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Deus dos montes e dos vales

profundidade

Encontrar Deus nos vales nem sempre é tarefa fácil. Lugares baixos são solitários e sombrios. São desprovidos de beleza e limitam nossa visão e perspectiva. No entanto, a experiência do vale é distinta e não menos importante.

As estrelas podem ser vistas do fundo de um poço escuro, quando não podem ser discernidas do topo de um monte. Assim também, muitas coisas são aprendidas na adversidade, com as quais o homem próspero nem sonha.” C. H. Spurgeon

Não buscamos os lugares baixos voluntariamente. Gostamos dos montes, dos lugares altos, onde nossa visão tem alcance. Além disso, esta posição nos confere vantagem em muitos aspectos.

Todavia, quando Deus conduziu o povo de Israel pelo deserto, rumo à terra prometida, alertou para o fato de que a terra possuiria montes e vales:

Mas a terra que passais a possuir é terra de montes e de vales; da chuva dos céus beberá as águas; Terra de que o Senhor teu Deus tem cuidado; os olhos do Senhor teu Deus estão sobre ela continuamente, desde o princípio até ao fim do ano.” Dt. 11.11,12

Mesmo que, sob nossa perspectiva, esses trajetos pudessem ser descartados, aos olhos de Deus eles não são apenas necessários, mas estratégicos. Já que, algumas lições só são aprendidas neles, é de Deus a tarefa de nos conduzir em sua direção.

Ele não se intimida com o tamanho do desafio, ou com a profundidade dos vales. Não se espanta também com a altura dos montes. Por isso, é sábio manter os olhos nEle, independentemente do fato de estarmos em um monte ou vale.

Existem aspectos do caráter redentivo de nosso Pai e Salvador, que só encontramos nestes lugares. Já que, é neles que Ele nos livra, guia, ensina e disciplina. Quando passamos por eles, necessitamos doses elevadas de confiança. Isto é, nossa identidade é testada e aprovada nos desertos e vales de nossa jornada.

Nosso Deus é um Deus de montes e vales (I Rs. 20.28). Ele tem táticas para nos conduzir enquanto passamos por eles e, igualmente, prepara-nos para os montes. Para Ele trevas e luz são a mesma coisa (Sl. 139.12).

Saiba que os vales possuem beleza e propósito. As batalhas vencidas nos vales nos preparam para os montes. A descida de um monte sempre nos levará de volta para o vale. Por mais que tentemos retardar esta descida, ela acontece cedo ou tarde.

Que o Senhor ajuste nossa ótica para perceber as belezas existentes no vale. Que seja Ele mesmo nosso consolo ao passarmos pelos vales desta vida. Que jamais esqueçamos que Ele prometeu estar conosco sempre.

Relacionamentos as vezes se torna uma simples palavra em nossa maneira de interagir com o “mundo”. Acho que por conta da superficialidade dos dias desconsideramos o quão precioso e profundo eles podem ser.

Estava meditando sobre a maneira como Jesus sempre se relacionava com as pessoas que encontrava, como seus amigos eram definidos diferentemente dos seus seguidores pela resposta que lhes entregavam. Isso realmente chamou minha atenção.

Parece que Ele sempre carregava consigo o desejo de que as pessoas pudessem conhecê-lo de forma pessoal e intensa. A maneira como em uma frase Ele podia desvelar a “alma” e o coração daqueles que se aproximavam dEle, me leva a crer que Jesus estava preocupado em destilar profundidade, em se comprometer não somente em expor uma verdade, mas de participar do processo de transformação, assim como fez com seus discípulos.

Olhe o Exemplo de Seu encontro com a mulher samaritana:

…Nisto, veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber… Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão com os samaritanos)? Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede:dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva…aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna. Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la…” João 4:1-18

Que modelo perfeito! Profundidade, amizade e vida eterna sendo estabelecidas em uma conversa de coração para coração. Águas de vida fluindo a partir da maneira correta de estabelecer um relacionamento, com verdade e comprometimento.

Esse fato nos ensina que como cristãos não podemos ter medo dos relacionamentos. Não podemos ficar alheios e ignorar aqueles que o Senhor tem nos confiado para expor as Suas verdades e acompanhar na jornada de fé. Isso necessariamente exigirá de nós: amor, paciência, mansidão, firmeza, sinceridade, mas principalmente disposição para sermos profundos não somente descobrindo corações, mas revelando o nosso.

Essa é uma questão um tanto complicada, muitas vezes como cristãos “maduros”, temos a tendência de nos escondermos para prezar por certo tipo de “reputação” e esquecemos que toda a transformação, quase que unanimemente, surge pela capacidade de demonstrarmos como nossas áreas de fraquezas se tornaram restauradas e úteis nas mãos do Senhor. Não existe instrumento mais poderoso do que o testemunho produzido em nós por Cristo!

Eu realmente gostaria de te encorajar no dia de hoje. Que possamos ser intencionais em relacionamentos assim como Jesus, construindo um lugar de confiança para que a verdade da cruz desperte não somente seguidores, mas amigos de Cristo que podem ver em nós um espelho seguro das águas que trazem vida e restauração.