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O grande convite de Cristo

Oração

Jesus nos estende um convite, o de seguir o caminho que leva à vida e salvação. E Ele alerta que existe um preço para todo aquele que quiser trilhar este caminho e seguir os Seus passos. É necessário negar a si mesmo e tomar a sua cruz.

O convite de Jesus causa um golpe fatal no egocentrismo humano. O homem, por si próprio, apenas tem interesse nas bênçãos e na glória, naquilo que faz bem a ele; porém Deus requer cruz e sacrifício. Quer que o homem morra para si mesmo.

Veja esse texto:

Chamando a multidão com os discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser preservar sua vida, irá perdê-la; mas quem perder a vida por causa de mim e do evangelho, irá preservá-la. Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? Ou, que daria o homem em troca da sua vida? Quando o Filho do homem vier na glória de seu Pai com os santos anjos, ele também se envergonhará de quem se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora. Marcos 8:34-38

A princípio, os discípulos de Cristo possuíam uma visão equivocada do reino messiânico. A visão deles tinha como centro o homem e seus interesses próprios. Esta visão foi desafiada pelo próprio Jesus, pois Ele deixou claro que não há glorificação sem que haja sofrimento. Não há coroa sem que haja uma cruz.

Este posicionamento continua sendo um grande desafio para a igreja atualmente. Para muitos, não há espaço para cruz e sofrimento em sua teologia. Ainda hoje, há uma cruz para mim e para você.

Atender ao convite de Jesus é um teste para a natureza da nossa fé

Se essa fé for verdadeira, nós não o seguiremos somente nas bênçãos e na glória, mas também ao carregar a cruz que há para cada um. Aquele que diz negar a si mesmo declara que não deseja mais se associar à pessoa que era antes. Reconhece a sua natureza pecaminosa e que não é merecedor desse convite. Abandona sua justiça própria, seus próprios planos e suas ambições.

Não há semelhança entre o chamado para conquistar sonhos e desejos e o chamado do evangelho. Assim, este chamado é um convite para abrir mão de si mesmo. A verdadeira conversão ocorre quando o homem entende que, dentro de si, há apenas o pecado e que a sua única esperança está em um relacionamento redentor com Cristo, e isso só é possível por meio da Graça.

Quem afirma seguir a Cristo, mas não carrega sua cruz, não pode ser Seu discípulo

“E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo.” Lucas 14:27

Este convite para a salvação deve ser tão valioso para nós a ponto de não termos nossa vida como preciosa. Será que a salvação é realmente valiosa para nós? Será que ela é uma uma pérola de grande valor pela qual nós venderíamos tudo o que possuímos?

“O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo. O Reino dos céus também é como um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e a comprou”. Mateus 13:44-46

A resposta que precisamos dar para Jesus a esse grande convite é a abnegação, é uma obediência leal. Pois, nossas vidas são marcadas quando obedecemos ao Senhor com amor, alegria e gratidão. Todos os dias, temos a oportunidade de negar a nós mesmos, pegar a nossa cruz e seguir a Cristo. Este é o único convite do evangelho: o caminho estreito é o caminho de morte que nos levará, um dia, a alcançar a eterna e gloriosa redenção em Cristo Jesus.

Precisamos entender que a vida é feita de estações e saber discernir essa realidade é importante para que possamos aprender e crescer em sabedoria. As estações mudam e tudo que está bem. Em um instante pode desmoronar – o inverno chega e com ele o frio e a escuridão. Da mesma maneira, os momentos de dificuldades também passam. Logo o sol nasce, a primavera chega e com ela vêm as flores e o doce aroma da esperança. Em cada estação, eu amo saber que tenho um Deus que não muda e que Ele sustenta o meu coração.

Saber quem Deus é me ajuda a posicionar o meu coração em devoção ao Senhor – Ele que me conhece e deseja ser conhecido por mim. Em Sua palavra encontrei o caminho perfeito para conhecê-lo. E eu amo saber que Deus me deu o privilégio de ter acesso às Suas verdades.

Quando as estações mudarem…

A Bíblia fala sobre o homem cujo prazer está na lei do Senhor e nela medita dia e noite. Ele é chamado de “bem-aventurado”. Ele é como uma árvore cujas folhas nunca secam, que dá fruto na estação devida, pois ele se posicionou junto às correntes de águas. Logo, esse homem não se abala quando as estações mudam, pois ele conhece a alegria de ser sustentado pela palavra. Ele tem sua confiança em um firme fundamento.

Igualmente, nós podemos ser alguém que encontra na lei do Senhor um lugar seguro para fundamentar nossas vidas. Se eu me apego aos Seus decretos a minha alma se alegra, eu encontro força, eles iluminam meu caminho e firmam meus passos. Quem descobre este segredo não temerá o dia mau. Quem guarda isso no coração não é enganado pelas mentiras pois conhece a verdade.

Há poder em ler a Bíblia

É certo que um conceito errado de Deus abala a nossa fé e confiança, por isso devemos nos debruçar sobre Sua palavra. Deixar que ela nos preencha com as verdades de quem Ele é. Uma vez ouvi que a Bíblia é o único livro que temos o autor nos acompanhando 24 horas por dia. Ele mesmo desvenda nosso olhar para contemplarmos as maravilhas de Seus mandamentos. Deus se revela a nós à medida que nos aproximamos e Ele deseja ser conhecido.

Sem dúvida, eu quero me posicionar em meditar na lei do Senhor buscando-o de todo meu coração e desejando não apenas saber à respeito Dele. Mas conhecer, de fato, quem Ele é. Se trata de um relacionamento – falar com Ele, e ouvir o que Ele tem a dizer. Eu quero sentar para ouvir Sua voz. Quero amá-lo mais à medida que eu o conheço e descubro que sou conhecida por Ele. Há um prazer em meditar naquilo que Ele diz, pois mais doces que o mel e mais preciosas que o ouro são as Suas palavras de vida eterna.

Assim, não importa a estação, os ventos da dúvida, a aflição e a angústia jamais poderão dominar alguém cujo prazer está na palavra do Senhor. Pois ela é perfeita e está estabelecida para sempre. Os que a amam “têm grande paz e ninguém os fará tropeçar” (Salmos 119:165).

Você já se imaginou velhinho? Já se imaginou no fim da vida olhando para tudo o que passou e se perguntando o que valeu a pena? Se seus objetivos de vida estavam certos, se você não perdeu tempo, se aprendeu com as situações difíceis e se suas forças foram bem investidas? Não queremos fazê-lo refletir se algo dá certo ou errado para você. Esse não é o objetivo. Mas saber se tudo em nossa vida indica uma motivação. Se aquilo que o mantém fascinado hoje é suficientemente consistente e bom.

Nós queremos, no decorrer deste artigo, corrigir o nosso foco, apertar os parafusos, examinar o que precisa ser prioridade em nossos dias de vida. Senão, nada do que faremos valerá a pena, por melhor que seja, ou mais bonito que pareça. Isso precisa estar bem resolvido em nós, primeiro.

Por isso, hoje vamos refletir sobre “uma coisa” que nos é necessária em toda a nossa jornada.


Você já sentiu que você nasceu para algo a mais?

Se você não quer viver por uma motivação pequena, estamos juntos nessa. Já que estamos vivos, queremos a mais elevada! Não queremos desperdiçar a chance que nos foi dada: a de viver. E como cristão, talvez, você se pergunte como viver para Deus. Como me tornar fascinado por Jesus?

Bom, antes de tudo, precisamos deixar claro que viver para Deus é algo que vai além da nossa compreensão. É tão ampla e completa a ideia de viver para Ele que toda boa motivação de vida fica aos pés se comparada com a motivação de viver para Jesus.

Nesse sentido, a palavra do Senhor diz que Ele o ensinará no caminho que deve seguir, o aconselhará e cuidará de você (Salmos 32:8). Então, se a sua alma anseia viver algo significante, nada melhor do que confiar em Jesus. Ele é o caminho fascinante!

Você não é dono da razão

Em primeiro lugar, precisamos partir de alguns fundamentos importantes. Jesus é o centro do cristianismo. E no cristianismo, Ele é o centro de toda a criação. Entender isso nos ajuda a compreender a palavra de Deus e o propósito de Jesus. Ele veio na terra restaurar a humanidade e todos os cosmos; Se mostrar o sentido de todas as coisas.

Se Jesus é o dono de toda a existência, de toda a vida, e o verdadeiro Rei sobre a terra, assim como diz na sua palavra, então, a vontade dele é soberana, inclusive sobre a nossa.

Mas obedecer suas palavras está muito longe de se ver uma marionete de Jesus. E que mesmo isso não faz dele um Deus ruim. Porque o que Ele fez para você, para nós, é prova de amor. E mesmo se fossemos marionetes, valeria mais a pena viver para Ele do que para qualquer outro. Porque esse mesmo Deus também é Pai, e por isso nele somos supridos.

Se você entende que na cruz Ele se fez homem e servo, e deixou claro que é, também, Deus, não nos resta outra coisa, senão considerar seriamente suas palavras. Porque, se você não reparou, elas afetam decisivamente a sua vida hoje. Isso nos ajuda a notar que, realmente, não temos outra saída. Fomos feitos para Ele. Se Ele é tão infinitamente soberano e se importa conosco a tal ponto, então, o que achamos ser melhor para nós ou para o mundo pode não ser.

Numa jornada fascinado por Jesus

O exemplo de Davi é incrível, ele era fascinado. Ele era um rapaz diferente, por mais que tenha cometido muitos erros. O desejo dele expresso em Salmos 27:4 era desfrutar de uma vida de intimidade com Deus. De amor e conhecimento de Deus. Isso valia mais do que sua ascensão como rei de Israel.

Desse modo, viver para a própria promoção não é o bastante. Do mesmo modo, não é bastante qualquer propósito desassociado de Cristo. São todos pequenos, terrenos, duram até esta vida. Mas, nada satisfaz o homem mais do que um propósito eterno; do que entender que a fé em Jesus é o tesouro mais valioso (I Pe 1:7).

A vida vazia se enchendo do tesouro eterno

Somos como tesouros em vasos de barro (II Co 4), carregamos um tesouro valioso. Carregamos a esperança da restauração de todas as coisas. Carregamos a única mensagem que sustenta a humanidade em suas crises reais.

Viver para Cristo é um privilégio, que vai além de buscar uma vida moralmente correta, ao se esforçar em fazer a vontade dele. Vai além de viver uma vida terrena cujos objetivos são a autopromoção ou são desassociados de toda motivação centrada em Cristo.

Em síntese, esta vida vai além de nós. Na verdade, seja jovem ou velhinho, a Ele devemos toda gratidão e honra em tudo o que fazemos e somos, pelo tempo que existirmos. Diante disso, assim como Davi, pedimos apenas uma coisa: queremos um olhar fascinado por Jesus.

Provavelmente, você tem acompanhado nas recentes crises as atitudes de generosidade que têm acontecido ao redor do mundo nos lugares afetados pelo coronavírus. São muitas pessoas se comovendo e mobilizando uma força-tarefa de solidariedade incrível.

As pessoas estão vivendo algo diferente de tudo o que poderiam imaginar e as inevitáveis limitações e restrições fazem parte da vida de todos em algum nível hoje. E apesar não existirem respostas para todas as perguntas, há pessoas que têm visto oportunidade para oferecer ajuda.

Os cristãos carregam a revelação de Deus ao mundo e são transformados nas tribulações a operarem ainda mais alegres e perseverantes na fé.

 

Suportem as fraquezas uns dos outros nas crises

A Palavra diz aconselha a ajudar uns aos outros em suas fraquezas. É dessa maneira que vivemos em comunidade, é sendo igreja primeiro para os dento de casa. Ajudar os da comunidade da fé e a própria família. 

“Nós, que somos fortes, temos o dever de suportar as fraquezas dos fracos, em vez de agradar a nós mesmos.” Romanos 15:1

Devido à pandemia, os idosos são o grupo mais vulnerável. Eles estão mais limitados do que os demais, e portanto mais isolados também. A necessidade de atenção e de respaldo, seja para deslocamento ou ajuda em alguma outra área diminuiria o risco de saúde e de vida.

Neste momento, os idosos e o restante das pessoas que se encontram no grupo de risco são aqueles cujas fraquezas estão expostas e as ações de benevolência a essas pessoas faz toda a diferença na sociedade.

 

As tribulações revelam sua verdadeira espiritualidade

Na vida cristã, passar por tribulações e crises é um meio de Deus trabalhar no interior do cristão. Além disso, nesses momentos em que as pessoas se sentem mais frágeis, impotentes e limitadas é quando elas percebem o quanto precisam de Deus.

É nas tribulações que a verdadeira espiritualidade é revelada. As dificuldades mostram onde a fé realmente está. Deus quer moldar nos seus filhos o caráter de Cristo por meio da perseverança

É nesses momentos que a fé é testada, de ver se sua fé está sendo colocada em prática, se você está vivendo-a o tempo todo. Esta é a verdadeira espiritualidade.

Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma. Tiago 1:2-4

A Igreja foi chamada para brilhar. Isto significa que Deus está separando uma igreja que se alegra em meio às tribulações e que resplandece a graça de Deus em um mundo de trevas.

 

Compaixão e bondade como respostas do amor de Deus

Jesus teve um testemunho impecável diante dos homens e diante de Deus e ensinou os seus discípulos a viverem e propagarem as boas novas, que envolvia conhecer a vontade de Deus. E durante todo o Antigo Testamento os profetas também alertaram o mesmo. 

O que Deus queria não eram sacrifícios como um fim em si mesmos, mas que os corações fossem convertidos a Ele e estendessem misericórdia aos necessitados.

O jejum que desejo não é este: soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper todo jugo? Não é partilhar sua comida com o faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao próximo? Aí sim, a sua luz irromperá como a alvorada, e prontamente surgirá a sua cura; a sua retidão irá adiante de você, e a glória do Senhor estará na sua retaguarda. Isaías 58:6-8

Jesus veio àqueles que eram necessitados e cujas vidas passavam por crises. Ele alcançou e continua operando a partir de sua poderosa misericórdia. A bondade de Deus é real mesmo em meio às dificuldades. E sua bondade pode ser vista através de uma Igreja que ama como Ele amou primeiro.

Esta Igreja é capaz de iluminar o mundo com alegria, porque ela vive na presença do seu Senhor e pode demonstrar a sua fé em compaixão e bondade, como agrada a Deus. Isto é viver uma fé que é praticada o tempo todo, provando e testemunhando que Deus existe e que é poderoso e continua interessando pelas pessoas e por suas dores.

Em toda a Bíblia vemos exemplos da Palavra sendo comparada a algo que preenche nosso interior. Para Jesus, a Palavra era seu alimento. Nos salmos era comparada com o mel, para o salmista é o seu prazer e deleite. Para Jeremias, gozo e alegria no coração e para os discípulos, era a vida eterna. Mesmo com tantos exemplos, é possível estarmos em um contexto no qual apelidamos nossa leitura bíblica devocional de “pão diário” e não levarmos a sério seu significado. Se a Palavra é nosso alimento diário, significa que temos que abri-la e lê-la como se nossa vida dependesse disso – e depende! Precisamos nos alimentar, ou então morreremos espiritualmente. 

Metas e planos de leitura

De fato, em meio a planos e metas de leitura bíblica, podemos cair em um lugar de desânimo. Se não organizamos bem nosso tempo, as circunstâncias podem facilmente nos roubar desse lugar de devoção. A leitura se torna um peso e uma obrigação ou uma tarefa a ser cumprida na longa lista de afazeres diários. Começamos a buscar várias maneiras de nos manter instigados pela Palavra. Adotamos diferentes métodos e recorremos a fontes externas de ânimo para continuar em nosso propósito. 

Apesar de não ser errado se ater a planos de leitura bíblica (inclusive, é altamente recomendável), o que nos motivará a ler a Bíblia diariamente não será nossa força de vontade. O que nos mantém fiéis ao nosso compromisso de leitura – porque é um compromisso sério – é saber o porquê a leitura da Palavra é importante para nós como cristãos e discípulos de Cristo. 

Não é apenas um livro

A Bíblia é mais do que o livro sagrado do cristianismo, é a fonte do conhecimento daquele que é a nossa esperança. Na carta aos Romanos, Paulo nos revela algo impressionante sobre a Palavra: ao lermos as Escrituras não somente obtemos informações ou adquirimos conhecimento sobre algum assunto, mas estamos nos alimentando de ânimo, perseverança e esperança (Rm 15:4). 

Pode parecer estranho dizer que livros como Crônicas ou Números podem proporcionar esperança. A questão é que toda a Bíblia se trata de uma narrativa, na qual um livro complementa o outro, criando uma linha de raciocínio que aponta para Jesus. Não são apenas histórias para conhecermos ou sabermos de cor, mas são Palavras que nos orientam no caminho da justiça e retidão. 

 

Fonte de esperança

Em João 1, a Palavra é uma pessoa: a pessoa de Jesus. Ele é o Verbo que estava desde o princípio com Deus. Ele é aquele que era, é e há de vir. Essa é a nossa esperança e esse é o assunto da Bíblia. De Gênesis a Apocalipse, tudo o que foi escrito foi inspirado por Deus para nos fazer perseverar até que Ele volte, inclusive perseverar na leitura das próprias Escrituras.

“Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança.”
Romanos 15:4

 

Fonte de vida

A Palavra é viva e eficaz em nos sondar e alinhar nosso interior ao dele (Hb 4:12). É mais do que um arrepio, mais do que um quentinho no coração, é o próprio Deus se fazendo acessível a todos. É o próprio Deus iluminando nosso conhecimento para termos revelação de quem Ele é (2 Co 4:6). O desafiador não é saber que á Bíblia é a Palavra de Deus e tem autoridade em nossas vidas – não temos dúvidas disso. Também não é possuir uma Bíblia ou ler um dia ou outro – temos fácil acesso às Escrituras no nosso país e todos gostamos de ler a Palavra. O desafiador é ler a Palavra em busca de vida; ler para viver. 

Quando nos posicionamos para ler a Palavra, precisamos ter em mente que não estamos apenas cumprindo uma meta de leitura. Estamos nos achegando à nossa fonte de vida. O ser humano se torna facilmente religioso quando se trata da sua relação com a Bíblia. Não é difícil para nós colocarmos a leitura bíblica como uma obrigação ou colocar a Bíblia num pedestal (literalmente). Entretanto, é difícil interagirmos ou nos relacionarmos com o Deus que inspirou a Palavra através da Sua Palavra.

 

Palavras que falam

A voz de Deus é audível nas Escrituras, pois o mesmo Deus que falou no passado fala aos nossos corações hoje, seja qual for nosso contexto. Temos que nos achegar às Escrituras com o entendimento e o desejo de sermos transformados pela palavra do nosso Deus. Ele é o nosso pastor e é fiel em nos guiar no caminho da justiça, mas para isso é preciso que reconheçamos a Sua voz.

Então, quando não tivermos ânimo para ler a Palavra, é justamente a ela que devemos recorrer, sabendo que precisamos dela para viver. Nesse lugar de disciplina, o Espírito Santo alcança nosso interior, renovando nossa mente e moldando nosso caráter à semelhança de Cristo. Quero te encorajar a perseverar na sua leitura bíblica, mesmo quando ela for mecânica. Deus nos encontra nesse lugar de devoção e somos transformados pela Sua Palavra – mesmo quando não percebemos de imediato. Que esse entendimento atravesse nossos corações e nos consuma de fome e amor pela Palavra.

“Se tua lei não fosse meu prazer, o sofrimento já teria me destruído. Jamais esquecerei dos teus preceitos, pois é por meio deles que preservas a minha vida”

Salmos 119:91-92

“Abrirei minha boca em parábolas; proporei enigmas da antiguidade” (Sl 78:2)
De acordo com os evangelhos cerca de um terço do ensino de Jesus foi por meio de parábolas. Mesmo elas sendo famosas, até hoje, na linguagem popular, são usadas expressões como “bom samaritano” e “filho pródigo”, poucas pessoas sabem porque Jesus contava parábolas.
“Jesus falou todas essas coisas às multidões por meio de parábolas, e nada lhes falava sem parábolas; para que se cumprisse o que havia sido falado pelo profeta: Abrirei a minha boca em parábolas; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo” (Mt 13:34-35).

Por que Jesus contava parábolas?

Primeiro, é preciso notar que Jesus contava parábolas a fim de cumprir o que fora escrito a respeito dele. Ele veio para cumprir toda a Escritura. Jesus foi obediente até mesmo em relação àquilo que as escrituras apontavam que ele faria. Segundo, as parábolas sinalizavam que os mistérios do reino dos céus não eram dados a qualquer um. Porém, não era a complexidade das parábolas que dificultava as multidões a entenderem os mistérios do reino. O que as impedia era a incredulidade em seus corações que ficava evidente ao ouvirem essas histórias. Jesus fala sobre isso:
“Por isso eu lhes falo [às multidões] por meio de parábolas; porque, vendo, não veem; ouvindo, não ouvem nem entendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, e nunca entendereis; vendo, vereis, e jamais percebereis. Porque o coração deste povo se tornou insensível, e com os ouvidos ouviram de má vontade, e fecharam os olhos para que não vejam, nem ouçam com os ouvidos, nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure” (Mt 13:13- 15).
A boa notícia é que Jesus não para por aí e diz:
“Mas bem-aventurados os vossos olhos [dos discípulos], porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem” (Mt 13:16).

Pedindo sabedoria ao Senhor

Jesus tem outra abordagem ao se dirigir aos seus discípulos. Ele diz que abriria os olhos e os ouvidos de seus seguidores para entenderem a mensagem e os mistérios do reino. Esse é o ponto de diferença entre os discípulos e a multidão. Isto é, a multidão ouve as parábolas de Jesus, se fascinam com sua sabedoria, seus sinais e milagres, mas continuam sem entender. Já os discípulos de Cristo ouvem e entendem. Entendem não por que são mais sábios e inteligentes (os primeiros discípulos eram indoutos e pessoas bem simples), mas porque eles se achegavam ao Mestre para que seus olhos e ouvidos fossem abertos.
“E não lhes ensinava [às multidões] sem usar parábolas, mas explicava tudo a seus discípulos em particular” (Mc 4:34).
A melhor forma de começarmos a entender as parábolas, os mistérios do reino, e toda a Palavra de Deus é nos achegando a Cristo com uma oração: “Abre meus olhos, meus ouvidos e cure meu coração para receber tua palavra.” É a dependência dEle que é a porta de entrada para entender sua palavra.

Como entender o significado das parábolas?

Diante disso, como podemos interpretar hoje as parábolas que Jesus contou há tantos anos atrás? Eis algumas sugestões:
– Seja humilde diante de Deus. As parábolas são a Palavra de Deus, portanto se achegue a elas com oração, temor e dependência do Espírito Santo;
– Seja humilde diante do povo de Deus. A igreja é o povo de Deus espalhado por todas as nações em todas as eras. Antes de nós, muitos cristãos mais piedosos (e também mais inteligentes) estudaram as parábolas. Eles cometeram acertos e erros que ao decorrer dos séculos foram se aperfeiçoando na maneira de interpretação. É completa
arrogância nossa, achar que podemos, por nós mesmos, chegar a entender tudo. O cristianismo é uma fé coletiva e não individualista;
– Preste atenção nas explicações do próprio Jesus. Em muitas parábolas o próprio Jesus traz a interpretação e a explicação aos seus discípulos;
– Não hesite em consultar comentários bíblicos. A não ser que você seja algum erudito em grego e hebraico, pode ser uma boa ideia consultar boas bibliografias elaboradas por cristãos que dedicaram alguns anos de suas vidas estudando esses textos;
– Gaste tempo nas aplicações coloque-as em prática.
A Bíblia deve ser entendida para ser obedecida. Lembre-se que na própria parábola do semeador (Mt 13) a boa semente está relacionada com aquele que ouve e as põe em prática.

A função da música no ensino da Igreja

Aquilo que a Igreja crê, muitas vezes, pode ser percebido através das suas canções. É interessante analisar aquilo que é cantado para perceber qual o seu entendimento a respeito de quem Deus é,  e de quem ela é diante Dele e a posição que ela ocupa no Reino. Uma igreja saudável conhece e crê na verdade das Escrituras. E assim, faz sentido que uma igreja saudável cante as Escrituras e transpareça sua esperança em forma de
canções.
Nada substitui a pregação expositiva da Palavra e não devemos diminuir a sua importância. Ainda assim é interessante notar a capacidade que a música tem de permanecer na nossa mente e por muito mais tempo do que as palavras de um sermão, por exemplo.
Quando percebemos essa realidade começamos a entender a importância de não apenas pregar. Mas cantar corretamente a respeito das verdades eternas das Escrituras, já que a música nos é dada também como uma ferramenta para doutrina do povo de Deus.

O aspecto escatológico das parábolas

Enquanto entendemos o tempo em que vivemos, somos lembrados de que a Igreja que espera pelo retorno de Jesus será preparada como uma Noiva e junto com o Espírito clamará pelo Seu retorno.
Com esse entendimento podemos notar o aspecto escatológico das parábolas contadas por Jesus. E então compreender a importância de interpretar corretamente aquilo que Ele desejava ensinar. A maioria das parábolas de Jesus foram contadas aos judeus, utilizando elementos do cotidiano e da cultura judaica nas histórias. Esse recurso não era algo novo ou exclusivo de Jesus, os próprios rabinos também utilizavam parábolas para o ensino.
Esse recurso utilizado pelos rabinos é conhecido como mashal. Seu registro pode ser encontrado na mishná, uma das principais obras que registra de forma escrita a tradição oral da interpretação.
As parábolas de Jesus utilizam a perspectiva e os conhecimentos culturais daqueles que ouviam para o ensino de uma mensagem mais profunda, que deve ser interpretada por quem as ouve. Então, ainda que para nossa perspectiva atual possa parecer algo místico, com muitos significados enigmáticos, a realidade é que apenas é necessário levar em consideração o contexto e o povo a quem essas parábolas foram contadas.
Ao contar a parábola das dez virgens ou das bodas, por exemplo, Ele se utiliza de elementos cotidianos da cultura do casamento para aqueles que lhe ouviam e aponta para si mesmo como o Noivo, como o Redentor escatológico por quem eles aguardavam.
Jesus fala a respeito do Reino e, através dessas pequenas narrativas fictícias, faz um convite à interpretação embora muitas vezes ao final da narrativa Ele esclareça a lição da parábola. De diferentes formas Ele retoma o cumprimento da Promessa aguardada pelos judeus e aponta para Si mesmo como a Esperança pela qual povo de Deus ansiava.

E quanto a nós, hoje?

É fascinante podermos hoje olhar para o conjunto de parábolas e perceber como o próprio Cristo anunciou o Seu reino entre os homens e ensinou sobre aquilo que devemos aguardar. Que belo quadro escatológico é pintado pelo Salvador. Ainda antes de Sua obra redentora na cruz, revelando a verdade eterna e o cumprimento das profecias em Si mesmo.
Entretanto, parece que esse quadro foi enxergado por quem O ouvia, (conforme Mc. 4:12 e Mt. 13:10-15) cumprindo-se neles a profecia de Is. 6:9-10. Mesmo os discípulos frequentemente precisavam que o Mestre lhes ajudasse a compreender.
Através das parábolas, o próprio Rei ensina sobre os valores do Seu Reino, e instrui a respeito de como aguardar pelo Seu Reino. Isso é o que vemos, por exemplo, através da parábola das Dez Virgens, dos talentos e da parábola das Bodas. Jesus fala sobre o Reino como uma realidade presente, já inaugurada com a Sua encarnação. Mas ainda como uma realidade futura, que entendemos que será consumada e estabelecida no Seu retorno, e
pela qual devemos aguardar preparados e vigilantes.

As parábolas ensinam sobre Esperança

Cantamos as parábolas porque elas instruem sobre a Esperança que sustenta os nossos corações.  A chegada do Noivo, o retorno do Rei, a Grande Colheita do Semeador. O encontro no regresso à casa do Pai, o encontro com o Bom Pastor, o julgamento diante do Justo Juiz, a sentença paga pelo nosso Resgatador e Libertador. Essas e tantas outras narrativas revelavam aos judeus a já presente realidade daquilo que seus pais aguardavam. E hoje elas apontam para a nossa esperança, incendeiam o nosso coração em amor por Aquele que prometeu e é fiel para consumar a promessa.
É um privilégio poder ler e buscar compreender a teologia do próprio Cristo a respeito do Reino através das parábolas. Maior privilégio ainda é poder ter essas verdades enraizadas em nossos corações através de canções que gravam, em melodia, a riqueza do conhecimento de Deus.

A Bíblia está repleta de histórias de pessoas que enfrentaram situações de sofrimento e esses exemplos podem nos ensinar muito. Mas, afinal, como permanecer perseverante quando as dificuldades parecem gritar mais alto do que as respostas para elas? E como a Bíblia pode transformar o coração em meio aos momentos de desespero?

Saiba, a Bíblia continua infalível e poderosa para operar na vida das pessoas. Em meio a tantas preocupações ou mesmo à falta de vontade de perseverar na fé, a Bíblia revelará quem é Deus e as verdades que Ele coloca dentro do coração do cristão.

É por causa desta verdade que permanece em nós e que estará conosco para sempre. 2 João 2,3.

É necessário selar a Palavra do Senhor no coração. É necessário guardá-la profundamente no seu interior. Entender quem realmente o ser humano é, dói, mas é importante para este depender do Senhor e se manter alerta.

 

A verdade é eterna

A Bíblia revela que sua verdade não é passageira. Ela não se limitou ao passado, mas continua autêntica, infalível e com a mesma autoridade até os dias de hoje. Jesus disse a respeito de si mesmo se revelando como a resposta que o coração humano precisa para viver. 

Eu sou o caminho, a verdade e a vida. João 14:6

Jesus é a verdade à respeito do que a vida deveria realmente ser: verdadeira e eterna.

E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, o Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. João 17:3

Este versículo mostra que a vida eterna é conhecer a Cristo, o único Deus verdadeiro enviado ao mundo. Portanto, a verdade da Bíblia não é um paliativo para as situações de dores, porém ela estabelece a vida no seu interior. 

Se trata do caminho que a cultura não é capaz de lhe proporcionar. Se trata da verdade que não será necessário criar para si. E do mesmo modo, se trata da vida que a liberdade por si só não é capaz de lhe suprir. Mas a vida eterna está em conhecer a Cristo, e portanto, conhecer sua obra na cruz. Para isso é importante crer no que Deus fez ao vir ao mundo e em quem Ele é.  

 

A verdade da Bíblia é viva e eficaz

Se não fosse a verdade da Palavra de Deus, a fé não teria valor. Ela não é passageira como os sentimentos humanos, mas é viva e poderosa para falar à alma humana. 

Porquanto a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante que qualquer espada de dois gumes; capaz de penetrar até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é sensível para perceber os pensamentos e intenções do coração. Hebreus 4:12

É um privilégio poder contar com a verdade de Deus todos dias e saber que as suas misericórdias são eternas e incontáveis. Elas permanecem como jóias sobre o interior, são mais preciosas do que o ouro que perece (1 Pedro 1:7).

E a ressurreição de Cristo é a comprovação de que Jesus tem poder até sobre a morte e que o fato de Ele ter vindo ao mundo e morrer, Ele, sim, é capaz de amar como ninguém nunca já fez.

A ressurreição e a vida estão nas mãos dele, e portanto, Ele é a salvação para o perdido.

 

A verdade produz novidade de vida

A Palavra de Deus, a bíblia, produz vida abundante. Deus promete bem aventuranças por meio de um arrependimento sincero. A comunhão e intimidade com Deus são possíveis através de uma vida de oração fundamentada na Palavra, tendo-a como alicerce.

Por isso, mesmo em meio às aflições ou também aos momentos alegres, Jesus continua a ministrar sua vontade aos relacionamentos, e continua suprindo as necessidades do coração humano frágil. Mesmo diante de uma sociedade cética, Ele continua a despejar graça comum.

Mas esta mesma sociedade carece de referência cristã em amor e em atitudes que exalam a graça de Cristo ao mundo, pessoas que vivem uma nova vida em Cristo Jesus.

O mais importante na vida é conhecer a Cristo. É conhecer seu caminho, a fonte de todo o caminhar, para que seja possível uma vida em comunidade e em abundância. Não existe outro caminho melhor, então, continue sempre estudando e meditando nas Escrituras até o dia do Seu retorno. A Bíblia sempre terá muito a ensinar.

Ezequias foi um dos homens mais retos que governou em Israel e seu exemplo nos ensina como responder diante da crise. Ele confiava inteiramente em Deus e tudo o que fazia, prosperava. Mas então ele adoece e a primeira coisa que ele faz, após a ordem de Deus para que a casa dele fosse posta em ordem, foi reconhecer que é um pecador e que não é merecedor de nenhuma das bênçãos do Senhor. Clamou principalmente pela misericórdia de Deus para que ele continuasse a viver. Deus ouviu e respondeu:

Naqueles dias Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; e veio a ele o profeta Isaías, filho de Amós, e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás. Então virou Ezequias o seu rosto para a parede, e orou ao Senhor. E disse: Ah! Senhor, peço-te, lembra-te agora, de que andei diante de ti em verdade, e com coração perfeito, e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo. Isaías 38:1-3

O que Ezequias nos ensina

O primeiro passo daquilo que podemos aprender com Ezequias é que ele confiava em Deus e para confiar é necessário conhecer as pessoas e termos um nível de intimidade com elas, para que assim possamos chegar a um nível de confiança para revelar segredos. Para isso é necessário conquistar, mas para isso é preciso que haja um tempo de qualidade entre nós e Deus.

Ezequias sabia quem Deus era e por isso ele confiava plenamente naquilo que Ele fazia e na sua Palavra. Quando Ezequias recebe a sentença de que morreria, ele não foca nas circunstâncias, mas sim em voltar seu olhar para Deus.

O segundo passo é que sempre devemos nos colocar diante dEle com os nossos corações arrependidos, confiando que independente da circunstância devemos colocar o nosso  foco em Cristo. É através do lugar de oração, que nos despimos de nós mesmos e somos levados a se desconectar das distrações e a somente fixar nossos olhos em Jesus, então conseguimos ouvir o que Ele quer nos revelar naquele momento, construindo assim um relacionamento de intimidade. 

O terceiro passo é para que possamos viver de forma consciente de que Deus se importa e está presente em todos os momentos das nossas vidas e que devemos viver de maneira que o agrade, entendendo nosso papel nesta geração, porque Deus deseja sim responder ao clamor da sua igreja, mas enquanto não nos posicionarmos, nada vai acontecer. 

Como devemos responder ao Senhor

Individualmente e também coletivamente – como corpo de Cristo – quando nos vemos em dias de crise e sofrimento, quando nos vemos diante de um cenário que muda todo o contexto social – nossas vidas e planos se mostram vulneráveis e tudo se torna incerto (trabalho, economias, saúde) – há somente uma coisa a ser feita: buscar ao Senhor em oração. 

O comportamento natural seria questionar o porquê e tentar apresentar respostas. Porém, o Senhor tem mistérios ocultos que pertencem somente a Ele (Dt 29:29). Como Igreja, precisamos nos posicionar. À luz de tudo o que está acontecendo, nosso papel é voltar o rosto para o Senhor; voltar nossas casas para o lugar de oração. Essa deve ser a nossa primeira resposta a essa crise

É no lugar de oração que o Senhor quer nos encontrar. Se não como comunidade reunida em um local físico, em nossas casas, em família. A soberania de Deus inclui as orações do Seu povo. Deus ouviu a oração de Ezequias e mudou o curso da história. 

A Igreja precisa despertar para o lugar da oração

Se há um princípio que importa para o desenrolar dessa história, é que devemos nos posicionar e pedir a Deus por livramento, cura e misericórdia. Este é o primeiro instinto de um coração que ama a Deus. 

O homem piedoso reconhece que é pecador e que não é merecedor de nenhuma das bençãos do Senhor. Por isso, com a consciência limpa, ele pode chegar em confiança diante do Pai, apresentando suas súplicas (2 Tm 4:7; Is 38:17). 

Para enfrentarmos as crises, devemos viver de forma consciente diante de Deus, considerando nossos caminhos, revendo nossas atitudes e prioridades e fazendo uma autoanálise do nosso coração. Importa que vivamos de maneira que agrada ao Senhor.

Assim como Ezequias, precisamos entender nosso papel nesta geração, compreendendo que o plano divino ainda não chegou ao fim e que o Senhor deseja responder a um clamor da sua Igreja e operar em nosso meio e nas nações da Terra.

Então, vamos voltar nossos olhares para Cristo, com o coração arrependido e dispostos a ouvir o que Ele tem a nos ensinar neste tempo dentro de nós e através da nossa sociedade. Sabendo que Ele está sim presente em  todos os momentos do nosso dia e que tudo que fazemos é uma forma de adoração, e que Ele quer sim responder  às nossas orações, mas que precisamos confiar e depender totalmente dEle.

 

Uma vez, chegando em casa quando eu era mais nova, fui fechar a porta do carro e esmaguei meu dedão ali. Subitamente uma corrente de dor insuportável veio até meu dedo, tive a sensação de quase tê-lo arrancado. Fiquei totalmente sem reação, e nem mesmo consegui abrir a porta do carro. Então, minha irmã veio rapidamente e abriu enquanto tudo que eu conseguia fazer era me queixar de dor (e parece que começou a doer mais quando eu vi o sangue). Então meu pai abriu o portão de casa, e me levou correndo para a cozinha, encheu uma tigela com vinagre gelado, pegou minha mão, e colocou meu dedo inchado ali. Eu comecei a chorar, doía muito mais, e eu implorava “pai, por favor para, isso dói mais”, então ele me abraçou, sem tirar meu dedo da tigela e só falou “eu sei que está doendo, mas vai ser melhor para você”. 

O Pastor que está nos vales

Eu sempre me lembro desse momento quando estou passando por situações dolorosas. Quando estou diante de problemas que não consigo resolver, quando a saúde não vai bem, e ao mesmo tempo o mundo inteiro passando por uma pandemia, crises ao redor, preocupações, e me vejo tentando ser forte diante de tudo isso, e tentando não confundir força com autossuficiência. Mas o que aquele momento do parágrafo anterior tem a ver com o que estou falando aqui? Eu entendi que em meio à dor e ao sofrimento, Deus é aquele que me abraça e do caos faz a paz transbordar. Mesmo que tudo ao redor permaneça do mesmo jeito, Ele me sustenta, Ele se faz presente para me ensinar, e me dizer: “eu sei que está doendo, mas vai ser melhor, você vai crescer, alegre-se no sofrimento, eu estou aqui com você, sou seu aliado fiel, sua torre forte”.

Os frutos do sofrimento

Portanto, não estou dizendo que devemos amar o sofrimento, e permanecer ali sempre sofrendo. Se alegrar no sofrimento é se alegrar no que ele gera e produz. Você não precisa sair por aí buscando motivos para sofrer. Mas, quando o sofrimento vier, é uma oportunidade de sermos transformados, pois “ainda que nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente”. (2 Co. 4:16-17). Há algo sendo gerado em nós quando passamos por tempos difíceis, e é nessa verdade que podemos nos apegar quando esses dias chegarem.

O Senhor é a nossa rocha

Lembro-me de uma experiência que tive durante um curso ministerial que fiz há alguns anos. O Senhor começou a me ajudar a ver coisas dentro de mim que não eram muito agradáveis: dores, mágoas e lugares em meu coração que precisavam ser transformados. Foi o início de um processo muito doloroso, eu queria fugir, e falava para Deus que não conseguiria enfrentar. Neste período eu estudava com o time de louvor que eu fazia parte o Salmo 144:1:

Bendito seja o Senhor, a minha Rocha, que treina as minhas mãos para a guerra e os meus dedos para a batalha”.

E enquanto o Senhor me ajudava a colocar algumas coisas para fora, eu me sentia cansada de lutar, e parecia que até meu corpo doía. Eu me vi como se estivesse em um campo treinando com um arco e flecha, tentando acertar o alvo, sem conseguir. Eu tentava, e meus braços doíam ao puxar a flecha, mas ali eu sentia o Senhor me treinando, e como se Ele me falasse: “Vamos lá, mais uma vez, continue treinando”. E eu: “Mas eu estou cansada, minhas mãos não aguentam mais”, e Ele com muito amor :“Eu estou treinando suas mãos para a batalha, Eu sou a sua rocha, continue, você vai conseguir”. Eu chorava enquanto via essa imagem em minha mente, estava doendo, mas eu precisava enfrentar o sofrimento, precisava deixar o Senhor me transformar, trazer cura e me moldar.

O Pai amoroso que está conosco nos processos

Eu me lembro daquele momento com meu pai me abraçando enquanto colocava meu dedo machucado no doloroso processo de cura. “Vai ser melhor para você!” É disso que eu quero que você se lembre. O Pai amoroso te conduzirá com graça nesse processo. No sofrimento, na dor, nos momentos difíceis, coloque-se diante do Senhor perguntando: “qual a resposta eu preciso dar nesse momento?”, e “quais são os lugares do meu coração que precisam ser moldados segundo a Tua vontade a partir disso que estou enfrentando?”. O Senhor mesmo te conduzirá nesse processo. Apegue-se a Ele, e lembre-se: na nossa fraqueza, Ele é a força que sempre irá nos sustentar.