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Que o sangue dele recaia sobre nós!

sangue

Perguntou Pilatos: “Que farei então com Jesus, chamado Cristo?”

Todos responderam: “Crucifica-o!”

“Que o sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos!” (Mt. 27:20-26)

Lemos isso e pensamos como essas pessoas poderiam ser tão más e cruéis em desejar a morte do único homem verdadeiramente justo e perfeito que já pisou nessa terra. O que não percebemos é que esse mesmo pecado nós também cometemos, pois rejeitamos Jesus. Essa é a condição dos nossos corações quando somos cheios de descrença: rejeitamos Deus, seu Filho e seu sacrifício. Todos nós pecamos e fomos destituídos da  glória de Deus (Romanos 3). Essa é a nossa realidade longe de Cristo. Nós gritamos “crucifica-o!” com nossa desobediência e rebeldia declaramos junto com aqueles que o condenaram “Ele não é nosso Rei!”, “Ele não é nosso Messias!”, “que o seu sangue esteja sobre nós!”

Nosso grito é tão raivoso quanto o deles. Nosso grito ressoou junto com o deles, enquanto caminhamos desprezando Cristo e seu sacrifício. Não temos como nos defender disso, pois somos indesculpáveis!

Ele se entregou por nós

Cristo se entregou e morreu pelos nossos pecados. A morte que nós merecíamos Ele tomou sobre si. A ira de Deus destinada a nós por causa do nosso pecado, foi derramada sobre Ele (Romanos 5). O único justo foi julgado como o maior dos pecadores, pois foi do agrado dEle entregar a sua vida.

A boa notícia do Evangelho é que a história não acaba aqui.

“No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres tomaram as especiarias aromáticas que haviam preparado e foram ao sepulcro. Encontraram removida a pedra do sepulcro, mas, quando entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Ficaram perplexas, sem saber o que fazer. De repente dois homens com roupas que brilhavam como a luz do sol colocaram-se ao lado delas. Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui! Ressuscitou! Lembrem-se do que ele lhes disse, quando ainda estava com vocês na Galiléia: ‘É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia’“. (Lucas 24:1-7)

A morte não pôde contê-lo. Ao terceiro dia Ele ressuscitou. Por isso, proclamamos e nos regozijamos na morte e na ressurreição dEle, porque no seu sangue somos justificados, redimidos e transformados.

“Onde está, ó morte, a sua vitória?

Onde está, ó morte, o seu aguilhão?” (1 Cor. 15:55)

O sangue de Jesus está sobre nós

Deus, sendo cheio de misericórdia, amor e paciência tem aberto os nossos olhos através do Espírito Santo, fazendo-nos ver nossos pecados e nos levando ao arrependimento. Por isso nos apegamos e nos inclinamos para a cruz onde nosso Salvador morreu. É por meio de seu sangue que somos perdoados e libertos da morte eterna e da separação que havia entre nós e Deus.

Agora podemos dizer com um significado totalmente diferente “Que o seu sangue esteja sobre nós!”. E não em rebeldia, desafiando-o como antes, mas clamando desesperados em arrependimento, cheios de esperança, cheios de gratidão e em adoração, sabendo que somos frutos de seu sacrifício.

Jesus, que o seu sangue esteja sobre nós! O sangue que fluiu de sua cabeça, suas mãos, seus pés, nos limpa de todas nossas iniquidades.

Por isso adoramos ao Cordeiro que se entregou, foi morto, ressuscitou e nos libertou. Sua morte é a nossa vida, sua ressurreição é a nossa esperança. Com Ele ressuscitaremos e com Ele viveremos por toda eternidade, pois seu sangue está sobre nós!

O ato de Jesus lavar os pés dos discípulos, antes da última ceia, já foi retratado em quadros e ainda hoje é uma prática comum no meio da igreja. Certamente está relacionada com humildade. Pode, igualmente, ser um gesto simbólico do desejo que temos de servir uns aos outros no corpo de Cristo.

Sabe-se que nos dias de Jesus os trajetos eram percorridos, em sua grande maioria, a pé. Raras eram as ocasiões em que contavam com auxílio de algum animal ou outro meio de transporte.

Portanto, o acúmulo de poeira e sujeira nos pés era diário. Era costume da época, quando se queria ser hospitaleiro, oferecer água para lavagem dos pés. O que ainda na atualidade, propicia uma sensação de relaxamento e conforto.

Esse foi o pano de fundo sobre o qual Jesus tomou a bacia e lavou os pés dos discípulos:

Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois. Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos.” Jo. 13:6-10

Entretanto, a cerimônia do “lava pés”, como também é conhecida, oculta outras verdades igualmente siginificativas. Além da humildade evidente do gesto de Jesus em relação a seus discípulos, existe um convite para um relacionamento diário com Ele.

Quando reconhecemos que, diariamente, poeira se acumula em nossa trajetória, corremos para Ele. É nosso relacionamento cotidiano com o Mestre, que permite que a poeira e o cansaço sejam substituídos por limpeza e refrigério.

A impetuosidade de Pedro, mais uma vez, gera oportunidade para que Jesus introduza um ensino profundo a respeito da salvação. Esta verdade precisa ser destacada pelo Espírito Santo em nossa caminhada. A limpeza original, profunda e definitiva, foi realizada na cruz. Ela é incorporada em nossa história em nossa conversão, no ato do batismo.

A partir deste momento, não importa o que tenha sido nossa experiência, somos transportados do império das trevas para o reino de Seu Filho amado. (Cl. 1.13). É bem verdade que os frutos desta nova vida não são instantâneos, como muitas vezes gostaríamos que fossem. O processo de santificação inicia-se na conversão e só se extingue no dia que nossa jornada aqui acaba.

Chegar-se a Jesus, diariamente, para que Ele remova a poeira de nossos pés, é sábio. Apropriar-se do entendimento, de que o preço que Ele pagou na cruz, é suficiente para nos enxertar na videira, é decisivo para nossa maturidade e avanço.

Entenda que fomos comprados e limpos pelo poder de Seu sangue. Busque uma vida de comunhão diária com o Espírito Santo, para que Ele remova a poeira que se acumulou. Faça diferença em meio a sua geração, através do entendimento das duas verdades contidas neste gesto.

Permita sim que Ele lave seus pés. Entretanto, jamais esqueça que já fomos limpos de uma vez por todas. Essa limpeza nos dá acesso a seu trono como filhos e herdeiros de um reino eterno.