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A Beleza de Deus em Apocalipse

Destaque

“Livro da revelação de Cristo Jesus”
Apocalipse 1:1

A abertura do livro de Apocalipse deixa clara sua intenção: nos apresentar a revelação de Jesus Cristo!

Quem vê a mim vê ao Pai

Sem dúvidas, conhecer a Cristo é uma das disciplinas mais importantes que um cristão deve ter. Afinal, é impossível conhecer a Deus sem conhecer a Jesus. A Bíblia nos explica que o Senhor se fez conhecido através do Filho, que é a imagem do Deus invisível. Além disso, o próprio Jesus, quando estava com os discípulos, disse que quem o visse, via o Pai (João 14:9).

Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele.

Colossenses 1:15-16

O medo do livro de Apocalipse

Ainda que saibamos a importância de conhecer a Jesus, historicamente existe um medo na igreja de ler o livro de Apocalipse. Lembro de quando eu era criança ouvir muitas pessoas falando para, ao ler a Bíblia, pular Apocalipse e Cantares!

Compreendo, esses dois livros trazem muitas metáforas, alegorias e possibilidades de interpretação. No entanto, não podemos simplesmente descartar um livro da Bíblia. Se ele está ali, é por um bom motivo. Precisamos nos lembrar:

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra. 2 Timóteo 3:16-17

No versículo 3 de Apocalipse 1, o autor é muito claro em sua declaração:

Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo.

Temos hoje um privilégio que a igreja primitiva não teve: o acesso a este livro e esta revelação.

O livro da revelação de Cristo Jesus

Portanto, precisamos ler com a consciência de que ali encontraremos a Revelação de Cristo Jesus. Logo no primeiro capítulo, vemos o autor, João, trazendo descrições preciosas a respeito de Jesus, Deus e do Espírito Santo. Descrevendo uma experiência que teve quando estava prisioneiro na ilha de Patmos, ele nos conta sobre a sala do trono e alguém semelhante a um filho de homem.

Você consegue imaginar a grandeza dessa revelação?

Alguém semelhante a um filho de homem

A partir deste ponto, João traz diversas descrições a respeito de quem Jesus de fato é.

Ele o descreve como:

  • Nosso noivo
  • Rei
  • Juiz que trará justiça às nações
  • A Testemunha fiel
  • O primogênito dos mortos
  • O príncipe dos reis da terra
  • Aquele que nos amou
  • Alfa e Ômega
  • Princípio e Fim
  • Que era, é e há de vir

Cada uma dessas descrições carrega uma verdade profunda a respeito de Seus atributos e do plano de Deus para a humanidade. Por exemplo, dizer que Ele é o juiz que trará justiça às nações aponta para o plano de Deus de entregar a Cristo todo o domínio. Dizer que Ele é o primogênito dos mortos aponta para a ressurreição que nos espera. Ele morreu e ressuscitou para que, através dele, tivéssemos a possibilidade da vida eterna (1 Coríntios 15).

Há tantos tesouros escondidos em cada uma dessas descrições, e o livro de Apocalipse nos convida a mergulharmos nessas verdades.

Qual a relevância para os dias de hoje?

Em Mateus 24, Jesus descreve como seria o cenário no mundo nos dias que antecedem a sua volta.

Um dos pontos de maior destaque nessa descrição é que haveria muito engano. Muitas pessoas buscando mestres que ensinem o que elas querem ouvir. Pessoas ofendidas com os acontecimentos, abrindo mão da fé, por não compreenderem o plano do Senhor.

Diante de tanto caos, guerras e rumores de guerras, serão encontrados fiéis aqueles que, por conhecerem ao Senhor, confiam plenamente em sua liderança!

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Quer saber mais sobre esse assunto? Temos um curso completo, que explora cada uma das descrições de Cristo no livro de apocalipse na Fhop School!
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“Ao chegar o dia de Pentecostes, todos estavam reunidos no mesmo lugar.”

Atos 2.1

O Espírito se move na unidade

Algo que sempre me chamou a atenção em acampamentos, retiros e conferências em que participei, nas quais todos percebem nitidamente uma ação do Espírito Santo nas sessões e durante as preleções, é a forma como aqueles momentos considerados “sérios” ou “santos” em relação à outras partes da programação, sempre acabam levando as pessoas a se conectarem umas às outras, abrirem e encontrar consolo em pessoas até então desconhecidas e realmente sair daquele ambiente com algum senso aguçado de pertencimento ou comunhão.

Ao meditar no texto de Atos 2, comecei a me questionar de como homens, que até então choravam e tinham medo de estar diante das pessoas, após receberem do Espírito, tornam-se defensores corajosos da mensagem do evangelho e partem para todas as nações levando uma mensagem, que sobretudo, envolve o partilhar em comunhão da mensagem de Cristo. O que eles fizeram? O que eles viram? Como seus temperamentos e personalidades foram tão adaptados rapidamente ao convívio da comunidade? A grande percepção é que há na ação do Espírito um mover em meio a comunidades intencionais, a união de pessoas que reconhecem suas fraquezas diante das promessas e da soberania de Deus e assim levam essa mensagem por todo o mundo.

Dessa forma, sou despertada a buscar um pouco mais a partir da história de Pentecostes a entender como a ação do Espírito e o seu derramar, transformaram homens frágeis e fracos em sua essência em uma família que, mesmo espalhada pelo mundo, permaneceu em unidade ao longo de toda trajetória bíblica, propagando o evangelho e a intencionalidade perante o Espírito Santo.

Perseverantes da esperança e na oração

Após a ressurreição de Jesus, a bíblia nos conta que ao ascender aos céus, Jesus comissionou os discípulos à pregação do evangelho mas também orientou que eles permanecessem em Jerusalém até a descida do Consolador (Lc 24.48-49) e nesse contexto, o capítulo 1 de Atos descreve, em relato a Teófilo, a ascensão de Jesus aos céus, tal como a promessa deixada acerca do derramamento do Espírito Santo, o qual os capacitaria a pregar o evangelho em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da Terra (v.8).

Os discípulos começam a se unir em oração dentro de suas casas(v.14) e a organizar a sua dinâmica após a ascensão e partida de Jesus (v.21). E então, é nesse contexto que o versículo 1 do capítulo 2 inicia dizendo que todos estavam reunidos no momento em que o Espírito foi derramado.

Anunciando corajosamente o evangelho

Após o derramamento do Espírito e a manifestação de línguas dentre o povo, os discípulos se levantam para, corajosamente, pregar o evangelho para as pessoas que ali estavam. A partir desse contexto, os discípulos vão sendo enviados para outras cidades e, com a junção aos outros apóstolos e discípulos, a igreja que hoje conhecemos vai se espalhando pelo mundo, chegando até nós atualmente, os mesmos discípulos que, após a morte e julgamento de Jesus se trancaram em suas casas temerosos, agora passam a anunciar o que viram e ouviram de Cristo, afirmando que jamais poderão parar de testemunhar acerca de Cristo.

Além disso, o próprio livro de Atos afirma que nessa recém formada igreja de Cristo, havia tamanha comunhão que nenhum dos irmãos passava nenhum tipo de necessidade, pois todos partilhavam seus bens uns com os outros, os mesmos que antes, durante o ministério de Jesus, não souberam lidar com a falta de alimento perante uma multidão ou tiveram dificuldades de amar a abraçar publicanos e cobradores de impostos, agora pregam o amor de Jesus, não só para judeus mas por todo o mundo.

Isso tudo é explicado quando voltamos as escrituras e nos lembramos que o Espírito é, acima de tudo, Deus em meio aos homens; é o consolador enviado por Deus para nos ensinar acerca do próprio caráter divino (João 14.16) e com isso nos aperfeiçoar como uma noiva gloriosa que de forma perfeita se apresentará ao Senhor. Para isso, o Espírito Santo em nós produz frutos de graça e justiça, que revelam o pai e nos permitem edificarmos uns aos outros.

Somente pelo Espírito Santo

O próprio Cristo revela que é por meio do Espírito que habita nele que o Reino é proclamado na Terra por meio de sinais e maravilhas, os quais edificam e revelam o Pai. Esse aperfeiçoamento em unidade, é um dos símbolos da igreja de Cristo, como o próprio Jesus orou em João 17, sendo assim a edificação vem pela ação do Espírito.

A Bíblia afirma que os dons dados pelo espírito são dados e distribuídos para a edificação do corpo de Cristo (1 Co 12.11).Por mais que eu possa tentar ser boa, compassiva, gentil e generosa, toda a tentativa humana a partir de sua natureza caída está fadada à destruição, mesmo dentro do ambiente eclesiástico. É nesse ponto que as escrituras afirmam que todas essas batalhas, internas ou externas, que levam ao crescimento, só podem ser vencidas pelo Espírito, pela ação do Espírito (Zacarias 4.6).

Dessa forma, o livro de Atos deixa claro que a partir do derramamento do Espírito Santo em Pentecoste há de fato a demonstração da unidade a partir de um só foco, revelar a Jesus Cristo (João 17.21). Homens antes unidos fisicamente pelo medo, agora, ainda que distantes fisicamente, revelam a unidade pelo sangue e propósito de Cristo.

O Espírito é o que levará o povo de Deus à verdadeira unidade e para desfrutar desse processo é indispensável reconhecer a necessidade do espírito diariamente em nossas vidas. Uma boa intenção, uma boa atitude para com o próximo ou unidade com a igreja, por exemplo, não é possível sem a ação direta do Espírito Santo.

O privilégio da comunhão dos santos

Além disso, o convite do Espírito há comunhão dos santos é também um convite para abrirmos mão do egoísmo, daquela velha forma de viver que nos faz priorizarmos nossos próprios desejos e interesses, afinal Jesus terá para sim uma igreja, um corpo formado de muitos membros, muitos irmãos que formam uma grande família. Em Atos, a unidade é o reflexo de uma igreja cheia do Espírito Santo.

E por fim, é necessário pedir que o Espírito nos lembre de que há uma promessa de que todos os salvos, unidos se apresentarão diante do Cordeiro de Deus puros, sem mancha, mas até lá temos o privilégio de encorajarmos uns aos outros. Unidade é um privilégio dado a família de Deus e executado por meio do Espírito Santo.

Julia Helen de Arruda Silva

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Julia Helen de Arruda Silva – Aluna da track de Proclamadores do Fascinação, Turma 20

 

 

“Ela não se afastava do templo, cultuando a Deus dia e noite com jejuns e orações.” (Lucas 2:37)

A história de Ana e Simeão é relatada no livro de Lucas de forma breve. Simeão recebeu uma revelação do Espírito Santo – em uma época que o Espírito não havia sido derramado: ele não morreria sem ver o Messias. Ao ver o bebê Jesus no templo ele diz “meus olhos viram a salvação”. Já Ana era uma viúva com mais de 80 anos que permanecia no templo dia e noite cultuando a Deus com orações e jejuns. Ao ver o menino Jesus no templo, Ana falou sobre o menino a todos que esperavam a redenção de Jerusalém.

Mas o que há em comum entre Ana e Simeão?

Ambos eram pessoas comuns, pessoas que só foram citadas nessa passagem bíblica. Pessoas que carregavam marcas da vida, que estavam imersos em um cenário político conturbado, sem esperança, pois Deus estava em silêncio há 400 anos. Porém, além de pessoas comuns, Ana e Simeão eram precursores. Pessoas que têm uma visão além do seu tempo, que vão à frente abrindo um caminho para que outros possam trilhar.

Ana e Simeão entendiam o tempo que eles estavam vivendo no plano de Deus ao ponto de reconhecer um bebê como o Messias que traria a salvação. Ana e Simeão são protótipos de precursores do fim dos tempos, pessoas comuns com uma devoção perene que permanecem com os olhos fixos na promessa e que tem uma visão profética do plano de Deus.

A revelação do Senhor a seus servos

Amós 3:7 diz que Deus não faz coisa alguma sem antes revelar aos seus servos, os profetas. Esse versículo deixa evidente que tudo que o Senhor faz, Ele comunica aos profetas que são seus servos. Servos são pessoas dependentes de um Senhor, pessoas que não fazem nada por si mesmas, portanto são confiáveis e obedientes.

O Senhor não compartilha seu coração com todos, mas com aqueles que Ele pode confiar, pois serão obedientes. No relato sobre Ana e Simeão é possível perceber que o Senhor comunicou a eles Seu plano, ademais eles não poderiam saber que um bebê era o Messias.

Sem uma revelação do próprio Deus. Ou seja, sem uma visão profética Ana e Simeão não gastariam sua vida à espera de uma promessa.

Como a história de Ana e Simeão se aplica nos nossos dias?

No plano de Deus nós também estamos posicionados em uma parte da história. O Senhor busca pessoas que tem uma visão desse plano e sabem onde estão posicionados, assim como Ana e Simeão. Mas, afinal em qual momento da história desse plano estamos hoje? Ao longo do antigo testamento é possível acompanhar a narrativa do plano de Deus, todas as histórias de destaque bíblico tem um propósito que converge em Jesus.

De forma simplificada, após Adão e Eva pecarem Deus fala sobre seu plano de redenção pela primeira vez, conhecido teologicamente como protoevangelho. Gênesis 3:15 diz: “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”.

A partir dessa fala de Deus, todas as gerações tinham expectativas por gerarem aquele que traria redenção. Ao longo do antigo testamento lemos muitas promessas de quem seria esse sumo sacerdote, como em Isaías 53.

A primeira vinda do Messias

Ana e Simeão estavam presentes quando finalmente o Messias, que traria redenção ao povo, nasceu. Ambos sabiam exatamente o momento da história em que viviam, sabiam da promessa e por meio do Espírito Santo sabiam que veriam com os próprios olhos o Cristo.

Cristo cresceu (Lc 2:52), iniciou seu ministério (Mt 4:18-20), discipulou (Lc 9: 1-25), curou (Mt 10), pregou (Mt 5), morreu (Mt 27:51-54), ressuscitou (Mt 28:16-20) e ao ascender aos céus (Mc 16:19) disse que voltaria (Jo 14).

Os últimos dias

A partir dessa ascensão de Jesus inaugura-se o período conhecido como “últimos dias”, isto é, período entre a ascensão de Jesus aos céus e sua segunda vinda, quando Ele voltará para julgar as nações (At 17:31). Entretanto, dentro desse período em que estamos, é possível ter uma noção a partir dos sinais explícitos da bíblia e de uma visão profética de quão próximo estamos da segunda vinda. Isto é, o momento que estamos no plano de Deus.

Como Ana precisamos nos posicionar em jejum e em orações intercessórias dia e noite, precisamos encher as taças com incensos que são as orações dos santos (Ap 5:8).

Seguindo o exemplo de Simeão precisamos cultivar a expectativa de ver o cumprimento da promessa. Como Ana e Simeão precisamos viver uma vida de devoção, não permitir que as circunstâncias adversas da vida nos paralisem diante da promessa da eternidade. Precisamos manter nossos olhos fixos em Cristo e em sua promessa, ademais Deus é fidedigno (Nm 23:19) .

Seremos aqueles que estarão dispostos a fazer parte do Plano do Senhor?

A geração de Ana e Simeão passou e o Senhor encontrou neles pessoas confiáveis e dispostas a fazerem parte do Seu plano. Pessoas que gastaram sua vida à espera da promessa, pessoas que abriram caminho e foram à frente. Imagino que muitos não compreendiam o que Ana, uma viúva idosa, fazia dia e noite no templo. A bíblia não fala, mas é provável que Ana e Simeão tenham sido rotulados como loucos.

Nos dias de hoje Ana e Simeão seriam rotulados de radicais, ouviriam frases como: “Nossa, para que orar tanto assim?” ou “Não precisa jejuar tanto, Jesus já pagou o preço!” ou até mesmo “Para que tanta radicalidade, isso é fanatismo, não precisa de tanto”. A realidade é que Ana e Simeão viram algo e ficaram fascinados. Não é possível ter uma revelação de Cristo e do Seu plano eterno e não se fascinar por quem Ele é.

A busca do Senhor

O Senhor busca pessoas íntegras com quem Ele possa compartilhar Seu coração. Pessoas dispostas a “permanecer no templo” dia e noite, que não têm suas vidas como preciosas, pois estão fascinadas por Cristo (Fp 3:8). O Senhor busca uma geração de Anas e Simeões que enchem as taças de oração, conforme apocalipse 5:8. Pessoas que tem uma visão profética do momento que estamos na história do plano de Deus e vão à frente, abrindo o caminho para a segunda vinda do Senhor, quando Ele voltará para estabelecer seu Reino de paz, justiça e alegria (Rm 14:7). A partir de Jerusalém (Is 2:1-4), Ele governará as nações com cetro de ferro (Ap 12:5).

O Senhor busca uma geração fascinada por quem Ele é, que espera ansiosamente o cumprimento da promessa. Pessoas que gastam a vida em devoção. Uma geração de uma só coisa, que deseja que Ele tenha um lugar para habitar em meio aos homens (Sl 27:4).

Uma geração que dá o devido valor ao único que é digno, uma geração radical e extravagante que entende que não é desperdício gastar sua vida por amor a Ele, porque Ele é digno dos nossos dias. Onde estão as Anas e os Simeões do nosso tempo?

 

 

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Larissa Nunes Loureiro – Aluna da track de Proclamadores do Fascinação, Turma 20

 

 

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“É necessário que ele cresça e eu diminua”

João 3:30

Chamados a Diminuir

O quão difícil é para nós agirmos de forma intencional sem premeditar um objetivo benéfico a nós mesmos? Qual foi a última vez que tomamos uma decisão pensando em um outro alguém? Nossa própria vida tem sido o ponto alto dos nossos diálogos com o Senhor? Muitas vezes, não abordamos estas perguntas no nosso cotidiano, mas elas desempenham um papel crucial na reflexão sobre nosso caráter. Nós, seres humanos, por natureza temos a inclinação de sempre moldar os cenários da vida a nosso favor. Tudo aquilo que em nossa mente parece agradável para nossa boa reputação ou performance é prioritário.

Como se buscássemos de forma constante holofotes do nosso ordinário que apontam para nós. Mas à medida que o Espírito testifica o novo nascimento em Cristo, as perspectivas mudam, nosso estilo de vida muda. Os dois primeiros mandamentos são a pedra angular desta mudança, uma vez que devemos olhar a vida na ótica de considerar Deus superior a todas as coisas e o nosso próximo como maior que nós mesmos. Nós normalmente não somos o ponto de convergência das escolhas e renúncias que marcam a jornada cristã. Portanto, aquele que é enxertado na graça da caminhada cristã deve considerar também seu comissionamento: diminuir.

O exemplo de João Batista

A vida de João Batista exemplifica de forma clara como é viver esta comissão, este chamado de ser fiel a uma mensagem que nunca foi sobre quem a anuncia, o chamado a diminuir. Quando observamos sua declaração, podemos perceber que ela é seccionada em duas partes: Quem ele NÃO era, e quem ele DE FATO era.

Levitas e sacerdotes enviados por judeus interrogaram João Batista em capítulos anteriores, questionando: “Quem és tu?”. João poderia muito bem ter fugido da pergunta e voltado a sua vida comum, ou então poderia ter questionado a motivação da pergunta, ou até mesmo respondido perguntando quem eram aqueles que desejavam ter esta informação, mas, na verdade, ele declara: ”Eu não sou o Cristo”. Neste mesmo diálogo, João nos constrange com a mais pura declaração de um precursor. Ele aponta para aquele que viria após ele, ele testemunha do cerne de sua mensagem, daquele que motiva todas as suas ações e o seu ministério. E como um brado de reverência, ele diz: ”[…] do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias.”

Ao afirmar que não é o Cristo, ele não reserva nada para si mesmo, exceto estar sujeito àquele que é maior e servir na Igreja como um dos demais, sem ser tão exaltado a ponto de tomar para si a honra do Cabeça.

Convém que Ele cresça

João foi fruto da oração do sacerdote Zacarias, o qual foi agraciado por Deus de herdar aquele que seria grande diante do Senhor e que seria cheio do Espírito Santo desde o ventre materno. Também foi nomeado por Jesus como o maior entre os nascidos de mulher. O Espírito levou João ao deserto para cultivar de modo extremo um relacionamento com Deus. Ao sair deste período, passou a pregar a mensagem de arrependimento conforme estava escrito no livro das palavras do profeta Isaías (Is 40.1-3). E então, eis aqui o ponto alto do seu ministério, onde declara com consciência quem era: ”Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor.”

Em meio a todas essas profecias e as palavras do próprio Deus em relação à  ele, João em momento nenhum se deslumbra ou tenta roubar o olhar das pessoas para si. Se o próprio Jesus diz que entre os nascidos de mulher ninguém é maior que João, quem mais teria motivos maiores para se vangloriar? Porém a sua declaração se torna constrangedora para nós que muitas vezes com simples  cargos ministeriais queremos exaltar a nós mesmos: “Convém que Ele cresça e eu diminua”.

Ele reconhecia a missão que lhe foi confiada, tinha ciência da mensagem que deveria carregar. Mas antes de qualquer coisa, ele tinha a plena consciência de que pertencia àquele que clama no deserto, e não era aquele que clama no deserto. Ele se tornou a mensagem, foi fiel a ela a ponto de ser preso e meses depois ter sua cabeça servida em uma bandeja à família real, mas jamais foi o ”senhor” da mensagem.

Maior que o chamado é Aquele que chama

Ao longo da corrida da fé, a vida eclesiástica nos cativa e somos constantemente atraídos a viver aquilo que realmente mudou nosso interior. É realmente apaixonante olhar para a mensagem da graça, a profundeza das escrituras, a comunhão eclesiástica, funcionando de forma orgânica e harmônica. Isso leva muitos de nós almejar viver em função disso, talvez se tornar um pregador, um pastor de renome, um artista do meio cristão, um missionário transcultural. Realmente, olhar para um ministério, imaginar-se tendo um microfone na mão e comunicando uma mensagem em um palco faz brilhar os nossos olhos.

Não significa que seja algo ilegítimo, afinal, a palavra de Deus fala sobre uma grande seara que precisa de trabalhadores e de vocações concedidas pelo próprio Senhor. Porém, muitos de nós nos deixamos levar pelo chamado e deixamos Aquele que chama de lado.

Quando Jesus diz sobre a seara e seus trabalhadores, ele evidencia quem é o Senhor dela. Quando Paulo escreve à igreja de Éfeso, ele traz de forma clara o propósito dos vocacionados, que é edificar o corpo de Deus até que chegue na estatura plena de Cristo.  Ser escolhido e vocacionado para um ministério é algo sublime, mas ser destinado à filiação e amizade de Deus é ainda mais.

Somente a partir disso podemos nos alegrar em explorar a chamada ao ministério. É sobre se sujeitar a gloriosa Cruz do calvário e entender que tudo se torna pó diante dela. A Cruz define nossa identidade, é ela que nos faz compreender que a mensagem nunca foi sobre nós, é ela que traz luz ao ministério de precursores. A partir disso, podemos enxergar a nossa verdadeira vocação e entender que apontar para Cristo e ser um com Ele é a coisa mais importante ao nosso respeito. Importa que Ele seja conhecido e que nós o conheçamos, como será por toda a eternidade (João 17.3). Assim como Paulo diz, é diante da sublimidade do conhecimento de Cristo, nosso Senhor, que consideramos todas as coisas com perda, como lixo, inclusive o nosso Eu, a fim de ganhar a Cristo e sermos achados nEle.

 

 

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Danilo Marques Jaquel – Aluno da track de Proclamadores do Fascinação, Turma 20

 

 

Você sabia que Jesus orou pela igreja? Em João 17, encontramos um registro significativo da oração de Jesus, onde Ele dedica um momento especial para interceder por aqueles que O seguiriam. Inspirando-nos em Cristo e seguindo Seu exemplo, aqui estão alguns pontos para ajudá-lo a interceder pela sua igreja local:

  1. Glorificação de CristoJoão 17:10

    Ore para que Cristo seja glorificado em todas as ações da igreja. Peça por corações que temam ao Senhor e sigam Seu direcionamento, para que Ele tenha a preeminência em tudo, como a cabeça do corpo (Colossenses 1:18).

  2. Saudades do NoivoJoão 17:11

    Ore para que o clamor da igreja seja “Maranata!” Que o anseio pelo Noivo inspire orações e jejuns pelo Seu breve retorno, para reinar com justiça (Mateus 9:15).

  3. UnidadeJoão 17:11

    Ore para que sejamos um, assim como Jesus e o Pai são um. Que haja perdão e corações dispostos a lutar pela unidade do Espírito, mantendo o vínculo da paz (Efésios 4:3).

  4. AlegriaJoão 17:13

    Ore para que a alegria prevaleça na comunhão. Peça por um derramamento de amor que traga prazer ao compartilhar o pão (Salmo 133).

  5. Centralidade das EscriturasJoão 17:14

    Ore para que a Palavra de Deus seja o fundamento firme da igreja, e que não nos desviemos dela. Peça para que a Lei do Senhor ilumine nosso caminho e esteja guardada em nossos corações (Salmo 119).

  6. PerseverançaJoão 17:14-15

    Ore para que, no Dia do Senhor, sejamos encontrados fiéis. Que a perseverança desenvolva em nós um caráter aprovado e uma esperança que não nos decepciona (Romanos 5:3-4).

  7. SantificaçãoJoão 17:17

    Ore para que nos tornemos cada dia mais semelhantes à noiva sem manchas e sem rugas que o Senhor deseja encontrar (Efésios 5:27).

Nos últimos dez anos, o Senhor demonstrou Sua liderança de maneiras marcantes em cada passo que demos. Recordo-me de tempos passados, quando frequentemente debatíamos nossa identidade: éramos uma base missionária com uma sala de oração? Uma sala de oração que abrigava uma igreja? Ou um centro de treinamento cujo coração pulsava em uma sala de oração?

Hoje, vemos claramente como o Senhor, com delicadeza e beleza, nos guiou ao propósito que Ele tinha para nós: somos uma igreja.

Mantemos nossa crença no poder transformador da oração. Contudo, hoje é impensável para nós dissociar uma vida de oração resistente de uma vibrante vida de igreja. O Senhor não busca apenas um movimento ou um local de oração; Ele prepara uma noiva para Si, pura e sem manchas. Esse processo é, em parte, fomentado pela oração. No entanto, a oração isolada, sem a doutrina dos apóstolos, o compartilhar do pão e a comunhão, retarda um processo de santificação que deve ocorrer como ferro que afia ferro, entre irmãos que compartilham suas vidas.

A oração continua sendo um pilar essencial de nossa jornada cristã. Nosso trabalho visa fortalecer a igreja no conhecimento de Cristo, na vida de oração e na adoração autêntica, e isso permanecerá inalterado. Porém, pela graça de Deus, hoje entendemos nosso chamado primário para ser uma igreja local, mais do que uma referência nacional.

Não se engane, ainda estamos em aprendizado e há muito por crescer e aprimorar. Como qualquer igreja local, enfrentamos enormes desafios. No entanto, nosso coração segue ardente pelo estabelecimento da vontade do Senhor. Lutaremos para preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz e continuaremos sendo igreja, até a Sua vinda.

Quando o assunto é louvor e adoração, muito provavelmente você deve pensar que já leu e ouviu o suficiente sobre isso. Afinal, participamos todos os finais de semana de cultos. Mas quando pensamos que louvor e adoração fazem parte da vida de quem reconhece quem Deus é e o que Ele tem feito em toda a história, essa é uma reação esperada por quem aprecia o valor de algo ou alguém.

A questão “por que adoramos?” nos conduz à essência dessa prática. João descreve em Apocalipse 4 e 5, um cenário grandioso de adoração a Deus ou seja, existe louvor e adoração no céu, existe também na terra, pois a palavra diz: “assim na terra como no céu”. Eles estão diante da glória de Deus, e nós clamamos por essa glória aqui na terra.

 

Louvor e Adoração  como Expressões de Devoção

Antes de tudo, precisamos ter em mente que o louvor é diferente da adoração mas andam lado a lado, sendo ambos essenciais para expressar nosso amor e devoção a Deus. O louvor consiste em elogiar, exaltando a natureza de Deus e Suas realizações. E claro, fica mais fácil fazer isso por meio de músicas, mas não precisa ser necessariamente por meio dela. Por exemplo, você já esteve no trânsito monótono de seu carro? Eu, pessoalmente, aproveito esse momento para render louvores a Deus.

Nesse contexto, o uso de louvores foi incorporado às liturgias dos cultos por meio da música. Reconhecemos o imenso poder da música – as notas musicais, quando utilizadas com sabedoria, podem nos conectar profundamente e enfatizar a mensagem do culto. Certa vez, ouvi um pastor comentando como as pessoas frequentemente esquecem qual passagem bíblica foi ministrada durante o culto, mas lembram facilmente as canções que foram entoadas, dia após dia.

Ou seja, nossas canções não apenas exaltam a grandeza e os feitos de Deus, mas também atuam como meio de ensino e aprendizado. Elas não estão voltadas para o homem, mas são uma manifestação de adoração ao único digno de tal devoção. O apóstolo Paulo disse:  “Mas enchei-vos do Espírito Santo, falando entre vós com salmos , entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais…” (Ef 5:18-20).

Adoração e Louvor: Profundidade Espiritual e Significado na Vida Cristã

Por outro lado, a adoração transcende o louvor em sua profundidade espiritual; seu significado é prestar culto, e no hebraico, está relacionado ao ato de servir. A adoração envolve uma conexão mais íntima – é uma resposta de reverência, submissão e entrega total. Ela abrange toda a nossa vida cotidiana.

Adorar se assemelha mais a apreciar o valor de algo ou alguém e viver para servir e agradar àquele que é adorado. Portanto, não se limita apenas ao ato de cantar, mas também engloba ações de amor e serviço a Deus. Desse modo, a adoração consiste em colocar Deus no centro de tudo e reconhecer Sua soberania. Ela permeia cada aspecto da nossa existência, tornando nossa vida uma jornada contínua de adoração a Deus.

Nesse ínterim, é importante enfatizar que somos feitos à imagem e semelhança de Deus. Logo, adorar a Deus nos torna mais verdadeiramente humanos. Ao dirigirmos nossa adoração àquele que nos criou, encontramos o significado de uma vida plena.

É por isso também que a teologia é muito importante na vida cristã, visto que a teologia busca entender a natureza de Deus. E se de fato somos a imagem e semelhança de Deus, surge em nós uma intrínseca necessidade de conhecer mais sobre Ele. Essa possivelmente é a razão pela qual muitas pessoas parecem desconectadas da adoração cristã. O deleite na adoração surge quando nos empenhamos em compreender a verdade sobre Deus por meio da revelação contida nas Escrituras.

Davi e a Ordem Profunda da Adoração

Como resultado, Davi compreendeu a importância da ordem na adoração. A adoração não é um ato desordenado, algo que se realiza de qualquer maneira. Não se trata de um costume que se enraíza e, assim, é executado de forma casual. Recorda a passagem em 2 Samuel 6:6-7, quando Uzá perdeu a vida ao tocar na arca? Davi percebeu que para além de transportar a arca de maneira apropriada e de oferecer sacrifícios adequados, a música desempenhava um papel crucial na adoração e no meio dos louvores. Ao levar a arca até Jerusalém, organizou músicos e cantores para cercá-la, instituindo turnos de adoração que funcionavam 24 horas por dia, sete dias por semana. Isso permitia ao povo experimentar a presença de Deus.

Sobretudo, ele entendeu que Deus não encontrava satisfação apenas nos rituais de sacrifício; o que Deus desejava era cultivar uma relação com o Seu povo. Através de músicas, danças e cânticos, a adoração e os louvores expressavam a presença de Deus. No cerne dos louvores e da adoração está Deus. O propósito é enaltecer a Deus, glorificá-Lo. Quando reconhecemos a verdadeira natureza de Deus, demonstramos nossa gratidão por meio de palavras, cânticos, ofertas e serviços. Em outras palavras, o reconhecimento leva a uma resposta de gratidão por meio de tais ações.

Poder transformador do louvor e adoração

Afinal, você percebe que tem uma ação no louvor e na adoração a Deus que sobe e uma intervenção que desce? É essa a dinâmica que ocorre quando nos entregamos à adoração a Deus. Davi, em Salmos 103, também nos orienta a ordenar nossa alma, nosso espírito a louvar e bendizer o Senhor. Este Salmo é particularmente impactante, pois em muitos momentos nos sentimos desanimados. A instrução de Davi para que comandemos a nós mesmos a louvar a Deus é um exemplo claro do poder do louvor e da adoração como hábitos transformadores.

Por fim, é através do louvor e da adoração que recordamos os grandiosos feitos de Deus ao longo da história, avivando nossa fé. O hábito do louvor e da adoração trabalha em nosso imaginário nos conectando no presente, com o passado, e nos lembrando constantemente de quem está no controle de tudo e também de nossas vidas. Em última análise, o louvor e a adoração transcendem palavras e melodia, moldando nosso espírito e coração, nos aproximando do nosso Deus e Criador em uma jornada de devoção profunda.

 

Em 2 Tessalonicenses 2, vemos uma mensagem poderosa de Paulo que ressoa através dos séculos. Nela, Paulo adverte os irmãos sobre a iminente chegada do anticristo, alertando que o mundo será enganado e envolto em trevas. Dessa forma, Paulo encoraja os irmãos a uma reflexão, chamando-os para perceberem o movimento do reino das trevas. Além disso, ele os dá um encargo: fiquem firmes em Cristo!

Portanto, irmãos, permaneçam firmes e apeguem-se às tradições que lhes foram ensinadas, quer de viva voz, quer por carta nossa. 2 Tessalonicenses 2:15

Igreja, permaneça firme!

Paulo não quer que os irmãos sejam ignorantes sobre esse assunto vital. Ele exorta a igreja a permanecer firme diante do mal que se aproxima, a não retroceder, a conservar as tradições ensinadas oralmente ou pelas cartas. Eles já enfrentavam perseguições naquela época, mas Paulo os lembra de que a obra de Cristo também está ativa no mundo.

Mas o que devemos fazer quando as coisas ao nosso redor piorarem? Paulo ensina a dar graças a Deus pela igreja. Além disso, devemos absorver uma verdade transformadora: Deus nos ama profundamente. As afeições do coração de Deus são para nós, amados irmãos. Deus tem mais do que compaixão e bondade para nós, Ele tem mais do que pena de nós. Além disso, Deus não está alheio ao mal que estava avançando, Ele é tocado e sensibilizado por essa realidade que Paulo descreve. Portanto, o coração daquela igreja era amado pelo Senhor.

Estamos seguros em Cristo

Nos dias sombrios que se aproximam, nossa segurança não repousa na nossa própria força, mas no fato de que Cristo se apodera de nós e nos traz para perto. Ele nos ampara em seu amor. Estamos seguros em Jesus e devemos permanecer firmes em Cristo, confiando em que Ele nos segura com Sua mão poderosa.

Além do mais, Deus nos escolheu para a salvação, para sermos separados e santificados através do Espírito Santo. Somos amados e redimidos pelo evangelho, a boa notícia que nos traz esperança. Assim, nada é mais precioso do que esse evangelho, que é o centro do ministério da igreja e a promessa de Deus para o mundo.

A obra que Deus começou nas nossas vidas será completa. Não se sinta um cidadão de segunda classe por causa das suas dores, não se sinta inferior aos mais santos do povo de Deus.

Deus nos ama

Desse modo, a salvação é uma palavra que abrange toda a Bíblia, desde Gênesis até Apocalipse. Jesus veio ao mundo para nos tornar amados no Senhor, e é por meio do evangelho que Deus se apodera de nós. Portanto, diante de qualquer desafio, olhamos para essa verdade e cravamos nossos pés na rocha que é Cristo. Fiquemos firmes, pois Deus nos ama e nos escolheu. E um dia nos glorificará em Cristo.

Neste mundo incerto, onde as trevas ameaçam, encontramos nosso refúgio seguro em Cristo. Nele, estamos verdadeiramente firmes. Confiemos na promessa divina e permaneçamos inabaláveis. Portanto, considerando isso, fiquem firmes. Olhamos para essa verdade e cravamos os pés na rocha que é Cristo. Fiquem firmes!

 

Texto baseado na palavra do Pr. Vinicius Sousa do culto da Fhop Church do dia 06 de Agosto de 2023

 

Eu não sei você, mas mesmo em meio a cenários desafiadores e tempos difíceis, tenho esperança, sonhos e fé. Mesmo diante do caos, dúvidas e incertezas, há muito pelo que agradecer. Muitas vezes, nosso crescimento e amadurecimento vêm por meio de sofrimento, perda ou ausência. Existem diversas formas de expandir nosso coração e fortalecer nosso interior, tanto em momentos de conquistas assim como quando estamos enfrentando desafios. Assim, a ausência de certas dádivas ou coisas boas pode nos levar a buscar a Deus e aprofundar nosso amor por Ele.

Por isso, pense comigo: De onde vem sua força? Da juventude, saúde, dinheiro, sucesso profissional, família, amigos, time de futebol ou quem sabe de algum partido político? Se sua força estiver apenas nessas coisas passageiras e terrenas, ela será frágil demais. Porém, se sua força estiver em Deus, você encontrará segurança, pois Ele é uma rocha eterna, uma fortaleza. Ele te amparará na fraqueza, nos momentos difíceis. Somente Ele pode te animar, restaurar e te salvar.

A Busca pela Força Verdadeira

Enfim, vamos recordar uma passagem bíblica que nos ensina como podemos depositar nossa força em Deus. Você se lembra de quando Josué, após a morte de Moisés, foi escolhido para dar continuidade ao plano de Deus de conduzir o povo à terra prometida? Deus disse a Josué:

Esforça-te e tem bom ânimo, pois você fará com que este povo herde a terra que jurei a seus pais que lhes daria. Seja forte e corajoso, para que você cumpra fielmente toda a lei que meu servo Moisés lhe ordenou. Não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, para que você seja bem-sucedido em tudo o que fizer.” (Josué 1:6-7)

Essa passagem bíblica destaca a importância de fortalecermos nossa determinação e confiarmos na fidelidade de Deus. Assim como Josué foi encorajado a ser forte e corajoso, somos lembrados de que, quando estamos enfrentando desafios, devemos nos apoiar em Deus e seguir diligentemente os caminhos que Ele nos revelou. Isso mostra a importância da fé.

Logo, ao colocarmos nossa confiança em Deus, as lutas e dificuldades não desaparecem de nossas vidas. Ainda enfrentaremos momentos difíceis, doenças, problemas financeiros e familiares. No entanto, nossos corações estarão firmes, capazes de reagir com confiança e perseverança. Porque Deus não muda e a sua palavra é a lâmpada que nos guia.

A Meditação na Lei do Senhor

A mensagem transmitida a Josué é uma lição poderosa para nós hoje. Devemos nos apegar à orientação que Deus dá a ele e não nos desviarmos dela, nem para a direita nem para a esquerda. Essa direção  nos permitirá caminhar com prudência e sabedoria, independentemente dos desafios que encontramos em nosso caminho.

Perceba, não há promessa de conforto para Josué, há uma promessa de que Deus caminhará com ele. “Não te mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares”. Josué 1:9

Ao seguir as orientações divinas, não recebemos uma promessa de conforto, mas sim a promessa de que Deus caminhará conosco. Nós não precisamos de todos os nossos problemas resolvidos ou de todos os caminhos facilitados, também não precisamos de uma força nossa para conseguir vencer os desafios. Nós precisamos reconhecer a necessidade da presença de Deus na nossa vida. O primeiro passo é reconhecer os feitos e cuidados de Deus na nossa própria história.

 A força e a coragem não vêm de nós mesmos, mas do poder de Deus que opera em nós por meio do Seu Espírito Santo. Ao meditar na Lei do Senhor, abrimos espaço para que Deus trabalhe em nós e nos capacite a alcançar coisas extraordinárias.

Portanto, tornar-se forte e corajoso através da meditação na Lei do Senhor é essencial para uma vida plena e significativa. É mais do que uma opção – é uma necessidade. Devemos buscar diariamente a presença de Deus, mergulhar em Sua Palavra e permitir que Ele nos transforme, capacitando-nos a enfrentar todos os desafios que encontramos.

 

Enfrentando Desafios com Fé

Muitas pessoas resistem em seguir a orientação de Deus porque confiam demais em si mesmas, em seus sentimentos, emoções, intuições, experiências e aprendizados. Elas não possuem a ousadia de ter fé, de acreditar no que Deus disse, independentemente de suas emoções e pensamentos.

Ao despertarmos para a fé, somos desafiados a acreditar no que não é visível, simplesmente porque Deus assim o disse, como tem sido ao longo da história. Assim como Deus instruiu Josué a voltar-se para o que Ele já havia ordenado a Moisés, devemos evitar desviar-nos para a direita ou para a esquerda, sem tentar mudar a direção estabelecida por Deus.

Devemos meditar e aprender com as instruções de Deus por meio de Sua palavra, buscando uma comunhão diária e constante. É nesse caminho que encontraremos sucesso. E nesse caminho é que fica claro a importância da nossa fé em Deus.

Pois quando confiamos em Deus, recebemos uma graça para passar pelos vales da vida, graça essa que transcende o entendimento humano. Isso não é auto ajuda, ou psicologia emocional ou misticismo, isso é fé, confiança em Deus.

Podemos agir como José que mesmo sendo injustiçado, preso, manteve sua confiança e fé em Deus. Ou até agir como Jó que mesmo após perder tudo e sua esposa falar para ele amaldiçoar Deus e morrer, sua reação foi dizer: “ Eu sei que meu redentor vive!”. Isso é que não se explica. Isso é a confiança que Deus nos dá.

O Chamado para Ser Forte e Corajoso

Por fim, assim como Josué foi encorajado por Deus a ser forte e corajoso em sua jornada, também somos chamados a seguir esse exemplo. Devemos confiar no Senhor, lembrando que Ele está ao nosso lado em cada passo do caminho, capacitando-nos e guiando-nos para cumprir o propósito que Ele tem para nós.

A verdade é que nós somos frágeis, Deus olha para nossa estrutura e sabe que somos pó. Na verdade, na nossa força nós não conseguimos nada. Temos fraquezas emocionais, fraquezas físicas, morais e espirituais. Mas Deus sendo a nossa força, a cada dia as misericórdias dele são renovadas sobre nós, o choro da noite é cessado pela alegria da manhã.

A cada dia Deus fortalece mais a esperança dentro de nós e assim seguimos de força em força. Por isso, diante dos cenários mais difíceis, e mesmo enfrentando desafios a ordem divina é: Seja forte e corajoso.

Precisamos entender o plano de Deus para a humanidade, e a Igreja e Israel fazem parte desse plano. Nos escritos de Paulo, ele fala sobre o mistério que se refere a revelação especial que Deus deu a Paulo sobre a união de judeus e gentios em um só corpo.

Portanto, Deus sempre teve em mente a união de judeus e gentios em um só corpo. Então, a igreja é parte desse plano. Porém, existem abordagens teológicas que são utilizadas para interpretar a Bíblia, que são o dispensacionalismo e o aliancismo. Essas abordagens possuem pontos fortes e fracos. Porém, possuem uma falha que leva a uma falta de compreensão do mistério de Israel.

 

Dispensacionalismo e aliancismo

O aliancismo e dispensacionalismo são duas abordagens teológicas diferentes para compreender a história da salvação e o papel de Israel e da igreja nesse processo. Portanto, cada abordagem apresenta implicações significativas na compreensão da relação entre o povo judeu e o cristianismo e, por consequência, na história do antissemitismo.

Dispensacionalismo: duas árvores de salvação

Imagem retirada do livro Igreja e Israel no Novo Testamento, Impacto

 

O dispensacionalismo é uma abordagem que divide a história da salvação em diferentes períodos chamados dispensações, cada uma com um conjunto específico de regras e requisitos.

Segundo essa abordagem, Deus frequentemente testa e oferece uma oportunidade única de salvação em cada uma dessas dispensações. O arrebatamento da igreja é um evento futuro em que os crentes verdadeiros em Jesus Cristo serão retirados do mundo antes da tribulação, para Deus voltar a lidar com Israel na grande tribulação.

Aliancismo: uma árvore de salvação substitui a outra

Imagem retirada do livro Igreja e Israel no Novo Testamento, Impacto.

Já o aliancismo é uma abordagem que vê a salvação como um processo contínuo, que começa com a primeira aliança de Deus com Adão e Eva e continua através das outras alianças estabelecidas por Deus com a humanidade, culminando na nova aliança em Jesus Cristo. Cada uma dessas alianças é vista como uma etapa importante na história da salvação, mas a nova aliança em Jesus Cristo é a última e final, e não haverá outra.

Consequência do Aliancismo e do Dispensacionalismo

Como já foi dito, ambas as abordagens teológicas têm implicações significativas para a história do antissemitismo. A teologia do aliancismo pode levar à compreensão de que a igreja substitui Israel como o povo escolhido de Deus. Isso pode levar a uma discriminação contra os judeus, pois, historicamente, essa ideia tem sido usada para justificar a perseguição e o genocídio dos judeus.

O problema central do aliancismo reside na sua incapacidade de diferenciar entre Israel e a Igreja. Em virtude disso, a corrente reinterpretou uma série de textos do Antigo Testamento, que falam sobre as promessas para Israel a serem cumpridas no fim dos tempos, a posse da nova terra, o milênio, a grande tribulação, dentre outros.

As raízes do aliancismo

Contudo, tal método interpretativo é bastante alegórico, lembrando o antigo método alegórico da escola alexandrina, que teve Orígenes como um de seus representantes, mas que acabou sendo condenado pela Igreja.

Vale ressaltar que essa interpretação do aliancismo tem suas raízes no antissemitismo medieval e isso pode levar a uma discriminação contra os judeus, pois, historicamente, essa ideia tem sido usada para justificar a perseguição e o genocídio dos judeus.

Uma árvore não substitui a outra

A ideia de que uma árvore de salvação substitui a outra pode levar à interpretação equivocada de que Deus rejeitou os judeus e escolheu os cristãos como o novo povo escolhido.

Por outro lado, a teologia do dispensacionalismo pode levar a uma compreensão equivocada de que Deus perdeu o controle da história. A ideia de que Deus precisaria retirar a igreja do mundo antes da tribulação pode levar a uma mentalidade de escapismo.

Deus nunca perdeu o controle

Conforme as Escrituras, pode-se afirmar que todo o sofrimento do povo judeu na história da humanidade não ocorreu sem a supervisão e controle de Deus. A Bíblia ensina que Deus é soberano sobre todas as coisas, incluindo o sofrimento do Seu povo escolhido. Um exemplo disso é o livro de Jó, onde Deus permitiu que Satanás afligisse Jó, mas manteve sempre o controle da situação.

Além disso, a Bíblia nos mostra que Deus usa o sofrimento para cumprir Seus propósitos e planos soberanos. Por exemplo, no Antigo Testamento, podemos ver que Deus usou a escravidão no Egito para libertar o povo de Israel e levá-los à terra prometida (Êxodo 12:40-42).

Assim, nos dias de hoje, Deus também pode usar o sofrimento do Seu povo para realizar Sua vontade. Isso não significa que Deus cause o sofrimento, mas significa que Ele pode permiti-lo para nos moldar e nos tornar mais como Cristo (Romanos 8:28-29):

Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. Romanos 8:28,29

E quando Deus restaurar Israel, como prometeu em Sua Palavra, será uma ocasião gloriosa. A Bíblia nos diz que Jesus Cristo retornará para estabelecer Seu reino na Terra e Israel desempenhará um papel importante nesse evento (Zacarias 14:1-9).

 

Inclusão ou Teologia da Promessa

Imagem retirada do livro Igreja e Israel no Novo Testamento, Impacto

De acordo com a visão de inclusão radical, o plano divino não se limita apenas ao povo judeu, mas abrange todas as nações. Deus prometeu a Abraão (Gn 12:1-3) que todas as nações da Terra seriam abençoadas através dele. E essa promessa se cumpriu em Jesus Cristo, o salvador de toda a humanidade, tanto judeus quanto gentios. O apóstolo Paulo, em suas cartas aos Romanos e Efésios, fala extensivamente sobre a inclusão de todas as nações na salvação divina. Em Efésios 2:11-13 vemos:

Portanto, lembrem-se de que anteriormente vocês eram gentios por nascimento e chamados incircuncisão pelos que se chamam circuncisão, feita no corpo por mãos humanas, e que naquela época vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo. Efésios 2:11-13

 

Igreja e Israel

Conforme a igreja amadurece espiritualmente, ela passa a compreender com mais clareza o papel de Israel no plano divino e como sua própria existência está conectada a isso. Isso envolve reconhecer que a igreja não substitui Israel, mas que ambas as partes são essenciais para a realização do plano divino de salvação da humanidade. Juntos, judeus cristãos (a Israel de Deus) e gentios cristãos compõem o que chamamos de povo de Deus.

 

Além disso, à medida que a igreja cresce, ela compreende como pode trabalhar em conjunto com Israel para cumprir o plano de Deus na história. A cooperação e a união entre judeus e gentios são fundamentais para a realização do propósito divino na história.