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Sobre o autor

Letícia Ribeiro

São muitas distrações

Tenho pensado muito sobre a realidade do mundo que nós vivemos atualmente. Um mundo completamente globalizado, interligado e disponível a nós instantaneamente, na ponta dos nossos dedos. Certamente nenhuma outra geração teve tanto acesso a informação nas mais diversas áreas do conhecimento como nós temos hoje! Entretanto, nenhuma outra geração, em toda a história, correu tanto risco de ter uma atenção desinteressada, como nós temos hoje! Da mesma forma, nunca os cristãos foram tão bombardeados por tantas distrações como nós somos hoje, distraindo nossa atenção do Grande dia. 

Temos uma certa dificuldade em tudo que requer de nós atenção. Quando conseguimos focar em algo, em pouco tempo e com muita facilidade encontramos algo que desperte mais o nosso interesse. Assim, perdemos a atenção. São muitas distrações! 

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

Muitos dizem que as escrituras são muito antiquadas e que não podem ser aplicadas na atualidade, sobretudo no mundo em que vivemos. Isso não me parece verdadeiro, pois o que vemos na Bíblia são alertas constantes do tipo “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Frases que não podem ser mais atuais, principalmente quando constatamos que esta é uma geração de atenção desinteressada. Se formos sábios, ouviremos com atenção o que quer que Jesus diga, especialmente o que ele diz repetidamente. E nesse caso, ouvir é exatamente o que ele está nos dizendo para fazer.  

Obviamente, se não prestamos atenção suficiente naquilo que a palavra de Deus nos diz, não entenderemos. Perderemos qualquer capacidade para entender o que devemos fazer. E quando não sabemos o que fazer, ficamos desorientados e sujeitos à nossas próprias vontades.

O Grande Dia

Neste sentido, eu gostaria de ressaltar um texto em especial, que está em 2 Pedro, capítulo 3 que fala de algo que as sagradas escrituras frequentemente pedem a nossa atenção, o Dia do Senhor, e sobre como devemos nos preparar e aguardar este Grande Dia. 2 Pedro 3 inicia trazendo à memória do leitor que nos últimos dias os escarnecedores e aqueles que vivem para suas próprias concupiscências e impiedades serão julgados e condenados, relembrando ainda que o Senhor não se retarda em suas promessas e que o Seu Dia virá como um ladrão, inesperadamente. 

Os versos 11 e 12 de 2 Pedro 3 claramente nos orientam:

“Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão.” 

 

Santo procedimento e piedade

A certeza da Segunda Vinda de Jesus e do Juízo Final devem impactar o cristão e a forma como ele vive! É nosso dever viver em santo procedimento e piedade, ou seja, a expectativa da volta de Cristo deve nos motivar a ter uma vida pura e irrepreensível. Devemos também esperar e apressar a sua vinda. Isto significa dizer que não podemos estar desatentos enquanto esperamos e que temos que ser diligentes em apressar a sua vinda. E como podemos apressar a sua vinda? Através da oração!! 

Jesus nos ensina a orar com a oração do Pai Nosso (Mateus 6.9-13), na qual, o primeiro pedido é a intercessão e súplica pela glória de Deus e pelo triunfo do Seu Reino e vontade revelada. Além disso, Apocalipse 22.17 diz “O Espírito e a Noiva. Dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.”  Claramente, além de viver uma vida santa, piedosa e justa, precisamos nos posicionar no lugar da oração, clamando para que o Reino de Justiça venha à Terra e o Justo governe! 

 

Geração que bate insistentemente à porta

Que possamos ser a geração que bate insistentemente à porta (Lucas 11.9) e que cumpre a tarefa de encher as taças de ouro com incenso (Apocalipse 5.8) até que o Senhor venha com a Sua justiça! Que Deus não permita que estejamos distraídos a ponto de negligenciarmos a nossa responsabilidade de viver em santidade enquanto aguardamos e apressamos o Seu retorno!

 

No dia 19 de Agosto teremos o lançamento do novo álbum da Fhop Music – “Batendo à Porta“, e queremos te convidar a engajar conosco neste clamor: MARANATA!

Por isso, para não perder nada desse lançamento, queremos te convidar a fazer a pré-save no Spotify, plataforma de streaming onde a música estará disponível no dia 19 de Agosto. Dessa forma, fazendo a pré-save você ficará por dentro de todas as novidades que estamos preparando e terá acesso a um conteúdo exclusivo da Fhop Music.

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Como lemos na primeira parte do estudo e você pode saber mais clicando aqui, compreendemos o começo do Salmos 2 e o seu contexto histórico.

Agora, nessa segunda parte, veremos os dois últimos atos desse Salmos: Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião; Proclamação do decreto e concessão de domínio e Admoestação aos reis hostis.

Esperamos que esse estudo possa falar ao seu coração!

 

“Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.
Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão.
Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.
Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra.
Servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor.
Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.” Salmos 2:7-12

 

Proclamação do decreto e concessão de domínio

No terceiro ato de Salmos 2, o texto nos mostra o Senhor proclamando, tornando público seu decreto solene a autoritativo referente ao pacto davídico, concedendo ao Filho o domínio das nações estrangeiras.

No seu anúncio, Deus reforça que o rei davídico é um filho por um anúncio de nascimento, que simboliza a posse ou a coroação do rei Ungido, o que contemplava também o entendimento do Antigo Oriente de que os reis são filhos dos deuses.

Deus então declara que gerou e estabeleceu seu Filho como rei e assim é o único que tem o direito receber a sua possessão – neste caso, a criação – como herança.

Interessantemente, aqui a herança está em dependência do pedido por ela, ou seja, Deus ordena ao rei Ungido que peça por sua herança, indicando a importância da oração para o cumprimento da promessa.

Como consequência deste relacionamento e da filiação do rei com Deus, o Criador sujeita todos os povos à autoridade de seu filho. Já que, na cultura do Oriente Antigo e também no Antigo Testamento, o senhorio estava intimamente associado à filiação. Sendo assim, o reinado de Davi anuncia a promessa do rei escatológico que seria esperado através da sua descendência e que se estabeleceria para sempre na pessoa de Jesus Cristo.

O Reinado do Filho de Deus

O tempo determinado na frase do verso 7 como “hoje” remete ao presente, já que na eternidade, onde o Senhor habita, não há passado, porque aquilo que é eterno existe sempre.

Por isso, a autêntica fé prega a geração eterna do poder e da sabedoria de Deus, que é o Filho unigênito.

Na eternidade o domínio do Filho já é completo, pois o decreto de Deus é irrevogável. Mas no tempo kronos, o reino foi inaugurado pelo Filho que trouxe redenção por meio da obra da cruz, morreu, ressuscitou, e irá retornar para a consumação dos tempos, onde Ele destruirá todo mal e estabelecerá seu Reino.

Vivemos hoje na realidade de um reino que já foi inaugurado com a primeira vinda do Filho. Mas que será plenamente consumado na sua segunda vinda, quando haverá o estabelecimento literal do reinado do Filho de Deus na terra em Sião. Em que todos os reis da terra, todos povos, tribos, e nações se prostrarão à Ele e então teremos o cumprimento do Salmo 2 de forma completa.

No clímax do seu decreto, Deus proclama seu mandato para despedaçar – como vasos de barro – os rebeldes. Fazendo um paralelo com a prática egípcia, de formalmente amaldiçoar pessoas e cidades em um ritual, que envolvia escrever o nome da pessoa ou da cidade na imagem de um vaso de barro ou cerâmica. E depois que a maldição era pronunciada, o vaso era despedaçado. Desta forma o Senhor ilustra como será o Dia do Juízo.

Admoestação aos reis hostis.

No último ato de Salmos 2, o autor do Salmo usa sua voz para falar às nações.  E apesar do tom ameaçador, Davi faz a sua advertência com uma grande medida de graça, pois estende a salvação de Deus para além dos limites do povo do pacto. Ou seja, para os gentios, e faz o mesmo estendendo a Palavra de Deus para todas as nações.

Davi pede prudência aos reis da terra, e aconselha que eles sirvam ao Senhor.  O  verbo “servir” no original hebraico tem o mesmo sentido de adorar, reconhecendo a Deus como Senhor de toda existência. Além disso, servir com temor, ou seja, sendo fiel à Ele como Deus da aliança, e exultem nele com tremor, ou seja, com reverência e respeito.

Ao aconselhar que os governantes beijem o filho, ele simboliza a submissão do povo e reverência ao rei. De fato, no Antigo Oriente, os reis vassalos – aqui representados pelos “reis da terra” – beijavam a terra antes de beijarem os pés do suserano em sinal de submissão.

Para Lutero:

“a verdadeira adoração a deus é beijar o Filho, ou seja, adorá-lo de forma que você não contempla nada no céu e na terra à parte dele, e não crê em nada mais que ele”.

 

Concluindo

Os reis pagãos assaltam a santidade de Deus ao se rebelarem contra seu reinado justo e sua propriedade santa (seu filho), desonrando sua pessoa e assim incitando sua ira e justiça. O perverso e o ímpio não têm temor de Deus porque desprezam a sua ira contra eles.

O verbo “acender/inflamar” sugere que a ira divina será manifestada com o fogo. Ele eliminará todo orgulho da terra, e que acontecerá na consumação no Dia do Senhor.

Davi então conclui seu discurso oferecendo a salvação de Deus para todos os que buscam refúgio no Deus de Israel, pois se de Deus vem a destruição, dEle também vem a salvação.

A liturgia de coroação que é ricamente descrita neste Salmo se encerra com a misericórdia de Deus superando a sua ira.

 

Neste estudo bíblico, vamos abordar o contexto histórico e compreender exatamente o que significa o texto de Salmos 2. Podemos dividi-lo em quatro partes para melhor compreensão de todo o texto.

Nesse estudo veremos as primeiras partes do salmos 2: A conspiração de reis hostis que querem derrubar o reino de Deus e seu rei Ungido; Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião;

Esperamos que esse estudo bíblico possa edificar a sua vida

 

O livro de Salmos faz parte da literatura sapiencial, ou seja, são livros de sabedoria, e também são caracterizados como poéticos, em função de sua estrutura literária.  Todo livro ou texto de sabedoria tem como propósito o ensino e a instrução a um povo. E especificamente para o povo judeu, a sabedoria era expressa na habilidade de viver, aplicando os poderes de observação, as capacidades do intelecto humano, as experiências e o conhecimento ao cotidiano. Ou seja, explora o mais profundo da experiência humana de uma forma muito pessoal e prática.

Neste sentido, os Salmos foram escritos para serem entoados com o acompanhamento de instrumentos de corda. E serviram como hinário do templo e guia devocional para o povo judeu – foram a grande escola de oração que levou o povo à adoração. A história de Israel foi moldada pelos livros de sabedoria e sustentou o povo no seu relacionamento com Deus.

Contexto histórico de Salmos 2

A canção SALMOS 2 tem como pano de fundo, como o nome já indica, o texto de Salmos 2, ou Salmo segundo como foi identificado em At 13:33 e sua autoria foi atribuída à Davi.

Muitos estudiosos afirmam que o Salmo 2 é uma continuação do Salmo 1, e que originalmente formavam uma única referência, mas foram separados na Septuaginta (tradução da Bíblia Hebraica para o grego). Este Salmo é uma requintada peça artística que retrata de forma riquíssima uma das maiores promessas que YHWH fez ao seu povo, a aliança davídica, por meio da qual o Senhor estabeleceria eternamente o trono de Israel para a descendência de Davi (2Sm7).

Este Salmo possui 4 grandes atos: A conspiração de reis hostis que querem derrubar o reino de Deus e seu rei Ungido; Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião; Proclamação do decreto e concessão de domínio e Admoestação aos reis hostis.

A conspiração de reis hostis que querem derrubar o reino de Deus e seu rei Ungido

Salmos 2 inicia diretamente no tema que quer abordar e o Por que inicial define o tom desta abordagem – o espanto e a indignação diante da estupidez daqueles que conspiram contra a própria extinção.

Na primeira parte desse texto o salmista expõe a história que começa com os reis que se opõem ao Rei escolhido, ao Ungido de Deus, e tramam contra seu reinado.

No Antigo Oriente, reis geralmente se revoltavam com a coroação de um novo governante estrangeiro, e por vezes declaravam guerra a ele, e este era o intento das “nações” e “povos” representados pelos “reis da terra” e seus “governantes”.

Assim, o mundo inteiro, sem exceção, opõe-se ao reinado de YHWH e seu rei. Ora, quem se rebela contra o rei instituído por Deus, rebela-se também contra Deus (Rm 13.2).

O rei Ungido

Cabe lembrar que na época, o rei era uma representação divina. Nos salmos o termo Ungido designa os herdeiros do trono de Davi, descendência real instituída por Deus, raiz da qual surgiu Jesus Cristo.

Entretanto, a conspiração maliciosa dos governantes e povos não passa de uma revolta fútil, sem a menor chance de êxito, pois por trás do rei de Israel está o trono do céu, e o Deus Todo Poderoso.

Esta parte do Salmos 2 também é um prelúdio ao Calvário, conforme o texto bíblico:

“que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram”. At 4.25-28

A tentativa de frustrar o propósito divino de salvar o seu povo e exaltar o seu Ungido, arquitetada pelos reis e governantes, aos seus olhos foi bem sucedida. Porém, Deus mostra que Seu plano é perfeito e que Ele é Soberano, transformando o intento dos hostis mera futilidade.

 

Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião

 Ao perceber o desafio insensato e despropositado à autoridade divina, Deus não brinca com os governantes do mundo. Mas fala de modo irado devido à guerra que travam contra o seu justo reinado e seu sagrado rei.

O segundo ato de Salmos 2 começa com o Senhor entronizado nos céus e termina com seu rei Ungido no “meu monte santo”, representando a transcendência de Deus sobre toda a terra e a sua imanência na pessoa do rei Ungido que estende o Seu domínio sobre toda a terra.

O Senhor zomba daqueles que acreditam que podem intentar contra ele expressando seu desprezo e ira contra eles. Ao mesmo tempo em que enfrenta a oposição mundial ao seu império, declarando soberanamente que Ele estabelece o seu rei na cidade que Ele escolheu, – o  Senhor elegeu o rei davídico e escolheu Sião como a cidade real. A partir do momento em que Davi conquista a cidade de Jerusalém, habita nela e traz consigo a arca da aliança, local em que, anos depois, também seria construído o templo.

Continua na parte 2.

Ficou interessado em compreender as outras duas partes do Salmos 2? Fique atento no próximo texto.

Uma das parábolas de Jesus mais conhecidas é a Parábola das dez virgens, descrita em Mateus 25:1-13. Essa parábola está localizada entre outras duas – a parábola do servo bom e do servo mau e a parábola dos talentos. Como a Bíblia está dividida em capítulos e versículos, temos a impressão que há um corte na narrativa entre a parábola dos dois servos e a parábola das dez virgens. Porém, essa interrupção não acontece, e precisamos ler a narrativa destas três parábolas em sequência, pois elas são complementares e enfatizam aspectos diferentes da mesma lição que Jesus está ensinando.

O que a Parábola das dez virgens nos ensina

Ao longo da história da Igreja, muitas teorias surgiram (e ainda surgirão) sobre a descoberta do período específico em que acontecerá a Segunda Vinda de Cristo. Na sequência dessas três parábolas o próprio Jesus reafirma o que está escrito um pouco antes em Mt 24:36 – que o dia e a hora do seu retorno ninguém sabe – e nos proíbe de fazermos tal presunção.

Enquanto a parábola do servo bom e do servo mau nos ensina que não devemos supor que Cristo voltará de forma antecipada ao que esperamos, mas que devemos estar prontos para Ele a qualquer momento, a parábola das dez virgens nos ensina o contrário, ou seja, que não devemos ser pegos de surpresa se, de fato, Ele se atrasar. Isso nos ensina que devemos estar com a nossa expectativa ajustada e equilibrada, vivendo em prontidão, enquanto aguardamos o Seu retorno.

Viver em prontidão, significa que precisamos permanecer pacientes, fiéis e diligentes por mais que nos pareça que Cristo possa estar adiando o seu retorno. A parábola das dez virgens nos ensina que precisamos estar preparados, quer ele volte agora quer espere outros mil anos. E enquanto esperamos, precisamos permanecer fiéis às nossas responsabilidades.

 A festa nupcial

Jesus conta a história de um casamento grandioso, que terá um grande banquete nupcial, sugerindo que os noivos provêm de famílias nobres e que se trata de um evento muito importante. Esse é um casamento judaico – é muito diferente do casamento que conhecemos em nossa cultura – e acontece em três fases: a promessa (firmado entre os pais dos noivos mediante um contrato), o noivado (promessa pública e troca de presentes entre os noivos, a partir daí o casamento só seria desfeito mediante divórcio) e a festa nupcial (é a celebração do casamento, que poderia acontecer até 1 ano após o noivado, podendo durar vários dias).

A história relata o primeiro dia da festa nupcial. A chegada do noivo marcaria o início e o ápice da celebração do casamento, o momento mais glorioso. Na tradição judaica, as dez virgens são as madrinhas (afinal, era um casamento judaico e não um casamento poligâmico –as virgens não são para o noivo – aliás, você reparou que a noiva não aparece na história?). Cabe aqui uma desmistificação: a palavra “virgens” utilizada no texto, era utilizada na época de Jesus para indicar castidade e pureza, mas também tinha seu uso muitas vezes em referência a jovens solteiros, a exemplo de 1 Corintios 7:25.

O papel das madrinhas na festa nupcial

As madrinhas têm uma função muito nobre: sairiam para receber o noivo e acompanhá-lo com as suas lâmpadas em seu trajeto pelas ruas até o seu destino, iluminando a sua entrada triunfal na festa nupcial. As madrinhas deveriam trazer glória para o noivo!

Geralmente, não se sabia qual a hora que o noivo chegaria ao casamento. A responsabilidade das virgens era muito grande, pois o casamento acontecia à noite, e era iluminar a chegada do noivo ao casamento garantiria a honra e a glória dele. Entretanto, cinco delas não se prepararam adequadamente para este dia, e não levaram óleo extra, o que seria óbvio, pois para manter uma tocha acesa era necessário o óleo. Elas não fizeram o óbvio, não usaram o senso, foram insensatas. Ora, o que poderíamos esperar de uma madrinha de casamento? Que ela, ao menos, vestisse uma roupa adequada à cerimônia. Mas a atitude dessas madrinhas, seria equivalente a elas irem ao casamento vestindo pijamas! Ou seja, não cumpriram com o mínimo que era esperado delas!

O resultado da insensatez

Mas, voltemos à história. Algo acontece, e o noivo se atrasa muito. As virgens apagam suas lâmpadas e adormecem. Ao ouvirem o anúncio de que o noivo estava a caminho, elas despertam e preparam as suas lâmpadas para sair ao encontro do noivo. Neste momento, a realidade é dura com as cinco madrinhas insensatas. Elas percebem que não poderão cumprir com sua responsabilidade e poderiam atrapalhar toda a cerimônia! Elas saem em busca de óleo e acabam perdendo o cortejo e a oportunidade de honrar e glorificar o noivo.

Agora, nada mais poderia ser feito. O noivo chega, entra na festa nupcial, juntamente com as virgens prudentes, e a porta foi fechada. Porém, a história nos relata que as cinco madrinhas insensatas retornam, e batem à porta, suplicando para que o noivo as deixasse entrar. Porém, elas perderam sua chegada, por isso, foram excluídas da festa nupcial. Elas deveriam ter se preparado para um possível atraso, mas foram insensatas, e descumpriram seu único dever como madrinhas, e agora, estavam atrapalhando a celebração.

A resposta do noivo

A resposta do noivo é assustadora: “A verdade é que não as conheço”. Isso é um eco assombroso daquilo que Jesus dirá aos hipócritas religiosos no juízo final: “Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!” conforme o que está escrito em Mateus 7:23. A resposta dele também remete a Lucas 13:24-28, onde Jesus fala sobre a porta estreita. Nesta parábola Jesus fala sobre o Reino que será semelhante às dez virgens, nos mostrando que há uma sentença de juízo para aqueles que são infiéis quando chegar o dia do retorno do nosso Senhor.

É uma resposta à pergunta dos discípulos – “quando Senhor?”. Por fim, Jesus deixa claro:

“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”.

Pode ser que Sua vinda seja rápida, pode ser que demore. O fato é que precisamos estar preparados. As parábolas enfatizam a justiça e o juízo contra os infiéis, as também revelam que, para aqueles que foram fiéis, há um reino que foi preparado como herança desde a criação do mundo! Não há somente juízo na mensagem das parábolas! Há também um banquete preparado pelo noivo!

A grande questão é: será que somos como as madrinhas prudentes?

Nossa vida e nossos frutos atestam nossa prudência ou a nossa tolice? O apóstolo Pedro conclui o que aprendeu neste dia – ele foi um dos que fez a pergunta a Jesus – e registra em 2 Pedro 3:11-12 que tipo de pessoa devemos ser enquanto aguardamos a vinda do nosso Senhor: “vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda”.

Que nossos corações anseiem enquanto aguardamos o Grande Dia do Senhor, e que estejamos empenhados para sermos encontrados por Ele em paz, imaculados e inculpáveis. Estejamos preparados!

A história das Parábolas

As parábolas de Jesus revelavam histórias extremamente simples, e por meio destas metáforas, Ele transmitia lições espirituais profundas. Havia motivos pelos quais Jesus falava por meio de parábolas, e em Mateus 13:10-15, temos a explicação do próprio Cristo acerca disso. Nesta passagem Jesus nos traz a informação de que havia uma profecia feita em Isaías 6:9-10 e que seria cumprida através das suas parábolas. Em 1 Corintios 2:7-8, Paulo nos traz uma informação que está intimamente ligada ao uso de parábolas: Jesus falou em parábolas, também, para que os poderosos não entendessem a sua mensagem, pois se a compreendessem, não o teriam crucificado.

Portanto, elas ilustravam e traziam a verdade para aqueles que tinham ouvidos para ouvir, mas tinham o efeito contrário para aqueles que se opunham e rejeitavam a Cristo. As parábolas traziam o juízo divino para os descrentes, o que continua sendo válido nos dias de hoje. E também demonstram a grande misericórdia de Deus ao viabilizar a nossa redenção através da sua graça, mediante a obra da cruz.

Em muitas oportunidades Jesus explicou as suas parábolas justamente porque aqueles que ouviam não conseguiam compreendê-las. E quantos questionamentos e interpretações diferentes surgem acerca delas até os dias de hoje! Atualmente, temos uma barreira ainda maior para a compreensão das parábolas, pois vivemos na contemporaneidade, em uma grande distância cultural e histórica do texto, dificultando ainda mais a sua interpretação. Por isso, é muito importante ao lermos as parábolas, buscarmos compreender o que elas realmente estão informando, pesquisando o seu contexto histórico-cultural e sua mensagem.