Respondendo corretamente a um cenário de injustiça

Hoje, o tema de justiça é mais relevante do que nunca antes. Com o crescimento da tecnologia e a globalização das nossas comunidades locais conectados aos mercados globais, nunca fomos tão cientes das dores, caos e sofrimento humano que invadiu o nosso mundo hoje. Imagine que uma bomba cai na Síria e momentos depois tem pessoas no Brasil assistindo, em seu feed do Facebook, essas imagens de um pai caindo em meio às ruas, destruído, carregando o corpo de seu filho, cheio de sangue e sem vida. Quando foi um tempo que tivemos tanta exposição e acesso, em tempo real, às injustiças que invadem as comunidades globais?

Assumindo a responsabilidade

Tem crescido o entendimento de que nós, como seres humanos, temos uma responsabilidade de lutar pela justiça, falar contra corrupção e ser parte de uma mudança positiva na nossa geração e a igreja precisa estar na linha de frente liderando esse movimento para uma mudança social. Mas, a maneira que caminhamos nisso é crítica à integridade da nossa fé e à promessa da glória de Jesus enchendo a terra como as águas cobrem o mar (Habacuque 2:14). 

Respondendo à injustiça:

Como que respondemos à injustiça? Quando olhamos os evangelhos e vemos os ensinamentos de Jesus, de todas as coisas que Ele poderia falar sobre justiça ele disse isso:

E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” Lucas 18:7-8

Nessa parábola, Jesus podia ter nos dado um texto sobre como escrever uma legislação de Deus, como eleger líderes justos ou como criar respostas sociais estratégicas. Mas, ele não fez isso. Jesus conectou a liberação de justiça rápida ao Corpo de Cristo, que persistentemente clama em oração dia e noite. Oração é o fundamento para a justiça ser liberada na nossa sociedade. 

O poder da oração

Há duas coisas que a oração faz que nada mais consegue fazer: 

  1. Oração conecta o nosso coração ao Deus da Justiça. No lugar de oração nós encontramos, em Isaías 42, o Rei Servo que “não mostrará fraqueza nem se deixará ferir, até que estabeleça a justiça na terra.” (Isaías 42:4). Enquanto contemplamos Jesus, entramos em comunhão e ouvimos seu coração, então oramos isso de volta a Ele e concordamos com o que Ele quer fazer na terra. 
  2. Oração nos engaja na batalha espiritual que está acontecendo atrás dos sistemas da injustiça, atos de abuso e das guerras que invadem nossa sociedade hoje. A injustiça está prosperando porque o inimigo está lutando contra aqueles que carregam a imagem de Deus. Neste lugar de oração abrimos nossas bocas, declaramos a Palavra e lutamos contra esse fatores espirituais (Efésios 6:12).

O Segundo Mandamento

Precisamos ser uma igreja que não desvia o olhar da depravação e injustiça do nosso mundo hoje. Temos quer ser um povo que vê a injustiça da mesma forma que Deus vê e que está engajado em oração para que justiça divina seja derramada. E sermos aqueles que mantêm os corações vivos em esperança e que são dispostos a ir aos pobres e aos oprimidos com uma mensagem e ações de esperança, cura e restauração. 

À medida que amamos o Senhor nosso Deus com todo o nosso coração, mente e força, tendo comunhão com Ele, o transbordar natural é que Jesus comece a compartilhar seu coração conosco, em amizade. Enquanto oramos por justiça em nossa cidade, Jesus começa a abrir nossos olhos ao sofrimento em nossa cidade e, então, Ele nos compele a ir. Amar o nosso próximo, o segundo mandamento, se torna um resultado direto e natural do primeiro mandamento. 

A verdadeira justiça

Nos evangelhos vemos 12 vezes onde Jesus foi “movido por compaixão”. Compaixão não é uma emoção que passa rapidamente, uma pena momentânea ou simpatia. Compaixão literalmente significa entrar no sofrimento do outro. Quando Jesus foi movido por compaixão, a fonte de toda vida foi movida e a ternura inesgotável e insondável amor de Deus foi revelada. Corpos foram curados, mortos se levantaram e Jesus foi visto como o Messias. 

Justiça para o pobre e oprimido nunca vai ser algo à parte de Jesus. Sim, nós podemos ver leis mudadas, programas sociais financiados, os necessitados sendo vestidos e alimentados. Mas, até que os necessitados conheçam o amor de Deus, sua salvação, e tenham suas vidas transformados por essa revelação, a justiça é incompleta. 

A Encarnação

Que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! Filipenses 2:6-8

Na encarnação vemos a natureza verdadeira da compaixão no nosso Rei lindo. Ele se dispôs a entrar em nosso sofrimento e em nossa condição como homens fracos. Ele deixou as alturas da glória com seu pai, para se humilhar e caminhar conosco. Jesus pagou o preço final para entrar em nosso sofrimento. Ele viveu uma vida sem pecado e redimiu a humanidade na cruz. 

O maior exemplo

À medida que Jesus se humilhou e redimiu nossa humanidade, Ele nos chamou para fazer igual. Nos chamou para também abrir mão da nossa reputação, nosso conforto, finanças e  tempo, a fim de nos humilharmos para sofrer com aqueles que sofrem. Nossa disponibilidade a fazer isso nos faz ser canais para revelar a sua beleza, poder e a salvação de Jesus a um mundo quebrado e machucado. 

Não há justiça fora de Deus

Nós, desesperadamente, precisamos de justiça nessa hora, no Brasil. Como povo de Deus, temos que entender que não há justiça fora de Deus. Sua presença, transformando nossa condição humana, de caídos a redimidos, é central à justiça. O humanismo abraça soluções para a justiça dentro dos recursos, razões e ingenuidade dos homens. Mas, fora de Jesus, embora essa resposta seja útil, não nos faz alcançar a justiça por completo.

A Igreja tem que tomar uma atitude no lugar de oração para contender para justiça. Tem também que ser enviada, nessa hora, como povo embaixador, representando a revelação de Jesus, o único Justo, e seu reino. Temos que influenciar as áreas chaves, que são necessárias para trazer uma mudança na sociedade, algo multifacetado, que começa com oração e que cresce para causar efeito na cultura, nos políticos, no governo, na mídia e etc. Finalmente, nós temos que caminhar como Jesus caminhou e ser um testemunho de seu grande amor nos lugares escuros, onde a injustiça prospera. 

Sobre o autor

Blaire Fraim

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