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A boa parte nunca será tirada

O livro de Mateus, capítulo 6, versículo 33, nos diz: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Esta passagem nos ensina que devemos colocar Deus em primeiro lugar em nossas vidas e buscar Sua vontade acima de qualquer outra coisa. 

Para estabelecer essa nova rotina com Jesus, podemos começar com pequenos passos. Primeiramente, reservar um tempo todos os dias para estar na presença de Deus, seja através da leitura da Bíblia, da oração ou da adoração. É importante ter um momento de comunhão com Ele, colocando nossas preocupações, anseios e agradecimentos diante dEle.

Cultivando um Relacionamento Constante com Deus

Além disso, é fundamental cultivar um relacionamento constante com Deus ao longo do dia. Isso pode ser feito por meio de breves orações durante os diferentes momentos da jornada, buscando a orientação dEle em todas as decisões que tomamos. 

Outra maneira de priorizar nosso tempo com Jesus é buscar uma comunhão com outros cristãos. Participar de uma igreja e de um grupo de estudo bíblico, nos ajuda a fortalecer nossa fé e a compartilhar experiências com outros irmãos em Cristo. 

Além disso, é importante lembrar que priorizar nosso tempo com Jesus não significa negligenciar nossas responsabilidades diárias. Ao contrário, quando buscamos a orientação de Deus em todas as áreas de nossa vida, encontramos sabedoria e força para enfrentar os desafios e cumprir nossos compromissos.

Em resumo, estabelecer uma rotina com Jesus é essencial para nossa vida espiritual. Ao colocarmos Deus em primeiro lugar, buscarmos Sua vontade e alimentarmos nosso relacionamento com Ele diariamente, experimentaremos um crescimento espiritual significativo e veremos todas as outras áreas de nossa vida serem abençoadas. Portanto, vamos fazer dessa prática uma prioridade em nossas vidas e desfrutar dos benefícios de uma caminhada mais profunda com o nosso Salvador.

A Lição de Marta e Maria

Observe o texto abaixo de um exemplo claro sobre alguém que entendeu o poder de escolher a boa parte:

E, respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. Lucas 10: 41 e 42 

No trecho de Lucas 10: 41 e 42, Jesus se encontra na casa de Marta e Maria, duas irmãs que o receberam em sua residência. Marta está ocupada com os afazeres domésticos e preocupada em servir o Senhor da melhor forma possível. Enquanto isso, Maria se senta aos pés de Jesus, ouvindo suas palavras.

A Boa Parte: Viver na Presença de Deus

Marta, sobrecarregada com as tarefas que precisam ser feitas, aflita pelo serviço que julga necessário, se aproxima de Jesus e lhe diz: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir sozinha? Diz-lhe que me ajude!”

Jesus, por sua vez, responde à Marta: “Marta, Marta, estás ansiosa e preocupada com muitas coisas. Entretanto, quando se trata de uma coisa, Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.”

Nessa passagem, Jesus nos exorta a refletir sobre nossas prioridades e atitudes no serviço ao próximo. Marta, com sua atitude zelosa, estava correta em servir o Mestre. No entanto, sua atitude preocupada e ansiosa estava roubando sua paz e a verdadeira comunhão que ela poderia desfrutar ao lado de Jesus.

A visão de Maria

Por outro lado, Maria compreendeu que a presença do Senhor era mais importante do que qualquer tarefa ou ato. Ao se assentar aos pés de Jesus, ela demonstrou humildade e sede de aprender, valorizando a oportunidade de ouvir suas palavras e estar em sua presença.

Ao destacar a escolha de Maria como “boa parte”, Jesus nos convida a direcionarmos nosso coração para as coisas que realmente importam: nosso relacionamento com Deus e a atenção às suas palavras. Devemos buscar a comunhão com Ele, priorizando a adoração, o estudo da Palavra e a comunhão com outros irmãos em Cristo.

O convite de Jesus é que, em meio às atividades da vida cotidiana, não nos percamos nas preocupações e ansiedades que nos afastam d’Ele. Ele nos chama a viver uma vida equilibrada, colocando Deus em primeiro lugar e confiando que nossas necessidades serão supridas. Afinal, Ele é quem nos capacita e nos guia em todas as áreas de nossa vida.

Precisamos e devemos pautar toda a nossa vida tendo Jesus como o centro, dando a Ele o lugar em nossas vidas que foi conquistado na Cruz. 

Portanto, ao refletirmos sobre essa passagem, somos convidados a buscar a presença de Deus em cada momento. Que possamos aprender com Maria a valorizar a “boa parte”, cuidando do nosso relacionamento com o Senhor e desfrutando da sua graça e sabedoria em todos os aspectos de nossa existência.

Salmo 27:8

Precisamos entender e viver o que diz no salmo 27:8

Uma coisa pedi ao Senhor

e a buscarei:

que eu possa habitar na casa do Senhor

todos os dias da minha vida,

para contemplar a bondade do Senhor

e buscar a sua orientação no seu templo.

 

Minha oração por você é que priorize ao seu relacionamento com Jesus, viva para audiência de um, encontre consolo e vida aos pés do Mestre e escolha a boa parte, pois essa jamais lhe será tirada. 

Você é uma pessoa observadora? Daquelas que, quando entra em uma igreja, presta atenção em tudo? Desde a forma como é feita a recepção, o que é dito durante o culto e como os membros se comportam? Sem dúvidas sou assim. Gosto de observar as pessoas em cada uma das igrejas por onde passo. Olho como agem entre si.

Frequentemente, ao conversar com alguém que pertence à mesma congregação há anos e continua crescendo espiritualmente, busco entender os aspectos que tornam aquele lugar especial para eles.

Características de uma Igreja Saudável

Ao longo de toda história da igreja, há marcas que registram características que fazem a igreja de Cristo ser saudável. A bíblia nos ensina e nos exorta sobre a importância da igreja e sobre como ela é fundamental para um crescimento saudável.

Ao olharmos para o livro de Filipenses, algumas características se destacam, como o sofrimento e a perseverança. Eram pontos de dificuldade que a igreja daquela época tinha e que persistem até os dias de hoje.

Entretanto, hoje vamos conversar sobre um tema específico: A Unidadade. E também conhecer o que Jesus nos ensina para assim, sermos e construirmos igrejas saudáveis, de acordo com os princípios e valores do reino de Deus.

A igreja local

Primeiramente, é essencial reconhecer que nenhuma igreja está livre de problemas. A perfeição só será alcançada com a segunda vinda de Jesus!

Mas, enquanto isso não acontece, precisamos aprender com os ensinos que já recebemos.

Unidade

Em Filipenses 2, o apóstolo Paulo exorta a igreja local de Filipos dando ênfase para a importância de unidade entre as pessoas.

Isso não só aconteceu em Filipos, como ressoa ao longo de toda história da Igreja. A unidade da igreja local é um desafio permanente, e ao observar a carta de Paulo, compreendemos que a solução para a falta de unidade não se resolve sem Jesus. É necessário seguirmos o seu exemplo.

A Profundidade da Unidade Cristã

Nos primeiros versos do capítulo 2 de Filipenses, Paulo exorta os irmãos a viverem em um só propósito, mente e coração. E, para que os Filipenses entendessem como eles poderiam alcançar isso, o apóstolo fala das atitudes e da vida de Jesus.

Uma das escolhas do mestre foi humilhar-se e servir a todos. “Embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.” Filipenses 2.6-7

Ao refletirmos sobre alguns aspectos da Trindade, podemos observar a unidade entre Deus Pai, Jesus e o Espírito Santo. O próprio Jesus, quando estava prestes à ir para cruz, orou ao Pai dizendo: “Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:20,21.

Jesus considerou tão importante a questão da unidade entre os cristãos, que em sua última oração foi o que pediu ao Pai.

A Unidade entre o Pai e o Filho

Interessante observar a perfeita sincronia entre Jesus e Deus Pai. Quando Jesus declara uma palavra de vida nos evangelhos, o próprio Deus também declara. Em João 5:19, vemos Jesus falando aos judeus, que Ele só pode fazer aquilo que vê o Pai fazer.

Essa unidade da Trindade foi o desejo de Jesus e a oração feita por ele, em João 17, pelos cristãos. O desejo que nós, irmãos e irmãs, desenvolvêssemos uma íntima relação e de entrega mútua.

Entretanto, é importante ressaltar que a perfeita união não é uma família sem problemas ou que as pessoas precisam ter a mesma opinião. Trata-se, no entanto, de uma família que em todo tempo decide amar, mesmo em suas diferenças e adversidades.

Desafios para a unidade

1) A busca pelo próprio interesse – é tão comum vermos situações de rivalidade e de orgulho no corpo de Cristo que muitas vezes não agimos contra esse comportamento. O apóstolo Paulo mostra que é preciso um coração humilde, onde as pessoas se preocupam umas com as outras e não só com seus próprios interesses.

2) Sentimento de superioridade – talvez ainda precisamos enfrentar o desejo de sermos prestigiados e servidos, e até mesmo, de que somos indispensáveis e mais importantes do que aqueles ao nosso redor. Inegavelmente, essa é uma das atitudes que impedem a unidade.

Como venceremos esses obstáculos que impedem a unidade da igreja?

Só há uma solução! Olharmos e seguirmos o exemplo de Jesus. As atitudes dele, relatadas nos evangelhos, dão grandes ensinamentos de humildade e serviço. Mesmo sendo maior que todos nós se esvaziou de todos os seus direitos, não ousou ter vantagem pelo fato de ser Deus. Não ousou tomar para si aquilo que lhe era por direito. Nasceu em uma família pobre, em uma cidade simples e em condições desfavoráveis. Ele escolhe vir, servir e morrer.

Portanto, é necessário que o relacionamento entre nós, cristãos, seja a partir da mente de Jesus.

“Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união (…) Ali o Senhor concede a bênção da vida para sempre.”

Devemos decididamente abraçar a mente de Cristo, e mais do que admirá-lo, seguir seu exemplo. Com certeza maravilhas Ele irá fazer no meio do Seu povo. Aqueles que decidem caminhar juntos.

A prática do Jejum

O jejum tem sido praticado ao longo da história do evangelho. Em muitas épocas e situações distintas podemos observar personagens e líderes se levantando para convocar o povo de Deus a jejuar e orar, demonstrando assim, total dependência do Senhor. Não sei qual é a sua referência bíblica preferida quando se trata da prática do jejum, mas neste devocional, quero refletir a respeito de alguns homens que podem nos ensinar sobre essa disciplina espiritual.

Esdras e o jejum de uma comunidade

Esdras retornou a Jerusalém após um longo período de exílio do povo de Deus. Era preciso restaurar a nação e isso não se limitava a uns poucos escolhidos. Muitos seriam os perigos enfrentados no decorrer do caminho e ele sabia muito bem dessa realidade.

Quando Artaxerxes o enviou de volta para Jerusalém, o escriba sentiu vergonha de pedir um exército para protegê-los, pois tinha dito ao rei que a boa mão do Senhor os guardaria. Porém, diante de tudo o que podia lhes acontecer, de todos os perigos e tragédias, do medo e das inseguranças, vemos Esdras conduzindo o povo por um caminho de confiança e total dependência a Deus. Um caminho de humildade e reconhecimento de que a proteção de Deus é melhor que a proteção dos homens.

“Então, apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos perante o nosso Deus, para lhe pedirmos jornada feliz para nós, para nossos filhos e para tudo o que era nosso. Porque tive vergonha de pedir ao rei exército e cavaleiros para nos defenderem do inimigo no caminho, porquanto já lhe havíamos dito: A boa mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas a sua força e a sua ira, contra todos os que o abandonam. Nós, pois, jejuamos e pedimos isto ao nosso Deus, e ele nos atendeu”. Esdras 8:21-23

E você sabe o que aconteceu durante a travessia? Deus ouviu o clamor do seu povo e respondeu aquele jejum com proteção e tudo mais que eles precisavam. E essa história não é diferente do que o Senhor quer e pode fazer por nós.

Libertação que se iniciou com Jejum

História semelhante ocorreu com Neemias que também era um refugiado, um copeiro do rei dos Persas. Quando seu irmão veio visitá-lo, ele ouviu sobre a condição lamentável de sua nação:

“veio Hanani, um de meus irmãos, com alguns de Judá; então, lhes perguntei pelos judeus que escaparam e que não foram levados para o exílio e acerca de Jerusalém”. Disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derrubados, e as suas portas, queimadas”. Neemias 1.2-3

Aquela notícia foi terrível para o coração de Neemias, ele se assentou, chorou, lamentou e jejuou. Você consegue imaginar tal realidade em nossos dias? Nos momentos em que formos pegos pelas más notícias ao assistirmos os jornais ou vemos a internet? As tragédias assolam a humanidade, a cidade onde moramos e até mesmo os vizinhos ao redor. Lamentamos, às vezes choramos, mas até que ponto nos compadecemos de forma a “perder” a fome para buscarmos a Deus. Pode ser difícil perder a fome, mas podemos jejuar voluntariamente se nosso coração se quebrantar no Senhor.

Ao lermos a oração de Neemias no capítulo 1 de seu livro, mais uma vez somos tomados por um exemplo de confissão de pecados, humilhação e dependência de Deus. Esse é um dos propósitos do jejum: tornar nosso coração terno para com Jesus. Deus resiste ao soberbo, mas dá graça ao humilde (Tiago 4.6).

Quando uma comunidade se reúne para orar e jejuar

Atualmente não resido em Florianópolis e uma das coisas que mais sinto falta é de poder jejuar em comunidade como na fhop. Jejuar traz desafios, e fazer esse propósito como comunidade local é extremamente poderoso, tanto no coletivo como individualmente.

Hernandes Dias Lopes afirma que: “Jejuar é se abster de algo legítimo, bom, para apropriar-se de algo melhor. Se abster do alimento do corpo para buscar comunhão com Deus.”  

Quando os recursos humanos se esgotam é o momento providencial para voltarmos a Deus em oração e jejum, pois a ajuda de Deus é mais poderosa que a ajuda de homens fortes.

Lembre-se que o próprio Jesus só começou seu ministério após ser batizado e passar por um longo período de 40 dias de jejum. Isso foi o que ele mostrou como a preparação para o seu lançamento como líder e salvador dos homens.

 

A Bíblia nos ensina muito sobre jejum. O antigo testamento aborda que a cultura de jejuar estava relacionada a uma postura de arrependimento. Quando uma nação toda entrava em arrependimento, iniciavam um período de jejum. O jejum era uma forma de dor pelo erro cometido. Quando Davi pecou, ele jejuou. Na cultura daquela época, muitos jejuavam, mas seus corações não estavam conectados a isso. A prática do jejum, segundo a Bíblia, continua sendo feita nos dias de hoje e o motivo que nos leva a jejuar, é algo que Jesus nos desafia. Onde está nosso coração no momento em que jejuamos?

Jesus trouxe um novo entendimento

Ele nos diz, por meio de parábolas, que veio para estabelecer uma nova cultura, uma nova forma de realizar as coisas.  E não seria possível conectar essa nova maneira com a antiga. Elas não funcionam juntas! Isso quer dizer que o jejum não é mais apenas para um propósito de arrependimento, uma vez que a cruz já cumpre esse objetivo. A cruz é suficiente. Jesus nos desafia a uma nova visão para a vida de jejum. Não mais por arrependimento ou pesar, mas por desejo apaixonado por Ele.

Dessa forma, jejuar então deixa de ser um dever religioso ou uma obrigação. Jejuamos agora porque queremos profundidade espiritual. Abrimos mão do prazer da comida e/ou entretenimento, por desejarmos verdades espirituais reveladas aos nossos corações. Agora, jejuamos porque queremos conhecer o coração do Pai, por desejarmos mais da revelação de quem Jesus é. Por estarmos fascinados por Ele. Porque o desejamos e amamos passar tempo com Ele. Porque Ele desperta amor em nós na medida que nossos olhos estão fixos nEle.

O entendimento, agora, é lutar contra qualquer possibilidade que nos afaste de sua santidade. Que nos afaste dessa conexão com a sua presença. E a Palavra nos orienta a andarmos pelo Espírito (Gl 5:16-24), sob a direção dele, pois a nossa natureza é pecaminosa. Os desejos humanos não podem produzir nada de bom, pelo contrário, o seu fruto, nos retira o reino de Deus. Então, lutamos contra as nossas próprias vontades e deixamos os nossos maus desejos, para que sejam mortificadas com a nossa carne. E o jejum nos ajudará nesse processo necessário, de matar a nossa carne, dia-a-dia na vida do cristão.

Crescendo no conhecimento de Deus

O desejo de crescer no conhecimento de Deus, motivação apresentada por Jesus, é relacionada com o desejo de encontrá-lo de forma mais intensa. De buscarmos nos parecermos com Ele! Jesus nos ensina que se trata de reposicionar nosso coração, pois apenas Nele encontramos a verdadeira satisfação. Isso nos leva à seguinte conclusão: desejamos mais revelação de Jesus e por isso jejuamos.

“Disseram-lhe, então, eles: Por que jejuam os discípulos de João muitas vezes, e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem? E ele lhes disse: Podeis vós fazer jejuar os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então, naqueles dias, jejuarão. E disse-lhes também uma parábola: Ninguém deita um pedaço de uma roupa nova para a coser em roupa velha, pois romperá a nova e o remendo não condiz com a velha. E ninguém deita vinho novo em odres velhos; de outra sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão; mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão. E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho.” Lucas 5:33-39

Paulo nos fala sobre jejum

O apóstolo Paulo também nos ensina a respeito do posicionamento do coração. Ao exortar a igreja em Filipos por pregarem para sua própria glória, ele diz que o viver, para ele, é Cristo. Ele escreveu enquanto estava preso que sua única motivação de vida é Jesus Cristo. Relatou que as coisas deste mundo perderam o valor diante da presença de Jesus. Seu coração ansiava tanto pelo Salvador, que ele declarou a morte como ganho, por compreender que então estaria face a face com o Salvador. Ele compreendia o propósito de sua vida. Sabia que estando vivo espalharia o evangelho, curaria enfermos, expulsaria demônios. Ainda assim, a ideia de estar com Cristo atraía seu coração muito mais intensamente do que o seu ministério.

A motivação dele não era o crescimento da igreja, carreira, negócios, educação, estudos. Essas coisas não moviam seu coração. O que mais importava era estar com Cristo. Nosso desejo é que esse coração seja desperto em nós. Que tenhamos uma visão diferente a respeito do que nos motiva. E que a fome por Jesus seja o que movimenta nossos corações sempre que jejuarmos.

O que podemos aprender

O ato de jejuar continua sendo sagrado e isso é lindo. Se o desejo do seu coração é ter uma conexão mais intensa com o Senhor, se você quer estar sensível a voz do pastor, jejue. Se você precisa de sabedoria para tomar decisões e quer que Jesus direcione a qual caminho seguir, jejue. Mas nunca, nunca barganhe com Deus. Isso, além de ofensivo, é feio. Jejue por amor e temência!

Que Deus te abençoe!

Originalmente publicado em 28 de dezembro de 2018

Um convite a fraqueza

Não sei como você chegou nesse texto, confesso que o título não é nada atrativo. Afinal, quem convida alguém a fraqueza? E quem em sã consciência aceitaria? É um convite radical direcionado a corações apaixonados. Vamos falar sobre o jejum e um dos efeitos dele sobre nós: fraqueza

Se você já aceitou o desafio de fazer um jejum alguma vez na vida, você já deve saber que o jejum é como uma prensa, ele extrai de nós o que temos para ser extraído. É desconfortável e por vezes agoniante. 

Desejos não concedidos são barulhentos

Um dos chamados intrínsecos no chamado ao jejum é o convite a abraçar fraqueza voluntária.  Quando intencionalmente nos abstemos de prazer, conforto ou necessidades humanas básicas, como a comida ou entretenimento, podemos ver saindo de nós várias respostas. Literalmente não deixamos de alimentar e fortalecer quem normalmente tem a voz de comando na nossa vida e isso tem um efeito colateral.

Somos seres nascidos e criados para prazer. Somos formados por desejos. Não percebemos muito isso até que esses desejos não sejam supridos. Quando suas vontades são negadas eles como crianças birrentas, fazem escândalo querendo serem obedecidos a qualquer custo.

 “Uma das primeiras coisas que descobriremos quando nos entregarmos ao jejum e à oração, e ao silenciar a carne é que nosso clamor interno é mais escandaloso do que imaginávamos. Nada revela o quanto nossos desejos e anseios são barulhentos até eles terem seus apelos negados.” (As Recompensas do Jejum, pg. 75)

Esse barulho nos denúncia: não somos tão fortes ou espirituais como achávamos, somos fracos e necessitados de misericórdia urgente. Por incrível que pareça na constituição do reino de Deus isso é uma coisa positiva e boa para nós. 

Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados. – Mateus 5:3,4

Por que eu abraçaria a fraqueza? 

Essa resposta é simples: porque Jesus abraçou a fraqueza! Vamos lembrar das palavras de instrução de Paulo em Filipenses 2:

Tenham a mesma atitude demonstrada por Cristo Jesus. Embora sendo Deus, não considerou que ser igual a Deus fosse algo a que devesse se apegar. Em vez disso, esvaziou a si mesmo; assumiu a posição de escravo e nasceu como ser humano. Quando veio em forma humana, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz.  Filipenses 2:5-8

O jejum é um dos métodos pedagógicos de Deus para doutrinar nosso corpo, mente e coração a escolher e buscar o que realmente importa, o que realmente é necessário. É como bradar ao Senhor, mesmo em dor e agonia da nossa carne: “- Deus, você é a coisa mais importante, posso viver sem comida, sem prazeres, sem conforto, mas não posso viver sem você!”. E pregar para a própria alma: “- Oh minh’alma, deleite-se no Senhor, todo seu anseio é pelo seu Criador. Você será suprida, Ele é suficiente”.

Catalizador de santificação 

A exposição a fraqueza do jejum vai nos deixar mais conscientes de como ainda somos carnais, idólatras, egocêntricos e egoístas. Nosso único escape nesse cenário é correr para Deus, que por outro lado está abastecido de graça abundante e pronta para ser liberada em nossa direção. Graça essa que vem com favor para viver de maneira digna do chamado e pulsantes no primeiro e maior mandamento: amar ao Senhor com todo coração, alma, força e entendimento. A consciência pode ser encaminhada ao arrependimento e logo a transformação.

Alinha os afetos – “teu amor é melhor que o vinho”

O jejum vai fazer a carne perder forças, ser desmascarada e morrer. Ao mesmo tempo que seu homem interior será fortalecido e abastecido com a verdadeira comida, seus afetos e desejos serão reconduzidos e reeducados. Ou seja, o prazer em Deus aumenta. 

Chegaremos cada vez mais à percepção de que “o seu amor é melhor que o vinho” (Cantares 1:2). Essa declaração não diz só que Deus é melhor que o pecado, mas que ele também é melhor que os prazeres lícitos. Nossos amores serão realinhados a viver a premissa que Deus é melhor que a mentira, inveja, imoralidade e drogas. Mas também aprenderá que Deus é melhor que comida gostosa, um bom casamento, amor dos filhos, sucesso no emprego, ministério ungido. 

A dinâmica do reino é confusa e de cabeça para baixo para nós, porém é completamente o tipo de vida que fomos criados para ser e funcionar, ainda que o pecado nos puxe ao contrário. Minha oração por nós é que o anseio pela intimidade e conexão com Deus nos faça como Maria de Betânia, João Batista, Daniel e Paulo que escolheram a sua coisa mais importante que organiza nossas prioridades e anseios. Abraçando a fraqueza foram fortes em Deus.

Neste texto, iremos abordar a mensagem do profeta Isaías relacionada ao jejum que agrada a Deus. Isaías é um profeta conhecido por suas profecias sobre a vinda do Messias e é considerado o profeta das promessas. O livro de Isaías contém várias referências ao jejum. E assim, transmite a mensagem de que o jejum não deve ser apenas um ato ritual, mas sim uma expressão do compromisso pessoal de seguir a vontade de Deus e ajudar os outros.

Assim, Isaías, cujo nome significa “YAHWEH é salvação” ou “YAHWEH deu salvação”, era filho de Amós. Pouco se sabe sobre a vida pessoal de Isaías, mas no capítulo 6 do livro de Isaías, é registrado o seu chamado a profetizar por meio de uma visão do trono de Deus no templo. Logo, nessa visão, Isaías é purificado de seus pecados por um serafim enviado por Deus e é comissionado a levar a mensagem de Deus ao povo.

“Então um dos serafins voou até mim trazendo uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma tenaz. 7 Com ela tocou a minha boca e disse: “Veja, isto tocou os seus lábios; por isso, a sua culpa será removida, e o seu pecado será perdoado”. 8 Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: “Quem enviarei? Quem irá por nós? ” E eu respondi: “Eis-me aqui. Envia-me! ” Isaías 6:6-8

Foco das profecias de Isaías

Portanto, as profecias de Isaías estão principalmente focadas em Jerusalém e tratam de punição, juízo e redenção para os pecados de Israel, Judá e das nações vizinhas. Porém, ele também traz palavras de conforto e esperança do Senhor. Suas profecias estão relacionadas a eventos que ocorreram durante o reinado de Ezequias.

O livro de Isaías e o jejum

O livro de Isaías contém várias passagens que mencionam o jejum. E portanto, Isaías 58 é um capítulo específico que aborda o tema do jejum e faz uma crítica aos jejuns hipócritas praticados na época. Assim, o profeta questiona a motivação por trás desses jejuns, destacando que eles eram realizados apenas para impressionar os outros e obter vantagens pessoais.

O verdadeiro jejum que agrada a Deus

Sendo assim, Isaías enfatiza que o verdadeiro jejum deve envolver uma atitude de humildade e serviço aos outros. Ele declara que um jejum que agrada a Deus é aquele que envolve ações como compartilhar comida com os famintos, fornecer abrigo aos sem-teto e vestir os que estão nus. Portanto, o jejum não deve ser uma forma de autopunição, mas sim uma maneira de nos aproximarmos de Deus e ouvir Sua orientação.

Vale também ressaltar o valor espiritual do jejum. O autor Pink afirma que o jejum reflete nossa falta de merecimento, nosso senso de inutilidade das coisas terrenas e nosso desejo de direcionar nossa atenção para as coisas do alto.

“Quando o coração e a mente são profundamente exercitados com relação a um assunto sério, especialmente o de um tipo solene e pesaroso, há uma indisposição para alimentar-se, e a abstinência a partir daí é uma expressão natural da nossa falta de merecimento, do nosso senso de inutilidade comparativa das coisas terrenas, e do nosso desejo de fixar a nossa atenção nas coisas do alto”. (A.W. Pink)

A superficialidade do jejum hipócrita

Então, Isaías repreende o povo por seu jejum hipócrita, que não produz resultados verdadeiros. O povo busca a Deus apenas de forma externa, cumprindo rituais religiosos, mas seu coração está distante do Senhor. Eles buscam o favor de Deus através do jejum, mas continuam envolvidos em práticas injustas, explorando seus empregados e se envolvendo em discussões e brigas. Deus não aceita um jejum vazio de verdadeira devoção e amor ao próximo.

“Seu jejum termina em discussão e rixa, e em brigas de socos brutais. Vocês não podem jejuar como fazem hoje e esperar que a sua voz seja ouvida no alto”. Isaías 58:4

Logo, Isaías destaca que o jejum deve ser acompanhado por uma mudança de atitude e motivação. Afinal, não é apenas a abstinência de alimentos que agrada a Deus.

 

Como fazer um jejum que agrada a Deus

Diante disso, quero compartilhar alguns pontos práticos para fazer um jejum que agrada a Deus:

1. Jejue com propósito: jejuamos para nos colocar em fraqueza voluntária

O jejum é um dos métodos pedagógicos de Deus para doutrinar nosso corpo, mente e coração a escolher e buscar o que realmente importa, o que realmente é necessário. Então, esteja atento a cerca da motivação correta no jejum. O jejum centraliza a nossa santificação naquele que pode nos santificar. Além disso, o jejum alinha os nossos afetos e a nossa atenção, ou seja, enquanto a carne é enfraquecida o nosso homem interior é fortalecido e suprido com a verdadeira comida.

Então, antes de iniciar um jejum, reflita sobre qual é o seu propósito. Ore e peça a Deus que revele o que Ele quer que você alcance nesse tempo por meio do jejum

2. Jejue com humildade: jejuamos para romper com o orgulho e soberba do nosso coração

O jejum é uma forma de nos humilharmos diante do nosso Deus, reconhecendo que somos dependentes Dele em todas as áreas de nossas vidas. Assim, através do jejum, negamos a nós mesmos e buscamos a vontade de Deus acima das nossas próprias vontades.

Então, desenvolva devoção como uma expressão de nosso amor e busca constante de comunhão com nosso Deus em oração, meditação na palavra e louvor. Além do mais, ambos são uma forma de demonstrarmos nossa humildade e dependência de Deus em nossa jornada espiritual.

Lembre-se do que o Apóstolo Paulo nos incentiva em Romanos 12.1

Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se
ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Romanos 12:1

3. Jejue praticando a justiça e a misericórdia: Jejuamos para nos tornarmos cada vez mais parecidos com Jesus

O jejum é uma oportunidade para praticar a justiça e a misericórdia. Assim, ajude os necessitados, visite os enfermos, ore pelos desesperançados. Ou seja, faça algo concreto. Em devoção responda ao amor de Deus, que se manifesta em nossa vida diária, através de nossa obediência e serviço a Ele e ao próximo. Na verdade, viver uma vida de devoção a Deus é praticar a justiça e a misericórdia em todos os momentos.

Lembre-se do que Jesus nos ensinou em seu sermão do monte:

 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos. 7 Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia. Mateus 5.6-7

4. Jejue buscando a comunhão com Deus: Jejuamos para estarmos sensíveis a sua voz e obedientes a sua vontade

O jejum é um convite para nos aproximarmos de Deus e ouvir Sua voz. Portanto, o propósito do jejum é buscar a Deus de forma mais profunda e intencional. Busque a comunhão com Ele por meio da oração, da leitura da Bíblia e da meditação.

5. Jejue se lembrando do alvo: Deus é o propósito primário do jejum

O jejum deve iniciar em Deus e ser guiado por Ele. Assim, mantenha seu foco no propósito do jejum e não desvie dele. Não permita que o jejum se torne uma mera prática religiosa, mas sim um ato de devoção a Deus e de serviço aos outros. Além de toda e qualquer recompensa que pode ser obtida através da prática do jejum, devemos faze-lo por amar mais a Ele, do que tudo que Ele pode nos dar.

6. Jejue para ser satisfeito Nele: Jejuamos para nos lembrarmos de que Ele é suficiente

O jejum é um grito dentro de cada um de nós, as coisas deste mundo não são capazes de nos satisfazer. “Fomos criados por Ti e para Ti. Traga-nos de volta mais uma vez a esse lugar”.

7. Jejue para cultivar a saudade: Jejuamos para cultivar a saudade pelo Noivo.

O jejum é, para nós cristãos, uma espécie de lamento e declaração de que as coisas não estão satisfatórias. Por mais que nossa vida esteja bem, por mais que sejamos prósperos, tenhamos boa saúde, família e riquezas, sabemos que nenhum dos prazeres dessa vida nos é suficiente, enquanto Jesus não estiver presente conosco.

Jesus foi questionado pelos discípulos de João Batista por que os Seus discípulos não
jejuavam.

“Então os discípulos de João vieram perguntar-lhe: Por
que nós e os fariseus jejuamos, mas os teus discípulos não? 15 Jesus respondeu: Como podem os convidados do noivo ficar de luto enquanto o noivo está com eles? Virão dias quando o noivo lhes será tirado; então jejuarão.” Mateus 9:14-15

A resposta de Jesus nos traz muita clareza sobre o jejum. A vinda de Jesus trouxe consigo um novo amanhecer. O Noivo estava no meio deles. Era tempo de festejar, não de jejuar. Jesus responde à necessidade de jejuar se referindo ao tempo em que Ele se ausentaria: “Então jejuarão”. A hora é agora!

 

Fome por Deus

Aqueles que anseiam andar em intimidade com Deus, devem ouvir esse convite de Jesus de jejuar, uma vez que o noivo não está presente. Além do mais, um dos propósitos do jejum é nos conectar com a fome que há no nosso coração por sua presença. E essa fome será saciada com o retorno do Noivo.

“A terra natal do jejum cristão é a saudade de Deus” – John Piper – Fome por Deus

 

A jornada de fé é marcada por encontros transformadores com Jesus, que moldam nossa visão do mundo e aprofundam nossa relação com Deus. Nesta série de textos, exploramos as experiências de diferentes personagens bíblicos e suas interações com o Salvador, durante a ressurreição de Lázaro. Através da perspectivas de Marta, aprendemos sobre conhecer ao Senhor e confiar em momentos de dificuldade. Com os discípulos, vimos uma valiosa lição de obediência e fé. Agora, no entanto, voltamos nossos olhos para Maria, irmã de Lázaro, cujo encontro íntimo com Jesus revela lições preciosas sobre dor, amor e redenção.

O Lamento como Forma de Fé

Maria, conhecida por sua proximidade e amor por Jesus, nos ensina que mesmo em momentos de intensa dor, como na morte de seu irmão Lázaro, nossa fé pode ser expressa através do lamento. Este tipo de oração, profundamente honesta e crua, é um convite à verdadeira expressão dos nossos corações diante de Deus. Em João 11:32, Maria se aproxima de Jesus com suas lágrimas. Assim, ela nos ensina que é possível trazer a Deus nossas questões mais dolorosas e íntimas, confiando que Ele nos ouve e se compadece.

A Resposta de Jesus: Empatia e Poder

A resposta de Jesus ao lamento de Maria não é de censura, mas de profunda empatia e ação poderosa. Em João 11:35, vemos Jesus chorar com Maria, compartilhando sua dor antes de realizar um dos seus milagres mais impactantes: a ressurreição de Lázaro. Este ato não apenas demonstra o poder divino sobre a morte, mas também reforça a mensagem de que Deus está intimamente envolvido em nossas vidas, respondendo a nossos clamores de maneira poderosa e compassiva.

Lições de Maria para Nossa Vida de Oração

  1. Orar em Meio à Dor: Maria nos ensina que a oração pode e deve abranger todos os aspectos da nossa experiência humana, incluindo a dor e o lamento. Pois, a sinceridade em derramar nosso coração perante Deus, mesmo que seja em desespero ou luto, é uma forma poderosa de fé que reconhece Deus como nosso conforto e refúgio.
  2. Esperança na Resposta Divina: Através da história de Maria e Lázaro, somos lembrados de que, mesmo nas situações que parecem irreversíveis, a esperança cristã é sustentada pela certeza do poder e amor de Deus. A ressurreição de Lázaro simboliza a promessa da vitória final sobre a morte e a aflição, garantindo-nos que nossas orações são ouvidas. Ainda que passemos por luto e aflições nesse mundo, a nossa esperança eterna nos garante que Deus irá transformar choro em alegria. Ele certamente enxugará toda a lágrima.
  3. A Intimidade com Jesus: A proximidade de Maria com Jesus nos encoraja a buscar uma relação mais íntima e constante com Ele. Essa intimidade nos permite não apenas aproximar-nos com nossas dores, mas também celebrar e reconhecer Seu poder e Sua presença em todos os aspectos da nossa vida.

Com isso aprendemos que

O encontro de Maria com Jesus nos mostra que a nossa fé abraça tanto a alegria quanto o sofrimento, ensinando-nos a confiar em Deus em todas as circunstâncias. Suas lágrimas e o milagre subsequente ilustram a profundidade da compaixão de Deus e Seu envolvimento direto em nossas vidas. Portanto, que possamos aprender com Maria a trazer a Deus todas as nossas experiências, confiando na Sua infinita capacidade de nos transformar e nos redimir.

Quer se aprofundar sobre esse assunto? Assista a pregação completa:

 

Orar o Salmo 23 é mergulhar numa jornada de confiança e segurança sob o cuidado do Senhor, na convicção que Ele é o nosso Pastor. Esse salmo, de forma poética e profunda, oferece não apenas conforto, mas também um modelo de oração que reconhece a soberania de Deus sobre todas as circunstâncias da vida.

Por Que Orar a Bíblia

Orar a Bíblia é mais do que ler as Escrituras. É um diálogo onde falamos com Deus sobre suas promessas, permitindo que as verdades eternas transformem nossos corações e mentes. Esta prática fortalece nossa fé e nos ensina a depender completamente de Deus. Embora seja importante conversarmos com Deus a respeito das nossas próprias emoções, orar as escrituras é uma declaração de que elas não nos governam. Mesmo que as circunstâncias sejam adversas, declarar as escrituras alinha os nossos corações com a verdade.

Sendo assim, orar as Escrituras é essencial porque permite que as palavras de Deus se tornem as nossas palavras em oração. Elas nos ajudandam a focar nos temas que são alinhados com a vontade divina. Isso não só enriquece nossa vida de oração como também fortalece nossa compreensão teológica e nos mantém ancorados nas promessas de Deus. Especialmente em tempos de incerteza e desafio.

Utilizando os Salmos como Orações

Os Salmos constituem uma parte fundamental do Livro de Orações, abrangendo um espectro completo de emoções humanas — de lamentos profundos a alegrias exuberantes. Ao observarmos os salmos com cuidado, encontraremos linguagem para cada uma das nossa circunstâncias. Semelhantemente, ao utilizar o Salmo 23 como oração, verbalizamos nossa confiança na liderança e no cuidado de Deus, agradecendo pela sua proteção e provisão mesmo nos “vales mais sombrios” da existência.

Como os Salmos Facilitam a Expressão Emocional

Os Salmos são singularmente poderosos porque oferecem palavras para expressar nossos sentimentos mais profundos para com Deus, permitindo que reconheçamos nossa dependência dele em todas as áreas da vida. Eles nos ajudam a expressar gratidão, medo, arrependimento, e até mesmo raiva, de maneiras que são sinceras e teologicamente sólidas.

O Contexto Histórico de Salmo 23

Escrito por Davi, que foi pastor de ovelhas antes de se tornar rei, o Salmo 23 é rico em imagens pastorais que falam de proteção, orientação e cuidado contínuo. Este contexto não apenas enriquece nossa compreensão do salmo como também ilustra profundamente a relação de Deus com seu povo.

Davi: O Pastor-Rei

Antes de sua unção como rei, Davi passou seus primeiros anos cuidando de ovelhas, uma experiência que moldou profundamente sua compreensão de liderança e dependência de Deus. Ao escrever este salmo, Davi se inspira em sua própria experiência como pastor, descrevendo o Senhor com a mesma responsabilidade, cuidado e previsão que ele mesmo praticava.

O bom Pastor

Assim como no Salmo 23, podeoms encontrar em outras passagens bíblicas a metáfora de pastor e ovelhas para descrever a relação entre Deus e Seu povo. Aqui estão alguns versículos notáveis que exploram essa temática:

  1. João 10:11– “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.”
  2. João 10:14-15 – “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.”
  3. Ezequiel 34:11-12 – “Pois assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu mesmo buscarei as minhas ovelhas e as vigiarei. Como o pastor vigia o seu rebanho no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim vigiarei as minhas ovelhas e as livrarei de todos os lugares por onde foram espalhadas num dia de nuvens e de escuridão.”
  4. Salmo 100:3 – “Sabei que o Senhor é Deus! Foi ele quem nos fez, e somos dele: somos o seu povo, e ovelhas do seu pasto.”
  5. Isaías 40:11 – “Como pastor, ele apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeiros e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele guiará mansamente.”
  6. 1 Pedro 2:25 – “Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas.”

Orando o Salmo 23

Embora não se saiba ao certo a data em que esse Salmo foi escrito, podemos ver maturidade na jornada de Davi. Ele entrelaça, de forma poética, sua vida e história aos atributos de Deus. Exaltando o caráter do criador acima de suas próprias emoções.
A peça central, em cada parte do Salmo é: quem o Senhor é.

Da mesma maneira, com os olhos fixos em Deus, podemos orar que:

Senhoré o meu pastor; nada me faltará.
  • Entendemos a soberania do Senhor
  • Confiamos em sua provisão
  • Buscamos intimidade com nosso pastor, aquele que da a vida por suas ovelhas
Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.
  • Descansamos, independente das circunstância
  • Confiamos na liderança do Senhor
  • Esperanmos por um futuro de paz e não de mal.
  • Contemplamos a fidelidade do Senhor, pois não pode negar a si mesmo
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
  • Temos a certeza de que não estamos sozinhos
  • O medo não nos controla, por entendermos que o Senhor é maior
  • Confiamos que a correção do Senhor vem de um lugar de amor
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. 
  • Percebemos que existe lugar para perdão e restauração de relacionamentos
  • A presença do Senhor, mais uma vez, no enche de coragem
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor por longos dias.
  • Cremos que todas as coisas cooperam para o bem, são bondade e misericórdia
  • Finalmente, fixamos os nossos olhos em um futuro de glória, pois em breve estaremos em Sua presença

 

Orar o Salmo 23 é abraçar uma jornada de proximidade com Deus, reconhecendo Sua soberania e amor inabaláveis. Sobretudo, é aprender adorá-lo, como o centro de toda a história. Sabendo que nossas circunstâncias ou emoções não alteram o Seu caráter.
Que sua jornada de oração seja enriquecida pelas verdades eternas deste salmo e fortalecidade pela convicção de que o Senhor é nosso pastor.

O capítulo 11 de João nos apresenta o milagre da ressurreição de Lázaro. No texto anterior dessa série, exploramos as lições de fé e dependência em Deus que os discípulos aprenderam com Jesus.

No entando, hoje mergulharemos em uma segunda perspectiva deste mesmo acontecimento. Nesta continuação, olharemos para a vida de Marta, uma figura central em João 11, que nos ensina sobre a importância da confiança e paz em tempos de crise. A jornada de Marta, de preocupação a confiança, reflete um caminho que todos nós devemos lutar para trilhar.

Uma Mulher de Fé e Ação0

Marta, frequentemente lembrada por sua hospitalidade e diligência no serviço, desempenha um papel crucial no evangelho de João. Ao enfrentar a morte de seu irmão Lázaro, Marta mostra não apenas seu lado hospitaleiro, mas também uma profunda confiança no poder do Senhor. Sua interação com Jesus revela uma crença inabalável na autoridade de Cristo. Ela afirma, “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que mesmo agora Deus te dará tudo o que pedires a Deus” (João 11:21-22). Esta declaração não apenas sublinha sua fé, mas também nos ensina a importância de levar nossas preocupações a Deus, confiando que Ele está no controle.

A importância da Oração

Mesmo em meio à dor da perda, Marta se volta para Jesus, expressando tanto sua tristeza quanto sua fé. Esse momento de vulnerabilidade e honestidade é um poderoso lembrete da importância da oração como um espaço para diálogo genuíno com Deus. Marta nos ensina que, mesmo quando não entendemos os planos de Deus, podemos confiar em Sua soberania e conversar com Ele até mesmo sobre as nossas dúvidas.

Encontrando Paz em Meio à Tempestade

A interação de Marta com Jesus não apenas fortalece sua fé, mas também traz uma profunda paz interior. Ao reconhecer Jesus como “o Cristo, o Filho de Deus” (João 11:27), Marta nos ensina uma lição valiosa: alcançar uma compreensão mais profunda de quem Jesus é, alterará como enfretaremos os momentos de crise. Este reconhecimento é crucial para que encontremos paz em tempos tumultuados. É uma lembrança de que, ao manter nossos olhos fixos em Cristo e em sua promessa de vida eterna, podemos encontrar serenidade, independentemente das circunstâncias externas.

Conclusão: Aplicando as Lições de Marta

A vida de Marta oferece lições valiosas para nossa própria jornada. Em um mundo cheio de incertezas e desafios, somos chamados a confiar em Deus e a buscar comunicação contínua com Ele através da oração. Assim como Marta, somos encorajados a reconhecer a soberania e o amor de Deus, o que nos permite navegar pelas tempestades da vida com fé e paz.

A jornada de Marta nos mostra que, independentemente das provações que enfrentamos, nossa resposta deve ser de fé, oração e reconhecimento da presença e poder de Deus. Que possamos seguir o exemplo de Marta e buscar a Deus com todo o coração, encontrando paz e propósito mesmo nos momentos mais difíceis.

Quer saber mais sobre o assunto? Assista ao vídeo da pregação completa:

 

Eu amo o Salmo 91. Ele me moldou quando eu era recém-convertida aos 16 anos de idade e continua sendo um ponto de referência para mim nos meus 50 anos. Assim como toda a Bíblia, ele é intemporal.

Iniciando a Jornada: A Curiosidade pelo Salmo 91

Vamos dar uma espiadinha no Salmo 91:1-2: “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo à sombra do Onipotente descansará. Eu direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza e nEle confiarei.”

Primeiramente, abordo este salmo com curiosidade. Desejo saber quem o escreveu e o motivo. Busco compreender as verdades eternas que este salmo carrega e como aplicá-las em minha vida. Uma prática que adoro durante a meditação nas Escrituras é ler devagar, enxergar através do que está escrito e tornar a mensagem pessoal. Substituo meu nome onde é aplicável e faço do versículo um trampolim para minha oração.

Moisés e a Origem do Salmo 91: Uma Liderança Desafiadora

Muitos teólogos afirmam que Moisés escreveu o Salmo 91. Sem a certeza do autor, assumimos que foi Moisés. Como sabido, Moisés liderou seu povo por 40 anos no deserto, em uma jornada que deveria levar apenas 11 dias para ser completada!

Minhas experiências de viagens internacionais com meu marido, Dwayne, ensinaram-me que sair da zona de conforto pode abalar até o adulto mais resiliente. E, convenhamos, a missão de Moisés não foi nada fácil.

Encontrando Força no Lugar Secreto: A Lição de Moisés

Moisés não se via como um líder nato ou um grande comunicador. Ele enfrentou medos e liderou um povo que constantemente reclamava. Em certos momentos, preferiram a escravidão a seguir em frente. Moisés experimentou uma pressão imensa, mas encontrou força na intimidade do relacionamento com o Senhor.

A palavra “habitar” no Salmo 91 significa sentar, permanecer, residir. Moisés achou descanso profundo no Senhor, encontrando seu lar espiritual em meio às adversidades.

O Valor do Lugar Secreto: Encontrando Paz e Refúgio

A natureza do secreto é íntima e privada. Cresci em uma família grande, onde encontrar um lugar secreto era desafiador. Meu refúgio podia ser na curva de um galho de árvore ou sob um cobertor na mesa da cozinha. Meu local favorito era um parque próximo, onde um arbusto formava um esconderijo perfeito.

Mesmo não sendo crente na infância, eu compreendia o valor de um lugar secreto para escapar do caos e encontrar paz.

A Necessidade do Lugar Secreto na Vida Cristã

Agora, como cristã, percebo ainda mais a importância desse refúgio no Senhor. O lugar secreto tornou-se uma necessidade, não um luxo. É onde encontro prazer, segurança e intimidade com Deus. As circunstâncias raramente são ideais para buscar a Deus, mas há doçura em encontrar esse lugar secreto mesmo nas situações mais caóticas.

O lugar secreto transcende um local físico; é um estado de ser. Podemos acessá-lo em qualquer momento, em qualquer circunstância, como uma postura do coração.

O Chamado para Priorizar a Intimidade com Deus

A vida é tremendamente mais desafiadora sem esse refúgio no Senhor. Além de ser um abrigo nas tempestades, é um lugar de descanso profundo e conforto. A solidão com Jesus é revitalizante e insubstituível.

Encorajo a orar o Salmo 91 e buscar verdades sobre Deus. Faça da intimidade com Ele sua prioridade, pois é dali que vem o combustível para enfrentar o mundo caótico diariamente. Você nunca se arrependerá de fazer do Senhor