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Vida de Oração: Por que orar a Palavra?

Jesus é a Palavra Viva que transforma o nosso viver. Quando somos impactados pela revelação de quem Ele é, nós somos libertos por essa verdade. Todas as mentiras ao nosso redor vão sendo combatidas uma a uma. Orar a Palavra é trazer à luz esses princípios ordenados e descritos na Bíblia. Isso poderá mudar drasticamente o nosso futuro, pois nos levará a um nível de liberdade e alegria indescritível.

O Verdadeiro Discípulo Permanece na Palavra

A característica de um discípulo verdadeiro de Jesus é permanecer em Sua Palavra, e por que não orar a Palavra? Quando passamos a conhecer Jesus de forma mais profunda pela meditação e oração, nesse processo de entrega, vamos nos tornando, de fato, livres de tantas mentiras ditas a nós. Porque Ele simplesmente vem e começa a desvendar nossos olhos. “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” João 8.31-32. A verdade é uma pessoa que demonstrou seu amor da forma mais radical, até a morte de cruz.

A Verdade que Liberta

Por exemplo, o que o mundo diz sobre muitos de nós? Talvez que não somos pessoas bem-sucedidas, que não alcançamos nossos objetivos, ou quem sabe, que somos fracos… Mas o que a Bíblia diz a nosso respeito? Que somos amados, que Cristo pagou um alto preço pela nossa vida, que somos Filhos de Deus. Então, nós podemos pegar a verdade de Deus descrita em Sua Palavra e tomá-la como promessas para nós. E assim, fazer dessas verdades nossa oração.

Combatendo Mentiras com a Palavra de Deus

Passamos a concordar com as verdades ditas por Deus sobre nós ao invés das mentiras ditas pelo mundo ou por nossas histórias traumáticas. Além disso, combatemos todas as setas enviadas pelo diabo contra nossa identidade, contra as dúvidas lançadas em nossa mente sobre o caráter e a fidelidade de Deus. É importante orar a Palavra, e Paulo fala a respeito de levar a mente à obediência de Cristo:
“Pois as armas da nossa guerra não são terrenas, mas poderosas em Deus para destruir fortalezas! Destruímos vãs filosofias e a arrogância que tentam levar as pessoas para longe do conhecimento de Deus, e dominamos todo pensamento carnal, para torná-lo obediente a Cristo.” 2 Coríntios 10.4-5

Armas Poderosas em Deus

Não importa que tipo de fortaleza nós temos que enfrentar. A questão é que as nossas armas não são carnais ou terrenas, mas poderosas em Deus. Mesmo que tenhamos que combater oposições demoníacas e o sistema deste mundo caído, o Senhor nos deu recursos para guerrear. Ele nos deu a Sua Palavra e liberou Sua autoridade sobre nós. Ele nos deu o Espírito Santo que nos ajuda e nos dá poder para viver segundo a Sua vontade e em mover sobrenatural. Crescemos nisso por meio da oração, intercessão, adoração e estudando a Palavra.

Proclamando as Verdades de Deus

Nós proclamamos Suas Verdades por meio de nossas orações. Proclamamos as verdades de Deus a respeito de nossas vidas, de nossa nação e dos povos da terra. Nós creditamos, isso mesmo, nós damos crédito, confiamos, declaramos a Palavra porque confiamos naquele que a deixou para nós. Para que pudéssemos conhecê-lo e fazê-lo conhecido.

Todo cristão genuíno deseja crescer em sua vida de oração. Mas, muitas vezes não sabemos como começar e nem qual é o nosso papel como intercessores. A intercessão é um chamado para todos os que amam a Deus, pois ela faz parte das disciplinas espirituais. Além disso, Jesus mesmo disse: “E, quando orares…” (Mateus 6:5). Essa afirmação  desperta  a nos colocarmos aos pés do Senhor e o buscarmos de todo o coração, tendo como óbvio que  não importa se a oração vai ser por duas horas a fio ou por trinta minutos.

Cada um de nós temos vivências e visões de mundo diferentes e como Corpo de Cristo podemos entrar em parceria com Deus para orar as coisas que Ele mesmo já afirmou. Há  um grande privilégio em aquietar e lançar diante dele todas as ansiedades da alma, tanto a nosso respeito como sobre as coisas que estão acontecendo na terra. 

Em Ezequiel 22:30 vemos Deus buscando alguém que se colocasse na brecha para que aquela terra não fosse destruída:

“E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei.” Ezequiel 22:30

Deus está buscando intercessores nos dias de hoje? Mas, como devemos orar?

O princípio da confissão

“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor secou como no calor do verão. Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Eu disse: “Confessarei ao Senhor as minhas transgressões”; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.” Salmos 32:3-5

Neste texto Davi nos ensina como é importante reconhecer e confessar os pecados. Pois, o pecado aprisiona e, é um peso impossível de carregar. A vida se torna seca e não apenas a alma, mas até o corpo físico pode adoecer. Quando Davi se arrepende e reconhece diante de Deus a sua iniquidade ele se torna verdadeiramente livre. O peso é retirado.

Às vezes, nos esquecemos dessa verdade: não há nada que possamos esconder do Senhor. Mas, podemos e devemos ser intencionais em reconhecer quando falhamos e somos rebeldes. Quando confessamos  os nossos pecados, a mesma sensação de liberdade que invadia o coração de Davi encherá nossa alma de alegria. (Você também pode orar o Salmo 51)

Ousadia e fé

“Portanto, meus irmãos, tendo ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos com um coração sincero, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e o corpo lavado com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel.” Hebreus 10:19-23

Você e eu temos uma voz diante do Senhor e temos a liberdade de entrar na presença de Deus todos os dias com amor, fé e ousadia. O  imenso sacrifício da Cruz de Jesus foi para nos levar de volta ao Pai e a Sala do Trono. Temos o coração purificado pelo sangue de Jesus, a certeza da salvação em Cristo e de que somos ouvidos por ele. Lembra o que está escrito em I Joãos 5:14? “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.” Então, precisamos aprender sobre sua vontade e podemos descobrir essas verdades em sua Palavra.

Há uma vontade perfeita de Deus para nós e para as coisas que acontecem ao nosso redor e nós podemos acessar essa revelação através da oração e do estudo das Escrituras. Podemos declarar a Palavra da verdade sobre nossa família,  cidade, país e até sobre as nações.

Mas, como devemos orar?
Orações Apostólicas

Como já falamos, algo que faz parte do nosso DNA de Casa de Oração é orar a Palavra. Entre elas estão as orações Apostólicas. Uma de suas características é que as orações são centradas em Deus e não no pecado ou no diabo. São aproximadamente 25 a 30 orações Apostólicas no Antigo Testamento. Além disso, ela está focada na Igreja da cidade. Mesmo tendo o Apóstolo Paulo orado por indivíduos, eles usavam os mesmos termos das bênçãos impetradas às igrejas locais.

Por exemplo, quando oramos Efésios 3:16-21:

“Peço a Deus que, segundo a riqueza da sua glória, conceda a vocês que sejam fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito, no íntimo de cada um. E assim, pela fé, que Cristo habite no coração de vocês, estando vocês enraizados e alicerçados em amor. Isto para que, com todos os santos, vocês possam compreender qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que vocês fiquem cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” Efésios 3:16-21

Pedimos a Deus que nosso bairro seja inundado pela sua plenitude e que nossos vizinhos possam ter a revelação da profundidade do amor de Deus por suas vidas. Oramos pela revelação de Cristo. 

Dicas práticas de como orar:

  • Procure um lugar propício e sem interrupções, que você se sinta à vontade;
  • Tenha um caderno de anotações, canetas e a Bíblia;
  • Providencie água, café ou suco;
  • Não há uma única forma de orar, saiba como você interage melhor com Deus;
  • Não tenha pressa, saiba que Jesus é o seu sábado, isto é: Nele você pode descansar. Se não tiver palavras que expressem o que você sente, ainda no silêncio, Jesus te escuta.
  • Escreva listas de orações e seja perseverante

“Orem sem cessar.” 1 Tessalonicenses 5:17

Conclusão:

Neste devocional refletimos a respeito de como devemos orar confessando nossos pecados  com ousadia e fé. Também falamos sobre a importância de orar a Palavra e as Orações Apostólicas.

Apesar dos desafios que nos cercam é muito importante nunca desistirmos e sempre retornarmos ao lugar da oração. Que possamos cultivar um coração que ame a Deus sobre todas as coisas.

Continue a ler sobre oração, aqui.

Deus é eterno e essa afirmação por si só vai muito além da nossa compreensão.

Para encerrarmos a nossa série de texto a respeito dos atributos de Deus, escolhemos falar sobre algo que desafia completamente a nossa capacidade cognitiva. Entender a eternidade de Deus é impossível para o ser humano. E, ao mesmo tempo que isto é inquietante para nós, podemos nos maravilhar com a grandeza do nosso Senhor.

A Eternidade de Deus

A.W. Tozer, em seu livro O Conhecimento do Santo, aborda a eternidade de Deus como um dos aspectos que mais destacam a transcendência divina, colocando-o além da compreensão humana. Deus é eterno, sem começo e sem fim, e esse atributo incomunicável nos leva a refletir sobre a imensidão do Criador.

A eternidade de Deus não é apenas uma extensão infinita do tempo, como se Ele simplesmente existisse para sempre dentro do nosso conceito de tempo. Em vez disso, a eternidade de Deus significa que Ele transcende o tempo; Ele não é limitado pelo passado, presente ou futuro. Como Tozer explica, Deus vê toda a história da humanidade e do universo como um “presente eterno”. Para Ele, não há antes nem depois, apenas um eterno agora.

📖 Salmos 90:2: “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.”

Deus existe desde a eternidade passada e continuará a existir para sempre. Ele é o “Eu Sou”, uma existência contínua e auto-suficiente, que não depende do tempo nem é afetada por ele.

A mudança em nossa perspectiva

Primeiramente, a eternidade de Deus traz consigo a segurança de que Ele é imutável em Seu ser, perfeições e promessas. O que Ele era antes da criação do mundo, Ele é agora e continuará sendo eternamente. Essa estabilidade nos oferece segurança em um mundo em constante mudança.

Além disso, e talvez o principal ponto aqui, é que a eternidade de Deus nos convida a adotar uma perspectiva eterna. Muitas vezes, estamos tão focados nas preocupações temporais que perdemos de vista o quadro maior. No entanto, quando contemplamos a eternidade de Deus, somos lembrados de que nossas vidas são apenas um breve sopro em comparação com a imensidão da eternidade. Isso deve nos levar a viver com um propósito que vai além do aqui e agora.

📖 Isaías 40:28: “O Senhor é o Deus eterno, o Criador dos confins da terra. Ele não se cansa nem fica exausto; sua sabedoria é insondável.”

Diante da eternidade de Deus, podemos confiar que tudo o que encaramos em nossa vida, é apenas um grãozinho de areia na história eterna que Ele está escrevendo. Nossos dias difíceis, nossos maiores desafios, assim como nossas maiores conquistas, diante Dele perdem o valor.

Esse entendimento, a mesma medida que nos humilha, nos consola e nos exalta – pois o Deus Eterno nos escolheu para fazer parte da Sua história.

📖 2 Coríntios 4:17: “Pois as nossas leves e momentâneas tribulações estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todas elas.”

Como Adorar um Deus Eterno?

O primeiro passo para adorar um Deus eterno é nos afastarmos de uma mentalidade de imediatismo e cultivarmos uma visão de longo prazo. Isso significa que nossa adoração e relacionamento com Deus não devem ser baseados em circunstâncias temporárias, mas enraizados em Sua natureza eterna.

Em segundo lugar, A.W. Tozer nos lembra que, ao tentar compreender a eternidade de Deus (a fim de adora-lo), devemos adotar uma postura de humildade e reverência. Nossa mente limitada jamais compreenderá completamente o que significa ser eterno, mas isso não deve nos afastar da adoração, e sim nos aproximar ainda mais de um Deus que é incomparavelmente grande e misterioso.

📖 Hebreus 13:8: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre.”

O terceiro passo é, reconheça na eternidade de Deus, assim com em seus outros atributos, a Sua dignidade. Ele é completamente digno por ser completamente superior. Peça ao Espírito Santo que te guie na jornada de se maravilhar ao conhecer o Senhor. E que sua resposta diante de tudo o que contemplar, seja a mais sincera adoração.

Glórias ao Deus Eterno

A eternidade de Deus é um atributo que nos desafia e, ao mesmo tempo, nos conforta. Ela nos lembra que, apesar da brevidade da vida, somos chamados a conhecer e adorar um Deus que é eternamente fiel, sábio e bom. A compreensão da eternidade divina deve transformar nossa perspectiva, nos conduzindo a viver com um senso de propósito eterno e uma confiança inabalável naquele que é de eternidade a eternidade, o nosso Deus. Como Tozer sugere, ao meditarmos na eternidade de Deus, somos levados a uma adoração mais profunda e uma maior confiança em Suas mãos soberanas.

Conhecer e prosseguir em conhecer

Diante de tudo o que foi dito, nossa oração é que você nunca pare de buscar o Conhecimento de Deus. Esse é o nosso chamado principal: ama-lo de todo coração, alma e força e entendimento. Não podemos amar àquele que não conhecemos. Não podemos adora-lo verdadeiramente se não somos capazes de ver quão digno de toda a adoração Ele é.

Finalmente, oramos para que a fidelidade do Senhor te capacite a seguir sem medo do futuro e das frustrações. Que a Sua santidade o impulsione a ser santo e lutar com todas as forças por uma vida reta e íntegra, longe do pecado. Pedimos ao Senhor que a compreensão de Sua alegria tire de nós qualquer medo de nos aproximarmos de Sua presença. Que em Sua compaixão, encontremos conforto para nossas almas e que Seu amor continue sendo como uma bandeira sobre nós. Que a convicção de sua imutabilidade e eternidade nos ajudem a caminhar com confiança, mantendo os nossos olhos fixos no alvo e prosseguindo todos os dias em conhecê-lo, afinal, essa é a vida eterna.

📖 João 17:3: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”

A Imutabilidade de Deus

Deus não muda. Talvez esse conceito não seja nenhuma novidade para você, entretanto, você já parou para pensar e a respeito de como essa verdade muda nossas vidas?

Estamos dando continuidade à nossa série de textos sobre os atributos de Deus. Se você chegou agora, por aqui já falamos sobre a fidelidade, santidade, alegria, compaixão e amor.

Hoje vamos explorar um dos conceitos mais reconfortantes e poderosos da teologia: a imutabilidade de Deus. Este atributo nos oferece uma base sólida para entender e confiar no caráter de Deus. Portanto, vamos explorar três aspectos cruciais da imutabilidade divina: o fato de que Deus não muda, como essa imutabilidade é a base da nossa confiança Nele, e a confiança plena que podemos ter em Sua palavra e Suas promessas.

Deus Não Muda

Primeiramente, a imutabilidade de Deus significa que Ele não muda em Seu ser, em Seus atributos, em Seus conselhos ou em Suas promessas. Deus é eternamente o mesmo. Ele é constante e imutável, não sujeito às variações e mudanças que afetam a criação.

📖 Malaquias 3:6: “Eu, o Senhor, não mudo; por isso vocês, descendentes de Jacó, não foram destruídos.”

Sendo assim, independentemente das circunstâncias, o caráter de Deus permanece constante. Ele não se altera com o tempo, não é influenciado pelas nossas ações, e não é condicionado pelos eventos do mundo.

Eternamente, Ele é completamente bom, mesmo quando se ira; é completamente justo, mesmo quando está exercendo misericórdia. Ele é a Rocha Inabalável.

A Base da Dignidade de Sua Confiança

Por conta disso, podemos então dizer que a imutabilidade de Deus é a base sobre a qual nossa confiança Nele é construída. Se Deus pudesse mudar, Ele não seria digno de nossa confiança. A.W. Tozer escreve: “O conceito de um Deus que muda é inaceitável; uma divindade que pode mudar é um ser frágil e imperfeito.”

Por isso nossa confiança em Deus é profundamente enraizada na certeza de que Ele é eternamente confiável e inalterável.

📖 Hebreus 13:8: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre.”

Esta afirmação reitera que, assim como Cristo é imutável, assim também é o Pai. A certeza de que Deus não muda nos dá a segurança de que Suas promessas são igualmente imutáveis e dignas de confiança.

Confiança Plena em Sua Palavra e Suas Promessas

Entender que Deus é imutável nos leva a confiar plenamente em Sua palavra e Suas promessas. Quando Deus faz uma promessa, podemos estar certos de que Ele a cumprirá, pois Ele não muda. A imutabilidade de Deus garante que Sua palavra permanece verdadeira e que Suas promessas são firmes e seguras.

📖 Números 23:19: “Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa. Acaso Ele fala e deixa de agir? Acaso promete e deixa de cumprir?”

É diante dessa verdade que muitas outras promessas nas escrituras se cumprem, como por exemplo:

📖 Salmo 125:1: “Os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se pode abalar, mas permanece para sempre.”

📖 Salmo 34:5: “Os que olham para ele estão radiantes de alegria; seus rostos jamais mostrarão decepção.”

📖 Salmo 112:6-7:“Não será abalado jamais; para sempre se lembrarão do justo. Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no Senhor.”

Cada um desses versículos mostra um comportamento cristão que não é alcançado pela nossa força de vontade. Pelo contrário, se dependesse apenas de nós e nossas oscilações, esses textos jamais seriam verdadeiros. No entanto, Deus não muda. Ele é completamente estável e digno de confiança, por isso nós não seremos abalados. É por olharmos para Ele, que a Torre Forte, imutável e inabaável, é que nos tornamos fortes.

Tozer enfatiza que a imutabilidade de Deus é uma âncora para a nossa alma. Quando tudo ao nosso redor é incerto e mutável, podemos encontrar paz e estabilidade no caráter imutável de Deus. Sua palavra, que é imutável, nos proporciona orientação e esperança em meio às tempestades da vida.

Aplicação Prática da Imutabilidade de Deus

Por isso, a compreensão da imutabilidade de Deus não é apenas uma doutrina teológica abstrata, mas tem implicações práticas profundas para a nossa vida diária. Quando enfrentamos desafios, incertezas e mudanças, podemos nos lembrar de que Deus é constante e Sua palavra permanece verdadeira. Podemos orar com confiança, sabendo que Deus ouve e responde nossas orações de acordo com Sua natureza imutável.

Além disso, a imutabilidade de Deus nos chama a sermos firmes em nossa fé e a confiarmos em Sua liderança e direção. Podemos descansar na certeza de que Deus, que é o mesmo ontem, hoje e para sempre, está conosco em todas as situações e nunca nos abandonará.

Deus é amor e este talvez seja o Seu atributo mais popular. Entretanto, precisamos já iniciar este texto destacando que o amor de Deus é completamente superior e diferente do nosso. Ainda que este seja um atributo comunicável, precisamos nos lembrar da transcendência de Deus e, a partir desta lente, compreender que não estamos falando de um amor frágil e condicional como o nosso.

Se você chegou agora, estamos há aproximadamente 1 mês conversando a respeito dos Atributos de Deus, e você pode conferir todos os textos aqui.

Deus é amor

Quando fazemos esta afirmação, estamos nos referindo a um dos aspectos mais profundos e essenciais de Sua natureza. Esse conceito, simples à primeira vista, carrega em si uma profundidade que desafia nossa compreensão limitada. A declaração de que “Deus é amor” aparece em 1 João 4:8 e 16, e tem sido um ponto central na teologia cristã ao longo dos séculos. No entanto, para entender plenamente o que isso significa, precisamos olhar para além de nossas definições humanas de amor e adentrar no mistério do ser de Deus.

Sua natureza inerente

Primeiramente, precisamos partir do entendimento que Deus não é apenas o maior dos seres, mas também o melhor. Nele o amor é parte de Sua própria natureza, inseparável de quem Ele é. Esse amor não é algo adquirdo ou desenvolvido ao longo do tempo; é inerente à Sua existência. Ele é bom e amoroso essencialmente, não dependendo de nada ou ninguém para ser assim. Seu amor, portanto, é perfeito e completo, derivado de Sua própria essência eterna.

📖 Salmos 100:5 “Porque o Senhor é bom! Seu amor dura para sempre, e sua fidelidade, de geração em geração.”

Muito Além da Compreensão Humana

Portanto, para realmente entender o amor de Deus, precisamos considerá-lo através das lentes da transcendência divina. Deus é amor, mas Ele não está sujeito ao amor. Diferente do amor humano, que pode ser sentimental, mutável e egoísta, o amor de Deus é eterno, imutável e santo. Ele é um amor que não conhece limites, um amor que é puro e incompreensível para nós, seres humanos limitados.

A.W. Tozer diz: “Porque Deus é autoexistente, Seu amor não teve começo. Porque Ele é eterno, Seu amor não tem fim. Porque Ele é infinito, Seu amor não conhece limites. Porque Ele é santo, é o mais puro dos amores. Porque Ele é imenso, Seu amor é um amor incompreensível, vasto, incomensurável, abrangendo todos os seres.”

Sendo assim, este amor transcendente não é algo que Deus deve a qualquer um; Ele ama porque é de Sua natureza amar. Isso é o que torna o amor de Deus tão distinto do amor humano. Ele ama não porque somos dignos ou porque temos algo a oferecer, mas porque Ele escolhe amar. Este amor é livre, imutável e eterno.

O Amor de Deus em Ação

Com base nisso, podemos afirmar sem sombra de dúvidas que o amor de Deus se manifesta de várias maneiras no mundo e em nossas vidas. Ele não é um amor passivo, mas um amor ativo que se expressa em ações concretas. A criação, a providência e, acima de tudo, a redenção são expressões do amor divino. A cruz de Cristo é o ponto culminante desse amor, onde Deus entregou Seu Filho para resgatar a humanidade perdida.

📖 Romanos 5:8: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”

Este versículo mostra que o amor de Deus não é apenas um sentimento ou uma ideia abstrata, mas uma realidade tangível que se manifesta em atos concretos de salvação e graça.

A Compreensão do Amor de Deus e Suas Implicações

Entender que Deus é amor nos leva a refletir sobre a maneira como vivemos e como nos relacionamos com Ele e com os outros. Somos chamados a refletir esse amor em nossas vidas, vivendo de acordo com os princípios divinos de misericórdia, graça e fidelidade. Somos convidados a amar como Ele ama, com um amor que não busca o seu próprio interesse, mas que é abnegado e sacrificial.

📖 1 João 4:11: “Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.”

Dizer que Deus é amor é reconhecer a natureza mais íntima e essencial do Criador. Este amor é vasto, eterno e imutável, e Ele o manifesta de inúmeras maneiras em toda a criação e, especialmente, na redenção da humanidade. Como respondemos a esse amor divino? Amando a Deus com todo o nosso coração, alma e mente, e amando ao próximo como a nós mesmos. Que a compreensão desse amor nos leve a viver vidas que refletem a bondade, a graça e a misericórdia de Deus em cada ação e palavra.

A compaixão de Deus é um dos atributos mais profundos e reconfortantes que podemos explorar! Ela revela o coração de um Deus que se importa profundamente com o sofrimento humano, que se inclina para nos ouvir e que está presente em meio às nossas dores.

Neste texto, vamos mergulhar nessa característica divina que nos mostra um Deus que é tanto justo quanto misericordioso. Mas, antes de falarmos da compaixão, vale lembrar que este é o quinto texto de uma série sobre os atributos de Deus. Por aqui já conversamos sobre alguns conceitos teológicos, fidelidade, santidade e alegria de Deus. Vale a pena conferir.

O Atributo da Compaixão de Deus

Deus é profundamente compassivo. Certamente podemos fazer essa afirmação sem nenhuma sombra de dúvida, visto que este é um atributo que permeia toda a narrativa bíblica. Quando lemos as escrituras com atenção, somos apresentados a um Deus que não apenas se alegra, mas que também se compadece e entende as dores e sofrimentos humanos.

A Compaixão de Deus nas Escrituras

A bíblia revela inúmeras vezes a compaixão de Deus. Desde o Antigo Testamento até o Novo Testamento, vemos exemplos de como Deus se envolve emocionalmente com o sofrimento do Seu povo.

Aliás, em uma dos encontros entre Deus e um homem, vemos o próprio Senhor descrever essa característica a respeito de si:

📖  Êxodo 34:5-7: “Então o Senhor desceu na nuvem, permaneceu ali com ele e proclamou o seu nome: o Senhor. E passou diante de Moisés, proclamando: ‘Senhor, Senhor, Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade, que mantém o seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado. Contudo, não deixa de punir o culpado; castiga os filhos e os netos pelo pecado de seus pais, até a terceira e a quarta gerações.'”

Da mesma maneira, o novo testamento nos mostra que essa é uma característica de toda a Trindade:

📖  Hebreus 4:15: “Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.” (Jesus)

 

📖  Romanos 8:26: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” (Espírito Santo)

A Profundidade da Compaixão de Deus

A compaixão de Deus é tão profunda que Ele decidiu se identificar conosco, tornando-se homem e compartilhando de nossas dores e sofrimentos. Jesus chorou sobre Jerusalém e derramou lágrimas diante do túmulo de Lázaro. Seu sacrifício na cruz é a expressão máxima da compaixão de Deus pela humanidade.

📖  Isaías 53:3: “Era desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores, e experimentado no sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e nós não o tínhamos em estima.”

Entretanto, não se engane, esse atributo de Deus não é exclusivo do Novo Testamento. Desde o Antigo Testamento, vemos Deus se compadecendo de Seu povo, como em Juízes 10:16, onde Ele não pôde mais reter Sua compaixão diante do sofrimento de Israel.

A Resposta de Deus à Nossa Dor

Portanto, podemos afirmar que Deus não ignora a realidade de que o mundo está permeado de maldade, tristeza, desordem e caos. Ele entende nossas dores mais profundas, nossas mazelas, limitações, medos e frustrações. E, diante disso, Ele age com compaixão e ela é expressa através de:

Companhia

Deus não é um espectador distante de nossas vidas; Ele está profundamente envolvido em nossa jornada, especialmente nos momentos de dor e sofrimento.

📖  Salmos 34:18: “O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito abatido”

Portanto, isso significa que em nossos momentos de maior vulnerabilidade, quando nos sentimos sozinhos e desamparados, Deus está ao nosso lado. Ele vê cada lágrima que derramamos e sente nossas dores. Sua presença consoladora nos lembra que nunca estamos verdadeiramente sozinhos, pois o Deus do universo escolhe ser chamado Emanuel, se faz presente, esta perto de nós e compartilha nossos fardos.

Consolo

O consolo que Deus oferece vai além de palavras de conforto; é um alívio profundo para nossa alma. Ele não apenas nos observa de longe, mas age ativamente para que todas as coisas cooperem para o bem daqueles que o amam.

Veja, aqui não estou afirmando que não passaremos por dores ou tristezas. Pelo contrário, passamos por este mundo na certeza de que aqui encontraremos aflições. Mas temos também a convicção que que porque Cristo venceu o mundo, nós também venceremos.

Sendo assim, o consolo do Senhor muitas vezes não virá na simples mudança das circunstâncias. Ele virá na paz que excede todo entendimento, e na certeza de que quando oramos, falamos ao Deus de TODA CONSOLAÇÃO.

Por que Ele é compassivo e misericordioso, temos a certeza de que, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, podemos encontrar alívio. Ele anima nosso espírito, renovando nossa força para continuar, e nos dá uma nova perspectiva sobre nossa dor, transformando-a em um testemunho de Sua fidelidade e amor.

Esperança

Este certamente é um dos aspectos mais impressionantes da compaixão de Deus: ela não se limita ao presente; pelo contrário, ela nos aponta para o futuro cheio de esperança.

Por sua compaixão, podemos olhar além das circunstâncias imediatas, lembrando-nos de que nossa história não termina no sofrimento. Ele nos lembra:

📖  Romanos 8:18: “os sofrimentos do presente não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada”

 

📖 Apocalipse 21:4: “enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor”

Essa esperança nos fortalece para enfrentar as adversidades, sabendo que, um dia, toda dor será substituída pela alegria eterna em Sua presença.

Nossa resposta a sua compaixão deve ser a confiança, pois Ele já preparou um futuro onde tudo será novo, e onde viveremos em perfeita comunhão com Ele.

Um Deus compassivo

Talvez para alguns de nós seja difícil imaginar um Deus que se compadece de nós. Mas Ele é tudo isso! Romanos 12:15 nos orienta a nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram. Não seria assim também o próprio Deus? Ele se alegra quando encontramos alegria verdadeira nEle e chora quando sofremos, mesmo quando isso é resultado de nossas más escolhas.

Por isso reafirmo: Importa que o vejamos como Ele é, para que possamos nos relacionar com Ele da maneira certa. Que a revelação de que Deus é compassivo nos dê esperança de que os dias cinzentos serão inevitavelmente cortados pelos raios luminosos de Sua luz. Ele é a fonte de consolo e esperança.

Deus é alegre! Essa afirmação te causa alguma estranheza ou te deixa desconfortável?

Deus é alegre?

Muitos de nós, ainda que de maneira inconsciente, percebemos o Senhor como um velhinho sério e taciturno, sentado em um trono, dando ordens e coordenando o funcionamento da Terra.

Embora esse pensamento seja verdadeiro em parte (Ele está sim sentado sobre um trono e governa todas as coisas), certamente Ele está longe de ser um velhinho antipático. Se não prestarmos atenção às Escrituras, a alegria de Deus pode passar despercebida a nós, e teremos sempre a visão de um Deus sério e muitas vezes distante.

Porém, antes de mergulharmos nesse atributo, vamos recapitular.

Esse é o quinto texto de uma série de estudos sobre alguns atributos de Deus. Se você está chegando agora, vale a pena dar uma olhada nas partes 1, 2, 3 e 4 e rever conceitos fundamentais para este estudo.

A Alegria de Deus na Bíblia

As Escrituras falam com muita frequência sobre alegria. Diversas palavras são usadas para descrevê-la, tanto nas nossas traduções quanto nos idiomas em que o texto sagrado foi originalmente escrito. O que é inegável é que a alegria é essencial para o ser de Deus e para a narrativa bíblica. A alegria está no início, no meio e no final de toda a história do relacionamento de Deus com o homem, porque Deus é alegre. Vejamos na Palavra:

📖 Mateus 25:21: “O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco; eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!’”

📖 Mateus 3:17: “E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.”

📖 1 Tessalonicenses 1:6: “De fato, vocês se tornaram nossos imitadores e do Senhor; apesar de muito sofrimento, receberam a palavra com alegria que vem do Espírito Santo.”

📖 João 17:13: “Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos.”

A Essência da Alegria de Deus

O Pai, o Filho e o Espírito expressam alegria, carregam alegria, sentem e dão alegria. Seria ousado demais dizer que a alegria está em Sua essência? Deus não é aquele que dá de quem Ele mesmo é? Ele cria e é Criador, ama e é amor. Expressa alegria, portanto, é alegre. E Deus não está sujeito às frustrações como nós, então Sua alegria não é um estado momentâneo de prazer. É quem Ele é!

Igualmente, John Piper argumenta que o deleite do Pai sobre o Filho não passou a existir só após a encarnação. Jamais houve um tempo em que Deus Filho não fosse o prazer de Deus Pai. Assim, a alegria faz parte do ser de Deus. Piper chega a dizer que se Deus não for alegre eternamente – sem começo ou fim – então o Deus cristão não existe.

Em resumo, o que ele está afirmando aqui é que Deus se apresenta como o Deus que tem deleite, que tem satisfação, que tem prazer e alegria eterna. Esse é quem Ele é! Ele quer que O vejamos assim. E não especificamente o Pai OU o Filho OU o Espírito, mas Deus como UM.

Há um transbordar de alegria entre as pessoas da Trindade, uma comunhão, uma profusão de afetos que só Ele é. Sempre foi. E sempre será! Deus é alegre!

A Importância de Ver Deus como Alegre

Mas de que forma entender a alegria como um atributo de Deus é relevante para nós?

Primeiramente, importa que O vejamos como Ele é, certo? Você imagina Deus como alegre? É assim que você pensa sobre Deus?

A forma como O vemos determinará a forma como nos relacionamos com Ele. Se vemos um Deus que está sempre bravo e esperando para nos corrigir, dificilmente vamos nos aproximar Dele com prazer ou nos deleitar em Sua presença.

Portanto, é primordial que entendamos que a alegria está no cerne de Seu plano para o homem. Do jardim à cidade celeste. Alegria, alegria, alegria! O Seu Reino é estabelecido em paz, justiça e alegria.

📖 Apocalipse 21: “Então vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia. Vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido. Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: ‘Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou.'”

Leia também: Hebreus 12:2, Isaías 65:17-19, Isaías 35, Romanos 14:17.

Alegria: Um Dom do Espírito

Além disso, a alegria de Deus é classificada como um atributo comunicável, e em nós, ela é um dom do Espírito (Gálatas 5:22). Ela não é produzida pelo esforço humano, nem por sermos minimamente saudáveis ou bem-sucedidos. É um presente que o Espírito nos dá à medida que Ele nos permite contemplar Jesus em Sua Glória.

É a isso que eu me refiro quando falo de alegria aqui. Deus exala essa alegria. Nós fomos feitos para essa alegria. A prática é: fomos feitos para nos deleitar na alegria do Senhor. Na alegria de perceber a Sua glória. O cristão se torna, assim, um hedonista (por falta de palavra melhor). Ou seja, alguém que vive para perseguir a alegria. Mas ele entende que a Alegria é alguém.

Nesse sentido, o chamado de nosso Deus a uma vida de “perdas” não é mais severo. Porque entende-se a alegria que reside em viver do jeito certo, do jeito dEle. Veja:

📖 Filipenses 3:7-9: “Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé.”

A Nossa Alegria como Resposta aos Seus Atributos

Responda sinceramente: tudo o que você quer não é ser feliz? Será que você não faz todas as suas escolhas tendo isso como a linha diretora do seu comportamento (ainda que não sempre de forma consciente)? Você acha que os macedônios de 2 Coríntios 8:2, ou Paulo em Filipenses 3:7-9, ou o salmista eram diferentes de você nisso? Eu não acho. Eles também queriam ser felizes. A questão, no entanto, é que eles reconheceram a alegria verdadeira na face de Cristo!

Assim, é primordial saber que Deus é alegre, porque Ele nos fez para Ele mesmo. Ele nos fez para termos comunhão com Ele. A glorificação de Cristo envolve estarmos satisfeitos nEle, reconhecendo que Ele é a fonte de alegria plena! Somos feitos para Sua glória e não poderemos dar a glória que Lhe é devida se não O virmos como Ele é, como Ele deseja que O vejamos. Um Deus alegre, portanto, um povo alegre.

Neemias chega a dizer que essa alegria que temos no Senhor é uma fortaleza para nós:

📖 Neemias 8:10: “Disse-lhes mais: ‘Podem sair, e comam e bebam do melhor que tiverem, e repartam com os que nada têm preparado. Pois esse dia é consagrado ao nosso Senhor. Não se entristeçam, porque a alegria do Senhor os fortalecerá.'”

Alegre-se, pois Ele é Alegria!

Os Salmos estão repletos de menções ao alegre refúgio, ao lar que encontramos no Senhor. Isso é maravilhoso! Quem não cantaria todos os dias diante dessa realidade? Eu busquei a vida inteira ser feliz e agora sei onde a felicidade mora. A sede foi plantada por Ele, porque Ele a sacia. Fome provocada por Ele, porque Ele alimenta. Ele me fez ansiar por alegria porque Ele é alegre! Podemos sorrir ao Seu lado.

📖 Sofonias 3:17: “O Senhor, o seu Deus, está em seu meio, poderoso para salvar. Ele se regozijará em você, com o seu amor a renovará, ele se regozijará em você com brados de alegria.”

📖 Jeremias 32:41: “E alegrar-me-ei deles, fazendo-lhes bem; e plantá-los-ei nesta terra firmemente, com todo o meu coração e com toda a minha alma.”

Você consegue imaginá-Lo assim? Deus sorrindo? Se olharmos mais cuidadosamente para o texto de Neemias citado anteriormente, veremos que a contemplação da santidade de Deus não é completa sem que encontremos alegria nEle. O Senhor os adverte: alegrem-se! Hoje é dia de perdão, então alegrem-se! Deus é mais glorificado em mim, quanto mais satisfeito eu estou nEle. Chorar, contristar-se, arrepender-se pelo pecado, temer a santidade de Deus…Tudo isso é certo! É necessário! No entanto, não pare nisso. Alegrar-se no Senhor é reconhecê-Lo por quem Ele é! E nisso Ele é glorificado!

Seguindo a série sobre os atributos de Deus, hoje iremos conversar sobre a Sua santidade.

Se você chegou agora, talvez seja uma boa ideia dar uns passos para trás, e ler um pouco a respeito do porque é importante estudar os atributos de Deus e alguns conceitos teológicos que nos ajudam na jornada de comprender ao Senhor. 

Santo!

Imediatamente me vi tomado pelo Espírito, e diante de mim estava um trono no céu e nele estava assentado alguém.

Aquele que estava assentado era de aspecto semelhante a jaspe e sardônio. Um arco-íris, parecendo uma esmeralda, circundava o trono,

ao redor do qual estavam outros vinte e quatro tronos, e assentados neles havia vinte e quatro anciãos. Eles estavam vestidos de branco e tinham na cabeça coroas de ouro.

Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões. Diante dele estavam acesas sete lâmpadas de fogo, que são os sete espíritos de Deus.

Também diante do trono havia algo parecido com um mar de vidro, claro como cristal. No centro, ao redor do trono, havia quatro seres viventes cobertos de olhos, tanto na frente como atrás.

O primeiro ser parecia um leão, o segundo parecia um boi, o terceiro tinha rosto como de homem, o quarto parecia uma águia quando em vôo.

Cada um deles tinha seis asas e era cheio de olhos, tanto ao redor como por baixo das asas. Dia e noite repetem sem cessar: “Santo, santo, santo é o Senhor, o Deus todo-poderoso, que era, que é e que há de vir”.

Apocalipse 4:2-9

 

Apocalipse 4, Ezequiel 1 e Isaías 6 nos mostram a descrição da sala do trono.

Nesse momento, diante do Senhor, há seres viventes, anciãos, anjos e querubins. Todos rendendo adoração incessante, declarando: Santo!

A Santidade de Deus

Apenas essa descrição da sala do trono deveria ser o suficiente para despertar a nossa curiosidade. De todos os atributos que poderiam ser destacados a respeito do Criador, todas as criaturas no céu não conseguem ignorar a Sua santidade.

Ainda assim, como se apenas isso não fosse suficiente, as Escrituras trazem diversas declarações a respeito da santidade de Deus. Inclusive, Ele se refere a Si mesmo como o Santo de Israel.

📖 Salmos 99:9 (NVI): “Exaltem o Senhor, o nosso Deus, e prostrem-se diante do seu santo monte, pois o Senhor, o nosso Deus, é santo.”

📖 Isaías 43:3 (NVI): “Pois eu sou o Senhor, o seu Deus, o Santo de Israel, o seu Salvador; dou o Egito como resgate por você, a Etiópia e Seba em troca de você.”

Leia também: 1 Pedro 1:16, Salmos 22:3, Êxodo 15:11, Apocalipse 15:4, 1 Samuel 2:2, Isaías 57:15, Isaías 47:4, Isaías 41:14, Ezequiel 39:4.

O que significa dizer que Deus é Santo?

Visto que as Escrituras dão tanta importância para a santidade de Deus, o que significa quando falamos sobre a santidade de Deus?

A definição literal da palavra Santo é separado.

Portanto, quando declaramos Sua santidade, estamos reconhecendo que Ele é diferente, separado e superior a tudo o que conhecemos. A santidade é a essência de quem Deus é. É um atributo que permeia todos os outros atributos de Deus.

“A Santidade é a beleza em todos os atributos de Deus.” – A.W. Pink

Deus ser Santo significa que Ele é diferente e superior. A bondade de Deus, por exemplo, é diferente de qualquer bondade que possamos imaginar; ela é superior, é santa. Da mesma forma, a justiça de Deus é santa e completamente distinta da justiça humana.

Convite feito a nós

Diante de Sua santidade, existe um convite feito a nós: Deus nos chama a ser santos como Ele é santo. Ou seja, somos chamados para ser diferentes, separados e completamente dedicados a Ele.

📖 Levítico 20:7-8 (NVI): “Consagrem-se e sejam santos, porque eu sou o Senhor, o Deus de vocês. Obedeçam aos meus decretos e pratiquem-nos. Eu sou o Senhor, que os santifica.”

Neste texto de Levítico, vemos o Senhor comunicar uma lista de regras de conduta para o Seu povo. São diversas regras sobre o que o povo poderia e não poderia fazer, todas demonstrando uma verdade: vocês devem ser diferentes das nações ao seu redor, devem ser santos, separados.

No livro de Romanos, o apóstolo Paulo destaca esse mesmo conceito:

📖 Romanos 12:2 (NVI): “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

A Santidade de Deus e o pecado do homem

O mesmo texto de Levítico nos explica que todo pecado cometido pelo homem deve ser punido com morte. Quando lemos esse texto sem um entendimento adequado a respeito da santidade de Deus, o discurso pode parecer cruel, autoritário e injusto.

Entretanto, quando compreendemos a santidade de Deus, podemos entender a simples verdade: Deus não se mistura com o pecado.

Ele é Santo e o pecado do homem ofende profundamente essa santidade, nos tornando automaticamente inimigos de Deus.

Isso significa que não posso pecar?

Sim e não.

A questão central do evangelho é exatamente essa: Deus não se mistura com o pecado, Ele é Santo, e o homem simplesmente não é capaz de não pecar.

Com o objetivo de resolver a situação, em sua bondade, misericórdia e justiça, Deus ama tanto o mundo que entrega o Seu Filho como expiação pelos nossos pecados.

É por causa do sangue do Filho, que abriu um caminho para nós, que hoje podemos ser amigos de Deus.

📖 João 14:6 (NVI): “Respondeu Jesus: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.’”

Ou seja, não, isso não significa que preciso conseguir não pecar para me aproximar de Deus, o sangue de Jesus me garante esse acesso.

Por outro lado, sim, isso significa que preciso buscar uma vida sem pecado, ou seja, de santidade, porque compreendo que Santo é aquele que me chamou. Ele me convida para uma vida de santidade.

Sendo assim, a renúncia a uma vida de pecado é um ato de amor a Deus, que é santo. Não um ato de “auto-justificação” de alguém que procura ser bom o suficiente para estar na presença de Deus.

Como então me santifico?

📖 2 Coríntios 3:18 (NVI): “E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito.”

O convite feito a nós diante da santidade de Deus é simples: contemplá-Lo. Adorá-Lo em Sua santidade, meditar nas Escrituras, investir tempo em oração. Imaginar a cena da sala do trono descrita em Apocalipse e permitir que a contemplação do que é Santo nos torne cada dia mais santos.

Hoje podemos entrar com confiança na presença do Senhor, contemplarmos a sua beleza e confiarmos que, em Sua fidelidade, Ele fará o resto. Que possamos viver em reverência e adoração a este Deus santo, buscando conhecê-Lo cada vez mais profundamente.

“O que vem à mente de uma pessoa quando pensa em Deus é a coisa mais importante sobre ela.” – A.W. Tozer, O Conhecimento do Santo

Ter uma visão correta a respeito de Deus é fundamental para a jornada cristã! Só podemos adorar aquilo que de fato conhecemos. Portanto, é importante saber quem Deus realmente é para que possamos adorá-Lo verdadeiramente e nos relacionarmos com Ele a partir de Sua real natureza. Caso contrário, criaremos um ídolo em Seu lugar.

Entender que Deus quer ser conhecido e que Ele se revela através das escrituras é o ponto de partida para a nossa jornada.

E hoje vamos mergulhar um pouco mais fundo no que talvez seja um dos atributos mais famosos de Deus.

Deus é Fiel

Se você nunca ouviu alguém falando que Deus é fiel, certamente já leu isso no para-choque de algum caminhão ou em um adesivo colado em um carro!

Mas o que significa dizer que Deus é fiel? Fiel a quem? Fiel a quê?

📖 2 Timóteo 2:11-13 (NVI):

“Esta palavra é digna de confiança: Se morremos com ele, com ele também viveremos; se perseveramos, com ele também reinaremos. Se o negamos, ele também nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar a si mesmo.”

Primeiramente, precisamos compreender que a fidelidade é a natureza de Deus.

📖 Salmos 33:4 (NVI):

“Pois a palavra do Senhor é verdadeira; ele é fiel em tudo o que faz.”

Leia também: Deuteronômio 7:9, 1 Coríntios 1:9, Hebreus 10:23, Lamentações 3:22-23, Salmos 36:5

Inegavelmente, a Bíblia inteira é uma grande história a respeito da fidelidade de Deus.

A história da fidelidade de Deus

Em Gênesis 3, logo após a queda do homem, o Senhor faz uma promessa: do ventre da mulher viria aquele que pisaria a cabeça serpente. Ele está dizendo ali que nasceria um homem que salvaria toda a humanidade e seria capaz de destruir o inimigo das nossas almas.

No nascimento de Jesus temos o cumprimento parcial dessa promessa, que seja completamente consumado com o Seu retorno.

O Salmo 100:5 diz que Sua fidelidade permanece por todas as gerações. E é exatamente isso que a Bíblia está nos mostrando. Um Deus que tinha todos os motivos do universo para falar: “Quer saber, deixa pra lá… Eu vou criar uma outra raça que seja mais obediente que vocês.” Mas Ele não faz isso. Por quê? Por Sua fidelidade. Ele não pode e não vai negar a Si mesmo. Não vai mudar de ideia, não vai voltar atrás em Suas palavras.

Sobre a fidelidade de Deus está alicerçada toda a nossa esperança de um futuro abençoado. É em consequência da fidelidade divina que suas alianças permanecem, e suas promessas serão cumpridas. É unicamente por termos completa certeza da fidelidade do Altíssimo que vivemos em paz e esperamos com segurança a vida vindoura. – A.W. Tozer

Fiel a quê?

Sabemos então que o Senhor é fiel, mas precisamos nos perguntas: fiel a quê? Este talvez seja o ponto de maior confusão para o cristão contemporâneo quando falamos da fidelidade. Estamos tão acostumados a falar que Deus é fiel que nos esquecemos de perguntar fiel a quê e simplesmente assumimos que é a nós, ao nosso bem-estar.

Para conseguirmos respostas para essa pergunta, precisamos mais uma vez olhar para as escrituras:

Ele é fiel à Sua Palavra

📖 Isaías 46:10-11 (NVI):

“Eu anuncio o fim desde o começo, desde os tempos antigos, o que ainda está por vir. Digo: ‘O meu propósito permanecerá em pé, e farei tudo o que me agrada.’ Do leste convoco uma ave de rapina; de uma terra distante, um homem para cumprir o meu propósito. ‘O que eu disse, isso eu realizarei; o que eu planejei, isso farei.’”

Leia também: Ezequiel 12:25, Números 23:19, Salmos 89:34, Mateus 24:35, Hebreus 6:17-18

Deus é fiel à Sua própria palavra, ao que Ele prometeu que faria. Ele é fiel às Suas alianças.

📖 Hebreus 6:13-14 (NVI):

“Quando Deus fez a sua promessa a Abraão, jurou por si mesmo, visto que não havia ninguém superior a ele por quem jurar, dizendo: ‘Esteja certo de que o abençoarei e farei numerosos os seus descendentes.’”

Portanto, dizer que Deus é fiel não é um sinônimo de que tudo vai dar certo em nossa vida. Não significa que todas as portas estarão abertas, que teremos um emprego ou que vamos casar. A fidelidade de Deus é com a Sua palavra, não com a minha ideia de como as coisas deveriam ser.

E eu com isso?

Se Deus é fiel à Sua palavra e não a mim, o que entender a fidelidade de Deus significa para mim?

Mais uma vez, voltemos para as Escrituras. Sua palavra diz o seguinte:

📖 Colossenses 1:22-23 (NVI):

“Antes vocês estavam separados de Deus e, em suas mentes, eram inimigos por causa do mau procedimento de vocês. Mas agora ele os reconciliou pelo corpo físico de Cristo, mediante a morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação.”

A promessa do Senhor nesse texto é clara: Ele estará conosco em nossa jornada de santificação. Sua fidelidade é nos tornar mais parecidos com Cristo, até o dia de Cristo.

A jornada de santificação

O problema aqui é que, na grande maioria das vezes, a santificação não vem no pacote que esperamos. Normalmente, ela é aparente sucesso, emprego novo, grandes promoções, carro novo ou, em resumo, tempos fáceis.

Por mais difícil que seja admitir, somos muito mais desafiados a ser como Cristo na hora da demissão, da doença, do carro quebrado ou da espera. Assim, é nos “nãos” e nas frustrações que devemos nos apegar à verdade de que Deus é fiel, independentemente dos nossos sentimentos.

Ele não é fiel ao que parece melhor para mim. Ele é fiel à Sua palavra, e Sua palavra diz que Ele está comprometido em me tornar mais parecido com Cristo.

Ainda que seja desconfortável e, às vezes, até mesmo triste, podemos descansar no fato de que Ele é fiel ao que prometeu. É sobre isso que o autor de Romanos está falando no capítulo 8, quando diz que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.

Finalmente, diante da Sua fidelidade, não precisamos temer más notícias ou andar ansiosos pelo dia de amanhã. Ainda que no futuro enfrentamos frustrações e tempos difíceis, podemos descansar na confiança de que, no grande dia do Senhor, seremos apresentados santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação.

Na teologia existem alguns conceitos a respeito dos atributos de Deus que nos auxiliam na jornada por esse estudo.

Alguns deles são simples de serem compreendidos, enquanto outros desafiam completamente nossa lógica e capacidade cognitiva!

E antes de mergulharmos mais fundo em atributos específicos de Deus, precisamos colocar as bases para o nosso entendimento.

Por que estudar os atributos de Deus?

Nosso ponto de partida sempre será a importância de conhecer ao Deus que dizemos servir. Se o adoramos, mas não o conhecemos, estamos adorando uma imagem criada pela nossa imaginação. E, ainda que tenhamos boas intenções, estamos caindo no pecado da idolatria.

Conhecer a Deus nos dará a firmeza que precisamos para concluirmos nossa jornada cristã com sucesso!

Sem dúvidas, existe muito para se conhecer a respeito do Senhor e nossa mente (humana e limitada) nunca seria capaz de compreender em plenitude sua magnitude.

No entanto, a fim de “facilitar” o estudo dos atributos de Deus, vamos conversar sobre alguns conceitos importantes!

Deus é o que é

Primeiramente, precisamos estabelecer que Deus simplesmente é o que é. Tudo o que Ele é, Ele o é por completo.

Quando dizemos que Deus é misericordioso, não podemos assumir que Ele atua com misericórdia em determinadas situações. Que, às vezes, quando necessário, Ele diminui sua misericórdia para exercer justiça. Não! Ele é 100% misericordioso, assim como é 100% justo.

Seus atributos não estão em conflito uns com os outros e Ele não escolhe alguns atributos em alguns momentos.

Tudo o que Deus é, Ele o é por completo. E, ainda que esse conceito desafie a nossa lógica, a verdade não é refém do nosso entendimento.

“Disse Deus a Moisés: ‘Eu Sou o que Sou’. Disse mais: ‘Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós’.” – Êxodo 3:14

Atributos Comunicáveis e Incomunicáveis de Deus

Em seguida, para tornar o estudo dos atributos de Deus mais didático, a teologia os divide em duas categorias: comunicáveis e incomunicáveis. Mas o que isso significa?

Basicamente, os atributos comunicáveis de Deus são aqueles que Ele compartilha conosco em certa medida. Estes atributos nos permitem refletir, de maneira limitada, o caráter de Deus em nossa própria vida. São qualidades que Deus possui e que, de alguma forma, podemos também possuir.

Aqui precisamos ressaltar que o Senhor é infinitamente superior a qualquer coisa que conhecemos. Nem em nossos melhores dias seremos capazes de demonstrar esses atributos em plenitude, como Ele o faz. Mas, por sua graça e misericórdia, podemos provar e crescer, à medida que nos tornamos mais parecidos com Cristo.

Alguns exemplos de atributos comunicáveis de Deus são: amor, sabedoria, justiça e misericórdia. Embora nossa expressão desses atributos seja imperfeita, eles nos aproximam do caráter divino.

Os atributos incomunicáveis, por sua vez, são exclusivos a Ele. Não podem ser encontrados na humanidade. Estes atributos destacam a infinita diferença entre Deus e Suas criaturas.

São atributos que pertencem somente a Deus. Eles incluem onipotência, onisciência, onipresença e imutabilidade. Esses atributos demonstram a majestade e supremacia de Deus sobre toda a criação.

A Imanência de Deus

Outro aspecto teológico que nos ajuda na nossa compreensão dos atributos de Deus é a Sua imanência e transcendência.

A imanência de Deus refere-se à Sua presença ativa e contínua na criação. Deus não é distante, não é apenas um observador; Ele é acessível, íntimo e atuante em todas as partes do mundo. Ele está presente em todos os aspectos da vida, sustentando e interagindo com Sua criação.

Um exemplo claro da imanência de Deus é a ideia de que Ele está envolvido em nossas vidas, ouvindo orações e agindo no mundo.

“O Senhor está perto de todos os que o invocam, de todos os que o invocam com sinceridade.” – Salmo 145:18

A Transcendência de Deus

A transcendência de Deus, por outro lado, significa que Ele está acima e além de toda a criação. Deus é grandioso, majestoso e infinitamente superior a tudo o que existe. Ele é infinito, eterno e completamente distinto de tudo o que criou. Ele não está limitado pelo tempo, espaço ou qualquer outra dimensão da realidade física.

A transcendência de Deus enfatiza Sua grandeza, poder e santidade, mostrando que Ele é incomparável e além da compreensão humana total.

“Porque assim diz o Alto e Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.” – Isaías 57:15

Aplicação prática

Finalmente, de que forma essa compreensão altera o nosso estudo a respeito dos atributos de Deus?

Sempre que nos aproximamos do Senhor e nos esforçamos para compreendê-lo, podemos nos lembrar:

Ele é imanente, ou seja, está presente. Quer ser conhecido, fez questão de se revelar, está conosco a cada passo dessa jornada.

Por outro lado, Ele é transcendente. O que significa que Ele é diferente de tudo o que conhecemos e nunca seríamos capazes de compreendê-lo por completo.

Sua bondade é imanente, podemos provar dela e até mesmo expressá-la, porém ela é transcendente, completamente diferente da nossa: superior e perfeita.

O mesmo pode ser dito sobre Sua misericórdia, graça, justiça. Todas elas, ainda que estejam presentes na nossa vida, são maiores do que nosso intelecto é capaz de compreender.

Entender os atributos de Deus, tanto comunicáveis quanto incomunicáveis, junto com Sua imanência e transcendência, nos ajuda a apreciar a complexidade e a maravilha do caráter divino. Deus é ao mesmo tempo próximo e envolvido conosco, enquanto também é grandioso e infinitamente além da nossa compreensão.

“Os mistérios de Deus são profundos e inescrutáveis, além da nossa compreensão.” – John Wesley