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Igreja e Israel: compreendendo o plano redentor de Deus

Teologia

Precisamos entender o plano de Deus para a humanidade, e a Igreja e Israel fazem parte desse plano. Nos escritos de Paulo, ele fala sobre o mistério que se refere a revelação especial que Deus deu a Paulo sobre a união de judeus e gentios em um só corpo.

Portanto, Deus sempre teve em mente a união de judeus e gentios em um só corpo. Então, a igreja é parte desse plano. Porém, existem abordagens teológicas que são utilizadas para interpretar a Bíblia, que são o dispensacionalismo e o aliancismo. Essas abordagens possuem pontos fortes e fracos. Porém, possuem uma falha que leva a uma falta de compreensão do mistério de Israel.

 

Dispensacionalismo e aliancismo

O aliancismo e dispensacionalismo são duas abordagens teológicas diferentes para compreender a história da salvação e o papel de Israel e da igreja nesse processo. Portanto, cada abordagem apresenta implicações significativas na compreensão da relação entre o povo judeu e o cristianismo e, por consequência, na história do antissemitismo.

Dispensacionalismo: duas árvores de salvação

Imagem retirada do livro Igreja e Israel no Novo Testamento, Impacto

 

O dispensacionalismo é uma abordagem que divide a história da salvação em diferentes períodos chamados dispensações, cada uma com um conjunto específico de regras e requisitos.

Segundo essa abordagem, Deus frequentemente testa e oferece uma oportunidade única de salvação em cada uma dessas dispensações. O arrebatamento da igreja é um evento futuro em que os crentes verdadeiros em Jesus Cristo serão retirados do mundo antes da tribulação, para Deus voltar a lidar com Israel na grande tribulação.

Aliancismo: uma árvore de salvação substitui a outra

Imagem retirada do livro Igreja e Israel no Novo Testamento, Impacto.

Já o aliancismo é uma abordagem que vê a salvação como um processo contínuo, que começa com a primeira aliança de Deus com Adão e Eva e continua através das outras alianças estabelecidas por Deus com a humanidade, culminando na nova aliança em Jesus Cristo. Cada uma dessas alianças é vista como uma etapa importante na história da salvação, mas a nova aliança em Jesus Cristo é a última e final, e não haverá outra.

Consequência do Aliancismo e do Dispensacionalismo

Como já foi dito, ambas as abordagens teológicas têm implicações significativas para a história do antissemitismo. A teologia do aliancismo pode levar à compreensão de que a igreja substitui Israel como o povo escolhido de Deus. Isso pode levar a uma discriminação contra os judeus, pois, historicamente, essa ideia tem sido usada para justificar a perseguição e o genocídio dos judeus.

O problema central do aliancismo reside na sua incapacidade de diferenciar entre Israel e a Igreja. Em virtude disso, a corrente reinterpretou uma série de textos do Antigo Testamento, que falam sobre as promessas para Israel a serem cumpridas no fim dos tempos, a posse da nova terra, o milênio, a grande tribulação, dentre outros.

As raízes do aliancismo

Contudo, tal método interpretativo é bastante alegórico, lembrando o antigo método alegórico da escola alexandrina, que teve Orígenes como um de seus representantes, mas que acabou sendo condenado pela Igreja.

Vale ressaltar que essa interpretação do aliancismo tem suas raízes no antissemitismo medieval e isso pode levar a uma discriminação contra os judeus, pois, historicamente, essa ideia tem sido usada para justificar a perseguição e o genocídio dos judeus.

Uma árvore não substitui a outra

A ideia de que uma árvore de salvação substitui a outra pode levar à interpretação equivocada de que Deus rejeitou os judeus e escolheu os cristãos como o novo povo escolhido.

Por outro lado, a teologia do dispensacionalismo pode levar a uma compreensão equivocada de que Deus perdeu o controle da história. A ideia de que Deus precisaria retirar a igreja do mundo antes da tribulação pode levar a uma mentalidade de escapismo.

Deus nunca perdeu o controle

Conforme as Escrituras, pode-se afirmar que todo o sofrimento do povo judeu na história da humanidade não ocorreu sem a supervisão e controle de Deus. A Bíblia ensina que Deus é soberano sobre todas as coisas, incluindo o sofrimento do Seu povo escolhido. Um exemplo disso é o livro de Jó, onde Deus permitiu que Satanás afligisse Jó, mas manteve sempre o controle da situação.

Além disso, a Bíblia nos mostra que Deus usa o sofrimento para cumprir Seus propósitos e planos soberanos. Por exemplo, no Antigo Testamento, podemos ver que Deus usou a escravidão no Egito para libertar o povo de Israel e levá-los à terra prometida (Êxodo 12:40-42).

Assim, nos dias de hoje, Deus também pode usar o sofrimento do Seu povo para realizar Sua vontade. Isso não significa que Deus cause o sofrimento, mas significa que Ele pode permiti-lo para nos moldar e nos tornar mais como Cristo (Romanos 8:28-29):

Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. Romanos 8:28,29

E quando Deus restaurar Israel, como prometeu em Sua Palavra, será uma ocasião gloriosa. A Bíblia nos diz que Jesus Cristo retornará para estabelecer Seu reino na Terra e Israel desempenhará um papel importante nesse evento (Zacarias 14:1-9).

 

Inclusão ou Teologia da Promessa

Imagem retirada do livro Igreja e Israel no Novo Testamento, Impacto

De acordo com a visão de inclusão radical, o plano divino não se limita apenas ao povo judeu, mas abrange todas as nações. Deus prometeu a Abraão (Gn 12:1-3) que todas as nações da Terra seriam abençoadas através dele. E essa promessa se cumpriu em Jesus Cristo, o salvador de toda a humanidade, tanto judeus quanto gentios. O apóstolo Paulo, em suas cartas aos Romanos e Efésios, fala extensivamente sobre a inclusão de todas as nações na salvação divina. Em Efésios 2:11-13 vemos:

Portanto, lembrem-se de que anteriormente vocês eram gentios por nascimento e chamados incircuncisão pelos que se chamam circuncisão, feita no corpo por mãos humanas, e que naquela época vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo. Efésios 2:11-13

 

Igreja e Israel

Conforme a igreja amadurece espiritualmente, ela passa a compreender com mais clareza o papel de Israel no plano divino e como sua própria existência está conectada a isso. Isso envolve reconhecer que a igreja não substitui Israel, mas que ambas as partes são essenciais para a realização do plano divino de salvação da humanidade. Juntos, judeus cristãos (a Israel de Deus) e gentios cristãos compõem o que chamamos de povo de Deus.

 

Além disso, à medida que a igreja cresce, ela compreende como pode trabalhar em conjunto com Israel para cumprir o plano de Deus na história. A cooperação e a união entre judeus e gentios são fundamentais para a realização do propósito divino na história.

Aquele que, sendo judeu, e pelo povo judeu foi inicialmente rejeitado, foi, em contrapartida, aceito pelas nações da Terra após sua morte na cruz e ressurreição ao terceiro dia. A Igreja de Jesus Cristo é esta que nasceu co-herdando a promessa destinada ao povo judeu. Mas, como Cristo pode ser aceito pelas nações da Terra se Ele era judeu e veio à Terra para salvar o povo judeu?

O que Jesus Cristo tem a ver com a vida de cada ser humano em toda a Terra ao longo de todos esses séculos após a sua primeira vinda? 

Uma promessa que alcançaria todas as nações

A narrativa bíblica apresenta uma promessa de redenção ao mundo. É uma história incrível sobre o olhar de Deus inclinado e perseverante em oferecer grande misericórdia e restauração à vida de suas criaturas. Estas, que estavam fadadas à maldade e a uma condição inferior do propósito pela qual foram criadas.

Esta promessa que conduziu todo o desenrolar da narrativa bíblica, da história do povo judeu, que teve início em um dia comum de um nômade. Este foi visitado pela voz de Deus a ir para uma terra distante e boa para se viver. 

Neste momento a criação foi acometida pela revelação de seu Criador, cuja voz sucedeu a todos os seus descendentes, sustentados pela mesma promessa de que todas as famílias da Terra seriam abençoadas pelo que Deus estava iniciando naquele instante.

Jesus Cristo é Deus

Em toda a história, Jesus Cristo foi anunciado como a promessa eficaz, suficiente e irrevogável de salvação do povo que Ele separava para si. E muito mais do que uma terra prometida, Deus desejava que as suas leis estivessem no coração deste povo. Deus preferiu uma história de relacionamento do que uma simples anulação de tudo o que tinha feito.

E esta narrativa mostra que a pessoa de Jesus Cristo é a própria encarnação do Criador e da promessa. Ele é a resposta que o mundo sempre precisou. Hoje a fé em suas palavras e na sua volta são tudo o que sustentam a vida das pessoas comuns, como eu e você. 

Jesus Cristo é esta voz encarnada

Apenas Deus poderia ser capaz de restaurar a condição pecaminosa em que o homem se encontra. Ele é limitado e de dura cerviz, dificilmente se reclina a Deus. Ele precisa ser encontrado pela graça de Deus, assim como em um dia de Natal, onde os presentes, a presença das pessoas podem trazer à lembrança o que realmente é importante. Aquilo que sustenta a vida na terra é o amor que se recebe e que se oferece, principalmente o amor incomparável de Deus.

Este amor não seria possível ser conhecido se não fosse Deus descendo de sua majestade e vestindo a condição de homem para restaurar esta condição da maldade e da desesperança. E pode ser que essa mesma voz que conduziu um homem simples em um dia comum, aconteça também através de um texto como esse, que chegou até você, ou de alguém que lhe apresentou Jesus.

A promessa se cumprirá plenamente com a sua volta

Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz. 

Ele estenderá o seu domínio, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, estabelecido e mantido com justiça e retidão, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso.  Isaías 9:6,7

O Natal é a comemoração de sua encarnação, de sua promessa tomando forma. De Deus que veio como bebê, se sujeitou por amor e misericórdia, para tirar os homens desta condição.  Por isso, quem nele confia pode descansar nas suas promessas, porque Ele é fiel para cumpri-las todas. Pois, não haverá mais escuridão na alma do homem, porque assim como Ele veio para redimir, Ele retornará para reinar.

A política faz parte da vida do cristão e fez parte do convívio de Jesus nos dias em que ele esteve aqui na terra. A teologia nos convida a abordar qualquer assunto, com base na cosmovisão bíblica e a perspectiva da vida eterna nos convida para um olhar diferente daquele que a cultura da terra nos propõem. Então, até mesmo na política devemos colocar nossas lentes bíblicas. 

Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o surpreenderiam nalguma palavra; E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens. Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não? Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro. E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição? Dizem-lhe : De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.

Mateus 22:15-21

De que lado da política, Jesus está agora mesmo? 

Se pudéssemos ouvi-lo presencialmente sobre isso, o que ouviríamos dEle? Jesus nunca se ausentou de nenhum assunto, ele sempre trouxe respostas divinas sobre questões terrenas. E essas respostas são uma luz, uma proposta hoje para essa questão em que estamos vivendo. 

Dize-nos, pois: Qual é a tua opinião? É certo pagar imposto a César ou não?

Mateus 22:17

Jesus, qual a sua opinião sobre isso?

Nos dias de Jesus, ele transitava no meio de poderes políticos. A denominação principal de partido, eram os fariseus. Eles falavam que o povo precisava se purificar a Deus, não deixando de lado o ser judeu.

Herodes então é o rei que, autorizado por Roma, liderava sobre os judeus.
Os Herodianos (judeus que tinham parte com Herodes, comiam, bebiam, estava com ele)
– diziam: levante louvores a Herodes, olhe tudo o que ele está fazendo pra nós.
Enquanto isso os fariseus diziam: não enfatizem Herodes, não deem ibope para a política.

Falar de política naquela época, era comprometedor, como é nos dias de hoje. Fazer aliança com Herodes era algo ruim. Para alguns herodianos Herodes era um messias. Por isso, apoiar Jesus, para os herodianos, era loucura. Eles não conseguiam compactuar com a ideia dos discípulos de Jesus de que agora existia um Rei em Israel.

Jesus chamava os fariseus de hipócritas, pois não conseguiam colocar sobre si o fardo que colocava sobre as pessoas, e para os herodianos, Jesus anunciava o reino vindouro, que para eles era loucura. Então Jesus, não agradava e nem queria agradar os dois lados.

A mensagem de Jesus não era partidária, ele não queria agradar. 

Deus não estava comprometido com o partidarismo da terra antes e nem nos dias de hoje, especialmente dentro da igreja.

Os partidos que se odiavam, se uniram então para aniquilar Jesus.
Dizendo: – Diga-nos Jesus, você que não se deixa influenciar por nenhuma parte… é certo pagar imposto para César? Jesus responde no v18: Percebendo a maldade deles… Hipócritas, por que me colocais a prova? Por que querem me puxar para um dos lados, a fim de comprometer a minha mensagem? Mostrai a moeda do tributo… Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

Historicamente, o rosto dos líderes eram postos em moedas, como lembrete para o povo de que eles estavam submetidos à uma economia naquela região, que eles estavam sendo liderados por aquela pessoa. César queria que eles lembrassem que ele era quem trazia a estabilidade para o povo.

Ali Jesus desarma eles, fala para eles fazerem como dizem os herodianos, pagarem os impostos, mas para também fazerem como os fariseus, e louvar a Deus.

O que aprendemos com Jesus sobre política?

Jesus viveu num mundo politicamente polarizado, exercendo sua liderança espiritual num período em que o clima era tenso em Israel. Jesus era pressionado a tomar o domínio do povo judeu.

A igreja faz política quando manifesta seus valores.

Tomar a ceia do Senhor é político, pois em locais que isso é proibido, tomar a ceia é dizer que você é contra aquela liderança do país que não vive debaixo daquela tirania.

Use a palavra de Deus como uma bússola moral nessa decisão.

Aprendemos com Jesus que o cristianismo nunca estava atrelado com a anarquia. Cristianismo não é filosofia anarquista. Você precisa obedecer as autoridades estipuladas. O cristão pode ser crítico, mas o cristão não tem direito de ser desrespeitoso e vulgar, e atacar seja quem for. Não tem direito de atacar a humanidade e menosprezar a humanidade de alguém.

O novo testamento orienta o cristão a orar por suas autoridades/governantes.

Se orarmos pelos governantes que estão no poder, aproveitamos dessa liderança saudável. Saúde mental, sobriedade, calma e agradável. Como instituição, nós não devemos fazer política partidária e nem somos chamados para ser membros de um partido político. A igreja exerce um papel profético, do legislativo, judiciário, executivo, como os profetas do antigo testamento faziam.

O papel do profeta é denunciar aquilo que é imoral. 

Independente de gostar ou não, precisamos levantar a régua moral para o povo de Deus e cobrar que seus governantes façam as coisas de maneira reta e justa.  Quando a igreja abraça o poder político, ela se cala. O papel da igreja, é de denunciar qualquer valor que não represente Jesus.  A igreja como entidade social, ela faz política, ela produz em atividades que refletem no município.

Dar César o que é de César, também é pagar os nossos impostos. 

Então seja quem for que esteja lá, nós precisamos nos submeter, pois é assim que a bíblia nos ensina. O limite é, até que não interfira nos meus valores e crenças. E dar a Deus o que é de Deus, significa que o nosso Deus é o único a ser adorado.  Enquanto isso, nós não devemos adorar autoridades públicas. Foquemos em DEUS. Não em políticos.

Cada um tem sua função, mas ninguém pode substituir a Deus, eles não darão respostas divinas.

Nós temos a ideia de que o político eleito fará um milagre, ou que ele pode mudar o país. E sabe por que não muda? É parte da estratégia de Deus frustrar os reis da terra. Os reis da terra não possuem o que a igreja precisa. No fim de 4 anos, ficaremos frustrados com os nossos políticos, pois só Deus pode trazer JESUS no grande dia. A nossa segurança não está nas mãos de nenhum político, o futuro da igreja não está nas mãos de nenhum deles. Em qual seja o cenário, teremos Deus, por isso descansamos nele.

Se nos ancoramos na política, não estamos dando a Deus o que é de Deus.

Estamos dando pro governo o que deveria ser dado para Deus. Os cristão sempre foram temidos pelos governos totalitários, pois são pessoas que não se dobram contra seus valores e aquilo que fere sua fé. Aconteça o que acontecer, a igreja é firmada na rocha, inegociável.

Tenhamos uma vida equilibrada como comunidade, somos uma igreja conservadora? Sim, mas não temos nenhum político de estimação. Tenhamos postura de temperança e equilíbrio, que não deixemos de conviver com pessoas que pensam diferente de nós.
A igreja é de Jesus, ela tem que ser um ponto de equilíbrio em uma nação polarizada. A igreja tem que falar com todos. Com seus posicionamentos firmes, mas amar e respeitar uns aos outros.

Um dia viveremos um reino de justiça.

Sem escolher um lado, estaremos debaixo de um único juiz. Nós não vivemos para os reinos da terra, nosso governante é o messias que virá e trata paz num governo eterno. Naquele dia, rios de águas vivas fluirão do seu governo, vida para as nações. É por isso, que independente de qualquer decisão, nossos corações não perdem as esperanças. Oramos por dias de PAZ no nosso país, para que o Senhor nos ajude a conter as nossas emoções e eleve os olhos da igreja para o Senhor Jesus.

Oramos para que Deus restaure o amor e a voz profética na igreja brasileira. 

Então as irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus: “Senhor, aquele a quem amas está doente”. Ao ouvir isso, Jesus disse: “Essa doença não acabará em morte; é para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dele. Joao 11.3:4

Como Jesus ama? Muitos acreditam que Jesus demonstra o Seu amor quando nos livra de sofrimentos e situações difíceis, ou de acordo com as finanças e saúde. Esses são parâmetros errados para medir o amor do Senhor. Questionar o amor de Deus devido às circunstâncias demonstra que não entendemos de fato o Seu amor.

As Escrituras são claras em mostrar que o Senhor ama, não nos livrando do sofrimento e da morte, mas em meio ao sofrimento e à morte.
O amor de Deus é dar vida eterna; e a vida eterna não se trata de ser livre do inferno, mas é conhecer a Deus. O Deus que existe de eternidade a eternidade nos ama a ponto de permitir que o conheçamos. Ele demonstra o Seu amor se manifestando e se revelando (João 3:16, 17:3, 14:21).

Foi por amar Marta, Maria e Lázaro que Jesus permitiu aquela situação

Para que Ele se manifestasse a eles e fosse glorificado. Independentemente do que você passa, todo o seu viver é para a glória Dele.

Muitas vezes você se encontrará na mesma situação de Marta – tem todas as respostas corretas a respeito de quem Jesus é, mas existe um conflito entre o que conhece e a sua fé. Diante de certas circunstâncias, a fé não é suficiente para crer que o Senhor pode mudá-las, entendendo que Ele é soberano e permite tais situações para a Sua glória (João 11:20-27).

Maria é retratada como alguém que reconhece o senhorio de Cristo e se prostra diante dele independente das circunstâncias. Sua postura é totalmente diferente da de Marta, pois ela reconhece quem Ele é e o adora; mesmo em meio à tristeza, ela ama e confia no Senhor. E tal atitude toca profundamente o coração de Jesus (João 11:32-35).

Spurgeon diz que a tribulação é um presente de Deus, porque Ele nos dá a oportunidade de adorá-lo e conhecê-lo em meio ao caos e à aflição.

Em muitos momentos, se duvida que o Senhor seja capaz de mudar uma circunstância muito grave

Mas nenhuma situação, por mais crítica, deve levar a duvidar do amor de Deus. O Senhor pode estar extremamente envolvido nessa circunstância e, propositalmente, ter permitido que ela chegasse àquele ponto para que, no momento devido, Ele transformasse a dor em algo belo, as cinzas em alegria (João 11:38,39).

A Palavra de Deus governa as nossas vidas. Ninguém e nenhuma circunstância pode resistir à forte voz do Senhor e ao comando do Deus Eterno (João 11:40-43).

Deus também usa cada uma das circunstâncias para testemunhar a respeito de quem Ele é e receber a glória que lhe é devida. Pois quando o Senhor intervém, as pessoas veem a Sua glória. E ainda que Ele não intervenha como nós queremos, a atitude deve ser adorá-lo e dar glória a Ele.

Jesus demonstra o seu amor em todo o tempo, dando sempre a oportunidade de conhecê-lo. Por mais difícil que seja a situação, tudo é para a glória de Deus. Cabe a você decidir se responderá como Marta ou como Maria.

Fé pensante, falar sobre a importância disso é falar sobre usar nossa mente. Somos seres criados para pensar, analisar, refletir. Deus colocou em nós sua Imago Dei, assim, temos a sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26). Isso quando se aplica à nossa fé, muitas vezes é visto de forma equivocada, já que a fé é vista como algo sobrenatural e não racional. Mas, qual o problema nisso? O problema está em você não saber o porquê crê no que crê.  Não há problema em você questionar sobre sua fé e buscar saber mais sobre sua crença. Na verdade, quando não o fazemos, somos levados a qualquer vento de doutrina ou até mesmo deixamos nossas experiências sobrenaturais nos ditarem o que é verdade. Mas não é para ser assim.

 

Primeiramente precisamos ter um equilíbrio, nem sermos frios e racionais demais e nem sermos guiados por emoções e sentimentos superficiais. A própria Bíblia, da qual nós baseamos nossa fé, nos diz para amarmos a Deus com todo nosso entendimento (Lucas 10:27). Nossa fé deve ser pensante, reflexiva. A teologia nos ajuda nisso, nos dá ferramentas para embasarmos nossa fé. Quanto mais conhecemos, mais cresceremos em fé, pois a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus (Romanos 10:17). Por isso, também precisamos proclamar o evangelho com conteúdo sólido. É nossa responsabilidade apresentar Jesus Cristo e sua obra da salvação de modo a despertar a fé no próximo. Sim, o Espírito Santo é quem os convencerá mas nós iremos pregar, esse é nosso IDE. Mas se não sabemos nem como fortalecer isso em nós, como então explanar a outros?

A fé pensante unida com a teologia

Nesse sentido, precisamos de uma boa teologia, mas não pode haver uma teologia sem devoção e nem uma devoção sem teologia. Por isso, Pedro nos exorta a nos prepararmos para justificar nossa fé (I Pedro 3:15). Precisamos estar prontos para responder e dar razão à esperança que há em nós. Todos nós anelamos por algo que nos auxilie a dar sentido a tudo que observamos ao nosso redor e experimentamos dentro de nós.

 

Como C.S. Lewis disse: “Eu acredito no Cristianismo como acredito que o sol nasce todo dia. Não apenas porque o vejo, mas porque através dele eu vejo tudo ao meu redor. ” Precisamos crescer no conhecimento bíblico e saber mais sobre nós mesmos através da vida de Jesus, se queremos habitar neste mundo de forma significativa e autêntica. Saiba, a fé do cristão é baseada no caráter de Deus e suas promessas, e essas são imutáveis. Para isso é necessária uma busca para se ter mais fundamentos sobre nossa fé. Devemos então nos inteirar completamente das doutrinas da palavra de Deus para que possamos expor com poder a escritura e sermos capazes de comentá-la a ponto de pessoas serem edificadas por meio da nossa fé e pela exposição da verdade.

Deus abençoe!

No dia 10 de Junho a Fhop Music lançará a canção “Criador”. O single faz parte do novo CD do ministério que será lançado nos próximos meses, e traz uma mensagem linda sobre Aquele que não foi criado, o Criador de todas as coisas. 

A partir Dele tudo foi criado

A canção Criador nasceu de um devocional baseado no livro de Gênesis. O autor da música, e um dos líderes de adoração na Fhop Music Caio Freitas estava cantando a palavra e meditando sobre a natureza de quem Deus é, seus atributos e como em sua grandeza Ele se revelou a nós, suas criaturas.

Ele conta que enquanto estava com o capítulo 3 do livro de Gênesis aberto, lhe veio à mente o primeiro atributo de Deus que o homem conheceu: Criador. A partir Dele tudo foi feito, a própria vida estava em Deus, o Criador mesmo a deu ao homem, sua criatura. Então, começou a cantar sobre essa linha de pensamento e os versos foram surgindo, ganhando forma, nascendo assim a canção “Criador”. Além disso, a canção traz uma visão peculiar do personagem bíblico “Adão”. Ela fala sobre o encontro com Aquele que era totalmente divino, o Deus que não foi criado. 

Com isso, queremos te levar a pensar sobre a relação de Deus com Adão. O que Adão sentiu? O que ele pensou? Que respostas foram dadas aos seus anseios quando ele se encontrava com o Senhor?

“Dos céus o SENHOR se inclina sobre a humanidade, para ver se há alguém que tenha juízo e sabedoria, alguém que busque a Deus de coração.” Salmos 14:2

A passagem de Salmos 14:2 também resume um pouco o que a canção fala. O Deus Soberano que se inclina sobre a humanidade para achar alguém que O busque de todo coração. 

Quem é Aquele que caminha no Jardim?

Nesta canção e no álbum completo teremos muitas novidades. O produtor musical do álbum, Felipe Eubank, conta que cada elemento escolhido para compor a canção faz total sentido com o que está sendo cantado. Ao decorrer da letra há uma sintonia com os arranjos, sons e instrumentos musicais. Assim, a intenção foi criar uma atmosfera, a sensação de que estamos no início de tudo, onde tudo foi criado. Ouvimos sons de passos, cantos de pássaros, justamente para dar vida a canção. 

Além disso, uma curiosidade sobre o dia da gravação foi a mudança que o produtor fez na hora. Colocaram uma voz feminina para fazer o contra canto, fazendo referência a “Eva”, que também passou pela experiência de encontro com a presença do Criador. 

O Criador, amando a criatura

A expectativa para o lançamento da canção, gravada em estúdio em abril de 2020, está muito grande. Pela primeira vez a Fhop Music gravou um álbum de estúdio, todo produzido na Base Missionária da Florianópolis House of Prayer, por missionários da casa.  

Além da canção, um videoclipe, gravado no município de Águas Mornas em Santa Catarina, sairá no Youtube no mesmo dia. O clipe conta a história de um homem que espera pelo Criador, que ouviu as histórias daquele que andava pelo jardim, aquele que nunca foi criado. O elemento destaque do videoclipe é o lampião. Este objeto remete às virgens de Mateus 25, que mantiveram as suas lâmpadas acesas aguardando ansiosamente o encontro com o Criador. 

Por isso, para não perder nada desse lançamento, queremos te convidar a fazer a pré-save no Spotify, plataforma de streaming onde a música estará disponível no dia 10 de Junho. 

Dessa forma, fazendo a pré-save você ficará por dentro de todas as novidades que estamos preparando e terá acesso a um conteúdo exclusivo da Fhop Music. 

Então, fique ligado nas redes sociais da Fhop Music (@fhopmusic), que dia 10 de junho vem aí o novo Single Criador. Acesse: ouça.fhop.com e receba a música em primeira mão. 

Um dos atributos de Deus é a sua fidelidade e podemos associá-la a vários aspectos de nossas vidas. Entretanto, podemos resumir a fidelidade de Deus como o seu compromisso em cumprir suas promessas. Por isso, gostaria de meditar com vocês sobre uma das promessas mais belas nas Escrituras: Cristo apresentará para Ele mesmo uma Igreja gloriosa. Ainda que para nós pareça impossível a tarefa, Ele prometeu que quando voltasse, buscaria uma Igreja santa e irrepreensível, lavada e purificada pela Palavra (Ef 5:25-27). Nos dias mais difíceis e desafiadores, me lembro dessa promessa e creio que Ele cumprirá o que prometeu.

 

“Embora os montes sejam sacudidos e as colinas sejam removidas, ainda assim a minha fidelidade para com você não será abalada, nem será removida a minha aliança de paz”, diz o Senhor , que tem compaixão de você.” (Is 54:10 NVI)

O significado do noivado

Para nós, cristãos pós-modernos ocidentais, o noivado não tem um peso tão forte quanto o casamento. Mas para o judeu, dizer que Cristo é o Noivo da Igreja traz muitos significados. Isto é, o noivado para eles não era meramente um período de espera antes do casamento, mas quando eles firmavam o noivado já estabeleciam uma aliança o noivo e a noiva já estavam comprometidos um com o outro. Nesse contexto, o dia do casamento era apenas a celebração e consumação desse compromisso. Sendo assim, todo cristão está teologicamente comprometido com e prometido a um Noivo, aguardando o grande dia da consumação e celebração desse casamento.

Não importa quanto tempo esperemos ou o quanto a sua Igreja pareça estar distante dessa realidade, o Senhor mesmo garante que essa aliança não será quebrada. Porque Ele é um Deus fiel, e Ele não é homem para mentir. Porém, se nós somos inconstantes e infiéis, como vamos manter uma aliança tão importante? A resposta está em Gálatas 5:22, onde podemos ver que uma das virtudes do fruto do Espírito é a fidelidade. Ou seja, Ele mesmo, pelo seu Espírito Santo, frutifica em nós a fidelidade para respondermos em amor, para perseverarmos até a sua volta, e nos atermos às suas promessas.

 

“Porque tenho ciúme de vós, e esse ciúme vem de Deus, pois vos prometi em casamento a um único marido, que é Cristo, para vos apresentar a ele como virgem pura.” (2 Co 11:2, AS21)

Ele irá cumprir

Como Paulo já dizia, que grande mistério é esse de Cristo e a Igreja. Isso me empolga e ao mesmo tempo me consola. Afinal, quem somos nós para um Deus tão perfeito e fiel fazer um relacionamento de aliança? Porém, mesmo nos dias em que me deparo com a minha natureza pecaminosa, posso crer e pedir que Ele me purifique, me lave pela Sua Palavra, porque Ele disse que o faria.

O futuro é brilhante porque nele Cristo vem buscar a Sua Noiva. E ela não estará afogada na lama dos seus pecados, mas pronta e vestida para o grande banquete. Por mais que pareça impossível aos nossos olhos, Jesus virá buscar e se casará com uma Igreja gloriosa. Não somente isso, mas essa Igreja será encontrada fiel e amadurecida, porque Ele mesmo vai garantir que isso aconteça. Por isso, nos dias bons e nos dias maus, eu me lembro da sua fidelidade e confio no seu interesse em nos preparar.

Como lemos na primeira parte do estudo e você pode saber mais clicando aqui, compreendemos o começo do Salmos 2 e o seu contexto histórico.

Agora, nessa segunda parte, veremos os dois últimos atos desse Salmos: Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião; Proclamação do decreto e concessão de domínio e Admoestação aos reis hostis.

Esperamos que esse estudo possa falar ao seu coração!

 

“Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.
Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão.
Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.
Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra.
Servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor.
Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.” Salmos 2:7-12

 

Proclamação do decreto e concessão de domínio

No terceiro ato de Salmos 2, o texto nos mostra o Senhor proclamando, tornando público seu decreto solene a autoritativo referente ao pacto davídico, concedendo ao Filho o domínio das nações estrangeiras.

No seu anúncio, Deus reforça que o rei davídico é um filho por um anúncio de nascimento, que simboliza a posse ou a coroação do rei Ungido, o que contemplava também o entendimento do Antigo Oriente de que os reis são filhos dos deuses.

Deus então declara que gerou e estabeleceu seu Filho como rei e assim é o único que tem o direito receber a sua possessão – neste caso, a criação – como herança.

Interessantemente, aqui a herança está em dependência do pedido por ela, ou seja, Deus ordena ao rei Ungido que peça por sua herança, indicando a importância da oração para o cumprimento da promessa.

Como consequência deste relacionamento e da filiação do rei com Deus, o Criador sujeita todos os povos à autoridade de seu filho. Já que, na cultura do Oriente Antigo e também no Antigo Testamento, o senhorio estava intimamente associado à filiação. Sendo assim, o reinado de Davi anuncia a promessa do rei escatológico que seria esperado através da sua descendência e que se estabeleceria para sempre na pessoa de Jesus Cristo.

O Reinado do Filho de Deus

O tempo determinado na frase do verso 7 como “hoje” remete ao presente, já que na eternidade, onde o Senhor habita, não há passado, porque aquilo que é eterno existe sempre.

Por isso, a autêntica fé prega a geração eterna do poder e da sabedoria de Deus, que é o Filho unigênito.

Na eternidade o domínio do Filho já é completo, pois o decreto de Deus é irrevogável. Mas no tempo kronos, o reino foi inaugurado pelo Filho que trouxe redenção por meio da obra da cruz, morreu, ressuscitou, e irá retornar para a consumação dos tempos, onde Ele destruirá todo mal e estabelecerá seu Reino.

Vivemos hoje na realidade de um reino que já foi inaugurado com a primeira vinda do Filho. Mas que será plenamente consumado na sua segunda vinda, quando haverá o estabelecimento literal do reinado do Filho de Deus na terra em Sião. Em que todos os reis da terra, todos povos, tribos, e nações se prostrarão à Ele e então teremos o cumprimento do Salmo 2 de forma completa.

No clímax do seu decreto, Deus proclama seu mandato para despedaçar – como vasos de barro – os rebeldes. Fazendo um paralelo com a prática egípcia, de formalmente amaldiçoar pessoas e cidades em um ritual, que envolvia escrever o nome da pessoa ou da cidade na imagem de um vaso de barro ou cerâmica. E depois que a maldição era pronunciada, o vaso era despedaçado. Desta forma o Senhor ilustra como será o Dia do Juízo.

Admoestação aos reis hostis.

No último ato de Salmos 2, o autor do Salmo usa sua voz para falar às nações.  E apesar do tom ameaçador, Davi faz a sua advertência com uma grande medida de graça, pois estende a salvação de Deus para além dos limites do povo do pacto. Ou seja, para os gentios, e faz o mesmo estendendo a Palavra de Deus para todas as nações.

Davi pede prudência aos reis da terra, e aconselha que eles sirvam ao Senhor.  O  verbo “servir” no original hebraico tem o mesmo sentido de adorar, reconhecendo a Deus como Senhor de toda existência. Além disso, servir com temor, ou seja, sendo fiel à Ele como Deus da aliança, e exultem nele com tremor, ou seja, com reverência e respeito.

Ao aconselhar que os governantes beijem o filho, ele simboliza a submissão do povo e reverência ao rei. De fato, no Antigo Oriente, os reis vassalos – aqui representados pelos “reis da terra” – beijavam a terra antes de beijarem os pés do suserano em sinal de submissão.

Para Lutero:

“a verdadeira adoração a deus é beijar o Filho, ou seja, adorá-lo de forma que você não contempla nada no céu e na terra à parte dele, e não crê em nada mais que ele”.

 

Concluindo

Os reis pagãos assaltam a santidade de Deus ao se rebelarem contra seu reinado justo e sua propriedade santa (seu filho), desonrando sua pessoa e assim incitando sua ira e justiça. O perverso e o ímpio não têm temor de Deus porque desprezam a sua ira contra eles.

O verbo “acender/inflamar” sugere que a ira divina será manifestada com o fogo. Ele eliminará todo orgulho da terra, e que acontecerá na consumação no Dia do Senhor.

Davi então conclui seu discurso oferecendo a salvação de Deus para todos os que buscam refúgio no Deus de Israel, pois se de Deus vem a destruição, dEle também vem a salvação.

A liturgia de coroação que é ricamente descrita neste Salmo se encerra com a misericórdia de Deus superando a sua ira.

 

A parábola dos talentos traz continuidade aos ensinos de Jesus, iniciado na parábola das dez virgens, no capítulo 25 do livro de Mateus. Essas duas parábolas estão ligadas a um comportamento de espera, onde percebe-se que cada parábola tem em seu contexto elementos semelhantes, mas intenções diferentes.

Na parábola das dez virgens Jesus nos mostra a necessidade da atenção com caráter interno, mas na parábola dos talentos Jesus nos fala da prática externa. Herbert Lockyer fala sobre a vigilância e ação, utilizando como exemplo o texto de Neemias 4:18.

“E os edificadores cada um trazia a sua espada à cinta, e assim edificavam, mas o que tocava a trombeta, estava junto de mim.” Hebert Lockyer

Loycker explica que esta é a combinação fornecida por essas duas parábolas: a parábola das dez virgens nos ensina a necessidade de vigilância e a dos Talentos, o dever do trabalho.

Esse contexto é importante para o melhor entendimento da parábola dos talentos. No antigo oriente, no tempo de Jesus, os ricos tinham uma prática bastante comum: quando esses senhores precisavam se ausentar da cidade, eles chamavam seus servos de maior confiança. E faziam deles os administradores de toda sua terra e seu dinheiro. Estes tinham liberdade para negociar e gerar lucro para o seu senhor no período que ele estivesse fora. É com base neste costume que a parábola dos talentos é contada. E não é difícil entendermos a sua mensagem: o senhor rico é o Senhor Jesus Cristo, e sua viagem se trata do período compreendido entre a sua primeira e a segunda vinda.

Mas o que eram esses talentos? O que Jesus estava querendo ensinar com essa parábola?

A palavra “talento” utilizada na parábola vem do termo grego “talanton” e no mundo romano do primeiro século, um talento era uma moeda de mais alto valor, o equivalente a 20 anos de trabalho recebendo um salário mínimo mensal. Contudo, apesar de estar mencionando essa quantia grande de dinheiro, Jesus não está aqui ensinando teoria econômica, mas ele está transmitindo uma mensagem. Há uma grande influência dos textos judaicos no ensino sobre a fidelidade ao Senhor e esta é parte da base para o princípio usado nessa parábola, como veremos a seguir.

Encontramos similaridades entre a parábola e um escrito judaico chamado “Ahiqar 192”: “Se o teu senhor te confiar água para que guardes, e não te mostrares confiável nesta tarefa, como ele poderá deixar ouro na tua mão?” Claramente o ensino de Jesus deixa transparecer a influência judaica – Jesus era judeu e praticava o judaísmo – e seus discípulos, aos quais ele contou essa parábola eram judeus e esse discurso não era algo desconhecido de suas realidades.

Outro exemplo de influência de literatura judaica

Está relacionada à expressão encontrada nos textos de Mateus 25:29 e Lucas 19:26. Existe uma semelhança destes textos com o texto judaico “m ‘Abot 4.2”:

“Corre para cumprir o menor dos teus deveres como se fosse o maior deles e foge da transgressão; pois um dever traz outro depois dele e uma transgressão traz outra depois dela; mas o prêmio de dever cumprido, é outro dever a ser cumprido, e o prêmio de uma transgressão é outra transgressão.”

Este texto está relacionado com o ensino de Jesus sobre a recompensa que teremos no dia do seu retorno. Os talentos nada mais são do que os dons dados por Deus para a edificação de sua Igreja a fim de prepará-la para o dia das bodas do Cordeiro, assim como o evangelho da salvação, a graça, seu amor, sua revelação descrita nas Sagradas Escrituras. São dons dados por Deus, nada do que usufruímos é nosso, portanto todo o resultado produzido com o que recebemos do Senhor pertence a Ele.

Por isso Paulo nos diz:

“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” 1 Coríntios 10:31

Cabe salientar que dons espirituais são aqueles listados em Efésios 4:11-12 e servem para o aperfeiçoamento do corpo de Cristo. Enquanto que habilidades são capacidades naturais inerentes à cada um de nós e que podem ser cognitivas, sociais ou físicas.

De acordo com a parábola, na distribuição dos talentos, um recebe cinco, outro dois e o outro um talento, e podemos perceber que os dons surtem efeitos em uns mais do que em outros. Não podemos esquecer que as verdades de Deus são reveladas a todos servos, mas alguns servos recebem entendimentos espirituais diferentes. Cada um recebe os talentos na medida correta, nunca vamos receber de Deus mais do que aquilo que vamos usar. O critério da divisão dos dons que recebemos do Senhor está intimamente ligado à capacidade de cada um. Isso nos informa que existem pessoas com capacidades maiores do que outras. Entretanto, não podemos olhar para essa informação e afirmar que Deus está fazendo acepção de pessoas ao distribuir os dons. G. H. Lang diz:

“Deus não tenta colocar um lago dentro de um balde”.

O homem que tem uma capacidade maior de entendimento ou de desenvolver algo, tem privilégio maior quanto ao servir e tendo uma carga mais pesada em carregar.

Talvez, esse entendimento relacionado à distribuição dos dons possa trazer desconforto à alguns, por inferir que alguns são melhores do que outros. No livro de 1 Coríntios, Paulo fala claramente como os dons são distribuídos e qual o objetivo de todos eles (1Co 12:7) “A cada um de nós é concedida a manifestação do Espírito para o benefício de todos”, e Paulo continua no mesmo capítulo. Mas agora falando como essa distribuição se dá (1Co 12:11):

“Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer”.

Quando observamos o servo que recebera apenas um talento, não podemos de maneira nenhuma desconsiderá-lo! É preciso entender que sua capacidade de administrar era limitada a um talento somente! Imagine se o Senhor lhe confiasse algo além das suas capacidades? Seria um desastre e provavelmente um motivo de grande frustração para este servo.

Paulo fala sobre os diferentes dons em 1 Coríntios 12, e no versículo 28 ele fala sobre o dom de socorrer. Se analisarmos o dom como “somente socorrer” estaremos sendo precipitados, pois esse dom não é menor ou maior do que os outros. Mas juntos edificam o corpo de Cristo e farão com que a igreja desempenhe seu papel central.

A distribuição desigual dos dons tem muito a nos ensinar

Isso porque vamos perceber que o Senhor sempre sabe o que faz e nunca nos confia uma missão a qual não poderemos realizar. Aqueles que têm o privilégio de receber cinco talentos, a exemplo dos grandes pregadores, evangelistas e mestres, pessoas com grande capacidade de ensinar a outros, portadores de habilidades para comunicar as verdades espirituais, são pessoas que possuem grandes responsabilidades e se espera muito mais desses do que dos outros.

Aqueles que possuem dois talentos estão em uma posição mais discreta, onde possuem habilidades limitadas e não estão muito em evidência, recebendo do Senhor essa porção. Quanto ao servo que recebeu um talento, ele mesmo desprezou aquilo que recebeu do Senhor e não cumpriu com sua missão. Atitude que denuncia que este servo não conhecia ao seu senhor.

Honra e recompensa

Contudo, aqueles dentre nós que menos têm, recebem a responsabilidade de servir ao Senhor com o que possuem. E se o servirem fielmente com o pouco que ele concedeu, serão honrados e recompensados. A verdadeira arte de viver é aceitar nossas limitações que foram concedidas por Deus, e não lutar contra elas murmurando ou mostrando insatisfação com aquilo que recebeu do Senhor.

No serviço para Deus, é melhor estar em último, com fidelidade, do que ser o primeiro com deslealdade, entendendo que sempre se esperará mais do que possui mais talentos. Um exemplo claro dessa responsabilidade está no livro de Tiago (3:1), quando ele afirma que aqueles que ensinam terão uma responsabilidade maior que outros e ainda serão julgados de uma forma mais severa. Em nossa caminhada cristã, aquilo que será recompensado não se refere às nossas capacidades intelectuais ou o nosso brilhantismo em gerenciar os dons. Seremos recompensados pela devoção e pela fidelidade ao Senhor. Como falou Herbert Lockyer: “Se não podemos ser um Moisés, sejamos semelhantes a Arão ou a um levita inferior e leal”.

Outro aspecto importante

Além da responsabilidade, outro aspecto importante é a diligência. Ao lermos o texto com atenção, observaremos que os dois servos que receberam mais talentos “saíram imediatamente”. Isso demostra a importância dada à diligência e a preocupação dos servos em fazer com que o talento recebido gerasse lucro, pois não sabiam quando seria o retorno do seu Senhor.

Mais uma vez, Jesus nos ensina acerca do seu retorno através do texto de uma parábola. Os cristãos de hoje parecem não estar preparados para lidar com a escatologia de Jesus, como estavam os cristãos do passado. Com isso os sermões dessa parábola na era moderna, estão mais ligados ao tempo presente, firmados naquilo que chamamos de pensamento do sucesso “quanto mais tenho mais favorecido por Deus eu sou”. Porém, o sucesso que essa parábola está se referindo está relacionado com uso que se faz da mensagem do reino.

A fidelidade deve estar associada ao ensino de Jesus sobre o tempo presente e o futuro, e o conhecimento do Reino nos traz uma responsabilidade adicional. O fato da demora da “parousia” não nega a fé escatológica, mas reforça a questão da fidelidade. Esses dois servos eram diferentes quanto aos talentos recebidos, mas idênticos quanto à obediência, diligência e fidelidade ao seu senhor; entretanto, receberam uma recompensa idêntica, independente do número de talentos recebidos. O que irá conquistar a aprovação do Senhor quando ele retornar, não é a fama que conquistamos com os talentos, mas a fidelidade que mostraremos enquanto O aguardamos.

Que nosso coração possa ansiar mais do que tudo o dia em que nos encontraremos com o nosso Senhor!

Que possamos ter uma vida de diligência e fidelidade sabendo que o Senhor é galardoador daqueles que o buscam! Apocalipse 22:12 diz: “Eis que venho em breve, a minha recompensa está comigo, e eu retribuirei a cada um de acordo com o que fez”. Em sua graça, o Senhor nos deu dons e talentos para que possamos realizar as boas obras, e estas serão recompensadas! Este é o galardão da graça, que cada um de nós receberá de maneira completamente justa e apropriada! Naquele dia, todo santo será recompensado por Deus, por causa das suas obras, de forma que a obra iniciada nesta vida será finalizada. E a glória de Deus brilhará em cada santo para o louvor do Seu nome.

Mais textos sobre Parábolas bíblicas.

Jesus, o filho de Deus, veio ao mundo e resolveu ensinar contando simples histórias. Durante o tempo em que esteve fisicamente na Terra, Jesus, com toda a sua sabedoria, poderia ensinar de diversas formas, você concorda? O curioso é que, na maioria das vezes, ele se expressava por meio de histórias, conhecidas como parábolas, que eram carregadas de simplicidade e profundeza.

Vamos, com muito cuidado, afirmar que as parábolas de Jesus eram simples metáforas bem formuladas. Entretanto, mesmo sendo simples, elas transmitiam grandes lições espirituais de uma forma compreensível para o público da época. E ao contrário do que a maioria dos leitores das parábolas definem, nunca foi sobre explicar algo complexo de forma simples, mas aprofundar uma história simples em um ensinamento muitas vezes complexo, reflexivo, e acima de tudo, contendo a verdade do cristianismo em suas diversas aplicações.

Jesus com certeza é um mestre em elaborar parábolas e em expor as mesmas. Qualquer assunto ou ensinamento, por mais complexo que fosse, seria passível de Jesus transformar em uma simples parábola, de fácil compreensão, que gerasse curiosidade para o seu ouvinte, retendo a sua sabedoria e profundidade sobre o assunto. Isso é com certeza fascinante! Ao ler e ouvir as parábolas você é atraído pela simplicidade, porém, mergulha em um oceano profundo de verdades que te levam a moldar o seu comportamento a partir dessa reflexão inicialmente simples. 

O conceito popular sobre o ensino através de parábolas

Sem dúvidas, as parábolas ensinadas por Jesus são bastante conhecidas. Certamente, ao pensar rapidamente sobre elas, você provavelmente lembrará do nome de pelo menos uma delas, e virá à sua mente aquela que mais lhe chamou a atenção. Porém, infelizmente, existe um engano muito comum acerca do motivo pelo qual Jesus ensinou por meio de parábolas, que expõe um pensamento incompleto sobre o assunto.

Muitas pessoas falam que o único motivo pelo qual Jesus ensinou por meio das parábolas foi para tornar a compreensão dos seus ensinamentos mais fáceis e agradáveis para o ouvinte. Esta informação não está completamente equivocada, até porque elas realmente eram de fácil compreensão, e repletas de características comuns da época: metáforas agrícolas, pastorais, pessoas comuns, etc.  Contudo, a fácil compreensão não era o único, nem o principal, objetivo das parábolas. 

Mas afinal, por que Jesus ensinava por parábolas?

Antes de entrar na resposta, se você compartilha do mesmo pensamento que foi exposto acima não se sinta mal, ele não está totalmente errado, porém, está incompleto. Dito isso, a resposta para essa pergunta não está tão oculta, como alguns podem imaginar. Pois esta também foi uma pergunta feita pelos discípulos, e que o próprio Jesus respondeu no evangelho de Mateus, na conhecida Parábola do Semeador: 

“Então os discípulos se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram: — Por que o senhor fala com eles por meio de parábolas? Ao que Jesus respondeu: — Porque a vocês é dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas àqueles isso não é concedido.  Pois ao que tem, mais será dado, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso, falo com eles por meio de parábolas: porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem. Assim, neles se cumpre a profecia de Isaías: “Ouvindo, vocês ouvirão e de modo nenhum entenderão; vendo, vocês verão e de modo nenhum perceberão. Porque o coração deste povo está endurecido; ouviram com os ouvidos tapados e fecharam os olhos; para não acontecer que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados.” Mateus 13:10-15

Para alguns, que “tem ouvidos para ouvir”, as parábolas esclarecem a verdade. Ao passo que, para outros, que rejeitam a Cristo e não dão ouvidos à elas, as parábolas têm efeito contrário no entendimento da verdade. As metáforas presentes nas parábolas escondem a verdade daqueles que não desejam procurar o real significado delas ao serem expostas por Cristo. Foi por isso que Jesus adotou essa forma de ensinar. Era uma forma de trazer juízo divino instantâneo para àqueles que não recebiam seus ensinamentos com o devido respeito e crença. Era uma forma de chegar a todos, não simplificando, mas identificando a real intenção do coração de cada ouvinte.

Neste texto de Mateus vemos a maior prova de que as parábolas não são somente uma simplificação dos mistérios do Reino dos Céus. Mas sim um convite a reflexão e a oportunidade da iluminação do coração ao ler e ouvir as parábolas. Ofereça atenção ao versículo 13, onde Jesus diz “Por isso, falo com eles por meio de parábolas: porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem”.  Ora, as parábolas não eram histórias que simplificam os ensinamentos? Ao atentarmos para esta afirmação de Jesus percebemos que ele torna a parábola complexa aos ouvidos dos que não creem.

O mistério das parábolas

Os que não querem ouvir e não querem aprender, simplesmente as receberão como histórias rotineiras e fictícias. Mas os “que tem ouvidos”, ou seja, os que reconhecem a voz do mestre e estão atentos, ouvirão, e serão aperfeiçoados à luz da palavra de Deus. Richard Chenevix Trench (1878) disse em sua obra:

Se o nosso Senhor tivesse falado a verdade espiritual nua e crua, muitas de suas palavras, em parte devido à falta de interesse por parte dos seus ouvintes, em parte devido à falta de compreensão, teriam desaparecido de seus corações e de suas memórias, sem deixar qualquer traço. Mas por ter sido compartilhada com eles na forma de alguma imagem vívida, de alguma sentença sucinta e aparentemente paradoxal ou de alguma narrativa breve, mas interessante, ela chamou atenção, incentivou curiosidade e encontrou, mesmo que a verdade não fosse entendida de imediato, com a ajuda da ilustração usada, uma entrada para a mente, e as palavras assim se fixaram em sua memória e permaneceram ali. (Richard Chenevix Trench. Noteson the Parables of Our Lord. Nova York: Appleton, 1878, p. 26).

O duplo propósito das Parábolas

Está claro que os seus ensinamentos através das parábolas tinham um propósito duplo: elas escondiam as verdades dos incrédulos e infiéis, ao passo que revelavam os ensinos às pessoas que tinham ouvidos prontos para ouvir e que eram fiéis. Como dito anteriormente, essa característica não foi obra do acaso. Mas foi uma estratégia do próprio Jesus Cristo, que adotou esse estilo de ensino para esconder a verdade dos descrentes e dos que queriam apenas gerar ambiguidades em seus ensinamentos, beneficiando a si mesmos, assim como faziam com a interpretação dúbia da lei.

As parábolas são imensamente profundas e complexas, porém apaixonantes. Elas são aplicáveis em várias situações do nosso cotidiano, e ao lermos elas em nossos dias, precisamos extrair das mesmas toda a sabedoria contida. Para isso, temos a graça de poder contar com o Espírito Santo, que hoje nos ilumina, para entender e absorver dessa revelação que é a Palavra de Deus ministrada a nós por meio das parábolas.