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Salmos 19: o lugar da Palavra de Deus em nossa vida

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Os salmos são uma fonte de louvores a Deus que, assim como o salmista nos convida a assumir uma postura de confissão da grandeza de Deus em toda a obra criada, nós podemos fazer isso mesmo diante de dificuldades.

Em tudo podemos reconhecer a soberania de Deus, a atividade divina e seu propósito em nossas vidas, mesmo que não entendamos no momento. O que precisamos aprender com Davi é encontrar prazer nos preceitos do Senhor.

O Salmos 19 nos ajudará a entender o lugar da Palavra de Deus em nossa vida.

Salmos 19: uma surpreendente correlação com a Torá, o Tabernáculo e o Templo de Jerusalém

O livro de Salmos nos ajuda a enxergar a Palavra de Deus como um lugar de refúgio onde quer que estejamos. Para os hebreus no Antigo Testamento, a Torá, tinha o intuito não só de revelar quem era Deus, mas de ser uma bússola para o coração humano. Ela era o “espaço sagrado” em que eles poderiam colocar suas raízes e extraírem vida da presença de Deus.

Assim também com o Tabernáculo. Ele era o santuário móvel onde se carregava a arca da aliança. Lembra o que a arca da aliança comportava? Isso mesmo, a presença de Deus. Este era o segredinho de Deus desvendado em seu plano ao longo do tempo, por enquanto, um arquétipo do que viria ser Deus habitando entre os homens.

Mais tarde com Salomão, o Templo de Jerusalém seria uma forma um pouco mais robusta do desejo de Deus que apontava para Cristo. Era praticamente um microcosmo, segundo N. T. Wright, uma pequena versão do mundo todo. Sim! O Templo de Jerusalém fazendo referência ao ato da criação, o mundo que Deus criou em Gênesis.

Aquilo que chamamos de “lugar de Deus” era a própria Palavra de Deus ensinando, pedagogicamente, e orientando o coração humano. Em outras palavras, era o Verbo habitando na palavra (Torá), no Tabernáculo e no Templo, como um protótipo de toda a narrativa de redenção. Transparecia o desejo de Deus por sua criação redimida, renovada e por sua presença e glória.

Os céus declaram sua glória

Em Salmos 19, o salmista reconhece que toda a criação proclama a glória de Deus e anuncia as obras de suas mãos. Assim, o salmista faz uma releitura do templo, como uma extensão do espaço sagrado.

Deus habitando no meio de seu povo e seu povo habitando em seu Deus.

“Nesse contexto, Salmos remete à intenção dupla do criador: que o Templo de Jerusalém sirva de sinal não apenas do propósito de Deus de inundar a criação com sua presença gloriosa, mas também de seu anseio por encher o coração, a mente, a imaginação e a vontade do seu povo com a mesma glória.” N. T. Wright

Este salmo 19 parece apontar para o reinado de Cristo, em que sua voz será ouvida por toda a terra (Salmos 19:4) e sua Palavra capaz de reordenar a vida com sabedoria (Salmos 19:7).

 

O que Davi encontrou?

“A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos. O temor do Senhor é limpo, e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos. “ Salmos 19:7-10

Davi compôs este salmo glorificando a Deus por sua lei que é perfeita e restaura a alma (Salmos 19:7). Ele meditava nela e descansava na confiança da fidelidade do Senhor. Ele sabia que por mais que seus sentimentos, em inúmeros momentos pudessem ser inconstantes, a lei do Senhor era suficientemente fiel para ele confiar.

É simplesmente esplêndido ver a doçura com que Davi descreve a Lei do Senhor (Torá): como mais desejável que o puro ouro e mais doce que os favos de mel. Ele sabia que sua Palavra era boa e capaz de trazer sabedoria, de iluminar os olhos e, é a verdade.

Davi encontrou descanso e nos convida a fazer o mesmo. Como seria bom se nós pudéssemos descansar e nos alegrarmos na Palavra de Deus como ele fez. Provavelmente, recarregaríamos mais temor a Deus e menos temor dos homens em nossa vida.

 

Como Deus queria se revelar a Davi

Algo que não pode deixar de ser mencionado são os atributos que Deus revelou a Davi neste salmo. Um Deus que diferente de todos os outros deuses dos povos vizinhos da época, ele era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.

Este Deus não era apenas o Deus dos deuses, a maior entidade divina no universo segundo os gregos atribuíam a Zeus naquela época, mas o Criador do universo. Aquele cuja glória preenche toda a terra e não compartilha espaço com nenhum outro deus.

A soberania de Deus é um atributo muito presente neste salmo. Do começo ao fim, Deus é Senhor de todas as coisas e a ele nós devemos satisfação. Davi se considera servo de Deus (Salmos 19:13), reconhece seu pecado e confia que os preceitos do Senhor são capazes de torná-lo íntegro.

Como Davi, somos totalmente dependentes da graça e do favor de Deus. E o fato de não reconhecermos isso é como andarmos cegos, sem direção, desenfreados seguindo as inclinações do nosso coração. Sem os preceitos do Senhor, nosso coração é como uma fábrica de ídolos e uma criança sem limites, entregue a todos os desejos!

 

Salmos 19 para o dia-a-dia

Este salmo enfatiza muito a recompensa de seguir o Senhor. O cristão que está buscando uma vida diária de relacionamento com Deus encontra prazer na lei do Senhor.

A liberdade cristã o conduz, não a capacidade de obedecer a Deus impunemente, mas, antes, na capacidade de obedecer-lhe espontaneamente, sem nenhum impedimento eficaz, segundo Merril Tenney.

Uma vida diante de Deus, retratada como uma extensão do espaço sagrado, que era restrito somente ao Templo, agora, em Jesus, o mistério é revelado.

Tudo é para a glória de Deus, tanto na igreja como fora dela. Nos prazeres, na adoração, na obediência a Deus e na forma como vamos gerenciar com sabedoria a vida que ele nos deu.

A leitura deste salmos à luz da revelação de Cristo nos mostra que os preceitos do Senhor enchem o nosso intelecto, motivações e prazeres com sua glória. Para qual propósito? Para que a multiforme sabedoria de Deus seja manifestada por meio da igreja aos principados e poderes nas regiões celestiais (Efésios 3:10).

Desejo que este salmo seja um doce convite para sermos cheios da glória de Deus e revelá-la ao nosso tempo hoje através de uma vida de obediência a Deus.

No meio da simplicidade do meu coração o Senhor me encontrou, e a partir daquele encontro Ele mesmo me levou em uma jornada de experimentar a fidelidade aos seus propósitos. 

No meio das ovelhas Ele me encontrou e a aptidão necessária para a para Sua escolha estava em mim,

Ele escolheu o meu coração.

Essa é uma história que me comove! Pensar em como Deus escolheu Davi, e em como essa escolha estava intimamente ligada ao Seu coração. Ver que ao longo de sua história, Deus revelou seus propósitos eternos a ele. Aqueles em que Davi e a sua descendência fariam parte.

Deus disse: “Fiz aliança com o meu escolhido, jurei ao meu servo Davi: Estabelecerei a tua linhagem para sempre e firmarei o teu trono por todas as gerações” Sl 89:3-4

Davi conheceu e viveu segundo o seu chamado, segundo os propósitos eternos que ele foi chamado a viver. Portanto, em um momento Davi cuidava de suas poucas ovelhas, arriscando sua própria vida por amor a elas; em outro, desenvolvia suas habilidades tocando harpa para o rei Saul. Logo depois, lá estava Davi lutando contra Golias, lutando no  lugar de um exército cheio de um medo paralisante que não o possibilitava confiar e nem ao menos experimentar o favor de Deus para com o seu povo. E Davi, corajosamente se moveu segundo os propósitos do Senhor, Ele lutou em Seu nome!

1. Deus enxerga o amor simples e o eleva

As afirmações de Deus a nosso respeito sempre serão fiéis e verdadeiras! E quando eu penso nisso o meu coração se enche de temor ao ler: “Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, ele fará toda a minha vontade.” (At 13:22). O próprio Deus testemunhou a seu respeito!

Deus estava buscando por Davi e o encontrou! Davi, estava sendo caçado por Deus enquanto vivia os seus dias cuidando de ovelhas. Os olhos de Deus estavam sobre Davi enquanto ele o amava na simplicidade do seu coração e de suas tarefas diárias. Não importa se parece pouco a nós ou aos outros o que fazemos, a verdade é que é do nosso coração simples em amar a Deus que está o nosso ponto mais alto.

2. Davi se conectou ao amor do coração de Deus

Davi respondeu a escolha de Deus e experimentou viver a Sua vontade. Igualmente, que o nosso desejo seja: “Ache em mim alguém que fará toda a sua vontade!”. Pois esse é o exemplo da oração que Davi fazia ao Senhor: Ensina-me os teus caminhos, Senhor, para que eu viva segundo a tua verdade. Concede-me pureza de coração para que eu honre o teu nome. Ó Senhor de todo o meu coração te louvarei; glorificarei o teu nome para sempre; pois grande é o teu amor por mim.

Olhamos para a história de Davi e vemos  que desde o tempo das ovelhas até o seu reinado sobre Israel, a vida de Davi foi repleta de aventuras, cheia de altos e baixos. E é assim que é a nossa vida! Temos medos, inseguranças, decepções, vivemos riscos reais durante a nossa vida, essa é a nossa jornada. Porém em meio a tudo isso não podemos esquecer que os seus olhos permanecem sobre nós exatamente como estavam nos primeiros dias.

3. O amor de Davi durante a jornada

É possível crescer no nosso amor por Deus ao longo da jornada? Certamente o amor de Deus não muda com o passar do tempo, todavia, a nossa capacidade em perceber o seu amor, ao longo da caminhada, pode crescer! E isso nos traz grande esperança. Quando nos damos conta, estamos crescendo no conhecimento do amor de Deus e no desejo para que os seus propósitos eternos se cumpram.

É durante a jornada conhecemos o seu alto refúgio e a sua doce presença. Conhecemos de perto o amigo que ouve todas as nossas aflições e nos responde em nossa defesa em tempo oportuno!

E quanto a nossa história?

Ora, Davi amava as afeições de Deus e nesse amor estava entregue, sem reservas. Assim sendo, quando pecou, reconheceu e soube a quem buscar perdão. Buscou Àquele que deseja a verdade no íntimo. Do mesmo modo, clamou ao Deus de misericórdia pedindo para ser lavado, purificado. Reconheceu a justiça de Deus e a sua soberania. Pediu humildemente ao dono da alegria que concedesse outra vez a felicidade ao seu coração, a Sua salvação.

Também clamou para permanecer em Sua presença e ter um coração voluntariamente disposto a obedecer. Desta forma, amadureceu ao tocar o sacrifício que Deus desejava: um espírito quebrantado, um coração humilde e que sabe voltar atrás, convencido por Seu grande amor.

Essa é a nossa grande oportunidade: nos reconhecermos nessa história! Nos lembrarmos constantemente do lugar que com seu favor nos encontrou. Sermos marcados pela lembrança do seu amor furioso que nos resgata todos os dias. Ele que sempre nos vê, sempre nos ama, desde antes do nosso primeiro encontro!

Uma jornada em companhia da fidelidade

E hoje o Seu convite é para irmos além, para seguirmos uma jornada junto ao Seu coração e ao Seus propósitos revelados. Certamente, Ele sempre será fiel e pacientemente nos ensinará o seu caráter que nunca falha. Gerará em nós o anseio de respondermos voluntariamente a esse amor, nos relacionando com Ele e vivendo a Sua vontade na estação exata em que estamos.

Ele deseja que experimentemos os seus olhos sobre nós!

 

Escrito por: Renata Lyra – Facilitadora Fhop School

Como podemos amar Jesus? Na prática, amar Jesus é amar os seus mandamentos, obedecê-lo significa expressar amor por Ele. Os seus mandamentos não são fardos, na verdade, são prazerosos. Jesus destaca: “Aquele que tem os meus mandamentos e obedece a eles, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu pai, e Eu também o amarei e me revelarei a ele. ” – João 14.21

Uma vida de devoção a Ele inclui a “prática de Sua presença”. E como podemos realizar tal coisa? Quando fazemos tudo para a Sua glória e o incluímos em cada pequeno detalhe da vida que Ele nos tem dado. Paulo nos ensina: “… seja comendo, seja bebendo, seja fazendo qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus. ” -1 Coríntios 10.31.

Mas, Jesus também muito se alegra quando abrimos espaço em nossa agenda para estar apenas com Ele. Ele gosta quando paramos tudo simplesmente para o buscarmos em oração e quando atentamente lemos nossa Bíblia afim de compreendermos a Palavra Viva. Diante dessa vida corrida que vivemos, somos desafiados a desacelerar, nos aquietar e, assim como Davi, falarmos ao nosso coração: alma fica quietinha diante do Senhor, acalme-se alma e conheça a paz daquele que tudo pode fazer.

Você já experimentou respostas em meio a desafios? Quando em virtude de alguma circunstância o Espírito de Deus te faz lembrar de um versículo específico e, de repente, seu coração se enche de esperança, fé e amor. Essa é uma revelação pessoal de que Ele se importa, se deixa conhecer e manifesta a Sua Palavra. Mesmo que o tempo pareça ingrato, ele não é. Tudo aquilo que plantamos, de fato, colheremos. Ter esse tipo de resposta é resultado do que você plantou quando o buscou de todo coração, porque Ele sempre nos busca primeiro. Tudo o que podemos fazer é dizer sim ao seu chamado.  

Deus conhece as nossas falhas, mas também conhece nosso desejo por mais dele. Ele conhece os segredos do nosso coração. É como se dissesse: “Não viva cheio de culpa achando que seu pecado me surpreende. Não deixe a correria da vida nos separar. Eu te amo na sua condição presente, mas quero te transformar profundamente. Eu me revelo a ti.”

Ore: Senhor, obrigado por me amar com a mesma intensidade que amas a Jesus, independente de minhas falhas. Quero ser definido pelo amor de Cristo e quero amadurecer em meu amor por Ele. Quero te buscar todos os dias e de todo o meu coração. Obrigada por se revelar a mim e por me atrair mais uma vez para os teus braços de amor. Eu digo sim ao seu chamado.