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A Fidelidade de Deus

Estudo Bíblico

“O que vem à mente de uma pessoa quando pensa em Deus é a coisa mais importante sobre ela.” – A.W. Tozer, O Conhecimento do Santo

Ter uma visão correta a respeito de Deus é fundamental para a jornada cristã! Só podemos adorar aquilo que de fato conhecemos. Portanto, é importante saber quem Deus realmente é para que possamos adorá-Lo verdadeiramente e nos relacionarmos com Ele a partir de Sua real natureza. Caso contrário, criaremos um ídolo em Seu lugar.

Entender que Deus quer ser conhecido e que Ele se revela através das escrituras é o ponto de partida para a nossa jornada.

E hoje vamos mergulhar um pouco mais fundo no que talvez seja um dos atributos mais famosos de Deus.

Deus é Fiel

Se você nunca ouviu alguém falando que Deus é fiel, certamente já leu isso no para-choque de algum caminhão ou em um adesivo colado em um carro!

Mas o que significa dizer que Deus é fiel? Fiel a quem? Fiel a quê?

📖 2 Timóteo 2:11-13 (NVI):

“Esta palavra é digna de confiança: Se morremos com ele, com ele também viveremos; se perseveramos, com ele também reinaremos. Se o negamos, ele também nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar a si mesmo.”

Primeiramente, precisamos compreender que a fidelidade é a natureza de Deus.

📖 Salmos 33:4 (NVI):

“Pois a palavra do Senhor é verdadeira; ele é fiel em tudo o que faz.”

Leia também: Deuteronômio 7:9, 1 Coríntios 1:9, Hebreus 10:23, Lamentações 3:22-23, Salmos 36:5

Inegavelmente, a Bíblia inteira é uma grande história a respeito da fidelidade de Deus.

A história da fidelidade de Deus

Em Gênesis 3, logo após a queda do homem, o Senhor faz uma promessa: do ventre da mulher viria aquele que pisaria a cabeça serpente. Ele está dizendo ali que nasceria um homem que salvaria toda a humanidade e seria capaz de destruir o inimigo das nossas almas.

No nascimento de Jesus temos o cumprimento parcial dessa promessa, que seja completamente consumado com o Seu retorno.

O Salmo 100:5 diz que Sua fidelidade permanece por todas as gerações. E é exatamente isso que a Bíblia está nos mostrando. Um Deus que tinha todos os motivos do universo para falar: “Quer saber, deixa pra lá… Eu vou criar uma outra raça que seja mais obediente que vocês.” Mas Ele não faz isso. Por quê? Por Sua fidelidade. Ele não pode e não vai negar a Si mesmo. Não vai mudar de ideia, não vai voltar atrás em Suas palavras.

Sobre a fidelidade de Deus está alicerçada toda a nossa esperança de um futuro abençoado. É em consequência da fidelidade divina que suas alianças permanecem, e suas promessas serão cumpridas. É unicamente por termos completa certeza da fidelidade do Altíssimo que vivemos em paz e esperamos com segurança a vida vindoura. – A.W. Tozer

Fiel a quê?

Sabemos então que o Senhor é fiel, mas precisamos nos perguntas: fiel a quê? Este talvez seja o ponto de maior confusão para o cristão contemporâneo quando falamos da fidelidade. Estamos tão acostumados a falar que Deus é fiel que nos esquecemos de perguntar fiel a quê e simplesmente assumimos que é a nós, ao nosso bem-estar.

Para conseguirmos respostas para essa pergunta, precisamos mais uma vez olhar para as escrituras:

Ele é fiel à Sua Palavra

📖 Isaías 46:10-11 (NVI):

“Eu anuncio o fim desde o começo, desde os tempos antigos, o que ainda está por vir. Digo: ‘O meu propósito permanecerá em pé, e farei tudo o que me agrada.’ Do leste convoco uma ave de rapina; de uma terra distante, um homem para cumprir o meu propósito. ‘O que eu disse, isso eu realizarei; o que eu planejei, isso farei.’”

Leia também: Ezequiel 12:25, Números 23:19, Salmos 89:34, Mateus 24:35, Hebreus 6:17-18

Deus é fiel à Sua própria palavra, ao que Ele prometeu que faria. Ele é fiel às Suas alianças.

📖 Hebreus 6:13-14 (NVI):

“Quando Deus fez a sua promessa a Abraão, jurou por si mesmo, visto que não havia ninguém superior a ele por quem jurar, dizendo: ‘Esteja certo de que o abençoarei e farei numerosos os seus descendentes.’”

Portanto, dizer que Deus é fiel não é um sinônimo de que tudo vai dar certo em nossa vida. Não significa que todas as portas estarão abertas, que teremos um emprego ou que vamos casar. A fidelidade de Deus é com a Sua palavra, não com a minha ideia de como as coisas deveriam ser.

E eu com isso?

Se Deus é fiel à Sua palavra e não a mim, o que entender a fidelidade de Deus significa para mim?

Mais uma vez, voltemos para as Escrituras. Sua palavra diz o seguinte:

📖 Colossenses 1:22-23 (NVI):

“Antes vocês estavam separados de Deus e, em suas mentes, eram inimigos por causa do mau procedimento de vocês. Mas agora ele os reconciliou pelo corpo físico de Cristo, mediante a morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação.”

A promessa do Senhor nesse texto é clara: Ele estará conosco em nossa jornada de santificação. Sua fidelidade é nos tornar mais parecidos com Cristo, até o dia de Cristo.

A jornada de santificação

O problema aqui é que, na grande maioria das vezes, a santificação não vem no pacote que esperamos. Normalmente, ela é aparente sucesso, emprego novo, grandes promoções, carro novo ou, em resumo, tempos fáceis.

Por mais difícil que seja admitir, somos muito mais desafiados a ser como Cristo na hora da demissão, da doença, do carro quebrado ou da espera. Assim, é nos “nãos” e nas frustrações que devemos nos apegar à verdade de que Deus é fiel, independentemente dos nossos sentimentos.

Ele não é fiel ao que parece melhor para mim. Ele é fiel à Sua palavra, e Sua palavra diz que Ele está comprometido em me tornar mais parecido com Cristo.

Ainda que seja desconfortável e, às vezes, até mesmo triste, podemos descansar no fato de que Ele é fiel ao que prometeu. É sobre isso que o autor de Romanos está falando no capítulo 8, quando diz que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.

Finalmente, diante da Sua fidelidade, não precisamos temer más notícias ou andar ansiosos pelo dia de amanhã. Ainda que no futuro enfrentamos frustrações e tempos difíceis, podemos descansar na confiança de que, no grande dia do Senhor, seremos apresentados santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação.

“O que vem à mente de uma pessoa quando pensa em Deus é a coisa mais importante sobre ela.” – A.W. Tozer, O Conhecimento do Santo

Ter uma visão correta a respeito de Deus é fundamental para a jornada cristã! Afinal, só podemos adorar aquilo que de fato conhecemos. Portanto, é importante saber quem Deus realmente é para que possamos adorá-Lo verdadeiramente e nos relacionarmos com Ele a partir de Sua real natureza. Caso contrário, criaremos um ídolo em Seu lugar.

Se digo que adoro a Deus, mas não O conheço, estou adorando um ídolo que é uma projeção de mim mesmo.

Portanto, conhecer a Deus é o coração da jornada cristã. Nas próximas semanas, iremos olhar mais de perto o que as Escrituras dizem sobre o Senhor e quais são alguns de Seus atributos. Vamos juntos?

Entretanto, antes de nos aprofundarmos nesse assunto, precisamos destacar algumas verdades das Escrituras que nos ajudarão nessa jornada:

Deus Quer Ser Conhecido

📖 “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho.” – Hebreus 1:1

No texto de Hebreus, podemos ver como desde sempre o Senhor se fez conhecido. Inicialmente, revelando-Se aos profetas e, em seguida, por meio do Filho.

Deus não está assentado em um trono distante, olhando para nós com indiferença, esperando que nos aproximemos. Ele é ativo em Se revelar. Desde o Éden, em Gênesis 3:8, quando Deus vinha ao jardim para se encontrar com o homem, até Apocalipse 21, que descreve que o Tabernáculo de Deus está com os homens, Ele será o seu Deus e eles serão o Seu povo.

A Bíblia inteira é a história de um Deus que quer ser conhecido. Portanto, é importante que nós O conheçamos e possamos contar com Ele nessa jornada.

O Conhecimento de Deus é Revelado em Cristo, nas Escrituras

Tudo o que sabemos sobre quem Deus é está escrito. Nada além disso.

📖 2 Timóteo 3:16-17 (NVI):

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.”

📖 2 Pedro 1:20-21 (NVI):

“Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura surgiu de interpretação particular, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo.”

Deus inspirou as Escrituras e Ele se faz conhecido através delas. Ele não é definido pelo que eu sinto, pelo que eu penso, ou pelas minhas ideias e noções de quem Ele é. Não é pelo que eu ouvi do meu pai quando era pequena ou pelo pastor da minha igreja.

A verdade está neste livro e, a partir dele, vamos caminhar. Independentemente dos meus sentimentos ou da minha lógica – e, acreditem, muitas vezes a Bíblia desafia a minha lógica – ela é o fundamento, não eu.

O Conhecimento de Deus Precisa Gerar uma Mudança em Mim

📖 Tiago 1:22:

”Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos.”

Se eu ouço a respeito de Deus, entendo quem Ele é, mas isso não muda absolutamente nada na minha vida, estou enganando a mim mesma. Todos os encontros com Deus na Bíblia geraram mudanças profundas nas pessoas. Mudanças em suas percepções da realidade, de si mesmos e de seu futuro.

Portanto, quero desafiá-lo a ouvir tudo o que ainda vamos conversar com a pergunta em mente: E eu com isso? De que forma essa verdade vai afetar a minha vida?

Que possamos caminhar juntos nessa jornada de conhecer a Deus mais profundamente, transformando nossas vidas à luz de Sua verdade.

“Livro da revelação de Cristo Jesus”
Apocalipse 1:1

A abertura do livro de Apocalipse deixa clara sua intenção: nos apresentar a revelação de Jesus Cristo!

Quem vê a mim vê ao Pai

Sem dúvidas, conhecer a Cristo é uma das disciplinas mais importantes que um cristão deve ter. Afinal, é impossível conhecer a Deus sem conhecer a Jesus. A Bíblia nos explica que o Senhor se fez conhecido através do Filho, que é a imagem do Deus invisível. Além disso, o próprio Jesus, quando estava com os discípulos, disse que quem o visse, via o Pai (João 14:9).

Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele.

Colossenses 1:15-16

O medo do livro de Apocalipse

Ainda que saibamos a importância de conhecer a Jesus, historicamente existe um medo na igreja de ler o livro de Apocalipse. Lembro de quando eu era criança ouvir muitas pessoas falando para, ao ler a Bíblia, pular Apocalipse e Cantares!

Compreendo, esses dois livros trazem muitas metáforas, alegorias e possibilidades de interpretação. No entanto, não podemos simplesmente descartar um livro da Bíblia. Se ele está ali, é por um bom motivo. Precisamos nos lembrar:

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra. 2 Timóteo 3:16-17

No versículo 3 de Apocalipse 1, o autor é muito claro em sua declaração:

Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo.

Temos hoje um privilégio que a igreja primitiva não teve: o acesso a este livro e esta revelação.

O livro da revelação de Cristo Jesus

Portanto, precisamos ler com a consciência de que ali encontraremos a Revelação de Cristo Jesus. Logo no primeiro capítulo, vemos o autor, João, trazendo descrições preciosas a respeito de Jesus, Deus e do Espírito Santo. Descrevendo uma experiência que teve quando estava prisioneiro na ilha de Patmos, ele nos conta sobre a sala do trono e alguém semelhante a um filho de homem.

Você consegue imaginar a grandeza dessa revelação?

Alguém semelhante a um filho de homem

A partir deste ponto, João traz diversas descrições a respeito de quem Jesus de fato é.

Ele o descreve como:

  • Nosso noivo
  • Rei
  • Juiz que trará justiça às nações
  • A Testemunha fiel
  • O primogênito dos mortos
  • O príncipe dos reis da terra
  • Aquele que nos amou
  • Alfa e Ômega
  • Princípio e Fim
  • Que era, é e há de vir

Cada uma dessas descrições carrega uma verdade profunda a respeito de Seus atributos e do plano de Deus para a humanidade. Por exemplo, dizer que Ele é o juiz que trará justiça às nações aponta para o plano de Deus de entregar a Cristo todo o domínio. Dizer que Ele é o primogênito dos mortos aponta para a ressurreição que nos espera. Ele morreu e ressuscitou para que, através dele, tivéssemos a possibilidade da vida eterna (1 Coríntios 15).

Há tantos tesouros escondidos em cada uma dessas descrições, e o livro de Apocalipse nos convida a mergulharmos nessas verdades.

Qual a relevância para os dias de hoje?

Em Mateus 24, Jesus descreve como seria o cenário no mundo nos dias que antecedem a sua volta.

Um dos pontos de maior destaque nessa descrição é que haveria muito engano. Muitas pessoas buscando mestres que ensinem o que elas querem ouvir. Pessoas ofendidas com os acontecimentos, abrindo mão da fé, por não compreenderem o plano do Senhor.

Diante de tanto caos, guerras e rumores de guerras, serão encontrados fiéis aqueles que, por conhecerem ao Senhor, confiam plenamente em sua liderança!

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Quer saber mais sobre esse assunto? Temos um curso completo, que explora cada uma das descrições de Cristo no livro de apocalipse na Fhop School!
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“É necessário que ele cresça e eu diminua”

João 3:30

Chamados a Diminuir

O quão difícil é para nós agirmos de forma intencional sem premeditar um objetivo benéfico a nós mesmos? Qual foi a última vez que tomamos uma decisão pensando em um outro alguém? Nossa própria vida tem sido o ponto alto dos nossos diálogos com o Senhor? Muitas vezes, não abordamos estas perguntas no nosso cotidiano, mas elas desempenham um papel crucial na reflexão sobre nosso caráter. Nós, seres humanos, por natureza temos a inclinação de sempre moldar os cenários da vida a nosso favor. Tudo aquilo que em nossa mente parece agradável para nossa boa reputação ou performance é prioritário.

Como se buscássemos de forma constante holofotes do nosso ordinário que apontam para nós. Mas à medida que o Espírito testifica o novo nascimento em Cristo, as perspectivas mudam, nosso estilo de vida muda. Os dois primeiros mandamentos são a pedra angular desta mudança, uma vez que devemos olhar a vida na ótica de considerar Deus superior a todas as coisas e o nosso próximo como maior que nós mesmos. Nós normalmente não somos o ponto de convergência das escolhas e renúncias que marcam a jornada cristã. Portanto, aquele que é enxertado na graça da caminhada cristã deve considerar também seu comissionamento: diminuir.

O exemplo de João Batista

A vida de João Batista exemplifica de forma clara como é viver esta comissão, este chamado de ser fiel a uma mensagem que nunca foi sobre quem a anuncia, o chamado a diminuir. Quando observamos sua declaração, podemos perceber que ela é seccionada em duas partes: Quem ele NÃO era, e quem ele DE FATO era.

Levitas e sacerdotes enviados por judeus interrogaram João Batista em capítulos anteriores, questionando: “Quem és tu?”. João poderia muito bem ter fugido da pergunta e voltado a sua vida comum, ou então poderia ter questionado a motivação da pergunta, ou até mesmo respondido perguntando quem eram aqueles que desejavam ter esta informação, mas, na verdade, ele declara: ”Eu não sou o Cristo”. Neste mesmo diálogo, João nos constrange com a mais pura declaração de um precursor. Ele aponta para aquele que viria após ele, ele testemunha do cerne de sua mensagem, daquele que motiva todas as suas ações e o seu ministério. E como um brado de reverência, ele diz: ”[…] do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias.”

Ao afirmar que não é o Cristo, ele não reserva nada para si mesmo, exceto estar sujeito àquele que é maior e servir na Igreja como um dos demais, sem ser tão exaltado a ponto de tomar para si a honra do Cabeça.

Convém que Ele cresça

João foi fruto da oração do sacerdote Zacarias, o qual foi agraciado por Deus de herdar aquele que seria grande diante do Senhor e que seria cheio do Espírito Santo desde o ventre materno. Também foi nomeado por Jesus como o maior entre os nascidos de mulher. O Espírito levou João ao deserto para cultivar de modo extremo um relacionamento com Deus. Ao sair deste período, passou a pregar a mensagem de arrependimento conforme estava escrito no livro das palavras do profeta Isaías (Is 40.1-3). E então, eis aqui o ponto alto do seu ministério, onde declara com consciência quem era: ”Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor.”

Em meio a todas essas profecias e as palavras do próprio Deus em relação à  ele, João em momento nenhum se deslumbra ou tenta roubar o olhar das pessoas para si. Se o próprio Jesus diz que entre os nascidos de mulher ninguém é maior que João, quem mais teria motivos maiores para se vangloriar? Porém a sua declaração se torna constrangedora para nós que muitas vezes com simples  cargos ministeriais queremos exaltar a nós mesmos: “Convém que Ele cresça e eu diminua”.

Ele reconhecia a missão que lhe foi confiada, tinha ciência da mensagem que deveria carregar. Mas antes de qualquer coisa, ele tinha a plena consciência de que pertencia àquele que clama no deserto, e não era aquele que clama no deserto. Ele se tornou a mensagem, foi fiel a ela a ponto de ser preso e meses depois ter sua cabeça servida em uma bandeja à família real, mas jamais foi o ”senhor” da mensagem.

Maior que o chamado é Aquele que chama

Ao longo da corrida da fé, a vida eclesiástica nos cativa e somos constantemente atraídos a viver aquilo que realmente mudou nosso interior. É realmente apaixonante olhar para a mensagem da graça, a profundeza das escrituras, a comunhão eclesiástica, funcionando de forma orgânica e harmônica. Isso leva muitos de nós almejar viver em função disso, talvez se tornar um pregador, um pastor de renome, um artista do meio cristão, um missionário transcultural. Realmente, olhar para um ministério, imaginar-se tendo um microfone na mão e comunicando uma mensagem em um palco faz brilhar os nossos olhos.

Não significa que seja algo ilegítimo, afinal, a palavra de Deus fala sobre uma grande seara que precisa de trabalhadores e de vocações concedidas pelo próprio Senhor. Porém, muitos de nós nos deixamos levar pelo chamado e deixamos Aquele que chama de lado.

Quando Jesus diz sobre a seara e seus trabalhadores, ele evidencia quem é o Senhor dela. Quando Paulo escreve à igreja de Éfeso, ele traz de forma clara o propósito dos vocacionados, que é edificar o corpo de Deus até que chegue na estatura plena de Cristo.  Ser escolhido e vocacionado para um ministério é algo sublime, mas ser destinado à filiação e amizade de Deus é ainda mais.

Somente a partir disso podemos nos alegrar em explorar a chamada ao ministério. É sobre se sujeitar a gloriosa Cruz do calvário e entender que tudo se torna pó diante dela. A Cruz define nossa identidade, é ela que nos faz compreender que a mensagem nunca foi sobre nós, é ela que traz luz ao ministério de precursores. A partir disso, podemos enxergar a nossa verdadeira vocação e entender que apontar para Cristo e ser um com Ele é a coisa mais importante ao nosso respeito. Importa que Ele seja conhecido e que nós o conheçamos, como será por toda a eternidade (João 17.3). Assim como Paulo diz, é diante da sublimidade do conhecimento de Cristo, nosso Senhor, que consideramos todas as coisas com perda, como lixo, inclusive o nosso Eu, a fim de ganhar a Cristo e sermos achados nEle.

 

 

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Danilo Marques Jaquel – Aluno da track de Proclamadores do Fascinação, Turma 20

 

 

Para dar início a esta conversa é preciso saber que Igreja, ou ekklesia, é descrita na Bíblia de duas formas: Uma em seu aspecto universal, destacando sua unidade, ou seja, refere-se a toda a igreja de Cristo na Terra. A outra, no sentido de sua pluralidade nas comunidades locais. “igrejas” nesse caso são os muitos grupos de pessoas reunidas em diferentes localidades ao redor do mundo. Ambas as descrições, se referem a pessoas e não a templos ou prédios.

Infelizmente, antes de definirmos o que é ser parte do corpo de Cristo, precisamos desconstruir algumas ideias erradas sobre a Igreja nos dias atuais.

Muitas pessoas enxergam a igreja de uma forma completamente distorcida e totalmente distante da sua realidade bíblica. Por exemplo, a igreja não é um lugar de entretenimento e consumo, onde cada um escolhe aquilo que pensa ser melhor para si e procura ser beneficiado, como muitos pensam. Esta é uma imagem distorcida resultante do individualismo, fruto da cultura em que vivemos, e que vê a igreja como um meio para o seu próprio benefício.

A igreja não é um lugar para frequentarmos, mas um corpo para, caminharmos juntos, pertencermos e nos entregarmos em amor à Cristo e uns para com os outros.

Cristo é o cabeça de todas as coisas para a Igreja, que é o seu corpo

E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja,
Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos. Efésios 1:22,23

Dessa forma, a igreja não é um fim para nós mesmos, mas existe primariamente para a glória de Cristo. Como igreja, nós seguimos Cristo, caminhamos em unidade com Ele, uns com os outros e vivemos conforme a Sua vontade.

No livro Discipulado, Dietrich Bonhoeffer diz que “o corpo de Cristo é a continuação da presença física de Jesus na terra, porque o próprio Cristo se move por meio dela”. Isso significa que o ministério da Igreja na história é tão relevante quanto os três anos em que Jesus viveu seu ministério na Terra.

O Senhor escolhe uma diversidade de pessoas, cada uma com suas falhas e dificuldades, mas que caminham em unidade e é por meio desta Igreja que Jesus escolheu se fazer presente e agir na Terra.

O Senhor revela a Sua glória e a Sua vontade por meio do corpo 

Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus. Efésios 3:10

Em sua sabedoria, Ele mesmo estipulou que fosse assim para que o seu poder fosse conhecido. Nós somos chamados à comunhão. O desejo de Jesus é que vivamos a unidade no corpo, para que o mundo saiba que Deus O enviou. Viver em comunhão com o corpo testemunha para o mundo sobre quem Jesus é (João 17:23). Portanto, se alguém afirma que a igreja não é boa ou necessária, está indo contra algo estabelecido pelo próprio Deus.

É pela graça de Deus que somos chamados a viver essa comunhão em comunidades imperfeitas. Comunidades formadas pessoas com defeitos não tira a responsabilidade de sermos igreja, e nem deve ser uma desculpa para não nos envolvermos; pelo contrário, é motivador que um grupo de pessoas cheias de falhas tenha a oportunidade de servir a Deus e uns aos outros. Se a igreja fosse formada por “pessoas perfeitas”, nenhum de nós teríamos espaço nela.

A responsabilidade de edificar o corpo não é somente dos líderes

Estes devem equipar e ensinar os santos, mas a edificação do corpo é responsabilidade de todos (Efésios 4:1-13). Cada pessoa possui um dom e propósito específicos, não havendo um dom melhor que o outro. Todos os membros do corpo têm responsabilidades uns para com os outros e com o Senhor e são importantes para que o corpo viva de forma saudável.

A pergunta que fica para nós aqui é a seguinte: como viver de uma forma que edifique o corpo? A respostas é, sendo humildes e pacientes, apoiando e servindo uns aos outros em amor. A unidade é gerada à medida que isso é feito. Servir o corpo tem um custo. Isso pode exigir recursos, tempo, que compartilhemos o que temos, até mesmo gerar cicatrizes em nós. Fazer parte do corpo exige morrer para nós mesmos. Mas este custo tem uma recompensa.

Experimentamos as recompensas do corpo nos dias de hoje, a medida que somos encorajados uns pelos outros, nos ajudamos nas necessidades e nos amamos como família. Porém, lembre-se que existe uma recompensa eterna. Um dia, os santos serão glorificados e se unirão a Cristo, por toda a eternidade.

Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros,
mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo.
Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos,
quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito.
O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos. 1 Coríntios 12:12-14

 

Texto originalmente postado em 11 de nov de 2020

Quando cito a Igreja aqui, são os cristãos em todas as épocas e lugares da terra, chamados à salvação para adorar o Redentor. Esse é o objetivo final de toda a Igreja ao redor dos quatro cantos da terra.

Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês. Romanos 12.1

Em Apocalipse 21, vemos a imagem da Igreja gloriosa que estará com o Senhor para sempre. O tabernáculo de Deus estará entre os homens, ou seja, o próprio Deus habitará em nosso meio. Hoje, somos chamados a viver um estilo de vida de adoração, como acontece no céu, pois assim viveremos por toda a eternidade.

Sobre a adoração na Igreja

A adoração é um dos costumes eclesiásticos mais importantes que vemos na construção e no estabelecimento da Igreja. Na época da Reforma Protestante, os hinos atuavam como veículos de propagação do Evangelho. Martinho Lutero deu a centralidade ao ensino da Palavra, mas valorizou a adoração em forma de música como ferramenta de instrução e edificação da Igreja. Nós somos, por definição, os verdadeiros adoradores que o Pai busca.

Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. João 4:23,24

Nossas emoções são parte da nossa adoração, mas elas por si só não são suficientes; elas precisam estar conectadas e em concordância com a Verdade que liberta e transforma. O sacrifício de Cristo demanda uma resposta de adoração diária dos nossos corações. Podemos adorar tendo os olhos espirituais abertos, mas precisamos estar conectados com a Palavra diariamente (Cl 3:16).

Nossa responsabilidade é oferecer sacrifícios espirituais a Deus, pois somos sacerdócio real (1 Pe 2:9). O sacrifício de louvor de nossos lábios é o ponto alto de nossos sacrifícios espirituais.

A postura do coração adorador

Paulo chama a atenção para a postura de coração esperada de todo aquele que está em Cristo: apresentar-se como sacrifício vivo, santo e agradável a Ele (Rm 12:1), por causa das Suas eternas misericórdias.

Deus chama o ajuntamento dos santos de ekklesia. Toda vez que Deus chamava o povo para se reunir para orar e adorar, ali estava a ekklesia. Portanto, não há como ser Igreja separados, assim como não há como a adoração corporativa acontecer por meios virtuais. As transmissões são ferramentas para que o povo receba a Palavra, mas não substituem o ajuntamento dos santos.

A aliança que temos em Cristo faz com que possamos nos achegar ao trono da graça e isso não fazemos de forma individual, mas em família (Hb 10:22-23). Existe poder na confissão dos santos reunidos.

Como estimular uns aos outros a amar e fazer boas ações?

Encorajando uns aos outros, por meio da adoração. A adoração do nosso irmão pode servir de ânimo e força, apontando para Aquele que nos dá esperança.

Qual a importância da música para o culto? A música é essencialmente a única coisa que fazemos juntos coletivamente e que faz sentido. Quando cantamos, nos unimos em um só coração e um só espírito, entoamos em uma só voz as verdades sobre quem Deus é. Porém, a música por si só não é adoração, mas ela é o veículo pelo qual nós adoramos a Deus. A adoração vem de um coração que experimentou as infinitas misericórdias do Senhor, e aquilo que flui de cada coração é único.

A ekklesia que adora usa a música como veículo corporativo para que sacrifícios de adoração fluam para o Senhor. Essa adoração tem um efeito vertical, que é tocar o coração de Deus, e horizontal, que é fortalecer a Igreja, o corpo de Cristo.

Leia mais textos sobre ekklesia clicando aqui.

 

Texto originalmente postado em 9 de nov de 2020

A Bíblia nos ensina muito sobre jejum. O antigo testamento aborda que a cultura de jejuar estava relacionada a uma postura de arrependimento. Quando uma nação toda entrava em arrependimento, iniciavam um período de jejum. O jejum era uma forma de dor pelo erro cometido. Quando Davi pecou, ele jejuou. Na cultura daquela época, muitos jejuavam, mas seus corações não estavam conectados a isso. A prática do jejum, segundo a Bíblia, continua sendo feita nos dias de hoje e o motivo que nos leva a jejuar, é algo que Jesus nos desafia. Onde está nosso coração no momento em que jejuamos?

Jesus trouxe um novo entendimento

Ele nos diz, por meio de parábolas, que veio para estabelecer uma nova cultura, uma nova forma de realizar as coisas.  E não seria possível conectar essa nova maneira com a antiga. Elas não funcionam juntas! Isso quer dizer que o jejum não é mais apenas para um propósito de arrependimento, uma vez que a cruz já cumpre esse objetivo. A cruz é suficiente. Jesus nos desafia a uma nova visão para a vida de jejum. Não mais por arrependimento ou pesar, mas por desejo apaixonado por Ele.

Dessa forma, jejuar então deixa de ser um dever religioso ou uma obrigação. Jejuamos agora porque queremos profundidade espiritual. Abrimos mão do prazer da comida e/ou entretenimento, por desejarmos verdades espirituais reveladas aos nossos corações. Agora, jejuamos porque queremos conhecer o coração do Pai, por desejarmos mais da revelação de quem Jesus é. Por estarmos fascinados por Ele. Porque o desejamos e amamos passar tempo com Ele. Porque Ele desperta amor em nós na medida que nossos olhos estão fixos nEle.

O entendimento, agora, é lutar contra qualquer possibilidade que nos afaste de sua santidade. Que nos afaste dessa conexão com a sua presença. E a Palavra nos orienta a andarmos pelo Espírito (Gl 5:16-24), sob a direção dele, pois a nossa natureza é pecaminosa. Os desejos humanos não podem produzir nada de bom, pelo contrário, o seu fruto, nos retira o reino de Deus. Então, lutamos contra as nossas próprias vontades e deixamos os nossos maus desejos, para que sejam mortificadas com a nossa carne. E o jejum nos ajudará nesse processo necessário, de matar a nossa carne, dia-a-dia na vida do cristão.

Crescendo no conhecimento de Deus

O desejo de crescer no conhecimento de Deus, motivação apresentada por Jesus, é relacionada com o desejo de encontrá-lo de forma mais intensa. De buscarmos nos parecermos com Ele! Jesus nos ensina que se trata de reposicionar nosso coração, pois apenas Nele encontramos a verdadeira satisfação. Isso nos leva à seguinte conclusão: desejamos mais revelação de Jesus e por isso jejuamos.

“Disseram-lhe, então, eles: Por que jejuam os discípulos de João muitas vezes, e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem? E ele lhes disse: Podeis vós fazer jejuar os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então, naqueles dias, jejuarão. E disse-lhes também uma parábola: Ninguém deita um pedaço de uma roupa nova para a coser em roupa velha, pois romperá a nova e o remendo não condiz com a velha. E ninguém deita vinho novo em odres velhos; de outra sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão; mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão. E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho.” Lucas 5:33-39

Paulo nos fala sobre jejum

O apóstolo Paulo também nos ensina a respeito do posicionamento do coração. Ao exortar a igreja em Filipos por pregarem para sua própria glória, ele diz que o viver, para ele, é Cristo. Ele escreveu enquanto estava preso que sua única motivação de vida é Jesus Cristo. Relatou que as coisas deste mundo perderam o valor diante da presença de Jesus. Seu coração ansiava tanto pelo Salvador, que ele declarou a morte como ganho, por compreender que então estaria face a face com o Salvador. Ele compreendia o propósito de sua vida. Sabia que estando vivo espalharia o evangelho, curaria enfermos, expulsaria demônios. Ainda assim, a ideia de estar com Cristo atraía seu coração muito mais intensamente do que o seu ministério.

A motivação dele não era o crescimento da igreja, carreira, negócios, educação, estudos. Essas coisas não moviam seu coração. O que mais importava era estar com Cristo. Nosso desejo é que esse coração seja desperto em nós. Que tenhamos uma visão diferente a respeito do que nos motiva. E que a fome por Jesus seja o que movimenta nossos corações sempre que jejuarmos.

O que podemos aprender

O ato de jejuar continua sendo sagrado e isso é lindo. Se o desejo do seu coração é ter uma conexão mais intensa com o Senhor, se você quer estar sensível a voz do pastor, jejue. Se você precisa de sabedoria para tomar decisões e quer que Jesus direcione a qual caminho seguir, jejue. Mas nunca, nunca barganhe com Deus. Isso, além de ofensivo, é feio. Jejue por amor e temência!

Que Deus te abençoe!

Originalmente publicado em 28 de dezembro de 2018

Você já ouviu falar de LEDCO? Faz alguma ideia do que se trata? LEDCO é uma ferramenta super simples e fácil de aplicar que tem como objetivo principal te ajudar com a sua meditação bíblica! Você provavelmente sabe que a meditação nas escrituras é umas das armas mais importantes da jornada de um cristão. É por meio dela que mantemos a nossa conduta pura, que recebemos conselhos de Deus, somos encorajados e temos a nossa mente renovada. Sendo assim, existem diversas formas de meditar nas escrituras, e o LEDCO é uma delas! 

Trata-se de 5 passos simples para um relacionamentos mais profundo com a palavra. São eles:

 

LER

Abre os meus olhos para que eu veja as maravilhas da tua lei. (Salmos 119:18)

O primeiro passo para a meditação nas escrituras no modelo LEDCO é a leitura. Antes de mais nada ore, pedindo ao Espírito Santo que abra os seus olhos para as maravilhas das escrituras e em seguida leia. Procure versões diferentes do mesmo texto, tente trocar palavras por sinônimos e até mesmo parafrasear o versículo, mudando a ordem das palavras e buscando um novo sentido ou uma nova interpretação.

ESCREVER

Ensina-me, Senhor, o caminho dos teus decretos, e a eles obedecerei até o fim. (Salmos 119:33)

Após a primeira leitura, chegou a hora de meditar, ou seja, se aprofundar naquilo que você acabou de ler. Primeiramente escreva o versículo, seguido das interpretações que você obteve com a sua leitura. Anote outras versões e busque compreender o contexto em que o texto foi escrito. Escreva também aquilo que o Espírito Santo falar especificamente para você, como formas de aplicar essa escritura na sua vida. Uma boa ferramenta para esse momento são as referências cruzadas, que te levarão a outras partes das Escrituras relacionadas ao versículo inicial. Após pesquisar e entender diferentes aspectos do verso, escreva tudo!

DECLARAR

Falarei dos teus testemunhos diante de reis, sem ser envergonhado. (Salmos 119:46)

O próximo passo é dizer em alta voz o versículo que está estudando. Repita-o até que se torne verdade para o seu coração. Sem dúvida, há muito poder em declarar as verdades das escrituras e conforme fazemos isso, novas revelações a respeito do versículo virão. Declare também as referências cruzadas e permita que, a medida que você declara, as escrituras transformem a sua forma de pensar e a verdade se torne o fundamento firme da sua vida.

CANTAR

Os teus decretos são o tema da minha canção em minha peregrinação. (Salmos 119:54)

Nossas canções podem mover o coração de Deus e Ele não se importa com a sua afinação ou estilo musical favorito. Por isso, quando conseguimos romper com a vergonha e permitimos que as escrituras saiam de nós em forma de canção, nossos corações são tocados com novas revelações e a palavra começa a ser gravada em nosso interior. É nessa etapa que começamos a responder ao Senhor, pois é aqui que as verdades que entraram em nossos corações começam a transbordar de forma espontânea como resultado daquilo que estudamos.

ORAR

De todo o coração suplico a tua graça; tem misericórdia de mim, conforme a tua promessa. (Salmos 119:58)

Finalmente, a última etapa desta ferramenta consiste em responder a Deus de forma direta, orar. Pegue as suas anotações e converse com Deus a respeito delas. Agradeça por quem Ele é, por tudo o que foi revelado e peça ajuda para viver de acordo com a Sua vontade. Seja persistente nesse ponto, pois a mudança muitas vezes demora para ocorrer. Lembre-se, quando oramos a palavra, nos tornamos parceiros de Deus, declarando aquilo que Ele mesmo já havia demonstrado ser a Sua vontade. Nesse processo, nosso relacionamento é aprofundado e nossa fé ainda mais firmada, por isso não devemos desistir.

Chegamos ao final do LEDCO, mas é bom saber:

O mais importante na meditação bíblica é a persistência. Torne isso um hábito, escolha um versículo e medite sobre ele durante uma semana inteira. Não cesse de declarar, cantar, orar e escrever o que o Espírito Santo te mostrar. 

Aproveite também para compartilhar com a sua família, um grupo de amigos, seu namorado(a) ou noivo(a) a experiência de ser transformado pelas verdades da Palavra. Converse com eles e combinem um dia para compartilhar suas meditações. Discutam suas interpretações do texto e orem juntos. Há verdadeiro poder quando oramos a respeito das escrituras e permitimos que o Espírito Santo trabalhe livremente em nosso meio. Podemos ver a transformação completa dos nossos relacionamentos, assim como cada aspecto das nossas vidas.

Dicas práticas para começar o seu LEDCO

  1. Primeiramente, encontre um lugar tranquilo, para evitar que outras pessoas te interrompam;
  2. Lembre-se de limpar o seu calendário. Separe um tempo específico para a meditação e certifique-se de que não precisará interrompê-la para correr para outros compromissos;
  3. Em seguida escolha o versículo com antecedência, não deixe para o momento da meditação, pois isso pode tomar um tempo valioso. Caso não tenha ideia de por onde começar, tente Salmos ou Provérbios;
  4. Separe um espaço para anotações. Pode ser um caderno, aplicativo, bloco de notas, Word, o que funcionar para você, e dentro desse espaço coloque uma coluna para Distrações. Durante sua meditação, sua mente vai querer ir para outros lugares, como  a lista de supermercado, aquela tarefa incompleta ou o próximo episódio de uma série que você está assistindo. Anote essas distrações e esforce-se para tirá-las de sua mente;
  5. Nesse meio tempo, coloque seu celular no modo avião e evite interrupções;
  6. Finalmente: Ore, ore e ore um pouco mais! O Espírito Santo é responsável por tornar a palavra viva em nós, então não seja tímido ao pedir Sua ajuda;

 

Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite.
É como árvore plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele faz prospera! (Salmos 1:2 e 3)

 

 

 

Estamos na reta final do ano, quase no início de mais 365 dias de oportunidade para amar Jesus por meio da Bíblia, a palavra de Deus. Então, agora é hora de se planejar para o próximo ano ser uma ano onde você possa crescer cada vez mais no conhecimento de Deus.

 

Toda a Bíblia é sobre Cristo

E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.
A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.

Colossenses 3:15,16

 

Toda a Bíblia é uma história sobre um Pai que tem um Filho que lhe deu uma família. E ele prepara uma noiva para esse Filho, e o fim da história é a unidade com esse Amado noivo, assentados à mesa de Deus com Ele. E Paulo escolhe aqui nesse texto chamar a Palavra de Deus como a Palavra de Cristo.

Na verdade, desde Gênesis até Apocalipse, a Bíblia é um compilado de livros que dão testemunho de Jesus. Logo, o objetivo da Bíblia é dar testemunho de Cristo. Então. se você tem o desejo de conhecer mais a Cristo no próximo ano, em outras palavras você está dizendo: “eu quero conhecer mais a Bíblia”.

A Bíblia não é uma palavra humana sobre Deus

Se você acredita que a Bíblia é um palavra humana sobre Deus, quando ela não se ajustar à sua opinião de como as coisas devem ser seguidas, você sentirá que pode discordar, ir contra ela ou até manipulá-la como bem te agradar. Portanto, a Bíblia não é a nossa palavra sobre Deus, pelo contrário, é a Palavra de Deus para nós. A Bíblia é a revelação divina para a humanidade.

Mas por que eu deveria me importar se a Bíblia é a Palavra de Deus para nós e não o contrário? Isso faz toda a diferença, pois se Deus não falou as suas palavras, a Bíblia não passaria de uma inspiração. Pense em grandes promessas da Bíblia tais como  Hebreus 3:5 que diz “nunca te deixarei, nem te desampararei”. Ou então Filipenses 4:19 “o meu Deus suprirá todas as suas necessidades de acordo com as suas riquezas em glória”.

Se essas palavras são, de fato, palavras que vieram da boca de Deus, podemos nos apegar a essas promessas e confiar. Além disso, podemos nos acalmar e saber que Deus está cuidando de mim e de você. Todavia, se essas palavras são humanas, de maneira alguma poderíamos nos apegar a isso com confiança. Isso minaria o fundamento da esperança, pois substitui as promessas de Deus para nós pelos nossos desejos, sem garantia alguma de que eles se cumprirão.

 

A Palavra nos torna fortes

Filhinhos, eu lhes escrevi porque vocês conhecem o Pai. Pais, eu lhes escrevi porque vocês conhecem aquele que é desde o princípio. Jovens, eu lhes escrevi, porque vocês são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece e vocês venceram o Maligno.

1 João 2:14

A igreja é composta por vários grupos geracionais, e em sua carta, João fala direcionando a cada um deles. Ele fala aos jovens, e vemos que se a Palavra de Deus está habitando em nós, o resultado disso é força – nos tornamos fortes! Em outras palavras João está dizendo: “Jovem, se a palavra está habitando em você, Deus diz que você é forte, é por isso que vocês já venceram o maligno”.

Quando a palavra de Cristo está habitando em nós, isso nos garante que não estamos entregues a desejos ou pensamentos positivos. Além disso, nos garante que estaremos firmados nas promessas de Cristo.

A garantia da vitória do jovem não se dá por causa do pequeno grupo, ou dos líderes e pastores que o acompanham. Na verdade ela se dá porque estes permitiram que a Palavra de Deus habitasse em seus corações, por isso eles venceram o maligno.

 

Vencendo a maldade que cresce nessa geração

Por outro lado, isso não é possível em uma igreja que só oferece entretenimento. Jovens têm força quando incluem a Palavra em suas vidas. Não há nada mais sério que um mergulho na palavra de Deus em suas vidas. Por isso, devemos levar a sério o gastar tempo nas Escrituras. Estamos sendo atacados por todos os lados.

Devemos ir à palavra de Deus com seriedade. Permitir que ela molde nosso caráter, não tratar como uma caixinha de promessas, que tiramos um versículo por dia. Não existe outra saída pra nos. O futuro da nossa igreja, da igreja brasileira, da nossa família, está na palavra de Deus habitar ricamente em nós. Não há outra saída!

 

Qual o segredo para uma vida espiritual?

Se você perguntar pras pessoas hoje qual o segredo pra uma vida espiritual, é possível que você ouça 3 respostas semelhantes a isso aqui:

1- A resposta do meio evangélico:

“A vida espiritual é encontrada nas pessoas do seu redor. Junte-se a nós e tudo vai ficar bem pra você”. Portanto, é nisso que os fariseus acreditavam. Reunir-se em um grupo de pessoas todo domingo pra cantar hinos não é a garantia de uma vida espiritual. A comunhão é uma parte integral da vida espiritual, mas não é a fonte de vida espiritual.

2- A resposta do meio secular:

Se você perguntar qual é a fonte da vida espiritual no meio secular, provavelmente dirão que você precisa encontrar o seu eu. Olhar para dentro de si para encontrar o segredo da vida espiritual saudável. “As respostas estão dentro de você, a fonte da vida está dentro de si”.  

3- A resposta bíblica 

A vida espiritual é encontrada quando a Bíblia está aberta dentro de você. Essa é a fonte de uma espiritualidade saudável. Dessa forma, a comunhão é mais saudável quando a palavra de Deus está no centro. 1 Pedro 1:23  diz: Pois vocês foram regenerados, não de uma semente perecível, mas imperecível”. Ou seja, fomos gerados novamente, de uma semente que não é perecível. Que não morre, que não termina. Fomos regenerados pela palavra de Deus, que vive e permanece. 

 

Dê a Palavra lugar de honra

É muito legal nós seguirmos vários perfis cristãos que nos encorajam e palavras que nos dão ânimo e fé. Portanto, cuide para não substituir a alimentação espiritual e não terceirizar nossa responsabilidade de nos nutrimos das escrituras.

Dessa forma, dê a palavra um lugar de honra e destaque da sua vida. Não dê espaço de honra na sua vida para pessoas que ocupam pouco do seu tempo e espaço na sua vida. Logo, trate a Bíblia em lugar de honra na sua vida. Você gasta tempo com aquilo que lhe dá lugar de honra. Torne a leitura da bíblia algo especial na jornada do ano que vem e desse ano!

As mídias sociais serão a prova naquele dia, diante de Deus, como um testemunho de que somos indesculpáveis se falarmos para o Senhor que não tínhamos tempo para leitura da bíblia. A grande verdade é que escolhemos para o que temos tempo ou não.

 

É hora de planejar

Nesse próximo ano, gaste tempo de comunhão em torno da palavra de Deus. Portanto, faça a palavra de Deus centrada na comunhão. É hora de começarmos a planejar que tipo de ano teremos em 2024. Por isso, não seja a falta da palavra de Deus a frustração no fim do ano.

Por isso, a Bíblia precisa encontrar lugar no nosso dia a dia, na forma que educamos nossos filhos, na forma que respondemos nossas tribulações. Logo, que a palavra de Deus habite ricamente em nós. Vamos para as escrituras, vamos chorar diante da Palavra. Vamos nos alimentar da Bíblia, vamos ler, e talvez não faça sentido, e vamos lendo, talvez pela décima vez o mesmo versículo, e de repente, vai fazer sentido no seu coração. 

Não terceirize a sua responsabilidade de ser nutrido através das Escrituras!

Que Deus te abençoe!

Palavra do Pr. Vinicius Sousa no culto do dia 19 de Novembro de 2023 na Fhop Church

 

Plano de leitura bíblica:

Para te ajudar com seu planejamento de leitura bíblica no próximo ano, preparamos um plano de leitura bíblica que você pode acessar clicando nos links abaixo:

Plano de leitura bíblica 1 ano

Plano de leitura bíblica 5 meses

 

 

 

 

 

 

Digo a verdade em Cristo, não minto. Minha consciência dá testemunho comigo, no Espírito Santo, de que tenho grande tristeza e incessante dor no coração. Porque eu mesmo desejaria ser amaldiçoado e excluído de Cristo, por amor de meus irmãos, meus parentes segundo a carne. Eles são israelitas, e deles são a adoção, a glória, as alianças, a promulgação da lei, o culto e as promessas. – Romanos 9:1-4

Israel como conhecemos hoje não honra o nome de Deus como nação: secularizada e liberal, é uma nação que não guarda a Palavra, ou seja, não guarda os mesmos valores que nós, cristãos, guardamos. Sendo assim, como a Igreja deve se posicionar? 

Israel: Como a Igreja deve se posicionar?

A questão sobre Israel foi algo central para a Igreja primitiva. O apóstolo Paulo demonstrava pesar e tristeza pelo estado em que o povo judeu se encontrava (Rm 9:1-4). Apesar disso, ele afirmava que os judeus são inimigos do evangelho, sendo assim, inimigos de Deus, ainda que amados por Ele (Rm 11:28).

Havia várias promessas da parte do Senhor a respeito de uma nova aliança com Israel – que a Palavra de Deus, Seus preceitos e valores, seriam escritos no coração e na mente da nação judaica (Jr 31:31-34)

 O Senhor tem misericórdia e compaixão de quem Ele quiser

O atual estado de Israel não corresponde a essas promessas, mas isso não significa que Deus falhou em cumprir o que havia prometido. E, sabendo do fracasso que Israel infligiu sobre si mesmo, Paulo defende a integridade de Deus.

A promessa fala da salvação de Israel como uma eleição nacional e corporativa. Mas a salvação não se daria pela sua raça ou etnia, ou pelas suas conquistas (obras), mas pela graça (Rm 11:6). O Senhor tem misericórdia e compaixão de quem Ele quiser (Rm 9:15).

Embora buscassem fervorosamente, os judeus não conseguiram obter justiça para si pois acreditavam que poderiam conquistar a promessa por meio de obras quando, na verdade, ela seria alcançada pela graça e pelo amor expressado no Filho e na Sua morte (Rm 9:30-32; At 3:13- 16).

Mesmo que eles tenham rejeitado o Messias, de modo nenhum o Senhor rejeitou o Seu povo. Prova disso é que Deus guardou o remanescente de Israel: a Igreja primitiva (Rm 11:1-5).

Deus é capaz de enxertá-los de volta na oliveira

Muitos gentios foram acrescentados ao longo do tempo, mas também muitos judeus reconheceram Cristo como o cumprimento da promessa de Gênesis 3 e das promessas dadas a Moisés e aos profetas. Como exemplo temos Simeão e Ana, e os próprios apóstolos: homens e mulheres judeus que se converteram ao Senhor e abraçaram o Seu plano.

A grande maioria de Israel permanece até hoje com o coração endurecido com relação a Jesus. Paulo se refere aos endurecidos de coração como aqueles que pertenciam à mesma árvore do remanescente, e como galhos cortados pelo agricultor, foram arrancados da oliveira. Mas com respeito à salvação judaica, não haverá um acréscimo ao remanescente, e sim uma reversão do endurecimento  de  seus  corações  (Rm  11:23-24).  Aqueles  judeus  que  abrirem  mão  da  sua incredulidade, Deus é capaz de enxertá-los de volta na oliveira.

Salvação de Israel

A Igreja será um instrumento nas mãos do Senhor para a salvação de Israel. Por seu comprometimento com Israel, o Senhor fará com que a Igreja (gentios), em sua plenitude, desperte neles um ciúme espiritual; então o Senhor amolecerá o coração de Israel (Rm 11:11,25).

Quando olhamos para a cruz de Cristo, devemos ser gratos por tamanho amor e bondade, mas também cientes de sua severidade pois, assim como Ele arrancou os ramos originais (judeus) da oliveira por não crerem, pode também retirar os enxertos (gentios) que porventura não permanecerem firmes (Rm 11:18-22). Por isso, não devemos olhar para a Israel secularizada com arrogância ou desprezo. 

O  Senhor  tem  um  plano  em  seu  coração

Um  mistério  guardado  através  dos  tempos:  Ele encontrará uma Israel que não é perfeita e isenta de pecados, mas no momento certo, Ele removerá a sua cegueira espiritual (Rm 11:25-26; Mt 23:39).

O Reino Milenar de Cristo será plantado em Israel. No Dia do Senhor, Ele virá e governará a terra com justiça e a Sua promessa é que Ele habitará em Jerusalém para sempre (Ap 21:1-3).

Como a igreja deve se posicionar? Ainda que não seja possível entender completamente os conflitos envolvendo essa nação, nosso dever é orar por Israel – para que eles olhem para Jesus, e o seu coração de pedra se torne em coração de carne outra vez.

O cessar dos conflitos é uma paz provisória. Quando orarmos por paz em Jerusalém, oremos por Aquele que é o único que pode trazer a paz definitiva, o Rei da paz e da justiça. Oremos para que o Senhor acelere a hora em que um novo cântico será cantado em Israel.