Você já se pegou sendo moldado em seu caráter por algum vício, hábito ruim, ou por algumas virtudes? É verdade que eles estão moldando a vida de cada indivíduo aos poucos.
É natural e muito mais fácil cultivar hábitos na vida sem pensar à respeito deles. Sem parar para refletir sobre eles, se estão sendo bons ou ruins; se agradam a Deus ou se não.
A vida está passando e a cada ano tem sido mais fácil se tornar mais ansioso, mais temeroso à respeito do futuro ou mais impaciente? Se algo na vida tem causado algum desespero aos filhos de Deus, é preciso parar e colocar esses desafios diante do Senhor como também, descobrir as respostas na Palavra.
O que a Bíblia adverte sobre cultivar vícios e virtudes?
Entendemos que as virtudes são qualidades que o Espírito Santo trabalha para imprimir naqueles que estão sendo transformados à semelhança de Cristo. Elas são inúmeras e podem ser demonstradas ao longo de toda a narrativa bíblica. Através de um Deus que se revela santo e que deseja formar um povo para si santo e irrepreensível, onde a adoração a Deus, as leis e essas virtudes serão escritas no coração dos homens.
Essas virtudes estão espalhadas em toda a Palavra de Deus, como por exemplo a sabedoria (em Eclesiastes e em Provérbios), a coragem (em Josué), a gratidão (principalmente em Filipenses), a justiça (nos Evangelhos), a humildade (na vida de Jesus) e, principalmente, os Frutos do Espírito (em Gálatas).
E os vícios são pecados e, que por desagradarem a Deus, não o glorificam como Deus, e, portanto, afastam os homens da comunhão com Ele. Eles também são descritos em toda a narrativa Bíblia tendo seu início em Gênesis com a queda de Adão e Eva.
Esses vícios são impurezas das quais todo ser humano é suscetível devido a sua natureza. As Escrituras advertem que o ponto crucial da relação entre a criação humana com o seu Criador é a comunhão com Deus, que direcionará a identidade dessas criaturas, a fonte de todo sentido e a razão de se manter todas as virtudes.
E quais são alguns desses vícios? Por exemplo, a preguiça (descrita em Provérbios), o orgulho ou o egoísmo (descritos em várias porções das Escrituras), homicídios e roubos (descritos nos Dez mandamentos) e as obras da carne (descritas em Gálatas).
Cultivar virtudes para glorificar a Deus
Há uma diferença importante entre cultivar virtudes com o intuito de somente ser uma pessoa melhor, e viver de modo que glorifique a Deus. Entenda que Jesus mesmo diz que: “bem aventurados os que choram, bem aventurados os pobres de espírito” (Mt 5:4). A diferença está em quem você adora.
Para os filhos de Deus, cultivar virtudes é caminhar na dependência do Espírito Santo e, antes de tudo, buscar conhecê-lo e adorá-lo. É primeiro maravilhar-se com Deus, para então maravilhar o mundo refletindo essas virtudes.
Além disso, antes de conquistar o mundo é preciso maravilhar-se com o único Deus verdadeiro de atributos infinitos. Ademais, é ter em mente que as virtudes a serem impressas nos corações de carne refletem quem Ele é, e quem ele deseja que esses sejam.
Cristo, o mais virtuoso e sem pecado, o que o motivou a obedecer até a morte? Glorificar o Pai. No momento em que suou sangue, ele renovou o voto de entrega e submissão ao Pai. E por este mesmo motivo, o cristão é transformado pelo poder do Espírito Santo para glorificar cada vez mais o Pai.
A felicidade do mundo produz uma vida adequada e centrada em si mesmo, sem pretensões nenhuma de glorificar ou reconhecer a glória a Deus. Os cristãos não, uma vez que fazem parte de uma grande história sendo dirigida por Deus, desde há muito tempo, aguardam a volta de Cristo. Por isto, buscam ser aperfeiçoados!
Deste modo, o cristão precisa se lembrar que Jesus estabeleceu a centralidade de suas vidas e reordenou os seus amores. Por isso, a gestão de habilidades, do tempo e da capacidade de exercitar virtudes são decorrentes desta comunhão com Deus. Esta comunhão é a força motriz de se tornar uma pessoa melhor e mais feliz.
Qual a raiz de todas as virtudes?
Pensar sobre virtudes sem mencionar o que as impulsionam, não tem sentido. E diferente de todas as respostas de filósofos ao longo da história, o apóstolo Paulo respondeu com clareza esta pergunta. Ele afirmou que sem amor os sacrifícios mais nobres, as atitudes mais bonitas, não valeriam de nada. Porque o amor é a fonte de todas as virtudes.
Segundo o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 13:
“O amor é paciente
O amor não é invejoso
O amor não se orgulha
O amor é benigno
O amor não se porta com indecência
O amor não busca os próprios interesses
O amor não se enfurece
O amor não guarda ressentimento do mal
O amor não se alegra com a injustiça
Mas o amor se alegra com a verdade
O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”
Assim, todas as virtudes estão reunidas em um só lugar e de lá todas elas partem, uma vez que do coração procedem as fontes da vida (Provérbios 4:23).
Então, amar a Deus de todo o coração, alma, força e entendimento é o destino de todo cristão. Razão pela qual mais facilmente a mente, as emoções e as paixões do coração serão submetidas a Deus em comunhão e serão transformadas segundo sua vontade.
Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos nele. – John Piper
A comunhão com Deus precisa ser central na vida do cristão, porque este vive para ter relacionamento com Ele!
Moldando a rotina para moldar a mente
Para mudar os vícios e transformá-los em virtudes, segundo a Palavra de Deus, é necessário interferir essencialmente na rotina. Isto é, mudar a rotina é o meio mais efetivo de priorizar na mente e estabelecer no coração a comunhão com Deus.
Desse modo, isto moldará as prioridades de sua agenda de forma que eduque a sua mente e o seu corpo a se submeterem ao Senhor, como um culto racional a Deus, oferecendo-os como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Romanos 121:2).
Neste caso, as disciplinas espirituais fortalecerão o seu coração no lugar certo e o ajudaram a descansar em Deus quando as preocupações surgirem. Ao invés de ser movido pela pressa, medo e por todos os outros vícios, a comunhão com Deus firmará os pés em rochas que não se abalam e produzirá em você mais da vida de Cristo.