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A primeira Páscoa já apontava para Cristo

sacrifício

Para muitas pessoas, este é o mês mais doce do ano, porém, para os cristãos, há um significado mais profundo. A primeira Páscoa aconteceu a muito, muito tempo atrás, mas, desde a sua primeira aparição, ela já apontava para Cristo manifestando a graça que alcançaria as nações.

Deus não está alheio aos acontecimentos da história, Ele escolheu nos dar o livre arbítrio. Foi assim com Adão e Eva e ainda é assim conosco. Desde que o homem pecou, ele trouxe para si julgamento. Contudo,  Deus sempre teve um plano para nos trazer de volta para Ele e nos livrar da escravidão do pecado. Da mesma forma como libertou Israel do cativeiro na terra de faraó.  

Relembrar a primeira Páscoa é muito importante para compreendermos o significado da Cruz e porque Jesus se entregou como o Cordeiro Pascal. O que começou no Gênesis, teve várias sequências de acontecimentos e hoje, vamos nos lembrar de alguns deles que aconteceram com o  povo hebreu.

 

Contexto histórico 

Talvez você já conheça a história do sonhador José e de como ele foi vendido como escravo por seus irmãos. Após um longo tempo e vários episódios, ele passou de prisioneiro para um líder no Egito, abaixo apenas de faraó. Deus usou  José para amenizar a fome que viria sobre a terra. Esse episódio até proporcionou o seu reencontro com sua família no Egito, após muitos anos. A descendência de José se tornou um povo  numeroso e forte. (Gênesis 37-50) 

Com a morte de José e a multiplicação dos hebreus, faraó se sentiu ameaçado e impôs cargas pesadas e muito sofrimento para o povo de Deus.

“Faleceu José, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração. Mas os filhos de Israel foram fecundos, e aumentaram muito, e se multiplicaram, e grandemente se fortaleceram, de maneira que a terra se encheu deles. Entrementes, se levantou novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José. Ele disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós.

Eia, usemos de astúcia para com ele, para que não se multiplique, e seja o caso que, vindo guerra, ele se ajunte com os nossos inimigos, peleje contra nós e saia da terra. E os egípcios puseram sobre eles feitores de obras, para os afligirem com suas cargas. E os israelitas edificaram a Faraó as cidades-celeiros, Pitom e Ramessés. Mas, quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam e tanto mais se espalhavam; de maneira que se inquietavam por causa dos filhos de Israel;” Êxodo 1:6-12

 

Um bebezinho em um cesto

Mesmo diante da aflição, o povo de Deus continuou a crescer. Então, faraó teve uma ideia maligna. Ordenou as parteiras que observassem as crianças ao nascerem, se fossem meninas, poderiam deixá-las viver, mas se fossem meninos elas deveriam matá-los. A Bíblia nos narra que elas temeram ao Senhor e  não obedeceram a Faraó. Então, ele ordenou a todo o seu povo que lançassem os meninos no rio Nilo e apenas as meninas deixassem viver. (Êxodo 1:15-22)

 “Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma descendente de Levi. E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era formoso, escondeu-o por três meses. Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio.” Êxodo 2:1-3

Essa é uma narrativa emocionante, daquelas que tiram o nosso fôlego só de imaginar: e se fossem nossos filhos,  tomados de nossos braços e lançados à morte? Este episódio também é um prenúncio do que Jesus sofreria ao nascer, sendo perseguido por Herodes que mandou matar todos os meninos. Mas, a história não acaba com um bebê morto em um rio, na verdade, tem um desfecho impressionante. 

A irmã do pequeno neném, ficou seguindo  a cestinha levada pelas águas do Nilo. E, pelo propósito de Deus, um bebê à deriva se torna um príncipe. Pois, o Senhor tinha um plano para livrar o seu povo das garras da escravidão. O tempo passaria e logo a primeira Páscoa seria comemorada.

 

Deixa o meu povo ir 

Aquele jovem príncipe teve muito a aprender pelo caminho. Cometeu erros e até matou um egípcio. Fugiu para o deserto e no meio  de  uma sarça ardente, ouviu: “Eu sou o Deus de teu Pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó.” (Êxodo 3.6).

“Disse ainda o Senhor: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento; por isso, desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel; … Pois o clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e também vejo a opressão com que os egípcios os estão oprimindo. Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito.” Êxodo 3:7-10 

Moisés não se sentia apto para a tarefa, mas obedeceu ao Senhor. Ele se colocou diante do novo faraó.  Mas, como este último era duro de coração, ele resistiu ao Senhor. Então,  Deus enviou dez pragas, sendo a última a morte de todos os  primogênitos do Egito.

 

A décima praga e a primeira Páscoa

 “Moisés disse: Assim diz o Senhor: Cerca da meia-noite passarei pelo meio do Egito. E todo primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que se assenta no seu trono, até ao primogênito da serva que está junto à mó, e todo primogênito dos animais. Haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve, nem haverá jamais;” Êxodo 11:4-6

Essa foi a maior e mais terrível praga. Quanta dor e sofrimento? Mas, para o povo de Deus haveria proteção. Um cordeiro sem defeito deveria ser tomado e imolado: “Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem; naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão.” (Êxodo 12:7-8) Eis a primeira Páscoa!

“O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito. Este dia vos será por memorial, e o celebrareis como solenidade ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.” Êxodo 12:13,14

 

Conclusão – A primeira Páscoa já revelava Jesus

O pecado é como a escravidão, ele é opressivo, nos aflige e faz sofrer. Mas, Deus vê e ouve nosso anseio por liberdade. Ele enviou livramento. Enviou a Jesus como sacrifício pelos nossos pecados: “… Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. 1 Coríntios 5:7 

Nós comemoramos a Páscoa todas as vezes que nos lembramos do sacrifício de Jesus na cruz. Tomamos a Ceia do Senhor reconhecendo que seu corpo foi partido por nós e que o seu sangue foi vertido para nos salvar. Como na primeira Páscoa, nos tornamos livres. Nosso maior inimigo foi vencido, a morte eterna derrotada. Jesus ressuscitou! Ele vive e nós vivemos com Ele. 

“Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.” 1 Coríntios 11:23-26

 

Existe algo que eu amo sobre terminar um jejum, que é o fato de podermos ver toda a jornada que construímos com o Senhor durante esse tempo. É nesse momento que eu olho para dentro de mim e vejo onde minhas expectativas estavam posicionadas. Seja recebendo uma resposta clara e breve ou não vendo absolutamente nada, eu ainda assim posso confiar em Deus plenamente e saber que coisas se moveram quando eu não vi nada. É quando tendo ou não muitas respostas e posso amar Deus de todo coração.

Algo que me chama a atenção, é que quando estamos passando por momentos difíceis nós fazemos orações extravagantes, buscamos de todas as formas ajuda e socorro. Nós aceitamos fazer escolhas sacrificiais e até mesmo jejuamos com esperança de que tudo mude. E realmente, não vejo isso como algo ruim. Nós temos acesso a Deus e podemos fazer esse tipo de coisa. Com certeza. Mas, me atento ainda mais para nossa postura quando então recebemos o que desejávamos.

Os momentos difíceis nos ensinam e produzem tanto em nosso interior, mas o que dizer das bênçãos? Será que temos buscado Deus com tanto fervor e paixão quando estamos desfrutando de seu favor, da mesma forma que o buscamos quando estamos em dificuldade? Acredito que é nesse lugar em que muitos podem perder a visão e o temor, ao tirarem os olhos de Deus e colocá-los no que foi recebido.

Uma das razões pelas quais devemos colocar o ‘ter mais paixão por jesus’ como nosso foco de jejum, é que quando realmente nos apaixonamos por ele nada mais importa. Claro que ainda precisamos de cura para os enfermos, precisamos de romper financeiro, precisamos de salvação em nossas famílias. Sim, ter um propósito ao jejuar é legítimo, mas nós ainda mantemos os olhos na realidade eterna. E saberemos que se nada do que buscamos acontecer, ainda amaremos nosso Deus completamente.

Você pode me dizer que durante o jejum nosso coração se torna mais tenro e então nós “automaticamente” escolhemos Jesus. Mas eu creio que não há nada automático na busca por Deus. Principalmente quando recebemos bênçãos e também favor de divino. Não podemos confiar em nosso coração, mas precisamos fazer como Paulo, colocando os olhos naquilo que era eterno.

Se você recebeu respostas que gostaria durante o período de jejum, então volte-se para aquele que te abençoou. Que a maior resposta desse sacrifício seja ter a eternidade viva dentro de você e seu olhos fixos totalmente em Deus. Quando nós formos uma geração a quem Deus pode liberar tamanho favor e poder, sem nos corrompermos, nós viveremos grandes coisas. E que nossos jejuns tenham fim com nosso coração grato e apaixonado.

“Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.” – 2 Coríntios 4:18

Desde o começo de sua jornada, Jesus obedeceu aos mandamentos, se submeteu a todas as profecias, cumpriu toda a justiça. Na ocasião de seu batismo, João tentou dissuadí-lo a não batizá-lo, pois sabia desde o ventre quem Jesus era e não se achava digno desse papel. Antes era ele quem desejava ser batizado por Jesus. Nessa ocasião, vemos os céus abertos e o Espírito de Deus descendo como pomba, e altaneiramente a voz do Pai troveja: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3.17)

Deus manifesta todo amor pelo Filho afirmando sua identidade, afirmando o prazer e alegria que Ele tinha em Jesus. Da mesma forma somos filhos amados do Pai, fomos feitos filhos, mas quando Ele nos olha, quem Ele vê? Há nele o mesmo prazer?

O objetivo destas perguntas não é trazer nenhum julgo sobre nós. O que nos faz filhos é o simples fato de que Ele nos adotou através de Jesus. Não existe nada que possa nos separar desse amor, não há nada que façamos ou deixamos de fazer para aumentar tal amor. Mas é importante entendermos que dar prazer ao coração do Pai é uma resposta pessoal e individual que acontece quando escolhemos viver um estilo de vida de obediência, assim como Jesus.

Se observarmos profundamente as histórias narradas nos Evangelhos, podemos perceber que nem mesmo a religião é o que dá prazer a Deus, afinal, ninguém cumpria mais a lei que os fariseus. Eles eram tão zelosos, ainda assim, lhes faltava algo a compreender sobre o amor do Pai. Isso significa que não é apenas uma lista de regras a cumprir ou uma questão somente de erros e acertos. O Pai já te ama do jeito que você é e cada um de nós tem uma fórmula certa de darmos prazer a Ele. Lhe damos prazer quando escolhemos responder ao seu amor.

Damos prazer ao Pai quando escolhemos confiar mesmo sem compreender o que Ele está fazendo em nossa jornada. Damos prazer ao Pai quando, em meio ao medo e as nossas inseguranças, nós escolhemos buscá-lo com um sacrifício de louvor em nossos lábios. Damos prazer ao Pai quando mesmo que as promessas pareçam distantes, nós esperamos contra a esperança. Há tantas formas de dar prazer ao Pai, mas isso acontece sobretudo quando decidimos responder ao seu amor mesmo sem merecermos e simplesmente o aceitamos sem desistir de caminhar com Ele.

Que sejamos aqueles a quem o Pai diz: Filho amado, você me dá muito prazer!