Há inúmeras lições aprendidas com os personagens bíblicos, especialmente com a vida de oração de Jesus. Muitas vezes, o Senhor se afastou da multidão apenas para estar a sós com Deus e em outra ocasião, seus discípulos insistiram para que ele se alimentasse, mas havia algo mais importante.
“Enquanto isso, os discípulos insistiam com Ele. “Mestre, come!” Mas Ele lhes disse: tenho um alimento para comer que vós não conheceis.” Então, os discípulos disseram uns aos outros: “Será que alguém lhe teria trazido algo para comer?” Explicou-lhe Jesus: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e consumar a sua obra.” João 4.31-34
Como Jesus sabia qual era a vontade do Pai? Simples: Ele o conhecia de forma intensa e pessoal. Pois Jesus, assim como Enoque, andava com Deus (Gn 5.22-24). Além disso, sua vida de oração fora intensa que até seus discípulos pediram que os ensinasse a orar. No livro Eles, Ann Spangler e Robert Wolgemuth afirmam que:
“… A vida de oração de Jesus deve ter sido tão atraente para seus amigos íntimos que eles não tiveram paciência para esperar que lhes falasse a respeito da oração. Pediram que os ensinasse.”
Nós também somos desafiados a viver como Jesus. Por isso, neste devocional, refletiremos sobre alguns ensinos do Senhor a respeito da oração.
Jesus orou do começo ao fim
Após Jesus ter sido batizado por João Batista, o vemos caminhando para o deserto para um período de 40 dias de jejum (Mateus 4.1-11; Marcos 1.12,13; Lucas 4.1-13). Podemos imaginar que foi um tempo de consagração para o lançamento de seu ministério e também de preparo espiritual para os desafios que certamente enfrentaria no decorrer de sua missão. O vemos repetindo o padrão de oração ao longo de sua trajetória. Inclusive na cruz.
“Apesar de tudo, Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo!” Lucas 23.34
Poucos minutos antes de entregar a vida na cruz, Jesus intercedeu pelos pecadores. O seu desejo e a sua oração foram em favor dos seus assassinos no ato do seu assassinato. Independente das circunstâncias, nele há pleno e imediato perdão. Dessa forma, Cristo nos ensina a perdoar e a orar até mesmo pelos nossos perseguidores:
“Mas, quando estiverdes orando, se tiverdes algum ressentimento contra alguma pessoa, perdoai-a, para que, igualmente, vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas. Entretanto, se não perdoardes, vosso Pai que está nos céus também não vos perdoará os vossos pecados”. Marcos 11.25-26
Ele ensina a orar desde o começo até o fim da jornada. E a permanecer fiel aos seus ensinos. Este é um exemplo a ser seguido para tomada de decisões ao longo da vida. As disciplinas espirituais nos fazem crescer em nosso homem interior.
Oração em Secreto
“Tu, porém, quando orares, vai para teu quarto e, após ter fechado a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará plenamente.” Mateus 6.6
Jesus ensinou qual o padrão da oração e isso tem a ver com as motivações do coração. Há pessoas que em suas carências desejam receber a atenção dos homens. Estes podem ter uma postura externa, mas em profundidade, o coração está bem longe de Deus.
Porém, há aqueles que aparentemente não são vistos pelos homens, mas podem mudar as circunstâncias através da oração. Não porque exista algum tipo de poder mágico sobre eles, mas simplesmente, porque estes ouvem a Deus e se tornam seus parceiros naquilo que o Senhor mesmo está fazendo entre os homens.
Talvez você já tenha lido sobre estes personagens bíblicos e heróis da fé que inspiram o seu coração. Seja encorajado a fechar a porta do quarto para buscar aquele que quer ser encontrado no secreto. Lembre-se:
“Pedi, e vos será concedido; buscai, e encontrareis; batei, e a porta será aberta para vós. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, se lhe abrirá. Ou qual dentre vós é o homem que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se lhe pedir peixe, lhe entregará uma cobra? Assim, se vós, sendo maus, sabeis dar bons presentes aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará o que é bom aos que lhe pedirem!” Mateus 7.7-11
Orando a vontade do Pai
No momento mais angustiante da vida de Jesus, o vemos orando para que não fosse feita a sua vontade, mas a vontade do Pai. Isto ocorreu no Getsêmani quando se aproximava o tempo da crucificação e demonstra uma confiança inabalável no caráter de Deus.
“Seguiu Jesus com seus discípulos e chegando a um lugar chamado Getsêmani disse-lhes: “Assentai-vos por aqui, enquanto vou ali para orar”. Levou consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, e começando a entristecer-se ficou profundamente angustiado. Então compartilhou com eles dizendo: “A minha alma está sofrendo dor extrema, uma tristeza mortal. Permanecei aqui e vigiai junto a mim”. Seguindo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: “Ó meu Pai, se possível for, passa de mim este cálice! Contudo, não seja como Eu desejo, mas sim como Tu queres”. Mateus 36-39
Nem mesmo os discípulos, seus amigos mais íntimos, entenderam a gravidade daquele instante e tudo o que Jesus estava sentindo no mais profundo da alma. Ele carregaria o pecado da humanidade e receberia todo o castigo de Deus. Além de tudo isso, ficou só, pois seus amigos não conseguiram vigiar e orar com ele. Ainda assim, diante do desejo de que o Pai passasse dele aquele cálice, por três vezes orou: “para que não fosse feita a sua vontade e sim a vontade do Pai.”
Consegue imaginar a profundidade dessa postura do coração de Jesus? O que nos aconteceria se ele não tivesse sido obediente até a morte de cruz? Diante dos nossos próprios desafios e até do abandono conseguimos fazer a mesma oração? Consideramos a nossa vontade abaixo da vontade de Deus?
Orando pelos amigos
Antes de subir aos céus Jesus preparou os discípulos para sua partida. Logo se aproximava o tempo do liberar do Espírito. Neste momento, Jesus cobriu seus amigos de oração e o mais legal é que Ele não fez isso apenas pelos seus amigos do presente, pelos discípulos que estavam com ele naquela ocasião. Mas, Jesus se lembrou daqueles que ainda viriam a conhecê-lo.
Ele orou por mim e por você com amor profundo, pedindo que fôssemos guardados do maligno enquanto estivéssemos aqui. Pedindo que fôssemos santificados nele. Que fôssemos um com Ele para permanecermos no Pai.
“Não peço que os tire do mundo, mas que os livre do mal. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra.” João 17.15,20
A oração que Jesus ensinou
“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]!” Mateus 6:9-13
A oração que Jesus nos ensinou revela princípios profundos de gratidão, confiança e amor. Em um relacionamento saudável entre pais e filhos há liberdade e respeito e por isso Jesus orava confiadamente no Pai. Essa oração, de forma bem simples, alcança cada pequeno detalhe da vida mostrando o que é verdadeiramente importante.
Começamos reconhecendo que Deus é o nosso Pai. Demonstramos gratidão por tudo que Ele tem nos dado todos os dias de novo e de novo. Declaramos confiança em sua vontade. Pedimos perdão pelos nossos pecados e somos desafiados a perdoar. Também oramos por proteção contra mal e adoramos o nome de Deus por sua Santidade.
Este é um modelo de oração diário, pois diz: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”. É uma oração para todos os dias não como um mantra a ser repetido, mas como um princípio de devoção.
Será que Jesus esperava que tivéssemos tempo de oração diário? Será que esperava que jejuássemos e déssemos ofertas? Afinal, podemos observar nas escrituras Jesus dizendo: “Quando orares… Quando jejuares… quando…”. Isto demonstra a convicção de que aqueles que o seguem fariam essas coisas sempre e sempre.
Conclusão
Estes são apenas alguns exemplos, mas há muitos outros ensinos sobre a vida de oração de Jesus. Queremos encorajá-los a buscar essas referências bíblicas no evangelho e a crescer em sua vida de oração. Este mês aqui no blog falaremos sobre personagens inspiradores e como eles se moveram nessa disciplina espiritual. Lembre-se:
“Perseverai na oração, vigiando com ações de graças.” Colossenses 4.2
“Orai sem cessar.” I Tessalonicenses 5.17
Que o Senhor nos faça fluir em oração. Deus te abençoe.