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Santo! A Santidade de Deus

Seguindo a série sobre os atributos de Deus, hoje iremos conversar sobre a Sua santidade.

Se você chegou agora, talvez seja uma boa ideia dar uns passos para trás, e ler um pouco a respeito do porque é importante estudar os atributos de Deus e alguns conceitos teológicos que nos ajudam na jornada de comprender ao Senhor. 

Santo!

Imediatamente me vi tomado pelo Espírito, e diante de mim estava um trono no céu e nele estava assentado alguém.

Aquele que estava assentado era de aspecto semelhante a jaspe e sardônio. Um arco-íris, parecendo uma esmeralda, circundava o trono,

ao redor do qual estavam outros vinte e quatro tronos, e assentados neles havia vinte e quatro anciãos. Eles estavam vestidos de branco e tinham na cabeça coroas de ouro.

Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões. Diante dele estavam acesas sete lâmpadas de fogo, que são os sete espíritos de Deus.

Também diante do trono havia algo parecido com um mar de vidro, claro como cristal. No centro, ao redor do trono, havia quatro seres viventes cobertos de olhos, tanto na frente como atrás.

O primeiro ser parecia um leão, o segundo parecia um boi, o terceiro tinha rosto como de homem, o quarto parecia uma águia quando em vôo.

Cada um deles tinha seis asas e era cheio de olhos, tanto ao redor como por baixo das asas. Dia e noite repetem sem cessar: “Santo, santo, santo é o Senhor, o Deus todo-poderoso, que era, que é e que há de vir”.

Apocalipse 4:2-9

 

Apocalipse 4, Ezequiel 1 e Isaías 6 nos mostram a descrição da sala do trono.

Nesse momento, diante do Senhor, há seres viventes, anciãos, anjos e querubins. Todos rendendo adoração incessante, declarando: Santo!

A Santidade de Deus

Apenas essa descrição da sala do trono deveria ser o suficiente para despertar a nossa curiosidade. De todos os atributos que poderiam ser destacados a respeito do Criador, todas as criaturas no céu não conseguem ignorar a Sua santidade.

Ainda assim, como se apenas isso não fosse suficiente, as Escrituras trazem diversas declarações a respeito da santidade de Deus. Inclusive, Ele se refere a Si mesmo como o Santo de Israel.

📖 Salmos 99:9 (NVI): “Exaltem o Senhor, o nosso Deus, e prostrem-se diante do seu santo monte, pois o Senhor, o nosso Deus, é santo.”

📖 Isaías 43:3 (NVI): “Pois eu sou o Senhor, o seu Deus, o Santo de Israel, o seu Salvador; dou o Egito como resgate por você, a Etiópia e Seba em troca de você.”

Leia também: 1 Pedro 1:16, Salmos 22:3, Êxodo 15:11, Apocalipse 15:4, 1 Samuel 2:2, Isaías 57:15, Isaías 47:4, Isaías 41:14, Ezequiel 39:4.

O que significa dizer que Deus é Santo?

Visto que as Escrituras dão tanta importância para a santidade de Deus, o que significa quando falamos sobre a santidade de Deus?

A definição literal da palavra Santo é separado.

Portanto, quando declaramos Sua santidade, estamos reconhecendo que Ele é diferente, separado e superior a tudo o que conhecemos. A santidade é a essência de quem Deus é. É um atributo que permeia todos os outros atributos de Deus.

“A Santidade é a beleza em todos os atributos de Deus.” – A.W. Pink

Deus ser Santo significa que Ele é diferente e superior. A bondade de Deus, por exemplo, é diferente de qualquer bondade que possamos imaginar; ela é superior, é santa. Da mesma forma, a justiça de Deus é santa e completamente distinta da justiça humana.

Convite feito a nós

Diante de Sua santidade, existe um convite feito a nós: Deus nos chama a ser santos como Ele é santo. Ou seja, somos chamados para ser diferentes, separados e completamente dedicados a Ele.

📖 Levítico 20:7-8 (NVI): “Consagrem-se e sejam santos, porque eu sou o Senhor, o Deus de vocês. Obedeçam aos meus decretos e pratiquem-nos. Eu sou o Senhor, que os santifica.”

Neste texto de Levítico, vemos o Senhor comunicar uma lista de regras de conduta para o Seu povo. São diversas regras sobre o que o povo poderia e não poderia fazer, todas demonstrando uma verdade: vocês devem ser diferentes das nações ao seu redor, devem ser santos, separados.

No livro de Romanos, o apóstolo Paulo destaca esse mesmo conceito:

📖 Romanos 12:2 (NVI): “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

A Santidade de Deus e o pecado do homem

O mesmo texto de Levítico nos explica que todo pecado cometido pelo homem deve ser punido com morte. Quando lemos esse texto sem um entendimento adequado a respeito da santidade de Deus, o discurso pode parecer cruel, autoritário e injusto.

Entretanto, quando compreendemos a santidade de Deus, podemos entender a simples verdade: Deus não se mistura com o pecado.

Ele é Santo e o pecado do homem ofende profundamente essa santidade, nos tornando automaticamente inimigos de Deus.

Isso significa que não posso pecar?

Sim e não.

A questão central do evangelho é exatamente essa: Deus não se mistura com o pecado, Ele é Santo, e o homem simplesmente não é capaz de não pecar.

Com o objetivo de resolver a situação, em sua bondade, misericórdia e justiça, Deus ama tanto o mundo que entrega o Seu Filho como expiação pelos nossos pecados.

É por causa do sangue do Filho, que abriu um caminho para nós, que hoje podemos ser amigos de Deus.

📖 João 14:6 (NVI): “Respondeu Jesus: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.’”

Ou seja, não, isso não significa que preciso conseguir não pecar para me aproximar de Deus, o sangue de Jesus me garante esse acesso.

Por outro lado, sim, isso significa que preciso buscar uma vida sem pecado, ou seja, de santidade, porque compreendo que Santo é aquele que me chamou. Ele me convida para uma vida de santidade.

Sendo assim, a renúncia a uma vida de pecado é um ato de amor a Deus, que é santo. Não um ato de “auto-justificação” de alguém que procura ser bom o suficiente para estar na presença de Deus.

Como então me santifico?

📖 2 Coríntios 3:18 (NVI): “E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito.”

O convite feito a nós diante da santidade de Deus é simples: contemplá-Lo. Adorá-Lo em Sua santidade, meditar nas Escrituras, investir tempo em oração. Imaginar a cena da sala do trono descrita em Apocalipse e permitir que a contemplação do que é Santo nos torne cada dia mais santos.

Hoje podemos entrar com confiança na presença do Senhor, contemplarmos a sua beleza e confiarmos que, em Sua fidelidade, Ele fará o resto. Que possamos viver em reverência e adoração a este Deus santo, buscando conhecê-Lo cada vez mais profundamente.

“O que vem à mente de uma pessoa quando pensa em Deus é a coisa mais importante sobre ela.” – A.W. Tozer, O Conhecimento do Santo

Ter uma visão correta a respeito de Deus é fundamental para a jornada cristã! Só podemos adorar aquilo que de fato conhecemos. Portanto, é importante saber quem Deus realmente é para que possamos adorá-Lo verdadeiramente e nos relacionarmos com Ele a partir de Sua real natureza. Caso contrário, criaremos um ídolo em Seu lugar.

Entender que Deus quer ser conhecido e que Ele se revela através das escrituras é o ponto de partida para a nossa jornada.

E hoje vamos mergulhar um pouco mais fundo no que talvez seja um dos atributos mais famosos de Deus.

Deus é Fiel

Se você nunca ouviu alguém falando que Deus é fiel, certamente já leu isso no para-choque de algum caminhão ou em um adesivo colado em um carro!

Mas o que significa dizer que Deus é fiel? Fiel a quem? Fiel a quê?

📖 2 Timóteo 2:11-13 (NVI):

“Esta palavra é digna de confiança: Se morremos com ele, com ele também viveremos; se perseveramos, com ele também reinaremos. Se o negamos, ele também nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar a si mesmo.”

Primeiramente, precisamos compreender que a fidelidade é a natureza de Deus.

📖 Salmos 33:4 (NVI):

“Pois a palavra do Senhor é verdadeira; ele é fiel em tudo o que faz.”

Leia também: Deuteronômio 7:9, 1 Coríntios 1:9, Hebreus 10:23, Lamentações 3:22-23, Salmos 36:5

Inegavelmente, a Bíblia inteira é uma grande história a respeito da fidelidade de Deus.

A história da fidelidade de Deus

Em Gênesis 3, logo após a queda do homem, o Senhor faz uma promessa: do ventre da mulher viria aquele que pisaria a cabeça serpente. Ele está dizendo ali que nasceria um homem que salvaria toda a humanidade e seria capaz de destruir o inimigo das nossas almas.

No nascimento de Jesus temos o cumprimento parcial dessa promessa, que seja completamente consumado com o Seu retorno.

O Salmo 100:5 diz que Sua fidelidade permanece por todas as gerações. E é exatamente isso que a Bíblia está nos mostrando. Um Deus que tinha todos os motivos do universo para falar: “Quer saber, deixa pra lá… Eu vou criar uma outra raça que seja mais obediente que vocês.” Mas Ele não faz isso. Por quê? Por Sua fidelidade. Ele não pode e não vai negar a Si mesmo. Não vai mudar de ideia, não vai voltar atrás em Suas palavras.

Sobre a fidelidade de Deus está alicerçada toda a nossa esperança de um futuro abençoado. É em consequência da fidelidade divina que suas alianças permanecem, e suas promessas serão cumpridas. É unicamente por termos completa certeza da fidelidade do Altíssimo que vivemos em paz e esperamos com segurança a vida vindoura. – A.W. Tozer

Fiel a quê?

Sabemos então que o Senhor é fiel, mas precisamos nos perguntas: fiel a quê? Este talvez seja o ponto de maior confusão para o cristão contemporâneo quando falamos da fidelidade. Estamos tão acostumados a falar que Deus é fiel que nos esquecemos de perguntar fiel a quê e simplesmente assumimos que é a nós, ao nosso bem-estar.

Para conseguirmos respostas para essa pergunta, precisamos mais uma vez olhar para as escrituras:

Ele é fiel à Sua Palavra

📖 Isaías 46:10-11 (NVI):

“Eu anuncio o fim desde o começo, desde os tempos antigos, o que ainda está por vir. Digo: ‘O meu propósito permanecerá em pé, e farei tudo o que me agrada.’ Do leste convoco uma ave de rapina; de uma terra distante, um homem para cumprir o meu propósito. ‘O que eu disse, isso eu realizarei; o que eu planejei, isso farei.’”

Leia também: Ezequiel 12:25, Números 23:19, Salmos 89:34, Mateus 24:35, Hebreus 6:17-18

Deus é fiel à Sua própria palavra, ao que Ele prometeu que faria. Ele é fiel às Suas alianças.

📖 Hebreus 6:13-14 (NVI):

“Quando Deus fez a sua promessa a Abraão, jurou por si mesmo, visto que não havia ninguém superior a ele por quem jurar, dizendo: ‘Esteja certo de que o abençoarei e farei numerosos os seus descendentes.’”

Portanto, dizer que Deus é fiel não é um sinônimo de que tudo vai dar certo em nossa vida. Não significa que todas as portas estarão abertas, que teremos um emprego ou que vamos casar. A fidelidade de Deus é com a Sua palavra, não com a minha ideia de como as coisas deveriam ser.

E eu com isso?

Se Deus é fiel à Sua palavra e não a mim, o que entender a fidelidade de Deus significa para mim?

Mais uma vez, voltemos para as Escrituras. Sua palavra diz o seguinte:

📖 Colossenses 1:22-23 (NVI):

“Antes vocês estavam separados de Deus e, em suas mentes, eram inimigos por causa do mau procedimento de vocês. Mas agora ele os reconciliou pelo corpo físico de Cristo, mediante a morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação.”

A promessa do Senhor nesse texto é clara: Ele estará conosco em nossa jornada de santificação. Sua fidelidade é nos tornar mais parecidos com Cristo, até o dia de Cristo.

A jornada de santificação

O problema aqui é que, na grande maioria das vezes, a santificação não vem no pacote que esperamos. Normalmente, ela é aparente sucesso, emprego novo, grandes promoções, carro novo ou, em resumo, tempos fáceis.

Por mais difícil que seja admitir, somos muito mais desafiados a ser como Cristo na hora da demissão, da doença, do carro quebrado ou da espera. Assim, é nos “nãos” e nas frustrações que devemos nos apegar à verdade de que Deus é fiel, independentemente dos nossos sentimentos.

Ele não é fiel ao que parece melhor para mim. Ele é fiel à Sua palavra, e Sua palavra diz que Ele está comprometido em me tornar mais parecido com Cristo.

Ainda que seja desconfortável e, às vezes, até mesmo triste, podemos descansar no fato de que Ele é fiel ao que prometeu. É sobre isso que o autor de Romanos está falando no capítulo 8, quando diz que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.

Finalmente, diante da Sua fidelidade, não precisamos temer más notícias ou andar ansiosos pelo dia de amanhã. Ainda que no futuro enfrentamos frustrações e tempos difíceis, podemos descansar na confiança de que, no grande dia do Senhor, seremos apresentados santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação.

Na teologia existem alguns conceitos a respeito dos atributos de Deus que nos auxiliam na jornada por esse estudo.

Alguns deles são simples de serem compreendidos, enquanto outros desafiam completamente nossa lógica e capacidade cognitiva!

E antes de mergulharmos mais fundo em atributos específicos de Deus, precisamos colocar as bases para o nosso entendimento.

Por que estudar os atributos de Deus?

Nosso ponto de partida sempre será a importância de conhecer ao Deus que dizemos servir. Se o adoramos, mas não o conhecemos, estamos adorando uma imagem criada pela nossa imaginação. E, ainda que tenhamos boas intenções, estamos caindo no pecado da idolatria.

Conhecer a Deus nos dará a firmeza que precisamos para concluirmos nossa jornada cristã com sucesso!

Sem dúvidas, existe muito para se conhecer a respeito do Senhor e nossa mente (humana e limitada) nunca seria capaz de compreender em plenitude sua magnitude.

No entanto, a fim de “facilitar” o estudo dos atributos de Deus, vamos conversar sobre alguns conceitos importantes!

Deus é o que é

Primeiramente, precisamos estabelecer que Deus simplesmente é o que é. Tudo o que Ele é, Ele o é por completo.

Quando dizemos que Deus é misericordioso, não podemos assumir que Ele atua com misericórdia em determinadas situações. Que, às vezes, quando necessário, Ele diminui sua misericórdia para exercer justiça. Não! Ele é 100% misericordioso, assim como é 100% justo.

Seus atributos não estão em conflito uns com os outros e Ele não escolhe alguns atributos em alguns momentos.

Tudo o que Deus é, Ele o é por completo. E, ainda que esse conceito desafie a nossa lógica, a verdade não é refém do nosso entendimento.

“Disse Deus a Moisés: ‘Eu Sou o que Sou’. Disse mais: ‘Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós’.” – Êxodo 3:14

Atributos Comunicáveis e Incomunicáveis de Deus

Em seguida, para tornar o estudo dos atributos de Deus mais didático, a teologia os divide em duas categorias: comunicáveis e incomunicáveis. Mas o que isso significa?

Basicamente, os atributos comunicáveis de Deus são aqueles que Ele compartilha conosco em certa medida. Estes atributos nos permitem refletir, de maneira limitada, o caráter de Deus em nossa própria vida. São qualidades que Deus possui e que, de alguma forma, podemos também possuir.

Aqui precisamos ressaltar que o Senhor é infinitamente superior a qualquer coisa que conhecemos. Nem em nossos melhores dias seremos capazes de demonstrar esses atributos em plenitude, como Ele o faz. Mas, por sua graça e misericórdia, podemos provar e crescer, à medida que nos tornamos mais parecidos com Cristo.

Alguns exemplos de atributos comunicáveis de Deus são: amor, sabedoria, justiça e misericórdia. Embora nossa expressão desses atributos seja imperfeita, eles nos aproximam do caráter divino.

Os atributos incomunicáveis, por sua vez, são exclusivos a Ele. Não podem ser encontrados na humanidade. Estes atributos destacam a infinita diferença entre Deus e Suas criaturas.

São atributos que pertencem somente a Deus. Eles incluem onipotência, onisciência, onipresença e imutabilidade. Esses atributos demonstram a majestade e supremacia de Deus sobre toda a criação.

A Imanência de Deus

Outro aspecto teológico que nos ajuda na nossa compreensão dos atributos de Deus é a Sua imanência e transcendência.

A imanência de Deus refere-se à Sua presença ativa e contínua na criação. Deus não é distante, não é apenas um observador; Ele é acessível, íntimo e atuante em todas as partes do mundo. Ele está presente em todos os aspectos da vida, sustentando e interagindo com Sua criação.

Um exemplo claro da imanência de Deus é a ideia de que Ele está envolvido em nossas vidas, ouvindo orações e agindo no mundo.

“O Senhor está perto de todos os que o invocam, de todos os que o invocam com sinceridade.” – Salmo 145:18

A Transcendência de Deus

A transcendência de Deus, por outro lado, significa que Ele está acima e além de toda a criação. Deus é grandioso, majestoso e infinitamente superior a tudo o que existe. Ele é infinito, eterno e completamente distinto de tudo o que criou. Ele não está limitado pelo tempo, espaço ou qualquer outra dimensão da realidade física.

A transcendência de Deus enfatiza Sua grandeza, poder e santidade, mostrando que Ele é incomparável e além da compreensão humana total.

“Porque assim diz o Alto e Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.” – Isaías 57:15

Aplicação prática

Finalmente, de que forma essa compreensão altera o nosso estudo a respeito dos atributos de Deus?

Sempre que nos aproximamos do Senhor e nos esforçamos para compreendê-lo, podemos nos lembrar:

Ele é imanente, ou seja, está presente. Quer ser conhecido, fez questão de se revelar, está conosco a cada passo dessa jornada.

Por outro lado, Ele é transcendente. O que significa que Ele é diferente de tudo o que conhecemos e nunca seríamos capazes de compreendê-lo por completo.

Sua bondade é imanente, podemos provar dela e até mesmo expressá-la, porém ela é transcendente, completamente diferente da nossa: superior e perfeita.

O mesmo pode ser dito sobre Sua misericórdia, graça, justiça. Todas elas, ainda que estejam presentes na nossa vida, são maiores do que nosso intelecto é capaz de compreender.

Entender os atributos de Deus, tanto comunicáveis quanto incomunicáveis, junto com Sua imanência e transcendência, nos ajuda a apreciar a complexidade e a maravilha do caráter divino. Deus é ao mesmo tempo próximo e envolvido conosco, enquanto também é grandioso e infinitamente além da nossa compreensão.

“Os mistérios de Deus são profundos e inescrutáveis, além da nossa compreensão.” – John Wesley

“O que vem à mente de uma pessoa quando pensa em Deus é a coisa mais importante sobre ela.” – A.W. Tozer, O Conhecimento do Santo

Ter uma visão correta a respeito de Deus é fundamental para a jornada cristã! Afinal, só podemos adorar aquilo que de fato conhecemos. Portanto, é importante saber quem Deus realmente é para que possamos adorá-Lo verdadeiramente e nos relacionarmos com Ele a partir de Sua real natureza. Caso contrário, criaremos um ídolo em Seu lugar.

Se digo que adoro a Deus, mas não O conheço, estou adorando um ídolo que é uma projeção de mim mesmo.

Portanto, conhecer a Deus é o coração da jornada cristã. Nas próximas semanas, iremos olhar mais de perto o que as Escrituras dizem sobre o Senhor e quais são alguns de Seus atributos. Vamos juntos?

Entretanto, antes de nos aprofundarmos nesse assunto, precisamos destacar algumas verdades das Escrituras que nos ajudarão nessa jornada:

Deus Quer Ser Conhecido

📖 “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho.” – Hebreus 1:1

No texto de Hebreus, podemos ver como desde sempre o Senhor se fez conhecido. Inicialmente, revelando-Se aos profetas e, em seguida, por meio do Filho.

Deus não está assentado em um trono distante, olhando para nós com indiferença, esperando que nos aproximemos. Ele é ativo em Se revelar. Desde o Éden, em Gênesis 3:8, quando Deus vinha ao jardim para se encontrar com o homem, até Apocalipse 21, que descreve que o Tabernáculo de Deus está com os homens, Ele será o seu Deus e eles serão o Seu povo.

A Bíblia inteira é a história de um Deus que quer ser conhecido. Portanto, é importante que nós O conheçamos e possamos contar com Ele nessa jornada.

O Conhecimento de Deus é Revelado em Cristo, nas Escrituras

Tudo o que sabemos sobre quem Deus é está escrito. Nada além disso.

📖 2 Timóteo 3:16-17 (NVI):

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.”

📖 2 Pedro 1:20-21 (NVI):

“Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura surgiu de interpretação particular, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo.”

Deus inspirou as Escrituras e Ele se faz conhecido através delas. Ele não é definido pelo que eu sinto, pelo que eu penso, ou pelas minhas ideias e noções de quem Ele é. Não é pelo que eu ouvi do meu pai quando era pequena ou pelo pastor da minha igreja.

A verdade está neste livro e, a partir dele, vamos caminhar. Independentemente dos meus sentimentos ou da minha lógica – e, acreditem, muitas vezes a Bíblia desafia a minha lógica – ela é o fundamento, não eu.

O Conhecimento de Deus Precisa Gerar uma Mudança em Mim

📖 Tiago 1:22:

”Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos.”

Se eu ouço a respeito de Deus, entendo quem Ele é, mas isso não muda absolutamente nada na minha vida, estou enganando a mim mesma. Todos os encontros com Deus na Bíblia geraram mudanças profundas nas pessoas. Mudanças em suas percepções da realidade, de si mesmos e de seu futuro.

Portanto, quero desafiá-lo a ouvir tudo o que ainda vamos conversar com a pergunta em mente: E eu com isso? De que forma essa verdade vai afetar a minha vida?

Que possamos caminhar juntos nessa jornada de conhecer a Deus mais profundamente, transformando nossas vidas à luz de Sua verdade.

“Livro da revelação de Cristo Jesus”
Apocalipse 1:1

A abertura do livro de Apocalipse deixa clara sua intenção: nos apresentar a revelação de Jesus Cristo!

Quem vê a mim vê ao Pai

Sem dúvidas, conhecer a Cristo é uma das disciplinas mais importantes que um cristão deve ter. Afinal, é impossível conhecer a Deus sem conhecer a Jesus. A Bíblia nos explica que o Senhor se fez conhecido através do Filho, que é a imagem do Deus invisível. Além disso, o próprio Jesus, quando estava com os discípulos, disse que quem o visse, via o Pai (João 14:9).

Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele.

Colossenses 1:15-16

O medo do livro de Apocalipse

Ainda que saibamos a importância de conhecer a Jesus, historicamente existe um medo na igreja de ler o livro de Apocalipse. Lembro de quando eu era criança ouvir muitas pessoas falando para, ao ler a Bíblia, pular Apocalipse e Cantares!

Compreendo, esses dois livros trazem muitas metáforas, alegorias e possibilidades de interpretação. No entanto, não podemos simplesmente descartar um livro da Bíblia. Se ele está ali, é por um bom motivo. Precisamos nos lembrar:

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra. 2 Timóteo 3:16-17

No versículo 3 de Apocalipse 1, o autor é muito claro em sua declaração:

Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo.

Temos hoje um privilégio que a igreja primitiva não teve: o acesso a este livro e esta revelação.

O livro da revelação de Cristo Jesus

Portanto, precisamos ler com a consciência de que ali encontraremos a Revelação de Cristo Jesus. Logo no primeiro capítulo, vemos o autor, João, trazendo descrições preciosas a respeito de Jesus, Deus e do Espírito Santo. Descrevendo uma experiência que teve quando estava prisioneiro na ilha de Patmos, ele nos conta sobre a sala do trono e alguém semelhante a um filho de homem.

Você consegue imaginar a grandeza dessa revelação?

Alguém semelhante a um filho de homem

A partir deste ponto, João traz diversas descrições a respeito de quem Jesus de fato é.

Ele o descreve como:

  • Nosso noivo
  • Rei
  • Juiz que trará justiça às nações
  • A Testemunha fiel
  • O primogênito dos mortos
  • O príncipe dos reis da terra
  • Aquele que nos amou
  • Alfa e Ômega
  • Princípio e Fim
  • Que era, é e há de vir

Cada uma dessas descrições carrega uma verdade profunda a respeito de Seus atributos e do plano de Deus para a humanidade. Por exemplo, dizer que Ele é o juiz que trará justiça às nações aponta para o plano de Deus de entregar a Cristo todo o domínio. Dizer que Ele é o primogênito dos mortos aponta para a ressurreição que nos espera. Ele morreu e ressuscitou para que, através dele, tivéssemos a possibilidade da vida eterna (1 Coríntios 15).

Há tantos tesouros escondidos em cada uma dessas descrições, e o livro de Apocalipse nos convida a mergulharmos nessas verdades.

Qual a relevância para os dias de hoje?

Em Mateus 24, Jesus descreve como seria o cenário no mundo nos dias que antecedem a sua volta.

Um dos pontos de maior destaque nessa descrição é que haveria muito engano. Muitas pessoas buscando mestres que ensinem o que elas querem ouvir. Pessoas ofendidas com os acontecimentos, abrindo mão da fé, por não compreenderem o plano do Senhor.

Diante de tanto caos, guerras e rumores de guerras, serão encontrados fiéis aqueles que, por conhecerem ao Senhor, confiam plenamente em sua liderança!

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Quer saber mais sobre esse assunto? Temos um curso completo, que explora cada uma das descrições de Cristo no livro de apocalipse na Fhop School!
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“Ao chegar o dia de Pentecostes, todos estavam reunidos no mesmo lugar.”

Atos 2.1

O Espírito se move na unidade

Algo que sempre me chamou a atenção em acampamentos, retiros e conferências em que participei, nas quais todos percebem nitidamente uma ação do Espírito Santo nas sessões e durante as preleções, é a forma como aqueles momentos considerados “sérios” ou “santos” em relação à outras partes da programação, sempre acabam levando as pessoas a se conectarem umas às outras, abrirem e encontrar consolo em pessoas até então desconhecidas e realmente sair daquele ambiente com algum senso aguçado de pertencimento ou comunhão.

Ao meditar no texto de Atos 2, comecei a me questionar de como homens, que até então choravam e tinham medo de estar diante das pessoas, após receberem do Espírito, tornam-se defensores corajosos da mensagem do evangelho e partem para todas as nações levando uma mensagem, que sobretudo, envolve o partilhar em comunhão da mensagem de Cristo. O que eles fizeram? O que eles viram? Como seus temperamentos e personalidades foram tão adaptados rapidamente ao convívio da comunidade? A grande percepção é que há na ação do Espírito um mover em meio a comunidades intencionais, a união de pessoas que reconhecem suas fraquezas diante das promessas e da soberania de Deus e assim levam essa mensagem por todo o mundo.

Dessa forma, sou despertada a buscar um pouco mais a partir da história de Pentecostes a entender como a ação do Espírito e o seu derramar, transformaram homens frágeis e fracos em sua essência em uma família que, mesmo espalhada pelo mundo, permaneceu em unidade ao longo de toda trajetória bíblica, propagando o evangelho e a intencionalidade perante o Espírito Santo.

Perseverantes da esperança e na oração

Após a ressurreição de Jesus, a bíblia nos conta que ao ascender aos céus, Jesus comissionou os discípulos à pregação do evangelho mas também orientou que eles permanecessem em Jerusalém até a descida do Consolador (Lc 24.48-49) e nesse contexto, o capítulo 1 de Atos descreve, em relato a Teófilo, a ascensão de Jesus aos céus, tal como a promessa deixada acerca do derramamento do Espírito Santo, o qual os capacitaria a pregar o evangelho em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da Terra (v.8).

Os discípulos começam a se unir em oração dentro de suas casas(v.14) e a organizar a sua dinâmica após a ascensão e partida de Jesus (v.21). E então, é nesse contexto que o versículo 1 do capítulo 2 inicia dizendo que todos estavam reunidos no momento em que o Espírito foi derramado.

Anunciando corajosamente o evangelho

Após o derramamento do Espírito e a manifestação de línguas dentre o povo, os discípulos se levantam para, corajosamente, pregar o evangelho para as pessoas que ali estavam. A partir desse contexto, os discípulos vão sendo enviados para outras cidades e, com a junção aos outros apóstolos e discípulos, a igreja que hoje conhecemos vai se espalhando pelo mundo, chegando até nós atualmente, os mesmos discípulos que, após a morte e julgamento de Jesus se trancaram em suas casas temerosos, agora passam a anunciar o que viram e ouviram de Cristo, afirmando que jamais poderão parar de testemunhar acerca de Cristo.

Além disso, o próprio livro de Atos afirma que nessa recém formada igreja de Cristo, havia tamanha comunhão que nenhum dos irmãos passava nenhum tipo de necessidade, pois todos partilhavam seus bens uns com os outros, os mesmos que antes, durante o ministério de Jesus, não souberam lidar com a falta de alimento perante uma multidão ou tiveram dificuldades de amar a abraçar publicanos e cobradores de impostos, agora pregam o amor de Jesus, não só para judeus mas por todo o mundo.

Isso tudo é explicado quando voltamos as escrituras e nos lembramos que o Espírito é, acima de tudo, Deus em meio aos homens; é o consolador enviado por Deus para nos ensinar acerca do próprio caráter divino (João 14.16) e com isso nos aperfeiçoar como uma noiva gloriosa que de forma perfeita se apresentará ao Senhor. Para isso, o Espírito Santo em nós produz frutos de graça e justiça, que revelam o pai e nos permitem edificarmos uns aos outros.

Somente pelo Espírito Santo

O próprio Cristo revela que é por meio do Espírito que habita nele que o Reino é proclamado na Terra por meio de sinais e maravilhas, os quais edificam e revelam o Pai. Esse aperfeiçoamento em unidade, é um dos símbolos da igreja de Cristo, como o próprio Jesus orou em João 17, sendo assim a edificação vem pela ação do Espírito.

A Bíblia afirma que os dons dados pelo espírito são dados e distribuídos para a edificação do corpo de Cristo (1 Co 12.11).Por mais que eu possa tentar ser boa, compassiva, gentil e generosa, toda a tentativa humana a partir de sua natureza caída está fadada à destruição, mesmo dentro do ambiente eclesiástico. É nesse ponto que as escrituras afirmam que todas essas batalhas, internas ou externas, que levam ao crescimento, só podem ser vencidas pelo Espírito, pela ação do Espírito (Zacarias 4.6).

Dessa forma, o livro de Atos deixa claro que a partir do derramamento do Espírito Santo em Pentecoste há de fato a demonstração da unidade a partir de um só foco, revelar a Jesus Cristo (João 17.21). Homens antes unidos fisicamente pelo medo, agora, ainda que distantes fisicamente, revelam a unidade pelo sangue e propósito de Cristo.

O Espírito é o que levará o povo de Deus à verdadeira unidade e para desfrutar desse processo é indispensável reconhecer a necessidade do espírito diariamente em nossas vidas. Uma boa intenção, uma boa atitude para com o próximo ou unidade com a igreja, por exemplo, não é possível sem a ação direta do Espírito Santo.

O privilégio da comunhão dos santos

Além disso, o convite do Espírito há comunhão dos santos é também um convite para abrirmos mão do egoísmo, daquela velha forma de viver que nos faz priorizarmos nossos próprios desejos e interesses, afinal Jesus terá para sim uma igreja, um corpo formado de muitos membros, muitos irmãos que formam uma grande família. Em Atos, a unidade é o reflexo de uma igreja cheia do Espírito Santo.

E por fim, é necessário pedir que o Espírito nos lembre de que há uma promessa de que todos os salvos, unidos se apresentarão diante do Cordeiro de Deus puros, sem mancha, mas até lá temos o privilégio de encorajarmos uns aos outros. Unidade é um privilégio dado a família de Deus e executado por meio do Espírito Santo.

Julia Helen de Arruda Silva

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Julia Helen de Arruda Silva – Aluna da track de Proclamadores do Fascinação, Turma 20

 

 

“Ela não se afastava do templo, cultuando a Deus dia e noite com jejuns e orações.” (Lucas 2:37)

A história de Ana e Simeão é relatada no livro de Lucas de forma breve. Simeão recebeu uma revelação do Espírito Santo – em uma época que o Espírito não havia sido derramado: ele não morreria sem ver o Messias. Ao ver o bebê Jesus no templo ele diz “meus olhos viram a salvação”. Já Ana era uma viúva com mais de 80 anos que permanecia no templo dia e noite cultuando a Deus com orações e jejuns. Ao ver o menino Jesus no templo, Ana falou sobre o menino a todos que esperavam a redenção de Jerusalém.

Mas o que há em comum entre Ana e Simeão?

Ambos eram pessoas comuns, pessoas que só foram citadas nessa passagem bíblica. Pessoas que carregavam marcas da vida, que estavam imersos em um cenário político conturbado, sem esperança, pois Deus estava em silêncio há 400 anos. Porém, além de pessoas comuns, Ana e Simeão eram precursores. Pessoas que têm uma visão além do seu tempo, que vão à frente abrindo um caminho para que outros possam trilhar.

Ana e Simeão entendiam o tempo que eles estavam vivendo no plano de Deus ao ponto de reconhecer um bebê como o Messias que traria a salvação. Ana e Simeão são protótipos de precursores do fim dos tempos, pessoas comuns com uma devoção perene que permanecem com os olhos fixos na promessa e que tem uma visão profética do plano de Deus.

A revelação do Senhor a seus servos

Amós 3:7 diz que Deus não faz coisa alguma sem antes revelar aos seus servos, os profetas. Esse versículo deixa evidente que tudo que o Senhor faz, Ele comunica aos profetas que são seus servos. Servos são pessoas dependentes de um Senhor, pessoas que não fazem nada por si mesmas, portanto são confiáveis e obedientes.

O Senhor não compartilha seu coração com todos, mas com aqueles que Ele pode confiar, pois serão obedientes. No relato sobre Ana e Simeão é possível perceber que o Senhor comunicou a eles Seu plano, ademais eles não poderiam saber que um bebê era o Messias.

Sem uma revelação do próprio Deus. Ou seja, sem uma visão profética Ana e Simeão não gastariam sua vida à espera de uma promessa.

Como a história de Ana e Simeão se aplica nos nossos dias?

No plano de Deus nós também estamos posicionados em uma parte da história. O Senhor busca pessoas que tem uma visão desse plano e sabem onde estão posicionados, assim como Ana e Simeão. Mas, afinal em qual momento da história desse plano estamos hoje? Ao longo do antigo testamento é possível acompanhar a narrativa do plano de Deus, todas as histórias de destaque bíblico tem um propósito que converge em Jesus.

De forma simplificada, após Adão e Eva pecarem Deus fala sobre seu plano de redenção pela primeira vez, conhecido teologicamente como protoevangelho. Gênesis 3:15 diz: “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”.

A partir dessa fala de Deus, todas as gerações tinham expectativas por gerarem aquele que traria redenção. Ao longo do antigo testamento lemos muitas promessas de quem seria esse sumo sacerdote, como em Isaías 53.

A primeira vinda do Messias

Ana e Simeão estavam presentes quando finalmente o Messias, que traria redenção ao povo, nasceu. Ambos sabiam exatamente o momento da história em que viviam, sabiam da promessa e por meio do Espírito Santo sabiam que veriam com os próprios olhos o Cristo.

Cristo cresceu (Lc 2:52), iniciou seu ministério (Mt 4:18-20), discipulou (Lc 9: 1-25), curou (Mt 10), pregou (Mt 5), morreu (Mt 27:51-54), ressuscitou (Mt 28:16-20) e ao ascender aos céus (Mc 16:19) disse que voltaria (Jo 14).

Os últimos dias

A partir dessa ascensão de Jesus inaugura-se o período conhecido como “últimos dias”, isto é, período entre a ascensão de Jesus aos céus e sua segunda vinda, quando Ele voltará para julgar as nações (At 17:31). Entretanto, dentro desse período em que estamos, é possível ter uma noção a partir dos sinais explícitos da bíblia e de uma visão profética de quão próximo estamos da segunda vinda. Isto é, o momento que estamos no plano de Deus.

Como Ana precisamos nos posicionar em jejum e em orações intercessórias dia e noite, precisamos encher as taças com incensos que são as orações dos santos (Ap 5:8).

Seguindo o exemplo de Simeão precisamos cultivar a expectativa de ver o cumprimento da promessa. Como Ana e Simeão precisamos viver uma vida de devoção, não permitir que as circunstâncias adversas da vida nos paralisem diante da promessa da eternidade. Precisamos manter nossos olhos fixos em Cristo e em sua promessa, ademais Deus é fidedigno (Nm 23:19) .

Seremos aqueles que estarão dispostos a fazer parte do Plano do Senhor?

A geração de Ana e Simeão passou e o Senhor encontrou neles pessoas confiáveis e dispostas a fazerem parte do Seu plano. Pessoas que gastaram sua vida à espera da promessa, pessoas que abriram caminho e foram à frente. Imagino que muitos não compreendiam o que Ana, uma viúva idosa, fazia dia e noite no templo. A bíblia não fala, mas é provável que Ana e Simeão tenham sido rotulados como loucos.

Nos dias de hoje Ana e Simeão seriam rotulados de radicais, ouviriam frases como: “Nossa, para que orar tanto assim?” ou “Não precisa jejuar tanto, Jesus já pagou o preço!” ou até mesmo “Para que tanta radicalidade, isso é fanatismo, não precisa de tanto”. A realidade é que Ana e Simeão viram algo e ficaram fascinados. Não é possível ter uma revelação de Cristo e do Seu plano eterno e não se fascinar por quem Ele é.

A busca do Senhor

O Senhor busca pessoas íntegras com quem Ele possa compartilhar Seu coração. Pessoas dispostas a “permanecer no templo” dia e noite, que não têm suas vidas como preciosas, pois estão fascinadas por Cristo (Fp 3:8). O Senhor busca uma geração de Anas e Simeões que enchem as taças de oração, conforme apocalipse 5:8. Pessoas que tem uma visão profética do momento que estamos na história do plano de Deus e vão à frente, abrindo o caminho para a segunda vinda do Senhor, quando Ele voltará para estabelecer seu Reino de paz, justiça e alegria (Rm 14:7). A partir de Jerusalém (Is 2:1-4), Ele governará as nações com cetro de ferro (Ap 12:5).

O Senhor busca uma geração fascinada por quem Ele é, que espera ansiosamente o cumprimento da promessa. Pessoas que gastam a vida em devoção. Uma geração de uma só coisa, que deseja que Ele tenha um lugar para habitar em meio aos homens (Sl 27:4).

Uma geração que dá o devido valor ao único que é digno, uma geração radical e extravagante que entende que não é desperdício gastar sua vida por amor a Ele, porque Ele é digno dos nossos dias. Onde estão as Anas e os Simeões do nosso tempo?

 

 

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Larissa Nunes Loureiro – Aluna da track de Proclamadores do Fascinação, Turma 20

 

 

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“É necessário que ele cresça e eu diminua”

João 3:30

Chamados a Diminuir

O quão difícil é para nós agirmos de forma intencional sem premeditar um objetivo benéfico a nós mesmos? Qual foi a última vez que tomamos uma decisão pensando em um outro alguém? Nossa própria vida tem sido o ponto alto dos nossos diálogos com o Senhor? Muitas vezes, não abordamos estas perguntas no nosso cotidiano, mas elas desempenham um papel crucial na reflexão sobre nosso caráter. Nós, seres humanos, por natureza temos a inclinação de sempre moldar os cenários da vida a nosso favor. Tudo aquilo que em nossa mente parece agradável para nossa boa reputação ou performance é prioritário.

Como se buscássemos de forma constante holofotes do nosso ordinário que apontam para nós. Mas à medida que o Espírito testifica o novo nascimento em Cristo, as perspectivas mudam, nosso estilo de vida muda. Os dois primeiros mandamentos são a pedra angular desta mudança, uma vez que devemos olhar a vida na ótica de considerar Deus superior a todas as coisas e o nosso próximo como maior que nós mesmos. Nós normalmente não somos o ponto de convergência das escolhas e renúncias que marcam a jornada cristã. Portanto, aquele que é enxertado na graça da caminhada cristã deve considerar também seu comissionamento: diminuir.

O exemplo de João Batista

A vida de João Batista exemplifica de forma clara como é viver esta comissão, este chamado de ser fiel a uma mensagem que nunca foi sobre quem a anuncia, o chamado a diminuir. Quando observamos sua declaração, podemos perceber que ela é seccionada em duas partes: Quem ele NÃO era, e quem ele DE FATO era.

Levitas e sacerdotes enviados por judeus interrogaram João Batista em capítulos anteriores, questionando: “Quem és tu?”. João poderia muito bem ter fugido da pergunta e voltado a sua vida comum, ou então poderia ter questionado a motivação da pergunta, ou até mesmo respondido perguntando quem eram aqueles que desejavam ter esta informação, mas, na verdade, ele declara: ”Eu não sou o Cristo”. Neste mesmo diálogo, João nos constrange com a mais pura declaração de um precursor. Ele aponta para aquele que viria após ele, ele testemunha do cerne de sua mensagem, daquele que motiva todas as suas ações e o seu ministério. E como um brado de reverência, ele diz: ”[…] do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias.”

Ao afirmar que não é o Cristo, ele não reserva nada para si mesmo, exceto estar sujeito àquele que é maior e servir na Igreja como um dos demais, sem ser tão exaltado a ponto de tomar para si a honra do Cabeça.

Convém que Ele cresça

João foi fruto da oração do sacerdote Zacarias, o qual foi agraciado por Deus de herdar aquele que seria grande diante do Senhor e que seria cheio do Espírito Santo desde o ventre materno. Também foi nomeado por Jesus como o maior entre os nascidos de mulher. O Espírito levou João ao deserto para cultivar de modo extremo um relacionamento com Deus. Ao sair deste período, passou a pregar a mensagem de arrependimento conforme estava escrito no livro das palavras do profeta Isaías (Is 40.1-3). E então, eis aqui o ponto alto do seu ministério, onde declara com consciência quem era: ”Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor.”

Em meio a todas essas profecias e as palavras do próprio Deus em relação à  ele, João em momento nenhum se deslumbra ou tenta roubar o olhar das pessoas para si. Se o próprio Jesus diz que entre os nascidos de mulher ninguém é maior que João, quem mais teria motivos maiores para se vangloriar? Porém a sua declaração se torna constrangedora para nós que muitas vezes com simples  cargos ministeriais queremos exaltar a nós mesmos: “Convém que Ele cresça e eu diminua”.

Ele reconhecia a missão que lhe foi confiada, tinha ciência da mensagem que deveria carregar. Mas antes de qualquer coisa, ele tinha a plena consciência de que pertencia àquele que clama no deserto, e não era aquele que clama no deserto. Ele se tornou a mensagem, foi fiel a ela a ponto de ser preso e meses depois ter sua cabeça servida em uma bandeja à família real, mas jamais foi o ”senhor” da mensagem.

Maior que o chamado é Aquele que chama

Ao longo da corrida da fé, a vida eclesiástica nos cativa e somos constantemente atraídos a viver aquilo que realmente mudou nosso interior. É realmente apaixonante olhar para a mensagem da graça, a profundeza das escrituras, a comunhão eclesiástica, funcionando de forma orgânica e harmônica. Isso leva muitos de nós almejar viver em função disso, talvez se tornar um pregador, um pastor de renome, um artista do meio cristão, um missionário transcultural. Realmente, olhar para um ministério, imaginar-se tendo um microfone na mão e comunicando uma mensagem em um palco faz brilhar os nossos olhos.

Não significa que seja algo ilegítimo, afinal, a palavra de Deus fala sobre uma grande seara que precisa de trabalhadores e de vocações concedidas pelo próprio Senhor. Porém, muitos de nós nos deixamos levar pelo chamado e deixamos Aquele que chama de lado.

Quando Jesus diz sobre a seara e seus trabalhadores, ele evidencia quem é o Senhor dela. Quando Paulo escreve à igreja de Éfeso, ele traz de forma clara o propósito dos vocacionados, que é edificar o corpo de Deus até que chegue na estatura plena de Cristo.  Ser escolhido e vocacionado para um ministério é algo sublime, mas ser destinado à filiação e amizade de Deus é ainda mais.

Somente a partir disso podemos nos alegrar em explorar a chamada ao ministério. É sobre se sujeitar a gloriosa Cruz do calvário e entender que tudo se torna pó diante dela. A Cruz define nossa identidade, é ela que nos faz compreender que a mensagem nunca foi sobre nós, é ela que traz luz ao ministério de precursores. A partir disso, podemos enxergar a nossa verdadeira vocação e entender que apontar para Cristo e ser um com Ele é a coisa mais importante ao nosso respeito. Importa que Ele seja conhecido e que nós o conheçamos, como será por toda a eternidade (João 17.3). Assim como Paulo diz, é diante da sublimidade do conhecimento de Cristo, nosso Senhor, que consideramos todas as coisas com perda, como lixo, inclusive o nosso Eu, a fim de ganhar a Cristo e sermos achados nEle.

 

 

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Danilo Marques Jaquel – Aluno da track de Proclamadores do Fascinação, Turma 20

 

 

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Jesus é capaz de trabalhar em nossas vidas e nos sustentar dentro da ekklesia, o corpo de Cristo. Deus é o construtor e usa várias maneiras para nos moldar ao caráter de Jesus. E, é sobre isso que iremos refletir nesse texto

“Assim, não sois mais estrangeiros, nem imigrantes; pelo contrário, sois concidadãos dos santos e
membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas,
sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra de esquina.
Nele, o edifício inteiro, bem ajustado, cresce para ser templo santo no Senhor, no qual também
vós, juntos, sois edificados para morada de Deus no Espírito” Efésios 2:19-22

 

A Igreja é um edifício, não no sentido literal, como um prédio de quatro paredes; mas um edifício formado por  pessoas. Quando Jesus afirmou que “edificaria a sua igreja” (Mt 16:18), isso significava que Ele iria edificar as pessoas que pertencerão à Igreja.

Pedras vivas

O grande propósito de Deus, ao longo dos séculos, é edificar um povo para si. Por toda a terra, Cristo reúne congregações locais de cristãos que foram chamados para a unidade da adoração.

Nós todos somos pedras vivas (1 Pe 2:5) e estamos sendo edificados como casa para Deus. Mesmo sendo diferentes umas das outras, em variados tamanhos e formatos, nas mãos de Deus somos encaixados perfeitamente.

O ponto principal de construções antigas, feitas com pedras desiguais, era a resistência e fortaleza que esse tipo de construção trazia.

Da mesma forma, Deus pode colocá-lo em meio a pedras diferentes, no meio de pessoas diferentes. Porque, para que uma parede seja forte, é preciso pedras de todas as formas, pesos e tamanhos. Todos estes tipos de pedras são importantes para Deus, o construtor principal, que está construindo um edifício – a família de Deus.

O Senhor criou cada um de nós com habilidades únicas. Portanto, perceba como você se encaixa neste edifício que Deus está construindo.

Alinhando as expectativas

A Igreja é um edifício em construção, uma obra em andamento. Ela é composta de pessoas comuns, que estão vivendo um processo contínuo de redenção e santificação.

Muitas vezes o padrão que esperamos da igreja local não é o mesmo que usamos para o nosso caráter. Precisamos nos livrar das expectativas perfeccionistas a respeito da Igreja. Devemos enxergá-la como um hospital para pecadores (Agostinho), onde todos estão passando por um processo de recuperação.

Compreender isso torna mais fácil ter expectativas saudáveis sobre a igreja local.

A Igreja é como um canteiro de obras.

Em qualquer congregação de cristãos, existem reparos a serem feitos, no sentido espiritual. Mas Jesus está em nosso meio como o construtor que está trabalhando. E onde está havendo uma obra, haverá disrupção, bagunça e sujeira. A evidência da presença de Cristo no meio da Igreja é uma obra em construção: vemos o caráter das pessoas sendo transformado, desafios nos relacionamentos, arrependimento e perdão.

Somos edificados para sermos morada de Deus. A promessa do Novo Testamento é que o Pai e o Filho
virão, por meio do Espírito Santo, para habitar em cada um de nós. Deus não habita em um prédio ou
um local sagrado, mas dentro de nós (Gl 2:20). E quando dois ou três cristãos se reúnem, cada um
deles traz a presença de Cristo para o lugar de adoração.

Deus escolheu usar a igreja, esse ambiente imperfeito, para moldar nosso caráter. Muitos fogem do
lugar onde Deus os plantou, mas “o cristão precisa da igreja, tanto para suas bençãos quanto para seus
problemas”. É assim que o construtor, através do cinzel, lasca as arestas e bordas das pedras vivas que
somos para que possamos nos encaixar com as demais.

Estar em uma igreja “perfeita” não nos faria bem algum, porque ali não há obras sendo feitas. É por
meio das provações da vida em meio à família de Deus, por meio de relacionamentos que nos
confrontam e moldam que o Senhor, o construtor, nos lapida e santifica.

 

Texto originalmente postado em 24 de nov de 2020

Para dar início a esta conversa é preciso saber que Igreja, ou ekklesia, é descrita na Bíblia de duas formas: Uma em seu aspecto universal, destacando sua unidade, ou seja, refere-se a toda a igreja de Cristo na Terra. A outra, no sentido de sua pluralidade nas comunidades locais. “igrejas” nesse caso são os muitos grupos de pessoas reunidas em diferentes localidades ao redor do mundo. Ambas as descrições, se referem a pessoas e não a templos ou prédios.

Infelizmente, antes de definirmos o que é ser parte do corpo de Cristo, precisamos desconstruir algumas ideias erradas sobre a Igreja nos dias atuais.

Muitas pessoas enxergam a igreja de uma forma completamente distorcida e totalmente distante da sua realidade bíblica. Por exemplo, a igreja não é um lugar de entretenimento e consumo, onde cada um escolhe aquilo que pensa ser melhor para si e procura ser beneficiado, como muitos pensam. Esta é uma imagem distorcida resultante do individualismo, fruto da cultura em que vivemos, e que vê a igreja como um meio para o seu próprio benefício.

A igreja não é um lugar para frequentarmos, mas um corpo para, caminharmos juntos, pertencermos e nos entregarmos em amor à Cristo e uns para com os outros.

Cristo é o cabeça de todas as coisas para a Igreja, que é o seu corpo

E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja,
Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos. Efésios 1:22,23

Dessa forma, a igreja não é um fim para nós mesmos, mas existe primariamente para a glória de Cristo. Como igreja, nós seguimos Cristo, caminhamos em unidade com Ele, uns com os outros e vivemos conforme a Sua vontade.

No livro Discipulado, Dietrich Bonhoeffer diz que “o corpo de Cristo é a continuação da presença física de Jesus na terra, porque o próprio Cristo se move por meio dela”. Isso significa que o ministério da Igreja na história é tão relevante quanto os três anos em que Jesus viveu seu ministério na Terra.

O Senhor escolhe uma diversidade de pessoas, cada uma com suas falhas e dificuldades, mas que caminham em unidade e é por meio desta Igreja que Jesus escolheu se fazer presente e agir na Terra.

O Senhor revela a Sua glória e a Sua vontade por meio do corpo 

Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus. Efésios 3:10

Em sua sabedoria, Ele mesmo estipulou que fosse assim para que o seu poder fosse conhecido. Nós somos chamados à comunhão. O desejo de Jesus é que vivamos a unidade no corpo, para que o mundo saiba que Deus O enviou. Viver em comunhão com o corpo testemunha para o mundo sobre quem Jesus é (João 17:23). Portanto, se alguém afirma que a igreja não é boa ou necessária, está indo contra algo estabelecido pelo próprio Deus.

É pela graça de Deus que somos chamados a viver essa comunhão em comunidades imperfeitas. Comunidades formadas pessoas com defeitos não tira a responsabilidade de sermos igreja, e nem deve ser uma desculpa para não nos envolvermos; pelo contrário, é motivador que um grupo de pessoas cheias de falhas tenha a oportunidade de servir a Deus e uns aos outros. Se a igreja fosse formada por “pessoas perfeitas”, nenhum de nós teríamos espaço nela.

A responsabilidade de edificar o corpo não é somente dos líderes

Estes devem equipar e ensinar os santos, mas a edificação do corpo é responsabilidade de todos (Efésios 4:1-13). Cada pessoa possui um dom e propósito específicos, não havendo um dom melhor que o outro. Todos os membros do corpo têm responsabilidades uns para com os outros e com o Senhor e são importantes para que o corpo viva de forma saudável.

A pergunta que fica para nós aqui é a seguinte: como viver de uma forma que edifique o corpo? A respostas é, sendo humildes e pacientes, apoiando e servindo uns aos outros em amor. A unidade é gerada à medida que isso é feito. Servir o corpo tem um custo. Isso pode exigir recursos, tempo, que compartilhemos o que temos, até mesmo gerar cicatrizes em nós. Fazer parte do corpo exige morrer para nós mesmos. Mas este custo tem uma recompensa.

Experimentamos as recompensas do corpo nos dias de hoje, a medida que somos encorajados uns pelos outros, nos ajudamos nas necessidades e nos amamos como família. Porém, lembre-se que existe uma recompensa eterna. Um dia, os santos serão glorificados e se unirão a Cristo, por toda a eternidade.

Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros,
mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo.
Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos,
quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito.
O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos. 1 Coríntios 12:12-14

 

Texto originalmente postado em 11 de nov de 2020