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Como a soberania de Deus interfere na minha história?

Resultados da Pesquisa por: atributos de deus – Página 3

Você já se questionou sobre a soberania de Deus? Como Deus pode ser soberano se coisas ruins acontecem com pessoas boas e coisas boas acontecem com pessoas ruins?

Uma certeza é que, apesar do pecado e da maldade existirem, Deus é soberano, é justo e a sua bondade vai muito além do que se pode imaginar.

Como, então, pode-se afirmar que coisas ruins poderiam acontecer mesmo Deus sendo extremamente bom? Você verá como confiar na soberania do Senhor. 

Quando você olhar para os momentos difíceis e não entender o que Deus está fazendo ou onde ele está, tente se lembrar que é necessário alinhar a sua visão com a sabedoria e com a Palavra do Senhor.

 

Confiar em Deus pelo que Ele é

Crer em Deus quando tudo ao redor não faz nenhum sentido, o conselho é confiar pelo que Ele é. Você deve acreditar em Deus simplesmente pelo que ele é, e então você compreenderá que Ele é sábio.

E o que isto quer dizer? Isto quer dizer que os atributos de Deus são inseparáveis. Ao mesmo tempo em que Ele é soberano, Ele também é justo e amoroso.

É verdade que Deus é soberano sobre todas as coisas e manifesta a sua vontade por si mesmo e não é induzido por ninguém. A Bíblia dá a direção correta, dizendo que:

“Porque todas as coisas são dele, por ele e para ele. A ele seja a glória eternamente! Amém.” Romanos 11: 36

A soberania do Senhor se manifesta em sua vontade. E ao exercer sua vontade sobre toda a vida, propósito, presente e futuro, Ele o faz porque governa segundo os conselhos da sua vontade.

O bom de saber isso é poder sempre confiar que Deus está no controle. Ele continua governando e oferecendo providência. Mas então, por quê pessoas precisam sofrer?

 

A soberania de Deus na morte de Cristo

Se Deus está no controle, por quê pessoas boas sofrem? Na realidade, “houve apenas uma pessoa boa a quem coisas ruins aconteceram: Jesus. Surpreendentemente, ele se voluntariou para ser maltratado e desprezado pela humanidade.” (Livro Deus é, de Mark Jones).

Você e Deus, certamente, acreditam que foi para um bem maior Jesus ter sofrido e ter morrido na cruz. Se Deus permitiu que a maldade recaísse sobre seu único filho para redimir toda a criação e salvar a muitos, Ele realmente sabe o que está fazendo. Ele não poupou nem o seu próprio filho!

Deus conhece as dores que as pessoas passam. E ele está governando e dominando todas as coisas da forma mais bela.

O homem é o verdadeiro autor da maldade, e se as dificuldades levarem-no a reconhecer sua necessidade de Deus, você verá que Deus o ama, mesmo passando por situações que lhe pareçam injustas.

 

Há esperança na soberania de Deus

Se Deus não fosse soberano sobre todas as coisas, de fato não haveria esperança para ninguém. Mas porque Ele está no controle, a certeza de que Ele distribui providência e graça é verdade confiável.

As obras do Senhor são boas mesmo as nossas sendo más. Mas como Cristo, você também pode encontrar conforto em Deus quando os tempos difíceis lhe sobrevierem. Mark Jones novamente ajuda a perceber o seguinte:

“Cristo encontrou conforto na vergonhosa cruz porque cumpria os gloriosos propósitos de seu Pai para redimir a humanidade do pecado e da miséria.”

Ficar bravo contra Deus não adiantará em nada, porque Ele é a resposta que você precisa. As pessoas sempre precisaram conhecer a Deus para entender que sem Ele não há esperança para o presente, nem para o passado, nem para o futuro. 

Então utilize de sua fé para glorificar a Deus em tempos difíceis, e assim você verá com alegria a soberania e a sabedoria do Senhor se manifestando, enquanto a sabedoria deste mundo se mostrará ineficiente.

A soberania de Deus é um importante fundamento da fé cristã. Independente dos tempos e dos eventos à nossa volta, é preciso compreender que Deus tem autoridade suprema sobre todos os acontecimentos da história e sobre a sua criação. Nada foge à determinação e propósito do Senhor.

Mas, como essa realidade tem impactado nosso modo de viver? Será que temos compreendido a soberania de Deus de forma profunda e pela perspectiva da Palavra? Ou, temos duvidado do Seu caráter diante do caos que enfrentamos?

Neste devocional, buscaremos algumas referências bíblicas a respeito da soberania de Deus. 

Deus é o supremo criador e o sustentador de tudo

Deus criou o universo e tudo que nossos olhos podem contemplar e Ele é infinitamente mais excelente do que tudo o que fez. Quando observamos a natureza, toda a beleza que há em cada detalhe da criação, ficamos extasiados. Ainda assim, bem sabemos que nenhuma de suas criaturas podem se comparar à Glória que lhe pertence.

“Pois tu, ó Eterno, o Altíssimo sobre todo o universo, de todos os deuses és o mais excelso.” Salmos 97.9

“O Senhor em sua soberania é o supremo criador de tudo e todas as coisas dependem dele para permanecerem. Pois, “Ele existe antes de tudo o que há, e nele todas as coisas subsistem.” Colossenses 1.17

Quem é o Seu conselheiro?

“Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Pois, quem conheceu a mente do Senhor? Quem se tornou seu conselheiro? Quem primeiro lhe deu alguma coisa, para que Ele lhe recompense?” Portanto dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. A Ele seja a glória perpetuamente! Amém.” Romanos 11.33-36

Ninguém pode dizer a Deus o que Ele deve ou não fazer. Alguém lhe dará conselhos ou lhe questionará? Tudo foi feito para a sua glória e o seu propósito se cumprirá. Todos os acontecimentos redundarão em louvor ao seu nome, tanto no presente quanto na eternidade. Gosto muito da oração feita pelo rei Nabucodonosor após voltar de sua crise de loucura por seu coração arrogante e orgulhoso. Diz assim:

“Contudo, ao final daqueles dias, eu, Nabucodonosor, ergui os meus olhos aos céus, e percebi que o meu entendimento havia retornado, e então comecei a bendizer Elah, o Altíssimo; louvei e glorifiquei Aquele que vive para sempre! A sua soberania sim, é eterna. O seu reino sim, permanece inabalável de geração em geração! Todos os povos da terra são como nada diante dele. Ele age como bem lhe apraz com os exércitos dos anjos e com os habitantes da terra. Ninguém é capaz de se opor à sua vontade ou questioná-lo, dizendo: “Explica-te! Por que ages assim?” Daniel 4.34-35

Atributos de Deus

“Ó Senhor, tua é a grandeza, o poder, a glória, a vitória e a majestade, porque tudo quanto há no céu e na terra a ti pertence. Ó Senhor, o reino é teu, e tu governas soberano sobre tudo e todos!” 1 Crônicas 29.11

Como acabamos de ler em primeiro Crônicas 29.11, existe uma lista de expressões atribuídas a Deus, sobre quem Ele é e como ele age. Com base nesse versículo devemos nos perguntar: Como esses atributos demonstram a supremacia de Deus em nossas vidas? Leia a lista logo abaixo e reflita como estas características do Senhor se manifestam em sua vida cristã:

  • Grandeza
  • Poder
  • Glória
  • Vitória
  • Majestade
  • Reino e Governo soberano

Sendo assim, pensar sobre como a grandeza de Deus, sua glória, Majestade tem coberto nossas vidas nos fará ver os eventos naturais de forma sobrenatural. Saber que Deus governa mesmo sobre o caos e que seu reino é soberano trará paz ao nosso interior e confiança no Deus da nossa salvação.

A soberania de Deus em dias desafiadores

A terra continuamente gira em torno de si e temos as estações: Dias de inverno cinzentos, dias de verão ensolarados, ou pode ser outono, ou primavera. Porém, Deus tem seus propósitos em todas as estações independente das cores e temperaturas que elas formam e de como tudo isso afeta o nosso ser.

A história não está oculta do Senhor e nada foge ao seu controle. Lembro-me de um período com grande dificuldades e lutas familiares. Havia uma frase que minha mãe repetia: “Deus está no controle de tudo! Deus está no controle de tudo!” Isso nos manteve seguras em dias de muito embate espiritual e nos deu esperança para seguir.

Nesta estação há um versículo que tem mantido meu coração aquecido: “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre.” Salmo 23.6 

Olhar através da soberania de Deus, de que Ele é bom em todo tempo, dá muita alegria para viver e esperança para prosseguir. Além disso, saber que Deus ouve a nossa voz e que a história não foge do seu agir libera graça e fé em nosso coração. Um dos objetivos deste devocional é incentivar você a continuar buscando intensamente aprender sobre os atributos de Deus.

Nos conte, como crer na soberania de Deus te dá confiança para seguir?

“Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos.” (…) Salmo 139:1

“Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;” Salmo 139: 7-8

“Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me (…) formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem.” Salmo 139:1-2,7-8, 14

Você já parou para refletir nas declarações de Davi contidas no Salmo 139?

Um cântico que expressa quem o Senhor é

Este salmo demonstra que Davi sabia para quem estava prestando culto. E, por diversas vezes, ao lermos esse texto não percebemos a profundidade desses versos e o quanto eles revelam os preciosos atributos de Deus. Mas antes de prosseguirmos, gostaria de perguntar: você sabe o que significam esses atributos?

O Deus triúno possui diversas qualidades e características através das quais Ele escolhe revelar-se a nós. Conforme o teólogo Bavinck, “seus atributos coincidem com o seu ser”. Portanto, os atributos expressam quem Deus é. E Ele não muda. Seus atributos não se alteram e não se perdem com o tempo. 

Ao estudarmos o Salmo 139, podemos conhecer alguns dos atributos de Deus, tais como: onisciência, onipresença e onipotência. E sobre essas três características é que iremos observar aqui. Então, te convido a fazer um breve mergulho comigo para descobrirmos juntos o que o Salmo 139 diz sobre quem Deus é.

Não pretendo esgotar o assunto, mas trazer reflexões iniciais para que, em seu momento de devocional, você se aprofunde nesse texto e transforme esse salmo num diálogo com o Senhor. E a medida que a Palavra encher seu coração e você compreender mais quem o Senhor é, isso gere confiança, cura e liberdade em seu interior. 

Ele conhece tudo

“Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos.” (Salmo 139:1-2) 

A primeira palavra expressa por Davi: “Senhor”,traduzida do hebraico “Yahweh”, significa “aquele que existe”, o único Deus verdadeiro”. Em outras palavras podemos escrever que o salmista expressa nesse primeiro verso que Deus é único e verdadeiro, portanto, aquele que é soberano nos sonda e nos conhece. 

O grande Deus é também “Senhor de perto”. Aquele que esquadrinha nossos corações e que nada está oculto diante Dele. Ele sabe todos os nossos pensamentos, desde os pequenos até os grandes. Como disse o salmista nos versos seguintes: “Antes mesmo de eu falar, Senhor, já sabes tudo o que vou dizer”.

A onisciência do Senhor

Em outro trecho das Escrituras, Isaías 66:18, também confirma que o Senhor vê todas as coisas que fazemos e o que pensamos. Isso significa que nossa natureza é completamente conhecida por Ele. A onisciência do Senhor, seu saber absoluto, nos gera temor. Além disso, nos remete ao fato de que podemos descansar Nele. Podemos confiar que nada está fora do controle, porque Ele está vendo todas as coisas e as intenções dos corações dos homens.

No verso 139:6 ainda diz que “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; é sobremodo elevado, não o posso atingir.” Ou seja, diante de poderosas verdades é como se faltassem palavras para o salmista expressar o quão incrível é saber isso. De fato, a mente humana não consegue compreender completamente e precisamos que o Espírito Santo nos revele a profundidade dessa verdade, que os olhos do Senhor estão sobre o nosso coração

Ele é onipresente

“Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;” Salmos 139:7-8 

Ao lermos essas frases, o salmista declara que não há nenhuma maneira de escapar do olhar do Senhor. Estamos a todo momento diante de Deus e, a partir disso, cabe a nós vivermos um estilo de vida consciente de Sua onipresença. 

Muitas vezes a reação que temos ao pecarmos é a de nos afastarmos do Senhor diante de Sua tamanha grandeza e santidade. Realmente, em nós mesmos não há nada de bom. Por isso, devemos nos voltar ao Senhor. Somente através do sangue de Cristo, através da Sua graça e ao arrependermos é que obtemos perdão do Senhor. É pela graça que somos salvos.  Podemos nos lançar ao amor do Senhor mesmo que estivermos passando por densas escuridões. 

“pois todos pecaram e carecem da glória de Deus , sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.” Romanos 8:24

Conscientes da Sua onipresença

Viver consciente da onipresença do Senhor enche nosso coração de esperança, coragem e fé, porque podemos ter a plena convicção de que Ele não nos desamparará e que não há escuridão tão grande que a luz Dele não brilhe. Ele é Deus Emanuel. 

“Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem.” Salmos 139:14

O salmista começa este verso louvando e agradecendo ao Senhor por ter sido obra das mãos do criador. A trindade em perfeita comunhão, como um habilidoso artista, planeja e arquiteta toda a criação. Davi louva ao Senhor, porque ele reconhece que tudo o que Deus faz é bom. A sua criação é bela.

Toda a criação é a manifestação do poder de Deus, é isso que Davi também expressa com essas declarações. E por ser obra das mãos do Senhor, toda a criação está submetida a sua autoridade (Romanos 11:36). 

Em outra passagem bíblica podemos observar mais uma vez um homem se deparando com o poder e autoridade do Senhor. Nesse trecho a seguir o Senhor responde a Jó: 

“Onde você estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Diga-me, já que sabe tanto. Quem definiu suas dimensões e estendeu a linha de medir?” (Jo 38:4-5)

Onipotência: como viveremos? 

Diante então da onipotência do Senhor, o salmista não vê outra opção a não ser render louvores ao Senhor. Viver com base na consciência desse atributo de Deus gera, dentre várias coisas, gratidão e humildade, pois Ele nos formou no ventre de nossa mãe e em suas mãos reside o pleno domínio. 

Assim, primeiramente, podemos aprender com as declarações de Davi em salmos 139, que de fato ele sabia quem era Deus, e isso o levava adorá-lo. Além disso, Deus é aquele que detém o saber absoluto e está atento a todos os detalhes do coração humano. Ele é Deus Emanuel, por sua graça podemos desfrutar do seu amor. Por fim, de forma bela e demonstrando seu poder nos criou.

 

Com certeza você conhece o Salmo 23. Nele, há muitas verdades sobre Deus.  

“O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.”  Salmos 23:1-6 

Há algo diferente neste Salmo. Não porque é um dos mais conhecidos, mas porque ali vemos Davi cantando para si mesmo o que ele sabia sobre Deus. Imagino que esse salmo saiu de um lugar de muita intimidade e uma obra artística da relação dele com seu Criador. 

O que Davi nos ensina das verdades sobre Deus

Nele, Davi não pede, não lamenta, não intercede, não fala sobre si… Apenas sobre o bom pastor. Davi estava cantando para si as verdades sobre Deus. 

Ao ler esse salmo, sabemos que para Davi, Deus era como um pastor, um provedor, aquele que proporciona descanso e renova suas forças e lhe ensina sobre justiça. E aquele que até nos momentos mais sombrios estaria ao seu lado, o protegeria e mesmo em meio ao caos seria abençoado com um banquete preparado pelo Senhor.

Davi sabia, com toda a certeza, que em todos os dias de sua vida, seria seguido pelo amor e pela bondade de Deus.

Imagine o coração apaixonado de Davi ao declarar para si essas verdades sobre Deus? Apenas a uma conclusão poderia chegar… Certamente era na presença do Senhor que ele habitaria para todo o sempre.

Como isso pode mudar sua vida?

No seu momento devocional, você já experimentou cantar ou orar salmos? Com o Salmo 23 é possível fazer uma oração de gratidão, adoração, entrega e de confiança. Há algo poderoso quando no seu lugar secreto, usando a Palavra, você declara à sua alma as verdades sobre quem Deus é. O resultado disso é um coração com a imagem de Deus profundamente consolidada. Isso é fundamental a vida cristã, pois nos momentos de dificuldade, desafios e turbulência você não tem suas crenças abaladas, porque elas estão bem fundamentadas nos atributos do caráter de Deus.

Cantar verdades sobre Aquele que é o “bom Pastor” também reflete na sua própria identidade. Quando a bíblia diz que somos a imagem de Deus, não se refere apenas a semelhança física, mas também às características do caráter de Deus em nós e ter essa certeza enraizada em seu coração muda como você se posiciona na vida. 

Precisamos dizer ao nosso coração que apenas Deus é tudo o que de fato precisamos, Ele é o provedor! Precisamos ter dentro de nós a certeza que mesmo em dificuldades, o próprio Senhor estará conosco. Se já temos Ele, então temos tudo!

Eu não sei você, mas já me aconteceu de ler o antigo testamento e me sentir um tanto distante do Deus da ira que é retratado. Somos tão apresentados a imagem do Deus que é amor, que a ideia de que esse mesmo Deus também se ira não fazia sentido na minha cabeça.

Deus mudou?

Em busca de justificar tamanha ira derramada sobre o povo, é comum vermos sendo propagada a ideia de que existe um Deus antes de Jesus e outro Deus depois de Jesus. Mas, à medida que estudamos mais a fundo os atributos de Deus, passamos a entender a relação de interdependência. E principalmente, o fato de que esses atributos não mudam do antigo para o novo testamento.

“Os julgamentos que Deus libera sobre a terra contra aqueles que se opõem a Ele e oprimem Seu povo não acontecem porque Ele está eternamente zangado ou simplesmente porque Ele é mau(…). Ele fará o que for preciso para que não haja obstáculos para que Seu amor encha a terra (Hc 2:14), e para que Seu povo, o alvo de Sua afeição, receba esse amor em sua totalidade” – Mike Bickle,  no livro A resposta de Deus à crescente crise.

Quando vemos a ira de Deus da perspectiva de um Deus que é amor e que deseja derramar seu amor sobre Seu povo, fica mais fácil entender a ira como um atributo que denuncia o pecado; denuncia que algo está errado. É uma demonstração do zelo de Deus por nós – a noiva – ao querer nos amar em toda a sua plenitude.

A ira contra o pecado

A partir dessa perspectiva, comecei a ver a ira de Deus não como algo contra nós. Mas contra o pecado que nos afasta dele. Ele é totalmente puro e santo. Nele não há pecado – logo, Ele não coabita com o pecado. Ao invés da ira tornar Deus mais cruel, apenas reforça o zelo pela Sua noiva. É um cuidado para que recebamos todo o Seu amor, porque esse é o seu desejo.

Agora, quando vejo a ira de Deus, vejo uma outra faceta do seu amor e da sua misericórdia. A cruz é o exemplo perfeito disso, pois quando Jesus morreu, bebeu o cálice da ira de Deus. Mas ao ressuscitar, nos tornou dignos de termos acesso ao amor do Pai. Sua ira foi derramada sobre Jesus para que nada impeça o amor dele por nós.

Quanto mais conheço os atributos de Deus, mais vejo o quanto Ele nos ama. E, por um motivo maior do que sou capaz de compreender, o quanto Ele quis compartilhar esse amor conosco. Enxergar seus atributos através do amor, nos faz conhecer ainda mais o Deus que é o mesmo ontem, hoje e sempre.

Viver a inimizade com uma pessoa é realmente devastador. Semelhante também é a insatisfação, derivada da busca pelos prazeres – conhecida como hedonismo. Hoje, facilmente nos isolamos, e o nosso tempo tem nos ensinado a reservarmo-nos em uma rasa consciência do outro, do que o nosso vizinho ou amigo tem vivenciado. 

Vemos pouca consistência nos relacionamentos, pouco altruísmo, e falta do que é verdadeiro. Procuramos estratégias, nos rendemos às técnicas do autoconhecimento e à capacitação para enfrentarmos a realidade que não sabemos encarar. Porque, infelizmente, parece que sabemos viver sem Deus (realidade atual), mas a verdade  é que sem Deus não sabemos viver com esperança. 

Além disso, à medida em que a tecnologia tem entrado em nosso cotidiano, seus efeitos têm surtido facilidades e cada vez mais isso nos faz indivíduos independentes e solitários. E em contrapartida, a necessidade social destacada tende a ser a empatia, a interdependência e o desenvolvimento orgânico e natural das relações, visto que precisamos uns dos outros! Todavia, antes de tudo isso, precisamos ter paz com Deus e entender a amizade que a nos está reservada.

 

Tendo amizade e paz com Deus

 

Vivemos consequências da falta de paz com Deus no mundo. E o que seria de nós se não pudéssemos ter paz com Deus? Não poderíamos crer nele, nem conhecê-lo. E ter esta paz não diz respeito a mais uma fórmula de enriquecimento pessoal. Mas a paz com Deus, descrita em Efésios 2:13-14, é o início da vida. É a boa notícia de que agora, podemos ter fé em Deus, pois a vida com Deus tem esperança e um propósito.

A partir daí, entendemos que existe um dono de tudo o que vemos. E Ele continua tendo compromisso com a sua criação por meio da aliança que Ele mesmo firmou em Jesus Cristo na cruz. Jesus é a prova de que Deus existe e que não é distante! Jesus concedeu o acesso do homem a Deus. E agora podemos amá-lo e aprender a amar e a viver, e além disso, ter os nossos prazeres harmonizados. E aí nos relacionaremos melhor com as nossas amizades.

 

Tendo amizade com as pessoas

 

Deus organizou o mundo de forma orgânica e dinâmica. As pessoas devem ser valorizadas. E aprender a conviver com as diferenças não é o bastante. Precisamos de inteligência que nos ajude a exercer misericórdia e perseverança para recomeçar, quando houver desentendimento.

E, as pessoas são mais importantes que esses impasses. Até pelo fato de que podemos provar deste padrão, porque Deus mesmo o instituiu. Ele nos deixou claro seu interesse por relacionamentos.

Deus se demonstrou um ser relacional e amigo dos homens. Mas, ao mesmo tempo, ele não pode ter amizade com todos, porque nem todos o compreendem, pois para nos aproximarmos dele é preciso crer que ele existe (Hebreus 11:6).

 

A suficiência de Jesus para a vida humana

 

Deus se define como “Eu Sou”. Ele é a suficiência, porque Ele é a plenitude e a perfeição que ansiamos. E isso externa a nossa necessidade de Deus. Em todo lugar, sempre iremos desejar características referentes aos atributos inerentes de Deus. Isto é, por desejarmos o que é pleno e perfeito, ansiamos por apreciar a vida e fazê-la valer a pena.

Desejar apreciar a vida não é errado. Porém, é importante termos em mente que a paz com Deus é uma dádiva e a maior de todas. Desejamos uma vida feliz, e nos esforçamos para colher bons resultados. Mas se pudéssemos começar por algum lugar, seria apropriado que fosse pela paz com Deus, através de Jesus Cristo.

Isto, porque a consciência ou o conhecimento que temos acerca de Deus afeta toda a compreensão de nós mesmos e da nossa vida. Termos paz com Deus é saber que não estamos nos referindo a um desconhecido, mas a alguém com quem podemos ter um relacionamento profundo.

E quando nos tornamos cristãos, podemos e devemos nos debruçar na compreensão do conhecimento de Deus. E isto ocorre por meio das Escrituras, dado o valor inestimável a qual fomos expostos. Jesus é a suficiência de que necessitamos conhecer e que dá o sentido de todas as coisas.

Pois vivermos sob a perspectiva cristã é termos consciência de que todos sem exceção prestamos conta das nossas vidas a Deus. E saber que foi nos apresentada a oportunidade de não mais vivermos a inimizade com Deus, mas a submissão prazerosa, em adoração àquele que é. E somente a partir disso temos uma compreensão correta e ajustada da nossa vida aqui e também do nosso papel para com o próximo.

Tem momentos em nossas vidas nos quais não conseguimos enxergar a misericórdia de Deus. Temos o costume, como cristãos, de associar a misericórdia à uma espécie de “livramento” de coisas ruins em nosso cotidiano. Quando nada de muito ruim acontece, não lembramos de clamar por misericórdia ou de agradecer por ela. Usamos essa palavra o tempo todo e, talvez, não pensemos muito sobre o peso que ela carrega. Na verdade, há algo muito forte por trás, que não pode ser tratado de forma banal.

O maior ato de misericórdia

A misericórdia faz parte de quem Deus é. Quando Jesus morreu na cruz por nós, foi um grande ato de amor. Em um mesmo evento, houve juízo sendo derramado sobre Ele em favor de toda a humanidade e, ao mesmo tempo, compaixão sendo estendida a nós. Nosso Deus é juiz, mas também é misericordioso; e na cruz vemos o cumprimento desses seus dois atributos de maneira clara.

Sendo homem, como eu e você, Jesus sofreu tudo o que um ser humano poderia sofrer ao longo de sua vida. Não sabemos detalhes da sua vida antes de começar seu ministério, mas sabemos que tudo o que Ele fez, ele aprendeu com o Pai, inclusive como ser misericordioso. Na sua intimidade com o Pai, Jesus aprendeu a estender compaixão aos outros, e seu maior ato de misericórdia se cumpriu na cruz.

Poupados por amor

A misericórdia de Deus mostra que Ele tem zelo pelo nosso relacionamento com Ele. Mostra seu amor por nós de maneira que não conseguimos entender pela nossa sabedoria. Ele deseja derramar seu amor sobre nós, e para isso é preciso que não recebamos o que merecemos. Somente dessa forma podemos ter completo acesso ao Pai e ao seu amor. Como diz Dale Anderson, no livro Misericórdia Triunfante: “Ele age conosco em misericórdia, não porque mereçamos, mas porque é da Sua natureza agir assim”.

Todos os dias somos poupados do seu juízo, pela misericórdia que se renova a cada manhã. Todos os dias somos poupados em nome do seu amor por nós. Através dessa certeza – de que não recebemos o que merecemos -, sabemos que não podemos fazer nada sem Ele. Afinal, isso nos impulsiona a estendermos as mãos aos outros e sempre sermos gratos por essa misericórdia que triunfa sobre o juízo, manifestando Seu amor por nós.

 

Eu estava lendo a respeito de Ló esses dias… Você o conhece? Existem muitos personagens controversos na bíblia, mas esse consegue me deixar confusa todas as vezes que leio sua história. Já ouvi algumas pregações que destacavam suas falhas, li textos que exaltavam sua fidelidade e analisei sua história por diversos pontos de vista buscando um veredicto para sua vida quando finalmente me dei conta: nós não vivemos em um filme da Marvel!

Ok, pode ser que para você essa afirmação soe óbvia demais, ou completamente desconexa da história de Ló, então deixe-me explicar meu raciocínio. Enquanto lia percebi que estava, através da minha própria “sabedoria”, tentando determinar se Ló era herói ou vilão. Já havia feito isso tantas vezes antes de forma inconsciente que tornou-se natural. Davi? Herói. Saul? Vilão. José? Super-herói, seus irmãos? Bem, você entendeu…

Nem herói, nem vilão

Enquanto eu tentava julgar o seu caráter, pude ouvir a doce voz do Espírito Santo me lembrando que, assim como todos os homens na bíblia (exceto Jesus), Ló foi apenas um ser humano. E o que todos os seres humanos têm em comum? Todos pecaram, foram separados da glória de Deus e precisam desesperadamente de um herói. Por isso aquele que era desde o princípio, a própria essência de Deus, se fez carne e habitou entre nós e essa é uma história grande e gloriosa que nós já conhecemos.

Diferentemente de Jesus, Ló não tinha nada de super e com isso eu consigo me identificar facilmente. Olhando para cada ponto baixo de sua história, fui levada a pensar nas minhas próprias fraquezas e limitações e aceitar que, por mais que eu tente, também não sou uma heroína e esse é exatamente esse o ponto. Jesus não nos chamou para sermos super-heróis, muito pelo contrário, Ele conheceu a nossa humanidade e sabia que teríamos fraquezas.

O propósito das nossas fraquezas

Cada uma das nossas fraquezas pode expressar com eficiência a glória e soberania de Deus, revelar para aqueles que nos cercam, quem Ele é. Quando Sodoma e Gomorra foram destruídas, Ló não queria deixar sua cidade. Foi então necessário que um anjo viesse e o carregasse para fora. Por mais absurdo que pareça, essa é a primeira menção de misericórdia na bíblia.

A misericórdia é a essência de quem Deus é e Ele escolheu nos revelar isso através das falhas de um homem comum. Da mesma forma Ele nos chama a compreender que não sermos heróis, não nos faz vilões. Somos humanos. Quando aceitamos e encaramos os desafios que nos foram propostos nessa vida, abandonando a ideia de perfeição, um peso enorme é tirado das nossas costas e podemos expressar os atributos daquele que é o verdadeiro herói na nossa história.

Mas ele me disse: Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza;. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte. 2 Coríntios 12:9,10