Fhop Blog

Os Valores do Reino: Generosidade e Compaixão

Devocional

Uma das experiências mais incríveis que podemos ter como cristãos, é conhecermos o real significado de generosidade e compaixão. Pois, dessa forma, podemos saber como sente o coração de Deus. Afinal, o que a Bíblia tem a nos ensinar sobre generosidade e compaixão? E como temos caminhado tendo esses valores como centro de nossas ações?

Não sei se você já passou por necessidades intensas, onde se via sem saída e precisando de um grande milagre. Talvez, em alguns desses momentos, alguém em seu caminho foi a mão que te amparou em graça generosa e profunda compaixão. Apenas quem foi suprido assim, reconhece o valor dessas ações.

No dicionário on-line de Português, podemos encontrar a seguinte definição sobre generosidade: “Característica da pessoa generosa, de quem se sacrifica em benefício de outra pessoa; Ação generosa; comportamento que expressa bondade. Em que há prodigalidade, abundância, fartura; liberalidade.”

Vejamos alguns exemplos de como a Bíblia expressa generosidade e compaixão:

O Bom Samaritano

A Parábola do Bom Samaritano é profundamente tocante. Pois, ela nos ensina que os princípios do reino de Deus não estão estabelecidos naquilo que falamos e nem mesmo sobre nossas funções, mas sobretudo, em como agimos.

Lucas 10.25-37 nos narra que Jesus contou essa Parábola quando estava sendo colocado a prova por um perito da lei. Pois, seu intuito em questionar não era sobre sua preocupação em obedecer a Deus, o que ele desejava, era testar a Jesus.

Na Parábola, vemos um homem sendo assaltado, espancado e deixado para morrer na beira do caminho. Duas pessoas passam pela vítima e nada fazem. O Sacerdote e o levita, que eram os homens que seguiam a Deus, preferem se manter distante de um problema que não eram deles.

Quem sabe, também temos medo de nos envolvermos em problemas que não são nossos. Muitas vezes, preferimos nos afastar e evitar complicações. Mas, esse não é nosso chamado divino. Nosso chamado é para nos envolvermos e sermos resposta diante das situações humanas. Então, precisamos refletir o quanto temos agido com generosidade e compaixão.

Amando como Jesus

Quando penso em generosidade me lembro de alguns cristãos que conheci e que amam o próximo de uma maneira extremamente abnegada. Muitas dessas pessoas abriram mão de seus próprios confortos pessoais e se arriscaram a ajudar alguém, mesmo sendo isso um risco. Não estou dizendo com isso, que devemos ser imprudentes e loucos. Mas, se pensarmos na Parábola do Bom Samaritano, vemos este homem pagando por uma conta que não era dele. Ele escolheu se responsabilizar por aquele que não podia cuidar de si próprio.  

E, não foi isso também que Jesus fez por nossas próprias vidas? Afinal, Ele se despiu de sua glória para se tornar homem como nós e nos salvar dos nossos pecados. Jesus derramou sua vida na cruz para que pudéssemos ser livres. Sendo rico, se fez pobre, por amor a cada um de nós.

“Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos.” 2 Coríntios 8:9

Eu cresci em uma família cristã, meu pai é um evangelista. Muitas vezes, a porta da nossa casa se fez aberta para pessoas desajustadas e as margens da sociedade. O que era difícil para entender quando criança, inclusive o dividir, faz todo sentido agora. Ainda me lembro de alguns rostos e muitas histórias, sei que pessoas foram transformadas e nós com certeza, muito mais abençoados que eles.

Generosidade e Cobiça

“O cobiçoso cobiça todo dia, mas o justo dá e nada retém.” Provérbios 21.26

Todos precisamos sonhar e ter metas na vida. Mas, não devemos inchar nosso coração com a cobiça e o desejo de apenas possuir coisas, status e posição para nós mesmos. Onde está o nosso tesouro, aí também estará o nosso coração (Mateus 6.21). E sabemos que não podemos servir a dois senhores: A Deus e as riquezas (Mateus 6.24).

É claro que não devemos pensar em generosidade e compaixão apenas em termos de dinheiro. Pois, ninguém está excluído de exercer os valores do reino. Ser generoso e exercer compaixão não é sobre uma quantidade, mas é sobre o coração. Pois todos podemos participar independente das limitações de nossos recursos.

Deus é tão graciosa, que não damos pelo que temos, mas, pela fé que possuímos. Não damos aos outros quanto nos sobra, mas damos porque sabemos que essa é a vontade de Deus. Somos generosos porque Deus é generoso em tudo o que faz.  

“Que variedade, Senhor, nas tuas obras! Fizeste todas elas com sabedoria; a terra está cheia das tuas riquezas” Salmos 104.24

Missões, Generosidade e Compaixão

Talvez você já tenha ouvido inúmeras histórias de missionários e como Deus milagrosamente supriu suas necessidades em momento oportuno e de forma extraordinária. Essas histórias são verdadeiras. Deus é um bom Pai e que cuida de seus filhos, inclusive daqueles que estão em missões.

Então, devemos pensar nas motivações de nosso coração em relação às ofertas missionárias. Não devemos dar por necessidade ou pena, mas por amor a obra de Jesus. A obra que Ele nos comissionou a fazer: Ir por toda a terra proclamado o seu reino, até que todos O conheçam.

Um excelente modelo que devemos seguir, quanto a sermos generosos em missões, é descrita por Paulo em 2 Coríntios 8.2: “a profunda pobreza deles transbordou em grande riqueza de generosidade”. Independente da realidade financeira da Igreja da Macedônia, ela demonstrou generosidade para com o Ministério de Paulo. E como Igreja Brasileira, como temos agido?

Ações Práticas

Fomos inspirados pela história do bom Samaritano e chamados a nos envolvermos com as causas através de um coração generoso e cheio de compaixão, tanto pelos perdidos e como por aqueles que estão ao nosso redor.

Não somos generosos apenas quanto a dinheiro, mas também podemos doar nosso tempo e habilidade. Não doamos a missões por pena ou dó, mas porque acreditamos na obra da redenção e obedecemos a ordem de Jesus para ir e anunciar as boas novas de seu reino.

Então, nesta semana responda a este ensino fazendo algo generoso para alguém. Pode ser um conhecido ou mesmo alguém que você esteja vendo pela primeira vez. Lembre-se: “Mais bem-aventurado é dar do que receber. (Atos 20.35). E não esqueça de nos contar como foi essa experiência para você. 

Eclesiastes 3

Hoje vamos falar sobre o poder que o tempo tem de nos formar com base em Eclesiastes 3. O início do livro de Eclesiastes nos traz uma perspectiva sobre o sentido da vida e, logo nos primeiros versos vemos Salomão falando que tudo na vida é vaidade.

Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade – Eclesiastes 1:2

 

O livro de Eclesiastes traz muito mais do que uma simples constatação da limitação da nossa vida, muito mais que uma visão fatalista ou uma visão determinista da realidade a qual estamos inseridos. Fala de uma limitação humana que todos nós nos deparamos. Salomão, aquele que escreveu o livro de Eclesiastes, um homem que foi um dos maiores sábios da Bíblia, constatou que tudo o que ele teria construído na sua vida também seria vaidade. Nos primeiro 1 e 2 ele nos fala de vaidades de vaidades. A poesia hebraica usa palavras repetidas para dar o sentido de superioridade, de destaque. Vaidades além das vaidades, uma vaidade suprema.

Salomão fala do sentimento de inutilidade em permanecer trabalhando, em permanecer fiel. Ele questiona os motivos de continuarmos trabalhando, enquanto sabemos que, ao morrer, nada será levado conosco. Ao falar do tempo, muito se fala da tortura que é viver sabendo que o tempo passa. Saber que existem dias, horas, segundos. O tempo não pode ser resgatado, e é impossível voltar atrás para ganhá-lo de volta.

Todos nós corremos atrás do tempo.

Corremos atrás do tempo no trabalho, da vida, de diversão, de realizações, de conquistas. Porém, muitas vezes esquecemos que há também o tempo de derrotas, fraquezas e silêncio. É difícil lidar com algo que parece estar escondido, porque sobre essas coisas não temos controle. 

Tudo tem uma ocasião certa, e há um tempo certo para todo propósito debaixo do céu. Tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de deixar de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora; tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de ficar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz.Eclesiastes 3:1-8

 

Esse é um poema formado por 14 pares de contraposições e a primeira coisa que precisamos entender está no primeiro versículo – existe sabedoria na soberania de Deus em nos dar o tempo que temos. 

Quando dizemos que não temos tempo pra nada, existe algo que está em desordem: não estamos conseguindo administrar o tempo que o Senhor nos deu. A ênfase no texto não diz que existe um tempo para acontecer aquilo que nós desejamos, mas que há um tempo determinado porque há um Deus soberano que controla o tempo. Achamos que o tempo que estamos construindo é conforme nós queremos, e por isso nos frustramos, porque esse tempo é referente àquilo que Deus preparou. 

Quando nossas mentes estão no futuro, não conseguimos viver no presente. Esse é um dos maiores males que carregamos: nossos olhos estão fixos no futuro que ainda não aconteceu. Viver no futuro, considerando os problemas do passado e estando no presente é algo traumático. Quando vivemos dessa forma, as feridas do passado, a urgência do presente e a ansiedade do futuro nos perseguem. 

Deus não tem pressa.

Deus não tem pressa, Ele faz tudo dentro do Seu tempo. A vinda e morte de Jesus são o exemplo perfeito disso, pois toda a vida dEle foi pautada no tempo certo de todas as coisas acontecerem.

Enquanto a terra durar, não deixará de haver plantio e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite.” Gênesis 8:22

Essa fala vem logo depois do dilúvio e da aliança que o Senhor faz com Moisés, prometendo jamais destruir a terra com água outra vez. Esse versículo é uma promessa: enquanto a terra durar, haverá frio, calor, chuva, sol, dia e noite. Quando passamos pelo inverno, desejamos que chegue logo o verão, quando chega o verão, sentimos falta do inverno. Nós temos dificuldade em lidar com as estações. 

Os cultos pagãos acreditavam ter poder de controlar aquilo que a própria natureza construía. Através de seus ritos, buscavam modelar o tempo a seu bel prazer. Dentro da própria Igreja vemos campanhas que visam adiantar ou atrasar o tempo de Deus conforme os nossos desejos. Muitas vezes esses movimentos dentro da Igreja vêm de corações legítimos, que de fato desejam buscar o Senhor. Porém, precisamos estar convictos de que o tempo do Senhor é perfeito e Ele não erra.

Acalmemos nosso coração.

Nós estamos inseridos em um período de tempo, e não temos como fugir dele. Acalmemos nosso coração, pois tudo acontecerá conforme o plano soberano de Deus. Servimos um Deus que está cuidando de nós, independente do que aconteça. 

Deus constrói um tempo de espera para a própria terra dar seus frutos. Ela precisa descansar e então há um tempo específico onde a terra estará preparada para frutificar novamente. Sempre que se tenta plantar algo fora da época correta, esse trabalho é em vão. As sementes lançadas são jogadas fora. Precisamos perceber quando o terreno está fértil para então lançar as sementes. 

Nós temos a visão unidimensional de Deus. Sempre olhamos para uma visão só do Senhor. Pensamos em Deus como aquele que planta, rega e colhe e esquecemos que Ele também é aquele que poda, arranca e mata. Existe um Deus que planta e prospera, mas que também arranca e mata aquilo que precisa ser morto. Quando temos a visão completa de Deus, O vemos como aquele que faz desabrochar a flor mas também como aquele que a arranca da terra.

O Deus que dá a vida é o mesmo que a tira. 

E eu vos contarei o que hei de fazer à minha vinha: Tirarei a sua cerca para que sirva de pastagem; derrubarei a sua parede para que seja pisada;” Isaías 5:5

O mesmo Deus que prometeu uma terra próspera ao Seu povo também foi o que anunciou (e executou) sua destruição. Ele é o Deus que levanta e que derruba. Ele faz todas essas coisas, dentro do Seu tempo.

A maioria das pessoas usa Eclesiastes para descrever o caráter de Deus. E, de fato, estamos falando do caráter soberano do Senhor. Se Deus é soberano sobre as estações, então Cristo é o Senhor do tempo. Por meio da Sua ressurreição, Ele rege toda a eternidade. Jesus veio no tempo da plenitude, ou seja, no tempo determinado para a Sua vinda. Nem mais cedo, nem mais tarde, Ele veio no tempo exato.

Ora, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu pelos ímpios no tempo adequado.” Romanos 5:6

Nós não sabemos qual será a próxima estação da nossa vida, mas isso não deve nos levar ao desejo de controlar o tempo, porque não temos esse poder.

Espere pelo tempo de Deus

Confie que Deus conhece o tempo certo para todas as coisas. Se confiamos nEle, precisamos confiar que Ele sabe o que faz com o tempo. Se você está em um momento de espera, espere. Quando compreendemos que o momento é de espera, de aguardar o Senhor falar, então devemos esperar. Somos chamados a andar em fé, e isso significa permanecer na vontade do Senhor, ainda que isso signifique ficar em um lugar de espera.

Viva sua vida sabendo que há um tempo para morrer

Todos nós temos um tempo determinado para morrermos. Este momento já está definido. Quem determina se ainda temos algo a fazer na terra ou não é o Senhor. Muitos creem que “quem tem promessa não morre”, mas não é isso que define quando morreremos.

Faça bom uso do tempo que tiver

A Bíblia fala de remir o tempo e usá-lo para a glória de Deus. Isso significa usar bem nosso tempo, priorizar as coisas que devem ser priorizadas e não desperdiçar nosso tempo. Precisamos de tempo para comer, para dormir, para trabalhar, para descansar. Não devemos ignorar aquilo que nos foi imposto.

Da mesma forma que há tempo para começar algo, também existe o tempo para terminar algo. É difícil administrar isso, mas temos o Espírito conosco. Não temos o poder de controlar o tempo, mas com a ajuda do Senhor podemos usá-lo com sabedoria.

No tempo dEle, aquilo que Ele estabeleceu acontecerá, de acordo com a Sua boa, perfeita e agradável vontade. 

Cultivando uma vida de oração

“Está escrito: ‘A minha casa será chamada casa de oração’; Mateus 21:13

Qual é a imagem que vêm à sua mente ao ler e ouvir sobre ser casa de oração? Na prática, como é para você cultivar uma vida de oração? Talvez o estereótipo que vem à mente é de alguém que vive numa bolha ou realidade paralela e seja super espiritual. E talvez se você acompanha os nossos turnos de oração, pode ser que já tenha tido uma ansiedade misturada com frustração, pela vontade de também ter a oportunidade de passar longas horas do dia num ambiente assim.

Não vou negar que é fantástico o privilégio de poder interceder com parte do Corpo de Cristo e ter um ambiente, como a sala de oração, para isso. Além disso, acredito que o Senhor chama pessoas para viverem integralmente e ministrar a Ele e ao seu povo, num contexto de sala de oração. Mas, até mesmo os missionários intercessores precisam ter uma vida de oração e intimidade com o Senhor que vai além da sala de oração, precisa ser expressada em sua vida diária.

Está acessível para todos nós.

Então, o ponto central da minha conversa com você hoje é que uma vida de oração está acessível para todos nós, cristãos, não é um chamado para pessoas super espirituais ou para vivermos em uma bolha. Porém, é um convite do Senhor em sermos os seus amigos, estarmos atentos a Sua voz e mantermos o diálogo com Ele em meio às nossas rotinas. 

Sem dúvidas, para cultivar uma vida de oração é preciso diligência. No entanto, não deve ser confundida com um estilo de vida impossível de ser alcançado ou para um grupo seleto de cristãos. Mesmo agora, enquanto escrevo esse texto, estou enfrentando dificuldades em cultivar uma vida diária de oração. Estou ainda lutando para ter mais diligência e descobrindo como me relacionar com o Senhor nessa nova fase.  – Após quase três anos servindo em uma sala de oração, agora estou vivendo num contexto de missão transcultural em um país com uma língua e cultura diferentes.

Além disso, não tenho mais disponível a mesma quantidade de horas para simplesmente focar em orar com meus amigos numa sala de oração e em minha casa no meu tempo a sós com o Senhor.

Não é sobre a nossa força

Mas o que tenho ouvido do Senhor nesse tempo, é que nunca foi sobre quantidade de horas, mas o quanto o meu coração é sincero e está rendido a Ele. Mais importa a qualidade e a intenção do coração. Porventura, você também esteja passando pela mesma situação. Talvez você esteja tentando equilibrar e conciliar diferentes funções e trabalhos, talvez seja universitário, missionário, está no mercado de trabalho ou acabou de se tornar mãe, por exemplo. Enfim, não importa muito se você acredita que as condições estão cooperando a seu favor ou não, o Senhor quer nos encontrar em meio às nossas rotinas caóticas. Porque uma vida de oração acontece no ordinário: aqui e agora. 

Devemos nos lembrar que é o próprio Senhor que sustenta o nosso relacionamento com Ele. Ele não pode ser baseado e apoiado em nossa própria força. Mas é o Espírito Santo que nos ajuda e guia a toda a verdade. Isso não exclui que precisamos ser intencionais em nosso tempo com o Senhor, porém creio que Ele nos dá estratégias e sabedoria em como lidar com as nossas rotinas.

Eu poderia dar uma lista de dicas de como você pode priorizar o seu tempo com o Senhor, mas na verdade não existe uma receita. Mas se você e eu pedirmos sabedoria ao Espírito Santo, Ele dará.

Em meio a rotina, mantenha o seu diálogo com o Senhor, abra o seu coração e exponha os seus sentimentos. Esteja sensível à voz Dele, pois o Senhor é extremamente criativo em falar conosco. Ele deseja nos encontrar no contexto em que estamos inseridos e nos nossos afazeres. 

Chamados para comunhão

Então, peça ao Senhor que retire o peso da religiosidade dos seus ombros e comece a olhar para Ele, para aquele que sustenta todas as coisas e que anseia se relacionar conosco. O próprio Senhor plantou em nós o desejo pela comunhão.

A Palavra é clara, você e eu somos Casa de Oração. Então, por que não apropriar-se dessa verdade e começar a viver a partir dessa realidade de onde você estiver? 

“Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles,

para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti.

Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. “João 17:20,21

Deuteronômio 28, 29,30 

Confie na liderança de Deus

Deuteronômio conta com uma série de sermões pregados por Moisés em seu último mês de vida. Quando paramos para analisar o livro de Deuteronômio, temos um apanhado de reuniões nacionais que Moisés estava tendo com o povo. E no capítulo 28 Moisés fala suas últimas palavras para o povo de Israel. 

E se você soubesse que está falando com seus entes queridos pela última vez, aqueles que você ama, que investiu sua vida, dedicou seu esforço, seu dinheiro, que alerta você daria a essas pessoas em seus momentos finais de vida? O que realmente importa nessa hora final?

Uma instrução divina

Moisés termina o capítulo 29 do livro de Deuteronômio dando uma instrução divina:

As coisas encobertas pertencem ao Senhor, ao nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei.” – Deuteronômio 29:29

Essa passagem parece simples, mas é muito profunda. Ele está dizendo: Israel, as coisas que não foram da vontade de Deus dar um motivo, um destino, essas coisas não pertencem a nós conhecê-las, elas pertencem ao nosso Senhor. Mas, tem algumas coisas que Deus intencionalmente quis revelar a nós, e essas são nossas. Porque Deus as fez reveladas. 

A soberania de Deus

Depois de anos liderando o povo, essa foi a mensagem que Moisés deixou para eles – Existem duas maneiras para se viver, um caminho no qual a nação será abençoada e um caminho onde a nação será amaldiçoada.

Imagine que você faz parte desse povo e está ouvindo essa pregação final de Moisés. O que provavelmente todos nós pensaríamos neste momento: Moisés, qual será o futuro da minha família agora que vamos entrar na terra prometida? Como será a vida dos meus filhos, o futuro da nossa nação? Que tipo de mundo eles vão herdar, que tipo de nação teremos? 

Precisamos lembrar que a soberania divina se manifesta em duas formas: momentos em que você entende, e momentos que não entende. Momentos que o Senhor revela a nós os seus propósitos, e outros momentos que não nos é revelado. 

As coisas secretas pertencem ao Senhor

A verdade declarada de forma tão simples em Deuteronômio 29:29 é que as coisas secretas pertencem ao Senhor e as reveladas pertencem a nós, e nossa vida inteira é dividida nessas duas partes – coisas que Deus manteve em segredo, e outras que Deus lhe revelou e ele confiou a nós.

Como cristãos enfrentamos situações e fazemos perguntas para as quais não temos respostas. Além disso, pessoas ao seu redor, por sermos cristãos, farão perguntas esperando respostas, e você não terá. E com isso, podemos cair em uma armadilha muito perigosa – inventar e dar as respostas erradas, tentar ser como Deus, mas não nos compete ter todas as respostas. Nunca tenha medo de dizer “eu não sei”, principalmente se você é alguém que ensina a Bíblia. Não faz parte da fé fingir ter uma resposta para cada pergunta. Não faz parte da vida cristã elaborar eloquentemente todos os motivos. 

É maduro abraçar o desconhecido de Deus, e saber que ele manteve coisas ocultas, porque a fé está nisso. Seguir a Cristo e seguir o Deus da história é sobre abraçar também os caminhos desconhecidos Dele, os caminhos que Ele não quis fazer conhecido a você. 

A fé é convidada a se curvar

A fé é convidada a se curvar diante do mistério daquilo que Deus manteve oculto de nós. Simplesmente confiar que o Deus da promessa tem o controle daquilo que não temos. As coisas reveladas, Moisés diz, elas são dadas para que você siga o Senhor. Para que depositemos a fé com incertezas em um Deus que não é abalado. Mesmo quando nos sentimos perplexos e não entendemos. Se há coisas não reveladas que você não entende, que sacodem sua vida, olhe para o lado e veja as coisas então reveladas, entenda-as como um convite para permanecer ancorado em Cristo. 

A Bíblia diz em 2 Coríntios 5.7Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos.” Em outras palavras, Paulo está dizendo – nós vivemos pelo o que cremos e em quem cremos, não vivemos porque temos todas as respostas das nossas dúvidas e temores.  Vivemos e caminhamos não porque temos como alvo as respostas para tudo, mas pelo Senhor que orquestra todas as coisas. 

Medo e incerteza do futuro

Chegará o dia em que a fé se transformará em algo que poderemos ver. Chegará o dia em que nós o conheceremos, como por Ele somos conhecidos. Já parou pra pensar que quando estivermos face a face com o Senhor, esse elemento tão fundamental da vida Cristã, chamado Fé, não será mais utilizado. Você não precisará mais da fé, porque tudo que esperava se materializou. Mas, esse dia ainda não chegou e até aquele dia, a fé é convidada a se curvar diante do mistério que Deus manteve oculto. 

A incerteza do futuro estava sobre o povo de Deus naquela época. E muitas vezes nós também somos assolados pelo medo e incerteza do que virá. As perguntas que temos a respeito da nossa vida e daqueles que amamos de fato não pertencem a nós, mesmo quando achamos que sim.

Pois essa promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, isto é, para todos aqueles que o Senhor, nosso Deus, chamar. Atos 2:39

 

Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Romanos 8:18

 

Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor. – 2 Coríntios 5:8

Não se preocupe com a sua vida, com coisas que você não controla e não pode mudar. Viva de acordo como alguém que vive para o reino e a justiça de Deus. Deixe o amanhã de fato nas mãos de Deus. Sua vida dedicada ao Senhor não será em vão. 

Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor. – 1 Coríntios 15:58

Como encaramos as dúvidas do agora? 

Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é. – 1 João 3:2

Em meio a sua jornada de luta e resistência sobre o pecado, coloque seus olhos no Senhor e no dia em que você se parecerá mais com o que Ele é. E enquanto isso não acontece, aceite o convite de permanecer e confiar Nele, com uma fé rendida e que abraça a crença na soberania deste Deus. 

A forma como os cristãos lidam com a saúde mental importa e nós precisamos falar sobre isso. Se a nossa espiritualidade tem nos desumanizado, ela precisa ser revista. Desumanizar significa tentar camuflar ou hiper-espiritualizar um problema ao invés de trazer redenção para ele. 

Quando nos convertemos, a nossa conversão significa que entramos em um processo de santificação e não de desumanização. A conversão não é nos tornamos meta humanos ou seres humanos mais angelicais.  Nossa conversão é na verdade adentrarmos no caminho de sermos seres humanos como fomos criados para ser. Isso implica que não fomos blindados de certas coisas intrínsecas a humanidade, mas diz que existe um padrão divino de humanidade que o Senhor está nos atraindo.

Três perspectivas

Dentro disso eu quero te trazer três verdades, para uma nova perspectiva a respeito de saúde mental.

  1. A consciência de Deus sobre o homem

Primeiramente, Deus ele é consciente do nosso estado e da nossa natureza. No Éden, Deus criou o primeiro Adão como ser humano perfeito, o plano original do que ele deveria ser, mas o pecado entrou e deformou muita coisa além da moralidade, todo o cosmo sofreu o prejuízo da queda. Porém, Deus tem consciência da nossa natureza pré pecado e da nossa natureza pós pecado. Ele nunca foi e nem será surpreendido.

Quando Jesus veio, como o segundo Adão, ele estabelece de novo o novo padrão. Não um padrão de super espiritual mas de um ser humano como Ele desejaria que nós fossemos humanos. O que desagrada a Deus é o nosso pecado e independência contra Ele. Nossa natureza é caída e vulnerável em todas as áreas. Somos vulneráveis nosso corpo a doenças e cansaço, em nossa alma a sentimentos e emoções bagunçadas, nos nossos relacionamentos, na forma como nós lidamos com a gente e com as outras pessoas. Absolutamente  tudo isso está vulnerável e atingido pela queda. 

Essa perspectiva pode remover a culpa exacerbada exercida pelo acusador, pela mente, pelas pessoas sobre quem está assumidamente em um momento de fragilidade e adoecimento mental, ou sofrimento de qualquer âmbito. Nada disso fugiu da soberania de Deus.

2. O Evangelho é a boa-nova para todas as coisas criadas

Partindo disso, o segundo ponto é que o evangelho tem resposta para todas as áreas. Ele é a boa notícia para o seu corpo, ele é a boa notícia para sua alma e para seu espírito. Assim como ele é a boa notícia até mesmo para a natureza que vai ser redimida. Nós usarmos o evangelho apenas para trazer respostas para o mundo espiritual é desperdiçar uma parte dele tão preciosa e que nós precisamos para a nossa saúde. E constantemente fazemos isso.

Como ser humano, somos seres integrais e essas áreas (material e imaterial de quem somos) se conectam de forma tão bela e tão misteriosa, que muitas vezes nós nem conseguimos discernir qual é a raiz do problema, porque nós não sabemos se começou no nosso corpo ou nas nossas emoções ou no nosso espírito, pois elas estão integradas. Sendo assim elas merecem e precisam de atenção de maneira integrada também.

O convite é a ouvir o evangelho que tem poder de abraçar toda a realidade. Ele não fica do lado de fora de num quartinho da nossa existência. 

3. O que nos qualifica diante de Deus

E a terceira verdade é que a dor não te desqualifica, porque o que te qualifica em Deus é Cristo e não a tua performance. O que isso significa? A nossa mentalidade muitas vezes acredita que ser espiritual é apresentar para Deus uma performance perfeita, mas é a fé em Cristo que nos dignifica diante do Senhor. 

Então espiritualidade saudável é o voltar-se ao Senhor. É o buscá-lo, é conhecê-lo e é refleti-lo e não necessariamente uma performance, uma atitude que sempre acerta, porque Ele é o Deus conosco mesmo no vale da sombra da morte. mesmo no momento que você cai que você precisa lidar com áreas de pecado e se arrepender. Porque ser Cristão não nos blinda da dor, do sofrimento, do adoecimento. Mas nos garante um Redentor, um Consolador e um Criador que caminha conosco em todos esses momentos. 

Então está tudo bem, quando não estiver tudo bem, porque isso não te desqualifica como cristão, isso não anula o teu amor por Jesus. A graça preciosa disponível no trono da graça nos absorve de nossas culpas e nos dá poder para Cristo ser gerado em nós. 

A dor é passageira, mas a glória será eterna

E agora falando para você que está sofrendo e passando por momentos de depressão, transtorno de ansiedade ou até mesmo pensamentos suicidas. O que você sente hoje não te define. Jesus vai aproveitar todas as oportunidades, até mesmo a dor e a doença para te ensinar e ser pedagógico em te ensinar sobre consolo, graça, arrependimento e como viver. E existe esperança em Cristo para essa era e para o dia que definitivamente toda lágrima ele enxugará. O agora é passageiro, mas a glória reservada com Cristo será eterna.

E para todo o corpo de Cristo e seres humanos o convite é aprender com o Senhor Jesus a consolar e estender graça, como temos sido consolados e recebido graça dEle. O ambiente cristão, o ambiente da igreja como corpo de Cristo, precisa ser um ambiente seguro, para que as pessoas cheguem e depositem sua dor com vulnerabilidade, tendo a certeza que ela não vão ser qualificadas ou desqualificadas, no corpo de Cristo por causa da sua dor ou por causa da sua doença. Mas que a semelhança da obra do Espírito se levantarão para lutar pela redenção e consolo delas.  

A JORNADA DE APRENDER A VIVER

O Senhor quer ensinar a viver a vida como ele deseja que seja vivida, com mais saúde mental, cada vez mais humana, e assim cada vez mais parecida com Jesus. Isso para lidarmos com a nossa saúde mental e do próximo que precisa de empatia.

Por isso, esse é um convite a redefinição, ao encontro coração com Deus Criador, Redentor e Consolador. Primeiro para ser consolado com a verdade que Ele sabe lidar com nossa fraqueza, sabe nos santificar do nosso pecado e tem poder para nos curar nosso corpo e nossa mente. Segundo, para aprender a olhar para dor do outro como o Senhor olha, chorando com os que choram e consolando como fomos consolados.

Todas as coisas estão centradas em Cristo, Ele é o autor da nossa salvação, o herdeiro amado de Deus. Pois, sem Ele, nada do que foi feito se fez. Na Páscoa, somos convidados a relembrar o seu sacrifício na Cruz e a celebrar sua vinda na terra, sua morte e ressurreição. Somos herdeiros com Ele. Mas, no que isso implica e como influencia a minha e a sua história?

Vivemos em 2022, estamos saindo de uma pandemia, há guerras a nossa volta, crises políticas e sociais. Muitos de nós já entregaram  a vida a Jesus e colocamos diante dele sonhos, projetos e o futuro. Às vezes nos sentimos fortes e cheios de fé para conquistá-los, mas, há dias em que ficamos sem esperança e perdemos a perspectiva do amanhã.

Por isso, quero te convidar a olhar as Escrituras e descobrir quem é Jesus  e como a verdade sobre a Pessoa e obra de Cristo têm refletido em nossas vidas.

Tudo foi criado por meio dele e para ele

Jesus é o criador do universo e o nosso próprio criador. Desde o início, na gênese da humanidade Ele se fez presente na criação. Em cada detalhe, em cada coisa criada, nas folhas e flores, na separação das águas, em cada forma e textura. Ele é a Palavra pelo qual tudo passou a existir.

“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” João 1:3

Inclusive nós, fomos criados para a sua glória e para o louvor do seu nome. Somos chamados a oferecer boas obras. De forma simples, podemos dizer que fazemos isso através do nosso modo de viver aqui na terra com nosso trabalho e em nossos relacionamentos.

“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” Efésios 2:10

Por isso, é importante pensar se temos manifestado a glória do Senhor através de nosso estilo de vida, escolhas e da forma como passamos os nossos dias e anos.

Jesus é o herdeiro do Pai

“nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.” Hebreus 1:2

“pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.” Colossenses 1:16,17

Jesus é o criador de todas as coisas e o herdeiro de Deus.  Pois, em obediência cumpriu seu propósito. O unigênito do Pai tornou-se homem, andou sobre a terra, passou pelo Calvário e  teve a morte entranhada em sua carne, mas após três dias ressuscitou. Jesus é o Filho de Deus. 

Ele é o herdeiro porque é o criador de tudo, mas também é herdeiro porque conquistou esse direito cumprindo sua missão. Oferecendo sua vida como libação pelos nossos pecados.

Tudo foi criado para Ele e nele elas continuam a existir, a permanecer e  a subsistir. A própria vida subsiste nele.

Então, quando tudo à nossa volta tiver aparência de morte e dor, podemos nos lembrar que em Cristo tudo se faz novo: “E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas.” (Apocalipse 21:5ª). Podemos esperar no Senhor e confiar que temos a Eternidade.

O herdeiro nos faz co-herdeiros

Jesus refez nosso caminho de volta para Deus nos dando livre acesso ao Pai. Não há mais impedimento, mas  liberdade para entrar no Santo dos Santos pelo novo e vivo caminho (Hebreus 10.19). Através do sacrifício de Cristo, nos tornamos filhos e co-herdeiros com ele.

“Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.” Romanos 8:17

Assim como Jesus obedeceu ao Pai, ele nos desafia a fazermos o mesmo.  Pois, se com Ele sofremos, com ele seremos glorificados, como  diz o versículo acima. Nos resta levarmos a própria cruz lembrando que maior preço ele já pagou. Preço incomparável. Agora, cabe a nós preencher o que resta das aflições de Cristo, na nossa carne em favor da Igreja de Deus (Colossenses 1:24).

Portanto, se quaresma é um botão de pausa, um tempo de reflexão e arrependimento, a Páscoa é um tempo de celebração por termos nos tornado livres e parte da família de Deus. Por mais aflições que possamos sentir, podemos nos lembrar da Eternidade. E que a vida não se resume apenas ao tempo presente, mas que há um por vir e sempre poderemos celebrar a Páscoa do Senhor. 

Haverá o dia em que viveremos sob o reinado de Jesus. Enquanto este dia não chega, já podemos crer pois a Bíblia nos garante: o Senhor reina sobre todos os povos da Terra, assim como a sua glória cobre os céus. Diante disso, não há nada melhor do que saber que temos um Deus poderoso. Ele é soberano, glorioso e temível, cujo nome está sobre tudo e todos, mas também é Deus presente e ouve o clamor daqueles que desejam encontrá-lo.

Como o Davi declarou em Salmo 93. 1:

O Senhor reina; está vestido de majestade.

Quando pensamos em reino, pensamos em glória e poder. Em contrapartida, quando Jesus veio ao mundo, Ele demonstrou ser o Deus que veio redimir a natureza humana caída e veio habitar entre os homens. Neste sentido, provamos desta obra contínua do Espírito Santo de Deus que nos leva a Cristo para que Ele reine nos nossos corações.

Chegará o dia em que a obra de Cristo será completa, mas no momento, a vemos como em um espelho embaçado. E não esmorecemos, porque o trabalhar do Espírito é constante em nos refinar e desejar o grande Dia em que Jesus voltará para reinar.

Confiando em seu caráter

O nosso Deus é soberano para fazer conforme o seu entendimento, pois tudo o que provém dele é santo. Assim, também vemos que Deus sempre ensinou o seu povo, Israel, a fim de fazê-los alcançar o fruto que procede da obediência. 

Veja o que está escrito neste trecho: “Eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.” Jeremias 29:11

Dessa maneira, podemos confiar na vontade divina, mesmo não tendo o controle das situações. E isto é um ato de fé. E quando acreditamos no caráter de Deus e nas Escrituras, reconhecemos o quanto somos inaptos e insuficientes e nada temos de bom a oferecer.

O nosso Deus tem planos perfeitos e o nosso trabalho é nos dedicar em conhecê-lo, amá-lo e obedecê-lo. Antes de todas as coisas Ele já era e Sua majestade se estendem sobre toda a Terra.

Esse é o Deus que reina, e sua grandeza é visível e está além de nosso entendimento. E toda criação exala sua assinatura. Pois os céus declaram a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de tuas mãos (Salmo 19). 

O reinado de Jesus

Por fim, vemos claramente que em sua encarnação Jesus anunciou o reino de Deus e a sua obra na cruz substituiu o nosso sacrifício. Com isso, o reino de Jesus é importante para a compreensão da vontade e dos propósitos de Deus para toda obra criada.

E será que alguma vez fomos tocados pela vinda de Jesus de tal modo que nossas orações se transformassem completamente? A Sua vinda deve ser mais ensinada em nossos dias para entendermos mais sobre a esperança cristã e como ela pode reorientar nossas orações.

Diante disso, o Deus que reina é digno da nossa adoração. Nós O desejamos e isto não tem a ver com a implantação de uma cultura cristã a força. Mas, ao contrário, a criação aguarda a revelação dos filhos de Deus, aqueles que foram aperfeiçoados pela obra de Cristo. O nosso Deus reina em nossos corações e em breve governará eternamente na terra. Viveremos, naquele dia, o reinado de Jesus!

Originalmente publicado em 23 de setembro de 2019

Desde a quarta-feira de cinzas até a Páscoa, estamos vivendo o período da quaresma no calendário litúrgico. Aqui no blog, temos refletido sobre o significado da quaresma e como podemos adotar essa prática em nossa vida devocional e em comunidade. Além dos aspectos de se aquietar, se arrepender e meditar na Palavra, durante esse período somos convidados a refletir sobre o significado da cruz e da ressurreição. Pois antes de celebrarmos em comunidade a vida que encontramos em Cristo, nós participamos do seu sofrimento para também participar da sua ressurreição.

A espera pela nossa ressurreição

Na quaresma, somos lembrados da nossa esperança na ressurreição dos mortos. Porque Cristo já ressuscitou na Páscoa, nós podemos esperar que ressuscitaremos um dia com Ele. Ou seja, a quaresma na verdade tem a ver com um tempo de espera entre a ressurreição de Jesus e a nossa própria ressurreição.

Porém, nós não temos controle sobre esse tempo, pois ele pertence ao Senhor. Nós apenas estamos inseridos no calendário divino e precisamos aprender a esperar n’Ele, como o salmista nos encoraja em Salmos 27:14:

“Espera pelo Senhor; anima-te e fortalece teu coração; espera, pois, pelo Senhor.”

O Senhor da história

A nossa história está inserida na história de um Deus que é Senhor do tempo. Um elemento dessa história é o sofrimento, pelo qual todos iremos passar se quisermos ter parte da cruz de Cristo e da sua ressurreição. O Senhor do tempo divinamente escolheu nos trazer redenção e esperança ao longo de uma história e não em um piscar de olhos. Então, precisamos aprender a confiar no processo de transformação que Ele está fazendo em nós enquanto vivemos nesta era.

Esperar em Deus é saber que é Ele quem sustenta nossas vidas e a nossa existência. Hoje, nossa cultura do imediatismo muitas vezes nos rouba esse tempo de espera. Haverá um dia em que, sim, num piscar de olhos teremos nossos corpos glorificados e ressuscitaremos para a vida eterna. Porém, enquanto esse dia não chega, é necessário lembrar, ano após ano, que não somos os senhores de nossas vidas e que precisamos esperar no Senhor.

Esperar é caminhar

Se a nossa vida hoje é uma história sendo escrita dia após dia pelo nosso Senhor, a forma como vivemos importa e deve apontar para a nossa esperança n’Ele. Contudo, esperar não é ficar parado, mas observar como administramos nosso tempo e nossos relacionamentos. Afinal, será que nossa agenda está girando em torno de nós mesmos ou estamos permitindo o senhorio de Cristo afetar nossa história hoje mesmo? A realidade da cruz e da ressurreição deve manter nossa esperança viva e atuante em nossa vida.

Esperar é caminhar com a certeza de que podemos confiar no autor da história. Podemos ter a certeza de que a ressurreição acontecerá porque Ele é confiável. Essa esperança mantém nossa força e nosso ânimo, mesmo em meio ao sofrimento ou à incerteza do futuro. Portanto, nesta quaresma, vamos aproveitar para nos lembrar que o tempo pertence a Deus e Ele nos faz um convite à esperamos n’Ele todos os dias.

Neste mês, aqui no Blog, estamos falando sobre a Quaresma e como esse período  é importante para nos prepararmos para a Páscoa. Este é um tempo oportuno para reconhecermos nossa vulnerabilidade diante da grandeza de Deus, o criador do Universo.

A Quarta-feira de Cinzas não se trata apenas de mais um feriado religioso ou do fim do carnaval, mas sobretudo, tem a ver com a compreensão de que somos pó e para o pó voltaremos. E, sabe? Nós podemos abraçar a fragilidade. Não como vítimas da vida, mas  como pessoas que amam a Jesus e reconhecem que Nele encontramos sentido.

O que é ser vulnerável? É reconhecer limites e fraquezas. Além disso, é  confessar os pecados e se submeter a Deus. A fragilidade derruba as nossas defesas e nos fazem enxergar que somos totalmente dependentes do favor do Pai. E mesmo que tudo falhe, a fidelidade do Senhor permanece.

Nossa força não vem de nós mesmos. Há muitas pontas soltas na história de cada um; muita correria e ansiedade nesta terra. E há coisas que não compreendemos, mas podemos confiar no Deus que é Grande e Fiel e que enviou seu próprio filho para nos salvar.

Na vulnerabilidade aprendemos a confiar em Deus

“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” 2 Coríntios 12:9,10

O apóstolo Paulo foi torturado em Roma. No entanto, ele passou seus últimos anos recebendo visitas em sua prisão domiciliar. Sem impedimentos, ali ele pregava o evangelho do reino de Deus e encorajava as pessoas a prosseguirem em fé. (Atos 28.30-31) 

O que aconteceu para Paulo tornar este homem:  alguém que não temia o martírio, a morte e nem o fim, mesmo sabendo o que lhe esperava? Ele estava preparado para a Eternidade e ele conhecia o Deus em que confiava. 

Paulo foi um perseguidor da Igreja e um assassino de cristãos.  Porém, teve um encontro com Jesus e isso mudou radicalmente a sua história. Um ex-homem forte que se tornou vulnerável e quebrantado diante do Cristo. 

A fraqueza de Paulo  foi um campo fértil em que Deus operou grandes milagres. Deus o ensinou que Sua graça é o suficiente, e mesmo estando fraco ele era forte. 

A quarentena é sobre confiança no Deus que é imutável. Nele não há sombra de dúvida. O Senhor permanece fiel em meio às nossas fraquezas e fragilidades humanas. A quarentena tem esse papel de intensificar nossa prática de quebrantamento e contrição, reconhecendo que somos totalmente dependentes de Deus. Mas, assim como Paulo, também podemos dizer que quando somos fracos, Deus nos faz fortes. 

Eu lutarei por você

Neemias foi um grande líder em seu tempo. Ele se posicionou para que os muros de Jerusalém fossem restaurados. Desde o começo dessa aventura o vemos colocando seu coração e confiança no Senhor. Leia o que está escrito em seu Livro:

veio Hanani, um de meus irmãos, com alguns de Judá; então, lhes perguntei pelos judeus que escaparam e que não foram levados para o exílio e acerca de Jerusalém.
Disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas, queimadas.
Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.

Neemias 1:2-4

Neemias se assentou, chorou, lamentou, jejuou e orou diante da tragédia de sua nação e o que você eu temos  feito quando somos assolados pelas lutas? O que temos feito com os nossos problemas de família? Com as crises em nosso país e no mundo? Choramos? Jejuamos? Oramos? 

Na quaresma podemos repensar nossa vida e  escolhas. Podemos confessar nossos pecados e daqueles que amamos.  Podemos nos levantar como intercessores clamando pela nossa nação e meditando no sentido da Cruz. Jesus morreu por um motivo e precisamos  trazer à memória  esta razão e pensar em como isso nos impacta.  

Vinde a mim – Conclusão 

A quaresma é um convite para nos aproximarmos de Deus com humildade e reconhecermos que somos pó. Temos uma visão irreal de controle,  porque na  verdade somos mais limitados do que gostamos de admitir. E este é o  sinal de que precisamos de um salvador, Jesus! 

Em honestidade, após os pontos de interrogações, no silêncio de Deus, somos acolhidos e podemos descansar. Deus é constante e único. Ele junta as peças quebradas de nossa alma e nos dá um novo coração para celebrarmos sua ressurreição. Nesta quaresma Ele nos diz: vinde a mim! O  que vamos responder?

 

Lembro de quando era criança assistir procissões de páscoa da igreja católica que tinha perto da casa da minha avó, ficávamos na esquina por onde a aglomeração passaria, ansiosa de ver detalhes e símbolos que não via diariamente. Minha vó acendia velas, ficava com o terço nas mãos e enquanto a multidão passava ficava ajoelhada em reverência. Eu amava assistir,  porque sempre aconteciam encenações da crucificação. Mas lembro também de ver pessoas pagando promessas, até mesmo se autoflagelando. Aquela imagem na minha cabeça, por mais estranha que parecesse, parecia ter algo haver com a encenação do homem crucificado. 

O CAMINHO DE ARREPENDIMENTO

Visto que a páscoa está se aproximando um desconfortável sentimento sobe ao nosso coração, é o que a imagem da cruz desperta em nós, a vaga e inconveniente consciência de que somos pecadores. Houve um período da igreja em que um dos motivos da quaresma era ser período de penitência, muitas vezes usada como um forma de pagar pelos seus pecados cometidos, ou provar que realmente estavam arrependidas. 

Então, por que em 2022 estamos falando semanas inteiras sobre Quaresma? Por que observar nossa condição de pecadores se a obra de Jesus já foi feita? Como fazer isso de maneira correta? O que isso acrescenta no meu cristianismo?

UMA CONSCIÊNCIA FRUTIFERA SOBRE O PECADO 

A Quaresma carrega um chamado à consciência do pecado, sim, mas não dessa maneira como alguns entenderam a penitência. Um pressuposto e um objetivo devem estar destacados em nossa mentalidade:

O pressuposto é:  Não há nada que possamos fazer que possa acrescentar algo na obra da cruz, Jesus é o sacrifício perfeito. Não precisamos da cruz e de mais um sacrifício para Deus nos perdoar. Jesus é suficiente!

O objetivo: O chamado à consciência do pecado serve para causar o contraste, contrição, espanto e resulte em adoração e esperança

COMO LIDAMOS COM O NOSSO PECADO

Existem dois pólos complicados que caímos quando falamos sobre nosso pecado e tentamos lidar com ele. Primeiro, quando vemos e temos consciência do pecado, mas achamos que precisamos fazer algo para receber perdão.  Ou, quando acreditamos que precisamos acrescentar algo do nosso lado a obra da cruz para ela ser completa. Normalmente nessa situação pensar sobre o pecado causa muita culpa e sensação de rejeição de Deus. Nos afastamos por achar que somos o pior dos pecadores e Deus não nos tolera mais. É uma abordagem vazia de entendimento sobre a graça. Muitas vezes tendendo a um legalismo, sendo rígido com a performance, mas o coração não é transformado, como os fariseus. 

 O segundo pólo, é lidar com graça autoaplicada. Ou seja, sei que sou pecador e  Deus vai me perdoar, então os meus pecados não são confrontados. Eles são apenas acolhidos e tratados com brandura. Dietrich Bonhoeffer chamaria de graça barata, que é esvaziada de valor correto a Cristo e igualmente vazia de poder de santificação. Não serve para nada. É um “cristianismo” que conheço meu pecado e recebo a graça, no entanto, acredito que isso me dá licença para continuar em pecado.

Todavia, o  evangelho vem com o prumo perfeito para nos alinhar. Existe um paradoxo que o cristão sincero vai encontrar: somos piores do que imaginamos, porém mais amados do que podemos pensar. 

CONTRASTE, CONTRIÇÃO,  ADORAÇÃO E ESPERANÇA

Contraste, contrição, adoração e esperança – esse é o caminho glorioso de preparação para a Páscoa. Vamos seguir um caminho das bem-aventuranças que o Senhor deu aos discípulos no Sermão do Monte.

“Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados. Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos.” Mateus 5:3-6

Contraste 

É perceber o seu pecado. Mateus 5 chama de felizes os que sabem que nada têm e feliz os que conhecem sua condição. Quando falamos de observar nossa condição, o objetivo não é exaltar o pecado e o mau, mas apontar para o Deus Santo e o que Ele fez para nos salvar. Imagine você lado a lado com Deus, que tipo de sensação e pensamento isso te desperta? 

Tomar consciência sobre nosso pecado precisa ser algo feito usando o caráter de Deus como lente. Não é frutífero comparar meu pecado com o do meu irmão. Mas quando fazemos essa comparação em relação ao caráter de Deus mostrado nas Escrituras ficamos chocados. É disso que se trata a pobreza do Espírito – consciência da nossa condição diante de Deus. Quanto mais lúcido estivermos sobre Deus, mais sujo e repulsivo o pecado se tornará para nós.

O pastor puritano Thomas Watson disse, “Enquanto o pecado não for amargo, Cristo não será doce.”

Contrição 

Estando consciente da nossa condição somos levados ao lamento e ao quebrantamento. A natureza e nós gememos (Rm 8:22-23), porque ainda não somos o que haveremos de ser. Choramos como Paulo em Romanos 7:24 “miserável homem que sou, quem me livrará?”. Assim a  santificação não chegou ao fim, até lá, temos em nós caminhos que ofendem a santidade de Deus. E isso é digno de lamento. Porém, lembre-se: a recompensa aos que choram é consolação.

É nesse estágio o momento para o arrependimento, que a páscoa convida. Essa é a hora de chamarmos pecado de pecado, darmos seus respectivos nomes a eles, confessarmos e nos humilharmos diante de Deus. Cabe aqui fazer uma diferenciação, arrependimento e lamento não é autocomiseração. Por vezes, estacionamos no lugar de comiseração e vitimismo, chorando um choro infrutífero. Uma imagem que tipifica bem isso é o “lamber a ferida” em vez de tratá-la. 

Apenas o arrependimento nos coloca cara a cara com a possibilidade de redenção, ele nos coloca prontos a usufruir da graça que vai nos limpar e santificar. Essa graça é poderosa para atacar e consumir o nosso pecado.

Faço uma pausa da leitura agora para te encorajar a algo. Especialmente nessa preparação para a páscoa que tal convidar o Espírito Santo para sondar o seu coração e ver se não há pecados bem acomodados e carentes de confronto. Traga a luz, por mais assustador que seja para você, Cristo tem a resposta eficaz. O arrependimento vai nos fazer cair na graça redentora de Cristo. 

Adoração e Esperança 

Portanto, ao nos arrependermos o nosso coração será movido por doce adoração, agora de um lugar de humildade – sabendo exatamente quem somos. A alegria da salvação saltará no coração que acabou de receber perdão. 

Na trilha do arrependimento encontramos a capacidade de promover adoração genuína. Humildade é caminhar no conhecimento de quem você é, nem abaixo e nem acima. Estar diante de Deus nos coloca no nosso lugar, o coração humilde adora, e os humildes habitarão com Deus. (Mt 5:4) 

Por último, um despertar pode e deve acontecer, tirando os olhos de nós mesmos para olhar  à nossa volta e vermos que as coisas não estão bem sem Jesus. O mundo precisa de um salvador. Fome e sede de justiça, anseio que Cristo faça com que as coisas se tornem o que deveriam ser. Esse é também um clamor pelo retorno de Jesus a terra, quando ele voltar “o imperfeito será vestido de perfeição” (1Co 13:10). 

PÁSCOA

Assim, o domingo de páscoa vai nos trazer “à memória aquilo que nos dá esperança”: ressurreição. Esse é o fim da história. É a fome e sede por justiça sendo saciada (Mt 5:6). E essa é a nossa esperança. Então, quando lembrarmos do nosso pecado, lamentarmos e nos arrependermos temos uma esperança forte que ainda não somos o que haveremos de ser um dia, do outro lado da ressurreição o desejo eterno do Pai será cumprido: seremos a imagem de Cristo.

Em resumo deixo as palavras de Paulo em Tito 2:11-14

Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. Ele se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado à prática de boas obras.