no seu amor, buscando conhecê-lo mais para sermos transformados à imagem de quem Ele É!

E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento. E aquele que guarda os seus mandamentos nele está, e ele nele. E nisto conhecemos que ele está em nós, pelo Espírito que nos tem dado.”  (1 João 3:23,24)

Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame também seu irmão.” (1 João 4:19-21)

 


 

Referências:

¹ – pt.m.wikipedia.org/wiki/Evangelho_segundo_João

² –  Santo Ireneu  

³ – Segundo Rudolf Bultmann (1884-1976)

 

Sabe quando Deus te surpreende e nada acontece da forma que você imaginou? Ainda assim, tantas coisas boas são desenhadas e delineadas a frente dos nossos olhos. Há duas formas de enxergarmos a vida quando as coisas não saem como planejamos. Ou nós vamos ter um olhar pessimista, ou vamos ver com esperança sabendo que o Deus Soberano sobre tudo que existe e acontece está cuidando de nós.

Eu sei que para você que lê os meus textos posso até parecer um tanto repetitiva, não é mesmo? Mas quero que firme esperança eu seu coração porque é isso que Deus tem feito no meu  ao longo dessa jornada. E tem sido tão especial conhecer o Senhor que me faz mover em fé mesmo quando eu tenho medo. E então, eu dou mais um pequenino passo. E, às vezes, quando tudo parece escuro e tenebroso, apenas a Sua Luz me guia e o amor que Ele me tem me mantém aquecida e cheia de vida. E Sua Palavra me fortalece dia a dia.

Mas eu sei bem que nem sempre é assim. Às vezes tem muito barulho ao nosso redor, muitas vozes nos dizendo que nós não vamos conseguir, que não tem jeito e o melhor mesmo é desistir. E mesmo diante do silêncio do Senhor eu posso ouvir o sussurro do Espírito Santo que habita em mim, perguntando: você vai confiar em mim?

Vai confiar que te amo e em tudo o que está escrito na Palavra que é viva e eficaz? Quais são as promessas ditas a nós pelo Senhor? É preciso refletir. E aqui não estou falando sobre benção “superficial”, mas sobre as profundidades do coração do Pai. De um Deus que não poupou o Seu próprio filho por amor, será que Ele não nos daria com isso todas as coisas, como nos diz a sua palavra?

“Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” Romanos 8.32

Sim, você pode fazer os seus planos e ter os seus sonhos, mas lembre-se: Deus te surpreende! Deixe de tentar controlar as coisas ao seu redor. Aprenda a discernir passividade de controle porque sim, há uma linha tênue entre as duas coisas. Deus quer que você confie e aprenda a andar em fé. E essa é uma jornada que temos que trilhar.

Mas há uma boa notícia e mais uma vez quero destacá-la aqui: O Pai não poupou o Seu próprio Filho antes, por todos nós, o entregou. Sejam brancos ou negros, amarelos ou pardos. Pobres ou ricos. Homens, mulheres, crianças, jovens ou velhos. Independente de nossa cor, cultura ou classe social, o Pai nos amou e nos alcançou com seu plano. Deus te surpreende? Porventura não nos dará graciosamente com Ele…

O que me marca nesse trecho não é o todas as coisas, não que isso não seja importante ou necessário. Mas o que se destaca à mim em letras garrafais é o graciosamente com ele. Graciosamente com Ele: Jesus! Nós temos tudo o que realmente é necessário, é importante, é honroso, é amoroso, é puro, é lindo, é pleno e nada e ninguém pode nos roubar dessa realidade.

“Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Romanos 8.35

Nada e nem ninguém poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus. Então hoje, deixe que Deus te surpreende, não pelo que Ele faça ou deixe de fazer, e mesmo que as coisas não saiam conforme os nossos planos e desejos, vamos confiar em Sua Soberania e perfeita vontade.

 

Há uma porta aberta no céu, existe um acesso para que eu e você possamos experimentar o sobrenatural.

João, o discípulo amado em sua velhice esteve preso na Ilha de Patmos por causa do testemunho de Jesus, e foi nesse tempo de exílio que ele teve a maior revelação de sua vida, a revelação de Jesus Cristo. Eis o que ele nos diz: Depois dessas coisas, vi uma porta aberta no céu, e a primeira voz que eu ouvira, voz como trombeta, falando comigo, disse: Sobe aqui, e eu te mostrarei as coisas que devem acontecer depois destas. (Ap 4:1). A partir daí ele faz uma breve descrição daquele que está assentado sobre o trono, o que nunca fora visto por homens e que habita em luz inacessível está sendo descrito por João! Ele também escreve sobre o trono e o que há ao redor dele, e até mesmo as sentenças que serão lançadas sobre a terra no final dos tempos.

Existe um trecho que eu particularmente gosto muito nessa narrativa, acontece enquanto João está tendo outra visão e ele está pronto para escrever, vamos ver o que ele nos diz: E, quando os sete trovões acabaram de emitir as suas vozes, eu ia escrever; mas ouvi uma voz do céu, que me dizia: Sela o que os sete trovões emitiram, e não o escrevas. (Ap.10:4)  Eu lembro de ter lido isso a primeira vez, balançado a cabeça de uma forma negativa e dito: Sério Deus? Só João vai saber sobre isso? Ah, como eu queria saber o que ele teria escrito, mas isso ficou somente entre ele e Deus. Isso faria mais sentido para mim um tempo depois, quando eu aprendi que o segredo do Senhor é com aqueles que o temem. Mas o que é temor? É um profundo respeito e reverência, João temia a Deus. Ele teve esse encontro quando estava preso, disposto a sofrer por obediência a Jesus. João não escreve muito sobre seu sofrimento, antes ele nos deixou capítulos tão ricos e preciosos sobre a glória do Cristo ressurreto.

Existe algo muito incomum na vida de João e os outros apóstolos, eles se alegravam no sofrimento. Paulo por exemplo, escreveu uma carta aos filipenses quando estava na prisão, dizendo o seguinte: Segundo a minha intensa expectativa e esperança de que em nada serei decepcionado; pelo contrário, com toda a ousadia, tanto agora como sempre, Cristo será engrandecido em meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. (Fl 1:20)

Em nossos dias, será que a decepção não seria estar na prisão? Talvez para nós, mas não para Paulo. Ele havia experimentado algo muito superior, encontrou plenitude além de estar fora das grades, havia liberdade em seu coração para dizer sim a Jesus ainda que essa decisão tirasse a liberdade de seu corpo. Há uma frase de Martin Luther King que define muito bem a vida desses homens: Quem não tem uma causa pela qual morrer não tem motivo para viver. Eles encontraram O motivo pelo qual valia a pena todo sofrimento e até mesmo morte, encontraram uma porta aberta no céu, conheceram o Deus que compartilha segredos e experimentaram um prazer incomparavelmente superior.

Talvez você não esteja vivendo seus melhores dias, agora mesmo pode haver desafios com os quais você esteja lidando e parece que Jesus tinha questões mais importantes para lidar e te deixou por alguns momentos. Mas deixe eu te dizer algo, isso não é verdade, você tem as afeições de Deus e Ele está bem perto olhando cada movimento do seu coração.  Responda sim para Ele e deixe Ele te levar a um lugar de plenitude em meio a todo esse caos, permita que Ele remova os seus apoios até que Ele seja suficiente. Deixe Ele mostrar a verdadeira alegria que não se baseia em coisas ou circunstancias. Paulo se alegrou na prisão e tinha intensa expectativa de que em nada seria decepcionado, João se alegrou exilado em uma ilha, Pedro e os apóstolos se alegraram após terem sido açoitados, pois foram julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus (At. 5:41).

Jesus disse: Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (Jo 16:33). A plenitude mora do lado de dentro, podemos ter paz nas circunstancias mais desfavoráveis, podemos experimentar prazer inestimável nos momentos mais escuros. Jesus trouxe a nós o Reino e ele consiste em justiça, paz e a alegria, mesmo em meio as aflições. Não seremos privados das situações difíceis, mas da mesma forma não seremos privados de sua presença, a porta está aberta.

 

 

 

Quando nós abraçamos a realidade de que fomos criados para um relacionamento com Deus, nós temos que encarar um aspecto importante dentro dessa realidade: viver em oração perseverante. Pode talvez parecer para você que “ perseverar em oração  é um assunto diferente de intimidade com Deus, mas se você substituir a palavra ‘oração’ por ‘conversa’, vai chegar ao mesmo contexto.

Quando falamos sobre perseverança no lugar de oração podemos achar que se trata de algo penoso e que demanda um esforço extra. Talvez porque a palavra perseverança nos remete aos desafios que encontraremos para que seja necessário perseverar. Caso contrário o uso da palavra seria desnecessário. E então, se torna muito fácil levarmos a oração para um contexto (ainda que dentro de nossa mente) onde ela é mais um fardo ou obstáculo e até mesmo um preço que precisa ser pago.

A verdade que encontramos na palavra é que sim, muitas pessoas se apresentaram diante de Deus em oração com uma urgência em seus corações. Mas, também vemos que outras conversaram com Deus pelo simples prazer de estar com Deus, independente de suas circunstâncias. Ana, por exemplo, mencionada em Lucas 2:36, era um mulher já Idosa que dedicou sua vida no relacionamento constante com Deus.

O relacionamento com Deus, a conversa constante, nunca foi sobre o peso de um diálogo. Deus não desejou que nossa conversa com ele fosse entediante ou penosa. Por isso, perseverar em oração se trata mais da disposição do nosso coração em se relacionar com Deus. E um dos motivos pelos quais perseveramos, mantendo constante a conversa com Deus, é porque é Ele mesmo que nós encontramos ao orar. E ele é bom!

Oração se torna muito mais prazerosa à medida que encontramos a revelação de Deus, que vem nesse lugar secreto. Nós falamos com ele, encontramos ele, percebemos que como essa conversa é especial, então queremos continuar falando. E então mesmo quando não sentimos sua presença em nosso físico, quando distrações vierem para tomar nosso tempo e quando acreditarmos em meias verdades sobre o caráter de Deus, nós vamos perseverar. Nós vamos orar. E nós vamos nos relacionar não com base nos nossos resultados, mas na verdade de quem Deus é. E no tempo certo, se não desanimarmos, colheremos os frutos dessa conversa.

Não oramos dia e noite porque queremos algo de Deus, mas porque nós queremos quem Deus é então mantemos a conversa. Se nos relacionarmos com Deus com o foco naquilo que perece, então estaremos reduzindo o real sentido de conhecer Deus a algo muito, mas muito, pequeno.

Em nosso relacionamento com Deus vão existir diferentes estações. Em alguns momentos perseverar em oração será mais do que necessário. A pressão ao redor pode ser real, as perdas, momentos de decepção e frustração. Mas ainda nesses momentos, a conversa com Deus não pode parar. Mesmo quando estivermos desfrutando de benção, dias de conquistas, ainda assim a conversa continuará. É tudo sobre um relacionamento, em toda e qualquer estação.

“Uma coisa pedi ao Senhor; é o que eu procuro: que eu possa viver na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a bondade do Senhor e buscar sua orientação no seu templo.” – Salmos 27:4

Se hoje, por algum motivo, está difícil manter a conversa com Deus, se lembre que ele já está lá esperando por você. Nosso Deus é conversador. Ele não só quer ouvir nossa voz, como também deseja falar. Haverão dias em que apenas ficaremos em silêncio. Momentos em que as nossas lágrimas vão orar por nós. E, acredite, até nesses momentos, diante da presença dele, é perseverar.

Vamos buscar perseverar em oração por simplesmente desejar mais de Jesus em nós. E isso é ter fome e sede por justiça (Mateus 5:6). Vamos manter o clamor em nossas igrejas e casas pelo simples fato de querer Jesus. E que nossa perseverança se trate mais dele do que de nós. Que seja mais sobre se encontrar com ele, do que com apenas algo que ele possa fazer em nosso favor.

“Peço que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai, lhes dê espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele.” – Efésios 1:17

E Rogo não somente por estes, mas também por aqueles que virão a crer em mim pela palavra deles, para que sejam um; assim como tu ó Pai, és em mim e eu em ti, que também eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste (João 17:20-21)

Nós sabemos que Jesus viveu uma vida excepcional de oração, mas pouquíssimas delas foram registradas. Essa é uma das exceções. Eu realmente gosto desse capítulo e alguns que o antecedem. Sabe, esse momento após a ceia, em que Jesus está encorajando seus discípulos e lhes dando as últimas instruções e é possível visualizar o quanto os discípulos estão inconscientes do que está prestes a acontecer com aquele a quem seguiram por três anos? Eles estão fazendo perguntas e afirmações que mais parece que Jesus acabou de chegar e não que está “saindo de cena”. A partir de agora alguns ensinamentos de Jesus começariam a fazer um pouco mais de sentido, sobre sua morte e ressurreição, mas eles só iriam entender um pouco mais adiante.

O ponto é que no final de toda essa conversa, Jesus inicia o que chamamos de oração sacerdotal, e ele ora por todos os discípulos, não só por aqueles que estavam com ele naquele momento, mas por todos aqueles que ao longo da história e em todas as gerações haveriam de crer Nele, e isso inclui eu e você.

A familiaridade descrita aqui é tangível, onde Deus Filho está falando com Deus Pai pelo poder do Espírito Santo, sobre seus próprios desejos para nós (Allen Hood), e um deles é que sejamos um, assim como Ele e o Pai o são. Jesus está orando por nossa unidade, pois é ela que mostrará ao mundo que Deus o enviou.

Ah, como é indescritível o coração de Jesus, ele olhou para a imaturidade de seus amigos, respondeu a todas as suas perguntas, os instruiu e consolou, antes mesmo que eles soubessem que ele estava para partir. E então orou ao Pai dizendo: Eu quero que estes que você me deu estejam comigo onde eu estiver e não somente eles Pai, mas todos aqueles que crerão por meio do que eles testemunharão. Então, esses mesmos homens que por hora estavam desnorteados, receberam capacitação por meio do Espírito Santo para pregar o evangelho (não muito tempo depois) e serem testemunhas de Jesus, começando em Jerusalém, toda Judéia e Samaria e tem alcançado os confins da terra.

Eram homens com personalidades e temperamentos diferentes, provavelmente divergiam em formas de pensar, mas a visão os unia. Com todas as suas diferenças eles estavam indo para o mesmo lugar, pelo único Caminho.

o apóstolo Paulo usou a conotação de corpo para expressar a unidade em que a igreja deve andar: Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor (Ef 4:16). Um corpo não causa dor a si mesmo e quando um membro sofre, todo o corpo sofre, pois há uma concentração na dor, assim como quando algo bom acontece todo o corpo expressa a alegria, pois o comando vem do cérebro, e o nosso é Cristo (se estamos ligados de fato ao corpo), pois Ele é cabeça do corpo que é a igreja.

Quebremos os muros da indiferença e joguemos ao chão as pedras de julgamento e acusação, pois ele nos deu um novo mandamento: Amar uns aos outros assim com Ele nos amou. O mundo reconhecerá Jesus pelo amor que temos uns pelos outros                                                                                                                          .

O clamor de João 17 ainda ecoa no céu, o incenso continua subindo ao Pai por meio da oração do Santo: Que eles sejam um, assim como Tu ó Pai és em mim.