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Persistência no lugar secreto

persistência

A persistência no lugar secreto. Não faz parte de quem somos produzir coisas que não gere resultados, e ficamos muito impacientes quando estes tardam. Não gostamos de nada que demore para acontecer e é por isso que amamos fast foods; acredito que em nossa mente já criamos várias vezes um fast clean, fast hair, fast vet, e tantos fast quanto pudermos imaginar.

Geralmente preferimos empréstimos e financiamentos do que planejar nossa vida financeira e nos habituarmos a investimentos, ações que exigem disciplina, planejamento e tempo, que é uso demasiado de nossa paciência.

Por isso somos conhecidos como a geração micro-ondas. Faz todo sentido, quando se trata da realidade de querermos que em instantes tudo fique pronto. Em ligações telefônicas em empresas é bem comum uma única resposta quando é feita a pergunta: “qual é o prazo?”, ou “para quando seria?”. Temos a resposta na ponta da língua: “para ontem!”

Permanecendo no lugar de oração

Olhando para tudo isso, me lembro de uma parábola ensinada por Jesus, a respeito de uma mulher que foi um exemplo de persistência que insistia todos os dias para que um juiz julgasse sua causa. E por algum tempo ele não quis atende-la, mas depois disse consigo: “Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia como esta viúva me importuna tanto, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte e me importune mais”. Esse texto ilustra a importância de não desistirmos tão facilmente, ou pelo menos não até recebermos o que temos buscado. O interessante é a forma como essa parábola termina: “Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?”  – Lucas 18:8.

Sabe, o que Jesus está querendo ensinar desde o início desse texto é que se nós estivermos dispostos a permanecer no lugar de oração, com certeza obteremos a resposta, ainda que demore. E sim, muitas vezes vai demorar, mas devemos continuar e se ainda não vermos nada, então precisamos voltar lá e insistir um pouco mais. Isso além de gerar fé, aprofundará nosso relacionamento com Ele; afinal, é muito mais fácil conhecermos uma pessoa a nível mais profundo quando falamos com ela todos os dias.

 

Amigos de Deus

Deus ama ter amigos, Ele simplesmente ama pessoas “de graça” (eu ouvi isso de uma amiga esses dias, e é coerente sabendo que não se trata dos nossos acertos ou erros). Ele simplesmente nos ama sem que tenhamos dado motivo algum para isso. Quando entramos em nosso quarto e fechamos a porta, Deus já está lá, Ele espera por nós no lugar secreto.

E à medida que confiamos a Ele os nossos segredos, Ele confia a nós os Seus. Por quê? Porque Ele gosta de relacionamentos, mesmo sendo pleno Nele mesmo. Isso é quase inacreditável, eu sei, mas ouse experimentar e você não será mais o mesmo. Muito mais do que você gosta de orar, Deus gosta de responder.

Se você orou uma vez, duas ou três e não aconteceu o que você queria, não significa que você não foi ouvido. Significa apenas que Ele quer que você volte até que seja respondido. E desse lugar de persistência surge uma amizade com o Criador do universo, simplesmente porque você decidiu romper a barreira da resposta rápida. A base do Éden era o relacionamento de Deus com o homem, Ele nunca falhou em estar lá, mesmo quando Adão e Eva falharam.

Mas quem voltará ao jardim? Ou quem permanecerá nele? Haverá fé na terra? Que sejamos nós a resposta à pergunta de Jesus. Sim, haverá fé, seremos aqueles que voltarão ao jardim vez após vez, sabendo que não se trata de uma simples resposta, mas de um relacionamento. Temos um Pai e Ele nos vê, nesse lugar nenhuma oração é esquecida ou perdida. E para aqueles que buscam no lugar secreto, esses tem a promessa de serem recompensados publicamente. Ele nos revelou o segredo e a chave que abre muitas portas: se chama persistência; é contra cultural, mas vale a pena.

Acredito que todos nos esperamos por um romper em nossas vidas. Aguardamos ansiosamente quando receberemos o que tem sido motivo de nossas orações ao longo de dias, meses e até mesmo anos.

Vamos olhar por um instante para a vida de Ana, ela não tinha filhos, o que já era uma humilhação para as mulheres de Israel naquele tempo, porém ela não sofria somente por sua cultura. Seu marido Eucana tinha outra esposa chamada Penina, e essa tinha filhos, por isso “costumava menospreza-la provocando-a excessivamente para a irritar, visto que o Senhor lhe havia cerrado a madre” (I Sm 1:6).

Então, um dia Ana entra no templo e começa a orar, vejamos como a oração é descrita: “Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente…E sucedeu que, perseverando ela em orar perante o Senhor, Eli observou sua boca. Porquanto Ana no seu coração falava; só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada. Porém Ana respondeu: Não, Senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado minha alma perante o Senhor”. (I Sm 1:10,12,13,15).

Naquele mesmo dia o Senhor ouviu a oração de Ana e algum tempo depois ela concebeu e deu à luz um filho, e o seu romper impactou a toda nação. O ventre dessa mulher gerou um dos maiores profetas que Israel já conheceu. Todo processo de espera e dor de Ana trouxeram a ela muito além do que ela poderia imaginar. Samuel não foi apenas um líder importante na história do povo judeu, ele também foi o primogênito entre seus irmãos, pois o Senhor abençoou a Ana, e ela concebeu e deu à luz a mais três filhos e duas filhas (I Sm 2:21).

O que dizer também a respeito de Jesus ao ser levado pelo Espírito ao deserto? Após ter jejuado quarenta dias e quarenta noites ele teve fome (Mt 4:2), e foi nesse momento de vulnerabilidade que o diabo propôs que Ele transformasse pedras em pães, mas Jesus permaneceu fiel e abraçou o processo. E depois de ter vencido, os anjos vieram e O serviram.

Se há algo que eu tenho aprendido sobre Deus, é que ele não vai nos dar um “brinquedinho” para esquecermos nossas dores, na verdade, Ele irá remover todas as distrações.  Seremos levados ao deserto e ali enfrentaremos nossos gigantes, seja medo, rejeição, orgulho…Todas as coisas com as quais precisamos lidar e vencer para alcançarmos o romper. Ana precisou lidar com Penina, com a cultura e com sua própria alma. Jesus encarou o deserto até a última tentação, isso porque há um processo até que aconteça o romper, e ele é essencial para nos forjar. A boa notícia é que não estamos sozinhos, Deus estará conosco em todo o processo nos tornando fortes e maduros em amor. Pode não parecer agora, mas todas as coisas estão cooperando para o bem.

Havia um tempo marcado para o fim da tentação de Jesus, havia um tempo marcado para o fim da esterilidade de Ana. O final desse tempo marcava o início de um romper não apenas para Ana, mas também para Israel. O fim da tentação de Jesus marcou o início do romper para o seu ministério e a manifestação do Reino do céu na terra.

Acredite, o fim do seu tempo de espera marcará o início de um romper que vai além de você mesmo, porque o Deus em que você tem esperado é capaz de fazer infinitamente mais além do que pedimos ou pensamos. Ele te fará forte e maduro no Seu amor e então virá o romper.