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Série Ekklesia: Cristo edifica a sua Igreja

discipulado

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Jesus é capaz de trabalhar em nossas vidas e nos sustentar dentro da ekklesia, o corpo de Cristo. Deus é o construtor e usa várias maneiras para nos moldar ao caráter de Jesus. E, é sobre isso que iremos refletir nesse texto

“Assim, não sois mais estrangeiros, nem imigrantes; pelo contrário, sois concidadãos dos santos e
membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas,
sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra de esquina.
Nele, o edifício inteiro, bem ajustado, cresce para ser templo santo no Senhor, no qual também
vós, juntos, sois edificados para morada de Deus no Espírito” Efésios 2:19-22

 

A Igreja é um edifício, não no sentido literal, como um prédio de quatro paredes; mas um edifício formado por  pessoas. Quando Jesus afirmou que “edificaria a sua igreja” (Mt 16:18), isso significava que Ele iria edificar as pessoas que pertencerão à Igreja.

Pedras vivas

O grande propósito de Deus, ao longo dos séculos, é edificar um povo para si. Por toda a terra, Cristo reúne congregações locais de cristãos que foram chamados para a unidade da adoração.

Nós todos somos pedras vivas (1 Pe 2:5) e estamos sendo edificados como casa para Deus. Mesmo sendo diferentes umas das outras, em variados tamanhos e formatos, nas mãos de Deus somos encaixados perfeitamente.

O ponto principal de construções antigas, feitas com pedras desiguais, era a resistência e fortaleza que esse tipo de construção trazia.

Da mesma forma, Deus pode colocá-lo em meio a pedras diferentes, no meio de pessoas diferentes. Porque, para que uma parede seja forte, é preciso pedras de todas as formas, pesos e tamanhos. Todos estes tipos de pedras são importantes para Deus, o construtor principal, que está construindo um edifício – a família de Deus.

O Senhor criou cada um de nós com habilidades únicas. Portanto, perceba como você se encaixa neste edifício que Deus está construindo.

Alinhando as expectativas

A Igreja é um edifício em construção, uma obra em andamento. Ela é composta de pessoas comuns, que estão vivendo um processo contínuo de redenção e santificação.

Muitas vezes o padrão que esperamos da igreja local não é o mesmo que usamos para o nosso caráter. Precisamos nos livrar das expectativas perfeccionistas a respeito da Igreja. Devemos enxergá-la como um hospital para pecadores (Agostinho), onde todos estão passando por um processo de recuperação.

Compreender isso torna mais fácil ter expectativas saudáveis sobre a igreja local.

A Igreja é como um canteiro de obras.

Em qualquer congregação de cristãos, existem reparos a serem feitos, no sentido espiritual. Mas Jesus está em nosso meio como o construtor que está trabalhando. E onde está havendo uma obra, haverá disrupção, bagunça e sujeira. A evidência da presença de Cristo no meio da Igreja é uma obra em construção: vemos o caráter das pessoas sendo transformado, desafios nos relacionamentos, arrependimento e perdão.

Somos edificados para sermos morada de Deus. A promessa do Novo Testamento é que o Pai e o Filho
virão, por meio do Espírito Santo, para habitar em cada um de nós. Deus não habita em um prédio ou
um local sagrado, mas dentro de nós (Gl 2:20). E quando dois ou três cristãos se reúnem, cada um
deles traz a presença de Cristo para o lugar de adoração.

Deus escolheu usar a igreja, esse ambiente imperfeito, para moldar nosso caráter. Muitos fogem do
lugar onde Deus os plantou, mas “o cristão precisa da igreja, tanto para suas bençãos quanto para seus
problemas”. É assim que o construtor, através do cinzel, lasca as arestas e bordas das pedras vivas que
somos para que possamos nos encaixar com as demais.

Estar em uma igreja “perfeita” não nos faria bem algum, porque ali não há obras sendo feitas. É por
meio das provações da vida em meio à família de Deus, por meio de relacionamentos que nos
confrontam e moldam que o Senhor, o construtor, nos lapida e santifica.

 

Texto originalmente postado em 24 de nov de 2020

Você sabe o que é Ekkesia?

A palavra grega para igreja no Novo Testamento é Ekklesia, que significa “chamados para fora”; e a mesma palavra pode ser usada para: encontro, assembleia, reunião, ajuntamento de pessoas.

Mas o que significa na prática e nos nossos dias a vida comunitária da igreja? Há muitas opiniões e diferentes textos que falam sobre isso, porém a bíblia tem uma visão clara e precisa sobre como deve ser essa vida comunitária em igreja.

Na primeira parte dessa série você irá entender na prática o que é ekklesia e o porquê devemos viver em comunhão.

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mateus 16:18

Desigrejados: uma realidade brasileira

Segundo o IBGE, o número de brasileiros que se consideram evangélicos, mas não frequentam a igreja foi de 0,7% (2003) para 2,9% (2009), o que seria em torno de 4 milhões de pessoas “desigrejadas”

“Desigrejados”: são pessoas que continuam a seguir preceitos e costumes da religião, mas não pertencem a nenhuma igreja local ou que frequentam duas ou três igrejas, mas não se comprometem com nenhuma; vivem destituídos de membresia

Diversos motivos podem ter levado esses 4 milhões de brasileiros a não serem membros de nenhuma igreja local: possuem uma ligação remota ao cristianismo, não tiveram um encontro verdadeiro com Cristo, não se agradaram do alimento espiritual oferecido ou da falta de entretenimento, foram feridos por irmãos da igreja ou ofendidos por pecados e escândalos;

As três pedras de tropeço que mais atordoam a igreja são: dinheiro, poder e o sexo; é provável que os desigrejados se encontram ofendidos por algum desses três motivos.

Nossa cultura, provavelmente, é a mais individualista e egoísta de todos os tempos. Além disso, a igreja local não parece ser o veículo mais óbvio e mais provável para mudar o mundo. Inclusive, há pessoas que afirmam até que a igreja se tornou tóxica para a vida espiritual e a igreja deve ser abandonada.

Sendo assim, precisamos desesperadamente de uma visão nova e convincente do que é a igreja de Cristo. E descobrir a paixão que Jesus tem pela igreja. O que é preciso para ser biblicamente reconhecido como igreja? O que Jesus quis dizer quando se referiu à igreja?

A Igreja de Cristo – Mateus 16:18

  • “Edificarei minha igreja” – Jesus usa o singular para se referir à igreja. Ele não está se referindo a cada denominação local ou pequenos grupos, mas falando de toda a sua igreja: todos os cristãos, em todas as épocas e lugares;
  • “sobre esta pedra edificarei” – Jesus edifica sua igreja sobre o fundamento da revelação de que Ele é o Cristo, Filho de Deus, como apontado por Pedro.
  • “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” – Esta promessa é para toda a igreja. Jesus sabe exatamente quem faz parte do seu corpo e da sua família;
  • Não podemos nos enganar pensando que por pertencer a uma igreja pertencemos a Cristo. Ao contrário, estamos na igreja porque pertencemos a Cristo.
  • Uma congregação cristã local é igualmente e genuinamente a igreja de Cristo conectada, ligada, unida à igreja universal de Cristo.

A igreja local – Mateus 18:15-17

Uma congregação cristã local é igualmente e genuinamente a igreja de Cristo conectada, ligada, unida à igreja universal de Cristo

Os dois únicos momentos em que Jesus usou a palavra igreja:

Mt 16:18 – “Eu vou edificar a minha igreja (global)” – Todos os cristãos, em todos os lugares e épocas;

Mt 18:17 – “levem esse irmão para a igreja (local)” – uma congregação local chamada por Deus para adorar, para servir e para ser enviada;

Êxodo 7:16 – “deixe meu povo ir para que me adore no deserto” O grande propósito do êxodo era que Deus reunisse um povo para si, para adorá-lo e cultuá-lo; é para isso que Deus tira o seu povo da escravidão.

Deuteronômio 4:10 – Se reunir para ouvir a palavra de Deus e adorá-lo;

A mesma cultura de Deuteronômio se torna a cultura das sinagogas e a que vivemos até hoje nas igrejas cristãs locais.

Crescendo na comunhão

O padrão bíblico da ekklesia e seu único objetivo é ajuntar o povo de Deus para ouvir a sua palavra, crescer em temor e aprender a viver uma vida embasada na opinião de Deus sobre quem somos e o que Ele tem para nós.

Isaías 49:6 – O povo de Deus não foi apenas chamado para adorar, mas são enviados para servir e brilhar a luz onde estiverem;
1 Pedro 2:9-10 – Somos chamados para adorar a Deus e enviados para servir a Deus aonde Ele nos plantar e nos levar.

A igreja tem uma dupla identidade: “nós vamos a Cristo em adoração, mas buscamos a Cristo em uma missão” (John Stott)

Ninguém faz parte de uma igreja local por acaso. Cristo é quem acrescenta as pessoas à igreja. Ele mesmo disse que esse trabalho seria dele. Por isso, é importante entender onde Cristo te plantou e porquê.

Não temos com entender o nosso papel na igreja sem antes entender o que é a igreja a qual pertencemos e o que Cristo está construindo.

 

Texto originalmente postado em 21 de out de 2020

Durante nossa vida de caminhada com o Mestre, estamos vivendo a realidade do que é ser discípulo.

Jesus chamou seus doze discípulos para que eles aprendessem o que era viver uma vida que refletisse quem Ele é.

O Mestre é o nosso maior exemplo a ser seguido quando pensamos em como sermos discípulos e até mesmo a respeito de como fazer discípulos.

Muitos de nós temos uma ideia errada a respeito de aprender através de alguém.

Talvez, em algum momento da sua vida, você pode ter sido marcado de maneira errada a respeito de ser discipulado por alguém que exercia alguma influência.

Mas, precisamos nos lembrar que Jesus nos chamou para sermos e fazermos discípulos. Esse é o nosso chamado e Ele é o nosso modelo perfeito.

Ele chama homens e mulheres para uma vida de maturidade, onde possam olhar para qualquer pessoa com os olhos de misericórdia, sabendo de suas limitações.

Aliás, imagine aqueles que eram discipulados por Pedro, um homem cheio de marcas e falhas, mas ao mesmo tempo era um homem em constante transformação por meio de Cristo.

O que quero que saiba é que, certamente, estamos juntos para andar as milhas da jornada e aprendermos uns com os outros.

Jesus sempre será o melhor exemplo

Jesus deu exemplos claros sobre a importância de ensinar, não só através das escrituras, mas Ele era o evangelho e a extensão do Reino dos céus na terra.

Certamente, temos que nos parecer como Ele para podermos ensinar a outros. Você, provavelmente, tem alguém que está, de alguma forma, sendo ensinado através de sua vida. Alguém que está sendo discipulado com seu comportamento.

Naquilo que é prático, se quero pregar integridade, eu preciso ser íntegra. Se quero ver fé no coração daqueles que me cercam, eu preciso exercer uma vida de fé.

Existe um ditado que diz, faça o que eu falo, mas não o que eu faço. Esse não deve ser o que nós, como discípulos, dizemos. As pessoas precisam ver coerência entre o que falamos e o que vivemos.

Portanto, seja alguém que ensina por que é altamente ensinável.

“Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo”. 1 Coríntios 11:1

Vamos falar de pessoas ensináveis que são exemplo de uma forma simples de discipulado:

Noemi e Rute: observe o que Rute responde diante da iminente separação de sua sogra, ao ler essa história, nós podemos observar que Rute via em Noemi uma figura de autoridade e um exemplo a ser seguido.

Rute, porém, respondeu: “Não insistas comigo que te deixe e não mais a acompanhe. Aonde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus! Rute 1:16

Elias e Eliseu: Eliseu estava aprendendo através do servir ao profeta Elias e o que este aprendiz deseja era se parecer e exercer o mesmo chamado do seu antecessor e ainda pede antes que este morra, que dê a ele a porção dobrada do seu espírito. Dificilmente Eliseu iria querer se parecer com alguém que não o tivesse ensinado coisas preciosas.

“Sucedeu que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim”. 2 Reis 2:9

Estes exemplos nos mostram que sempre, de alguma forma, estamos sendo discipulados e/ou estamos discipulando.

Que entendamos a importância de ensinar segundo o que Cristo deixou como ensinamento

“Se por estarmos em Cristo, nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão,

completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude.

Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos.

Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.

Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus,

que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se;

mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. Filipenses 2:1-7

Jesus foi obediente do primeiro até o último instante

E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!

Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome,

para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra,

e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.

Assim, meus amados, como sempre vocês obedeceram, não apenas em minha presença, porém muito mais agora na minha ausência, ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor,

pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele.

Façam tudo sem queixas nem discussões,

para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo”, Filipenses 2:8-15

Originalmente publicado em 03 de maio de 2019 

Onde quer que fosse, uma grande multidão seguia Jesus. No entanto, esta multidão não tinha os mesmos privilégios dos discípulos. Apenas os discípulos tinham o privilégio de pedir explicações mais profundas, de ouvir sobre seus planos, de vê-lo se alegrar em uma refeição, ou chorar com o Pai em uma oração.

Poucos eram os que de fato deixavam de ser multidão e eram chamados discípulos. Isso porque, ao chamar seus discípulos, Jesus tinha uma condição um tanto difícil e até ofensiva para alguns. O chamado de Jesus era para seguir o caminho da cruz, o mesmo que Ele iria trilhar.

E disse: “É necessário que o Filho do homem sofra muitas coisas e seja rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, seja morto e ressuscite no terceiro dia”.
Jesus dizia a todos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará. (Lucas 9:22-24)

 

Aquele que chama já carregou a cruz

O peso da cruz pode parecer esmagador, mas Aquele que chama a carregá-la o torna leve. Sendo assim, só conseguimos trilhar o caminho do discipulado, porque estamos imitando o Mestre. Apesar de falar como e se parecer com os mestres judeus, esse Mestre não é qualquer um, é o Filho de Deus encarnado. Aquele que através da sua morte e ressurreição tornou possível trilhar o mesmo caminho.

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. (Mateus 11:29-30)

Jesus tem um jugo a ser levado por aqueles que são chamados, mas Ele afirma que seu jugo é suave e seu fardo é leve. De fato, é leve à medida que nos apropriamos da sua graça para percorrermos o caminho da cruz. O que nos faz capazes de carregar a nossa cruz não é a nossa força de vontade, mas a graça que Ele nos dá ao obedecermos e respondermos ao chamamento.

 

A liberdade do discipulado

Na Bíblia, vemos que Jesus chamou seus discípulos a renunciar aquilo de mais precioso para eles, mas principalmente, renunciar a si mesmos. A liberdade oferecida pelo discipulado está em nos submetermos ao senhorio de Cristo. Jesus é nosso Mestre, mas também é nosso Senhor. Ainda assim, na sua natureza plenamente divina e plenamente humana, Ele serviu a todos. Seu jugo não é escravizante, mas libertador. Logo, encontramos a verdadeira liberdade e graça quando nos submetemos ao jugo e ao fardo do nosso Senhor: a cruz. 

Pode parecer contraditório dizer que estamos livres ao nos submetermos. Mas o verdadeiro discípulo de Jesus entende que para encontrar a vida deve perdê-la. Ou seja, Jesus nos oferece uma vida que não busca seus próprios interesses e sim os interesses do Pai e do próximo. O discípulo encontra vida dessa forma, pois é para esta vida que ele foi criado. A cruz não é pesada quando nela se encontra o verdadeiro sentido da existência.

Portanto, o convite de Jesus é para encontrar a redenção pelo caminho da cruz. É um caminho mais estreito e difícil, pois participamos do sofrimento de Cristo. Porém, é também nessa participação que encontramos alegria e temos revelação da Sua glória (1 Pedro 4:13). Que pessoa ao encontrar tamanha alegria pode guardá-la para si mesma?

 

Ensinar a obedecer

Sendo assim, faz parte do discipulado também ensinar outras pessoas a obedecer ao Mestre. Disto se trata a Grande Comissão: fazer discípulos de todas as nações. Um discípulo faz outros discípulos batizando-os e ensinando-os a obedecerem tudo o que nosso Senhor Jesus nos ensinou (Mateus 28:18). A promessa é que Ele estará conosco todos os dias. Que belo é esse caminho de redenção a ser trilhado, na companhia daquele que já o trilhou e daqueles que estão dispostos ao mesmo!

Abraçar o discipulado significa carregar a nossa cruz e negarmos a nós mesmos. Assim, encontramos a graça para praticar seus mandamentos e ensinar outros a fazê-lo. A promessa da leveza e da suavidade não está na cruz em si, mas naquele que trilhou este caminho primeiro, nosso Mestre e Senhor, Jesus Cristo.

Ter alguém que o acompanhe na fé é importante para lidar com os diversos desafios da caminhada cristã ajudando em uma transformação de dentro para fora. Essa caminhada envolve buscar uma espiritualidade vibrante e saudável que toca no interior de modo a iluminar o mundo.

Para que isso seja possível, como a Bíblia descreve essa caminhada conjunta? O cristão está sendo transformado para qual objetivo?

Estamos percorrendo uma corrida

A Bíblia descreve que a caminhada cristã é semelhante a uma corrida para ser feita com perseverança (Hebreus 12:1), enfrentando um combate e uma luta (2 Timóteo 4:7) e que na linha de chegada há uma coroa da vida (Tiago 1:12, Apocalipse 2:10), incorruptível e eterna (1 Coríntios 9:24,25), de justiça (2 Timóteo 4:8) e de glória (1 Pedro 5:4).

Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus. Atos 20:24

Esta corrida é como nenhuma outra e de mais ninguém. O significado de percorrer esta corrida é que ela é com Jesus. Assim, com suas próprias lutas, próprias batalhas.

E mesmo que você falhe durante o percurso, Jesus já garantiu a vitória para você no final. Por isso, quando alguém se torna um novo habitante do céu, ela recebeu o convite para um relacionamento com Deus. Esta caminhada é uma obra trinitária (Pai, Filho e Espírito Santo) na vida do pecador.

É uma transformação conjunta

A corrida da fé é para todo o corpo de Cristo. Assim, enquanto um membro executa determinada função, o outro faz o que lhe foi designado, porque em Cristo somos muitos, formando um corpo e cada membro ligado a todos os outros (Romanos 12:4-5).

Cristo decidiu formar a sua igreja através da lógica de um corpo, em que um membro dá honras ao outro e não a si mesmo. Esta lógica de dar e receber vem do amor trinitário de Deus. Deus deseja formar uma comunidade de amor, porque ele é a fonte do amor.

A lógica do “dar e receber” funciona comente através do poder do Espírito Santo operando nos corações de cada membro. Somente Deus é capaz de tornar o cristão menos individualista e mais comunitário.

Discipulado cristão

O objetivo desta corrida conjunta é compartilhar de uma transformação recíproca das pessoas envolvidas. Isto é possível através do exemplo de Jesus aqui na terra. Qual é o objetivo do discipulado, então?

O objetivo do discipulado cristão é percorrer a corrida que Cristo percorreu. Ele foi rejeitado, negou a si mesmo, morreu na cruz e ressuscitou. Da mesma Ele nos convida a seguir seus passos: sofrendo rejeição pelo mundo e gloriar-se quando isso ocorrer. Morrer para os desejos da carne, negar a si mesmo e ser ressuscitado com Cristo no fim dos tempos.

Essa transformação de dentro para fora só pode ser vivida à companhia de Cristo e de seus irmãos na fé. Em todo o tempo, Deus convida os seus filhos a desfrutar deste banquete, porque todo o sofrimento presente terá um fim.

Enquanto isso, o cristão percorre o caminho sendo lapidado à semelhança de Cristo e levando outros a viverem isso também. “Até que Cristo seja formado em vós” (Gálatas 4:19). E como parte do percurso, aprenda a ser confrontado, a esperar, e a viver com um coração grato. Porque enquanto a última batalha não chegar, a transformação continuará sendo feita de dentro para fora.

Discipulado – talvez essa palavra seja entendida como algo doloroso para muitos, pois alguns tiveram uma experiência errada por um ensino distorcido a respeito disso. 

Quero propor hoje que paremos por um momento para deixar Deus falar conosco sobre o tema. 

O chamado é para que sejamos parecidos com Jesus, sendo seus discípulos e também levar outros a se tornarem discípulos de Cristo. 

O erro de muitos foi fazer discípulos para si e não levar homens e mulheres a se parecerem com Jesus. 

O texto abaixo mostra com clareza o que devemos fazer e como o fazer do jeito certo. 

Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.

Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,

ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. Mateus 28: 18-20 

Discípulos para Jesus

A ordem aqui é: vão e façam discípulos; ou algumas versões falam “Ide e fazei discípulos”, e isso não é para alguns somente, como pastores, missionários, mas isso é para todos nós como filhos de Deus. 

Cumprir o ide e durante a jornada fazer discípulos para Cristo. 

Discipular alguém e levar essa pessoa a se parecer com Cristo ao cumprir sua Palavra é o que fala no final do capítulo 28 do livro de Mateus. 

Ensinar pessoas a obedecer a tudo o que nos foi ordenado.

Discipulado nada mais é que um processo de ensinar alguém a se parecer com Jesus. 

Então, durante toda a vida, toda a  jornada nesta terra, nosso alvo é levar pessoas a conhecerem e a se parecerem com Jesus. Isso também é para você.

Pois somos viajantes rumo a um destino eterno, estamos juntos na jornada, e nosso papel é auxiliar o máximo de pessoas a viver Cristo e para Ele. 

 

O que aprendemos com João Batista a respeito de discipulado? 

João Batista veio ao mundo com uma missão: preparar o caminho para Aquele que viria e veio! 

Ele, João Batista  carregava uma mensagem que mudou e marcou sua própria história e a de todos nós. 

João Batista tinha seguidores e ele os ensinava. Entretanto, quando Jesus se revela, João Batista faz o que todos nós devemos fazer: 

Olhe para Cristo, Ele é aquele a quem você deve seguir.

Assim como João Batista, nós não estamos fazendo discípulos para nosso próprio reino ou prazer. 

Estamos ajudando homens e mulheres a conhecerem a amarem o único capaz de mudar suas vidas. 

Ao orar por alguém por cura ou salvação, não são as minhas palavras que irão causar mudanças, mas somente Àquele a quem sirvo pode fazer isso. 

João respondeu, e disse: O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu.

Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: Eu não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele.

Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já este meu gozo está cumprido.

É necessário que ele cresça e que eu diminua  João 3: 27-30 

 

Discipulado, um ato de amor.

Nisto todos conhecerão que vocês são meus discípulos: se tiverem amor uns aos outros. João 13:35

 

Finalizo este texto com uma pergunta: você tem feitos discípulos para Cristo? 

Deus te abençoe!

 

Ser um discípulo cristão consciente, o que isso exatamente quer dizer? Todos nós que viemos a Cristo pela fé somos seus discípulos, pois não tem como ser um crente em Jesus e não ser seu discípulo. O que acontece é que às vezes nós podemos não ter a consciência do que implica ser um discípulo cristão autêntico. Ou até mesmo, com o passar do tempo, nós podemos estagnar, retroceder, não ser mais ativo, não amadurecer nosso chamado. Ou no extremo caso, podemos “simular” uma vida de discipulado cristão.

Afinal, somos discípulos ou fingimos ser, eis a questão. Uma coisa é “imitar” a fé, outra bem diferente é de fato vivê-la. Apesar de parecer estranho, sinto lhes dizer que infelizmente sim, é possível simular a vida cristã. Podemos simplesmente “assumir” um papel de discípulo cristão ou podemos permitir sermos transformados em uma pessoa diferente. Pois o papel de discípulo cristão verdadeiro exigirá de nós mudança de vida. Exigirá um processo de regeneração e santificação efetuado pelo Espírito Santo. Que nos fará viver uma natureza humana restaurada.

Por isso, Jesus será duro com quem simula uma vida de discípulo: “Como sepulcros caiados, bonitos por fora, mas por dentro cheios de toda imundícia” Mateus 23:28. Então, é possível ser um discípulo hipócrita ao simular a vida cristã. E ao simular, deixamos de alcançar a identidade cristã verdadeira. Como um impostor, pois não enganamos apenas aos outros, mas também porque prejudicamos a nós mesmos, sendo o próprio hipócrita.

O Chamado Do Discípulo Cristão

Desse modo, em Cristo, por meio do Espírito Santo, somos chamados a ser seus discípulos. Não para fingirmos ser algo que não somos, pelo contrário, mas para sermos o que realmente somos: novas criaturas em Cristo. Realizar e desempenhar nossa verdadeira identidade. A identidade de pessoas criadas e recriadas em Cristo é a nossa santa vocação de discípulos cristãos, essa é a nossa formação espiritual. Para isso se faz necessário conhecer a história da qual fomos inseridos. A fim de desempenhar ou realizar com consciência nosso papel de discípulos cristãos. Pois só seremos formados espiritualmente por meio da Palavra e do Espírito.

Para isso, os discípulos cristãos precisam cultivar hábitos santos. A nossa jornada de discípulos cristãos exige muito. Não é um chamado para qualquer pessoa e uma pessoa que tenta simular não aguenta por muito tempo. Renúncias fazem parte do nosso chamado de discípulos cristãos. Os discípulos cristãos foram chamados a uma vida de santidade e esse chamado requer hábitos diários sagrados. Nós devemos ficar em forma, isto é, manter-nos santos. A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou (João 4.34).

De fato, nós, como discípulos cristãos, devemos crescer em nossa nova identidade e desempenhar nosso papel em público com paixão e verdade. A Bíblia nos dá muitas instruções para que o nosso modo de viver seja de um discípulo cristão consciente, como por exemplo:

“enchei-vos do Espírito” (Efésios 5:18); “acrescentai virtude à vossa fé, e conhecimento à virtude “(II Pedro 1:15); “crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor” (II Pedro 3:18) e ainda “sereis santos, porque eu sou santo. Andai com temor” (I Pedro 1:16-17).

Esse é o papel que temos a desempenhar nesta jornada.

Sendo um Discípulo Consciente

Ao passo que o nosso chamado de discípulos cristãos é bem específico, nós nunca apontamos nosso discipulado para nós mesmos. Mas para Cristo, “a cabeça do corpo, que é a igreja” (Colossenses 1:18). Nós não caminhamos sós, mas vivemos em comunhão. A nossa jornada como discípulos cristãos é para ir além do que é comum, além do óbvio para o mundo. Somos sal e luz justamente como exposição da realidade que Cristo nos revela. É por meio de uma vida de renúncia a nós mesmos, amando a Deus acima de tudo e servindo aos outros que faremos a diferença em um mundo de trevas. Todo discípulo cristão deve acordar e tomar consciência do seu chamado para ser luz e trazer a realidade, ou seja, apontar para Cristo nesse mundo errante.

Como podemos então ser discípulos cristãos conscientes?

Trarei apenas alguns pontos iniciais para nossa reflexão:

  • Tenha uma vida privada de devoção. Isso refletirá quando você estiver em alguma reunião coletiva. Tendo uma vida de devoção privada, impedirá você de cultuar a Deus no coletivo de forma mecânica. Em seu livro sobre Oração, Timothy Keller fala de forma formidável em como a vida de oração privada e a oração pública crescem juntas. E claro, ao priorizarmos a vida interior, nós nos privamos de nos tornarmos hipócritas, ou seja, não seremos capazes de simular uma vida de discípulo;
  • Crescer em conhecimento de Deus. Desempenhar nosso papel de discípulo cristão envolve além da devoção privada, a comunhão na igreja e  a participação na adoração comunitária. Quando estamos em comunhão, celebramos a boa notícia de que Cristo nos encontrou. Quando nos reunimos com outros discípulos de Jesus, isso nos ajuda a ter consciência de nosso chamado em sermos corpo de Cristo;
  • Instrução na Bíblia por meio de pequenos grupos. Quando lemos os evangelhos, nós vemos Jesus muitas vezes ensinando para multidões, mas vemos também ele ensinando em casas, para grupos pequenos. Precisamos ter essa prática de juntos estudarmos sobre os ensinamentos Bíblicos. Além de ser saudável, nos faz crescer em convivência e relacionamentos;
  • Ter a prática de pedir ajuda a lideranças a respeito de pecados e dificuldades pessoais. A prática de confessar pecados, por exemplo, cultiva em nós virtudes que nos conduzem à verdade, como humildade, paciência e honestidade e nos livra de viver uma vida hipócrita. Confessar os pecados é confessar-se pecador.

Vivendo de maneira digna do chamado de ser discípulo

Por fim, ser um discípulo cristão consciente é ser alguém que entendeu seu papel de conhecer a Deus que é amor, participando de seu amor por outros. Ser discípulo de Cristo é ser testemunha de seus feitos. Assim como Cristo, os discípulos devem concentrar-se tanto em seu chamado, que venham a esquecer-se de si mesmos. Nós como discípulos de Jesus Cristo, não precisamos segui-lo exatamente da mesma forma. Tanto Pedro quanto João foram discípulos exemplares, mas cada um projetou a si mesmo no seu papel e assim o desempenhou de formas distintas. É o Espírito Santo que nos capacita a viver o mesmo papel de discípulos, de diferentes formas. De modo que cada um de nós acrescenta algo único e assim contribuímos para a riqueza do seu reino.

Que nós possamos viver de maneira digna desse chamado tão grandioso. Nós como discípulos cristãos conscientes, precisamos dessa clareza que tem a superioridade do que recebemos como discípulos de Cristo em relação a todas as outras coisas. Sem isso, não teremos essa consciência e não alcançaremos sucesso em nossa jornada de discípulos. Não seremos capazes de cumprir nosso chamado e nos aprofundar na vida do reino de Cristo. Um discípulo cristão consciente sabe que nada possui e por isso segue Aquele de quem tudo recebeu.

“Os discípulos foram e fizeram o que Jesus tinha ordenado”. Mateus 21:6

 

*Algumas partes foram utilizadas com base no livro: ” O Drama da Doutrina” de Kevin J. Vanhoozer.

 

A ideia de discipulado é clara desde a antiguidade. Os discípulos não queriam apenas saber o que um mestre sabia, eles queriam ser como seu mestre e viver como ele vivia.

Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, ide e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. Mateus 28:18-20 

Nessa passagem conhecida como “a grande comissão” podemos entender nosso chamado para o discipulado – fazer discípulos para Jesus. 

Isso foi o que Jesus fez quando chamou os discípulos para segui-lo. Ele os convidou para uma jornada em eles pudessem vê-lo caminhando em amor, retidão, justiça e piedade. Este é o desejo que Jesus, que o sigam, aprendam e andem como Ele andou. 

Ensinando a obedecer

Sim, é extremamente importante e parte essencial do discipulado ensinar as Escrituras, as verdades bíblicas e ensinar a interpretá-las. Até porque, se não entendermos de fato o que está escrito e se interpretarmos de forma equivocada os ensinamentos, como iremos obedecê-lo? Portanto, isso é da mais alta importância! Mas o ponto é que precisamos ir além disso. Jesus falou sobre “ensinar a obedecer tudo o que Ele nos ordenou” e isso vai além da parte teórica do estudo. Ele fala de levarmos outras pessoas a seguirem os passos Dele. Assim, obedecer o que Ele ordenou é feito de forma prática no dia a dia das nossas vidas.

Ele disse que deveríamos viver essa realidade, por isso não basta dizermos que Jesus mandou perdoarmos. Precisamos perdoar e mostrar como se perdoa. Desta forma, precisamos ser pessoas que andam com Cristo por tanto tempo, que se tornam parecidas com Ele, e assim, levamos outras pessoas nesse mesmo caminho. Precisamos ser aqueles que demonstram as atitudes Dele, que refletem o caráter Dele e isso deve ser feito na caminhada diária. Não se trata de uma mera transmissão de conteúdo, mas sim de ensinarmos com a nossa própria vida, o que é viver em Cristo. 

O custo do discipulado

Por isso, quando falamos de “ide e fazei discípulos”, estamos falando do ato de seguirmos a Jesus e do ato de ajudarmos outros a seguirem Ele. Há um custo para seguirmos a Jesus e ajudarmos outros a seguirem Ele. Isso é discipulado. É muito árduo você se encaixar na vida, nos planos e nas exigências de Jesus. O discipulado significa dizer que Jesus tem a primazia, que não mais vivemos nós, mas Cristo vive em nós. Em Cristo vivemos para a glória Dele e demonstrarmos isso através das nossas atitudes. Sempre que mostramos Cristo além de nós mesmos, estamos discipulando, levando outros a andarem como Jesus. Se, de fato, estamos em Cristo, somos seus discípulos, nunca deixamos de ser, e nessa jornada, temos o comando de ensinar aquilo que Jesus deixou para nós. Isso afeta diretamente tudo o que somos e como vivemos.

Que o Espírito Santo nos ajude a vivermos esse verdadeiro discipulado, caminhando juntos e ensinando a Palavra uns aos outros.

O discipulado começa quando entendemos, em primeiro lugar, o que é cristianismo. Nosso ponto de partida sempre será Cristo. Somos, primeiro, discípulos dele e Ele é o maior interessado em nos guiar a toda a verdade.

Nisto, entendemos que, como discípulos de Cristo, temos a necessidade de perscrutar esse caminho, sabendo cada detalhe acerca dele. Precisamos ser peritos deste nobre caminho, porque é sobre Jesus, e a nossa recompensa será Ele.

 

O discipulado é decorrente da adoração a Jesus

O discipulado engrandece Cristo, porque a raiz dos relacionamentos é o próprio Deus. É enxergar a soberania de Deus em todas as coisas. Esse relacionamento não é para te fazer feliz, mas para louvar a Deus. Isto porque, ambos buscam em Jesus a fonte da vida, a redenção e saciamento da sede.

Dessa forma, assim como em tudo o que fazemos, a centralidade de Cristo estará presente em cada motivação. E quando nos aproximamos de alguém para conversar e abrir o coração, faremos isso porque queremos um coração puro diante de Cristo.

 

Discipulado é relacionamento

Se temos relacionamento com Jesus, precisamos aprender a desenvolver relacionamento com os nossos semelhantes. Também, saber que prestamos contas a Deus, e que, prestando contas ao nosso irmão, ele tem um papel importante para o nosso amadurecimento na fé.

Jesus escolheu o discipulado porque Ele certamente não queria que as pessoas se excluíssem do convívio social ao viverem para Deus. Mas ele queria formar um povo que soubesse se relacionar, aprendesse a lidar com conflitos e se perdoar. E que no amor entre uns aos outros, Deus seria visto e glorificado.

Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”. João 13:35

Com isto, podemos viver para Deus no secreto em oração e meditação das Escrituras, mas também devemos igualmente nos importar com as pessoas que nos cercam. E fazemos isso ensinando, ouvindo, sendo um ombro amigo, fortalecendo o que está desanimado.

 

Exemplos bíblicos de discipulado

Os profetas no Antigo Testamento viviam a primeira aliança com a promessa do Messias. E eram responsáveis por anunciar a vontade de Deus. E Elias e Eliseu (1 Reis 19:19) foram um desses que tinham um relacionamento de discipulado, que resultou em uma lealdade muito bonita.

Já Moisés (Êxodo 18:13-27) liderava grupos pequenos. E lidava com várias dificuldades e problemas do povo. Ele era um líder e pastor, que aconselhava e instruía o povo na interpretação das leis estabelecidas por Deus.

Jesus deixou claro que o cristianismo não é apenas teórico, mas tem poder transformador por ser prático e real. Se trata de um crescimento orgânico e dinâmico, onde todos são igualmente, desafiados a mudarem completamente o rumo de suas vidas.

 

Confronto é necessário

O discipulado tem a finalidade de apontar a realidade sempre para Jesus, devido ao propósito cristão de sermos parecidos com Cristo (Efésios 5:1). Em consequência disso, precisaremos aprender a ser confrontados e, também, a confrontar o nosso irmão. Tendo como propósito fortalecer com alimento sólido (Hebreus 5: 14).

Isto não significa que é bom espiritualizarmos tudo, mas interpretar e discernir os fatos relatados pelo irmão, a quem emprestamos os ouvidos, é importante para aplicarmos o evangelho devidamente. Precisamos manejar bem a palavra para estar prontos para corrigir com mansidão (1 Timóteo 2: 24-25), porque isto resulta na qualidade e saúde da igreja. Quando os irmãos tem um bom ensino e amor fluindo, se vê crescendo sobre um fundamento firme.

A Palavra, por si só, carrega autoridade capaz de transformar o que está morto em delitos em vida. E o ato de ministrá-la com sabedoria deve provocar uma vida de devoção e de maturidade. E o discipulado, como um canal divino, nos ajuda a lidar de modo muito realista com as nossas mazelas, ao mesmo tempo em que encontramos uma humanidade redimida capaz de produzir bons frutos que permanecerão.