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Sobre o autor

Elioenay Dantas

O Verbo se fez carne: essa é a boa notícia do Evangelho! A mesma voz que no início disse “haja luz” foi pronunciada em meio a um povo que andava em grandes trevas. Logo, aqueles que estavam cegos, vagando como ovelhas sem pastor, agora podem enxergar a glória do Pai na face do Filho. A expressão exata de Deus, o reflexo da luz inacessível.

Nem as melhores expressões e adjetivos são capazes de descrever o mistério e o assombro da encarnação. Isto é do Deus eterno nascendo em uma simples estrebaria de Belém. No céu todos o reconheciam, portanto, na terra poucos o discerniram. Um bebê, na manjedoura sem nenhum traço que o destacasse dos demais. Humano como qualquer um, divino como nenhum outro!

Um menino nos nasceu

Essa revelação é grande demais para nossa limitada compreensão, mas ela não para aí. A obra da redenção revelada na encarnação é consumada na crucificação e confirmada na ressurreição. Assim, a manjedoura e a cruz estão intimamente ligadas como um emblema do Deus que despiu-se de Sua glória e abnegou a sua majestade para resgatar os Seus.

Hoje nos alegramos porque o Menino que nos nasceu, o Filho que nos foi dado, cresceu em graça e em conhecimento. Ele caminhou entre nós e vimos a Sua glória, como a glória do unigênito do Pai. Logo, nos alegramos porque Ele se humilhou à mais baixa posição, e pela Sua obediência o Pai exaltou acima de todos. O governo está sobre os Seus ombros e o Seu Reino jamais terá fim.

 

Ele não é mais um bebê na manjedoura

A nossa oração por você hoje, é que ao contemplar o bebê na manjedoura, seu coração arda na certeza de que Ele é o mesmo Homem judeu descrito em Apocalipse 1:

¹³ E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro.
¹⁴ E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo;
¹⁵ E os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas.
¹⁶ E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece.
¹⁷ E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último;
¹⁸ E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.

Apocalipse 1:13-18

Celebramos o nascimento de Jesus Cristo ansiando pelo Seu retorno glorioso! Ele nasceu, morreu, ressuscitou, está agora à destra do Pai, mas ficará no céu para sempre.

O Senhor escolheu revelar o seu amor, o seu caráter, a sua fidelidade através do Seu relacionamento com uma pequena nação do oriente médio. Logo, Ele elegeu uma família, um povo, uma terra, para serem o cenário da sua grande narrativa de redenção. Isso não te surpreende? Portanto, quanto mais meditamos nas promessas de Deus para Israel, mais fica claro como Ele intencionou que Israel fosse levantando como um testemunho vivo, para todas as nações, das afeições de Deus.

Para nós que somos parte do corpo de Cristo, ler a história de Deus com o povo hebreu é crescer em convicção do tipo de amor com o qual fomos alcançados. Assim, fomos enxertados na Videira verdadeira e nutridos com as afeições do Eterno. Então, não há espaço para presunção, arrogância ou até mesmo autocomiseração, quando conhecemos o zelo do coração de Deus pelo Seu povo.

O plano de redenção

De Gênesis a Apocalipse apenas uma história é contada: o grande plano da redenção. Logo, se é pela graça que, assim como nós, Israel foi eleito, os méritos da salvação cabem apenas a Cristo. Pois, afinal, Ele é o autor e o consumador da nossa fé, Ele é o Messias que veio para resgatar Israel.

Assim diz o Senhor: “O povo que escapou da morte achou favor no deserto”. Quando Israel buscava descanso, o Senhor lhe apareceu no passado, dizendo: “Eu a amei com amor eterno; com amor leal a atrai.” Jeremias 31:2,3, grifo nosso

Assim, nos desertos, nos exílios, nas colheitas, nas celebrações, os olhos do Senhor sempre estiveram voltados para o Seu povo, Ele sempre se aproximou, sempre preservou o seu remanescente, sempre manteve a sua aliança. Portanto, segundo as afeições de Deus, com amor leal Ele os atraiu, vez após vez. Afinal, esse é o Deus que não pode negar a si mesmo, o Deus que permanece fiel mesmo quando somos infiéis (2 Timóteo 2:13). Assim como, Ele é o Deus que não volta atrás em suas palavras, nem precisa editar os termos da sua aliança, porque aos olhos humanos as coisas saíram do controle.

Uma história de amor real

A história de Deus com Israel, não é uma peça ensaiada para que a Igreja possa descobrir como é preferida. Essa é uma história de amor real, do Deus que desposou uma nação e fez com ela uma aliança eterna. Israel não se autointitulou Menina dos Olhos de Deus, essa declaração sai da boca do próprio Deus (Zc 2:8).

Coloque-me como um selo sobre o seu coração; como um selo sobre o seu braço; pois o amor é tão forte quanto a morte, e o ciúme é tão inflexível quanto a sepultura. Suas brasas são fogo ardente, são labaredas do Senhor. Nem muitas águas conseguem apagar o amor; os rios não conseguem levá-lo na correnteza. Se alguém oferecesse todas as riquezas da sua casa para adquirir o amor, seria totalmente desprezado.” Cânticos 8:6-7

O amor de Deus é inflexível, imparável e ardente, sem nenhuma sombra de variação, nenhuma mudança intensidade. Por isso, sabemos que o Senhor não deu as costas para o Seu povo, nem pausou os seus planos para que pudesse lidar conosco. O Deus soberano é quem costura a história sem perder a linha e o cumprimento de Suas promessas estão a caminho.

Amando o que o Senhor ama

Em breve chegará o dia em que o Espírito de graça suplica será derramado sobre os judeus e entre lágrimas eles olharão para o Messias e se lamentarão como quem lamenta por um filho (Zc 12:10), os seus corações serão tocados, os olhos do seu entendimento serão abertos e em uma só voz, a filha de Sião declarará: “Bendito é o que vem em nome do Senhor”. (Mt 23:37-39) e então Ele retornará.

Até lá vigiaremos com o nosso Amado, nos envolveremos com as causas que estão próximas ao Seu coração, amaremos o que Ele ama e odiaremos o que Ele odeia, pois estamos enfermos de amor.