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Vida de Oração: Como orar

Vida cristã

Todo cristão genuíno deseja crescer em sua vida de oração. Mas, muitas vezes não sabemos como começar e nem qual é o nosso papel como intercessores. A intercessão é um chamado para todos os que amam a Deus, pois ela faz parte das disciplinas espirituais. Além disso, Jesus mesmo disse: “E, quando orares…” (Mateus 6:5). Essa afirmação  desperta  a nos colocarmos aos pés do Senhor e o buscarmos de todo o coração, tendo como óbvio que  não importa se a oração vai ser por duas horas a fio ou por trinta minutos.

Cada um de nós temos vivências e visões de mundo diferentes e como Corpo de Cristo podemos entrar em parceria com Deus para orar as coisas que Ele mesmo já afirmou. Há  um grande privilégio em aquietar e lançar diante dele todas as ansiedades da alma, tanto a nosso respeito como sobre as coisas que estão acontecendo na terra. 

Em Ezequiel 22:30 vemos Deus buscando alguém que se colocasse na brecha para que aquela terra não fosse destruída:

“E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei.” Ezequiel 22:30

Deus está buscando intercessores nos dias de hoje? Mas, como devemos orar?

O princípio da confissão

“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor secou como no calor do verão. Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Eu disse: “Confessarei ao Senhor as minhas transgressões”; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.” Salmos 32:3-5

Neste texto Davi nos ensina como é importante reconhecer e confessar os pecados. Pois, o pecado aprisiona e, é um peso impossível de carregar. A vida se torna seca e não apenas a alma, mas até o corpo físico pode adoecer. Quando Davi se arrepende e reconhece diante de Deus a sua iniquidade ele se torna verdadeiramente livre. O peso é retirado.

Às vezes, nos esquecemos dessa verdade: não há nada que possamos esconder do Senhor. Mas, podemos e devemos ser intencionais em reconhecer quando falhamos e somos rebeldes. Quando confessamos  os nossos pecados, a mesma sensação de liberdade que invadia o coração de Davi encherá nossa alma de alegria. (Você também pode orar o Salmo 51)

Ousadia e fé

“Portanto, meus irmãos, tendo ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos com um coração sincero, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e o corpo lavado com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel.” Hebreus 10:19-23

Você e eu temos uma voz diante do Senhor e temos a liberdade de entrar na presença de Deus todos os dias com amor, fé e ousadia. O  imenso sacrifício da Cruz de Jesus foi para nos levar de volta ao Pai e a Sala do Trono. Temos o coração purificado pelo sangue de Jesus, a certeza da salvação em Cristo e de que somos ouvidos por ele. Lembra o que está escrito em I Joãos 5:14? “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.” Então, precisamos aprender sobre sua vontade e podemos descobrir essas verdades em sua Palavra.

Há uma vontade perfeita de Deus para nós e para as coisas que acontecem ao nosso redor e nós podemos acessar essa revelação através da oração e do estudo das Escrituras. Podemos declarar a Palavra da verdade sobre nossa família,  cidade, país e até sobre as nações.

Mas, como devemos orar?
Orações Apostólicas

Como já falamos, algo que faz parte do nosso DNA de Casa de Oração é orar a Palavra. Entre elas estão as orações Apostólicas. Uma de suas características é que as orações são centradas em Deus e não no pecado ou no diabo. São aproximadamente 25 a 30 orações Apostólicas no Antigo Testamento. Além disso, ela está focada na Igreja da cidade. Mesmo tendo o Apóstolo Paulo orado por indivíduos, eles usavam os mesmos termos das bênçãos impetradas às igrejas locais.

Por exemplo, quando oramos Efésios 3:16-21:

“Peço a Deus que, segundo a riqueza da sua glória, conceda a vocês que sejam fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito, no íntimo de cada um. E assim, pela fé, que Cristo habite no coração de vocês, estando vocês enraizados e alicerçados em amor. Isto para que, com todos os santos, vocês possam compreender qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que vocês fiquem cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” Efésios 3:16-21

Pedimos a Deus que nosso bairro seja inundado pela sua plenitude e que nossos vizinhos possam ter a revelação da profundidade do amor de Deus por suas vidas. Oramos pela revelação de Cristo. 

Dicas práticas de como orar:

  • Procure um lugar propício e sem interrupções, que você se sinta à vontade;
  • Tenha um caderno de anotações, canetas e a Bíblia;
  • Providencie água, café ou suco;
  • Não há uma única forma de orar, saiba como você interage melhor com Deus;
  • Não tenha pressa, saiba que Jesus é o seu sábado, isto é: Nele você pode descansar. Se não tiver palavras que expressem o que você sente, ainda no silêncio, Jesus te escuta.
  • Escreva listas de orações e seja perseverante

“Orem sem cessar.” 1 Tessalonicenses 5:17

Conclusão:

Neste devocional refletimos a respeito de como devemos orar confessando nossos pecados  com ousadia e fé. Também falamos sobre a importância de orar a Palavra e as Orações Apostólicas.

Apesar dos desafios que nos cercam é muito importante nunca desistirmos e sempre retornarmos ao lugar da oração. Que possamos cultivar um coração que ame a Deus sobre todas as coisas.

Continue a ler sobre oração, aqui.

Deus é eterno e essa afirmação por si só vai muito além da nossa compreensão.

Para encerrarmos a nossa série de texto a respeito dos atributos de Deus, escolhemos falar sobre algo que desafia completamente a nossa capacidade cognitiva. Entender a eternidade de Deus é impossível para o ser humano. E, ao mesmo tempo que isto é inquietante para nós, podemos nos maravilhar com a grandeza do nosso Senhor.

A Eternidade de Deus

A.W. Tozer, em seu livro O Conhecimento do Santo, aborda a eternidade de Deus como um dos aspectos que mais destacam a transcendência divina, colocando-o além da compreensão humana. Deus é eterno, sem começo e sem fim, e esse atributo incomunicável nos leva a refletir sobre a imensidão do Criador.

A eternidade de Deus não é apenas uma extensão infinita do tempo, como se Ele simplesmente existisse para sempre dentro do nosso conceito de tempo. Em vez disso, a eternidade de Deus significa que Ele transcende o tempo; Ele não é limitado pelo passado, presente ou futuro. Como Tozer explica, Deus vê toda a história da humanidade e do universo como um “presente eterno”. Para Ele, não há antes nem depois, apenas um eterno agora.

📖 Salmos 90:2: “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.”

Deus existe desde a eternidade passada e continuará a existir para sempre. Ele é o “Eu Sou”, uma existência contínua e auto-suficiente, que não depende do tempo nem é afetada por ele.

A mudança em nossa perspectiva

Primeiramente, a eternidade de Deus traz consigo a segurança de que Ele é imutável em Seu ser, perfeições e promessas. O que Ele era antes da criação do mundo, Ele é agora e continuará sendo eternamente. Essa estabilidade nos oferece segurança em um mundo em constante mudança.

Além disso, e talvez o principal ponto aqui, é que a eternidade de Deus nos convida a adotar uma perspectiva eterna. Muitas vezes, estamos tão focados nas preocupações temporais que perdemos de vista o quadro maior. No entanto, quando contemplamos a eternidade de Deus, somos lembrados de que nossas vidas são apenas um breve sopro em comparação com a imensidão da eternidade. Isso deve nos levar a viver com um propósito que vai além do aqui e agora.

📖 Isaías 40:28: “O Senhor é o Deus eterno, o Criador dos confins da terra. Ele não se cansa nem fica exausto; sua sabedoria é insondável.”

Diante da eternidade de Deus, podemos confiar que tudo o que encaramos em nossa vida, é apenas um grãozinho de areia na história eterna que Ele está escrevendo. Nossos dias difíceis, nossos maiores desafios, assim como nossas maiores conquistas, diante Dele perdem o valor.

Esse entendimento, a mesma medida que nos humilha, nos consola e nos exalta – pois o Deus Eterno nos escolheu para fazer parte da Sua história.

📖 2 Coríntios 4:17: “Pois as nossas leves e momentâneas tribulações estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todas elas.”

Como Adorar um Deus Eterno?

O primeiro passo para adorar um Deus eterno é nos afastarmos de uma mentalidade de imediatismo e cultivarmos uma visão de longo prazo. Isso significa que nossa adoração e relacionamento com Deus não devem ser baseados em circunstâncias temporárias, mas enraizados em Sua natureza eterna.

Em segundo lugar, A.W. Tozer nos lembra que, ao tentar compreender a eternidade de Deus (a fim de adora-lo), devemos adotar uma postura de humildade e reverência. Nossa mente limitada jamais compreenderá completamente o que significa ser eterno, mas isso não deve nos afastar da adoração, e sim nos aproximar ainda mais de um Deus que é incomparavelmente grande e misterioso.

📖 Hebreus 13:8: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre.”

O terceiro passo é, reconheça na eternidade de Deus, assim com em seus outros atributos, a Sua dignidade. Ele é completamente digno por ser completamente superior. Peça ao Espírito Santo que te guie na jornada de se maravilhar ao conhecer o Senhor. E que sua resposta diante de tudo o que contemplar, seja a mais sincera adoração.

Glórias ao Deus Eterno

A eternidade de Deus é um atributo que nos desafia e, ao mesmo tempo, nos conforta. Ela nos lembra que, apesar da brevidade da vida, somos chamados a conhecer e adorar um Deus que é eternamente fiel, sábio e bom. A compreensão da eternidade divina deve transformar nossa perspectiva, nos conduzindo a viver com um senso de propósito eterno e uma confiança inabalável naquele que é de eternidade a eternidade, o nosso Deus. Como Tozer sugere, ao meditarmos na eternidade de Deus, somos levados a uma adoração mais profunda e uma maior confiança em Suas mãos soberanas.

Conhecer e prosseguir em conhecer

Diante de tudo o que foi dito, nossa oração é que você nunca pare de buscar o Conhecimento de Deus. Esse é o nosso chamado principal: ama-lo de todo coração, alma e força e entendimento. Não podemos amar àquele que não conhecemos. Não podemos adora-lo verdadeiramente se não somos capazes de ver quão digno de toda a adoração Ele é.

Finalmente, oramos para que a fidelidade do Senhor te capacite a seguir sem medo do futuro e das frustrações. Que a Sua santidade o impulsione a ser santo e lutar com todas as forças por uma vida reta e íntegra, longe do pecado. Pedimos ao Senhor que a compreensão de Sua alegria tire de nós qualquer medo de nos aproximarmos de Sua presença. Que em Sua compaixão, encontremos conforto para nossas almas e que Seu amor continue sendo como uma bandeira sobre nós. Que a convicção de sua imutabilidade e eternidade nos ajudem a caminhar com confiança, mantendo os nossos olhos fixos no alvo e prosseguindo todos os dias em conhecê-lo, afinal, essa é a vida eterna.

📖 João 17:3: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”

A Imutabilidade de Deus

Deus não muda. Talvez esse conceito não seja nenhuma novidade para você, entretanto, você já parou para pensar e a respeito de como essa verdade muda nossas vidas?

Estamos dando continuidade à nossa série de textos sobre os atributos de Deus. Se você chegou agora, por aqui já falamos sobre a fidelidade, santidade, alegria, compaixão e amor.

Hoje vamos explorar um dos conceitos mais reconfortantes e poderosos da teologia: a imutabilidade de Deus. Este atributo nos oferece uma base sólida para entender e confiar no caráter de Deus. Portanto, vamos explorar três aspectos cruciais da imutabilidade divina: o fato de que Deus não muda, como essa imutabilidade é a base da nossa confiança Nele, e a confiança plena que podemos ter em Sua palavra e Suas promessas.

Deus Não Muda

Primeiramente, a imutabilidade de Deus significa que Ele não muda em Seu ser, em Seus atributos, em Seus conselhos ou em Suas promessas. Deus é eternamente o mesmo. Ele é constante e imutável, não sujeito às variações e mudanças que afetam a criação.

📖 Malaquias 3:6: “Eu, o Senhor, não mudo; por isso vocês, descendentes de Jacó, não foram destruídos.”

Sendo assim, independentemente das circunstâncias, o caráter de Deus permanece constante. Ele não se altera com o tempo, não é influenciado pelas nossas ações, e não é condicionado pelos eventos do mundo.

Eternamente, Ele é completamente bom, mesmo quando se ira; é completamente justo, mesmo quando está exercendo misericórdia. Ele é a Rocha Inabalável.

A Base da Dignidade de Sua Confiança

Por conta disso, podemos então dizer que a imutabilidade de Deus é a base sobre a qual nossa confiança Nele é construída. Se Deus pudesse mudar, Ele não seria digno de nossa confiança. A.W. Tozer escreve: “O conceito de um Deus que muda é inaceitável; uma divindade que pode mudar é um ser frágil e imperfeito.”

Por isso nossa confiança em Deus é profundamente enraizada na certeza de que Ele é eternamente confiável e inalterável.

📖 Hebreus 13:8: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre.”

Esta afirmação reitera que, assim como Cristo é imutável, assim também é o Pai. A certeza de que Deus não muda nos dá a segurança de que Suas promessas são igualmente imutáveis e dignas de confiança.

Confiança Plena em Sua Palavra e Suas Promessas

Entender que Deus é imutável nos leva a confiar plenamente em Sua palavra e Suas promessas. Quando Deus faz uma promessa, podemos estar certos de que Ele a cumprirá, pois Ele não muda. A imutabilidade de Deus garante que Sua palavra permanece verdadeira e que Suas promessas são firmes e seguras.

📖 Números 23:19: “Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa. Acaso Ele fala e deixa de agir? Acaso promete e deixa de cumprir?”

É diante dessa verdade que muitas outras promessas nas escrituras se cumprem, como por exemplo:

📖 Salmo 125:1: “Os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se pode abalar, mas permanece para sempre.”

📖 Salmo 34:5: “Os que olham para ele estão radiantes de alegria; seus rostos jamais mostrarão decepção.”

📖 Salmo 112:6-7:“Não será abalado jamais; para sempre se lembrarão do justo. Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no Senhor.”

Cada um desses versículos mostra um comportamento cristão que não é alcançado pela nossa força de vontade. Pelo contrário, se dependesse apenas de nós e nossas oscilações, esses textos jamais seriam verdadeiros. No entanto, Deus não muda. Ele é completamente estável e digno de confiança, por isso nós não seremos abalados. É por olharmos para Ele, que a Torre Forte, imutável e inabaável, é que nos tornamos fortes.

Tozer enfatiza que a imutabilidade de Deus é uma âncora para a nossa alma. Quando tudo ao nosso redor é incerto e mutável, podemos encontrar paz e estabilidade no caráter imutável de Deus. Sua palavra, que é imutável, nos proporciona orientação e esperança em meio às tempestades da vida.

Aplicação Prática da Imutabilidade de Deus

Por isso, a compreensão da imutabilidade de Deus não é apenas uma doutrina teológica abstrata, mas tem implicações práticas profundas para a nossa vida diária. Quando enfrentamos desafios, incertezas e mudanças, podemos nos lembrar de que Deus é constante e Sua palavra permanece verdadeira. Podemos orar com confiança, sabendo que Deus ouve e responde nossas orações de acordo com Sua natureza imutável.

Além disso, a imutabilidade de Deus nos chama a sermos firmes em nossa fé e a confiarmos em Sua liderança e direção. Podemos descansar na certeza de que Deus, que é o mesmo ontem, hoje e para sempre, está conosco em todas as situações e nunca nos abandonará.

A compaixão de Deus é um dos atributos mais profundos e reconfortantes que podemos explorar! Ela revela o coração de um Deus que se importa profundamente com o sofrimento humano, que se inclina para nos ouvir e que está presente em meio às nossas dores.

Neste texto, vamos mergulhar nessa característica divina que nos mostra um Deus que é tanto justo quanto misericordioso. Mas, antes de falarmos da compaixão, vale lembrar que este é o quinto texto de uma série sobre os atributos de Deus. Por aqui já conversamos sobre alguns conceitos teológicos, fidelidade, santidade e alegria de Deus. Vale a pena conferir.

O Atributo da Compaixão de Deus

Deus é profundamente compassivo. Certamente podemos fazer essa afirmação sem nenhuma sombra de dúvida, visto que este é um atributo que permeia toda a narrativa bíblica. Quando lemos as escrituras com atenção, somos apresentados a um Deus que não apenas se alegra, mas que também se compadece e entende as dores e sofrimentos humanos.

A Compaixão de Deus nas Escrituras

A bíblia revela inúmeras vezes a compaixão de Deus. Desde o Antigo Testamento até o Novo Testamento, vemos exemplos de como Deus se envolve emocionalmente com o sofrimento do Seu povo.

Aliás, em uma dos encontros entre Deus e um homem, vemos o próprio Senhor descrever essa característica a respeito de si:

📖  Êxodo 34:5-7: “Então o Senhor desceu na nuvem, permaneceu ali com ele e proclamou o seu nome: o Senhor. E passou diante de Moisés, proclamando: ‘Senhor, Senhor, Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade, que mantém o seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado. Contudo, não deixa de punir o culpado; castiga os filhos e os netos pelo pecado de seus pais, até a terceira e a quarta gerações.'”

Da mesma maneira, o novo testamento nos mostra que essa é uma característica de toda a Trindade:

📖  Hebreus 4:15: “Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.” (Jesus)

 

📖  Romanos 8:26: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” (Espírito Santo)

A Profundidade da Compaixão de Deus

A compaixão de Deus é tão profunda que Ele decidiu se identificar conosco, tornando-se homem e compartilhando de nossas dores e sofrimentos. Jesus chorou sobre Jerusalém e derramou lágrimas diante do túmulo de Lázaro. Seu sacrifício na cruz é a expressão máxima da compaixão de Deus pela humanidade.

📖  Isaías 53:3: “Era desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores, e experimentado no sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e nós não o tínhamos em estima.”

Entretanto, não se engane, esse atributo de Deus não é exclusivo do Novo Testamento. Desde o Antigo Testamento, vemos Deus se compadecendo de Seu povo, como em Juízes 10:16, onde Ele não pôde mais reter Sua compaixão diante do sofrimento de Israel.

A Resposta de Deus à Nossa Dor

Portanto, podemos afirmar que Deus não ignora a realidade de que o mundo está permeado de maldade, tristeza, desordem e caos. Ele entende nossas dores mais profundas, nossas mazelas, limitações, medos e frustrações. E, diante disso, Ele age com compaixão e ela é expressa através de:

Companhia

Deus não é um espectador distante de nossas vidas; Ele está profundamente envolvido em nossa jornada, especialmente nos momentos de dor e sofrimento.

📖  Salmos 34:18: “O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito abatido”

Portanto, isso significa que em nossos momentos de maior vulnerabilidade, quando nos sentimos sozinhos e desamparados, Deus está ao nosso lado. Ele vê cada lágrima que derramamos e sente nossas dores. Sua presença consoladora nos lembra que nunca estamos verdadeiramente sozinhos, pois o Deus do universo escolhe ser chamado Emanuel, se faz presente, esta perto de nós e compartilha nossos fardos.

Consolo

O consolo que Deus oferece vai além de palavras de conforto; é um alívio profundo para nossa alma. Ele não apenas nos observa de longe, mas age ativamente para que todas as coisas cooperem para o bem daqueles que o amam.

Veja, aqui não estou afirmando que não passaremos por dores ou tristezas. Pelo contrário, passamos por este mundo na certeza de que aqui encontraremos aflições. Mas temos também a convicção que que porque Cristo venceu o mundo, nós também venceremos.

Sendo assim, o consolo do Senhor muitas vezes não virá na simples mudança das circunstâncias. Ele virá na paz que excede todo entendimento, e na certeza de que quando oramos, falamos ao Deus de TODA CONSOLAÇÃO.

Por que Ele é compassivo e misericordioso, temos a certeza de que, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, podemos encontrar alívio. Ele anima nosso espírito, renovando nossa força para continuar, e nos dá uma nova perspectiva sobre nossa dor, transformando-a em um testemunho de Sua fidelidade e amor.

Esperança

Este certamente é um dos aspectos mais impressionantes da compaixão de Deus: ela não se limita ao presente; pelo contrário, ela nos aponta para o futuro cheio de esperança.

Por sua compaixão, podemos olhar além das circunstâncias imediatas, lembrando-nos de que nossa história não termina no sofrimento. Ele nos lembra:

📖  Romanos 8:18: “os sofrimentos do presente não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada”

 

📖 Apocalipse 21:4: “enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor”

Essa esperança nos fortalece para enfrentar as adversidades, sabendo que, um dia, toda dor será substituída pela alegria eterna em Sua presença.

Nossa resposta a sua compaixão deve ser a confiança, pois Ele já preparou um futuro onde tudo será novo, e onde viveremos em perfeita comunhão com Ele.

Um Deus compassivo

Talvez para alguns de nós seja difícil imaginar um Deus que se compadece de nós. Mas Ele é tudo isso! Romanos 12:15 nos orienta a nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram. Não seria assim também o próprio Deus? Ele se alegra quando encontramos alegria verdadeira nEle e chora quando sofremos, mesmo quando isso é resultado de nossas más escolhas.

Por isso reafirmo: Importa que o vejamos como Ele é, para que possamos nos relacionar com Ele da maneira certa. Que a revelação de que Deus é compassivo nos dê esperança de que os dias cinzentos serão inevitavelmente cortados pelos raios luminosos de Sua luz. Ele é a fonte de consolo e esperança.

“Ela não se afastava do templo, cultuando a Deus dia e noite com jejuns e orações.” (Lucas 2:37)

A história de Ana e Simeão é relatada no livro de Lucas de forma breve. Simeão recebeu uma revelação do Espírito Santo – em uma época que o Espírito não havia sido derramado: ele não morreria sem ver o Messias. Ao ver o bebê Jesus no templo ele diz “meus olhos viram a salvação”. Já Ana era uma viúva com mais de 80 anos que permanecia no templo dia e noite cultuando a Deus com orações e jejuns. Ao ver o menino Jesus no templo, Ana falou sobre o menino a todos que esperavam a redenção de Jerusalém.

Mas o que há em comum entre Ana e Simeão?

Ambos eram pessoas comuns, pessoas que só foram citadas nessa passagem bíblica. Pessoas que carregavam marcas da vida, que estavam imersos em um cenário político conturbado, sem esperança, pois Deus estava em silêncio há 400 anos. Porém, além de pessoas comuns, Ana e Simeão eram precursores. Pessoas que têm uma visão além do seu tempo, que vão à frente abrindo um caminho para que outros possam trilhar.

Ana e Simeão entendiam o tempo que eles estavam vivendo no plano de Deus ao ponto de reconhecer um bebê como o Messias que traria a salvação. Ana e Simeão são protótipos de precursores do fim dos tempos, pessoas comuns com uma devoção perene que permanecem com os olhos fixos na promessa e que tem uma visão profética do plano de Deus.

A revelação do Senhor a seus servos

Amós 3:7 diz que Deus não faz coisa alguma sem antes revelar aos seus servos, os profetas. Esse versículo deixa evidente que tudo que o Senhor faz, Ele comunica aos profetas que são seus servos. Servos são pessoas dependentes de um Senhor, pessoas que não fazem nada por si mesmas, portanto são confiáveis e obedientes.

O Senhor não compartilha seu coração com todos, mas com aqueles que Ele pode confiar, pois serão obedientes. No relato sobre Ana e Simeão é possível perceber que o Senhor comunicou a eles Seu plano, ademais eles não poderiam saber que um bebê era o Messias.

Sem uma revelação do próprio Deus. Ou seja, sem uma visão profética Ana e Simeão não gastariam sua vida à espera de uma promessa.

Como a história de Ana e Simeão se aplica nos nossos dias?

No plano de Deus nós também estamos posicionados em uma parte da história. O Senhor busca pessoas que tem uma visão desse plano e sabem onde estão posicionados, assim como Ana e Simeão. Mas, afinal em qual momento da história desse plano estamos hoje? Ao longo do antigo testamento é possível acompanhar a narrativa do plano de Deus, todas as histórias de destaque bíblico tem um propósito que converge em Jesus.

De forma simplificada, após Adão e Eva pecarem Deus fala sobre seu plano de redenção pela primeira vez, conhecido teologicamente como protoevangelho. Gênesis 3:15 diz: “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”.

A partir dessa fala de Deus, todas as gerações tinham expectativas por gerarem aquele que traria redenção. Ao longo do antigo testamento lemos muitas promessas de quem seria esse sumo sacerdote, como em Isaías 53.

A primeira vinda do Messias

Ana e Simeão estavam presentes quando finalmente o Messias, que traria redenção ao povo, nasceu. Ambos sabiam exatamente o momento da história em que viviam, sabiam da promessa e por meio do Espírito Santo sabiam que veriam com os próprios olhos o Cristo.

Cristo cresceu (Lc 2:52), iniciou seu ministério (Mt 4:18-20), discipulou (Lc 9: 1-25), curou (Mt 10), pregou (Mt 5), morreu (Mt 27:51-54), ressuscitou (Mt 28:16-20) e ao ascender aos céus (Mc 16:19) disse que voltaria (Jo 14).

Os últimos dias

A partir dessa ascensão de Jesus inaugura-se o período conhecido como “últimos dias”, isto é, período entre a ascensão de Jesus aos céus e sua segunda vinda, quando Ele voltará para julgar as nações (At 17:31). Entretanto, dentro desse período em que estamos, é possível ter uma noção a partir dos sinais explícitos da bíblia e de uma visão profética de quão próximo estamos da segunda vinda. Isto é, o momento que estamos no plano de Deus.

Como Ana precisamos nos posicionar em jejum e em orações intercessórias dia e noite, precisamos encher as taças com incensos que são as orações dos santos (Ap 5:8).

Seguindo o exemplo de Simeão precisamos cultivar a expectativa de ver o cumprimento da promessa. Como Ana e Simeão precisamos viver uma vida de devoção, não permitir que as circunstâncias adversas da vida nos paralisem diante da promessa da eternidade. Precisamos manter nossos olhos fixos em Cristo e em sua promessa, ademais Deus é fidedigno (Nm 23:19) .

Seremos aqueles que estarão dispostos a fazer parte do Plano do Senhor?

A geração de Ana e Simeão passou e o Senhor encontrou neles pessoas confiáveis e dispostas a fazerem parte do Seu plano. Pessoas que gastaram sua vida à espera da promessa, pessoas que abriram caminho e foram à frente. Imagino que muitos não compreendiam o que Ana, uma viúva idosa, fazia dia e noite no templo. A bíblia não fala, mas é provável que Ana e Simeão tenham sido rotulados como loucos.

Nos dias de hoje Ana e Simeão seriam rotulados de radicais, ouviriam frases como: “Nossa, para que orar tanto assim?” ou “Não precisa jejuar tanto, Jesus já pagou o preço!” ou até mesmo “Para que tanta radicalidade, isso é fanatismo, não precisa de tanto”. A realidade é que Ana e Simeão viram algo e ficaram fascinados. Não é possível ter uma revelação de Cristo e do Seu plano eterno e não se fascinar por quem Ele é.

A busca do Senhor

O Senhor busca pessoas íntegras com quem Ele possa compartilhar Seu coração. Pessoas dispostas a “permanecer no templo” dia e noite, que não têm suas vidas como preciosas, pois estão fascinadas por Cristo (Fp 3:8). O Senhor busca uma geração de Anas e Simeões que enchem as taças de oração, conforme apocalipse 5:8. Pessoas que tem uma visão profética do momento que estamos na história do plano de Deus e vão à frente, abrindo o caminho para a segunda vinda do Senhor, quando Ele voltará para estabelecer seu Reino de paz, justiça e alegria (Rm 14:7). A partir de Jerusalém (Is 2:1-4), Ele governará as nações com cetro de ferro (Ap 12:5).

O Senhor busca uma geração fascinada por quem Ele é, que espera ansiosamente o cumprimento da promessa. Pessoas que gastam a vida em devoção. Uma geração de uma só coisa, que deseja que Ele tenha um lugar para habitar em meio aos homens (Sl 27:4).

Uma geração que dá o devido valor ao único que é digno, uma geração radical e extravagante que entende que não é desperdício gastar sua vida por amor a Ele, porque Ele é digno dos nossos dias. Onde estão as Anas e os Simeões do nosso tempo?

 

 

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Larissa Nunes Loureiro – Aluna da track de Proclamadores do Fascinação, Turma 20

 

 

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Jesus é capaz de trabalhar em nossas vidas e nos sustentar dentro da ekklesia, o corpo de Cristo. Deus é o construtor e usa várias maneiras para nos moldar ao caráter de Jesus. E, é sobre isso que iremos refletir nesse texto

“Assim, não sois mais estrangeiros, nem imigrantes; pelo contrário, sois concidadãos dos santos e
membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas,
sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra de esquina.
Nele, o edifício inteiro, bem ajustado, cresce para ser templo santo no Senhor, no qual também
vós, juntos, sois edificados para morada de Deus no Espírito” Efésios 2:19-22

 

A Igreja é um edifício, não no sentido literal, como um prédio de quatro paredes; mas um edifício formado por  pessoas. Quando Jesus afirmou que “edificaria a sua igreja” (Mt 16:18), isso significava que Ele iria edificar as pessoas que pertencerão à Igreja.

Pedras vivas

O grande propósito de Deus, ao longo dos séculos, é edificar um povo para si. Por toda a terra, Cristo reúne congregações locais de cristãos que foram chamados para a unidade da adoração.

Nós todos somos pedras vivas (1 Pe 2:5) e estamos sendo edificados como casa para Deus. Mesmo sendo diferentes umas das outras, em variados tamanhos e formatos, nas mãos de Deus somos encaixados perfeitamente.

O ponto principal de construções antigas, feitas com pedras desiguais, era a resistência e fortaleza que esse tipo de construção trazia.

Da mesma forma, Deus pode colocá-lo em meio a pedras diferentes, no meio de pessoas diferentes. Porque, para que uma parede seja forte, é preciso pedras de todas as formas, pesos e tamanhos. Todos estes tipos de pedras são importantes para Deus, o construtor principal, que está construindo um edifício – a família de Deus.

O Senhor criou cada um de nós com habilidades únicas. Portanto, perceba como você se encaixa neste edifício que Deus está construindo.

Alinhando as expectativas

A Igreja é um edifício em construção, uma obra em andamento. Ela é composta de pessoas comuns, que estão vivendo um processo contínuo de redenção e santificação.

Muitas vezes o padrão que esperamos da igreja local não é o mesmo que usamos para o nosso caráter. Precisamos nos livrar das expectativas perfeccionistas a respeito da Igreja. Devemos enxergá-la como um hospital para pecadores (Agostinho), onde todos estão passando por um processo de recuperação.

Compreender isso torna mais fácil ter expectativas saudáveis sobre a igreja local.

A Igreja é como um canteiro de obras.

Em qualquer congregação de cristãos, existem reparos a serem feitos, no sentido espiritual. Mas Jesus está em nosso meio como o construtor que está trabalhando. E onde está havendo uma obra, haverá disrupção, bagunça e sujeira. A evidência da presença de Cristo no meio da Igreja é uma obra em construção: vemos o caráter das pessoas sendo transformado, desafios nos relacionamentos, arrependimento e perdão.

Somos edificados para sermos morada de Deus. A promessa do Novo Testamento é que o Pai e o Filho
virão, por meio do Espírito Santo, para habitar em cada um de nós. Deus não habita em um prédio ou
um local sagrado, mas dentro de nós (Gl 2:20). E quando dois ou três cristãos se reúnem, cada um
deles traz a presença de Cristo para o lugar de adoração.

Deus escolheu usar a igreja, esse ambiente imperfeito, para moldar nosso caráter. Muitos fogem do
lugar onde Deus os plantou, mas “o cristão precisa da igreja, tanto para suas bençãos quanto para seus
problemas”. É assim que o construtor, através do cinzel, lasca as arestas e bordas das pedras vivas que
somos para que possamos nos encaixar com as demais.

Estar em uma igreja “perfeita” não nos faria bem algum, porque ali não há obras sendo feitas. É por
meio das provações da vida em meio à família de Deus, por meio de relacionamentos que nos
confrontam e moldam que o Senhor, o construtor, nos lapida e santifica.

 

Texto originalmente postado em 24 de nov de 2020

Para dar início a esta conversa é preciso saber que Igreja, ou ekklesia, é descrita na Bíblia de duas formas: Uma em seu aspecto universal, destacando sua unidade, ou seja, refere-se a toda a igreja de Cristo na Terra. A outra, no sentido de sua pluralidade nas comunidades locais. “igrejas” nesse caso são os muitos grupos de pessoas reunidas em diferentes localidades ao redor do mundo. Ambas as descrições, se referem a pessoas e não a templos ou prédios.

Infelizmente, antes de definirmos o que é ser parte do corpo de Cristo, precisamos desconstruir algumas ideias erradas sobre a Igreja nos dias atuais.

Muitas pessoas enxergam a igreja de uma forma completamente distorcida e totalmente distante da sua realidade bíblica. Por exemplo, a igreja não é um lugar de entretenimento e consumo, onde cada um escolhe aquilo que pensa ser melhor para si e procura ser beneficiado, como muitos pensam. Esta é uma imagem distorcida resultante do individualismo, fruto da cultura em que vivemos, e que vê a igreja como um meio para o seu próprio benefício.

A igreja não é um lugar para frequentarmos, mas um corpo para, caminharmos juntos, pertencermos e nos entregarmos em amor à Cristo e uns para com os outros.

Cristo é o cabeça de todas as coisas para a Igreja, que é o seu corpo

E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja,
Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos. Efésios 1:22,23

Dessa forma, a igreja não é um fim para nós mesmos, mas existe primariamente para a glória de Cristo. Como igreja, nós seguimos Cristo, caminhamos em unidade com Ele, uns com os outros e vivemos conforme a Sua vontade.

No livro Discipulado, Dietrich Bonhoeffer diz que “o corpo de Cristo é a continuação da presença física de Jesus na terra, porque o próprio Cristo se move por meio dela”. Isso significa que o ministério da Igreja na história é tão relevante quanto os três anos em que Jesus viveu seu ministério na Terra.

O Senhor escolhe uma diversidade de pessoas, cada uma com suas falhas e dificuldades, mas que caminham em unidade e é por meio desta Igreja que Jesus escolheu se fazer presente e agir na Terra.

O Senhor revela a Sua glória e a Sua vontade por meio do corpo 

Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus. Efésios 3:10

Em sua sabedoria, Ele mesmo estipulou que fosse assim para que o seu poder fosse conhecido. Nós somos chamados à comunhão. O desejo de Jesus é que vivamos a unidade no corpo, para que o mundo saiba que Deus O enviou. Viver em comunhão com o corpo testemunha para o mundo sobre quem Jesus é (João 17:23). Portanto, se alguém afirma que a igreja não é boa ou necessária, está indo contra algo estabelecido pelo próprio Deus.

É pela graça de Deus que somos chamados a viver essa comunhão em comunidades imperfeitas. Comunidades formadas pessoas com defeitos não tira a responsabilidade de sermos igreja, e nem deve ser uma desculpa para não nos envolvermos; pelo contrário, é motivador que um grupo de pessoas cheias de falhas tenha a oportunidade de servir a Deus e uns aos outros. Se a igreja fosse formada por “pessoas perfeitas”, nenhum de nós teríamos espaço nela.

A responsabilidade de edificar o corpo não é somente dos líderes

Estes devem equipar e ensinar os santos, mas a edificação do corpo é responsabilidade de todos (Efésios 4:1-13). Cada pessoa possui um dom e propósito específicos, não havendo um dom melhor que o outro. Todos os membros do corpo têm responsabilidades uns para com os outros e com o Senhor e são importantes para que o corpo viva de forma saudável.

A pergunta que fica para nós aqui é a seguinte: como viver de uma forma que edifique o corpo? A respostas é, sendo humildes e pacientes, apoiando e servindo uns aos outros em amor. A unidade é gerada à medida que isso é feito. Servir o corpo tem um custo. Isso pode exigir recursos, tempo, que compartilhemos o que temos, até mesmo gerar cicatrizes em nós. Fazer parte do corpo exige morrer para nós mesmos. Mas este custo tem uma recompensa.

Experimentamos as recompensas do corpo nos dias de hoje, a medida que somos encorajados uns pelos outros, nos ajudamos nas necessidades e nos amamos como família. Porém, lembre-se que existe uma recompensa eterna. Um dia, os santos serão glorificados e se unirão a Cristo, por toda a eternidade.

Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros,
mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo.
Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos,
quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito.
O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos. 1 Coríntios 12:12-14

 

Texto originalmente postado em 11 de nov de 2020

Nessa breve reflexão abordaremos as diferenças entre uma igreja missional e a igreja missionária. E como o Senhor Jesus nos chama a sermos discípulos que possuem o encargo de proclamar as boas novas em qualquer lugar e momento.

Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não
ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem
enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de
paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas. Rm 10: 14-15

Você sabe que temos a igreja missionária e a igreja missional? 

Mas o que significa a palavra “missionário”? Bom, ela  remete à ação, atitudes práticas. Ou seja,  tudo o que fazemos para a proclamação do evangelho, seja perto das nossas casas ou em outras nações, tem um cunho missionário;

A palavra “missional” remete a uma cultura, uma identidade estabelecida em nós;

Podemos ser indivíduos que possuem atitudes esporádicas missionárias, mas que não carregam uma identidade missional.

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. “Mateus 28:19,20

Nesse sentido, a igreja contemporânea enfrenta dois conflitos principais, como igreja missional tendo atitudes missionárias: a omissão e a atribuição.

Em Mateus 28:19-20 Jesus comissiona a igreja, atribui uma uma função a ela.  Vemos no testemunho da igreja primitiva, os discípulos espalhando o evangelho de Cristo por causa da obediência à comissão. Ela foi tão impactante que eles foram chamados daqueles que estavam “causando alvoroço no mundo” (Atos 17:6).

Ao longo da história da Igreja, muitos homens e mulheres que abraçaram a cultura e identidade missional, gastaram-se pelo encargo da comissão.

Pois, devemos saber que diante do Senhor não iremos responder pelas gerações passadas, mas pela nossa. Por isso, alcançar a nossa geração é papel de todos nós.

A omissão é o contrário de comissão, é a ausência do cumprimento do dever e inércia. Sendo assim, temos que deixar de lado nossas justificativas parar de nos omitirmos da missão.

Um retrato da igreja moderna

A igreja moderna está satisfeita em estar salva,  bem alimentada com uma Palavra genuína e em viver a vida da igreja, mas isso não é o ponto final.

A palavra ekklesia também remete a agir e olhar para fora. Pois, os missionários não são apenas um grupo seleto de pessoas que são enviados em missões, mas todos nós, discípulos de Cristo, somos comissionados ao ide.

“Ide”, no original (poreuthentes) pode ser traduzido como “indo”, ou seja, enquanto você vive a sua vida, cumpra a comissão.

Todos nós somos essencialmente missionários

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” João 14:2

Mas, então, por que não temos uma identidade missional?

O termômetro do nosso amor por Jesus é a obediência. Talvez o problema não é que amamos pouco os perdidos, mas que amamos pouco a Jesus.

Quais são as características de um indivíduo, família ou de uma igreja missional:

1 . João 6:28-29 – Entende que missões não se trata de um departamento, mas um atributo divino – o ergon de Deus; a sua obra;

2. Isaías 21:11 – Se preocupa em saber o que Deus está fazendo no mundo e se engaja nisso;

3. Se posiciona como luz em um mundo de trevas. Influencia a sua geração com uma vida que aponta ao Reino de Deus.

4. Prepara a família para viver a sua missão – cria filhos que carregam uma causa, um propósito e sabem qual a sua identidade e vocação;

Há uma força liberada por Deus para o evangelho avançar em nossa geração. Como igreja contemporânea, devemos olhar para o outro lado da rua ou do mundo e fazer o nome de Cristo conhecido.

Minha oração é que possamos ser indivíduos, famílias e uma igreja que mergulha em uma cultura e em uma identidade missional. Amém!

 

 

 

Texto originalmente postado em 04 de nov de 2020

Você sabe o que é Ekkesia?

A palavra grega para igreja no Novo Testamento é Ekklesia, que significa “chamados para fora”; e a mesma palavra pode ser usada para: encontro, assembleia, reunião, ajuntamento de pessoas.

Mas o que significa na prática e nos nossos dias a vida comunitária da igreja? Há muitas opiniões e diferentes textos que falam sobre isso, porém a bíblia tem uma visão clara e precisa sobre como deve ser essa vida comunitária em igreja.

Na primeira parte dessa série você irá entender na prática o que é ekklesia e o porquê devemos viver em comunhão.

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mateus 16:18

Desigrejados: uma realidade brasileira

Segundo o IBGE, o número de brasileiros que se consideram evangélicos, mas não frequentam a igreja foi de 0,7% (2003) para 2,9% (2009), o que seria em torno de 4 milhões de pessoas “desigrejadas”

“Desigrejados”: são pessoas que continuam a seguir preceitos e costumes da religião, mas não pertencem a nenhuma igreja local ou que frequentam duas ou três igrejas, mas não se comprometem com nenhuma; vivem destituídos de membresia

Diversos motivos podem ter levado esses 4 milhões de brasileiros a não serem membros de nenhuma igreja local: possuem uma ligação remota ao cristianismo, não tiveram um encontro verdadeiro com Cristo, não se agradaram do alimento espiritual oferecido ou da falta de entretenimento, foram feridos por irmãos da igreja ou ofendidos por pecados e escândalos;

As três pedras de tropeço que mais atordoam a igreja são: dinheiro, poder e o sexo; é provável que os desigrejados se encontram ofendidos por algum desses três motivos.

Nossa cultura, provavelmente, é a mais individualista e egoísta de todos os tempos. Além disso, a igreja local não parece ser o veículo mais óbvio e mais provável para mudar o mundo. Inclusive, há pessoas que afirmam até que a igreja se tornou tóxica para a vida espiritual e a igreja deve ser abandonada.

Sendo assim, precisamos desesperadamente de uma visão nova e convincente do que é a igreja de Cristo. E descobrir a paixão que Jesus tem pela igreja. O que é preciso para ser biblicamente reconhecido como igreja? O que Jesus quis dizer quando se referiu à igreja?

A Igreja de Cristo – Mateus 16:18

  • “Edificarei minha igreja” – Jesus usa o singular para se referir à igreja. Ele não está se referindo a cada denominação local ou pequenos grupos, mas falando de toda a sua igreja: todos os cristãos, em todas as épocas e lugares;
  • “sobre esta pedra edificarei” – Jesus edifica sua igreja sobre o fundamento da revelação de que Ele é o Cristo, Filho de Deus, como apontado por Pedro.
  • “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” – Esta promessa é para toda a igreja. Jesus sabe exatamente quem faz parte do seu corpo e da sua família;
  • Não podemos nos enganar pensando que por pertencer a uma igreja pertencemos a Cristo. Ao contrário, estamos na igreja porque pertencemos a Cristo.
  • Uma congregação cristã local é igualmente e genuinamente a igreja de Cristo conectada, ligada, unida à igreja universal de Cristo.

A igreja local – Mateus 18:15-17

Uma congregação cristã local é igualmente e genuinamente a igreja de Cristo conectada, ligada, unida à igreja universal de Cristo

Os dois únicos momentos em que Jesus usou a palavra igreja:

Mt 16:18 – “Eu vou edificar a minha igreja (global)” – Todos os cristãos, em todos os lugares e épocas;

Mt 18:17 – “levem esse irmão para a igreja (local)” – uma congregação local chamada por Deus para adorar, para servir e para ser enviada;

Êxodo 7:16 – “deixe meu povo ir para que me adore no deserto” O grande propósito do êxodo era que Deus reunisse um povo para si, para adorá-lo e cultuá-lo; é para isso que Deus tira o seu povo da escravidão.

Deuteronômio 4:10 – Se reunir para ouvir a palavra de Deus e adorá-lo;

A mesma cultura de Deuteronômio se torna a cultura das sinagogas e a que vivemos até hoje nas igrejas cristãs locais.

Crescendo na comunhão

O padrão bíblico da ekklesia e seu único objetivo é ajuntar o povo de Deus para ouvir a sua palavra, crescer em temor e aprender a viver uma vida embasada na opinião de Deus sobre quem somos e o que Ele tem para nós.

Isaías 49:6 – O povo de Deus não foi apenas chamado para adorar, mas são enviados para servir e brilhar a luz onde estiverem;
1 Pedro 2:9-10 – Somos chamados para adorar a Deus e enviados para servir a Deus aonde Ele nos plantar e nos levar.

A igreja tem uma dupla identidade: “nós vamos a Cristo em adoração, mas buscamos a Cristo em uma missão” (John Stott)

Ninguém faz parte de uma igreja local por acaso. Cristo é quem acrescenta as pessoas à igreja. Ele mesmo disse que esse trabalho seria dele. Por isso, é importante entender onde Cristo te plantou e porquê.

Não temos com entender o nosso papel na igreja sem antes entender o que é a igreja a qual pertencemos e o que Cristo está construindo.

 

Texto originalmente postado em 21 de out de 2020