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Fé para se ver e viver

Intimidade com Deus

Fé é uma daquelas palavras bem difíceis de se definir. O que você acha? Ela pode significar coisas diferentes para as pessoas. Talvez uma pessoa tenha fé de que as coisas vão melhorar na sua vida enquanto que outra pode crer veemente de que esse ano o Brasil ganhe a Copa do Mundo. Mas será que a fé se resume a apenas uma atitude positiva diante de acontecimentos futuros?! Eu particularmente gosto do que as Escrituras nos dizem.

ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. – Hb 11:1

Andar e edificar sua vida esperando pelo que ainda é invisível. A fé tem essa capacidade de enxergar o que ainda não se vê e ativar nosso coração para construir e caminhar até o nosso destino.

Esses dias eu estava pensando em Abraão e em como um homem que já passou dos seus 70 anos aceita o convite de peregrinar por terra estrangeira. Como um homem já idoso casado com uma mulher já idosa recebe poder para gerar um filho? E como depois de passar por esses milagres é provado e obediente a ponto de subir um monte para sacrificar seu próprio filho.

Quando o assunto é fé eu tenho muito o que aprender olhando para a jornada de Abraão. Quando todos estavam fazendo suas tendas em locais perto de planícies e do Egito ele via que dele sairia uma grande nação. Na verdade, pelas escrituras, sabemos que ele viu muito mais que isso. Tem um texto bem interessante em Gênesis a respeito da fé de Abraão:

​Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça. – Gn 15:6

Quando Tiago escreve sua carta e cita esse versículo ele ainda vai além.

​e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus. – Tg 2:23

Existe uma fé que não procede do nosso otimismo nem depende da nossa autoestima elevada. Existe uma fé procedente de Deus com poder para nos creditar justiça e gerar amizade e parceria com o próprio Deus. A verdadeira fé nos move e nos direciona para Deus nos melhores e piores dias.

Fé vem de Deus. Eu me sinto bem aliviado por isso. É bem mais leve saber que eu não tiro poder de mim para crer em Deus. Ao contrário, olhando e correndo para Ele sei que ele nos acrescenta poder para crer, para perseverar, para vencer o pecado, para realizar sinais e maravilhas e cumprir nossa jornada.

Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, ​olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. – Hb 12:1

Ao fim de uma estação há o começo de outra. A natureza sabe muito bem quão necessárias e importantes elas são. Nós passamos por diversas, e algumas encerram para dar lugar a outras.     Desde o início de uma gestação, por exemplo, muitas coisas são geradas além da vida de um novo ser: sonhos, projetos, ideias. Prioridades são realinhadas e o foco é ajustado. Isto para que, ao completar os meses de espera, tudo esteja pronto para recepcionar a estreia de uma nova vida no cenário “real”. É uma longa jornada para aqueles que viveram cada momento com expectativa e há grande alegria ao ver que há um começo no fim; começo da vida de um novo ser como indivíduo, o qual é o resultado do amor daqueles que, com perseverança, aguardaram até o tempo determinado.

Nós também estamos sendo gerados dia após dia! Forjados em meio às circunstâncias, capacitados durante os processos e preparados para trilhar um caminho de maturidade com o Senhor. Ao fim da sua obra na cruz do calvário, Jesus nos deu a oportunidade de um novo começo e história. O início de uma nova vida com acesso a graça de Deus por meio da fé. O Pai nos adotou por meio de seu Filho e deu a nós a oportunidade de sermos como Ele. Nos tornou herdeiros para que também desfrutemos de tudo o que Cristo tem direito.

“Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória.” (Rm. 8.17)

Em cada estágio somos aperfeiçoados; em meio ao inverno nossas raízes são aprofundadas; talvez seja um tanto desagradável passar pelo frio dessa estação, mas ela nos prepara para extrair os nutrientes necessários a fim de geramos flores e muitos frutos na primavera que se aproxima. E mesmo a agradável e colorida primavera tem o seu fim. Ela dará lugar ao calor intenso do verão, que logo se encerra para que o outono inicie. Neste período as folhas caem para que as árvores possam se manter de pé!
Somos transformados de glória em glória, e estaremos nesta jornada até que cheguemos ao dia perfeito.

“Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.”             (Is. 53.11)

Podemos assim passar com confiança por diversas estações sabendo que o Senhor está presente. E ainda ter grandes expectativas dos começos que virão após o término de cada ciclo!

 

Ao ser indagado pelo escriba qual era o primeiro dos mandamentos, Jesus, em sua habilidade inigualável de dizer muito falando pouco, recita o shemá e proclama que em primeiro lugar se deve amar a Deus sobre todas as coisas, com toda alma, força e entendimento e em segundo, semelhante ao primeiro, deve-se amar ao próximo como a si mesmo (Mc 12:28-31).

Sem dúvida nenhuma estamos vivendo tempos de restauração como igreja, onde o Senhor tem nos conduzido a recolocar o primeiro e o segundo mandamentos em seus respectivos lugares de direito.

Partindo dessa realidade de que, de fato a Igreja brasileira tem vivido esse tempo de reforma, ao menos na sua grande maioria, é válido ressaltar que a compreensão desses alicerces não se consuma tão somente em os entendermos intelectualmente, mais do que isso, necessário se faz experimentá-los na prática. O que perpassa inevitavelmente em sermos introduzidos em processos, a fim de que as bases desse amor sejam aperfeiçoadas dentro de cada um de nós, individual e coletivamente.

Como filhos de Deus, viver os processos dinâmicos para conhecermos mais do amor do Aba é uma questão de permanência no propósito que Ele estabeleceu. Jesus disse aos discípulos em suas últimas palavras antes da crucificação, quando falou acerca de uma vida frutífera a eles, os recomendou da importância deles permanecerem em Seu amor (Jo 15:9).

A exemplo do que aconteceu com os discípulos, que depois da ascensão de Cristo viveram tribulações, angústias, perseguições, somos também expostos a todos os tipos de intempéries e situações desconfortáveis e, elas cumprem o propósito de nos levar ao aprofundamento no conhecimento do amor de Cristo. Pois em todas essas coisas ele é triunfante, e nos faz mais do que vencedores. O mesmo AMOR que venceu a morte na cruz, continua vivo, e em nós, é plenamente poderoso para conosco vencer todas as coisas.

Em uma de suas memoráveis orações registradas nas escrituras, o apóstolo Paulo ora pedindo ao Pai força no homem interior, a fim de que Cristo habite pela fé no coração daquela igreja, com o intuito de que em comunhão, eles entendam as dimensões do amor e o experimentem o amor que excede todo entendimento para que eles possam alcançar a plenitude (Ef. 3:14-21).

Refletindo nessa oração, cremos que somos convidados pelo amor ágape, a um lugar para vivermos uma vida que a rigor excede o nosso entendimento. Há momentos que a leveza desse amor afronta nossa ideia de firmeza, como há momentos que Ele se manifesta de maneira firme, desafiando nossa suavidade. Ou seja, o amor ágape por vezes ofende a nossa mente para fortalecer nosso coração, para nos habilitar a ter uma compreensão poli dimensional (largura, altura, cumprimento e profundidade). E nesse processo, seremos movidos a experimentar dessa dança dinâmica do amor, cujo destino é a plenitude.

Para ser pleno nesse AMOR necessário se faz participar das aflições de Cristo, mesmo que por um poucochinho de tempo e muitíssimo menos intensa do que as que o nosso Amado viveu. Ainda assim Ele não nos poupará, visto que nelas está sendo produzido em nós um peso eterno de glória.

É ofensivo para nós, as vezes, vivermos algo que nos é incomodo como uma perda de um ente querido, um negócio que não prospera, aquele familiar que por mais que receba a ajuda de todos não quer mudança, ou outras situações afins, e continuar cultivando em nosso coração a mesma pureza de amor e confiança na liderança do Senhor. Mas nenhum de nós estamos imunes a vivermos experiências desconfortáveis. Na verdade, ousaria dizer que elas acontecerão na vida daqueles que vivem piamente o propósito celestial, por que por meio delas somos oportunizados a experimentar mais da realidade do amor de Cristo.

Ó vento sul, ó vento norte, sopra em nosso jardim (Cantares 4:16)! Essa oração tem sido ouvida e respondida pelo Noivo amado. Temos passado pelas noites escuras das nossas almas, mas a partir das convicções desse amor que já foram derramadas em nossos corações pelo Espírito Santo, temos triunfado e iremos trinfar, sob o estandarte da sua liderança, cumprindo toda a jornada.  Ah que ousado amor! Ah quão imensurável! Ele está conosco! O estandarte dEle sobre nós é o amor! Que possamos amadurecer nesse amor, e dar esse fruto, a fim de que ele desfrute daquilo que Ele mesmo cultivou em nós.

Jesus o exemplo perfeito. Embora o seu ministério tenha sido manifesto em apenas três dos seus 33 anos, sua renúncia foi de uma vida inteira, desde deixar o seu lugar ao lado Pai e toda a glória que tinha até, nascer em um estábulo e viver como o filho de um carpinteiro e, morrer como maldito. Essa com certeza foi uma trajetória que não se resume a apenas sua morte na cruz, mas relata a morte de um homem em vida! Jesus não vivia para fazer a sua vontade, mas a vontade do Pai que o enviou. “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou.” (Jo. 5:30)

Jesus não tirou vantagens por ser igual a Deus, mas se esvaziou e se tornou servo de todos. Por que é então que, muitas vezes, queremos justificar os nossos atos maus com a fraqueza da nossa carne, com a nossa humanidade, achando que temos “direito” de revidar porque somos iguais aquele que nos feriu? Mas Jesus nos deu o exemplo perfeito e nos ensinou a amar! “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!” (Fp. 2.3-8)

Cristo se tornou semelhante aos homens para que nós pudéssemos nos tornar semelhantes a Ele.  Ah, que maravilhas o seu sacrifício nos rendeu! Ele foi humilhado (Ele tinha poder para não ser, mas não usou disso enquanto viveu aqui); cuspiram nele, não o consideraram alguém de prestígio – pra muitos era apenas o filho do carpinteiro -, não creram nele, e por fim Ele se entregou aos que desejavam a sua morte. Em suas mãos as marcas dos cravos revelam toda a abnegação da sua vontade para realizar o propósito do Pai, as mesmas mãos usadas para salvar uma prostituta ao escrever algumas palavras na areia, e fazer lodo do barro para curar um cego, agora expostas à vergonha como um sacrifício agradável a Deus fazendo propiciação pelos nossos pecados, liberando de uma vez por todas o perdão a cada prostituta que ainda iria se arrepender e a cura a cada doente que clamaria pela restauração. Os pés que percorreram caminhos para anunciar a chegada do Reino de Deus, que foram lavados pelas lágrimas de uma mulher e enxugados pelos seus cabelos, agora imobilizados e cravados na madeira, no lugar para onde, pela vontade de Deus, caminhou até chegar. E ali estava Ele, no lugar da consumação, como cordeiro mudo, tudo suportou, por amor.

É importante entendermos que Jesus não veio ao mundo somente para morrer na cruz, mas para nos ensinar como caminhar e como é o seu viver, sendo um exemplo para nós, para que com Ele possamos morrer e viver a sua vida. Pode ser que muitos nos julguem bobos, inocentes, burros, e até mesmo loucos pelo nosso modo de agir em mansidão, perdoando, dando a outra face, mas assim como Cristo, seremos honrados por Deus ao andar como o seu amado Filho andou; é a Ele que desejamos agradar. O que podemos dizer de uma Deus que deixou a sua glória para se fazer carne e morrer por homens injustos? Isso sim é loucura para os que não compreendem, mas para nós que cremos é o poder de Deus! (I Co. 1.18). Este mesmo poder que opera em nós e nos habilita a viver como Ele!

Desfrutando da Jornada.

Há um tempo determinado para todas as coisas. Isso é o que nos ensina o sábio escritor de provérbios.

Há momentos em que somos tão fortalecidos e encorajados pelo Senhor, que nos enchemos de coragem ao ponto de nos sentirmos imbatíveis.

Há momentos, porém, que nos sentimos em um deserto, parece que a presença do nosso precioso Amigo se foi, ou que Ele está ocupado demais para nos responder. Nessa hora, ficamos confusos, nossa oração soa a nós mesmos como fraca e ineficiente, como se não estivéssemos chegando a lugar algum. Talvez se usássemos algumas palavras específicas, elas seriam como que uma chave abrindo o caminho para a próxima estação…Não encontradas tais palavras, procuramos por algo que possa explicar a situação em questão.

Isso me lembra um episódio vivido por um cego de nascença, vejamos o que nos diz as escrituras:

E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestassem nele as obras de Deus” (Jo 9:1-3)

Vejam, não havia motivo para aquele jovem não enxergar, mas havia um tempo determinado para que a glória de Deus se manifestasse em sua vida através da cura.

Deus é Deus de propósitos, e debaixo de sua liderança nada é em vão. Cada estação está produzindo algo, até mesmo no inverno, quando não há aparente beleza e cores. Ainda assim, Deus está lá:  “Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda amamenta, a ponto de não se compadecer do filho do seu ventre? Mas ainda que ela se esquecesse, eu não me esquecerei de ti”. (Is 49:15). Ele revelará a sua presença de formas que ainda não experimentamos. Ele é um Deus de multiforme graça.

Há beleza no inverno, há beleza em todas as estações, e também há propósito em cada uma delas. A presença de Deus te fará sorrir mesmo em tempos de dor.

Ah, querido leitor, não faltará água em meio ao deserto, e muitas vezes, Ele mesmo se fará sua sombra. E de que outra forma poderíamos experimentar isso, senão no deserto?

Sabe, muitas vezes temos tanta expectativa ao final das coisas que perdemos toda jornada.

Você pode não estar vivendo seus melhores dias agora mesmo, mas não os desperdice. Deus deseja se manifestar a você de uma nova forma. O maná só foi liberado enquanto os hebreus caminhavam pelo deserto, e foi apenas lá também, que a água jorrou da rocha. O deserto é lugar de milagres.

Deus tem coisas reservadas para você agora, não apenas no fim dessa estação.

Nós podemos sorrir e celebrar mesmo em dias difíceis porque nosso Deus é maior do que qualquer circunstância  e Ele nos liderará de glória em glória e de vitória em vitória.

Hoje, eu quero te encorajar a permanecer fiel, com os olhos fixos no autor e consumador da sua fé: Jesus Cristo. Ele tem um bom futuro para você, mas há também uma jornada fantástica bem à sua frente.

Abrace o processo, coloque suas expectativas Nele e simplesmente caminhe, seja qual for a estação. Você não será decepcionado, antes será surpreendido pelo Senhor e conhecerá novos aspectos a respeito Dele. Há intimidade na jornada, há tesouros preciosos a serem revelados a você. Você pode, com a força do Espírito Santo, tornar desse vale um manancial.

“Bem-aventurado os homens cuja força está em ti, em cujo coração se encontram seus caminhos. Passando pelo vale Baca, fazem dele um manancial, a primeira chuva o cobre de bençãos”. (Sl 84:5-6)

 

Existe um lugar que todos nós podemos encontrar: o lugar secreto. Onde nossas almas são conduzidas ao relacionamento com Cristo. Onde Ele sacia nossos corações sedentos que clamam pelo sentido de origem e destino.

Acho incrível como estas épocas do ano nos fazem refletir. Refletir, basicamente sobre quem somos, o que estamos nos tornando e para onde estamos caminhando. Creio que essa “nostalgia” é propositalmente colocada em nossos corações para que possamos nos conectar com a essência de Jesus, o amigo íntimo e interessado em nossas vidas e anseios. O Deus profundo e disposto a nos levar para um novo nível de maturidade. Quem nos permite navegar nas verdades sobre quem Ele é e sobre quem Ele nos chamou para ser!

Você já percebeu o misto de sentimentos que nos acometem nos finais de ano? Parece que a alegria, a tristeza e a saudade andam de mãos dadas nos lembrando de que somos humanos. Nos lembrando de que precisamos encontrar os olhos de Jesus, que é o sentido e o propósito de todas as coisas.

Somos conduzidos a um certo tipo de “deserto interior”. Um lugar de estarmos sós, que na verdade, em hipótese alguma pode ser considerado simplesmente um período e lugar de silêncio ou solidão, mas sim um ambiente de encontro!

Isso mesmo, no deserto você não está só. Jesus está bem ali, desejoso em se manifestar e em te conduzir a realidade de filho. Brilhar a Sua luz sobre você, desfazendo mentiras que te impedem de caminhar para o seu destino profético!

Olhe este texto:

“Apesar de tudo, decidi trazê-la para mim; eis que vou levá-la para o deserto e lá, a sós, falarei ao seu coração. Ali Eu lhe restituirei as suas vinhas e transformarei o vale de Acor, Problemas, numa porta de esperança. Ali ela haverá de conversar comigo como nos dias da sua tenra idade, como no dia em que deixou o Egito”. Oséias 2:14-15

Embora o livro de Oséias carregue um contexto específico para sua época, creio que configura as verdades da salvação disponíveis a nós que se cumpriram em Cristo. Em uma proposta de  casamento eterno, ainda quando estávamos infiéis ao Senhor.

Quando medito sobre lugar de intimidade, ou deserto, não consigo pensar em outro texto que expresse o coração de Jesus: O desejo de nos tomar para si e de trazer o propósito original de nossas vidas com a esperança de que o Seu sacrifício restaurou as “vinhas” da nossa alma, trazendo cor e novo fôlego de vida.

Não tenha medo deste lugar. Convide Ele para o lugar de segredos e mistérios. Desfrute da pessoalidade da oração e embarque no deserto mais profundo que sua alma é capaz de abraçar!

Nesses dias de final de ano que definirão novos planos, metas e propósitos encontre os olhos de Jesus. Convide Ele para incendiar seu coração e incare a proposta de Mateus 6:6 como um efetivo estilo de vida!

Tu porém, quando orares, entra no teu quarto e fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto, e teu Pai, que vê em secreto te recompensará”. Mateus 6:6-8.

Quem é Jesus para você? Há tantas respostas para essa pergunta, e nós sabemos disso simplesmente pelo fato dela ter sido feita pelo próprio Jesus há alguns milhares de anos atrás. Vejamos como Mateus descreve esse episódio: “E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.
Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo
”. (Mt 16:13-16)
Todos temos algo a dizer sobre Jesus, até mesmo os céticos. Isso porque sua vida impactou a terra. Até mesmo os que não acreditam no fato Dele ser o Filho do Deus vivo, não podem ignorar que a história se divide em antes e depois de Cristo.

Ao declarar que Jesus era o Filho do Deus vivo, Pedro estava afirmando a deidade de seu mestre, em outras palavras, o Filho do homem era Deus.

Isso já bagunça um pouco nossa cabeça, mas ainda é suportável, porém tem algo que faz ela quase explodir, e isso é o fato de Deus viver como homem para que os homens possam se tornar a imagem de Deus. E para tanto, Ele, que não havia cometido nenhum pecado, recebeu a ira de Deus por toda a injustiça cometida pela humanidade. Desceu ao mais baixo lugar de humilhação e vergonha para nos levar ao lugar de mais alta honra.

Jesus é aquele que tomou sobre si as nossa enfermidades, e as nossas dores levou sobre si. Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades. Levou nosso castigo, para que tivéssemos paz (Is 53:5-7).

Jesus, sendo Deus, poderia a qualquer momento dizer basta. Mas Ele “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte
de cruz”. (Fl 2:7-8).

Não houve uma pessoa na história da humanidade que tivesse tamanho poder contido em tão grande humildade. Jesus não somente foi uma pessoa exemplar, mas nos mostrou como Deus é (Cl 1:15). Pois esteve entre nós, como nós, sendo Deus. Como homem Ele conhece todas as nossas fraquezas, medos, anseios… A humanidade de Jesus nos dá confiança para chegar diante Dele, não somente porque Ele nos criou, mas porque esteve em nosso lugar.

O estilo de vida que Jesus viveu ofendeu a mente dos religiosos de sua época, Ele mostrou valor a quem ninguém se importava. Livrou uma prostituta a ponto de ser apedrejada, lavou os pés de seus seguidores. Se sentou à mesa com pecadores, sem levar em conta da  sua própria reputação.

Ele nos amou quando ainda estávamos perdidos em nossos pecados e por meio de sua morte, nos trouxe vida. Jesus é aquele que transforma cinzas em beleza e prepara um lugar à sua mesa ao mais vil pecador.

Eu gostaria de definir, querido leitor, quem é Jesus para mim, porém todas as descrições parecem insuficientes diante de quem Ele realmente é. Cristo em mim é a esperança da glória. Ele me lava pela sua palavra para apresentar-me a Si mesmo como uma igreja gloriosa. Ele conhece cada palavra que nem mesmo saiu dos meus lábios, conhece os meus maiores temores e anseios. Eu não tenho para onde fugir de Sua presença e nem quero! Eu encontrei um motivo pelo qual viver, e ele se chama Jesus.

E então, caro amigo, quem é Jesus para você?

Acredito que um desejo presente no coração de todo o cristão é o anseio por um renovo. Um profundo clamor para que o fogo ardente do Espírito Santo em nós seja acrescentado a cada novo dia como algo que revela as profundezas de Deus.

A verdade é que, embora tenhamos apetite pelo novo de Deus, somos acostumados a nos conformar com os momentos passados com o Senhor. Olhamos para nossas antigas experiências com Deus, como as sombras de um “romance” que já fora sincero, mas que com o tempo, perdeu a sua chama. Nossos joelhos vacilam e desanimamos.

Algo que Deus tem falado ao meu coração é que existe algo novo, muito mais profundo, intenso e contínuo para que possamos experimentar hoje! Esse fogo do amor genuíno pelo Senhor está disponível independente de circunstâncias, do lugar que estamos ou até mesmo das obras que podemos produzir.

Ele é um eterno apaixonado pelas nossas vidas! Ele fala em alta voz: “Entre para o lugar da sarça ardente. Deixe o meu fogo te aquecer, fortalecer e, bem… consumir!”.

Seja renovado e fortalecido hoje. Deixe que o fogo consumidor retire tudo o que é abalável até que só reste aquilo que é eterno. Até que permaneça a sua sincera e profunda paixão por Ele:

Sendo assim, fortalecei as mãos enfraquecidas e os joelhos vacilantes…. para que permaneça o que não pode ser abalado. Portanto, já que estamos herdando um Reino inabalável, sejamos agradecidos e, desse modo, adoremos a Deus, com uma atitude aceitável, com toda a reverência e temor, porque o nosso “Deus é fogo consumidor!” Hebreus 12:12-29

Ah, clame por aquele que zela por você. Que tem ciúmes de dividir seu coração. Busque o Reino inabalável, Chamando por Ele até que ele venha!

Você pode construir experiências hoje, maiores do que as do seu passado. Convide-o para o lugar de intimidade e se aproxime do fogo que te tomará por inteiro, gravando em Seu coração as brasas eternas do amor do Pai.

Sinta esse fogo ardente em Seu coração, deixe que Ele tire o seu sossego até ter tudo de você!

Acredito com todo o meu coração que Deus está levantando uma geração que ouvirá sua voz. Haverá ainda em um tempo muito, muito próximo aqueles que serão como chamas acessas queimando de amor por Jesus e trazendo luz em meio a escuridão de corrupção e pecado que tem aumentado em nossos dias .

Aqueles que confiarão na liderança do Senhor e o seguirão não somente nas montanhas, mas também nos vales, que não abandonarão o barco nos dias difíceis, e mesmo nas estações mais secas de suas vidas ainda produzirão frutos.

A geração que ouvirá a Deus considerará como perda todas as coisas comparadas com a superioridade do conhecimento de Cristo Jesus. Eles se identificarão com Cristo na sua morte, portanto não tomarão a forma deste século, antes participarão do Seu sofrimento para conhecerem o poder da ressurreição dos mortos. Esses são os que se assentarão aos pés dos ensinamentos da Verdade escolhendo a boa parte. Não, eu não estou dizendo que eles largarão tudo e se lançarão em tempo integral no ministério, pois essa geração não separa os cristãos em duas categorias – perpetuando a ideia introduzida pela igreja Católica Romana – os cristãos vocacionados a vida religiosa e os que se ocupam das tarefas seculares, pois para os que ouvem a Deus o lugar onde eles estão Ele também está, portanto é santo.

Ah, essa geração cujo Deus está levantando entenderá que o chamado para oração não se restringe ao departamento de intercessão, por isso ela manterá um diálogo constante com Ele e a chama permanecerá acessa. Eles carregarão dentro de si o Seu Reino, avançarão conquistando territórios e através deles a palavra correrá rapidamente. Eles responderão com grande expectativa o que a criação tanto aguarda, a saber: a manifestação dos filhos de Deus.

Filhos, nossa nação aguarda vocês, nas universidades, nas fábricas, no mercado financeiro, na moda, entretenimento, no ministério, no nosso governo (nossa terra clama por homens e mulheres justos que não irão se corromper) . O Brasil e o mundo esperam por mensageiros que sejam enviados, inflamados por Jesus e cheios do conhecimento de Deus.

Os avivamentos da história da igreja começaram com poucos, porém dispostos a ouvirem a Deus e fazerem sua vontade. Através deles o fogo se alastrou, curas e milagres aconteceram e muitos foram salvos.

Essa geração será tocada com brasas vivas e responderá a pergunta que continua ecoando: A quem enviarei e quem há de ir por nós? O que estamos esperando? Que não passe de nós, que não passe dessa geração, e que em uma só voz possamos dizer: Eis-me aqui Senhor, envia-me a mim.

Eu amo falar sobre Jesus, porque não houve uma pessoa em quem habitasse tanta autoridade e poder e que andasse em tamanha humildade e mesmo sendo Deus, Ele se fez servo de todos. O criador do universo, aquele que estava desde o princípio com Deus, o mesmo que sustenta o oceano, que viu o universo ainda informe, se fez o menor dos homens.

Na noite da ceia, sendo próxima a hora em que haveria de ser entregue e cumprir o propósito pelo qual fora enviado, Jesus cingiu-se com uma toalha, deitou água em uma bacia e começou a lavar os pés dos discípulos enxugando-lhes com a toalha. Naquele tempo era comum a lavagem de pés, porque eles usavam sandálias e caminhavam longas distâncias, os ricos porém tinham servos que cumpriam essa função. Não te faz pensar que Jesus saiu do lugar mais alto e se colocou como servo a ponto de abaixar e lavar os pés de sua própria criação? Sua motivação era completamente pura. Ele lavou os pés daqueles que momentos depois o trairiam, o negariam ou simplesmente iriam fugir por causa da pressão, e Ele sabia disso.

O coração nobre de Jesus o torna ainda mais belo. Jesus amou os discípulos e lavou os seus pés mesmo sabendo que seria abandonado por eles, Ele não os definiu por um momento de fraqueza, porque sabia quem eles se tornariam.

Ah, como isso nos dá  esperança de que podemos nos achegar a Ele com confiança, sabendo que Ele não nos vê como o homem, que não somos definidos por nossos pecados ou momentos de fraqueza.

Você já chegou em um lugar em sua jornada onde se sentiu cansado, e como o salmista olhou ao seu redor e viu que tudo a sua volta florescia, enquanto dentro de si se sentia tão seco, com o coração enfraquecido e os pés cansados? Ou talvez já tenha se deparado fazendo algo que prometera a si que não faria novamente e se sentiu novamente frustrado consigo mesmo e envergonhado?

Sabe como Jesus está olhando para nós nesses momentos? Da mesma forma como ele olhou para os discípulos e se moveu tomando a toalha e a água. Ele está pronto para nos socorrer e nos levantar mais uma vez, Ele é paciente e bondoso. Não é por nossos próprios méritos que chegaremos a eternidade, é por Ele e somente por Ele. Então de uma forma tão gentil ele levanta o nosso rosto nos fazendo tirar os olhos de nós mesmos e das circunstancias ao nosso redor até que os nossos olhos se encontram com os dele novamente.

Quando aprendemos mais sobre Jesus, entendemos porque Ele se destaca entre os filhos dos homens, a beleza Dele transcende. Ele tem olhos como de fogo e com esse olhar apaixonado Ele consome de nós a vergonha, o medo e a condenação e nos dá vida por meio de si mesmo. Ele nos instrui em sabedoria e nos lidera não somente como um pastor, mas um Bom Pastor, disposto a entregar a vida por suas ovelhas.

Nós temos a esperança habitando em nós e ela não é um sentimento, é uma pessoa e seu nome é Jesus, Cristo em nós é a esperança da glória. Ele remove as nossas cinzas e nos veste de alegria. Ele é o sol da justiça que se levanta em meio a nossa escuridão, Ele é o que opera tudo em todos, pois Nele habita corporalmente toda a plenitude de Deus. Esse é Aquele que entregou sua própria vida para que seus amigos pudessem viver (Jo 15:13).

Esse conhecimento é capaz de encher o nosso coração e trazer cor aos dias mais cinzas, arrancar os mais sinceros sorrisos mesmo em meio a dor. Eu penso que foi isso que Estevão experimentou vendo e glória de Deus e Jesus assentado a sua destra, ele não pode conter-se, e ao dizer o que viu, o jovem discípulo foi expulso da cidade e apedrejado. Porém o que ele vivenciou superou todas as coisas que sofreu posteriormente. O interessante é que ele disse o mesmo que Jesus em suas últimas palavras, intercedendo ao Pai para que os perdoasse, pois a medida que O contemplamos nos tornamos semelhantes a Ele.