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Sobre o autor

Ana Duarte

A narrativa bíblica está repleta de personagens fascinantes, desde figuras amplamente documentadas até aquelas que aparecem brevemente, mas cujas histórias têm profundidade e significado. Entre essas personagens singulares está a profetisa Ana, mencionada apenas em três versículos no evangelho de Lucas. Embora sua história seja curta, ela nos oferece uma poderosa lição de fé, esperança e devoção.

Quem foi Ana?

O evangelho de Lucas nos apresenta a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser (Lc 2:36-38). Sabemos que ela era viúva e que, após perder o marido, dedicou sua vida a cultuar a Deus no templo, com jejuns e orações, dia e noite. Sua devoção era tão profunda que ela nunca se afastava do templo. Ana também é descrita como alguém que aguardava a redenção de Israel, e estava presente quando Maria e José apresentaram o menino Jesus no templo, segundo a tradição judaica.

Apesar de sua aparição breve, o relato sobre Ana nos revela muito sobre sua fé inabalável e sua prática espiritual diária. Sua presença no templo naquele dia específico não foi coincidência: foi o cumprimento de suas orações e da promessa de Deus.

A Esperança em Meio à Espera

O contexto em que Ana vivia era permeado por uma expectativa messiânica. O povo judeu respirava as promessas de redenção desde sua infância, aprendendo as histórias e profecias que apontavam para o descendente de Davi, cujo reino seria eterno (2Sm 7:16; Lc 1:32-33). Eles esperavam pelo Filho da Promessa, aquele que esmagaria a cabeça da serpente, conforme a profecia de Gênesis 3:15.

Ana não era diferente. Sua vida de oração e jejum demonstrava sua espera ativa pelo cumprimento das promessas de Deus. Décadas se passaram, mas sua fé permaneceu firme. Ela nos ensina que a espera pela intervenção divina não deve ser passiva, mas marcada por uma busca constante e fervorosa pela presença de Deus.

O que o testemunho de Ana nos ensina hoje?

Enquanto nos aproximamos das celebrações do nascimento de Jesus, a história de Ana nos convida a refletir sobre nossa própria expectativa pela redenção. Assim como Ana aguardou a primeira vinda de Cristo, somos chamados a esperar e orar pela Sua segunda vinda, quando Ele restaurará todas as coisas. A promessa permanece: nunca mais haverá dor, separação ou sofrimento. Ele enxugará toda lágrima (Ap 21:4).

A passagem de Lucas 18:7-8 nos lembra:
“E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite clamam a ele, mesmo que pareça demorado em responder-lhes? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do homem, achará fé na terra?”

Assim como Ana perseverou na oração e viu o Salvador, somos convidados a fazer o mesmo. É um chamado para alinhar nosso coração às promessas de Deus e buscar Sua presença com dedicação.

Um Convite à Oração e à Esperança

A história de Ana nos desafia a cultivar uma vida de oração constante e uma esperança inabalável. Neste tempo de Natal, quando celebramos o nascimento de Jesus, somos convidados a voltar nosso coração para a promessa da redenção final. Assim como Ana testemunhou o cumprimento de sua esperança, que sejamos encontrados fiéis, aguardando e orando, quando o Filho do Homem retornar.

Que possamos responder ao chamado de Deus, com fé, oração e um coração voltado para as promessas que Ele fielmente cumprirá.

O que você pensa a respeito de oração? Será que você sabe orar?

Dependendo do contexto no qual você cresceu coisas diferentes podem vir à sua mente quando se pensa em oração. A senhorinha do coque, saia até o joelho e palavras de conhecimento tão certeiras que você tinha até medo de olhar nos olhos dela diretamente… Por que, vai que ela diz algo, né? Ou, talvez, aquele grupo que se reunia todas as quarta-feiras, às 6 da manhã, e que orava incansavelmente item por item da lista (interminável).

Seja qual tenha sido sua experiência, e sejamos sinceros, usei exemplos extremos aqui, a oração é um assunto que gera muitas emoções. Mas, será que essas emoções e noções se alinham com as verdades bíblicas? Será que nossas experiências têm mostrado a realidade eterna da oração?

Jesus ensina orar

Jesus veio para trazer salvação e a esperança de um futuro brilhante. Em seu período na terra participou da experiência humana de forma plena (Filipenses 2) e viveu como um de nós. Hebreus 4:15 diz que foi tentado em todas as coisas, porém, não pecou. Pense nisso! Jesus, o homem, experimentou as dificuldades, desafios e frustrações que você e eu passamos… E NÃO PECOU!

E algo que sempre me fascinou foi que na sua vida humana – não quando estava no céu, não quando tinham conferências, não quando havia uma campanha especial – no seu dia a dia havia sempre oração. Fossem momentos íntimos quando Ele se retirava, quando levava alguns mais próximos com Ele ou ensinando sobre isso, acima de tudo, a oração estava presente. Assim, Jesus, o filho de Deus, Estrela da Manhã, Primogênito dos Mortos, Testemunha Fiel (devo continuar?) acha relevante ensinar sobre algo em específico, e não apenas ensinar com palavras, mas ser modelo vivo disso, eu acredito que devemos prestar atenção. Portanto, vemos nos evangelhos seus exemplos de dia a dia, mas também, observamos momentos nos quais escolheu ensinar sobre isto. 

Em Mateus 6:6:

Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.”

Orando no secreto

Ele nos fala sobre o princípio de ter uma vida de oração e usa um adjetivo meio incomum: secreta. Porém, isso não significa apenas trancar-se no quarto (mesmo isso sendo muito legal e, às vezes, mais produtivo para evitar distrações), mas ter um diálogo interior entre você e Deus. Algo que ninguém tem como medir ou contabilizar na sua vida – algo secreto entre você e Aquele que sonda e conhece o coração.

E Jesus no seu ensino não para por aí! Ele fala sobre recompensa.

Se você viver um diálogo contínuo com Deus e falar com Ele no teu coração durante o dia, antes daquela reunião, depois daquela prova de 28 questões que te deixou até sem saber o seu próprio nome. Se você orar em línguas (ou tomar frases de versículos e declarar de volta para Ele), se você conversar com Ele parado no “maravilhoso” trânsito, Ele diz que haverá uma recompensa. E não é qualquer tipo de recompensa – ela será PÚBLICA, visível e externa. Não para jogar na cara de ninguém ou para demonstrar a sua profundidade, mas a tua vida se torna tão irresistível para Deus que as bênçãos que Ele derramará e as mudanças que serão geradas no teu interior, pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus, serão visíveis. Então, você quer crescer? Ore. Você quer aquela ideia de um milhão de dólares? Ore. Você quer ver transformação real? Ore.

Orar sem cessar

Por isso tudo, as regras do jogo forma mudadas. Dessa forma, a oração passa a ser parte do meu dia a dia e não apenas uma tarefa semanal eclesiástica. De repente, Deus está em todo momento, e eu não mais deixo-o para trás no domingo na Igreja ou no meu quarto depois da minha leitura bíblica… E, sem perceber, vivo orar sem cessar. Chocante? Sim, e totalmente alcançável. Como eu sei disso? Foi dica de Jesus.