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Como Discernir o Final dos Ciclos

Vida cristã

A vida é feita de ciclos. Existem momentos de começo, meio e fim em diversas áreas de nossa existência – sejam relacionamentos, trabalho, ministérios ou projetos pessoais. Discernir quando um ciclo chegou ao fim é essencial para andar na vontade de Deus, evitando estagnação ou movimentos precipitados. Como cristãos, encontramos na Palavra de Deus orientações claras sobre como identificar esses momentos e agir com sabedoria. Este texto se baseia em três passagens fundamentais: Provérbios 3:5-6, Filipenses 1:9-10 e Provérbios 11:14.

1. Confie no Senhor e Busque Sua Direção

“Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas.” (Provérbios 3:5-6)

O primeiro passo para discernir o fim de um ciclo é confiar plenamente no Senhor. Nossa tendência humana é querer controlar todas as coisas, confiar no que vemos e compreendemos. No entanto, a Bíblia nos convida a entregar nossas dúvidas e incertezas ao Senhor, reconhecendo que somente Ele pode nos guiar com perfeição.

O “não te estribes no teu próprio entendimento” nos desafia a abandonar decisões baseadas exclusivamente na lógica humana ou nas emoções momentâneas. Isso não significa desprezar a razão, mas submeter nossos pensamentos e planos à vontade divina.

Muitas vezes, o fim de um ciclo pode parecer confuso ou até doloroso. Pode ser um emprego que já não traz mais paz, um relacionamento que perdeu seu propósito em Deus, ou um ministério que parece ter cumprido sua missão. Nesses momentos, a chave está em “reconhecer o Senhor” em todas as decisões, buscando Sua direção por meio da oração, jejum e meditação na Palavra. Deus promete “endireitar nossas veredas”, guiando-nos ao próximo passo com clareza e segurança.

2. Cresça no Amor e no Discernimento 

“E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e irrepreensíveis para o dia de Cristo.” (Filipenses 1:9-10)

Outra ferramenta essencial para discernir o final dos ciclos é o discernimento espiritual. Em sua carta aos filipenses, o apóstolo Paulo destaca a importância de crescer no amor em pleno conhecimento e percepção. Esse crescimento nos capacita a aprovar “as coisas excelentes”, ou seja, a distinguir o que é bom, agradável e perfeito diante de Deus.

O amor mencionado aqui não é apenas uma emoção, mas uma manifestação do fruto do Espírito que nos conecta com o coração de Deus. À medida que cultivamos esse amor, nossa percepção espiritual se aguça, permitindo-nos identificar quando algo já não está alinhado com o propósito divino.

Por exemplo, um ciclo pode estar chegando ao fim quando percebemos que ele já não glorifica a Deus, não edifica as pessoas ao nosso redor ou não nos faz crescer espiritualmente. Essa percepção não vem automaticamente; ela exige um coração rendido e atento à voz do Espírito Santo.

O discernimento também nos ajuda a evitar confundir desafios temporários com o término de um ciclo. Muitas vezes, Deus permite dificuldades para nos moldar e nos fortalecer, e não para que abandonemos algo prematuramente. Aqui entra a importância de buscar o conhecimento pleno, que só vem por meio de uma vida íntima com Deus.

3. A Importância da Sabedoria Coletiva 

“Não havendo sábia direção, o povo cai, mas na multidão de conselheiros há segurança.” (Provérbios 11:14)

Deus não nos chamou para caminharmos sozinhos. Quando enfrentamos dúvidas sobre o término de um ciclo, buscar conselhos sábios e espirituais é fundamental. Provérbios 11:14 nos lembra que a segurança está em ouvir conselheiros tementes a Deus.

Esses conselheiros podem ser líderes espirituais, pastores, mentores ou amigos de confiança que têm maturidade na fé. Deus frequentemente usa essas pessoas para confirmar Sua vontade em nossas vidas, trazendo clareza onde há confusão.

É importante destacar que o conselho deve estar alinhado com a Palavra de Deus. Não se trata de ouvir qualquer opinião, mas de buscar orientação de quem caminha com Deus e tem discernimento espiritual. Esses conselhos, em conjunto com a oração, ajudam a confirmar se é hora de encerrar um ciclo ou perseverar um pouco mais.

4. Sinais de que um Ciclo Pode Estar Chegando ao Fim

Embora cada situação seja única, alguns sinais podem indicar o término de um ciclo:

  • Falta de paz interior: Quando Deus nos guia, Ele nos concede uma paz que excede todo entendimento (Filipenses 4:7). A ausência dessa paz pode ser um indicativo de que algo precisa mudar.
  • Cumprimento do propósito: Se o objetivo pelo qual algo foi iniciado já foi alcançado, pode ser um sinal de que é hora de avançar para novos desafios.
  • Confirmações divinas: Deus frequentemente usa Sua Palavra, situações e conselheiros espirituais para confirmar Sua vontade.
  • Falta de crescimento: Quando algo já não contribui para o nosso crescimento espiritual, emocional ou profissional, pode ser um indicativo de que o ciclo chegou ao fim.

5. Agindo com Fé e Obediência

Discernir o final de um ciclo exige fé e coragem. Muitas vezes, deixar algo para trás pode parecer assustador, especialmente quando envolve zonas de conforto. No entanto, a obediência a Deus sempre traz recompensas maiores.

Lembre-se de que o fim de um ciclo não é o fim da jornada. Pelo contrário, é uma oportunidade para que Deus faça algo novo em sua vida. Como Isaías 43:19 nos ensina, Deus está sempre pronto para “fazer um novo caminho no deserto e rios no ermo”.

Conclusão: A Vontade de Deus Como Nossa Âncora

Discernir o final dos ciclos é um exercício de confiança, amor e discernimento. Por meio de Provérbios 3:5-6, aprendemos a depender completamente do Senhor. Filipenses 1:9-10 nos desafia a crescer no amor e no discernimento, enquanto Provérbios 11:14 nos lembra da importância da sabedoria coletiva.

Ao aplicarmos esses princípios à nossa vida, podemos avançar com segurança, sabendo que Deus está no controle de todas as coisas. Confie n’Ele, busque Sua direção e permita que Ele guie seus passos. Afinal, o término de um ciclo é, muitas vezes, a porta para algo ainda maior que Deus deseja realizar em você e por meio de você.

Deus te abençoe! 

Eu amo os paradoxos que giram em torno da encarnação de Jesus. Seu nascimento, Sua vida, Sua morte e Sua ressurreição, todos os passos que Ele deu gritam alto a bondade e a misericórdia de um Deus zeloso. Tudo declara o caráter do Pai e aponta para um plano maior, estruturado muito antes da fundação do mundo. Jesus é o elemento que conecta e dá sentido a todas as Escrituras, Ele é aquele de quem a Lei e os profetas falavam o tempo todo, o Messias prometido.  

“[…] o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.”  Isaías 9:7

Jesus Cristo é o centro de tudo

Toda a história, todos os ecos e todos os anseios do coração humano encontram consonância em quem Ele é. Isso significa que é tudo sobre Ele: o plano, a execução e a consumação. Não há nenhum fato na história que escape da bela pintura que o Pai das luzes desenhou. Desde a queda, quando o homem em seu orgulho tentou dar sentido a si mesmo, até a restauração de todas as coisas quando tudo convergirá em Cristo, uma só narrativa é contada: a história do Filho de Deus.

Adão e Eva pecaram e através deles o pecado foi introduzido à humanidade, e o que aconteceu com Deus? Ele permaneceu inabalável. Em nenhum momento o Senhor foi pego de surpresa pelo homem, jamais Ele precisou reagir a algum movimento do ser humano. Nosso Deus não tem plano B, sua vontade é boa, perfeita, agradável e soberana. De fato, o zelo do Senhor foi o que manteve a promessa e a esperança viva geração após geração, em todos os períodos da História o Senhor levantou homens e mulheres comprometidos em proclamar o Reino e o Rei que estavam por vir.

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Isaías 9:6

E Ele veio

Jesus veio sem parecer, nem formosura, longe dos olhares dos grandes, tão simples. Nenhum manto real o envolvia, mas o governo de tudo estava sobre os seus ombros. Nenhuma festa o recebia aqui na terra, mas todo o universo jubilava. A criação que gemia com tanta expectativa agora via a Sua esperança nascer.

Que doce noite! Que momento santo! O povo que andava em densas trevas viu grande luz, um menino nasceu e em sua fragilidade Ele exalava o amor furioso do Pai. Ali, num lugar afastado do oriente médio, nascia um homem como nenhum outro em toda história, humano como todos, divino como ninguém. Deus conosco.

Hoje contamos essa história de trás para frente, como participantes da graça que Ele estendeu a nós. Mas se fossemos nós naquela estalagem de Belém, provavelmente perderíamos as nuances desse evento por sua tamanha simplicidade e naturalidade. Não havia glamour algum, mas o Rei da Glória adentrava pelos portas do tempo para trazer Boas Novas de Paz e inaugurar um caminho que ninguém mais poderia abrir.

Ele continua sendo nossa esperança

Essa esperança permanece viva hoje, porque Ele revelou sua glória a cada um de nós, caminhou em graça e em verdade transbordando o coração do Pai e reconciliando homens e Deus. Ele não apenas se esvaziou e se tornou homem. Mas Ele trilhou o caminho da obediência e foi fiel até a Cruz.

No momento da sua morte também não houveram holofotes, grandes homenagens e discursos comovidos. Ele bebeu o cálice da ira do Pai, pagou o preço pelos pecados de toda a humanidade. Mas se engana quem pensa que a Cruz foi o palco do sofrimento, que foi o fim trágico da história.

A Cruz foi o palco da glorificação do Filho de Deus, foi o ponto alto do Seu Plano Eterno, pois foi pelas Suas feridas que nós fomos sarados, pelo Seu sofrimento que recebemos a vida eterna e pelo Seu sangue que Ele comprou para Deus povos de todas as tribos, línguas e nações.

A história continua…

A história do Filho de Deus não acabou. O Homem judeu que está assentado à direita do Pai e que tem um nome que é sobre todo nome não ficará no céu para sempre. Ele em breve retornará para a terra, virá para os seus e nós o receberemos. Ele tomará a herança que lhe é devida, todo joelho se dobrará, toda língua confessará e nós reconheceremos o Amado das nossas almas. Esse dia queima em nosso coração e em dias como hoje nos lembramos da promessa, do plano perfeito criado por Ele e que só depende Dele. Não tem como dar errado. Essas são Boas Novas de Paz!

Feliz Natal! 

Existe uma história por trás do Natal que responde a pergunta: Por que Jesus teve que vir?

Essa deveria ser a base da nossa fé em Cristo, mas confesso que muitas vezes demorei a pensar na resposta. É uma longa e profunda história, então vamos dividir em partes. 

A narrativa Bíblica inteira caminhou para o dia em que um menino nasceu em Belém. Mas por que ele era esperado? Por que Jesus teve que tomar forma de homem? O que trouxe o criador para dentro da sua criação?

A grande história de Deus tem basicamente quatro partes: criação – queda – redenção – consumação. Isso você precisa ter vivo na sua mente. Todos esses trechos da grande história são cercados pela verdade de que: “Deus amou o mundo de tal maneira…”

  1. DEUS CRIOU

Primeiramente, a Trindade em transbordante amor e plenitude cria o mundo, pelo poder de sua palavra, todas as coisas no céu, na terra e debaixo da terra vieram a existir. No sexto dia de criação eles decidem:

– “Façamos o homem, à nossa imagem e semelhança”. E assim o homem e a mulher foram feitos (Gn 1:26-27). 

Assim, sua missão era cultivar e guardar aquele jardim que foram colocados. A criação estava sob seu domínio e lhes foram ordenados que sujeitassem a terra e a povoassem. Uma única ordem negativa lhes foi dada: -”comam de tudo o que  a terra dá, menos de uma, a árvore que está no centro do jardim.” O comer desse fruto proibido os daria o conhecimento do bem e do mal.  

     2. O HOMEM CAIU

Porém, posteriormente, no capítulo 3 de Gênesis um novo capítulo da História se inicia. A única coisa que o homem e  mulher não poderiam fazer, isto eles fizeram: comeram do fruto da árvore que estava no centro do jardim. Caíram na tentação de querer ser como Deus; na prepotência de desejaram serem senhores da sua própria história. 

Então, ali o pecado entrou no mundo e com o pecado a morte. A imagem de Deus no homem foi deformada, adulterada e agora uma outra natureza lutava para ser atendida dentro deles. A história de toda a humanidade foi redirecionada naquele dia. Eis agora o nosso grande problema: “todos pecaram e foram destituídos da glória de Deus”.

O grande problema da humanidade

Primeiramente, para entendermos a seriedade da vinda de Jesus precisamos estar conscientes do estrago que o pecado causou. O Deus Criador, criou o universo em um design perfeito e inclinado ao lugar certo: Ele mesmo. O homem foi criado com anseios que encontravam resposta plena unicamente em Deus, como a chave certa para abrir uma fechadura. Mas o pecado tirou o cosmo inteiro do seu eixo. Os anseios continuaram os mesmo, mas outra coisa fora de Deus começou a ser cogitada. 

Qual o problema do mundo? O pecado. 

Por que? Por causa dele, Deus não é adorado como deveria, a criação feita para sua glória não exerce essa função e pior ainda, adora outras coisas criadas. Se Deus não é o centro tudo está desalinhado

O que isso causa? A autodestruição da humanidade pela própria humanidade e desperta ira de Deus. 

     3. DEUS DESEJOU A REDENÇÃO QUE CARECEMOS

O pecado não é o fim da história

Todavia, por mais trágico que seja a história até aqui,  o pecado não foi o fim da história. No mesmo capítulo de Gênesis, onde a queda é relatada, uma promessa é revelada: 

“Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar.” (Gn 3:15)

Aqui a esperança brilha. Esse versículo é considerado um de proto-Evangelho, porque é a primeira declaração da intenção redentora de Deus após a queda. A semente de Eva (um descendente, um filho), iria pisar e derrotar a serpente que o haviam persuadido a pecar, esse descendente seria ferido, mas não derrotado. 

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” – João 3:16

Essa é uma promessa Messiânica! Desde Gênesis 3 o Natal é aguardado. O nascimento de Jesus é uma promessa de redenção cósmica. Naquele bebezinho em um estábulo de Belém, era o Filho de Deus e nele repousava a missão de tomar para Deus o que lhe era por direito. Ele era capaz de resgatar toda a criação, preencher o abismo que separava o homem de Deus, absorver o juízo de Deus num madeiro para perdão dos pecados e por fim restaurar a criação à comunhão perdida no Éden. 

  1. NO SEGUNDO ADÃO ESTÁ A CONSUMAÇÃO DA REDENÇÃO

Certamente, era necessário redimir a história. Isso significa fazer todas as coisas convergirem na Divindade outra vez, assim como elas foram criadas para ser (Efésios 1:10). E todas as gerações após Adão e Eva aguardavam a semente; só o próprio Deus poderia absorver toda a ira de Deus contra o pecado do mundo nele mesmo. 

De maneira crucial, o Apóstolo Paulo chama Jesus de segundo Adão (1 Co 15:45-49). O primeiro Adão (isso inclui toda a humanidade) caiu, pecou, se rebelou e não deu a Deus a glória que lhe era devida. O segundo Adão veio em missão de redenção, para apontar para o mundo o Pai, a sua origem, existência e alvo final. Ele veio para mostrar o que deveríamos ser e o que ainda seremos. 

Por isso, ele precisava vir como homem para mostrar ao homem como ser homem. Mas também precisava ser Deus, porque só Deus poderia gerar uma redenção nessa proporção de uma vez por todas. 

POR FIM

Por fim, a vinda de Jesus a Terra se resume em – Redenção – e nesse contexto essa palavra é sinônimo de fazer novas todas as coisas, acabar com governo do pecado, restaurar a imagem de Cristo em nós e derrotar a morte. Ou seja, fazer com que todo o cosmo volte a operar como foi criado para operar e assim Deus seja plenamente glorificado em tudo. O Natal é o nascimento da nossa redenção

Assim, vale ressaltar também que a vinda de Jesus tem como desfecho final a sua segunda vinda. E o natal também nos lembra que a obra de redenção inaugurada naquela manjedoura em Belém terá um fim glorioso na nova Jerusalém. A semente prometida esmagará a serpente e colocará todos os seus inimigos debaixo dos seus pés, e o último deles é a morte.

+++ leia mais sobre o Natal 

Ó, minha alma, lembre-se dos porquês, não se esqueça de onde Ele te tirou e para onde Ele está te conduzindo.

Lembre-se do porquê

O Espírito Santo está nos amadurecendo e nos santificando até o Dia do Senhor, essa é a jornada das nossas vidas. Estamos sendo preparados para encontrar a Cristo e sermos para Ele uma Igreja gloriosa, santa e inculpável.

Porém, quando olhamos para nós mesmos e enxergamos o nosso atual estado, somos tentados a nos desanimar. Isso porque sabemos o quão pecadores, falhos e imaturos ainda somos. Diante desses desafios a imagem de uma Noiva sem mancha, ruga ou coisa semelhante (Ef. 5:21-27), à altura do Seu Noivo, pode parecer muito distante, mas Deus é capaz e suficiente para nos conduzir até lá.

Lembre-se do “como”

Para esse fim, Deus nos levará por altos e baixos, montes e vales, banquetes e desertos. Logo, Ele não nos poupará das provações, nem nos privará da provisão, pois sabe o que está fazendo. Deus está formando a imagem de Cristo em nós, produzindo em Seu povo um caráter aprovado e nos fazendo dignos da nossa vocação. Por essa razão, Ele não desperdiçará nenhuma oportunidade de nos tornar mais parecidos com Ele.

Isso quer dizer que esse processo na maior parte do tempo não será confortável, afinal, estamos mudando, não apenas de comportamento, mas tendo a nossa natureza transformada. Sendo assim, nos despir do velho homem não é uma tarefa fácil, é impossível que a façamos sozinhos, dependemos do Espírito Santo nessa busca.

Lembre-se do caráter de Deus 

Experimentaremos emoções difíceis em meio a essas instabilidades da vida, seremos tentados a desacreditar e parar na caminhada, e é nesse momento que precisamos lembrar a nossa alma de quem é o nosso Senhor. Como o salmista expressou no Salmo 103, nós também precisamos reconhecer o caráter do nosso líder e as boas obras que Ele já realizou em nossa vida, isso nos dará a esperança e a certeza de que alcançaremos a linha de chegada: 

Bendiga ao Senhor a minha alma! Não esqueça de nenhuma de suas bênçãos!
É ele que perdoa todos os seus pecados e cura todas as suas doenças, que resgata a sua vida da sepultura e o coroa de bondade e compaixão […]
O Senhor é compassivo e misericordioso, mui paciente e cheio de amor. Não acusa sem cessar nem fica ressentido para sempre; não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas iniqüidades.” Salmos 103:2-4,8-10

Conhecer o caráter de Deus e trazer à memória os seus feitos, sua bondade e sua misericórdia é o que sustentará a esperança em nosso coração. Saber que a Sua fidelidade não se abala com as mudanças da vida, e que Ele completará a boa obra que começou em nós é o que nos dará paz em meio às adversidades.

Ó, minha alma, vá até o fim!

Portanto, não desanime! Não volte atrás! Embora as tribulações pareçam infindáveis e impossíveis de superar, elas são leves e momentâneas à luz do peso de glória que está sendo produzido em nós.

Todo cristão genuíno deseja crescer em sua vida de oração. Mas, muitas vezes não sabemos como começar e nem qual é o nosso papel como intercessores. A intercessão é um chamado para todos os que amam a Deus, pois ela faz parte das disciplinas espirituais. Além disso, Jesus mesmo disse: “E, quando orares…” (Mateus 6:5). Essa afirmação  desperta  a nos colocarmos aos pés do Senhor e o buscarmos de todo o coração, tendo como óbvio que  não importa se a oração vai ser por duas horas a fio ou por trinta minutos.

Cada um de nós temos vivências e visões de mundo diferentes e como Corpo de Cristo podemos entrar em parceria com Deus para orar as coisas que Ele mesmo já afirmou. Há  um grande privilégio em aquietar e lançar diante dele todas as ansiedades da alma, tanto a nosso respeito como sobre as coisas que estão acontecendo na terra. 

Em Ezequiel 22:30 vemos Deus buscando alguém que se colocasse na brecha para que aquela terra não fosse destruída:

“E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei.” Ezequiel 22:30

Deus está buscando intercessores nos dias de hoje? Mas, como devemos orar?

O princípio da confissão

“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor secou como no calor do verão. Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Eu disse: “Confessarei ao Senhor as minhas transgressões”; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.” Salmos 32:3-5

Neste texto Davi nos ensina como é importante reconhecer e confessar os pecados. Pois, o pecado aprisiona e, é um peso impossível de carregar. A vida se torna seca e não apenas a alma, mas até o corpo físico pode adoecer. Quando Davi se arrepende e reconhece diante de Deus a sua iniquidade ele se torna verdadeiramente livre. O peso é retirado.

Às vezes, nos esquecemos dessa verdade: não há nada que possamos esconder do Senhor. Mas, podemos e devemos ser intencionais em reconhecer quando falhamos e somos rebeldes. Quando confessamos  os nossos pecados, a mesma sensação de liberdade que invadia o coração de Davi encherá nossa alma de alegria. (Você também pode orar o Salmo 51)

Ousadia e fé

“Portanto, meus irmãos, tendo ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos com um coração sincero, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e o corpo lavado com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel.” Hebreus 10:19-23

Você e eu temos uma voz diante do Senhor e temos a liberdade de entrar na presença de Deus todos os dias com amor, fé e ousadia. O  imenso sacrifício da Cruz de Jesus foi para nos levar de volta ao Pai e a Sala do Trono. Temos o coração purificado pelo sangue de Jesus, a certeza da salvação em Cristo e de que somos ouvidos por ele. Lembra o que está escrito em I Joãos 5:14? “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.” Então, precisamos aprender sobre sua vontade e podemos descobrir essas verdades em sua Palavra.

Há uma vontade perfeita de Deus para nós e para as coisas que acontecem ao nosso redor e nós podemos acessar essa revelação através da oração e do estudo das Escrituras. Podemos declarar a Palavra da verdade sobre nossa família,  cidade, país e até sobre as nações.

Mas, como devemos orar?
Orações Apostólicas

Como já falamos, algo que faz parte do nosso DNA de Casa de Oração é orar a Palavra. Entre elas estão as orações Apostólicas. Uma de suas características é que as orações são centradas em Deus e não no pecado ou no diabo. São aproximadamente 25 a 30 orações Apostólicas no Antigo Testamento. Além disso, ela está focada na Igreja da cidade. Mesmo tendo o Apóstolo Paulo orado por indivíduos, eles usavam os mesmos termos das bênçãos impetradas às igrejas locais.

Por exemplo, quando oramos Efésios 3:16-21:

“Peço a Deus que, segundo a riqueza da sua glória, conceda a vocês que sejam fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito, no íntimo de cada um. E assim, pela fé, que Cristo habite no coração de vocês, estando vocês enraizados e alicerçados em amor. Isto para que, com todos os santos, vocês possam compreender qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que vocês fiquem cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” Efésios 3:16-21

Pedimos a Deus que nosso bairro seja inundado pela sua plenitude e que nossos vizinhos possam ter a revelação da profundidade do amor de Deus por suas vidas. Oramos pela revelação de Cristo. 

Dicas práticas de como orar:

  • Procure um lugar propício e sem interrupções, que você se sinta à vontade;
  • Tenha um caderno de anotações, canetas e a Bíblia;
  • Providencie água, café ou suco;
  • Não há uma única forma de orar, saiba como você interage melhor com Deus;
  • Não tenha pressa, saiba que Jesus é o seu sábado, isto é: Nele você pode descansar. Se não tiver palavras que expressem o que você sente, ainda no silêncio, Jesus te escuta.
  • Escreva listas de orações e seja perseverante

“Orem sem cessar.” 1 Tessalonicenses 5:17

Conclusão:

Neste devocional refletimos a respeito de como devemos orar confessando nossos pecados  com ousadia e fé. Também falamos sobre a importância de orar a Palavra e as Orações Apostólicas.

Apesar dos desafios que nos cercam é muito importante nunca desistirmos e sempre retornarmos ao lugar da oração. Que possamos cultivar um coração que ame a Deus sobre todas as coisas.

Continue a ler sobre oração, aqui.

Deus é eterno e essa afirmação por si só vai muito além da nossa compreensão.

Para encerrarmos a nossa série de texto a respeito dos atributos de Deus, escolhemos falar sobre algo que desafia completamente a nossa capacidade cognitiva. Entender a eternidade de Deus é impossível para o ser humano. E, ao mesmo tempo que isto é inquietante para nós, podemos nos maravilhar com a grandeza do nosso Senhor.

A Eternidade de Deus

A.W. Tozer, em seu livro O Conhecimento do Santo, aborda a eternidade de Deus como um dos aspectos que mais destacam a transcendência divina, colocando-o além da compreensão humana. Deus é eterno, sem começo e sem fim, e esse atributo incomunicável nos leva a refletir sobre a imensidão do Criador.

A eternidade de Deus não é apenas uma extensão infinita do tempo, como se Ele simplesmente existisse para sempre dentro do nosso conceito de tempo. Em vez disso, a eternidade de Deus significa que Ele transcende o tempo; Ele não é limitado pelo passado, presente ou futuro. Como Tozer explica, Deus vê toda a história da humanidade e do universo como um “presente eterno”. Para Ele, não há antes nem depois, apenas um eterno agora.

📖 Salmos 90:2: “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.”

Deus existe desde a eternidade passada e continuará a existir para sempre. Ele é o “Eu Sou”, uma existência contínua e auto-suficiente, que não depende do tempo nem é afetada por ele.

A mudança em nossa perspectiva

Primeiramente, a eternidade de Deus traz consigo a segurança de que Ele é imutável em Seu ser, perfeições e promessas. O que Ele era antes da criação do mundo, Ele é agora e continuará sendo eternamente. Essa estabilidade nos oferece segurança em um mundo em constante mudança.

Além disso, e talvez o principal ponto aqui, é que a eternidade de Deus nos convida a adotar uma perspectiva eterna. Muitas vezes, estamos tão focados nas preocupações temporais que perdemos de vista o quadro maior. No entanto, quando contemplamos a eternidade de Deus, somos lembrados de que nossas vidas são apenas um breve sopro em comparação com a imensidão da eternidade. Isso deve nos levar a viver com um propósito que vai além do aqui e agora.

📖 Isaías 40:28: “O Senhor é o Deus eterno, o Criador dos confins da terra. Ele não se cansa nem fica exausto; sua sabedoria é insondável.”

Diante da eternidade de Deus, podemos confiar que tudo o que encaramos em nossa vida, é apenas um grãozinho de areia na história eterna que Ele está escrevendo. Nossos dias difíceis, nossos maiores desafios, assim como nossas maiores conquistas, diante Dele perdem o valor.

Esse entendimento, a mesma medida que nos humilha, nos consola e nos exalta – pois o Deus Eterno nos escolheu para fazer parte da Sua história.

📖 2 Coríntios 4:17: “Pois as nossas leves e momentâneas tribulações estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todas elas.”

Como Adorar um Deus Eterno?

O primeiro passo para adorar um Deus eterno é nos afastarmos de uma mentalidade de imediatismo e cultivarmos uma visão de longo prazo. Isso significa que nossa adoração e relacionamento com Deus não devem ser baseados em circunstâncias temporárias, mas enraizados em Sua natureza eterna.

Em segundo lugar, A.W. Tozer nos lembra que, ao tentar compreender a eternidade de Deus (a fim de adora-lo), devemos adotar uma postura de humildade e reverência. Nossa mente limitada jamais compreenderá completamente o que significa ser eterno, mas isso não deve nos afastar da adoração, e sim nos aproximar ainda mais de um Deus que é incomparavelmente grande e misterioso.

📖 Hebreus 13:8: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre.”

O terceiro passo é, reconheça na eternidade de Deus, assim com em seus outros atributos, a Sua dignidade. Ele é completamente digno por ser completamente superior. Peça ao Espírito Santo que te guie na jornada de se maravilhar ao conhecer o Senhor. E que sua resposta diante de tudo o que contemplar, seja a mais sincera adoração.

Glórias ao Deus Eterno

A eternidade de Deus é um atributo que nos desafia e, ao mesmo tempo, nos conforta. Ela nos lembra que, apesar da brevidade da vida, somos chamados a conhecer e adorar um Deus que é eternamente fiel, sábio e bom. A compreensão da eternidade divina deve transformar nossa perspectiva, nos conduzindo a viver com um senso de propósito eterno e uma confiança inabalável naquele que é de eternidade a eternidade, o nosso Deus. Como Tozer sugere, ao meditarmos na eternidade de Deus, somos levados a uma adoração mais profunda e uma maior confiança em Suas mãos soberanas.

Conhecer e prosseguir em conhecer

Diante de tudo o que foi dito, nossa oração é que você nunca pare de buscar o Conhecimento de Deus. Esse é o nosso chamado principal: ama-lo de todo coração, alma e força e entendimento. Não podemos amar àquele que não conhecemos. Não podemos adora-lo verdadeiramente se não somos capazes de ver quão digno de toda a adoração Ele é.

Finalmente, oramos para que a fidelidade do Senhor te capacite a seguir sem medo do futuro e das frustrações. Que a Sua santidade o impulsione a ser santo e lutar com todas as forças por uma vida reta e íntegra, longe do pecado. Pedimos ao Senhor que a compreensão de Sua alegria tire de nós qualquer medo de nos aproximarmos de Sua presença. Que em Sua compaixão, encontremos conforto para nossas almas e que Seu amor continue sendo como uma bandeira sobre nós. Que a convicção de sua imutabilidade e eternidade nos ajudem a caminhar com confiança, mantendo os nossos olhos fixos no alvo e prosseguindo todos os dias em conhecê-lo, afinal, essa é a vida eterna.

📖 João 17:3: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”

A Imutabilidade de Deus

Deus não muda. Talvez esse conceito não seja nenhuma novidade para você, entretanto, você já parou para pensar e a respeito de como essa verdade muda nossas vidas?

Estamos dando continuidade à nossa série de textos sobre os atributos de Deus. Se você chegou agora, por aqui já falamos sobre a fidelidade, santidade, alegria, compaixão e amor.

Hoje vamos explorar um dos conceitos mais reconfortantes e poderosos da teologia: a imutabilidade de Deus. Este atributo nos oferece uma base sólida para entender e confiar no caráter de Deus. Portanto, vamos explorar três aspectos cruciais da imutabilidade divina: o fato de que Deus não muda, como essa imutabilidade é a base da nossa confiança Nele, e a confiança plena que podemos ter em Sua palavra e Suas promessas.

Deus Não Muda

Primeiramente, a imutabilidade de Deus significa que Ele não muda em Seu ser, em Seus atributos, em Seus conselhos ou em Suas promessas. Deus é eternamente o mesmo. Ele é constante e imutável, não sujeito às variações e mudanças que afetam a criação.

📖 Malaquias 3:6: “Eu, o Senhor, não mudo; por isso vocês, descendentes de Jacó, não foram destruídos.”

Sendo assim, independentemente das circunstâncias, o caráter de Deus permanece constante. Ele não se altera com o tempo, não é influenciado pelas nossas ações, e não é condicionado pelos eventos do mundo.

Eternamente, Ele é completamente bom, mesmo quando se ira; é completamente justo, mesmo quando está exercendo misericórdia. Ele é a Rocha Inabalável.

A Base da Dignidade de Sua Confiança

Por conta disso, podemos então dizer que a imutabilidade de Deus é a base sobre a qual nossa confiança Nele é construída. Se Deus pudesse mudar, Ele não seria digno de nossa confiança. A.W. Tozer escreve: “O conceito de um Deus que muda é inaceitável; uma divindade que pode mudar é um ser frágil e imperfeito.”

Por isso nossa confiança em Deus é profundamente enraizada na certeza de que Ele é eternamente confiável e inalterável.

📖 Hebreus 13:8: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre.”

Esta afirmação reitera que, assim como Cristo é imutável, assim também é o Pai. A certeza de que Deus não muda nos dá a segurança de que Suas promessas são igualmente imutáveis e dignas de confiança.

Confiança Plena em Sua Palavra e Suas Promessas

Entender que Deus é imutável nos leva a confiar plenamente em Sua palavra e Suas promessas. Quando Deus faz uma promessa, podemos estar certos de que Ele a cumprirá, pois Ele não muda. A imutabilidade de Deus garante que Sua palavra permanece verdadeira e que Suas promessas são firmes e seguras.

📖 Números 23:19: “Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa. Acaso Ele fala e deixa de agir? Acaso promete e deixa de cumprir?”

É diante dessa verdade que muitas outras promessas nas escrituras se cumprem, como por exemplo:

📖 Salmo 125:1: “Os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se pode abalar, mas permanece para sempre.”

📖 Salmo 34:5: “Os que olham para ele estão radiantes de alegria; seus rostos jamais mostrarão decepção.”

📖 Salmo 112:6-7:“Não será abalado jamais; para sempre se lembrarão do justo. Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no Senhor.”

Cada um desses versículos mostra um comportamento cristão que não é alcançado pela nossa força de vontade. Pelo contrário, se dependesse apenas de nós e nossas oscilações, esses textos jamais seriam verdadeiros. No entanto, Deus não muda. Ele é completamente estável e digno de confiança, por isso nós não seremos abalados. É por olharmos para Ele, que a Torre Forte, imutável e inabaável, é que nos tornamos fortes.

Tozer enfatiza que a imutabilidade de Deus é uma âncora para a nossa alma. Quando tudo ao nosso redor é incerto e mutável, podemos encontrar paz e estabilidade no caráter imutável de Deus. Sua palavra, que é imutável, nos proporciona orientação e esperança em meio às tempestades da vida.

Aplicação Prática da Imutabilidade de Deus

Por isso, a compreensão da imutabilidade de Deus não é apenas uma doutrina teológica abstrata, mas tem implicações práticas profundas para a nossa vida diária. Quando enfrentamos desafios, incertezas e mudanças, podemos nos lembrar de que Deus é constante e Sua palavra permanece verdadeira. Podemos orar com confiança, sabendo que Deus ouve e responde nossas orações de acordo com Sua natureza imutável.

Além disso, a imutabilidade de Deus nos chama a sermos firmes em nossa fé e a confiarmos em Sua liderança e direção. Podemos descansar na certeza de que Deus, que é o mesmo ontem, hoje e para sempre, está conosco em todas as situações e nunca nos abandonará.

A compaixão de Deus é um dos atributos mais profundos e reconfortantes que podemos explorar! Ela revela o coração de um Deus que se importa profundamente com o sofrimento humano, que se inclina para nos ouvir e que está presente em meio às nossas dores.

Neste texto, vamos mergulhar nessa característica divina que nos mostra um Deus que é tanto justo quanto misericordioso. Mas, antes de falarmos da compaixão, vale lembrar que este é o quinto texto de uma série sobre os atributos de Deus. Por aqui já conversamos sobre alguns conceitos teológicos, fidelidade, santidade e alegria de Deus. Vale a pena conferir.

O Atributo da Compaixão de Deus

Deus é profundamente compassivo. Certamente podemos fazer essa afirmação sem nenhuma sombra de dúvida, visto que este é um atributo que permeia toda a narrativa bíblica. Quando lemos as escrituras com atenção, somos apresentados a um Deus que não apenas se alegra, mas que também se compadece e entende as dores e sofrimentos humanos.

A Compaixão de Deus nas Escrituras

A bíblia revela inúmeras vezes a compaixão de Deus. Desde o Antigo Testamento até o Novo Testamento, vemos exemplos de como Deus se envolve emocionalmente com o sofrimento do Seu povo.

Aliás, em uma dos encontros entre Deus e um homem, vemos o próprio Senhor descrever essa característica a respeito de si:

📖  Êxodo 34:5-7: “Então o Senhor desceu na nuvem, permaneceu ali com ele e proclamou o seu nome: o Senhor. E passou diante de Moisés, proclamando: ‘Senhor, Senhor, Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade, que mantém o seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado. Contudo, não deixa de punir o culpado; castiga os filhos e os netos pelo pecado de seus pais, até a terceira e a quarta gerações.'”

Da mesma maneira, o novo testamento nos mostra que essa é uma característica de toda a Trindade:

📖  Hebreus 4:15: “Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.” (Jesus)

 

📖  Romanos 8:26: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” (Espírito Santo)

A Profundidade da Compaixão de Deus

A compaixão de Deus é tão profunda que Ele decidiu se identificar conosco, tornando-se homem e compartilhando de nossas dores e sofrimentos. Jesus chorou sobre Jerusalém e derramou lágrimas diante do túmulo de Lázaro. Seu sacrifício na cruz é a expressão máxima da compaixão de Deus pela humanidade.

📖  Isaías 53:3: “Era desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores, e experimentado no sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e nós não o tínhamos em estima.”

Entretanto, não se engane, esse atributo de Deus não é exclusivo do Novo Testamento. Desde o Antigo Testamento, vemos Deus se compadecendo de Seu povo, como em Juízes 10:16, onde Ele não pôde mais reter Sua compaixão diante do sofrimento de Israel.

A Resposta de Deus à Nossa Dor

Portanto, podemos afirmar que Deus não ignora a realidade de que o mundo está permeado de maldade, tristeza, desordem e caos. Ele entende nossas dores mais profundas, nossas mazelas, limitações, medos e frustrações. E, diante disso, Ele age com compaixão e ela é expressa através de:

Companhia

Deus não é um espectador distante de nossas vidas; Ele está profundamente envolvido em nossa jornada, especialmente nos momentos de dor e sofrimento.

📖  Salmos 34:18: “O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito abatido”

Portanto, isso significa que em nossos momentos de maior vulnerabilidade, quando nos sentimos sozinhos e desamparados, Deus está ao nosso lado. Ele vê cada lágrima que derramamos e sente nossas dores. Sua presença consoladora nos lembra que nunca estamos verdadeiramente sozinhos, pois o Deus do universo escolhe ser chamado Emanuel, se faz presente, esta perto de nós e compartilha nossos fardos.

Consolo

O consolo que Deus oferece vai além de palavras de conforto; é um alívio profundo para nossa alma. Ele não apenas nos observa de longe, mas age ativamente para que todas as coisas cooperem para o bem daqueles que o amam.

Veja, aqui não estou afirmando que não passaremos por dores ou tristezas. Pelo contrário, passamos por este mundo na certeza de que aqui encontraremos aflições. Mas temos também a convicção que que porque Cristo venceu o mundo, nós também venceremos.

Sendo assim, o consolo do Senhor muitas vezes não virá na simples mudança das circunstâncias. Ele virá na paz que excede todo entendimento, e na certeza de que quando oramos, falamos ao Deus de TODA CONSOLAÇÃO.

Por que Ele é compassivo e misericordioso, temos a certeza de que, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, podemos encontrar alívio. Ele anima nosso espírito, renovando nossa força para continuar, e nos dá uma nova perspectiva sobre nossa dor, transformando-a em um testemunho de Sua fidelidade e amor.

Esperança

Este certamente é um dos aspectos mais impressionantes da compaixão de Deus: ela não se limita ao presente; pelo contrário, ela nos aponta para o futuro cheio de esperança.

Por sua compaixão, podemos olhar além das circunstâncias imediatas, lembrando-nos de que nossa história não termina no sofrimento. Ele nos lembra:

📖  Romanos 8:18: “os sofrimentos do presente não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada”

 

📖 Apocalipse 21:4: “enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor”

Essa esperança nos fortalece para enfrentar as adversidades, sabendo que, um dia, toda dor será substituída pela alegria eterna em Sua presença.

Nossa resposta a sua compaixão deve ser a confiança, pois Ele já preparou um futuro onde tudo será novo, e onde viveremos em perfeita comunhão com Ele.

Um Deus compassivo

Talvez para alguns de nós seja difícil imaginar um Deus que se compadece de nós. Mas Ele é tudo isso! Romanos 12:15 nos orienta a nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram. Não seria assim também o próprio Deus? Ele se alegra quando encontramos alegria verdadeira nEle e chora quando sofremos, mesmo quando isso é resultado de nossas más escolhas.

Por isso reafirmo: Importa que o vejamos como Ele é, para que possamos nos relacionar com Ele da maneira certa. Que a revelação de que Deus é compassivo nos dê esperança de que os dias cinzentos serão inevitavelmente cortados pelos raios luminosos de Sua luz. Ele é a fonte de consolo e esperança.

“Ela não se afastava do templo, cultuando a Deus dia e noite com jejuns e orações.” (Lucas 2:37)

A história de Ana e Simeão é relatada no livro de Lucas de forma breve. Simeão recebeu uma revelação do Espírito Santo – em uma época que o Espírito não havia sido derramado: ele não morreria sem ver o Messias. Ao ver o bebê Jesus no templo ele diz “meus olhos viram a salvação”. Já Ana era uma viúva com mais de 80 anos que permanecia no templo dia e noite cultuando a Deus com orações e jejuns. Ao ver o menino Jesus no templo, Ana falou sobre o menino a todos que esperavam a redenção de Jerusalém.

Mas o que há em comum entre Ana e Simeão?

Ambos eram pessoas comuns, pessoas que só foram citadas nessa passagem bíblica. Pessoas que carregavam marcas da vida, que estavam imersos em um cenário político conturbado, sem esperança, pois Deus estava em silêncio há 400 anos. Porém, além de pessoas comuns, Ana e Simeão eram precursores. Pessoas que têm uma visão além do seu tempo, que vão à frente abrindo um caminho para que outros possam trilhar.

Ana e Simeão entendiam o tempo que eles estavam vivendo no plano de Deus ao ponto de reconhecer um bebê como o Messias que traria a salvação. Ana e Simeão são protótipos de precursores do fim dos tempos, pessoas comuns com uma devoção perene que permanecem com os olhos fixos na promessa e que tem uma visão profética do plano de Deus.

A revelação do Senhor a seus servos

Amós 3:7 diz que Deus não faz coisa alguma sem antes revelar aos seus servos, os profetas. Esse versículo deixa evidente que tudo que o Senhor faz, Ele comunica aos profetas que são seus servos. Servos são pessoas dependentes de um Senhor, pessoas que não fazem nada por si mesmas, portanto são confiáveis e obedientes.

O Senhor não compartilha seu coração com todos, mas com aqueles que Ele pode confiar, pois serão obedientes. No relato sobre Ana e Simeão é possível perceber que o Senhor comunicou a eles Seu plano, ademais eles não poderiam saber que um bebê era o Messias.

Sem uma revelação do próprio Deus. Ou seja, sem uma visão profética Ana e Simeão não gastariam sua vida à espera de uma promessa.

Como a história de Ana e Simeão se aplica nos nossos dias?

No plano de Deus nós também estamos posicionados em uma parte da história. O Senhor busca pessoas que tem uma visão desse plano e sabem onde estão posicionados, assim como Ana e Simeão. Mas, afinal em qual momento da história desse plano estamos hoje? Ao longo do antigo testamento é possível acompanhar a narrativa do plano de Deus, todas as histórias de destaque bíblico tem um propósito que converge em Jesus.

De forma simplificada, após Adão e Eva pecarem Deus fala sobre seu plano de redenção pela primeira vez, conhecido teologicamente como protoevangelho. Gênesis 3:15 diz: “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”.

A partir dessa fala de Deus, todas as gerações tinham expectativas por gerarem aquele que traria redenção. Ao longo do antigo testamento lemos muitas promessas de quem seria esse sumo sacerdote, como em Isaías 53.

A primeira vinda do Messias

Ana e Simeão estavam presentes quando finalmente o Messias, que traria redenção ao povo, nasceu. Ambos sabiam exatamente o momento da história em que viviam, sabiam da promessa e por meio do Espírito Santo sabiam que veriam com os próprios olhos o Cristo.

Cristo cresceu (Lc 2:52), iniciou seu ministério (Mt 4:18-20), discipulou (Lc 9: 1-25), curou (Mt 10), pregou (Mt 5), morreu (Mt 27:51-54), ressuscitou (Mt 28:16-20) e ao ascender aos céus (Mc 16:19) disse que voltaria (Jo 14).

Os últimos dias

A partir dessa ascensão de Jesus inaugura-se o período conhecido como “últimos dias”, isto é, período entre a ascensão de Jesus aos céus e sua segunda vinda, quando Ele voltará para julgar as nações (At 17:31). Entretanto, dentro desse período em que estamos, é possível ter uma noção a partir dos sinais explícitos da bíblia e de uma visão profética de quão próximo estamos da segunda vinda. Isto é, o momento que estamos no plano de Deus.

Como Ana precisamos nos posicionar em jejum e em orações intercessórias dia e noite, precisamos encher as taças com incensos que são as orações dos santos (Ap 5:8).

Seguindo o exemplo de Simeão precisamos cultivar a expectativa de ver o cumprimento da promessa. Como Ana e Simeão precisamos viver uma vida de devoção, não permitir que as circunstâncias adversas da vida nos paralisem diante da promessa da eternidade. Precisamos manter nossos olhos fixos em Cristo e em sua promessa, ademais Deus é fidedigno (Nm 23:19) .

Seremos aqueles que estarão dispostos a fazer parte do Plano do Senhor?

A geração de Ana e Simeão passou e o Senhor encontrou neles pessoas confiáveis e dispostas a fazerem parte do Seu plano. Pessoas que gastaram sua vida à espera da promessa, pessoas que abriram caminho e foram à frente. Imagino que muitos não compreendiam o que Ana, uma viúva idosa, fazia dia e noite no templo. A bíblia não fala, mas é provável que Ana e Simeão tenham sido rotulados como loucos.

Nos dias de hoje Ana e Simeão seriam rotulados de radicais, ouviriam frases como: “Nossa, para que orar tanto assim?” ou “Não precisa jejuar tanto, Jesus já pagou o preço!” ou até mesmo “Para que tanta radicalidade, isso é fanatismo, não precisa de tanto”. A realidade é que Ana e Simeão viram algo e ficaram fascinados. Não é possível ter uma revelação de Cristo e do Seu plano eterno e não se fascinar por quem Ele é.

A busca do Senhor

O Senhor busca pessoas íntegras com quem Ele possa compartilhar Seu coração. Pessoas dispostas a “permanecer no templo” dia e noite, que não têm suas vidas como preciosas, pois estão fascinadas por Cristo (Fp 3:8). O Senhor busca uma geração de Anas e Simeões que enchem as taças de oração, conforme apocalipse 5:8. Pessoas que tem uma visão profética do momento que estamos na história do plano de Deus e vão à frente, abrindo o caminho para a segunda vinda do Senhor, quando Ele voltará para estabelecer seu Reino de paz, justiça e alegria (Rm 14:7). A partir de Jerusalém (Is 2:1-4), Ele governará as nações com cetro de ferro (Ap 12:5).

O Senhor busca uma geração fascinada por quem Ele é, que espera ansiosamente o cumprimento da promessa. Pessoas que gastam a vida em devoção. Uma geração de uma só coisa, que deseja que Ele tenha um lugar para habitar em meio aos homens (Sl 27:4).

Uma geração que dá o devido valor ao único que é digno, uma geração radical e extravagante que entende que não é desperdício gastar sua vida por amor a Ele, porque Ele é digno dos nossos dias. Onde estão as Anas e os Simeões do nosso tempo?

 

 

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Larissa Nunes Loureiro – Aluna da track de Proclamadores do Fascinação, Turma 20

 

 

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Jesus é capaz de trabalhar em nossas vidas e nos sustentar dentro da ekklesia, o corpo de Cristo. Deus é o construtor e usa várias maneiras para nos moldar ao caráter de Jesus. E, é sobre isso que iremos refletir nesse texto

“Assim, não sois mais estrangeiros, nem imigrantes; pelo contrário, sois concidadãos dos santos e
membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas,
sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra de esquina.
Nele, o edifício inteiro, bem ajustado, cresce para ser templo santo no Senhor, no qual também
vós, juntos, sois edificados para morada de Deus no Espírito” Efésios 2:19-22

 

A Igreja é um edifício, não no sentido literal, como um prédio de quatro paredes; mas um edifício formado por  pessoas. Quando Jesus afirmou que “edificaria a sua igreja” (Mt 16:18), isso significava que Ele iria edificar as pessoas que pertencerão à Igreja.

Pedras vivas

O grande propósito de Deus, ao longo dos séculos, é edificar um povo para si. Por toda a terra, Cristo reúne congregações locais de cristãos que foram chamados para a unidade da adoração.

Nós todos somos pedras vivas (1 Pe 2:5) e estamos sendo edificados como casa para Deus. Mesmo sendo diferentes umas das outras, em variados tamanhos e formatos, nas mãos de Deus somos encaixados perfeitamente.

O ponto principal de construções antigas, feitas com pedras desiguais, era a resistência e fortaleza que esse tipo de construção trazia.

Da mesma forma, Deus pode colocá-lo em meio a pedras diferentes, no meio de pessoas diferentes. Porque, para que uma parede seja forte, é preciso pedras de todas as formas, pesos e tamanhos. Todos estes tipos de pedras são importantes para Deus, o construtor principal, que está construindo um edifício – a família de Deus.

O Senhor criou cada um de nós com habilidades únicas. Portanto, perceba como você se encaixa neste edifício que Deus está construindo.

Alinhando as expectativas

A Igreja é um edifício em construção, uma obra em andamento. Ela é composta de pessoas comuns, que estão vivendo um processo contínuo de redenção e santificação.

Muitas vezes o padrão que esperamos da igreja local não é o mesmo que usamos para o nosso caráter. Precisamos nos livrar das expectativas perfeccionistas a respeito da Igreja. Devemos enxergá-la como um hospital para pecadores (Agostinho), onde todos estão passando por um processo de recuperação.

Compreender isso torna mais fácil ter expectativas saudáveis sobre a igreja local.

A Igreja é como um canteiro de obras.

Em qualquer congregação de cristãos, existem reparos a serem feitos, no sentido espiritual. Mas Jesus está em nosso meio como o construtor que está trabalhando. E onde está havendo uma obra, haverá disrupção, bagunça e sujeira. A evidência da presença de Cristo no meio da Igreja é uma obra em construção: vemos o caráter das pessoas sendo transformado, desafios nos relacionamentos, arrependimento e perdão.

Somos edificados para sermos morada de Deus. A promessa do Novo Testamento é que o Pai e o Filho
virão, por meio do Espírito Santo, para habitar em cada um de nós. Deus não habita em um prédio ou
um local sagrado, mas dentro de nós (Gl 2:20). E quando dois ou três cristãos se reúnem, cada um
deles traz a presença de Cristo para o lugar de adoração.

Deus escolheu usar a igreja, esse ambiente imperfeito, para moldar nosso caráter. Muitos fogem do
lugar onde Deus os plantou, mas “o cristão precisa da igreja, tanto para suas bençãos quanto para seus
problemas”. É assim que o construtor, através do cinzel, lasca as arestas e bordas das pedras vivas que
somos para que possamos nos encaixar com as demais.

Estar em uma igreja “perfeita” não nos faria bem algum, porque ali não há obras sendo feitas. É por
meio das provações da vida em meio à família de Deus, por meio de relacionamentos que nos
confrontam e moldam que o Senhor, o construtor, nos lapida e santifica.

 

Texto originalmente postado em 24 de nov de 2020