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Somos uma Família de Oração: A Identidade da Igreja

Igreja

Como uma verdadeira família de oração, a igreja representa um lugar de comunhão profunda com Deus e entre os irmãos, unindo pessoas de todos os povos em um só propósito de adoração e relacionamento.

A Promessa de Isaías 56:7: Uma Casa de Oração para Todos os Povos

Em Isaías 56:7, Deus faz uma promessa extraordinária: “A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos“. Esse versículo, portanto, revela o coração de Deus em acolher não apenas o povo de Israel, mas também os gentios. Ele deseja atrair todas as nações ao Seu santo monte para adorá-Lo e oferecer sacrifícios. Com essa promessa, Ele anuncia que todos os estrangeiros, antes afastados de Sua presença, agora podem se aproximar e encontrar um lugar em Sua casa.

Assim, essa promessa aponta para um futuro onde todos terão acesso à adoração e ao relacionamento com Deus. O que antes pertencia apenas a um grupo específico, agora Deus oferece a toda humanidade, criando um convite universal à comunhão com Ele.

Jesus Reitera a Promessa: A Casa de Oração Redefinida

Em Mateus 21:13, Jesus reafirma essa promessa. Ao chegar ao Templo, Ele encontra mercadores transformando aquele lugar sagrado em um mercado. Tomado de zelo, Jesus expulsa os vendedores e lembra a todos que o Templo é um espaço para oração e comunhão com Deus. Ele declara: “A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos”.

Aqui, Jesus nos ensina sobre o verdadeiro propósito do Templo. Ele deseja que o Templo seja um lugar de adoração acessível a todos, onde cada um possa se aproximar de Deus em oração e devoção. Ao expulsar os mercadores, Ele nos mostra que a verdadeira adoração deve sempre ter prioridade sobre os interesses mundanos.

A Igreja como Casa de Oração: Nossa Identidade em Cristo

A Igreja de Cristo nasce desse chamado ao encontro e à comunhão. Em Cristo, essa promessa finalmente se cumpre, reunindo todos os povos, tribos, línguas e nações. Por meio de Seu sacrifício, Jesus abre um novo e vivo caminho para que todos possam se achegar ao Pai. Assim, em Cristo, experimentamos reconciliação e inclusão nessa “conversa eterna” com Deus.

Portanto, nossa identidade como Igreja é a de uma casa de oração. Somos mais do que uma simples comunidade; formamos uma família espiritual. Como filhos e filhas, Deus nos garante um lugar à mesa. Agora, podemos nos achegar ao trono da graça com ousadia, confiantes de que Ele nos ouve. Essa identidade de casa de oração não é um simples título; ao contrário, é um chamado para vivermos em constante comunhão com Deus, tanto individualmente quanto com nossos irmãos e irmãs.

Ser uma Família de Oração na Prática

Então, o que significa ser uma família de oração? Primeiro, precisamos entender que cada um de nós é sacerdote diante de Deus. A oração, portanto, não é uma tarefa exclusiva de líderes ou pastores; é, na verdade, uma responsabilidade e um privilégio de todos os cristãos. Esse conceito de sacerdócio universal nos ensina que cada um de nós pode se aproximar de Deus diretamente para interceder, orar e adorá-Lo.

Entretanto, ser uma família de oração vai muito além da prática individual. Existe uma expressão de oração que só experimentamos juntos, na comunhão dos santos. Em nossas comunidades locais, pequenos grupos e igrejas, fortalecemos os vínculos com nossos irmãos e com Cristo, a cabeça do Corpo. Nesse ambiente, construímos e nutrimos relacionamentos; ali, a unidade da igreja como família se torna real. Deixamos de ser apenas indivíduos e nos tornamos um só corpo, uma comunidade de fé que ora e intercede unida.

A Nova Aliança e o Sacerdócio Universal

Na Nova Aliança, Deus nos chama para sermos um povo sacerdotal. Em 1 Pedro 2:9, a Bíblia nos descreve como “sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus”. Esse chamado nos confere uma proximidade com Deus que antes era reservada aos sacerdotes de Israel. Esse sacerdócio universal é uma das marcas da Nova Aliança que Jesus inaugurou e nos permite ser uma casa de oração para todos os povos.

Como família de oração, Deus nos convida a interceder pela nossa comunidade, cidade e pelo mundo. Ele nos convida a confiar que nossas orações podem transformar realidades. Assim, ao vivermos essa identidade, participamos da missão de Cristo, levando a luz de Deus a um mundo que precisa de esperança e redenção.

A Igreja como Família de Oração

Concluímos, portanto, que a Igreja é muito mais do que um prédio ou organização. Somos a família de Deus, um povo chamado para orar, adorar e interceder. Como igreja, Deus nos convida a ser uma casa de oração para todos os povos – um lugar de acolhimento, comunhão e relacionamento com Ele. Em Cristo, Ele nos une em uma só fé, um só Senhor e uma só esperança. Cristo nos faz membros uns dos outros, superando nossas diferenças e nos unindo em amor.

Ser uma família de oração é, de fato, um chamado para cada um de nós. Que possamos viver essa identidade em nossa vida de oração pessoal e comunitária, respondendo ao convite de sermos um lugar de encontro entre Deus e a humanidade. Afinal, como casa de Deus, nossa oração reflete o amor e o propósito Dele para o mundo.

“Ao chegar o dia de Pentecostes, todos estavam reunidos no mesmo lugar.”

Atos 2.1

O Espírito se move na unidade

Algo que sempre me chamou a atenção em acampamentos, retiros e conferências em que participei, nas quais todos percebem nitidamente uma ação do Espírito Santo nas sessões e durante as preleções, é a forma como aqueles momentos considerados “sérios” ou “santos” em relação à outras partes da programação, sempre acabam levando as pessoas a se conectarem umas às outras, abrirem e encontrar consolo em pessoas até então desconhecidas e realmente sair daquele ambiente com algum senso aguçado de pertencimento ou comunhão.

Ao meditar no texto de Atos 2, comecei a me questionar de como homens, que até então choravam e tinham medo de estar diante das pessoas, após receberem do Espírito, tornam-se defensores corajosos da mensagem do evangelho e partem para todas as nações levando uma mensagem, que sobretudo, envolve o partilhar em comunhão da mensagem de Cristo. O que eles fizeram? O que eles viram? Como seus temperamentos e personalidades foram tão adaptados rapidamente ao convívio da comunidade? A grande percepção é que há na ação do Espírito um mover em meio a comunidades intencionais, a união de pessoas que reconhecem suas fraquezas diante das promessas e da soberania de Deus e assim levam essa mensagem por todo o mundo.

Dessa forma, sou despertada a buscar um pouco mais a partir da história de Pentecostes a entender como a ação do Espírito e o seu derramar, transformaram homens frágeis e fracos em sua essência em uma família que, mesmo espalhada pelo mundo, permaneceu em unidade ao longo de toda trajetória bíblica, propagando o evangelho e a intencionalidade perante o Espírito Santo.

Perseverantes da esperança e na oração

Após a ressurreição de Jesus, a bíblia nos conta que ao ascender aos céus, Jesus comissionou os discípulos à pregação do evangelho mas também orientou que eles permanecessem em Jerusalém até a descida do Consolador (Lc 24.48-49) e nesse contexto, o capítulo 1 de Atos descreve, em relato a Teófilo, a ascensão de Jesus aos céus, tal como a promessa deixada acerca do derramamento do Espírito Santo, o qual os capacitaria a pregar o evangelho em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da Terra (v.8).

Os discípulos começam a se unir em oração dentro de suas casas(v.14) e a organizar a sua dinâmica após a ascensão e partida de Jesus (v.21). E então, é nesse contexto que o versículo 1 do capítulo 2 inicia dizendo que todos estavam reunidos no momento em que o Espírito foi derramado.

Anunciando corajosamente o evangelho

Após o derramamento do Espírito e a manifestação de línguas dentre o povo, os discípulos se levantam para, corajosamente, pregar o evangelho para as pessoas que ali estavam. A partir desse contexto, os discípulos vão sendo enviados para outras cidades e, com a junção aos outros apóstolos e discípulos, a igreja que hoje conhecemos vai se espalhando pelo mundo, chegando até nós atualmente, os mesmos discípulos que, após a morte e julgamento de Jesus se trancaram em suas casas temerosos, agora passam a anunciar o que viram e ouviram de Cristo, afirmando que jamais poderão parar de testemunhar acerca de Cristo.

Além disso, o próprio livro de Atos afirma que nessa recém formada igreja de Cristo, havia tamanha comunhão que nenhum dos irmãos passava nenhum tipo de necessidade, pois todos partilhavam seus bens uns com os outros, os mesmos que antes, durante o ministério de Jesus, não souberam lidar com a falta de alimento perante uma multidão ou tiveram dificuldades de amar a abraçar publicanos e cobradores de impostos, agora pregam o amor de Jesus, não só para judeus mas por todo o mundo.

Isso tudo é explicado quando voltamos as escrituras e nos lembramos que o Espírito é, acima de tudo, Deus em meio aos homens; é o consolador enviado por Deus para nos ensinar acerca do próprio caráter divino (João 14.16) e com isso nos aperfeiçoar como uma noiva gloriosa que de forma perfeita se apresentará ao Senhor. Para isso, o Espírito Santo em nós produz frutos de graça e justiça, que revelam o pai e nos permitem edificarmos uns aos outros.

Somente pelo Espírito Santo

O próprio Cristo revela que é por meio do Espírito que habita nele que o Reino é proclamado na Terra por meio de sinais e maravilhas, os quais edificam e revelam o Pai. Esse aperfeiçoamento em unidade, é um dos símbolos da igreja de Cristo, como o próprio Jesus orou em João 17, sendo assim a edificação vem pela ação do Espírito.

A Bíblia afirma que os dons dados pelo espírito são dados e distribuídos para a edificação do corpo de Cristo (1 Co 12.11).Por mais que eu possa tentar ser boa, compassiva, gentil e generosa, toda a tentativa humana a partir de sua natureza caída está fadada à destruição, mesmo dentro do ambiente eclesiástico. É nesse ponto que as escrituras afirmam que todas essas batalhas, internas ou externas, que levam ao crescimento, só podem ser vencidas pelo Espírito, pela ação do Espírito (Zacarias 4.6).

Dessa forma, o livro de Atos deixa claro que a partir do derramamento do Espírito Santo em Pentecoste há de fato a demonstração da unidade a partir de um só foco, revelar a Jesus Cristo (João 17.21). Homens antes unidos fisicamente pelo medo, agora, ainda que distantes fisicamente, revelam a unidade pelo sangue e propósito de Cristo.

O Espírito é o que levará o povo de Deus à verdadeira unidade e para desfrutar desse processo é indispensável reconhecer a necessidade do espírito diariamente em nossas vidas. Uma boa intenção, uma boa atitude para com o próximo ou unidade com a igreja, por exemplo, não é possível sem a ação direta do Espírito Santo.

O privilégio da comunhão dos santos

Além disso, o convite do Espírito há comunhão dos santos é também um convite para abrirmos mão do egoísmo, daquela velha forma de viver que nos faz priorizarmos nossos próprios desejos e interesses, afinal Jesus terá para sim uma igreja, um corpo formado de muitos membros, muitos irmãos que formam uma grande família. Em Atos, a unidade é o reflexo de uma igreja cheia do Espírito Santo.

E por fim, é necessário pedir que o Espírito nos lembre de que há uma promessa de que todos os salvos, unidos se apresentarão diante do Cordeiro de Deus puros, sem mancha, mas até lá temos o privilégio de encorajarmos uns aos outros. Unidade é um privilégio dado a família de Deus e executado por meio do Espírito Santo.

Julia Helen de Arruda Silva

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Julia Helen de Arruda Silva – Aluna da track de Proclamadores do Fascinação, Turma 20

 

 

Você sabia que Jesus orou pela igreja? Em João 17, encontramos um registro significativo da oração de Jesus, onde Ele dedica um momento especial para interceder por aqueles que O seguiriam. Inspirando-nos em Cristo e seguindo Seu exemplo, aqui estão alguns pontos para ajudá-lo a interceder pela sua igreja local:

  1. Glorificação de CristoJoão 17:10

    Ore para que Cristo seja glorificado em todas as ações da igreja. Peça por corações que temam ao Senhor e sigam Seu direcionamento, para que Ele tenha a preeminência em tudo, como a cabeça do corpo (Colossenses 1:18).

  2. Saudades do NoivoJoão 17:11

    Ore para que o clamor da igreja seja “Maranata!” Que o anseio pelo Noivo inspire orações e jejuns pelo Seu breve retorno, para reinar com justiça (Mateus 9:15).

  3. UnidadeJoão 17:11

    Ore para que sejamos um, assim como Jesus e o Pai são um. Que haja perdão e corações dispostos a lutar pela unidade do Espírito, mantendo o vínculo da paz (Efésios 4:3).

  4. AlegriaJoão 17:13

    Ore para que a alegria prevaleça na comunhão. Peça por um derramamento de amor que traga prazer ao compartilhar o pão (Salmo 133).

  5. Centralidade das EscriturasJoão 17:14

    Ore para que a Palavra de Deus seja o fundamento firme da igreja, e que não nos desviemos dela. Peça para que a Lei do Senhor ilumine nosso caminho e esteja guardada em nossos corações (Salmo 119).

  6. PerseverançaJoão 17:14-15

    Ore para que, no Dia do Senhor, sejamos encontrados fiéis. Que a perseverança desenvolva em nós um caráter aprovado e uma esperança que não nos decepciona (Romanos 5:3-4).

  7. SantificaçãoJoão 17:17

    Ore para que nos tornemos cada dia mais semelhantes à noiva sem manchas e sem rugas que o Senhor deseja encontrar (Efésios 5:27).