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O que podemos aprender com Salmos 2? – parte 2

Estudo Bíblico

Como lemos na primeira parte do estudo e você pode saber mais clicando aqui, compreendemos o começo do Salmos 2 e o seu contexto histórico.

Agora, nessa segunda parte, veremos os dois últimos atos desse Salmos: Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião; Proclamação do decreto e concessão de domínio e Admoestação aos reis hostis.

Esperamos que esse estudo possa falar ao seu coração!

 

“Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.
Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão.
Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.
Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra.
Servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor.
Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.” Salmos 2:7-12

 

Proclamação do decreto e concessão de domínio

No terceiro ato de Salmos 2, o texto nos mostra o Senhor proclamando, tornando público seu decreto solene a autoritativo referente ao pacto davídico, concedendo ao Filho o domínio das nações estrangeiras.

No seu anúncio, Deus reforça que o rei davídico é um filho por um anúncio de nascimento, que simboliza a posse ou a coroação do rei Ungido, o que contemplava também o entendimento do Antigo Oriente de que os reis são filhos dos deuses.

Deus então declara que gerou e estabeleceu seu Filho como rei e assim é o único que tem o direito receber a sua possessão – neste caso, a criação – como herança.

Interessantemente, aqui a herança está em dependência do pedido por ela, ou seja, Deus ordena ao rei Ungido que peça por sua herança, indicando a importância da oração para o cumprimento da promessa.

Como consequência deste relacionamento e da filiação do rei com Deus, o Criador sujeita todos os povos à autoridade de seu filho. Já que, na cultura do Oriente Antigo e também no Antigo Testamento, o senhorio estava intimamente associado à filiação. Sendo assim, o reinado de Davi anuncia a promessa do rei escatológico que seria esperado através da sua descendência e que se estabeleceria para sempre na pessoa de Jesus Cristo.

O Reinado do Filho de Deus

O tempo determinado na frase do verso 7 como “hoje” remete ao presente, já que na eternidade, onde o Senhor habita, não há passado, porque aquilo que é eterno existe sempre.

Por isso, a autêntica fé prega a geração eterna do poder e da sabedoria de Deus, que é o Filho unigênito.

Na eternidade o domínio do Filho já é completo, pois o decreto de Deus é irrevogável. Mas no tempo kronos, o reino foi inaugurado pelo Filho que trouxe redenção por meio da obra da cruz, morreu, ressuscitou, e irá retornar para a consumação dos tempos, onde Ele destruirá todo mal e estabelecerá seu Reino.

Vivemos hoje na realidade de um reino que já foi inaugurado com a primeira vinda do Filho. Mas que será plenamente consumado na sua segunda vinda, quando haverá o estabelecimento literal do reinado do Filho de Deus na terra em Sião. Em que todos os reis da terra, todos povos, tribos, e nações se prostrarão à Ele e então teremos o cumprimento do Salmo 2 de forma completa.

No clímax do seu decreto, Deus proclama seu mandato para despedaçar – como vasos de barro – os rebeldes. Fazendo um paralelo com a prática egípcia, de formalmente amaldiçoar pessoas e cidades em um ritual, que envolvia escrever o nome da pessoa ou da cidade na imagem de um vaso de barro ou cerâmica. E depois que a maldição era pronunciada, o vaso era despedaçado. Desta forma o Senhor ilustra como será o Dia do Juízo.

Admoestação aos reis hostis.

No último ato de Salmos 2, o autor do Salmo usa sua voz para falar às nações.  E apesar do tom ameaçador, Davi faz a sua advertência com uma grande medida de graça, pois estende a salvação de Deus para além dos limites do povo do pacto. Ou seja, para os gentios, e faz o mesmo estendendo a Palavra de Deus para todas as nações.

Davi pede prudência aos reis da terra, e aconselha que eles sirvam ao Senhor.  O  verbo “servir” no original hebraico tem o mesmo sentido de adorar, reconhecendo a Deus como Senhor de toda existência. Além disso, servir com temor, ou seja, sendo fiel à Ele como Deus da aliança, e exultem nele com tremor, ou seja, com reverência e respeito.

Ao aconselhar que os governantes beijem o filho, ele simboliza a submissão do povo e reverência ao rei. De fato, no Antigo Oriente, os reis vassalos – aqui representados pelos “reis da terra” – beijavam a terra antes de beijarem os pés do suserano em sinal de submissão.

Para Lutero:

“a verdadeira adoração a deus é beijar o Filho, ou seja, adorá-lo de forma que você não contempla nada no céu e na terra à parte dele, e não crê em nada mais que ele”.

 

Concluindo

Os reis pagãos assaltam a santidade de Deus ao se rebelarem contra seu reinado justo e sua propriedade santa (seu filho), desonrando sua pessoa e assim incitando sua ira e justiça. O perverso e o ímpio não têm temor de Deus porque desprezam a sua ira contra eles.

O verbo “acender/inflamar” sugere que a ira divina será manifestada com o fogo. Ele eliminará todo orgulho da terra, e que acontecerá na consumação no Dia do Senhor.

Davi então conclui seu discurso oferecendo a salvação de Deus para todos os que buscam refúgio no Deus de Israel, pois se de Deus vem a destruição, dEle também vem a salvação.

A liturgia de coroação que é ricamente descrita neste Salmo se encerra com a misericórdia de Deus superando a sua ira.

 

Neste estudo bíblico, vamos abordar o contexto histórico e compreender exatamente o que significa o texto de Salmos 2. Podemos dividi-lo em quatro partes para melhor compreensão de todo o texto.

Nesse estudo veremos as primeiras partes do salmos 2: A conspiração de reis hostis que querem derrubar o reino de Deus e seu rei Ungido; Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião;

Esperamos que esse estudo bíblico possa edificar a sua vida

 

O livro de Salmos faz parte da literatura sapiencial, ou seja, são livros de sabedoria, e também são caracterizados como poéticos, em função de sua estrutura literária.  Todo livro ou texto de sabedoria tem como propósito o ensino e a instrução a um povo. E especificamente para o povo judeu, a sabedoria era expressa na habilidade de viver, aplicando os poderes de observação, as capacidades do intelecto humano, as experiências e o conhecimento ao cotidiano. Ou seja, explora o mais profundo da experiência humana de uma forma muito pessoal e prática.

Neste sentido, os Salmos foram escritos para serem entoados com o acompanhamento de instrumentos de corda. E serviram como hinário do templo e guia devocional para o povo judeu – foram a grande escola de oração que levou o povo à adoração. A história de Israel foi moldada pelos livros de sabedoria e sustentou o povo no seu relacionamento com Deus.

Contexto histórico de Salmos 2

A canção SALMOS 2 tem como pano de fundo, como o nome já indica, o texto de Salmos 2, ou Salmo segundo como foi identificado em At 13:33 e sua autoria foi atribuída à Davi.

Muitos estudiosos afirmam que o Salmo 2 é uma continuação do Salmo 1, e que originalmente formavam uma única referência, mas foram separados na Septuaginta (tradução da Bíblia Hebraica para o grego). Este Salmo é uma requintada peça artística que retrata de forma riquíssima uma das maiores promessas que YHWH fez ao seu povo, a aliança davídica, por meio da qual o Senhor estabeleceria eternamente o trono de Israel para a descendência de Davi (2Sm7).

Este Salmo possui 4 grandes atos: A conspiração de reis hostis que querem derrubar o reino de Deus e seu rei Ungido; Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião; Proclamação do decreto e concessão de domínio e Admoestação aos reis hostis.

A conspiração de reis hostis que querem derrubar o reino de Deus e seu rei Ungido

Salmos 2 inicia diretamente no tema que quer abordar e o Por que inicial define o tom desta abordagem – o espanto e a indignação diante da estupidez daqueles que conspiram contra a própria extinção.

Na primeira parte desse texto o salmista expõe a história que começa com os reis que se opõem ao Rei escolhido, ao Ungido de Deus, e tramam contra seu reinado.

No Antigo Oriente, reis geralmente se revoltavam com a coroação de um novo governante estrangeiro, e por vezes declaravam guerra a ele, e este era o intento das “nações” e “povos” representados pelos “reis da terra” e seus “governantes”.

Assim, o mundo inteiro, sem exceção, opõe-se ao reinado de YHWH e seu rei. Ora, quem se rebela contra o rei instituído por Deus, rebela-se também contra Deus (Rm 13.2).

O rei Ungido

Cabe lembrar que na época, o rei era uma representação divina. Nos salmos o termo Ungido designa os herdeiros do trono de Davi, descendência real instituída por Deus, raiz da qual surgiu Jesus Cristo.

Entretanto, a conspiração maliciosa dos governantes e povos não passa de uma revolta fútil, sem a menor chance de êxito, pois por trás do rei de Israel está o trono do céu, e o Deus Todo Poderoso.

Esta parte do Salmos 2 também é um prelúdio ao Calvário, conforme o texto bíblico:

“que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram”. At 4.25-28

A tentativa de frustrar o propósito divino de salvar o seu povo e exaltar o seu Ungido, arquitetada pelos reis e governantes, aos seus olhos foi bem sucedida. Porém, Deus mostra que Seu plano é perfeito e que Ele é Soberano, transformando o intento dos hostis mera futilidade.

 

Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião

 Ao perceber o desafio insensato e despropositado à autoridade divina, Deus não brinca com os governantes do mundo. Mas fala de modo irado devido à guerra que travam contra o seu justo reinado e seu sagrado rei.

O segundo ato de Salmos 2 começa com o Senhor entronizado nos céus e termina com seu rei Ungido no “meu monte santo”, representando a transcendência de Deus sobre toda a terra e a sua imanência na pessoa do rei Ungido que estende o Seu domínio sobre toda a terra.

O Senhor zomba daqueles que acreditam que podem intentar contra ele expressando seu desprezo e ira contra eles. Ao mesmo tempo em que enfrenta a oposição mundial ao seu império, declarando soberanamente que Ele estabelece o seu rei na cidade que Ele escolheu, – o  Senhor elegeu o rei davídico e escolheu Sião como a cidade real. A partir do momento em que Davi conquista a cidade de Jerusalém, habita nela e traz consigo a arca da aliança, local em que, anos depois, também seria construído o templo.

Continua na parte 2.

Ficou interessado em compreender as outras duas partes do Salmos 2? Fique atento no próximo texto.

Ao observar as Escrituras é possível ver uma construção do início ao fim. A Bíblia não é algo solta, mas está toda conectada. Ao estudá-la, você começa a entender muitas coisas. Assim, a Igreja nos últimos dias precisa estar atenta aos sinais que ela deixou. Músicos e cantores precisam comunicar a promessa da volta de Jesus, a canção dos últimos dias. 

Canções a respeito de quem Deus é

Líderes de adoração estão sendo levantados no Brasil a partir de um lugar de estudo da Palavra com canções que vão ensinar a nação a respeito de quem Deus é. A adoração não tem a ver com quem está cantando, mas a centralidade da Palavra que é o próprio filho seja glorificado. As canções no Brasil vão ser cada vez menos centralizadas em nós para serem mais centralizadas em Deus. 

Uma das coisas principais que vão acontecer e já estão acontecendo no Brasil é que através de cantar as revelações da Palavra, uma noiva madura começa a nascer. Uma Igreja madura que conhece o seu Deus, uma igreja que conhece não só por experiência de outros, mas por experiência própria, uma noiva que entende o valor de meditar nas Escrituras, de cantar as escrituras, orar e valorizar as palavras de Deus.

Existe uma canção que só o povo brasileiro vai poder liberar ao Senhor e para que essa canção seja algo aceitável ao Senhor, tem que estar de acordo com o padrão que Ele mesmo estabeleceu, que é a sua própria Palavra, então o resultado principal é que uma noiva madura vai nascer. Uma noiva que está enraizada, fundamentada, alicerçada nas Escrituras.

Deus está levantando vozes proféticas

Deus não quer apenas eco. Ele quer uma voz profética que vai cantar a partir de um lugar de entendimento das Escrituras de quem Deus é. O apóstolo Paulo ora para que sejamos cheios de um espírito de sabedoria e revelação no pleno conhecimento de Cristo e isso vai vir através do estudo das Escrituras. Você será uma voz nessa geração quando cultivar este lugar de estudo da palavra e de intimidade com o Senhor no lugar secreto. 

Então, ao olhar para o estado da nossa nação hoje é possível ver que Deus não está mais levantando um homem de Deus, uma mulher de Deus, aquela uma pessoa que canta profeticamente. Ele está levantando o corpo de Cristo. 

Sem dúvidas algumas canções não vão chegar em uma plataforma digital e ser ouvida por milhares de pessoas. Mas isso não deve ser o alvo. Porém, o alvo deve ser glorificar a Jesus com aquilo que Ele deu, que é a voz, que é a criatividade. Que é devolver para Ele tudo que veio dEle, então não é diferente nas canções. É preciso compor para simplesmente agradar a Deus e Ele estará sendo glorificado em nós. 

Compondo a partir de um lugar de satisfação

Se você compor deste lugar de estar satisfeito em Deus, de querer expressar sua satisfação em Deus, Ele será glorificado na sua vida e é isso que importa. No final do dia é isso que Ele quer. Ele quer receber toda glória nas suas composições e se você compor com esta intenção de glorificar a Deus o resto Ele vai fazer. Se Ele quiser levar uma canção a ser conhecida nas nações da Terra, amém. Mas se Ele não quiser também a prioridade deve estar em glorificar o pai com cada uma das canções.

A canção dos últimos dias

Um encorajamento: estude a bíblia enquanto há tempo, enquanto o fim ainda não chegou. Memorize as Escrituras, faça dela as canções do seu coração, seja no carro, lavando a louça, enquanto faz uma caminhada ou cuida dos seus filhos. Faça da Palavra sua âncora e isso vai ser o que vai sustenta-lo(a) nos últimos dias. Não só como cantores e músicos, mas como corpo de Cristo, que por meio de teologia cantada edifica a si mesmo, esperando pela volta de Jesus.

Leia mais sobre o som da Casa de Oração clicando aqui.

Um coração satisfeito em Deus é abundante na obra do Senhor. Aquele que possui esse coração trabalha sem se cansar, sendo firme e constante.

“Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade e o que é mortal de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: “A morte foi destruída pela vitória”. “Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?” O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a Lei. Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.” 1 Coríntios 15:54-58

Todo aquele que pertence à família de Cristo é chamado para colocar a mão no arado. Sendo assim, devemos nos doar abundantemente para a Sua obra. O Senhor nos garante que o tempo empregado para trabalhar na Sua obra não é em vão.

Através do ensino da doutrina da ressurreição (a ressurreição de Cristo, a ressurreição dos santos e o corpo glorificado que haveriam de receber), Paulo lembrava constantemente a Igreja de que deveriam viver o presente tendo o entendimento e a esperança do dia que estava por vir – o dia da nossa glorificação.

Assim, aquele que reconhece Cristo como Senhor e crê em Sua morte e ressurreição, possui a promessa da restauração de todas as coisas. A promessa do dia em que não haverá mais lágrimas ou dor. Graças a Deus pela vitória que foi concedida por meio de Jesus Cristo.

No texto, temos quatro pontos que nos orientam a ser uma Igreja firme, constante e abundante na
obra do Senhor:

1. A grande transformação

Estamos sujeitos a feridas físicas e emocionais; somos reféns do cansaço, da tristeza, da frustração, das dores e tudo o mais que tenta nos desanimar e tirar o nosso foco.

Portanto, é necessário se ater à Palavra de Deus a fim de lutar constantemente contra tais coisas, até que chegue o grande dia em que será glorificado com Cristo e não mais sentirá os sintomas e efeitos da morte e do pecado.

Jesus sabia que era necessário vigiar e orar, meditando no caminho a ser seguido até chegar à esperança gloriosa que o aguardava do outro lado da cruz. Assim, também nós devemos fazer para nos sustentarmos e nos fortalecermos.

2. O grande triunfo

Devemos colocar nossos olhos na grande vitória prometida por Cristo; viver essa antecipação é algo tão glorioso quando aquele dia vindouro. Vivendo sob essa perspectiva, temos a chave que nos ajudará a permanecer firmes, sem sermos entregues aos sintomas da morte e do pecado.

3. A grande gratidão

Cristo já nos deu a vitória sobre a morte. Assim como Paulo, devemos caminhar tendo o coração grato. Podemos esperar e viver em gratidão para, assim, vencermos os inimigos de nossa alma – a Lei, o pecado e a morte.

4. O grande “portanto”

Visto que se vive em luz da ressurreição, creia que tudo o que fizer na obra do Senhor será recompensado. Assim, você é convidado a viver em antecipação àquele grande Dia. Por isso, seja firme, constante e abundante na obra do Senhor.

Somos firmes quando as circunstâncias da vida não nos param e continuamos tendo as mãos no arado;

Constantes quando seguimos em frente, sem distrações, vivendo a maturidade da fé;

Abundantes quando nos doamos além dos nossos limites para trabalhar na obra do Senhor.

Assim devemos viver, comprometidos com Sua obra e fazendo o Seu nome conhecido.

Ter alguém que o acompanhe na fé é importante para lidar com os diversos desafios da caminhada cristã ajudando em uma transformação de dentro para fora. Essa caminhada envolve buscar uma espiritualidade vibrante e saudável que toca no interior de modo a iluminar o mundo.

Para que isso seja possível, como a Bíblia descreve essa caminhada conjunta? O cristão está sendo transformado para qual objetivo?

Estamos percorrendo uma corrida

A Bíblia descreve que a caminhada cristã é semelhante a uma corrida para ser feita com perseverança (Hebreus 12:1), enfrentando um combate e uma luta (2 Timóteo 4:7) e que na linha de chegada há uma coroa da vida (Tiago 1:12, Apocalipse 2:10), incorruptível e eterna (1 Coríntios 9:24,25), de justiça (2 Timóteo 4:8) e de glória (1 Pedro 5:4).

Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus. Atos 20:24

Esta corrida é como nenhuma outra e de mais ninguém. O significado de percorrer esta corrida é que ela é com Jesus. Assim, com suas próprias lutas, próprias batalhas.

E mesmo que você falhe durante o percurso, Jesus já garantiu a vitória para você no final. Por isso, quando alguém se torna um novo habitante do céu, ela recebeu o convite para um relacionamento com Deus. Esta caminhada é uma obra trinitária (Pai, Filho e Espírito Santo) na vida do pecador.

É uma transformação conjunta

A corrida da fé é para todo o corpo de Cristo. Assim, enquanto um membro executa determinada função, o outro faz o que lhe foi designado, porque em Cristo somos muitos, formando um corpo e cada membro ligado a todos os outros (Romanos 12:4-5).

Cristo decidiu formar a sua igreja através da lógica de um corpo, em que um membro dá honras ao outro e não a si mesmo. Esta lógica de dar e receber vem do amor trinitário de Deus. Deus deseja formar uma comunidade de amor, porque ele é a fonte do amor.

A lógica do “dar e receber” funciona comente através do poder do Espírito Santo operando nos corações de cada membro. Somente Deus é capaz de tornar o cristão menos individualista e mais comunitário.

Discipulado cristão

O objetivo desta corrida conjunta é compartilhar de uma transformação recíproca das pessoas envolvidas. Isto é possível através do exemplo de Jesus aqui na terra. Qual é o objetivo do discipulado, então?

O objetivo do discipulado cristão é percorrer a corrida que Cristo percorreu. Ele foi rejeitado, negou a si mesmo, morreu na cruz e ressuscitou. Da mesma Ele nos convida a seguir seus passos: sofrendo rejeição pelo mundo e gloriar-se quando isso ocorrer. Morrer para os desejos da carne, negar a si mesmo e ser ressuscitado com Cristo no fim dos tempos.

Essa transformação de dentro para fora só pode ser vivida à companhia de Cristo e de seus irmãos na fé. Em todo o tempo, Deus convida os seus filhos a desfrutar deste banquete, porque todo o sofrimento presente terá um fim.

Enquanto isso, o cristão percorre o caminho sendo lapidado à semelhança de Cristo e levando outros a viverem isso também. “Até que Cristo seja formado em vós” (Gálatas 4:19). E como parte do percurso, aprenda a ser confrontado, a esperar, e a viver com um coração grato. Porque enquanto a última batalha não chegar, a transformação continuará sendo feita de dentro para fora.

Quando nos tornamos cristãos, o Senhor nos dá um novo coração. Então, o que antes era um coração de pedra, morto para as coisas de Deus, agora se torna um coração de carne, vivificado (Ez 36:26). Junto com este presente, recebemos também um mandamento: cuidar e zelar por este novo coração.

É importante cuidarmos do nosso coração, isto é, da nossa alma — o lugar onde residem nossos anseios, desejos e impulsos. Embora seja Deus aquele que cuida do nosso coração, existem práticas que nós, juntamente com a obra do Espírito Santo, precisamos ter em nossas vidas. Além disso, é responsabilidade e dever de todo aquele que se torna um cristão.

O processo da vida cristã

O pensador, John Flavel, afirmou que “a maior dificuldade na conversão é ganhar o coração para Deus; e a maior
dificuldade após a conversão é manter o coração em Deus”. Ou seja, a salvação não se trata de um momento específico somente – ela é desenvolvida com zelo ao longo da vida.

Como um instrumento musical que, de tempos em tempos, precisa ser afinado, assim também o coração precisa ser ajustado para que não emita “canções desafinadas” para o Senhor. Existe o potencial para coisas ruins em nosso coração, e é necessária uma análise constante para que o som que emitimos a partir dele seja um som agradável a Deus. Para isso, temos o Espírito Santo dentro de nós que é capaz de nos guiar neste processo de alinhar e reposicionar o coração.

As fontes de vida vem do coração; é a vida do próprio Deus fluindo de dentro de nós. Se essa fonte estiver bloqueada, não há como usufruirmos das bênçãos que ela pode trazer.

Como cuidar do nosso próprio coração?

Vigie cuidadosamente o seu coração. Jesus nos diz para vigiar e orar para que não entremos em tentação (Mt 26:41).

Visto que seguir Jesus não é uma experiência circunstancial. A obra completa do Espírito Santo acontece quando olhamos para dentro de nós mesmos e submetemos o nosso coração a Ele. Assim, ocorre a conversão e uma renovação de mente, uma metanóia.

Ninguém está em posição melhor para cuidar do nosso coração do que nós mesmos. Portanto, é necessário estarmos atentos aos impulsos da alma que tem a tendência de nos afastar de Deus: sentimentos como medo, orgulho, ganância, autocomiseração, ressentimentos etc.

O ímpeto do pecado sempre começa no coração. Ignorar os alertas do Espírito de que impulsos carnais estão urgindo em nossa alma é caminhar rumo à queda e a um colapso moral.

Confessar após investigar o que se passa em nossa alma (Salmos 139:23-24).

A confissão sempre vem em primeiro lugar. O Senhor irá nos ajudar, a partir do momento em que formos honestos a respeito de nossos erros e pecados. Um coração contrito que percebe e admite suas falhas, que se volta para Deus e confessa seus pecados, é capaz de alcançar o perdão do Senhor (1 João 1:9).

A cada alerta, para cada impulso carnal, temos que nos comprometer a mudar essa realidade em nossa alma. Isso acontece quando renunciamos ao pecado e o substituímos pela paixão e fascínio por Jesus; quando tornamos Jesus um objeto de adoração mais valioso aos nossos olhos do que o pecado. É assim que o crescimento cristão acontece: identificamos as áreas da vida que precisam de ajustes.

A alegria da salvação

A alegria da salvação vem sobre aquele que se separa das coisas do mundo e torna o pecado algo odiável em sua vida. Cristo se torna amado por ele; a verdade é valorizada e os erros, abandonados.

Podemos confiar na obra do Espírito Santo — Ele é o maior interessado em cuidar do nosso coração. Jesus nos oferece uma fonte de vida que desbloqueia nosso coração; através desta fonte, a vida de Deus começa a fluir de dentro de nós.

Chamando a multidão com os discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser preservar sua vida, irá perdê-la; mas quem perder a vida por causa de mim e do evangelho, irá preservá-la. Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida?
Ou, que daria o homem em troca da sua vida? Mc 8:34-37

O valor da Cruz

A nossa alma possui um grande valor; ela é preciosa. Mas existe uma forma de preservá-la e uma forma de perdê-la. Jesus enfatiza o valor e a necessidade da alma ser preservada.
A maior tragédia é viver crendo que a salvação é conquistada por méritos pessoais ou por meio de uma falsa fé. Isso ocorre devido a distorções da Palavra que podem nos enganar a respeito da nossa saúde espiritual:

“Jesus já morreu por mim, então estou bem, independente de como eu viva.”

Esta declaração é uma distorção que leva a uma perda eterna. De fato, Jesus morreu por você. Ele suportou o
castigo da justiça divina em nosso lugar; o castigo que nos trouxe a paz estava sobre Ele (Isaías 53:5).

Porém, não há perdão sem arrependimento e sem mudança de vida. Há um motivo para o qual Cristo se entregou por nós: para que morramos para o pecado e vivamos para a justiça (1Pe 2:24-25). Jesus morreu por nós, pecadores, para que houvesse uma mudança; Ele carregou os nossos pecados para que hoje possamos morrer para o pecado.

“Deus não prometeu perdoar um pecado que você não está disposto a abandonar.”

Andando em submissão

Matthew Henry afirma que “nenhum homem pode confiar com segurança em Cristo tendo suportado seu pecado e expiado sua culpa, até que morra para o pecado e viva para a justiça”.
Não se trata de merecimento, mas de posicionamento. Não há nada que você possa fazer para merecer a salvação, mas há muito que se possa fazer para se posicionar diante de Deus, que lhe oferece a salvação.

“Houve um dia em que eu confessei Jesus, então agora já está tudo garantido.” Esta é outra leve distorção que pode se tornar uma verdade para muitos. Ser cristão é mais do que apenas afirmar que Jesus morreu pelos seus pecados. Ser cristão é mais do que acreditar no Salvador que morreu; é submeter-se ao senhorio de Jesus, oferecer-se a Ele em total devoção. Além disso, é uma entrega voluntária de si mesmo nas mãos deste pastor.

“Eu estou numa jornada espiritual”. Novamente, esta é uma distorção perigosa porque contém uma verdade, a de que nós todos estamos numa jornada de fé. Porém, tal jornada não levará à salvação se nessa caminhada não formos confrontados e exortados pelo Senhor.

O bom Pastor

A caminhada cristã começa em um definitivo retorno ao senhorio de Jesus: retornar a submeter-se e colocar sua vida debaixo da direção desse Pastor. Se hoje você não está sob a direção do Pastor da sua alma, você é uma ovelha perdida, desgarrada e confusa.

Existem duas coisas que podem acontecer com a nossa alma: ou nós a submetemos ao senhorio de Jesus, ou nós a perderemos. Nenhuma pessoa que vem a Ele será rejeitada; nenhuma alma que for confiada a Jesus se perderá. Deus não resiste a um coração quebrantado e humilde.

“Chamando a multidão com os discípulos, disse-lhes:
Se alguém quiser vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Pois quem quiser preservar sua vida, irá perdê-la;
mas quem perder a vida por causa de mim e do evangelho, irá preservá-la.
Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida?
Ou, que daria o homem em troca da sua vida?” Mc 8:34-37

A alma é basicamente a sua identidade; trata-se de quem você realmente é. É a sede da memória, das emoções e sentimentos, das convicções e medos. Por que é importante cuidar da alma e por que é importante estarmos alertas a respeito do que a afeta?

Sua alma é importante porque foi soprada em você por Deus (Gn 2:7).

Não somos apenas formados do pó, mas temos o sopro de vida do próprio Deus fluindo em nós e isso nos distingue de toda a criação. A nossa alma tem a capacidade de conhecer Deus e se relacionar com Ele.

Sua alma é importante porque é a fonte de todas as suas realizações.

A inspiração artística vem da criatividade soprada por Deus; as explorações científicas nascem da necessidade de buscar conhecimento; as conquistas esportivas nascem da determinação. Tudo aquilo que realizamos parte de uma motivação nascida na nossa alma.

Sua alma é importante porque é a fonte de todos os pecados (Tg 1:14; Mc 7:21-23).

Somos seres destituídos da glória de Deus que aguardam o dia da bendita redenção dos nossos corpos. Até que chegue esse dia, travaremos uma luta contra a tentação que vem do mundo e contra os desejos pecaminosos que surgem em nossa alma.

Sua alma é importante porque ela vai durar para sempre (Mt 10:28).

Nossa alma é imortal e viverá além do nosso corpo. Por isso devemos temer aquele que possui o poder de determinar o futuro da nossa alma, o Senhor Deus.

Sua alma é importante porque ela irá experimentar alegria eterna ou miséria eterna (Lc 16:22-23).

Não há nada mais desastroso do que perder sua alma (Mc 8:35). Devemos analisar as motivações que nos levam a ser quem somos e a seguir o caminho que seguimos, aquelas motivações que só o Senhor pode ver, para que cheguemos ao fim da nossa carreira tendo a convicção de que para nós foi reservada uma coroa de justiça (2 Tm 4:8).

Como podemos preservar nossa alma?

Cuidando de alimentar não somente o corpo físico, mas alimentar a alma. A Palavra de Deus é o que sustenta a alma (Mt 4:4) e a ela deve ser dada importância ainda maior do que damos para a comida física.
Esteja atento ao seu compromisso com Cristo. O conforto da vida pode ser sutil e enganoso, e dar a falsa impressão de que está tudo bem, porém não viveremos apenas do mantimento armazenado para a vida terrena.

Outra maneira de perder a alma é permitindo que ela seja sufocada pelas preocupações e o desejo pelas coisas deste mundo (Mc 4:19). Devemos viver tendo a mentalidade de que não pertencemos a este mundo; logo, os seus valores e princípios não são os nossos (1 Pe 2:11).
“O primeiro passo em direção ao céu é descobrir o valor da sua alma”. A alma é salva quando nossa vida é entregue ao senhorio de Jesus Cristo.
O discipulado de Jesus trata-se de olhar para a própria vida e não tê-la como valiosa para si mesmo. É necessário morrer para si e viver para Cristo.

É libertador saber que Jesus nos oferece a paz de Deus de modo que simplesmente a recebemos pela fé. O mérito e a tentativa de convencermos a Deus não é necessária. Na verdade, ele nos dá sua paz sem nos cobrar algo em troca.

Como Cristo é a própria revelação de Deus no mundo, a paz de Cristo é a paz de Deus, conquistada na cruz para partilharmos da comunhão com Ele.

Paulo alerta os gálatas sobre quem eles eram em Cristo e para os lembrarem de que eram filhos da promessa por meio da fé. E que somente por isso eles tinham acesso a frutos que não provinham de seu mérito, mas eram gerados pelo próprio Deus. E um deles é a paz.

 

Paz como fruto do espírito

Os gálatas viviam tristes, porque estavam voltando às obras da lei e da tradição judaica. O apóstolo Paulo estava relembrando que, assim, eles estavam voltando à vida passada, quando viviam sem Cristo e buscavam serem justificados pela esperança em si mesmos. 

Continuar praticando a lei era o mesmo que ignorar a obra sacrificial de Cristo na cruz. Com isso, o amor e a graça providenciais que lhes davam o presente de serem chamados filhos era desprezado.

Essa guerra na qual estavam vivendo era proveniente do falso evangelho que viviam. Isto, porque, falsos mestres ensinavam a igreja a uma esperança falha e terrena.

A paz que Paulo pregava aos gálatas sobre o fruto do espírito, era a paz de Deus proveniente da liberdade em Cristo, de um caminho livre até Deus.

Aqueles que viviam a esperança no que Cristo fez poderiam viver uma vida de liberdade e desfrutar da paz com Deus e com o próximo, uma paz que o mundo não dá.

“Eu lhes deixo um presente, a minha plena paz. E essa paz que eu lhes dou é um presente que o mundo não pode dar. Portanto, não se aflijam nem tenham medo. João 14:27

 

A paz que o mundo não dá

A paz que temos hoje é valiosa e abundante e, certamente, é o consolo que o mundo precisa. Em Cristo temos a paz que o mundo não tem.

Isto só é possível para pessoas que vivem a liberdade em Cristo, ou seja, a esperança na obra suficiente e salvadora de Jesus.

Esta paz não pode ser comprada, mas é dada generosamente. Esta paz é a certeza eficaz do próprio evangelho. Este é o evangelho da paz que o apóstolo Paulo também comunicou aos efésios quando falou sobre a armadura de Deus.

Esta paz é valiosa, porque a recebemos com muito sacrifício. Não um sacrifício que nós empregamos, mas um favor generoso, pelo qual não poderíamos retribuir a Deus.

Os efésios precisavam ter em mente os calçados do evangelho da paz para se lembrarem de que onde eles iam, a verdade e a esperança de Cristo estavam neles.

Se temos paz hoje é porque Cristo, sendo perfeito, sofreu a morte de um pecador, se entregou em obediência para nos oferecer tudo o que Ele tem, todas as bênção espirituais nas regiões celestiais em Cristo.

 

Temos paz com Deus no mundo

Temos a paz de Deus que o mundo não consegue nos dar, porque por meio de Jesus temos comunhão e amizade com Deus. Não somos mais seus inimigos, não vivemos mais como insensatos, mas como sábios e tementes a Deus.

Termos um Pai que é Criador do universo, que morreu por nós e que continua nos orientando e conduzindo as nossas vidas à semelhança de Cristo nos leva a viver com sabedoria nesta Terra.

Podemos dormir descansados depois de um dia de trabalho e de esforço, porque temos alguém que trabalha por nós. Podemos esperar pelo amanhã, porque ele é fiel para prover o pão de cada dia e as oportunidades. 

“Tu conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme em ti, porque ele confia em ti”. Isaías 26.3

Podemos entregar todas as nossas ansiedades a ele, porque Ele cuidará de nós. Não precisamos viver com pressa nem com medo, porque Ele é o dono do tempo, das estações e por isso podemos ser fiéis a sua vontade. E não podemos acrescentar uma hora sequer ao nosso dia, mas ele sabe de todas as coisas e nos dará a provisão que precisamos.

“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.” Filipenses 4:23

 

Você sabe exatamente o que significa viver em mansidão? Diante das injustiças que sofremos, afinal, o que a Bíblia nos ensina sobre ser manso? 

“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” Gálatas 5:22

Mansidão é um dos aspectos do Fruto do Espírito descrito em gálatas 5:22. É uma virtude que está relacionada diretamente com domínio próprio, benignidade e paciência, aspectos já abordados nessas semanas em nossa série

Mansidão: uma obra do Espírito Santo

Um dos significados do dicionário bíblico para o termo mansidão é gentileza, bondade e humildade. 

Porém, erroneamente muitas pessoas podem confundir que ser manso está relacionado a ter uma personalidade mais tranquila e serena. Mas, mansidão descrita como parte do Fruto do Espírito, só pode ser uma obra do Espírito Santo em nossa vida. A mansidão não pode ser produzida por um mero esforço humano. 

Definitivamente, só podemos ser mansos a partir de um coração regenerado e transformado pelo Espírito Santo. 

Um coração livre de ofensa 

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Mateus 11:29

Observamos a vida de Jesus e podemos aprender com seu testemunho. Ele foi manso e humilde, mesmo diante dos sofrimentos e na iminência de sua morte. Ele respondeu as injustiças cometidas pelo seus algozes com mansidão, pois Cristo temia e queria obedecer a vontade do Pai.  

Outro conceito errado sobre ser manso é achar que não devemos reivindicar ou buscar por nossos direitos. Entretanto, isso é legítimo. Porém, devemos escolher o caminho da mansidão e o conselho da Palavra, ao buscar por tais direitos. 

Como ensina o famoso autor John Stott, a mansidão é termos a atitude de humildade que Cristo tem. 

Não há melhor momento do que esse que estamos vivendo, para aprender a termos um coração manso. Um tempo cheio de incertezas em que nossos planos foram frustrados e refeitos. 

Até nesses momentos, em que o coração pode entrar em um lugar de ansiedade, você tem escolhido a mansidão? 

Mansidão e a liderança perfeita de Cristo

Visto que ser manso não é somente tratar as pessoas a nossa volta com amabilidade e humildade. Mansidão também é, mesmo quando todas as situações fogem ao nosso controle, escolhemos nos render humildemente ao Senhor. Aceitar a sua forma de liderar a nossa vida e as circunstâncias ao nosso redor. Pois, Ele é o bom Pastor.

Durante esses meses de pandemia me vi cercada por medo, muitas vezes. E eu não tive outro caminho a não ser me render e confiar no caráter imutável de Cristo. E na obra que Ele está realizando em meu coração, e nos corações dos que estão ao meu redor.

Tenho aprendido que os mansos são aqueles que humildemente confiam inteiramente em Deus, mais do que em suas próprias forças, para defendê-los contra toda injustiça. 

Não se preocupe: o Pai está comprometido em nos tornar pessoas de coração manso. Hoje, ore e peça ao Senhor que ajude você a ser obediente e submisso à liderança e a vontade do Pai, assim como Jesus foi aqui na terra. Pois lembre-se:   

“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.” Mt 5:5