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Como orar pela sua igreja

Você sabia que Jesus orou pela igreja? Em João 17, encontramos um registro significativo da oração de Jesus, onde Ele dedica um momento especial para interceder por aqueles que O seguiriam. Inspirando-nos em Cristo e seguindo Seu exemplo, aqui estão alguns pontos para ajudá-lo a interceder pela sua igreja local:

  1. Glorificação de CristoJoão 17:10

    Ore para que Cristo seja glorificado em todas as ações da igreja. Peça por corações que temam ao Senhor e sigam Seu direcionamento, para que Ele tenha a preeminência em tudo, como a cabeça do corpo (Colossenses 1:18).

  2. Saudades do NoivoJoão 17:11

    Ore para que o clamor da igreja seja “Maranata!” Que o anseio pelo Noivo inspire orações e jejuns pelo Seu breve retorno, para reinar com justiça (Mateus 9:15).

  3. UnidadeJoão 17:11

    Ore para que sejamos um, assim como Jesus e o Pai são um. Que haja perdão e corações dispostos a lutar pela unidade do Espírito, mantendo o vínculo da paz (Efésios 4:3).

  4. AlegriaJoão 17:13

    Ore para que a alegria prevaleça na comunhão. Peça por um derramamento de amor que traga prazer ao compartilhar o pão (Salmo 133).

  5. Centralidade das EscriturasJoão 17:14

    Ore para que a Palavra de Deus seja o fundamento firme da igreja, e que não nos desviemos dela. Peça para que a Lei do Senhor ilumine nosso caminho e esteja guardada em nossos corações (Salmo 119).

  6. PerseverançaJoão 17:14-15

    Ore para que, no Dia do Senhor, sejamos encontrados fiéis. Que a perseverança desenvolva em nós um caráter aprovado e uma esperança que não nos decepciona (Romanos 5:3-4).

  7. SantificaçãoJoão 17:17

    Ore para que nos tornemos cada dia mais semelhantes à noiva sem manchas e sem rugas que o Senhor deseja encontrar (Efésios 5:27).

Nos últimos dez anos, o Senhor demonstrou Sua liderança de maneiras marcantes em cada passo que demos. Recordo-me de tempos passados, quando frequentemente debatíamos nossa identidade: éramos uma base missionária com uma sala de oração? Uma sala de oração que abrigava uma igreja? Ou um centro de treinamento cujo coração pulsava em uma sala de oração?

Hoje, vemos claramente como o Senhor, com delicadeza e beleza, nos guiou ao propósito que Ele tinha para nós: somos uma igreja.

Mantemos nossa crença no poder transformador da oração. Contudo, hoje é impensável para nós dissociar uma vida de oração resistente de uma vibrante vida de igreja. O Senhor não busca apenas um movimento ou um local de oração; Ele prepara uma noiva para Si, pura e sem manchas. Esse processo é, em parte, fomentado pela oração. No entanto, a oração isolada, sem a doutrina dos apóstolos, o compartilhar do pão e a comunhão, retarda um processo de santificação que deve ocorrer como ferro que afia ferro, entre irmãos que compartilham suas vidas.

A oração continua sendo um pilar essencial de nossa jornada cristã. Nosso trabalho visa fortalecer a igreja no conhecimento de Cristo, na vida de oração e na adoração autêntica, e isso permanecerá inalterado. Porém, pela graça de Deus, hoje entendemos nosso chamado primário para ser uma igreja local, mais do que uma referência nacional.

Não se engane, ainda estamos em aprendizado e há muito por crescer e aprimorar. Como qualquer igreja local, enfrentamos enormes desafios. No entanto, nosso coração segue ardente pelo estabelecimento da vontade do Senhor. Lutaremos para preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz e continuaremos sendo igreja, até a Sua vinda.

Olhando para trás, quantos são os motivos de gratidão em nosso meio! Somos gratos porque, sem a menor sombra de dúvidas, até aqui nos ajudou o Senhor. Ele, de maneira soberana e admirável, guiou cada um dos nossos passos.

Somos gratos porque Ele não nos entregou aos nossos próprios desejos, ou seguiu os planos que para nós seriam os mais lógicos, adequados ou coerentes. Constantemente, Ele nos surpreendeu.

Somos gratos porque, nos momentos de dificuldade e durante as difíceis transições que enfrentamos, Ele não atendeu o nosso anseio de parar, mas nos visitou com sua infinita misericórdia trazendo sempre um novo ânimo e graça para cada estação.

Somos gratos por cada coração que Ele despertou para esse ministério. O ‘Sim’ de cada missionário intercessor que chegou à base apenas com um anseio de responder ao chamado do Senhor tem sido instrumentos valiosos nas mãos Dele para a construção da fhop.

Somos gratos porque hoje esse grupo já não se limita a 120 missionários, mas o Senhor tem acrescentado, por meio da nossa igreja local, irmãos e irmãs dispostos a colocar a mão no arado e entregar a Ele a adoração que lhe é devida.

Somos especialmente gratos por cada família que se formou em nosso meio nesses 10 anos. Podemos ver a bondade do Senhor em entrelaçar histórias e ter Seu nome glorificado em nosso meio.

Somos profundamente gratos pelas vidas de Dwayne, Jennifer, Sidney, Chloe e Elijah Roberts que ouviram o chamado do Senhor e responderam prontamente, dando início a essa linda jornada que estamos trilhando.

Somos gratos pela igreja local, porque temos visto o Senhor acrescentar irmãos à nossa família e nos forjar no lugar de discipulado e comunhão.

Somos gratos pelas provisões financeiras. Porque cada último dia do mês somos confortados ao ver milagres e saber que a mão do Senhor certamente fez isso.

Nossos corações transbordam de alegria e gratidão pelo privilégio de termos uma sala de oração. Cada oração respondida, cada milagre que vivemos, todas as vezes que o Senhor nos visitou de forma sobrenatural são lembranças que fazem nossos corações transbordar de alegria e gratidão e nos motivam a continuar.

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Diante das recentes adversidades que afetaram o sul do nosso país, o Senhor nos convida a nos posicionarmos como intercessores. Separamos aqui algumas dicas e diretrizes para te ajudar nesse papel, e te auxiliar em como orar pelo Rio Grande do Sul.

Primeiramente, precisamos compreender que interceder é colocar-se diante do Senhor, pedindo por aqueles que ainda não sabem que tem acesso ao Pai. É colocar o seu coração disponível para sentir a dor dos que sofrem e chorar com eles. Em outras palavras, é transbordar de compaixão. E, a partir desse lugar, pedir a Deus por aquilo que está em Seu coração.

Em segundo lugar, é necessário ter confiança que o Senhor ouve cada uma das nossas orações. Seus ouvidos não estão tampados e suas mãos não estão encolhidas para fazer (Isaías 59:1). Através de Jesus, podemos nos aproximar com confiança do trono de Deus e pedir, sabendo que receberemos ajuda em tempo oportuno (Hebreus 4:16).

A fim de te ajudar nessa jornada, separamos alguns motivos para te ajudar a guiar suas orações:

Ore para que as chuvas parem e as águas sequem – Marcos 4:35-41

Em Marcos 4 vemos o relato dos discípulos de quando Jesus acalmou uma tempestade. Precisamos nos lembrar que o Senhor não muda, consequentemente, podemos pedir a Ele que controle as chuvas, que acalme tempestades e faça secar a água.

Ore por Esperança e consolo – Romanos 15:13 / 2 Coríntios 1:3-5

Nós oramos ao Deus da Esperança, ao Deus de toda consolação. Ore para que Ele encontre os corações com esperança, alegria e paz. Ainda que as circunstâncias sejam devastadoras, Ele é capaz de encontrar os corações com a paz que excede todo entendimento.

Ore pelos voluntários – Efésios 3:16-19

O trabalho na linha de frente é exaustivo e emocionalmente desafiador, portando, ore para que os voluntários sejam fortalecidos. Peça por sabedoria e graça para ajudar e convicção de que o trabalho deles não é em vão. Ore para que, a medida com que amam o próximo, sintam mais intensamente o amor do Senhor.

Ore pelos governantes – 1 Timóteo 2:1-4

Lembre-se, nós oramos ao Deus que possui o coração dos reis em suas mãos eos dirige como quer (Proverbios 21:1). Apresente em suas orações os prefeitos das cidades afetadas. Ore pelo governador do Rio Grande do Sul e por todos os políticos que exercem algum tipo de influência sobre o Estado. Comece pedindo pelo temor do Senhor, que é o princípio de toda a sabedoria. Peça por graça sobre suas emoções e por estratégias divinas para os próximos passos. Sabemos que haverá um longo caminho para a reconstrução e reabilitação de todas as famílias desabrigadas, por isso peça por justiça e um transbordar de generosidade.

Ore por Salvação – Colossenses 1:9-11

Em meio ao caos, ore para que as pessoas tenham encontros verdadeiros com o Salvador. Peça para que elas sejam encontradas com o pleno conhecimento da vontade de Deus e, em meio a dor e ao desespero, conheçam aquele que é a esperança eterna.

Ore pelo Retorno de Jesus – Apocalipse 22:17

Finalmente, mais do que qualquer outra coisa, as circunstâncias atuais devem nos levar a clamar Maranata! Nosso Salvador virá para reinar em justiça, haverá um dia em que toda lágrima será enxugada, não haverá mais pranto ou dor. Essa é a nossa bendita esperança, Jesus Cristo.

Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo.

Tito 2:12-13


Existem muitas formas de ajudar as pessoas do Rio Grande do Sul.

Faça doações de roupas, produtos de higiêne, limpeza, fraldas, toalhas de banho e de rosto, água entre outros itens.

Procure se informar a respeito das ações realizadas na sua região e seja um voluntário.

Para doar para a criação de abrigos de mulheres e crianças em situação de vulnerabilidade, acesse o site SOS RS

O livro de Mateus, capítulo 6, versículo 33, nos diz: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Esta passagem nos ensina que devemos colocar Deus em primeiro lugar em nossas vidas e buscar Sua vontade acima de qualquer outra coisa. 

Para estabelecer essa nova rotina com Jesus, podemos começar com pequenos passos. Primeiramente, reservar um tempo todos os dias para estar na presença de Deus, seja através da leitura da Bíblia, da oração ou da adoração. É importante ter um momento de comunhão com Ele, colocando nossas preocupações, anseios e agradecimentos diante dEle.

Cultivando um Relacionamento Constante com Deus

Além disso, é fundamental cultivar um relacionamento constante com Deus ao longo do dia. Isso pode ser feito por meio de breves orações durante os diferentes momentos da jornada, buscando a orientação dEle em todas as decisões que tomamos. 

Outra maneira de priorizar nosso tempo com Jesus é buscar uma comunhão com outros cristãos. Participar de uma igreja e de um grupo de estudo bíblico, nos ajuda a fortalecer nossa fé e a compartilhar experiências com outros irmãos em Cristo. 

Além disso, é importante lembrar que priorizar nosso tempo com Jesus não significa negligenciar nossas responsabilidades diárias. Ao contrário, quando buscamos a orientação de Deus em todas as áreas de nossa vida, encontramos sabedoria e força para enfrentar os desafios e cumprir nossos compromissos.

Em resumo, estabelecer uma rotina com Jesus é essencial para nossa vida espiritual. Ao colocarmos Deus em primeiro lugar, buscarmos Sua vontade e alimentarmos nosso relacionamento com Ele diariamente, experimentaremos um crescimento espiritual significativo e veremos todas as outras áreas de nossa vida serem abençoadas. Portanto, vamos fazer dessa prática uma prioridade em nossas vidas e desfrutar dos benefícios de uma caminhada mais profunda com o nosso Salvador.

A Lição de Marta e Maria

Observe o texto abaixo de um exemplo claro sobre alguém que entendeu o poder de escolher a boa parte:

E, respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. Lucas 10: 41 e 42 

No trecho de Lucas 10: 41 e 42, Jesus se encontra na casa de Marta e Maria, duas irmãs que o receberam em sua residência. Marta está ocupada com os afazeres domésticos e preocupada em servir o Senhor da melhor forma possível. Enquanto isso, Maria se senta aos pés de Jesus, ouvindo suas palavras.

A Boa Parte: Viver na Presença de Deus

Marta, sobrecarregada com as tarefas que precisam ser feitas, aflita pelo serviço que julga necessário, se aproxima de Jesus e lhe diz: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir sozinha? Diz-lhe que me ajude!”

Jesus, por sua vez, responde à Marta: “Marta, Marta, estás ansiosa e preocupada com muitas coisas. Entretanto, quando se trata de uma coisa, Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.”

Nessa passagem, Jesus nos exorta a refletir sobre nossas prioridades e atitudes no serviço ao próximo. Marta, com sua atitude zelosa, estava correta em servir o Mestre. No entanto, sua atitude preocupada e ansiosa estava roubando sua paz e a verdadeira comunhão que ela poderia desfrutar ao lado de Jesus.

A visão de Maria

Por outro lado, Maria compreendeu que a presença do Senhor era mais importante do que qualquer tarefa ou ato. Ao se assentar aos pés de Jesus, ela demonstrou humildade e sede de aprender, valorizando a oportunidade de ouvir suas palavras e estar em sua presença.

Ao destacar a escolha de Maria como “boa parte”, Jesus nos convida a direcionarmos nosso coração para as coisas que realmente importam: nosso relacionamento com Deus e a atenção às suas palavras. Devemos buscar a comunhão com Ele, priorizando a adoração, o estudo da Palavra e a comunhão com outros irmãos em Cristo.

O convite de Jesus é que, em meio às atividades da vida cotidiana, não nos percamos nas preocupações e ansiedades que nos afastam d’Ele. Ele nos chama a viver uma vida equilibrada, colocando Deus em primeiro lugar e confiando que nossas necessidades serão supridas. Afinal, Ele é quem nos capacita e nos guia em todas as áreas de nossa vida.

Precisamos e devemos pautar toda a nossa vida tendo Jesus como o centro, dando a Ele o lugar em nossas vidas que foi conquistado na Cruz. 

Portanto, ao refletirmos sobre essa passagem, somos convidados a buscar a presença de Deus em cada momento. Que possamos aprender com Maria a valorizar a “boa parte”, cuidando do nosso relacionamento com o Senhor e desfrutando da sua graça e sabedoria em todos os aspectos de nossa existência.

Salmo 27:8

Precisamos entender e viver o que diz no salmo 27:8

Uma coisa pedi ao Senhor

e a buscarei:

que eu possa habitar na casa do Senhor

todos os dias da minha vida,

para contemplar a bondade do Senhor

e buscar a sua orientação no seu templo.

 

Minha oração por você é que priorize ao seu relacionamento com Jesus, viva para audiência de um, encontre consolo e vida aos pés do Mestre e escolha a boa parte, pois essa jamais lhe será tirada. 

Você é uma pessoa observadora? Daquelas que, quando entra em uma igreja, presta atenção em tudo? Desde a forma como é feita a recepção, o que é dito durante o culto e como os membros se comportam? Sem dúvidas sou assim. Gosto de observar as pessoas em cada uma das igrejas por onde passo. Olho como agem entre si.

Frequentemente, ao conversar com alguém que pertence à mesma congregação há anos e continua crescendo espiritualmente, busco entender os aspectos que tornam aquele lugar especial para eles.

Características de uma Igreja Saudável

Ao longo de toda história da igreja, há marcas que registram características que fazem a igreja de Cristo ser saudável. A bíblia nos ensina e nos exorta sobre a importância da igreja e sobre como ela é fundamental para um crescimento saudável.

Ao olharmos para o livro de Filipenses, algumas características se destacam, como o sofrimento e a perseverança. Eram pontos de dificuldade que a igreja daquela época tinha e que persistem até os dias de hoje.

Entretanto, hoje vamos conversar sobre um tema específico: A Unidadade. E também conhecer o que Jesus nos ensina para assim, sermos e construirmos igrejas saudáveis, de acordo com os princípios e valores do reino de Deus.

A igreja local

Primeiramente, é essencial reconhecer que nenhuma igreja está livre de problemas. A perfeição só será alcançada com a segunda vinda de Jesus!

Mas, enquanto isso não acontece, precisamos aprender com os ensinos que já recebemos.

Unidade

Em Filipenses 2, o apóstolo Paulo exorta a igreja local de Filipos dando ênfase para a importância de unidade entre as pessoas.

Isso não só aconteceu em Filipos, como ressoa ao longo de toda história da Igreja. A unidade da igreja local é um desafio permanente, e ao observar a carta de Paulo, compreendemos que a solução para a falta de unidade não se resolve sem Jesus. É necessário seguirmos o seu exemplo.

A Profundidade da Unidade Cristã

Nos primeiros versos do capítulo 2 de Filipenses, Paulo exorta os irmãos a viverem em um só propósito, mente e coração. E, para que os Filipenses entendessem como eles poderiam alcançar isso, o apóstolo fala das atitudes e da vida de Jesus.

Uma das escolhas do mestre foi humilhar-se e servir a todos. “Embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.” Filipenses 2.6-7

Ao refletirmos sobre alguns aspectos da Trindade, podemos observar a unidade entre Deus Pai, Jesus e o Espírito Santo. O próprio Jesus, quando estava prestes à ir para cruz, orou ao Pai dizendo: “Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:20,21.

Jesus considerou tão importante a questão da unidade entre os cristãos, que em sua última oração foi o que pediu ao Pai.

A Unidade entre o Pai e o Filho

Interessante observar a perfeita sincronia entre Jesus e Deus Pai. Quando Jesus declara uma palavra de vida nos evangelhos, o próprio Deus também declara. Em João 5:19, vemos Jesus falando aos judeus, que Ele só pode fazer aquilo que vê o Pai fazer.

Essa unidade da Trindade foi o desejo de Jesus e a oração feita por ele, em João 17, pelos cristãos. O desejo que nós, irmãos e irmãs, desenvolvêssemos uma íntima relação e de entrega mútua.

Entretanto, é importante ressaltar que a perfeita união não é uma família sem problemas ou que as pessoas precisam ter a mesma opinião. Trata-se, no entanto, de uma família que em todo tempo decide amar, mesmo em suas diferenças e adversidades.

Desafios para a unidade

1) A busca pelo próprio interesse – é tão comum vermos situações de rivalidade e de orgulho no corpo de Cristo que muitas vezes não agimos contra esse comportamento. O apóstolo Paulo mostra que é preciso um coração humilde, onde as pessoas se preocupam umas com as outras e não só com seus próprios interesses.

2) Sentimento de superioridade – talvez ainda precisamos enfrentar o desejo de sermos prestigiados e servidos, e até mesmo, de que somos indispensáveis e mais importantes do que aqueles ao nosso redor. Inegavelmente, essa é uma das atitudes que impedem a unidade.

Como venceremos esses obstáculos que impedem a unidade da igreja?

Só há uma solução! Olharmos e seguirmos o exemplo de Jesus. As atitudes dele, relatadas nos evangelhos, dão grandes ensinamentos de humildade e serviço. Mesmo sendo maior que todos nós se esvaziou de todos os seus direitos, não ousou ter vantagem pelo fato de ser Deus. Não ousou tomar para si aquilo que lhe era por direito. Nasceu em uma família pobre, em uma cidade simples e em condições desfavoráveis. Ele escolhe vir, servir e morrer.

Portanto, é necessário que o relacionamento entre nós, cristãos, seja a partir da mente de Jesus.

“Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união (…) Ali o Senhor concede a bênção da vida para sempre.”

Devemos decididamente abraçar a mente de Cristo, e mais do que admirá-lo, seguir seu exemplo. Com certeza maravilhas Ele irá fazer no meio do Seu povo. Aqueles que decidem caminhar juntos.

A prática do Jejum

O jejum tem sido praticado ao longo da história do evangelho. Em muitas épocas e situações distintas podemos observar personagens e líderes se levantando para convocar o povo de Deus a jejuar e orar, demonstrando assim, total dependência do Senhor. Não sei qual é a sua referência bíblica preferida quando se trata da prática do jejum, mas neste devocional, quero refletir a respeito de alguns homens que podem nos ensinar sobre essa disciplina espiritual.

Esdras e o jejum de uma comunidade

Esdras retornou a Jerusalém após um longo período de exílio do povo de Deus. Era preciso restaurar a nação e isso não se limitava a uns poucos escolhidos. Muitos seriam os perigos enfrentados no decorrer do caminho e ele sabia muito bem dessa realidade.

Quando Artaxerxes o enviou de volta para Jerusalém, o escriba sentiu vergonha de pedir um exército para protegê-los, pois tinha dito ao rei que a boa mão do Senhor os guardaria. Porém, diante de tudo o que podia lhes acontecer, de todos os perigos e tragédias, do medo e das inseguranças, vemos Esdras conduzindo o povo por um caminho de confiança e total dependência a Deus. Um caminho de humildade e reconhecimento de que a proteção de Deus é melhor que a proteção dos homens.

“Então, apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos perante o nosso Deus, para lhe pedirmos jornada feliz para nós, para nossos filhos e para tudo o que era nosso. Porque tive vergonha de pedir ao rei exército e cavaleiros para nos defenderem do inimigo no caminho, porquanto já lhe havíamos dito: A boa mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas a sua força e a sua ira, contra todos os que o abandonam. Nós, pois, jejuamos e pedimos isto ao nosso Deus, e ele nos atendeu”. Esdras 8:21-23

E você sabe o que aconteceu durante a travessia? Deus ouviu o clamor do seu povo e respondeu aquele jejum com proteção e tudo mais que eles precisavam. E essa história não é diferente do que o Senhor quer e pode fazer por nós.

Libertação que se iniciou com Jejum

História semelhante ocorreu com Neemias que também era um refugiado, um copeiro do rei dos Persas. Quando seu irmão veio visitá-lo, ele ouviu sobre a condição lamentável de sua nação:

“veio Hanani, um de meus irmãos, com alguns de Judá; então, lhes perguntei pelos judeus que escaparam e que não foram levados para o exílio e acerca de Jerusalém”. Disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derrubados, e as suas portas, queimadas”. Neemias 1.2-3

Aquela notícia foi terrível para o coração de Neemias, ele se assentou, chorou, lamentou e jejuou. Você consegue imaginar tal realidade em nossos dias? Nos momentos em que formos pegos pelas más notícias ao assistirmos os jornais ou vemos a internet? As tragédias assolam a humanidade, a cidade onde moramos e até mesmo os vizinhos ao redor. Lamentamos, às vezes choramos, mas até que ponto nos compadecemos de forma a “perder” a fome para buscarmos a Deus. Pode ser difícil perder a fome, mas podemos jejuar voluntariamente se nosso coração se quebrantar no Senhor.

Ao lermos a oração de Neemias no capítulo 1 de seu livro, mais uma vez somos tomados por um exemplo de confissão de pecados, humilhação e dependência de Deus. Esse é um dos propósitos do jejum: tornar nosso coração terno para com Jesus. Deus resiste ao soberbo, mas dá graça ao humilde (Tiago 4.6).

Quando uma comunidade se reúne para orar e jejuar

Atualmente não resido em Florianópolis e uma das coisas que mais sinto falta é de poder jejuar em comunidade como na fhop. Jejuar traz desafios, e fazer esse propósito como comunidade local é extremamente poderoso, tanto no coletivo como individualmente.

Hernandes Dias Lopes afirma que: “Jejuar é se abster de algo legítimo, bom, para apropriar-se de algo melhor. Se abster do alimento do corpo para buscar comunhão com Deus.”  

Quando os recursos humanos se esgotam é o momento providencial para voltarmos a Deus em oração e jejum, pois a ajuda de Deus é mais poderosa que a ajuda de homens fortes.

Lembre-se que o próprio Jesus só começou seu ministério após ser batizado e passar por um longo período de 40 dias de jejum. Isso foi o que ele mostrou como a preparação para o seu lançamento como líder e salvador dos homens.

 

A Bíblia nos ensina muito sobre jejum. O antigo testamento aborda que a cultura de jejuar estava relacionada a uma postura de arrependimento. Quando uma nação toda entrava em arrependimento, iniciavam um período de jejum. O jejum era uma forma de dor pelo erro cometido. Quando Davi pecou, ele jejuou. Na cultura daquela época, muitos jejuavam, mas seus corações não estavam conectados a isso. A prática do jejum, segundo a Bíblia, continua sendo feita nos dias de hoje e o motivo que nos leva a jejuar, é algo que Jesus nos desafia. Onde está nosso coração no momento em que jejuamos?

Jesus trouxe um novo entendimento

Ele nos diz, por meio de parábolas, que veio para estabelecer uma nova cultura, uma nova forma de realizar as coisas.  E não seria possível conectar essa nova maneira com a antiga. Elas não funcionam juntas! Isso quer dizer que o jejum não é mais apenas para um propósito de arrependimento, uma vez que a cruz já cumpre esse objetivo. A cruz é suficiente. Jesus nos desafia a uma nova visão para a vida de jejum. Não mais por arrependimento ou pesar, mas por desejo apaixonado por Ele.

Dessa forma, jejuar então deixa de ser um dever religioso ou uma obrigação. Jejuamos agora porque queremos profundidade espiritual. Abrimos mão do prazer da comida e/ou entretenimento, por desejarmos verdades espirituais reveladas aos nossos corações. Agora, jejuamos porque queremos conhecer o coração do Pai, por desejarmos mais da revelação de quem Jesus é. Por estarmos fascinados por Ele. Porque o desejamos e amamos passar tempo com Ele. Porque Ele desperta amor em nós na medida que nossos olhos estão fixos nEle.

O entendimento, agora, é lutar contra qualquer possibilidade que nos afaste de sua santidade. Que nos afaste dessa conexão com a sua presença. E a Palavra nos orienta a andarmos pelo Espírito (Gl 5:16-24), sob a direção dele, pois a nossa natureza é pecaminosa. Os desejos humanos não podem produzir nada de bom, pelo contrário, o seu fruto, nos retira o reino de Deus. Então, lutamos contra as nossas próprias vontades e deixamos os nossos maus desejos, para que sejam mortificadas com a nossa carne. E o jejum nos ajudará nesse processo necessário, de matar a nossa carne, dia-a-dia na vida do cristão.

Crescendo no conhecimento de Deus

O desejo de crescer no conhecimento de Deus, motivação apresentada por Jesus, é relacionada com o desejo de encontrá-lo de forma mais intensa. De buscarmos nos parecermos com Ele! Jesus nos ensina que se trata de reposicionar nosso coração, pois apenas Nele encontramos a verdadeira satisfação. Isso nos leva à seguinte conclusão: desejamos mais revelação de Jesus e por isso jejuamos.

“Disseram-lhe, então, eles: Por que jejuam os discípulos de João muitas vezes, e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem? E ele lhes disse: Podeis vós fazer jejuar os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então, naqueles dias, jejuarão. E disse-lhes também uma parábola: Ninguém deita um pedaço de uma roupa nova para a coser em roupa velha, pois romperá a nova e o remendo não condiz com a velha. E ninguém deita vinho novo em odres velhos; de outra sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão; mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão. E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho.” Lucas 5:33-39

Paulo nos fala sobre jejum

O apóstolo Paulo também nos ensina a respeito do posicionamento do coração. Ao exortar a igreja em Filipos por pregarem para sua própria glória, ele diz que o viver, para ele, é Cristo. Ele escreveu enquanto estava preso que sua única motivação de vida é Jesus Cristo. Relatou que as coisas deste mundo perderam o valor diante da presença de Jesus. Seu coração ansiava tanto pelo Salvador, que ele declarou a morte como ganho, por compreender que então estaria face a face com o Salvador. Ele compreendia o propósito de sua vida. Sabia que estando vivo espalharia o evangelho, curaria enfermos, expulsaria demônios. Ainda assim, a ideia de estar com Cristo atraía seu coração muito mais intensamente do que o seu ministério.

A motivação dele não era o crescimento da igreja, carreira, negócios, educação, estudos. Essas coisas não moviam seu coração. O que mais importava era estar com Cristo. Nosso desejo é que esse coração seja desperto em nós. Que tenhamos uma visão diferente a respeito do que nos motiva. E que a fome por Jesus seja o que movimenta nossos corações sempre que jejuarmos.

O que podemos aprender

O ato de jejuar continua sendo sagrado e isso é lindo. Se o desejo do seu coração é ter uma conexão mais intensa com o Senhor, se você quer estar sensível a voz do pastor, jejue. Se você precisa de sabedoria para tomar decisões e quer que Jesus direcione a qual caminho seguir, jejue. Mas nunca, nunca barganhe com Deus. Isso, além de ofensivo, é feio. Jejue por amor e temência!

Que Deus te abençoe!

Originalmente publicado em 28 de dezembro de 2018

Um convite a fraqueza

Não sei como você chegou nesse texto, confesso que o título não é nada atrativo. Afinal, quem convida alguém a fraqueza? E quem em sã consciência aceitaria? É um convite radical direcionado a corações apaixonados. Vamos falar sobre o jejum e um dos efeitos dele sobre nós: fraqueza

Se você já aceitou o desafio de fazer um jejum alguma vez na vida, você já deve saber que o jejum é como uma prensa, ele extrai de nós o que temos para ser extraído. É desconfortável e por vezes agoniante. 

Desejos não concedidos são barulhentos

Um dos chamados intrínsecos no chamado ao jejum é o convite a abraçar fraqueza voluntária.  Quando intencionalmente nos abstemos de prazer, conforto ou necessidades humanas básicas, como a comida ou entretenimento, podemos ver saindo de nós várias respostas. Literalmente não deixamos de alimentar e fortalecer quem normalmente tem a voz de comando na nossa vida e isso tem um efeito colateral.

Somos seres nascidos e criados para prazer. Somos formados por desejos. Não percebemos muito isso até que esses desejos não sejam supridos. Quando suas vontades são negadas eles como crianças birrentas, fazem escândalo querendo serem obedecidos a qualquer custo.

 “Uma das primeiras coisas que descobriremos quando nos entregarmos ao jejum e à oração, e ao silenciar a carne é que nosso clamor interno é mais escandaloso do que imaginávamos. Nada revela o quanto nossos desejos e anseios são barulhentos até eles terem seus apelos negados.” (As Recompensas do Jejum, pg. 75)

Esse barulho nos denúncia: não somos tão fortes ou espirituais como achávamos, somos fracos e necessitados de misericórdia urgente. Por incrível que pareça na constituição do reino de Deus isso é uma coisa positiva e boa para nós. 

Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados. – Mateus 5:3,4

Por que eu abraçaria a fraqueza? 

Essa resposta é simples: porque Jesus abraçou a fraqueza! Vamos lembrar das palavras de instrução de Paulo em Filipenses 2:

Tenham a mesma atitude demonstrada por Cristo Jesus. Embora sendo Deus, não considerou que ser igual a Deus fosse algo a que devesse se apegar. Em vez disso, esvaziou a si mesmo; assumiu a posição de escravo e nasceu como ser humano. Quando veio em forma humana, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz.  Filipenses 2:5-8

O jejum é um dos métodos pedagógicos de Deus para doutrinar nosso corpo, mente e coração a escolher e buscar o que realmente importa, o que realmente é necessário. É como bradar ao Senhor, mesmo em dor e agonia da nossa carne: “- Deus, você é a coisa mais importante, posso viver sem comida, sem prazeres, sem conforto, mas não posso viver sem você!”. E pregar para a própria alma: “- Oh minh’alma, deleite-se no Senhor, todo seu anseio é pelo seu Criador. Você será suprida, Ele é suficiente”.

Catalizador de santificação 

A exposição a fraqueza do jejum vai nos deixar mais conscientes de como ainda somos carnais, idólatras, egocêntricos e egoístas. Nosso único escape nesse cenário é correr para Deus, que por outro lado está abastecido de graça abundante e pronta para ser liberada em nossa direção. Graça essa que vem com favor para viver de maneira digna do chamado e pulsantes no primeiro e maior mandamento: amar ao Senhor com todo coração, alma, força e entendimento. A consciência pode ser encaminhada ao arrependimento e logo a transformação.

Alinha os afetos – “teu amor é melhor que o vinho”

O jejum vai fazer a carne perder forças, ser desmascarada e morrer. Ao mesmo tempo que seu homem interior será fortalecido e abastecido com a verdadeira comida, seus afetos e desejos serão reconduzidos e reeducados. Ou seja, o prazer em Deus aumenta. 

Chegaremos cada vez mais à percepção de que “o seu amor é melhor que o vinho” (Cantares 1:2). Essa declaração não diz só que Deus é melhor que o pecado, mas que ele também é melhor que os prazeres lícitos. Nossos amores serão realinhados a viver a premissa que Deus é melhor que a mentira, inveja, imoralidade e drogas. Mas também aprenderá que Deus é melhor que comida gostosa, um bom casamento, amor dos filhos, sucesso no emprego, ministério ungido. 

A dinâmica do reino é confusa e de cabeça para baixo para nós, porém é completamente o tipo de vida que fomos criados para ser e funcionar, ainda que o pecado nos puxe ao contrário. Minha oração por nós é que o anseio pela intimidade e conexão com Deus nos faça como Maria de Betânia, João Batista, Daniel e Paulo que escolheram a sua coisa mais importante que organiza nossas prioridades e anseios. Abraçando a fraqueza foram fortes em Deus.

Neste texto, iremos abordar a mensagem do profeta Isaías relacionada ao jejum que agrada a Deus. Isaías é um profeta conhecido por suas profecias sobre a vinda do Messias e é considerado o profeta das promessas. O livro de Isaías contém várias referências ao jejum. E assim, transmite a mensagem de que o jejum não deve ser apenas um ato ritual, mas sim uma expressão do compromisso pessoal de seguir a vontade de Deus e ajudar os outros.

Assim, Isaías, cujo nome significa “YAHWEH é salvação” ou “YAHWEH deu salvação”, era filho de Amós. Pouco se sabe sobre a vida pessoal de Isaías, mas no capítulo 6 do livro de Isaías, é registrado o seu chamado a profetizar por meio de uma visão do trono de Deus no templo. Logo, nessa visão, Isaías é purificado de seus pecados por um serafim enviado por Deus e é comissionado a levar a mensagem de Deus ao povo.

“Então um dos serafins voou até mim trazendo uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma tenaz. 7 Com ela tocou a minha boca e disse: “Veja, isto tocou os seus lábios; por isso, a sua culpa será removida, e o seu pecado será perdoado”. 8 Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: “Quem enviarei? Quem irá por nós? ” E eu respondi: “Eis-me aqui. Envia-me! ” Isaías 6:6-8

Foco das profecias de Isaías

Portanto, as profecias de Isaías estão principalmente focadas em Jerusalém e tratam de punição, juízo e redenção para os pecados de Israel, Judá e das nações vizinhas. Porém, ele também traz palavras de conforto e esperança do Senhor. Suas profecias estão relacionadas a eventos que ocorreram durante o reinado de Ezequias.

O livro de Isaías e o jejum

O livro de Isaías contém várias passagens que mencionam o jejum. E portanto, Isaías 58 é um capítulo específico que aborda o tema do jejum e faz uma crítica aos jejuns hipócritas praticados na época. Assim, o profeta questiona a motivação por trás desses jejuns, destacando que eles eram realizados apenas para impressionar os outros e obter vantagens pessoais.

O verdadeiro jejum que agrada a Deus

Sendo assim, Isaías enfatiza que o verdadeiro jejum deve envolver uma atitude de humildade e serviço aos outros. Ele declara que um jejum que agrada a Deus é aquele que envolve ações como compartilhar comida com os famintos, fornecer abrigo aos sem-teto e vestir os que estão nus. Portanto, o jejum não deve ser uma forma de autopunição, mas sim uma maneira de nos aproximarmos de Deus e ouvir Sua orientação.

Vale também ressaltar o valor espiritual do jejum. O autor Pink afirma que o jejum reflete nossa falta de merecimento, nosso senso de inutilidade das coisas terrenas e nosso desejo de direcionar nossa atenção para as coisas do alto.

“Quando o coração e a mente são profundamente exercitados com relação a um assunto sério, especialmente o de um tipo solene e pesaroso, há uma indisposição para alimentar-se, e a abstinência a partir daí é uma expressão natural da nossa falta de merecimento, do nosso senso de inutilidade comparativa das coisas terrenas, e do nosso desejo de fixar a nossa atenção nas coisas do alto”. (A.W. Pink)

A superficialidade do jejum hipócrita

Então, Isaías repreende o povo por seu jejum hipócrita, que não produz resultados verdadeiros. O povo busca a Deus apenas de forma externa, cumprindo rituais religiosos, mas seu coração está distante do Senhor. Eles buscam o favor de Deus através do jejum, mas continuam envolvidos em práticas injustas, explorando seus empregados e se envolvendo em discussões e brigas. Deus não aceita um jejum vazio de verdadeira devoção e amor ao próximo.

“Seu jejum termina em discussão e rixa, e em brigas de socos brutais. Vocês não podem jejuar como fazem hoje e esperar que a sua voz seja ouvida no alto”. Isaías 58:4

Logo, Isaías destaca que o jejum deve ser acompanhado por uma mudança de atitude e motivação. Afinal, não é apenas a abstinência de alimentos que agrada a Deus.

 

Como fazer um jejum que agrada a Deus

Diante disso, quero compartilhar alguns pontos práticos para fazer um jejum que agrada a Deus:

1. Jejue com propósito: jejuamos para nos colocar em fraqueza voluntária

O jejum é um dos métodos pedagógicos de Deus para doutrinar nosso corpo, mente e coração a escolher e buscar o que realmente importa, o que realmente é necessário. Então, esteja atento a cerca da motivação correta no jejum. O jejum centraliza a nossa santificação naquele que pode nos santificar. Além disso, o jejum alinha os nossos afetos e a nossa atenção, ou seja, enquanto a carne é enfraquecida o nosso homem interior é fortalecido e suprido com a verdadeira comida.

Então, antes de iniciar um jejum, reflita sobre qual é o seu propósito. Ore e peça a Deus que revele o que Ele quer que você alcance nesse tempo por meio do jejum

2. Jejue com humildade: jejuamos para romper com o orgulho e soberba do nosso coração

O jejum é uma forma de nos humilharmos diante do nosso Deus, reconhecendo que somos dependentes Dele em todas as áreas de nossas vidas. Assim, através do jejum, negamos a nós mesmos e buscamos a vontade de Deus acima das nossas próprias vontades.

Então, desenvolva devoção como uma expressão de nosso amor e busca constante de comunhão com nosso Deus em oração, meditação na palavra e louvor. Além do mais, ambos são uma forma de demonstrarmos nossa humildade e dependência de Deus em nossa jornada espiritual.

Lembre-se do que o Apóstolo Paulo nos incentiva em Romanos 12.1

Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se
ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Romanos 12:1

3. Jejue praticando a justiça e a misericórdia: Jejuamos para nos tornarmos cada vez mais parecidos com Jesus

O jejum é uma oportunidade para praticar a justiça e a misericórdia. Assim, ajude os necessitados, visite os enfermos, ore pelos desesperançados. Ou seja, faça algo concreto. Em devoção responda ao amor de Deus, que se manifesta em nossa vida diária, através de nossa obediência e serviço a Ele e ao próximo. Na verdade, viver uma vida de devoção a Deus é praticar a justiça e a misericórdia em todos os momentos.

Lembre-se do que Jesus nos ensinou em seu sermão do monte:

 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos. 7 Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia. Mateus 5.6-7

4. Jejue buscando a comunhão com Deus: Jejuamos para estarmos sensíveis a sua voz e obedientes a sua vontade

O jejum é um convite para nos aproximarmos de Deus e ouvir Sua voz. Portanto, o propósito do jejum é buscar a Deus de forma mais profunda e intencional. Busque a comunhão com Ele por meio da oração, da leitura da Bíblia e da meditação.

5. Jejue se lembrando do alvo: Deus é o propósito primário do jejum

O jejum deve iniciar em Deus e ser guiado por Ele. Assim, mantenha seu foco no propósito do jejum e não desvie dele. Não permita que o jejum se torne uma mera prática religiosa, mas sim um ato de devoção a Deus e de serviço aos outros. Além de toda e qualquer recompensa que pode ser obtida através da prática do jejum, devemos faze-lo por amar mais a Ele, do que tudo que Ele pode nos dar.

6. Jejue para ser satisfeito Nele: Jejuamos para nos lembrarmos de que Ele é suficiente

O jejum é um grito dentro de cada um de nós, as coisas deste mundo não são capazes de nos satisfazer. “Fomos criados por Ti e para Ti. Traga-nos de volta mais uma vez a esse lugar”.

7. Jejue para cultivar a saudade: Jejuamos para cultivar a saudade pelo Noivo.

O jejum é, para nós cristãos, uma espécie de lamento e declaração de que as coisas não estão satisfatórias. Por mais que nossa vida esteja bem, por mais que sejamos prósperos, tenhamos boa saúde, família e riquezas, sabemos que nenhum dos prazeres dessa vida nos é suficiente, enquanto Jesus não estiver presente conosco.

Jesus foi questionado pelos discípulos de João Batista por que os Seus discípulos não
jejuavam.

“Então os discípulos de João vieram perguntar-lhe: Por
que nós e os fariseus jejuamos, mas os teus discípulos não? 15 Jesus respondeu: Como podem os convidados do noivo ficar de luto enquanto o noivo está com eles? Virão dias quando o noivo lhes será tirado; então jejuarão.” Mateus 9:14-15

A resposta de Jesus nos traz muita clareza sobre o jejum. A vinda de Jesus trouxe consigo um novo amanhecer. O Noivo estava no meio deles. Era tempo de festejar, não de jejuar. Jesus responde à necessidade de jejuar se referindo ao tempo em que Ele se ausentaria: “Então jejuarão”. A hora é agora!

 

Fome por Deus

Aqueles que anseiam andar em intimidade com Deus, devem ouvir esse convite de Jesus de jejuar, uma vez que o noivo não está presente. Além do mais, um dos propósitos do jejum é nos conectar com a fome que há no nosso coração por sua presença. E essa fome será saciada com o retorno do Noivo.

“A terra natal do jejum cristão é a saudade de Deus” – John Piper – Fome por Deus