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Por que chamamos a igreja de Corpo de Cristo?

Casa de Oração

Como igreja, temos alguns termos para nos ajudar a compreender nosso papel no reino de Deus. Hoje trataremos sobre sermos chamados de Corpo de Cristo. Esse termo foi utilizado pelo Apóstolo Paulo no Novo Testamento como uma metáfora para transmitir verdades muito significativas sobre a igreja e para nos ajudar a entender melhor o valor da nossa diversidade dentro da igreja.

Vale lembrar também, que a igreja muitas vezes é associada a um edifício, construção. Porém, a igreja a qual a Bíblia se refere é sobre um agrupamento de pessoas. Biblicamente, a igreja é todo o grupo de cristãos individuais que professam fé em Cristo, em nenhum lugar da Bíblia a igreja é equiparada a um edifício ou estrutura. E a fé em Jesus é o único requisito para se tornar parte do Corpo de Cristo.

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.

Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”. (Efésios 2:8-10)

Entendo o significado da União com Cristo

Primeiramente, precisamos tirar toda a expectativa de compreender em plenitude esse conceito, o próprio Apóstolo Paulo nos diz que é um mistério: “Esse mistério é grande, me refiro a Cristo e à igreja” (Ef. 5:32). Temos dois lados dessa união, de um lado a que estamos em Cristo: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação, as coisas velhas já passaram, e surgiram coisas novas” (2 Cor. 5:17). Do outro lado dessa união temos Cristo em nós: “Cristo em vós, a esperança da glória” (Cl 1:27).

Do mesmo modo, Jesus também fez uma analogia falando dessa união quando disse que ele era a videira e nós os ramos: “Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:4-5). O elo dessa união que nos une a Cristo é o Espírito Santo logo, não é uma união de pessoas em uma essência, ou seja, não é um vínculo físico: “Aquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos há de dar vida também aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito, que em vós habita” (Rm 8:9-11).

Igualmente, Paulo vai usar a analogia do marido e esposa, porém ainda assim é difícil compreendermos essa união em sua plenitude. Mas sabemos que ela se refere tanto a igreja em todo mundo quanto às igrejas locais. O Espírito Santo desempenha um papel importante em unir indivíduos a Cristo através da habitação, batismo e o seu selo em nós. Assim, somente aqueles que foram batizados pelo Espírito Santo, ou seja, salvos pela graça por meio da fé, podem se unir à igreja.

A igreja como Corpo de Cristo

Com efeito, essa expressão enfatiza a ligação entre a igreja, como um grupo de cristãos, e Cristo. A nossa salvação é grande parte resultado dessa união com Cristo. Essa imagem da igreja como Corpo de Cristo remete também à interligação entre todas as pessoas que constituem a igreja. Como já vimos a igreja sendo esse conjunto de pessoas e não a estrutura construída. As Escrituras usam distintamente a frase “Corpo de Cristo” para demonstrar a identidade e unidade dos cristãos em Cristo.

Desse modo, quando a Bíblia diz que somos o corpo de Cristo, a metáfora começa com uma imagem de Jesus como a cabeça do corpo. Significando que ele é o Senhor encarnado. Ele é aquele que literalmente veio do Céu para este mundo, tomando um corpo para si. Em sua vida encarnada, Jesus nunca deixou de ser Deus, mas tomou totalmente para si nossa humanidade. Nós, cristãos, seguimos a Cristo, ouvimos a Cristo e deixamos Cristo guiar nossos passos, assim como a cabeça do corpo faz. Da mesma forma, este termo para a igreja reconhece a diversidade dentro do corpo de Cristo e como isso é bom para a igreja. 

Como resultado, o corpo precisa de muitas partes, ou seja, muitos dons, talentos e habilidades para funcionar. Nós precisamos trabalhar juntos para cumprir a missão que Jesus nos deu. Em vez de tentar fazer a mesma coisa, cada um de nós pode contribuir com aquilo que Deus nos chamou para fazer e ser. O corpo deve estar unido. Todas as barreiras étnicas e sociais foram removidas, como Paulo disse: “Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo, e em todos. (Colossenses 3:11).

 Por que chamamos a igreja de Corpo de Cristo?

Por fim, podemos dizer que chamamos a igreja de Corpo de Cristo pela grandiosidade que é esse mistério. É muito mais do que apenas uma metáfora. É literalmente quem fomos constituídos pela verdade do Evangelho, pelo Espírito que habita em nós e pelos dons que recebemos. Portanto, devemos nos alegrar e devemos nos concentrar em como vivemos à luz do dia em que ele voltará para terminar de fazer novas todas as coisas.

Sem dúvida, Cristo em nós é a base da fé e esperança. Ele é a cabeça de seu corpo, logo somos guiados por ele. Estamos unidos a ele, o cabeça, e somos nutridos por meio de Cristo. Como o corpo de Cristo, nós somos a extensão do ministério do cabeça, Cristo Jesus. Ele enviou seus discípulos para evangelizar, batizar e ensinar e devemos continuar a fazer o mesmo: ”Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai”. (João 14:12).

Por fim, a obra de Cristo para ser feita, precisa ser realizada pelo seu corpo, a igreja. Cada um de nós é importante para a igreja e cada cristão é uma parte necessária do Corpo de Cristo. Essa diversidade é algo a ser festejado e reconhecido como parte do grande projeto de Deus para a sua igreja. Temos diferentes habilidades, propósitos e dons espirituais, mas cada cristão é igualmente importante para o pleno funcionamento, missão e eficácia da igreja.

“Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo”. (1 Coríntios 12:18-20).

O que fazer, orar ou ir?

Isso não é um paradoxo! 

Ao mesmo tempo que o Senhor nos chama para o lugar de devoção, Ele também nos comissiona para ir para fora e pregar o Evangelho. Pode até parecer que esses são dois movimentos opostos, mas na verdade um não é possível sem o outro. Uma devoção saudável necessariamente se expressa em obras e, da mesma forma, o “Ide” jamais deverá ser feito às custas da nossa comunhão com Deus. Desligados da Videira não podemos realizar nada.

Então, o que fazer?

Imagine a realidade de ministrar a Deus (lugar secreto) e ministrar aos homens (evangelismos e atos de justiça) como uma porta giratória. No lugar de oração nós conhecemos a Deus e o Seu coração pela humanidade, e então, com o entendimento correto e um coração queimando, nós cruzamos essa porta e vamos de encontro aos perdidos.

Quando vemos a realidade do mundo, o pecado e a injustiça que o degrada, precisamos entrar por essa porta e dialogar sobre isso com o Senhor. Nós não somos a régua sobre o que é certo e errado, precisamos alinhar o que sentimos com o que a Palavra declara, para que o nosso coração não se ofenda contra os homens e contra Deus.

 

ORAR E IR⠀

Como Igreja, esse precisa ser o nosso movimento contínuo, ORAR E IR, não como dois passos diferentes, mas como duas faces da mesma ação. Nos dedicar ao Senhor no lugar de devoção e estudo das Escrituras não nos exime do dever e do privilégio de fazer parte da Grande Comissão e vice-versa.

Nós somos a Luz do Mundo e o Sal da Terra. Temos a essência, porém, precisamos nos posicionar da maneira correta, para que a nossa vida reflita Aquele que nos chamou.

 

Originalmente publicado em 20 de fevereiro de 2020

Eu canto porque vivo

Desde quando nascemos nos envolvemos em várias situações musicais. Já dormimos ao som da voz materna a cantar. Aprendemos canções na infância e além disso, cada um de nós também desenvolveu seu próprio gosto musical. Canções fazem parte da experiência de viver de modo que é verdade o que disse um filósofo: “Sem a música, a vida seria um erro¹”.

Entretanto, como cristãos não somos abandonados em nossa própria experiência sobre a vida. O crente necessita observar todas as coisas a partir do ponto de vista do Autor de todas as coisas. Isso quer dizer que, mais importante do que a música é para nós, é o que a música foi criada para ser. Para nós, cantar e ouvir música pode ser entretenimento, diversão e até mesmo profissão. Para Deus, no entanto, é um maravilhoso instrumento dado aos homens para o louvor da Sua Glória. Isso quer dizer que se cantamos ou ouvimos música, seja por diversão, entretenimento ou profissão, devemos com isso glorificar a Deus acima de tudo. Este é o objetivo final.

Cantar ao Senhor

Em toda a história do povo de Deus a música vem sendo utilizada como instrumento de adoração e gratidão. Ao cantar ao Senhor o Seu povo expressava um coração grato e rendido à Ele. Vejamos, por exemplo, o cântico que Israel cantou depois de atravessar o mar vermelho em Êxodo 15. Podemos também, observar a riqueza de cânticos que é o livro de Salmos. Além disso, conhecemos a história de Davi, o rei que conduziu Israel em adoração ao Senhor. Essas e outras narrativas bíblicas contribuem para a máxima de que: ao cantar as canções do Senhor o povo de Deus estava reconhecendo quem Ele é.

O evangelho de Mateus (26:30) nos revela um momento em que o próprio Jesus cantou um hino. Além do mais, sabemos que Cristo também frequentava sinagogas e cantar o saltério era algo comum da liturgia judaica. Portanto, não é de se admirar que os primeiros cristãos que passaram a seguir o Mestre continuavam cantando os salmos e a Palavra. É como o próprio Paulo parece encorajar em sua carta aos efésios (5:19). Assim, até mesmo hoje, no século 21, quando cantamos a Palavra de Deus, estamos nos juntando ao povo de Deus de todas as épocas.

Cantar no que acredita ou crer no que canta?

O ato de cantar canções no culto ao Senhor provocou várias tensões e reflexões durante a história da igreja. Canções eram compostas para engrandecer ao Senhor no culto, ensinar os crentes a respeito da verdade e até mesmo para combater eventuais heresias. A conclusão que a igreja cristã chegou no decorrer de seus anos foi: “A igreja crê naquilo que ela ora e canta².” Por isso, uma igreja saudável, que crê na verdade da Palavra, canta a própria Palavra. Em outras palavras, a prática da fé segue a nossa prática de oração e adoração. Se cantamos e oramos desconexos da verdade absoluta da Palavra isso acarretará um prejuízo à genuína fé que deve ser cultivada em nós.

Há um ditado popular que diz: “Quem canta seus males espanta.” Sem querer entrar a fundo na veracidade do dito é de se observar algo: a música e o ato de cantar provocam em nós coisas que no momento não são visíveis. Podem ser sentimentos, valores ou mensagens. Absorvidos pelo homem interior e processados. A música tem essa característica bela e Deus a fez assim. Quando falamos da combinação “Palavra de Deus + cantar”, não podemos simplesmente negligenciar tal instrumento dado por Deus para a edificação da nossa fé. Cantar em si, não possui nenhum poder comparado com o poder que possui a Palavra de Deus. Entretanto, quando unidos, os dois elementos se tornam a arma da igreja contra a frieza espiritual.

Muito mais que uma grande ideia

“Aleluia! Como é bom cantar louvores ao nosso Deus; quão agradável e apropriado é louvá-lo.” Salmos 147:1

Minha intenção com esse texto não é apenas provocar um comprometimento entre os compositores, músicos e cantores a respeito das canções que serão cantadas nas igrejas. Escrevo para todos que foram feitos discípulos de Jesus. Que possamos cantar as canções que Jesus cantou. Seja em nosso culto comunitário ou momento de devoção, que possamos cantar Suas palavras e a respeito do que Ele fez e de quem Ele é. Essa, muito mais que uma grande ideia, é a Sua vontade.

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Referências:

1 Famosa frase de Friedrich Nietzche, filósofo alemão. Apesar de ter morrido como ateu, Nietzche teve uma infância cristã e era apaixonado por música.

2 Esse é um notável lema na tradição cristã: Lex orandi, lex credendi.

Texto originalmente publicado dia 30 de julho de 2020

O lugar de oração é a posição do coração com relação a Deus e é quando você entende que é para Ele, é por Ele. A palavra diz que Jesus ia para lugares distantes para falar com Deus. Ele se retirava da multidão para orar e os próprios discípulos pediram para ensiná-los a orar.

Quando iniciamos uma jornada de oração, logo aprendemos que Deus ama a constância, embora Ele saiba que somos pessoas, seres inconstantes, seres em que o tempo todo pensam em desistir. Mas mesmo assim Ele não desiste e ama toda e qualquer constância que existe nas intenções dos corações. 

É mais simples que se imagina

A jornada de oração não é algo super espiritual, super religioso, mas é bem prático, é o falar com Jesus, é o conversar com Ele. 

Paulo fala sobre orar sem cessar e isso pode ser uma realidade. Você pode agora mesmo fechar os olhos, ou mesmo mantê-los abertos, e orar ao Senhor em alta voz ou em pensamento. Você pode clamar por esperança, clamar por fortalecimento do homem interior, por fortalecimento. 

Saiba que quanto mais tempo você fica no secreto, orando, tendo tempo com o Senhor, mais reflete a glória de Deus. Jesus pregava isso para as multidões, então uma vida íntima é a chave da nossa geração para se parecer cada vez mais com Ele.

A videira verdadeira

Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.

Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados.
Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido.
Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos.
“Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor. Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço.
Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa.
O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu os amei. João 15:5.7-12

Jesus é a videira

Podemos olhar grandes avivamentos e grandes momentos em que Deus tocou a Terra, mas não é preciso correr atrás disso, ou achar que Jesus só está ali. A verdade é que o Senhor tem levantado uma geração que não tem face e que aponta para Cristo e Ele faz um chamado para que essa geração o busque no lugar secreto, no lugar de intimidade com Deus, onde não se quer grandes palcos, onde não se quer ser famoso, mas o que importa é que Ele cresça. 

Ele é a videira e nós somos o ramos e vez após vez nós vamos ver Jesus falando para permanecermos nEle para darmos frutos. Permanecer nEle é manter uma conversa acontecendo o tempo todo, isso significa que a vida de oração não tem haver com um lugar, mas na verdade é sobre uma conversa entre você e Deus,e que nunca terá fim. Não tem haver com estar em um país específico, estar em uma sala de oração específica, estar em uma igreja específica, mas sim com o estado do coração de vez após vez, estar retornando para Ele e fazer com que essa conversa não termine e se torne um lugar de oração. 

 

Podemos mudar a Deus através da intercessão? Por que devemos orar a um Deus soberano que já conhece todas as nossas necessidades? Quem é chamado à intercessão? Em favor de quem devemos interceder?

Conhecer a Deus implica também em vivermos de acordo com a sua vontade. Em nenhum momento, a soberania divina exclui a responsabilidade humana. Por isso conheceremos o chamado que o Senhor deu a todos os seus filhos de intercederem.

 

A soberania de Deus e o chamado à intercessão

Deus é soberano. Ele faz todas as coisas segundo o seu propósito e vontade. Quando Deus fala e age na História, nada nem ninguém é capaz de resistir à sua voz. As superpotências mundiais são extremamente pequenas diante de sua glória e majestade. Não há outro que possa ser comparado ao Deus Todo-Poderoso.

Porém, como Hernandes Dias Lopes afirma, “o próprio Deus Todo-Poderoso, assentado no trono, revestido de glória e majestade, também determinou agir em resposta às orações de seu povo.” Por isso, a soberania de Deus não exclui a nossa responsabilidade como intercessores.

A intercessão é um instrumento para moldar o nosso coração diante das circunstâncias.  E para Deus agir no mundo em resposta às nossas petições, assim como Ele mesmo agiu na Bíblia em resposta às intercessões de seu povo. Deus decidiu nos incluir em seus planos e nos permitiu ser cooperadores em sua grande obra.

 

Todos nós somos chamados à intercessão, porque buscamos em nosso Pai Celestial tudo o que precisamos. 

Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. 8 Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. Mateus 7:7-8

 

Devemos buscar nas coisas celestiais e na vontade divina a motivação para que o nosso agir seja como de filhos de Deus, porque: “aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus.” João 1.12

 

Os intercessores

Em vários momentos na história, os intercessores aprenderam a serem fiéis a Deus mesmo não presenciando seus pedidos serem realizados em vida. Hoje, nós somos chamados a interceder, não para mudarmos a Deus, mas confiarmos em seu caráter, orarmos a sua palavra e crermos que Ele é fiel para cumprir tudo o que prometeu.

Agostinho disse que “a verdadeira e completa oração não é outra coisa senão o amor”. John Wesley também afirmava que tudo o que Deus faz, Ele o faz em resposta às orações de seu povo.

Deus atendeu o pedido de Israel diversas vezes quando este estava em aflição ou sofria escravidão diante de um imperador opressor. Quando o povo clamou ao Senhor, pois estava debaixo do poder de faraó no Egito, como registrado no livro de Êxodo, Deus ouviu e atendeu o seu clamor. 

Já em outro momento, quando, no livro de Ezequiel, Deus procurou alguém que se colocasse em favor da nação, mas não houve ninguém, o povo foi entregue ao cativeiro.

Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos. Efésios 6:18

Temos testemunhas fiéis em toda a história capazes de edificar a nossa fé. Hoje, porém, o bastão está em nossas mãos. Quem se levantará para interceder e edificar a próxima geração? A intercessão é o instrumento que utilizamos para nos relacionarmos com aquele que é soberano e que deseja responder às nossas orações.

Mas os desejos do nosso coração precisam estar alinhados à sua palavra. Precisamos crescer em amor a  Deus, a sua palavra e as pessoas, a ponto de inclusive intercedermos pelos nossos inimigos.

Mas eu digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem. Mateus 5:44

 

Como devemos interceder?

A intercessão não funciona como mágica. Ela é um instrumento de Deus para moldar o nosso coração à medida da vontade de Deus, através da poderosa obra do Espírito Santo em nossas vidas.

Enquanto oramos somos transformados. Não temos o poder de mudar a Deus, mas o propósito é que confiemos em seu caráter, orando a sua palavra e crendo que Ele é fiel para cumprir tudo o que prometeu. 

  • Precisamos orar a palavra de Deus aplicando-a em nossas petições (Colossenses 3.16-17)
  • Precisamos buscar o Senhor no lugar secreto (Mateus 6.6)

 

Certa vez Jesus estava orando em um determinado lugar, quando terminou um dos seus discípulos pediu que Ele os ensinasse a orar (Lucas 11:1). Vemos aqui que aqueles homens que caminhavam com Jesus vendo-o em sua vida de oração se depararam com a necessidade de aprender a orar. Nós não vemos na Bíblia os discípulos pedindo que Jesus os ensinasse a pregar, realizar milagres, expulsar os demônios, mas o anseio que Jesus provocou no coração de seus discípulos foi “ensina-nos a orar”.

Segundo E. M. Bounds :

“Os homens são naturalmente avessos a aprender essa lição de oração. É uma lição de humildade. Ninguém senão Deus pode ensiná-la”.

Portanto, à medida em que crescemos na fé, somos convidados a crescer também em vida de oração, e este pedido dos discípulos nos mostra que é possível aprender a orar.

Tudo quanto pedirdes em meu nome vos será feito 

Dessa forma, imagine que você pudesse pedir o que quisesse e isso acontecesse, o que você pediria?  Em João 15:7, Jesus disse: “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”. Podemos encontrar aqui neste versículo uma chave para crescer em uma vida de oração. Observamos aqui que a condição para termos orações respondidas é permanecermos em sua palavra, em oração e unidade com Cristo. E. M. Bounds comenta sobre esse versículo: 

“Aqui temos um posicionamento de vida permanente como condição de oração. Não apenas um posicionamento de vida permanente em relação a grandes princípios ou propósitos, mas um posicionamento permanente e unidade de vida com Cristo Jesus. Viver nele, habitar nele, ser um com Ele, ter a fonte de toda sua vida nele, permitir que toda a vida dele flua através de nós – esse é o posicionamento de oração e habilidade de orar. O permanecer nele não pode ser separado da Sua palavra permanecendo em nós. Ela precisa estar viva em nós para que faça nascer e alimente a oração. O posicionamento da Pessoa de Cristo é a condição da oração”.

Portanto, para crescermos em oração, precisamos permanecermos nele e em suas palavras. Somente assim conheceremos o que está em seu coração para enfim podermos orar segundo a sua vontade na certeza de que crendo, iremos receber.

Aprendendo a orar 

Sendo assim, para orarmos segundo a vontade de Deus precisamos conhecer sua vontade, certo? Em sua palavra, o Senhor nos revelou a sua vontade, logo meditar nas Escrituras nos ajuda a desenvolver uma vida de oração. Logo, é muito importante colocarmos a Bíblia em nossa linguagem de oração. Corey Russel em seu livro “Oração” nos mostra que, “Quando oramos a Bíblia, nossos espíritos são edificados e podemos ter a certeza de que nossas orações serão respondidas”. 

Portanto,  uma forma prática para isso é utilizar as orações apostólicas das cartas de Paulo nos tempos de intercessão, pois são orações centradas em Deus e cheias da revelação do propósito e vontade de Cristo. Um exemplo de oração apostólica que temos utilizado constantemente em nossa Sala de Oração é a que Paulo faz em sua carta à igreja de Éfeso:

“…não deixo de dar graças por vocês, mencionando-os em minhas orações. Peço que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai, lhes dê espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele. Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, conforme a atuação da sua poderosa força”. (Efésios 1:16-19)

Como aplicar?

Podemos incluir essa poderosa oração de Paulo em nosso dia-a-dia devocional, ou nas reuniões de oração da igreja. À partir desse texto bíblico podemos orar por nós mesmos, pelos nossos familiares, amigos, pela própria igreja, e até mesmo para aqueles que não O conhecem. A fim de que o Senhor se revele, para que a luz da Sua face resplandeça, para que Ele compartilhe os seus pensamentos. Podemos rogar para que Ele abra os olhos do entendimento para que possamos ver claramente e compreender a esperança da Sua vocação, daquilo que Ele nos chamou, de qual o nosso destino nesta era e na que virá. 

Podemos pedir também para que Ele nos revele as riquezas da herança que temos com Ele, da família a qual fazemos parte e a força que existe em saber a quem pertencemos. E portanto, orar para que Ele nos faça conhecer a suprema e incomparável grandeza do seu poder. Tão grande que é capaz de ressuscitar mortos, soprar vida e esperança em causas impossíveis, poder que sustenta todas as coisas pela Sua palavra.

Sendo assim, orar a Palavra pode encher o nosso coração de fé e nos ajuda a crescer em nossa vida de devoção diária. Comece hoje a colocar isso em prática, peça ajuda ao Senhor pois certamente é de sua vontade que nossa vida de oração e comunhão com Ele cresça. Coloque-se hoje diante de Cristo e peça “Senhor, ensina-me a orar”. E busque meditar em Sua palavra e acesse as lições preciosas que existem ali sobre vida de oração.

Leia mais sobre oração aqui

Hoje, nós conversaremos sobre o tabernáculo de Davi. E para começarmos é importante lembrar que no contexto histórico, a arca de Deus tinha sido levada no cativeiro e passou cem anos longe de Israel. Então, quando Davi assume o reinado, a primeira coisa que ele faz é construir o tabernáculo e trazer a arca para Jerusalém.

O Tabernáculo de Davi foi a primeira habitação de Deus em Jerusalém. Ele foi o único santuário a ser estabelecido no Monte Sião em toda a história. Se você lembrar, Sião passa a ser muito importante nas escrituras, pois a palavra diz: “De Sião virá a salvação” (Rm 11:26); “Sião é o monte do Senhor” (Is 2:3). Sião tem uma conotação fortíssima, pois ali é a habitação de Deus. E Davi tem um papel principal no Antigo Testamento que aponta para Aquele que é a salvação, ou seja, Jesus. 

Davi acrescentou elementos à liturgia da tenda de Moisés

Deus deu ordens específicas a Moisés quando ele armou a tenda. Deus habitava também na tenda de Moisés e ela era uma tenda móvel, diferente da fixa que Davi fez em Jerusalém. Na tenda de Moisés não havia instrumentos e as  trombetas eram tocadas apenas no momento das ofertas ( Nm 10:9-19).

 Ademais, a tenda de Moisés era dividida em três sessões, mas no tabernáculo de Davi era um espaço só. Apesar de ser arquitetonicamente diferente, Davi manteve o cuidado com a lei do Senhor: ”E os levitas trouxeram a arca de Deus sobre os ombros, usando as varas que estavam nela, como Moisés tinha ordenado, conforme a palavra do Senhor” ( I Cr 15:15).

Davi não exclui a liturgia já dada por Deus, mas ele acrescenta elementos à liturgia do culto. Perceba, não há conflito no tabernáculo de Moisés e no de Davi, pois o tabernáculo de Davi adiciona ao que já foi dado a Moisés. 

Porém, nós percebemos que Davi trouxe uma revolução na liturgia do culto. No tabernáculo de Davi tinha música e a presença de cantores. Davi inclusive manteve músicos e cantores para estabelecerem adoração contínua ao Senhor, ou seja, adoração 24 horas e sete vezes por semana. “ E com eles a Hemã, e a Jedutum, e aos mais escolhidos, que foram apontados pelos seus nomes, para louvarem ao Senhor continuamente, porque a sua benignidade dura perpetuamente”. (I Cr 16:41). Leia I Crônicas capítulo 15 e 16 para mais detalhes.

O tabernáculo de Davi e a liturgia que nos influenciou

Em um conceito geral, liturgia é a forma como as coisas costumam ser feitas, como um ritual. Um conjunto de elementos ou práticas que compõem um culto, por exemplo. Em um contexto fora do culto, temos liturgia também, por exemplo: a forma como nós vivemos nosso dia a dia e como nós celebramos um aniversário ( onde o aniversariante sopra as velas), tudo isso formam rituais que estabelecem uma liturgia. 

Como resultado, nós sabemos que a liturgia daquela época nos influencia até hoje em nossos cultos e adoração. No momento do culto, na sua liturgia, cada momento é importante. Desde a abertura, o louvor, a oferta e a Palavra, em tudo Deus está presente.  A liturgia também existia ali no tabernáculo de Davi e isso afetou a forma como Israel se relacionava entre família. 

O tabernáculo de Davi é um prenúncio do porvir

Todavia,  quando a arca de Deus chegou e Davi celebrou com cânticos, danças e músicas, isso pode ter chocado as pessoas. Afinal, elas estavam acostumadas com a tenda de Moisés. Vemos isso, pois a esposa de Davi o desprezou neste momento ( I Cr 15:28). 

Mas, eu e você precisamos entender que Davi está anunciando uma revolução litúrgica, isso era um sinal do que também acontecia no céu. A centralidade ainda assim era a presença de Deus, a arca estava naquele local. Tanto é, que Sião, a cidade que Deus habita, recebeu muitas profecias. Ou seja, Deus se agradou do que foi feito ali. 

E isso  também é uma imagem profética do que Amós escreveu sobre a restauração do tabernáculo de Davi. “Naquele dia, levantarei o tabernáculo de Davi que está caído e repararei suas brechas, levantarei as suas ruínas e as reedificarei como nos dias antigos” ( Amós 9:1). Tiago também vai falar sobre a restauração do tabernáculo em seu discurso em Atos 15:16-18. Como um prenúncio da alegria celestial e  da reunião que teremos no porvir. Na eternidade isso vai acontecer, assim como Deus é eterno, sua presença e a forma como ele estabelece, estão relacionados  ao que viveremos no porvir. Que alegria, não é mesmo?

O tabernáculo de Davi influenciou nossa liturgia de culto 

Como resultado, a forma como nós adoramos até hoje tem influência da época do estabelecimento do tabernáculo de Davi. O fato de hoje nós termos instrumentos na adoração corporativa é porque Davi introduziu isso ao culto a Deus. Logo, podemos dizer que o tabernáculo de Davi era musical, pois havia muitos instrumentos. 

Assim, o homem  passou  a expressar o sentido daquilo que ele não conseguia explicar e Deus se manifestava no meio do seu povo. Hoje é assim também. Há expressões artísticas nos cultos e a música é uma delas. E Deus se manifesta em nosso meio. Naquele momento, Davi estava anunciando que Deus ia habitar no meio deles e isso era motivo para celebrar. 

Em suma, doxologia é o que chamamos dessa resposta do povo aos feitos de Deus. Criar um momento em que cantamos a palavra é doxologia. Quando Deus está presente e ele se manifesta, nós respondemos adorando seu nome e sua glória. Isso era o que acontecia no tabernáculo de Davi, os salmos escritos são essas expressões deles a Deus.  Elas são músicas que expressam a resposta do povo adorando a Deus. 

Por fim, entendemos que o tabernáculo de Davi tem influência direta na liturgia dos nossos dias.  Ou seja, a importância de nós estarmos juntos adorando ao Senhor, transforma nossa caminhada. Assim como aconteceu com o povo em Israel na época do estabelecimento do tabernáculo de Davi. Hoje  também nós estamos respondendo para aquele que nos sustenta de geração em geração com cânticos, Salmos, louvores e orações.

“Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.” MT 5:14 – 16 (NVI)

Foi no monte das bem-aventuranças que Jesus fez tal declaração aos discípulos e o povo que estava ali reunido. No início do capítulo 5, Jesus começa ensinando o famoso Sermão do Monte, explicando uma série de condutas que os seguidores de Cristo deveriam ter como prática de vida. Interessante observar que, logo após Jesus nos desafiar a termos tal estilo de vida, Ele define Seu povo como sal da terra e luz do mundo.

O que é ser luz do mundo?

Hoje, nessa breve reflexão, quero me deter ao que Jesus fala sobre sermos luz do mundo, nos versos 14 a 16. Convido você a pensarmos juntos sobre o que de fato significa ser luz em nossa sociedade? O que outros versículos da Bíblia falam sobre isso? De onde vem tal Luz? E como podemos expressá-la?

Ao pesquisar no dicionário Strong o termo luz, expresso nos versos do capítulo, encontramos as seguintes definições: brilhar ou tornar manifesto, especialmente por emitir raios; fogo: porque brilha e espalha luz.
Deus é luz porque a luz tem a qualidade de ser extremamente delicada, sutil, pura e brilhante.

Em tua Luz vemos a luz

O que podemos compreender do significado da palavra luz empregado nos versos é que o próprio Senhor é a Luz que se manifesta através de nós. Em dezenas de trechos da Bíblia encontramos versículos que definem o próprio Deus como Luz:

“Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12).

“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes” (Tiago 1:17).

“E esta é a mensagem que dele ouvimos e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.” 1 João 1:5

Observamos em Gênesis que a primeira criação de Deus foi a luz. Por meio da palavra de Deus, Ele disse: “Haja Luz, e houve luz. E Deus viu que a luz era boa, e separou a luz da escuridão” (Gn 1:3-4). O escritor e pastor, Brian Schwertley, diz:“como a luz foi a primeira coisa na criação original, a luz de Cristo é o fundamento da recriação salvadora”. Por intermédio da Luz a condição do nosso coração é exposta. Ela revela o mais profundo do nosso interior, mostrando todos os nossos pecados e transgressões. A luz de Cristo também nos chama ao arrependimento e a trilhar o caminho da santificação.

A Luz que ilumina o entendimento

Além de Cristo ser a própria Luz, vemos que o termo também se refere a revelação escrita de Deus. As sagradas Escrituras são a luz que traz o conhecimento sobre quem Deus é, aprendemos através dela a Lei do Senhor e como devemos viver dignamente o propósito para o qual o Senhor nos designou.

“Das trevas resplandecerá a luz – Ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2Co 4.4-6).

Em nós mesmos não há nada de bom. Mas, como vimos o versículo de Tiago 1:17, toda boa dádiva vem do Senhor, o Pai das luzes. Conforme crescemos no entendimento dessa verdadeira Luz, começamos a compreender o Seu coração e seus planos. Dia após dia, o caráter de Cristo vai sendo formado em nós e o fruto do Espírito começa a transbordar em nossas atitudes e palavras.

Manifestando a Sua Luz

A Palavra de Deus se torna tão viva em nós, mediante a graça do Senhor, que buscamos a ter uma vida reta e obediente aos olhos dele. A Palavra de Cristo precisa encarnar em nossos sentidos e afetar toda a nossa existência, a ponto de que aqueles que estão ao nosso redor possam sentir o perfume de Cristo. No versículo de Mateus 5:14b, Jesus diz que “é impossível escondermos uma cidade construída no alto de um monte” e “ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha”
Ele utiliza tais frases justamente para reforçar a ideia de que é inevitável, impossível, escondermos do mundo a Luz de Cristo que habita em nós.

Nós manifestaremos a Luz de Cristo ao mundo, através da proclamação das boas-novas de salvação, por meio das nossas atitudes e palavras que demonstrem o fruto do espírito em nós – bondade, mansidão, amor, fidelidade, amabilidade, alegria, paz, paciência e domínio próprio – por meio do serviço ao próximo e nos locais que estamos inseridos; sabendo que tudo é para a glória dele, até que o mundo reconheça que Jesus Cristo é o Senhor.

Originalmente publicado em 19 de fevereiro de 2020

Ao longo da semana temos conversado aqui no blog sobre sermos casa de oração. Neste devocional, vamos falar um pouco sobre a relação entre a nossa identidade eterna como casa de oração e o fim dos tempos.

Em Isaías 56:6-7 diz assim:

“E os estrangeiros que se unirem ao SENHOR para cultuá-lo e amar o nome do SENHOR, tornando-se assim seus servos, todos os que guardarem o sábado, sem profaná-lo, e os que abraçarem a minha aliança, eu os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.”

Somos casa de oração

Como dissemos nos devocionais anteriores, uma das identidades primárias da igreja no Novo Testamento é como casa de oração. A igreja nunca foi feita para existir separada da sua identidade eterna de casa de oração. Inclusive, o próprio Jesus falou sobre isso em Mateus 21:13, citando a promessa de Isaías:

E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração;

Todo este movimento que tem surgido na igreja global, de resgatar o espírito profético de oração e intercessão do tabernáculo de Davi, não é algo novo e não é exclusivo de alguns ministérios. Segundo Mike Bickle, Deus está estabelecendo um novo paradigma em sua igreja, que na verdade é tão antigo quanto Isaías 56. É uma resposta da igreja ao que o Espírito Santo está gerando no lugar de intimidade, jejum e oração.

A igreja está despertando para a sua identidade eterna de casa de oração. Não é algo somente para esta era, mas algo que faremos no Milênio e na eternidade: a comunhão com Deus e a participação nos seus planos. Isso é o que Deus sempre desejou para Sua Igreja.

O lugar de oração no fim dos tempos

Qualquer cristão atento percebe que estamos vivendo em tempos próximos do fim. Porém, não precisamos nos desesperar, pois fazemos parte de um povo que não será pego de surpresa. À medida que a perversidade, a iniquidade e as trevas aumentam, Deus chama a sua igreja para ser a luz na escuridão e participar do que Ele deseja derramar sobre a terra nos últimos dias. E como faremos isso?

Nosso primeiro impulso como seres frágeis e amedrontados é tentar buscar soluções humanas para a crise. Isto é, queremos respostas práticas, queremos encontrar uma nova abordagem ou uma nova solução. Queremos algo inédito e que nos ajude a sair dessa crise vitoriosos.

Entretanto, quanto mais lemos as Escrituras, vemos que Deus tem a mesma ideia desde Isaías. Ele deseja que a sua igreja caminhe em jejum e oração, vigiando e sendo sentinela sobre os muros. Seremos luz na escuridão, sustentando a Grande Comissão a partir de uma vida de intimidade como casa de oração.

Quando o próprio Deus promete que seremos casa de oração, Ele não está falando sobre algumas igrejas locais ou ministérios específicos. Deus estava falando sobre toda a sua igreja, o corpo de Cristo, profetizando que caminharíamos em um estilo de vida de profunda intimidade e cooperação com o Espírito Santo na terra.

A igreja no fim dos tempos estará vigilante às profecias bíblicas e à voz do Senhor, não se desesperando, mas buscando a Deus intimamente e acima de tudo. Além disso, Deus nos promete que encontraremos alegria neste lugar. Ou seja, é caminhando em nossa verdadeira identidade como igreja que experimentamos a alegria do Senhor. Essa alegria nos sustentará para permanecermos com Ele até o fim.

Bem-vindos ao nosso quarto dia do devocional!

Durante essa semana temos conversado no blog sobre as bases bíblicas do que significa ser uma Casa de Oração e o papel daqueles que dedicam suas vidas integralmente à oração, como missionário intercessor. Mas, talvez tenham ficado algumas perguntas: De maneira prática, como abraçar esse chamado à oração no dia a dia? Qual o lugar da oração na vida ordinária? Visto que as demandas e urgências do nosso tempo parecem nos afastar cada vez mais do exercício da solitude, meditação bíblica e da oração. 

Orai sem cessar.” 1 Ts 5:17

Como temos conversado, ser uma Casa de Oração não é uma moda ou apenas um movimento, é algo que o próprio Senhor nos designou para ser. E quando lemos o versículo de 1 Tessalonicenses, vemos a recomendação de Paulo à igreja dos tessalonicenses para eles se apegarem ao exercício da oração em todo tempo. Não abandonassem o lugar da oração, mas que cultivassem o hábito de buscar o Senhor. 

Esse desejo também foi expresso na última oração de Jesus, antes de ser crucificado. Ele pediu ao Pai que andássemos em comunhão com ele: 

E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela tua palavra hão de crer em mim; (…) Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo. “João 17:20, 24

Você já parou pra pensar na profundidade dessa oração e no seu impacto? Esse é o desejo do Filho do Homem para nós. 

O Senhor é um Deus relacional e ele busca aqueles que irão responder ao seu convite para a comunhão. Isso nos lembra a história da vida de Davi, vemos que ele compreendeu o desejo do coração de Deus. 

Rotinas e prazeres superiores

Davi não foi perfeito e a bíblia mostra os seus erros e pecados. Mas ele entendeu que no Senhor há prazeres superiores e deleites maiores do que as coisas dessa terra poderiam oferecer. Relacionando com o contexto dos nossos dias, é como se Davi tivesse entendido que às urgências do nosso tempo e as horas gastas com entretenimento não se comparam com o prazer de estar em comunhão com o Senhor por meio da oração. 

Há muitas atividades boas e entretenimentos que são lícitos, mas o que estou escrevendo é sobre priorizarmos o nosso tempo de oração com o Senhor. E uma das formas de conseguirmos fazer isso, é compreendendo que no Senhor há satisfação e prazeres maiores do que em qualquer lugar que possamos buscar. 

“Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo.” Salmos 27:4

Davi foi considerado um homem segundo o coração de Deus, pois ele compreendeu a parceria que o Senhor quer estabelecer com os seus filhos por meio da oração. 

Priorizando por amor

Evidentemente, Deus não depende do homem e pode fazer todas as coisas. Contudo, Ele escolheu o caminho da comunhão e compartilhar o seu coração com os seus filhos. Quando oramos é isso que acontece. Nós oramos a Palavra de Deus e ouvimos o que está no coração do Senhor, e isto alinha as nossas emoções e pensamentos, nos dá satisfação e sabedoria em como viver. Além disso, quando oramos nós estamos participando daquilo que o Senhor está fazendo na terra. 

Então, de forma prática é preciso compreender que há completa satisfação no Senhor e ele deseja comunhão conosco. Segundo, é importante dedicarmos um tempo todos os dias para o exercício da solitude e oração, por isso, estabeleça metas reais. Não há problema em começar com cinco minutos por dia. Apenas comece e seja constante no que você se propôs. Terceiro, ore a Palavra: os textos bíblicos nos ajudam com a linguagem e elas foram deixadas pelo próprio Senhor para que nós pudéssemos nos apoiar. 

Por fim, lembre-se que há graça do Senhor disponível para você, peça ajuda do Espírito Santo. Além disso, o seu tempo de oração não precisa ser somente no seu momento de devocional, você pode continuar o seu diálogo com o Senhor durante todo o seu dia. 

Deus te abençoe!