Fhop Blog

Sobre o autor

Cleber Nardon

Se alguém nasceu de novo, esse tem o Espírito Santo. Assim, quando acontece um derramar do Espírito, Ele nos capacita com dons espirituais. Dessa forma, estes dons devem ser usados para abençoar a comunidade onde cada cristão está inserido. Neste artigo, exploraremos a importância de usar esses dons do Espírito Santo, baseando-nos nas palavras do apóstolo Paulo em 1 Coríntios 12:12-20. Também mergulharemos na parábola de Jesus sobre a oração perseverante em Lucas 11:9-13, que nos incentiva a buscar e bater para recebermos o que precisamos do Senhor.

O Corpo de Cristo e os Dons do Espírito Santo

Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito. 1 Coríntios 12:12,13

Paulo usa a metáfora do corpo humano para descrever a unidade dos crentes em Cristo. Assim como o corpo tem várias partes diferentes, todos os crentes formam um só corpo em Cristo. Além disso, todos foram batizados em um só corpo pelo Espírito Santo e receberam o privilégio de receber do derramar do Espírito. Cada parte do corpo desempenha um papel único e necessário, e nenhuma parte pode considerar-se insignificante ou dispensável.

Da mesma forma, cada crente tem dons espirituais concedidos pelo Espírito Santo. Esses dons são dados por Deus para a edificação da comunidade de fé. Assim como o corpo não é feito de apenas uma parte, a comunidade de fé é composta por diferentes indivíduos com diferentes dons. Portanto, é essencial reconhecer e usar esses dons para fortalecer a comunidade e aprofundar a fé de todos.

A Oração Perseverante e a Promessa de Jesus

Em Lucas 11:9-13, Jesus ensina aos Seus discípulos sobre a importância da oração perseverante. Ele conta uma parábola de um amigo que insiste em pedir pão a outro amigo, mesmo quando inicialmente é recusado. O amigo acaba cedendo devido à insistência, ilustrando a necessidade de persistir na oração.

“Por isso lhes digo: Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. “Qual pai, entre vocês, se o filho lhe pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra? Ou se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está no céu dará o Espírito Santo a quem o pedir!” Lucas 11:9-13

Jesus encoraja Seus discípulos a pedir, buscar e bater. Ele prometeu que os pedem recebem, os que buscam encontram e que quando batermos, a porta se abriria. A exortação tripla de Jesus demonstra a importância de perseverar na oração e buscar a Deus com diligência. Ele promete que Deus, sendo bom, dará o Espírito Santo àqueles que O pedirem.

Pedir, Buscar e Bater: exemplos de respostas à oração

Na Bíblia, encontramos exemplos poderosos de pessoas que pediram, buscaram e bateram com fé, obtendo respostas surpreendentes. Um desses exemplos é Elias, um homem comum que orou fervorosamente para que não chovesse durante três anos e meio. Deus atendeu sua oração, e o céu enviou chuva somente após sua insistência em clamar.

Na história da igreja, vemos a história da mãe de Agostinho de Hipona, que intercedeu por sua conversão durante 33 anos. Mesmo enfrentando insultos e humilhações, ela perseverou em oração até que seu filho finalmente se converteu. Esses exemplos demonstram que o poder da oração perseverante pode trazer resultados extraordinários, movendo-se dentro da vontade de Deus.

Perseverando em Pedir, Buscar e Bater

Jesus nos encorajou a continuar pedindo, buscando e batendo. Afinal, Deus ouve nossas orações e responde de acordo com o que é melhor e dentro de Seu próprio tempo. Mesmo que a resposta não seja imediata, devemos confiar na bondade e compaixão de Deus.

Portanto, é importante que continuemos a pedir dons espirituais, cura, sinais e maravilhas, e que também peçamos pelo derramar do Espírito Santo. Há uma graça especial quando buscamos a Deus por causas que estão em Seu coração. Além disso, devemos buscar ativamente agir de acordo com as nossas orações, estudando a Palavra, vivendo em comunidade e buscando viver em harmonia com a vontade de Deus.

Um derramar do Espírito

Em um derramar do Espírito, somos chamados a reconhecer e usar os dons espirituais para abençoar a comunidade e fortalecer a fé. A parábola de Jesus sobre a oração perseverante nos lembra da importância de pedir, buscar e bater com fé e persistência. Deus ouve nossas orações e nos dá o que precisamos. Portanto, continuemos a pedir, buscando e batendo, confiantes de que Deus é bom e responderá de acordo com Sua vontade perfeita.

Muitas passagens bíblicas falam a respeito do Grande Dia do Senhor, como algumas também falam de um “Grande e terrível dia”. Mas o que é esse grande dia do Senhor?

O Dia do Senhor aparece na Bíblia mais de 100 vezes, como podemos ver em algumas passagens:

A arrogância do homem será abatida, e a sua altivez será humilhada; só o SENHOR será exaltado naquele dia. Os ídolos serão de todo destruídos. 19 Então, os homens se meterão nas cavernas das rochas e nos buracos da terra, ante o terror do SENHOR e a glória da sua majestade, quando ele se levantar para espantar a terra.
Isaias 2:17-19

 

Ai de vós que desejais o Dia do SENHOR! Para que desejais vós o Dia do SENHOR? É dia de trevas e não de luz.
Amós 5:18

 

Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.
2 Pedro 3:10

Porém, ao falarmos sobre o Dia do Senhor nas Escrituras, vamos enfrentar duas realidades sobre esse dia: uma positiva e outra negativa, e vamos ver como ambas se desenvolvem.

Realidade positiva

O SENHOR levanta a voz diante do seu exército; porque muitíssimo grande é o seu arraial; porque é poderoso quem executa as suas ordens; sim, grande é o Dia do SENHOR e mui terrível! Quem o poderá suportar? Joel 2:11

O Dia do Senhor será grande

Certamente, esse será um dia de glória, a igreja estará no seu ápice, o Espírito e a noiva estarão dizendo: “Vem” (Ap. 22:17). Além disso, é grande esse dia porque Ele mostra Seu grande poder para que todos vejam de uma maneira incomum. Logo, este dia indica um período de tempo único quando Deus age com manifestações incomuns de poder vistas na terra ao libertar Seu povo e julgar Seus inimigos.

Além disso, o grande dia está relacionado a um grande derramar do Espírito sobre toda a carne (Aqui teremos o maior avivamento já visto na terra). Ou seja, avivamento é quando Deus vem e faz morada no meio do seu povo.

A glória do Senhor virá

Assim, quando as trevas estiverem sobre a terra, a Glória do Senhor virá. A igreja não estará naqueles dias em que parece que precisa empurrar para “pegar no tranco”. Pelo contrário, a igreja estará incendiada de desejo pelo seu noivo.

Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do SENHOR nasce sobre ti. Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o SENHOR, e a sua glória se vê sobre ti. As nações se encaminham para a tua luz, e os reis, para o resplendor que te nasceu.
Isaias 60:1-3

Portanto, essa não é apenas uma experiência de Sião, ela destina-se a uma necessidade do mundo, que anseia pelo resplandecer e o irromper da luz do Senhor em Sião. Assim, a glória aparecerá e, então, tirará as nações das trevas em sua luz.

A igreja será madura e consciente

Um outro aspecto dessa realidade positiva é que a igreja dos últimos dias é uma igreja que não negocia valores, ela não estará em negociatas políticas, em concordância com ideologias, ela será uma igreja madura e consciente.

Dessa forma, não podemos ter medo de viver nessa terra, mesmo sabendo que ela será assolada por grandes tribulações. É necessário olhar com os olhos corretos a respeito das tribulações que estão por vir. Pois pode ser que essas tribulações sejam um mecanismo de Deus para preparar sua noiva para o grande casamento.

Contudo, vimos na história da igreja, uma vida de lutas, perseguição e com isso a igreja se tornava cada vez mais santa, sólida e cada vez mais forte. Além do mais, nós somos resultado de uma fidelidade histórica. Pessoas morreram para preservar a mensagem que carregamos hoje. Por isso, o grande e terrível dia do Senhor será histórico e sem precedentes.

Além disso, vamos ter uma grande colheita perto do fim e a igreja experimentará uma unidade como nunca antes.

O dia do Senhor será glorioso

Outra coisa que deverá ser majestosa, é que a bíblia fala que o sol perderá seu brilho, pois o Senhor brilhará sobre seus escolhidos, Ele será a própria luz!

Além disso, cada injustiça feita sobre a terra, será julgada por Jesus, Ele é fiel e verdadeiro. Ele virá para Israel e de lá cobrará toda injustiça feita a seu povo.

Por essa razão, nosso desejo deve ser como o do apóstolo Paulo:

Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.
2 Timóteo 4:6-8

 

Realidade negativa

Os aspectos que veremos agora podem ser um pouco chocantes para aqueles que possuem uma visão um pouco romântica a respeito de Jesus. Portanto, de acordo com a progressão da história, estamos no tempo da misericórdia. Assim, ainda há tempo para que aqueles que estão longe do Senhor possam se aproximar.

Sou eu que falo em justiça, poderoso para salvar. Por que está vermelho o traje, e as tuas vestes, como as daquele que pisa uvas no lagar? O lagar, eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo; pisei as uvas na minha ira; no meu furor, as esmaguei, e o seu sangue me salpicou as vestes e me manchou o traje todo. Porque o dia da vingança me estava no coração, e o ano dos meus redimidos é chegado. Olhei, e não havia quem me ajudasse, e admirei-me de não haver quem me apoiar; pelo que o meu próprio braço me trouxe a salvação, e o meu furor me susteve. Na minha ira, pisei os povos, no meu furor, embriaguei-os, derramando por terra o seu sangue.
Isaias 63:1-6

O justo juiz julgará as nações

O Senhor começa dizendo o que fará, a figura do lagar é destacada aqui. Dessa forma, Ele pisará as uvas, e estas, serão as nações que O rejeitaram, os Seus inimigos  e de seu povo. Contudo, no texto de Isaías 63, vemos que Ele o fez sozinho. Isto é, dentre todas as nações ninguém se levantou para ajudá-lo.

Aqui, vemos uma imagem de Jesus totalmente diferente daquela que estamos acostumados a ver em quadros renascentistas ou em alguns filmes. Geralmente, vemos nesses exemplos, um Jesus que é somente afetuoso. E portanto, sem nenhuma referência ao justo juiz que julgará as nações. E Ele julgará toda injustiça praticada nessa terra.

O terrível dia do Senhor

Assim, o justo juiz pisará as nações em sua ira, e suas roupas ficarão salpicadas com o sangue delas. Portanto, para os rebeldes, este será o tempo de julgamento mais severo já visto na história (Ap. 6-20). A dimensão “terrível” do Dia do Senhor fala de julgamentos contra o império do Anticristo nos julgamentos do selo, trombeta e taça (Ap. 6; 8-9; 16-19).

Os pecados crescerão no final dos tempos

A Bíblia nos aponta que quatro categorias de pecado crescerão no final dos tempos:

Nem ainda se arrependeram dos seus assassinatos, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos.
Apocalipse 9:21

Estudos indicam que hoje, o solo da América está contaminado com o sangue de 50 milhões de bebês que foram abortados nos últimos 30 anos. No entanto, o “movimento de assassinato” apenas começou. Muitos se entregarão a essa prática nos dias vindouros.

A perversão da Internet atingirá novos níveis de escuridão nos próximos dias. Satanás usará todos os recursos da tecnologia para levar a perversão sexual as níveis mais perversamente corruptos. Assim como, o ocultismo também encherá a terra, e o roubo que aumentará em proporções dramáticas.

Porém, o resultado dos julgamentos do Dia do Senhor é que um terço da população da Terra morrerá de maneira não natural. Suas mortes estão relacionadas ao julgamento de Deus. (Ap 9:15).

Os atalaias ou intercessores

Mas o que os atalaias tem a ver com tudo isso que acontecerá? O que o Senhor espera de nós para esses momentos que estão por vir? A mesma coisa que Jesus pediu a seus discípulos enquanto ele foi orar no Getsêmani.

Levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Disse-lhes então: “A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo”. Mateus 26:37,38

O atalaia é aquele que olha atentamente para Deus que é o Atalaia Principal, vendo-o em Sua Temível e majestosa glória e observa o que Ele faz. Todos no corpo de Cristo são chamados a serem atalaias do Dia do Senhor. Isto é, estar atento a Ele, e vendo as coisas mais nitidamente pelos olhos de Deus e pela sua palavra.

Um atalaia ouve claramente e obedece a voz de Deus. Como também é fiel na prática de todos os aspectos da vigilância, conforme conduzido pelo Espírito Santo. Assim, ele está preparando o caminho para o Messias.

Preparando o caminho do Senhor

Isaías fala algo extremamente revelador a respeito de ser uma atalaia, olhe o que ele fala em Isaías 59:16 e 63:5

Ele viu que não houve ninguém, admirou-se porque ninguém intercedeu; então o seu braço lhe trouxe livramento e a sua justiça deu-lhe apoio Isaías 59:16

Olhei, e não havia quem me ajudasse, e admirei-me de não haver quem me apoiar; Isaías 63:5a

 

O Senhor olha ao Seu redor para ver se entre o povo há alguém que sirva de “ajudador” ou “intercessor” para dar fim a essa situação, para restaurar o juízo e propiciar salvação. Quando vê que não há ninguém, decide se coloca pessoalmente, ajuda­do apenas pelo Seu “braço” (isto é, Sua força) e sustentado pela Sua “justiça” (isto é, Seu zelo pelo juízo; cf. 63.5).

Os dias que antecedem o retorno de Jesus, serão dias onde os atalaias estarão conscientes das suas práticas, como acontecia no passado, onde atalaias eram aqueles que anunciavam a chegada de reis e também de ataques de povos.

Existe uma canção que descreve o ministério dos atalaias de Himmie Gustafsson: “Eu ouço um som”

Eu ouço um som vindo da montanha,
Eu ouço mais alto a cada dia…
Eu vejo o Rei que se levanta da montanha,
Eu O vejo claramente cada dia…
E Ele diz, “Prepara-Me o caminho”
Prepare o caminho para Mim, Prepare o caminho para Mim,
Prepare o caminho do Senhor.

Dias difíceis virão

Os dias estão ficando cada vez mais difíceis, o dia do Senhor está cada vez mais próximo, com isso precisamos ter a clareza dessas coisas. Portanto, queria convidar você hoje a olhar para os acontecimentos futuros, não com medo, mas sim com esperança.

A Igreja estará presente e vitoriosa através dos eventos descritos no livro do Apocalipse. Esta será a hora mais gloriosa da Igreja em toda a história! Assim, o glorioso resultado será um grande número chegando ao conhecimento salvador de Jesus. Eu acredito que mais de um bilhão de almas serão salvas. Este Dia será caracterizado pelo maior número de almas já alcançadas na salvação e distinguido pelos níveis mais profundos de amor maduro.

Vamos ficar atentos, e preparados para o Dia do Senhor!

Que Deus te abençoe.

 

Qual é o impacto da Páscoa para nós, seguidores de Cristo? Aqui, nesse terceiro texto da série da Páscoa, vamos compreender o ministério da reconciliação em Jesus Cristo, por meio da Cruz do Calvário, e refletir sobre qual deve ser o nosso papel hoje diante dessa realidade.

“E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus. Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” 2 Co 5:18-21

A gloriosa doutrina da reconciliação é digna da nossa atenção pois trata da obra de Cristo.

Vemos que a entrada do pecado resultou numa morte prematura, a separação de Deus e o que era totalmente harmonioso e unido foi quebrado.

Porém, Deus estende sua graça e estabelece reconciliação, e portanto, é glorioso ver o ofendido procurando o ofensor. E isso somente foi possível por meio Cristo. Além do mais, Ele foi o único capaz de reconciliar a humanidade e toda a criação com Deus.

Assim, reconciliar significa a troca de valores equivalentes. Portanto, Deus olhou para o Seu Filho com valor supremo e trocou Jesus por nós, para Ele foi uma troca equivalente.

Além disso, a dívida que nós tínhamos era impagável, mas o ofendido chega até nós e limpa a nossa dívida – o que é colocado sobre nós é a justiça de Deus.

Então, na cruz, Deus trata Jesus como se ele tivesse vivido a nossa vida de pecado, e agora Ele nos trata como se vivêssemos a de Cristo.  Já pensou em que magnífica a obra da substituição?

Fomos reconciliados num lugar em que éramos inimigos e agora somos da família de Deus e filhos de Dele!

O significado da Páscoa

Assim, a Páscoa é a grande oportunidade para que aqueles que são inimigos de Deus, se tornem amigos de Deus. Além do mais, na reconciliação, alguém nos substituiu, alguém morreu por nós. E assim, Jesus é o único e vivo caminho para redenção. É essa mensagem da reconciliação que o mundo precisa conhecer.

Assim, não é compatível carregamos uma mensagem de reconciliação e não sermos reconciliadores.

Portanto, todo cristão tem o ministério da reconciliação, por isso precisamos anunciar que Deus quer se reconciliar com o mundo.

O que podemos aprender com a igreja primitiva? Quais são as marcas de uma igreja saudável? No texto de hoje, vamos refletir sobre os versículos bíblicos de Atos, o impacto da unidade e a forma como devemos expressá-la.

“E perseverando de comum acordo todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e simplicidade de coração, louvando a Deus e contando com o favor de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava a cada dia os que iam sendo salvos” At 2:46-47

Lucas enfatiza a união, a harmonia, a alegria e a sinceridade dos crentes como elementos dos frutos do Espírito Santo atuando no coração das pessoas. Os frutos do espírito fluíam em meio a comunidade e a união entre todo era algo real e verdadeiro.

A verdadeira unidade

Todavia, o autor (Lucas) compara a união e harmonia dos crentes no templo e em sua intimidade com as refeições comuns nos lares, deixando implícito de que agiam de igual modo tanto a vista de todos e quanto no lugar secreto.

Ou seja, a união precisa ser cultivada nos lares entre familiares, antes que seja proliferada na comunidade. Uma vez que ela será apenas o reflexo daquilo que é vivido nos lares. Uma casa sem união não pode prosperar.

O reino dividido não pode prevalecer, assim como a igreja não pode subsistir de tal forma, seja essa divisão perceptível aos olhos ou não.

A igreja se vê ausente da graça em pregar o evangelho com eficácia, pois a indiferença é presente em seu interior e a pretensão de reproduzir algo que não veio a existência no cotidiano.

“Como é bom e agradável os irmãos viverem em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce para a barba, a barba de Arão, e desce sobre a gola de suas vestes; como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali o SENHOR ordena a benção e a vida para sempre”. Sl 133

O significado do óleo e o orvalho

O salmista utiliza dois elementos para explicar a beleza da união: o óleo e o orvalho. O óleo em seu sentido natural se trata de algo com teor terapêutico, de suavidade e propriedades de cura

Ao se referir no orvalho, a região no qual foi citado (Hermom), possui uma geografia extremamente árida onde a vegetação não subsistiria senão pelo orvalho que recai sobre a terra durante a noite, trazendo vida sobre tudo em que repousa. Essa analogia diz respeito a prosperidade, uma das consequências que a unidade gera.

Outra marca da igreja primitiva que atraía pessoas era o compartilhar de bens e a união. As pessoas queriam viver e experimentar a realidade que a igreja e sua comunidade viviam.

“Nisto todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. Jo 13:35

As pessoas que faziam parte dessa igreja e haviam sido transformadas, demonstravam tamanho amor mútuo a ponto de serem usadas para realizar maravilhas e sinais.

Igreja Gloriosa

Em suma, ao meditarmos em Atos e nos relatos da igreja primitiva, podemos extrair lições valiosas sobre o modo como viviam. E isto serve como um modelo para a igreja nos dias de hoje.

Assim, devemos nos lembrar também que a unidade é uma das marcas da igreja gloriosa. A noiva que Cristo irá buscar será cheia do Espírito Santo, movida por compaixão e com um estilo de vida que trará profundo impacto.

A parábola dos talentos traz continuidade aos ensinos de Jesus, iniciado na parábola das dez virgens, no capítulo 25 do livro de Mateus. Essas duas parábolas estão ligadas a um comportamento de espera, onde percebe-se que cada parábola tem em seu contexto elementos semelhantes, mas intenções diferentes.

Na parábola das dez virgens Jesus nos mostra a necessidade da atenção com caráter interno, mas na parábola dos talentos Jesus nos fala da prática externa. Herbert Lockyer fala sobre a vigilância e ação, utilizando como exemplo o texto de Neemias 4:18.

“E os edificadores cada um trazia a sua espada à cinta, e assim edificavam, mas o que tocava a trombeta, estava junto de mim.” Hebert Lockyer

Loycker explica que esta é a combinação fornecida por essas duas parábolas: a parábola das dez virgens nos ensina a necessidade de vigilância e a dos Talentos, o dever do trabalho.

Esse contexto é importante para o melhor entendimento da parábola dos talentos. No antigo oriente, no tempo de Jesus, os ricos tinham uma prática bastante comum: quando esses senhores precisavam se ausentar da cidade, eles chamavam seus servos de maior confiança. E faziam deles os administradores de toda sua terra e seu dinheiro. Estes tinham liberdade para negociar e gerar lucro para o seu senhor no período que ele estivesse fora. É com base neste costume que a parábola dos talentos é contada. E não é difícil entendermos a sua mensagem: o senhor rico é o Senhor Jesus Cristo, e sua viagem se trata do período compreendido entre a sua primeira e a segunda vinda.

Mas o que eram esses talentos? O que Jesus estava querendo ensinar com essa parábola?

A palavra “talento” utilizada na parábola vem do termo grego “talanton” e no mundo romano do primeiro século, um talento era uma moeda de mais alto valor, o equivalente a 20 anos de trabalho recebendo um salário mínimo mensal. Contudo, apesar de estar mencionando essa quantia grande de dinheiro, Jesus não está aqui ensinando teoria econômica, mas ele está transmitindo uma mensagem. Há uma grande influência dos textos judaicos no ensino sobre a fidelidade ao Senhor e esta é parte da base para o princípio usado nessa parábola, como veremos a seguir.

Encontramos similaridades entre a parábola e um escrito judaico chamado “Ahiqar 192”: “Se o teu senhor te confiar água para que guardes, e não te mostrares confiável nesta tarefa, como ele poderá deixar ouro na tua mão?” Claramente o ensino de Jesus deixa transparecer a influência judaica – Jesus era judeu e praticava o judaísmo – e seus discípulos, aos quais ele contou essa parábola eram judeus e esse discurso não era algo desconhecido de suas realidades.

Outro exemplo de influência de literatura judaica

Está relacionada à expressão encontrada nos textos de Mateus 25:29 e Lucas 19:26. Existe uma semelhança destes textos com o texto judaico “m ‘Abot 4.2”:

“Corre para cumprir o menor dos teus deveres como se fosse o maior deles e foge da transgressão; pois um dever traz outro depois dele e uma transgressão traz outra depois dela; mas o prêmio de dever cumprido, é outro dever a ser cumprido, e o prêmio de uma transgressão é outra transgressão.”

Este texto está relacionado com o ensino de Jesus sobre a recompensa que teremos no dia do seu retorno. Os talentos nada mais são do que os dons dados por Deus para a edificação de sua Igreja a fim de prepará-la para o dia das bodas do Cordeiro, assim como o evangelho da salvação, a graça, seu amor, sua revelação descrita nas Sagradas Escrituras. São dons dados por Deus, nada do que usufruímos é nosso, portanto todo o resultado produzido com o que recebemos do Senhor pertence a Ele.

Por isso Paulo nos diz:

“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” 1 Coríntios 10:31

Cabe salientar que dons espirituais são aqueles listados em Efésios 4:11-12 e servem para o aperfeiçoamento do corpo de Cristo. Enquanto que habilidades são capacidades naturais inerentes à cada um de nós e que podem ser cognitivas, sociais ou físicas.

De acordo com a parábola, na distribuição dos talentos, um recebe cinco, outro dois e o outro um talento, e podemos perceber que os dons surtem efeitos em uns mais do que em outros. Não podemos esquecer que as verdades de Deus são reveladas a todos servos, mas alguns servos recebem entendimentos espirituais diferentes. Cada um recebe os talentos na medida correta, nunca vamos receber de Deus mais do que aquilo que vamos usar. O critério da divisão dos dons que recebemos do Senhor está intimamente ligado à capacidade de cada um. Isso nos informa que existem pessoas com capacidades maiores do que outras. Entretanto, não podemos olhar para essa informação e afirmar que Deus está fazendo acepção de pessoas ao distribuir os dons. G. H. Lang diz:

“Deus não tenta colocar um lago dentro de um balde”.

O homem que tem uma capacidade maior de entendimento ou de desenvolver algo, tem privilégio maior quanto ao servir e tendo uma carga mais pesada em carregar.

Talvez, esse entendimento relacionado à distribuição dos dons possa trazer desconforto à alguns, por inferir que alguns são melhores do que outros. No livro de 1 Coríntios, Paulo fala claramente como os dons são distribuídos e qual o objetivo de todos eles (1Co 12:7) “A cada um de nós é concedida a manifestação do Espírito para o benefício de todos”, e Paulo continua no mesmo capítulo. Mas agora falando como essa distribuição se dá (1Co 12:11):

“Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer”.

Quando observamos o servo que recebera apenas um talento, não podemos de maneira nenhuma desconsiderá-lo! É preciso entender que sua capacidade de administrar era limitada a um talento somente! Imagine se o Senhor lhe confiasse algo além das suas capacidades? Seria um desastre e provavelmente um motivo de grande frustração para este servo.

Paulo fala sobre os diferentes dons em 1 Coríntios 12, e no versículo 28 ele fala sobre o dom de socorrer. Se analisarmos o dom como “somente socorrer” estaremos sendo precipitados, pois esse dom não é menor ou maior do que os outros. Mas juntos edificam o corpo de Cristo e farão com que a igreja desempenhe seu papel central.

A distribuição desigual dos dons tem muito a nos ensinar

Isso porque vamos perceber que o Senhor sempre sabe o que faz e nunca nos confia uma missão a qual não poderemos realizar. Aqueles que têm o privilégio de receber cinco talentos, a exemplo dos grandes pregadores, evangelistas e mestres, pessoas com grande capacidade de ensinar a outros, portadores de habilidades para comunicar as verdades espirituais, são pessoas que possuem grandes responsabilidades e se espera muito mais desses do que dos outros.

Aqueles que possuem dois talentos estão em uma posição mais discreta, onde possuem habilidades limitadas e não estão muito em evidência, recebendo do Senhor essa porção. Quanto ao servo que recebeu um talento, ele mesmo desprezou aquilo que recebeu do Senhor e não cumpriu com sua missão. Atitude que denuncia que este servo não conhecia ao seu senhor.

Honra e recompensa

Contudo, aqueles dentre nós que menos têm, recebem a responsabilidade de servir ao Senhor com o que possuem. E se o servirem fielmente com o pouco que ele concedeu, serão honrados e recompensados. A verdadeira arte de viver é aceitar nossas limitações que foram concedidas por Deus, e não lutar contra elas murmurando ou mostrando insatisfação com aquilo que recebeu do Senhor.

No serviço para Deus, é melhor estar em último, com fidelidade, do que ser o primeiro com deslealdade, entendendo que sempre se esperará mais do que possui mais talentos. Um exemplo claro dessa responsabilidade está no livro de Tiago (3:1), quando ele afirma que aqueles que ensinam terão uma responsabilidade maior que outros e ainda serão julgados de uma forma mais severa. Em nossa caminhada cristã, aquilo que será recompensado não se refere às nossas capacidades intelectuais ou o nosso brilhantismo em gerenciar os dons. Seremos recompensados pela devoção e pela fidelidade ao Senhor. Como falou Herbert Lockyer: “Se não podemos ser um Moisés, sejamos semelhantes a Arão ou a um levita inferior e leal”.

Outro aspecto importante

Além da responsabilidade, outro aspecto importante é a diligência. Ao lermos o texto com atenção, observaremos que os dois servos que receberam mais talentos “saíram imediatamente”. Isso demostra a importância dada à diligência e a preocupação dos servos em fazer com que o talento recebido gerasse lucro, pois não sabiam quando seria o retorno do seu Senhor.

Mais uma vez, Jesus nos ensina acerca do seu retorno através do texto de uma parábola. Os cristãos de hoje parecem não estar preparados para lidar com a escatologia de Jesus, como estavam os cristãos do passado. Com isso os sermões dessa parábola na era moderna, estão mais ligados ao tempo presente, firmados naquilo que chamamos de pensamento do sucesso “quanto mais tenho mais favorecido por Deus eu sou”. Porém, o sucesso que essa parábola está se referindo está relacionado com uso que se faz da mensagem do reino.

A fidelidade deve estar associada ao ensino de Jesus sobre o tempo presente e o futuro, e o conhecimento do Reino nos traz uma responsabilidade adicional. O fato da demora da “parousia” não nega a fé escatológica, mas reforça a questão da fidelidade. Esses dois servos eram diferentes quanto aos talentos recebidos, mas idênticos quanto à obediência, diligência e fidelidade ao seu senhor; entretanto, receberam uma recompensa idêntica, independente do número de talentos recebidos. O que irá conquistar a aprovação do Senhor quando ele retornar, não é a fama que conquistamos com os talentos, mas a fidelidade que mostraremos enquanto O aguardamos.

Que nosso coração possa ansiar mais do que tudo o dia em que nos encontraremos com o nosso Senhor!

Que possamos ter uma vida de diligência e fidelidade sabendo que o Senhor é galardoador daqueles que o buscam! Apocalipse 22:12 diz: “Eis que venho em breve, a minha recompensa está comigo, e eu retribuirei a cada um de acordo com o que fez”. Em sua graça, o Senhor nos deu dons e talentos para que possamos realizar as boas obras, e estas serão recompensadas! Este é o galardão da graça, que cada um de nós receberá de maneira completamente justa e apropriada! Naquele dia, todo santo será recompensado por Deus, por causa das suas obras, de forma que a obra iniciada nesta vida será finalizada. E a glória de Deus brilhará em cada santo para o louvor do Seu nome.

Mais textos sobre Parábolas bíblicas.