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Por trás da canção: Os que olham para Ti

Adoração

Você provavelmente já escutou ou até mesmo cantou essa frase aqui “os que olham para Ti estão radiantes, Senhor”. Certo? Convidamos a Débora Rabelo, líder de louvor da fhop music para falar sobre o processo de composição da música “Os que olham para Ti”.

A Débora é casada com Hamilton Rabelo, ambos são missionários da fhop. Eles disseram “sim” ao Senhor para a missão de estabelecer uma cultura de devoção por meio do louvor e da adoração. E eles têm instruído a igreja para o lugar de devoção e adoração através de canções feitas a partir do lugar de oração e do estudo da Palavra.

 

Uma jornada de composição

Essa canção nasceu de uma forma muito natural. Como muitas canções que nascem aqui, ela também surgiu a partir de um coro que fiz em um acampamento sobre oração na minha antiga igreja em 2016. Nós estávamos em um momento de oração bem especial após a ministração da palavra. Lembro-me que cantava “Jesus we love you” (Jesus te amamos), e de repente, surgiu o coro: ‘amor presente é o teu amor, nunca me desamparará, eu olharei na tua face, verei a tua glória!’

Depois disso, o Hamilton me pediu para gravar, porque achou lindo! Assim, por anos, esse coro ficou guardado apenas no gravador do meu celular. Então, em 2018 nós decidimos finalizar essa canção, e assim, dedicamos um tempo juntos pra criar o verso e pré-coro.

Contudo, quando ela já estava finalizada percebemos que um outro refrão (que havia surgido nos nossos turnos da sala de oração) combinava muito com ela.

Logo, tivemos a ideia de colocar como ponte a parte que diz: ‘tudo pode até passar, eu continuo olhando para ti, tudo pode até mudar eu continuo olhando para ti pois tu és o Senhor que arrebatou meu coração’.

Depois disso, tivemos a certeza de que estava finalizada.”

 

A Bíblia por trás da canção

Os que olham para ele estão radiantes de alegria; seus rostos jamais mostrarão decepção. Salmos 34:5

Salmos 34.5 foi a maior inspiração pra essa música. Além desse, outro texto que falava muito ao meu coração naquela época era Salmos 103 que nos mostra a verdade sobre o poder do amor de Deus.

Assim como está longe o oriente do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Salmos 103:12

Ele escolheu nos amar independente dos nossos erros, da nossa inclinação ao pecado. Ele afasta de nós as nossas transgressões e nunca nos deixa. O seu amor vai além dos céus.

Essa palavra estava falando forte ao meu coração no período em que escrevemos os versos. Além disso, o fato de que ao olhar pra Ele nos tornamos cada vez mais parecidos. Ao olhar pra Ele e não para as circunstâncias ao redor, somos iluminados e fortalecidos na jornada.”

 

Olhando para Ele para encontrar forças

Quando eu compus o refrão, eu travava uma luta contra a ansiedade mas nem sequer sabia disso. Existiam muitos conflitos na minha mente, nas minhas emoções mesmo eu já conhecendo a palavra e servindo ativamente na minha igreja. Eu já era uma líder há bastante tempo. Já ensinava sobre diversos assuntos na minha igreja local. Amava ardentemente o Senhor e servir a Ele. Mas eu não entendia o que acontecia dentro de mim.

Por muitas vezes eu carregava bastante culpa e julgamento dentro de mim por achar que aquela ‘bagunça interna’ era falta de caráter ou algo assim. Assim, a minha saída, o meu ‘bote salva vidas’ no meio daquelas guerras internas, era me apegar à presença de Deus.

Portanto, lembro-me de gastar horas e horas só com Jesus no meu quarto. Me derramava diante dele e recebia do seu refrigério. Ali, eu cantava para Ele e percebia de maneira intensa a sua presença comigo. Ele me dava forças pra continuar. 

Logo, o versículo 5 do salmo 34 falava tão forte ao meu coração naquela época que constantemente eu me lembrava dele no momento das crises. Eu pensava: ‘não importa o que acontece aqui dentro de mim, tudo o que eu preciso é olhar para Ele’.

A âncora da minha alma era me lembrar das Suas palavras.

Eu amava o Senhor e a sua presença. Servir a Ele em comunhão com minha igreja era a maior alegria da minha vida, então tudo o que eu fazia era me apoiar nele. 

E assim, no meio disso tudo surgiu o refrão de os que olham para ti. E por muitas e muitas vezes cantar essas verdades me sustentaram em meio às crises”.

 

Por que devemos cantar a Palavra?

“Cantar as escrituras é uma forma de alimentar a nossa alma com verdadeira comida. Isso nos satisfaz, alimenta, encoraja e nos fortalece na jornada.

Eu realmente acredito no poder da Palavra cantata porque na minha jornada até aqui, por DIVERSAS vezes eu fui encorajada a prosseguir na caminhada cristã através de mensagens em forma de canções.

Por diversas vezes Deus falou comigo, me consolou, me deu uma nova perspectiva, renovou a minha esperança, tudo através da Palavra cantada.

Além do mais, existem canções que são como feixes de luz entrando por um pequeno espaço na janela, em um quarto escuro. Canções que serão uma mensagem a um coração aflito prestes a desistir de tudo. Além de ser Luz para escuridão daquela alma que acha que é o fim da linha.

 

Eu sempre me lembro do conselho de Paulo: 

Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. Cl 3.16

Cantar a palavra de Deus é importante porque é uma forma de edificação pessoal e também da nossa comunidade local.”

 

Uma oração para os que olham para Ele

“A minha oração é que ao ouvir essa canção muitos sejam renovados no Senhor. E assim, possam sentir e perceber a presença do amado independente da estação que estiverem. Que a mensagem dessa canção seja uma inspiração também a buscarem uma vida de maior intimidade com Deus.

Eu oro por convicção do amor de Deus invadindo os corações, que a certeza da imutabilidade do Senhor seja clara em cada um. Que como diz na ponte da música, “tudo pode até passar e mudar mas eu continuo olhando para ti” muitos se encham de força para prosseguir independente do que vier enfrentar no futuro.

Eu oro pra que aqueles que enfrentam ansiedade sejam curados. Os que enfrentam enfermidades como a depressão sejam INVADIDOS pela luz do Senhor. Que sejam renovados no seu interior. Que Jesus de fato seja a âncora da alma de cada um.”

 

Ouça aqui: “Os que olham para Ti”

 

Leia também:

Por trás da canção: Cantai!

Quando o assunto é louvor e adoração, muito provavelmente você deve pensar que já leu e ouviu o suficiente sobre isso. Afinal, participamos todos os finais de semana de cultos. Mas quando pensamos que louvor e adoração fazem parte da vida de quem reconhece quem Deus é e o que Ele tem feito em toda a história, essa é uma reação esperada por quem aprecia o valor de algo ou alguém.

A questão “por que adoramos?” nos conduz à essência dessa prática. João descreve em Apocalipse 4 e 5, um cenário grandioso de adoração a Deus ou seja, existe louvor e adoração no céu, existe também na terra, pois a palavra diz: “assim na terra como no céu”. Eles estão diante da glória de Deus, e nós clamamos por essa glória aqui na terra.

 

Louvor e Adoração  como Expressões de Devoção

Antes de tudo, precisamos ter em mente que o louvor é diferente da adoração mas andam lado a lado, sendo ambos essenciais para expressar nosso amor e devoção a Deus. O louvor consiste em elogiar, exaltando a natureza de Deus e Suas realizações. E claro, fica mais fácil fazer isso por meio de músicas, mas não precisa ser necessariamente por meio dela. Por exemplo, você já esteve no trânsito monótono de seu carro? Eu, pessoalmente, aproveito esse momento para render louvores a Deus.

Nesse contexto, o uso de louvores foi incorporado às liturgias dos cultos por meio da música. Reconhecemos o imenso poder da música – as notas musicais, quando utilizadas com sabedoria, podem nos conectar profundamente e enfatizar a mensagem do culto. Certa vez, ouvi um pastor comentando como as pessoas frequentemente esquecem qual passagem bíblica foi ministrada durante o culto, mas lembram facilmente as canções que foram entoadas, dia após dia.

Ou seja, nossas canções não apenas exaltam a grandeza e os feitos de Deus, mas também atuam como meio de ensino e aprendizado. Elas não estão voltadas para o homem, mas são uma manifestação de adoração ao único digno de tal devoção. O apóstolo Paulo disse:  “Mas enchei-vos do Espírito Santo, falando entre vós com salmos , entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais…” (Ef 5:18-20).

Adoração e Louvor: Profundidade Espiritual e Significado na Vida Cristã

Por outro lado, a adoração transcende o louvor em sua profundidade espiritual; seu significado é prestar culto, e no hebraico, está relacionado ao ato de servir. A adoração envolve uma conexão mais íntima – é uma resposta de reverência, submissão e entrega total. Ela abrange toda a nossa vida cotidiana.

Adorar se assemelha mais a apreciar o valor de algo ou alguém e viver para servir e agradar àquele que é adorado. Portanto, não se limita apenas ao ato de cantar, mas também engloba ações de amor e serviço a Deus. Desse modo, a adoração consiste em colocar Deus no centro de tudo e reconhecer Sua soberania. Ela permeia cada aspecto da nossa existência, tornando nossa vida uma jornada contínua de adoração a Deus.

Nesse ínterim, é importante enfatizar que somos feitos à imagem e semelhança de Deus. Logo, adorar a Deus nos torna mais verdadeiramente humanos. Ao dirigirmos nossa adoração àquele que nos criou, encontramos o significado de uma vida plena.

É por isso também que a teologia é muito importante na vida cristã, visto que a teologia busca entender a natureza de Deus. E se de fato somos a imagem e semelhança de Deus, surge em nós uma intrínseca necessidade de conhecer mais sobre Ele. Essa possivelmente é a razão pela qual muitas pessoas parecem desconectadas da adoração cristã. O deleite na adoração surge quando nos empenhamos em compreender a verdade sobre Deus por meio da revelação contida nas Escrituras.

Davi e a Ordem Profunda da Adoração

Como resultado, Davi compreendeu a importância da ordem na adoração. A adoração não é um ato desordenado, algo que se realiza de qualquer maneira. Não se trata de um costume que se enraíza e, assim, é executado de forma casual. Recorda a passagem em 2 Samuel 6:6-7, quando Uzá perdeu a vida ao tocar na arca? Davi percebeu que para além de transportar a arca de maneira apropriada e de oferecer sacrifícios adequados, a música desempenhava um papel crucial na adoração e no meio dos louvores. Ao levar a arca até Jerusalém, organizou músicos e cantores para cercá-la, instituindo turnos de adoração que funcionavam 24 horas por dia, sete dias por semana. Isso permitia ao povo experimentar a presença de Deus.

Sobretudo, ele entendeu que Deus não encontrava satisfação apenas nos rituais de sacrifício; o que Deus desejava era cultivar uma relação com o Seu povo. Através de músicas, danças e cânticos, a adoração e os louvores expressavam a presença de Deus. No cerne dos louvores e da adoração está Deus. O propósito é enaltecer a Deus, glorificá-Lo. Quando reconhecemos a verdadeira natureza de Deus, demonstramos nossa gratidão por meio de palavras, cânticos, ofertas e serviços. Em outras palavras, o reconhecimento leva a uma resposta de gratidão por meio de tais ações.

Poder transformador do louvor e adoração

Afinal, você percebe que tem uma ação no louvor e na adoração a Deus que sobe e uma intervenção que desce? É essa a dinâmica que ocorre quando nos entregamos à adoração a Deus. Davi, em Salmos 103, também nos orienta a ordenar nossa alma, nosso espírito a louvar e bendizer o Senhor. Este Salmo é particularmente impactante, pois em muitos momentos nos sentimos desanimados. A instrução de Davi para que comandemos a nós mesmos a louvar a Deus é um exemplo claro do poder do louvor e da adoração como hábitos transformadores.

Por fim, é através do louvor e da adoração que recordamos os grandiosos feitos de Deus ao longo da história, avivando nossa fé. O hábito do louvor e da adoração trabalha em nosso imaginário nos conectando no presente, com o passado, e nos lembrando constantemente de quem está no controle de tudo e também de nossas vidas. Em última análise, o louvor e a adoração transcendem palavras e melodia, moldando nosso espírito e coração, nos aproximando do nosso Deus e Criador em uma jornada de devoção profunda.

 

Você conhece a canção Nosso Coração Queima, da Fhop Music? Convidamos Ellen D’karla para nos contar um pouco sobre como foi o processo de composição e o que Senhor estava ministrando em seu coração quando a música surgiu.

Nosso coração queima

“Já faz algum tempo que tenho investido energia em estudar sobre o fim dos tempos. O futuro, a volta de Jesus, a eternidade, a era que há de vir, tudo isso realmente fascina meu coração. Saber que Ele inegavelmente sustenta as promessas que faz e que também já conhece o fim de todas as coisas é maravilhoso. Com isso em mente, fui confrontada sobre o quanto a Igreja havia parado de cantar sobre esse anseio pela Sua volta. Apesar de estarmos cantando coisas muito boas, como o nosso amor por Ele, Sua beleza e atributos, o clamor ‘Sim, eu acredito em tudo que Você falou e prometeu e é por isso que eu permaneço nesse lugar’ ainda estava engasgado em nossa garganta.

Então, o que mais tarde se tornariam versos na música, foram evidenciados em meu coração ao estudar a palavra. A eternidade (Eclesiastes 3:11), a saudade do Noivo (João 16:22) e as suas promessas (Hebreus 10:23).

 

O refrão

O coro da música, assim como muitas outras músicas da FHOP Music, surgiu no segundo semestre de 2016, em um momento espontâneo durante um turno, na sala de oração. Estávamos cantando uma canção que fala sobre a volta de Jesus (Herdeiro de Tudo) e as palavras simplesmente fluiram, expressando o anseio dos nossos corações. Por ser de uma melodia simples e fácil de gravar, durante muitos outros turnos, sempre que cantávamos sobre Ele ou suas promessas, cantávamos o coro “nosso coração queima…”.

 

A construção

Então, um dia sentei e reuni todas as ideias. Desenvolvendo a melodia inicial, consegui chegar a uma base para a canção. No processo de produção para a gravação, vieram outros arranjos e detalhes. O lançamento oficial da música aconteceu em 2017, na Onething em Curitiba, onde pudemos em uma só voz, declarar nosso anseio pelo retorno do Rei.”

 

Letra da Música

Composição: Ellen D’ Karla

Nome da música: Nosso coração queima 

 

Existe um dia que queima em meu coração, uma eternidade pra te conhecer 

Você plantou em mim essa saudade, você plantou em mim esse anseio

 

Você prometeu e irá cumprir

Você prometeu que em breve voltará 

 

Nosso coração queima, Nosso interior deseja 

O dia da tua volta, o dia do nosso encontro

 

Fomos criados pra te contemplar

Fomos criados pra te desejar

 Fomos criados para estar com você

 

Como adorar a Deus em meio à dor

Ainda que sejam uma garantia em nossas vidas, os momentos de sofrimento dificilmente vêm acompanhados de euforia e empolgação. E, em meio aos sentimentos conflituosos que podem surgir nos trechos mais penosos da nossa caminhada, podemos sentir que é impossível agradar e adorar a Deus enquanto somos tomados pela dor. 

O que adoração tem a ver com dor?

A adoração não é restrita a um momento durante o culto congregacional, nem tampouco à música. Ela está presente ao longo de todo o nosso dia, desde que abrimos os olhos pela manhã até repousar a cabeça no travesseiro à noite. 

Em todas as nossas ações adoramos algo ou alguém. Quando agimos de acordo com o egoísmo nato da pecaminosidade que habita em nós, adoramos a nós mesmos. Em contrapartida, quando obedecemos à Palavra de Deus e nos movemos pelo Espírito, estamos adorando ao Senhor. Se a adoração é uma resposta à revelação de quem Deus é, então em tudo nossas vidas deve expressar aquilo que já contemplamos dEle.

E é aí que a dor entra. Os sofrimentos fazem parte dos nossos dias desse lado da eternidade, e a forma como reagimos a eles pode ser uma adoração ao Senhor – ou não. 

Corra para Ele, não dEle

Ao longo da jornada, nos depararemos com situações em que a grande pergunta “por quê, Deus?” invadirá nosso coração, e dele sairá frustração e revolta contra o Senhor.

À medida que somos tomados por esses sentimentos, muitos de nós podem tomar um caminho contrário ao que leva a Deus. Em uma tentativa frustrada de nos escondermos dEle, o movimento de fuga nos afasta do Pai e distancia um relacionamento que deveria ser íntimo.

Resistir a este ímpeto nem sempre é tarefa fácil, mas mesmo em meio ao turbilhão de emoções precisamos nos lembrar de que um Ajudador está disponível – e disposto – a nos conduzir no caminho que leva ao Pai. E, quando deixamos de correr dEle e passamos a correr para Ele, caminhamos pelo vale com a certeza de que Ele nos acompanha.

Quando eu tiver de andar pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; tua vara e teu cajado me tranquilizam.” Salmos 23:4 

Ore em todo o tempo

Ao escrever aos Tessalonicenses, Paulo os presenteia com uma série de conselhos que permanecem extremamente válidos nos dias de hoje, sendo um deles orai sem cessar (1Tessalonicenses 5:17). Isto é, em todos os momentos.

Ainda que em meio a algumas circunstâncias possa parecer impossível permanecer em oração, há poucas coisas tão efetivas a se fazer em meio à dor quanto orar.

Os justos clamam, e o Senhor os ouve; livra-os de todas as suas angústias. O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado; ele salva os de espírito arrependido. As aflições do justo são muitas, mas o Senhor o livra de todas elas.” Salmos 34:17-19

Uma vez que nos posicionamos diante do Senhor, não precisamos fingir que está tudo bem. A oração é um lugar de entrega, onde nosso coração partido pode ser derramado diante de Deus.

Busque nEle sua alegria 

Parece contraditório falar de alegria enquanto falamos de dor. Janet Erskine Stuart disse: “A alegria não é a ausência de sofrimento, mas a presença de Deus.”. Mesmo em meio ao sofrimento mais profundo, há alegria para aqueles que estão no Senhor.

Alegria não é sorrir o tempo todo, nem tampouco é a ausência de tristeza. Na verdade, a alegria diz respeito a fixar os olhos na eternidade e manter o coração esperançoso nas coisas do alto. É lembrar (e confiar) que o Senhor permanece inabalável mesmo enquanto somos abalados.

Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto nas videiras; ainda que o produto da oliveira falhe, e os campos não produzam mantimento; ainda que o rebanho seja exterminado do estábulo e não haja gado nos currais; mesmo assim, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.” Habacuque 3:17-18

Seja grato

Sede gratos por todas as coisas, pois essa é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” 1Tessalonicenses 5:18

Esse singelo versículo guarda uma exortação poderosa sobre gratidão. Não raramente nos questionamos sobre a vontade de Deus, buscando compreender coisas que nos foram encobertas. Porém, a revelação contida na Palavra é suficiente. Ao escrever aos irmãos em Tessalônica, Paulo nos deixou (de forma bem clara, inclusive) um dos desejos do coração do Pai, que de forma desenfreada tantas vezes ignoramos.

Somos instruídos a ser gratos sempre, ainda que não nos sintamos propensos à gratidão e que as circunstâncias não nos ofereçam motivos para agradecer. Quando nos posicionamos com ingratidão nosso coração endurece e não obedecemos a vontade revelada de Deus sobre nossas vidas.

Por outro lado, com o coração grato e satisfeito em Deus estamos adorando a Ele, caminhando na Sua suficiência e glorificando-O à medida que reconhecemos que o Seu amor é tudo de que precisamos.

Mas ele me disse: A minha graça te é suficiente, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de muito boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que o poder de Cristo repouse sobre mim.” 2Coríntios 12:9

Se permita ser transformado

Em algumas circunstâncias pode parecer impossível enxergar propósito na dor, mas temos a garantia da Palavra do Senhor sobre isso.

Meus irmãos, considerai motivo de grande alegria o fato de passardes por várias provações, sabendo que a prova da vossa fé produz perseverança; e a perseverança deve ter ação perfeita, para que sejais aperfeiçoados e completos, sem vos faltar coisa alguma.” Tiago 1:2-4

Aqui está um dos motivos pelos quais passamos por momentos difíceis e dolorosos em nossa caminhada: para produzir perseverança e aperfeiçoar nosso caráter. Nas estações tranquilas e também naquelas em que tudo parece estar fora do lugar, o Senhor está fazendo Sua obra em nós (Filipenses 1:6), a fim de nos moldar à Sua semelhança (2 Coríntios 3:18).

Se permita ser consolado

Ao reconhecermos o processo gracioso do Senhor em nossas vidas, somos convidados a abaixar as nossas defesas e permitir que o Espírito Santo traga consolo aos nossos corações. 

Quando Jesus vai até Lázaro, a pedido das irmãs Marta e Maria, Ele sabe que seu amigo ressuscitará. E, nestas circunstâncias, a Palavra nos diz que: 

Ao vê-la chorando [Maria], e também os judeus que a acompanhavam, Jesus comoveu-se profundamente no espírito e, abalado, perguntou-lhes: Onde o pusestes? Responderam-lhe: Senhor, vem e vê. Jesus chorou.” João 11:33-35

O Senhor chorou e comoveu-se com a dor e lamento do coração de Sua amiga. Ela derramou aos pés dEle suas lágrimas, e Ele chorou com ela. Assim também Ele chora conosco, se compadece de nós e se comove com a dor em nosso coração.

Jesus não tem medo do nosso sofrimento. Pelo contrário, Ele adentra a nossa dor ao invés de ficar alheio a ela. Ele continua perto de nós, mesmo quando tudo que temos para Lhe oferecer são as nossas amargas lágrimas.

Existem aspectos de Deus que somente conhecemos em meio ao sofrimento. Se a adoração é uma resposta àquilo que conhecemos de Deus, então nossas ações devem refletir aquilo que contemplamos em Sua face quando vivenciamos a dor.

Há beleza nos pedaços, mesmo quando não vemos. Por enquanto, O adoramos com aquilo que temos, mesmo em meio às dores. Mas algo belo está sendo construído com aquilo que foi partido em pedaços e, um dia, será manifestado plenamente. Nesse mesmo dia, “Ele lhes enxugará dos olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem lamento, nem dor, porque as primeiras coisas já passaram.” (Apocalipse 21:4).

Não haverá mais sofrimento, e Ele continuará sendo adorado, por toda a eternidade.

Adoração e o Canto das Estrelas

Você já ouviu falar no Canto das Estrelas? Este é um dos meus vídeos preferidos e já escrevi sobre isso no texto –  Adoração: Convite a se render. Apesar do cosmo parecer silencioso para nós humanos, é possível ouvir o som das estrelas. Tudo isso através de um telescópio eletromagnético avançado.

Louie Giglio se imaginou por um minuto ouvindo o que Deus ouve no universo. Então, ele usou um aplicativo para juntar o canto das estrelas, das baleias e dos homens na canção: “How Great is Our God” (Quão grande é meu Deus), de Chris Tomlin. E o resultado é ao mesmo tempo extraordinário e emocionante.

Você já se imaginou neste lugar? De ver e ouvir o universo em sua magnitude assim como Deus o faz? No Salmo 148.1-12 há um convite para que toda a criação louve ao Senhor. E se para o homem o universo é magnífico em esplendor, quanto mais é o Deus que o criou?

“Louvai ao SENHOR. Louvai ao Senhor desde os céus, louvai-o nas alturas. Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos. Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes. Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus. Louvem o nome do Senhor, pois mandou, e logo foram criados. E os confirmou eternamente para sempre, e lhes deu um decreto que não ultrapassarão. Louvai ao Senhor desde a terra: vós, baleias, e todos os abismos; Fogo e saraiva, neve e vapores, e vento tempestuoso que executa a sua palavra; Montes e todos os outeiros, árvores frutíferas e todos os cedros; As feras e todos os gados, répteis e aves voadoras; Reis da terra e todos os povos, príncipes e todos os juízes da terra; Moços e moças, velhos e crianças.” Salmos 148:1-12

Todos os povos o adorarão

“Louvem o Senhor, todas as nações; exaltem-no, todos os povos! Porque imenso é o seu amor leal por nós, e a fidelidade do Senhor dura para sempre. Aleluia!” Salmos 117:1,2

Imaginar todos os povos e culturas diante de Deus é uma das coisas que mais mexem com o meu coração. Desde criança ouço canções que falam sobre essa verdade. Como todo joelho se dobrará e toda língua confessará ao Senhor. Jesus será exaltado de forma massiva, por homens simples, príncipes e reis. Todos adorarão. Não haverá exceção. Todos hão de reconhecer a Glória do Pai, do Filho e do Espírito.

A visão de povos e culturas adorando ao Rei dos reis é o que me fez deixar a minha casa e seguir para o campo missionário. O entendimento de que Jesus é totalmente Digno de honra, digno de louvor, de receber os tesouros da terra e as expressões culturais. As cores, as formas, as melodias e canções. As danças, as festas, as artes, todo o trabalho de mãos humanas. A força, a vida, a essência do ser. Tudo se voltará para aquele que criou o universo e que ama de forma sobrenatural e inexplicável.

O sacrifício de cruz será reconhecido. Ninguém poderá negar que Jesus se entregou para que nós recebêssemos perdão. Não haverá mais dúvidas e sim joelhos que se dobrem e línguas que confessem que Jesus é o Senhor.  

“Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, E toda a língua confessará a Deus.” Romanos 14:11

Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. Filipenses 2:10,11

E como adoramos?

Adoração não é apenas sobre as músicas que cantamos, mas principalmente sobre a forma que vivemos. Adoramos em nosso cotidiano, realizando diante de Deus o que não pode ser visto por uma plateia. Lembra do termo latino Coram Deo? Significa “viver diante da face de Deus.” É a essência da fé, é o nosso chamado mais sublime pois propõe que tudo o que façamos, façamos para o louvor daquele que nos chamou da morte para a vida.

Ser músico em um time de louvar não te garante ser um verdadeiro adorador. Mas, a forma que você vive demonstra quem você é em essência. É o que chamamos de adoração como estilo de vida. Há generosidade e graça em suas ações? Ternura para com Deus e o próximo? Humildade e arrependimento quando se trata dos pecados?

Não estamos falando a respeito de perfeição, mas sobre um relacionamento real com Deus, onde respondemos ativamente ao convite de permanecer nele. Se somos adoradores é preciso que vivamos como verdadeiros adoradores.

“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” João 4:24

Adorador extravagante

E para concluir o nosso texto, falarei sobre o rei Davi, que foi um adorador extravagante e continua a nos inspirar. Tanto através de seus Salmos como por ser um homem segundo o coração de Deus.

De tudo o que podemos falar sobre o rei Davi, quero destacar sua humildade. Davi não se esquivava de Deus quando pecava, mas reconhecia suas fragilidades e falhas e os confessava ao Senhor. Ele admitia que era pecador e que precisava de perdão. O rei sabia que seu coração podia se enganar e orava para que Deus o guiasse.

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.” Salmos 139:23,24

O quebrantamento faz parte da vida de um adorador, não em culpas falsas e infundadas. Mas, em uma postura de arrependimento e mudança. É o que muitos chamam de processo de santificação.

Para aqueles que querem se aprofundar neste tema, estude a vida do rei Davi e os seus Salmos.  Que hoje nos juntemos as estrelas e a natureza para adorarmos a Jesus que é Digno de todas as canções.

“e eles cantavam um cântico novo: “Tu és digno de tomar o livro e de abrir seus selos, porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação.” Apocalipses 5.9 

Nações todas, louvai o Senhor; povos todos, glorificai-o! Porquanto seu amor nos ultrapassa, e a fidelidade do Senhor é para toda a eternidade. Aleluia! Salmos 117.1-2

Contemplação como forma de adoração a Deus

É possível adorar a Deus através da contemplação? Quando você pensa sobre adoração, você logo pensa no momento do louvor da sua igreja? Não se preocupe, esse ainda é um pensamento bem comum. Por isso, quero te ajudar a ampliar seu olhar sobre a adoração. 

Como igreja, já avançamos muito nesse quesito e isso é maravilhoso e com certeza faz parte da obra do Espírito Santo. Vou te dar um exemplo, sou da época em que havia louvor e adoração nos cultos no sentido em que, o louvor seriam as músicas mais agitadas e adoração as músicas mais lentas. Se você também presenciou esse tempo, já percebeu que não agimos mais assim hoje em dia. 

A adoração não se inicia na terra, mas no céu

Com efeito, ainda precisamos de alguns alinhamentos em nossa forma de pensar sobre a adoração.  Primeiro porque achamos que a adoração é algo que começa na terra em direção ao céu. Pensamos nela como algo que tem origem em nós, é o nosso presente para Deus. Talvez seja por isso que alguns de nós encontramos dificuldade em nos engajar nesse momento do louvor no culto. 

Porém, quando olhamos para algumas passagens da bíblia, vemos que a adoração começa com Deus e desce para a terra.  Lembre-se de João que foi levado ao céu e pode ver seres em adoração constante diante de Deus. “Então olhei e ouvi a voz de muitos anjos, milhares de milhares e milhões de milhões. Eles rodeavam o trono, bem como os seres viventes e os anciãos, e cantavam em alta voz: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor!”“. (Apocalipse 5:11,12).

Da mesma forma, quando lemos os muitos Salmos, vemos isso acontecendo também: “Aleluia! Louvem a Deus no seu santuário, louvem-no no seu poderoso firmamento. Louvem-no pelos seus feitos poderosos, louvem-no segundo a imensidão de sua grandeza! (Salmos 150:1,2). Consegue perceber a intenção desses textos em mostrar a adoração começando com Deus? 

Como se o que fazemos é justamente uma continuação do que já é feito no céu. A adoração é também uma resposta do que está acontecendo no céu mas não se inicia em nós e claro, não é sobre nós. Não adoramos a nós mesmos, adoramos a Deus e ele precisa estar no centro de todo nosso culto e ser alvo de nossa adoração. Por isso que a contemplação como forma de adoração a Deus é algo que faz muito sentido.

A beleza na contemplação da criação

Nesse sentido, vale a pena pensar que todo ser humano por natureza adora algo. E a  música pode ser uma forma de adoração sim, mas é também uma forma de adoração, uma visita e cuidado com idosos e crianças, fazer nosso trabalho da melhor forma, o ato de nos fazermos acessível a todo tipo de ajuda que se faz necessário. Ou seja, tudo que fazemos que glorifica a Deus é uma forma de adoração. Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus”. (I Coríntios 10:31).

Por conseguinte, outra maneira de adoração é a contemplação. Podemos ver isso também muito presente nos Salmos. A forma de perceber a criação como algo que foi muito planejado por Deus é uma maneira que nós reconhecemos aquilo que é um atributo do Deus como Criador na harmonia da sua criação.  Veja o que está em Salmos 19: “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos. Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite. Sem discurso nem palavras, não se ouve a sua voz”.

Por certo há algumas formas de observar a natureza e eu te aconselho a observar ela como uma poesia que se renova todos os dias. Assim como o Salmista enxerga. Ele percebe ordem em tudo o que Deus cria, ou seja, tudo que é belo vem dessa ordem na criação divina. Deus se faz perceber inclusive por meio da beleza da criação. Perceba que aquilo que tratamos como ordinário na verdade, o salmista está tratando como extraordinário. E essa é a contemplação como forma de adoração.

A contemplação nos leva a adoração aquele que tudo criou

Em suma, o nosso ato de adoração está ligado a tudo que fazemos. Visto que nossas vidas pertencem a um único Senhor e Criador de tudo. Logo, tudo que fazemos é para o louvor de sua glória. Por isso, adore em suas ações diárias desde as menores e ordinárias e também adore em sua comunidade de fé mesmo em unidade no momento de louvor no culto semanal.  A contemplação nos leva a adoração aquele que tudo criou.

Por fim, adore a Deus contemplando a sua criação com a mesma postura dos Salmistas. Enxergando a beleza na criação de Deus. Ao contemplar a criação de Deus, estamos adorando seus feitos. Que um sentimento de prazer e alegria encha nossos corações, renovando nossa esperança de que essa criação que é boa e perfeita continuará sendo restaurada até que não haja mais nenhuma expressão de maldade, até que não haja mais nenhuma lágrimas e sofrimento naquilo que é obra das mãos de um Deus Criador.