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Série Ekklesia: Cristo edifica a sua Igreja

Evangelho

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Jesus é capaz de trabalhar em nossas vidas e nos sustentar dentro da ekklesia, o corpo de Cristo. Deus é o construtor e usa várias maneiras para nos moldar ao caráter de Jesus. E, é sobre isso que iremos refletir nesse texto

“Assim, não sois mais estrangeiros, nem imigrantes; pelo contrário, sois concidadãos dos santos e
membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas,
sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra de esquina.
Nele, o edifício inteiro, bem ajustado, cresce para ser templo santo no Senhor, no qual também
vós, juntos, sois edificados para morada de Deus no Espírito” Efésios 2:19-22

 

A Igreja é um edifício, não no sentido literal, como um prédio de quatro paredes; mas um edifício formado por  pessoas. Quando Jesus afirmou que “edificaria a sua igreja” (Mt 16:18), isso significava que Ele iria edificar as pessoas que pertencerão à Igreja.

Pedras vivas

O grande propósito de Deus, ao longo dos séculos, é edificar um povo para si. Por toda a terra, Cristo reúne congregações locais de cristãos que foram chamados para a unidade da adoração.

Nós todos somos pedras vivas (1 Pe 2:5) e estamos sendo edificados como casa para Deus. Mesmo sendo diferentes umas das outras, em variados tamanhos e formatos, nas mãos de Deus somos encaixados perfeitamente.

O ponto principal de construções antigas, feitas com pedras desiguais, era a resistência e fortaleza que esse tipo de construção trazia.

Da mesma forma, Deus pode colocá-lo em meio a pedras diferentes, no meio de pessoas diferentes. Porque, para que uma parede seja forte, é preciso pedras de todas as formas, pesos e tamanhos. Todos estes tipos de pedras são importantes para Deus, o construtor principal, que está construindo um edifício – a família de Deus.

O Senhor criou cada um de nós com habilidades únicas. Portanto, perceba como você se encaixa neste edifício que Deus está construindo.

Alinhando as expectativas

A Igreja é um edifício em construção, uma obra em andamento. Ela é composta de pessoas comuns, que estão vivendo um processo contínuo de redenção e santificação.

Muitas vezes o padrão que esperamos da igreja local não é o mesmo que usamos para o nosso caráter. Precisamos nos livrar das expectativas perfeccionistas a respeito da Igreja. Devemos enxergá-la como um hospital para pecadores (Agostinho), onde todos estão passando por um processo de recuperação.

Compreender isso torna mais fácil ter expectativas saudáveis sobre a igreja local.

A Igreja é como um canteiro de obras.

Em qualquer congregação de cristãos, existem reparos a serem feitos, no sentido espiritual. Mas Jesus está em nosso meio como o construtor que está trabalhando. E onde está havendo uma obra, haverá disrupção, bagunça e sujeira. A evidência da presença de Cristo no meio da Igreja é uma obra em construção: vemos o caráter das pessoas sendo transformado, desafios nos relacionamentos, arrependimento e perdão.

Somos edificados para sermos morada de Deus. A promessa do Novo Testamento é que o Pai e o Filho
virão, por meio do Espírito Santo, para habitar em cada um de nós. Deus não habita em um prédio ou
um local sagrado, mas dentro de nós (Gl 2:20). E quando dois ou três cristãos se reúnem, cada um
deles traz a presença de Cristo para o lugar de adoração.

Deus escolheu usar a igreja, esse ambiente imperfeito, para moldar nosso caráter. Muitos fogem do
lugar onde Deus os plantou, mas “o cristão precisa da igreja, tanto para suas bençãos quanto para seus
problemas”. É assim que o construtor, através do cinzel, lasca as arestas e bordas das pedras vivas que
somos para que possamos nos encaixar com as demais.

Estar em uma igreja “perfeita” não nos faria bem algum, porque ali não há obras sendo feitas. É por
meio das provações da vida em meio à família de Deus, por meio de relacionamentos que nos
confrontam e moldam que o Senhor, o construtor, nos lapida e santifica.

 

Texto originalmente postado em 24 de nov de 2020

Algo relacionado a adoração mexeu comigo de maneira constrangedora ultimamente. Adianto e confesso para você, que é um tanto quanto desconfortável esse tema, porém, necessário.

Está em alta hoje em dia postagens e desafios nas redes sociais sobre gratidão. “Pelo que você é grato?”, “agradeça mais, reclame menos”, “pratique gratidão” e por aí vai. Não sou contra nada disso, pelo contrário. Acontece que quando se trata de adoração, ficar garimpando a zona da gratidão para encontrar motivos que extraiam de nós uma adoração verdadeira não é um caminho digno.

Você já se percebeu ou se lembra de em um momento de adoração, como em um culto, você começar a pensar e buscar motivos pelos quais você poderia conseguir fluir em adoração? Aí começa a inconscientemente praticar esses exercícios de gratidão e pensamento positivo, para conseguir extrair alguma coisa de você mesmo para dar ao Senhor?

Então, isso me parece colocar a adoração codependente de algo inconsistente, mutável e errado. Mas o que há de errado nisso? Vou tentar indicar um problema aqui.

A ADORAÇÃO DEVE SER CRISTOCÊNTRICA

Primeiramente, o evangelho e o cristianismo são totalmente cristocêntricos. Isso quer dizer que não é o homem que está no centro. O propósito de toda história inclui as nossas vidas, nossa salvação e redenção, mas não é sobre nós. É tudo sobre o Senhor e tudo para a Sua própria glória.

Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade.
Salmos 115:1

O QUE É A VERDADE?

Quando nossos sentimentos, percepções e consciência são o motor da nossa adoração isso aponta que existem coisas fora do lugar nesse dinâmica. Pois a adoração não deve partir de algo que depende de nós, nem mesmo o fim dela é o nosso deleite.

Somos uma geração viciada nos sentidos, e isso é bom e eficiente para muitas coisas na contemporaneidade. Mas tendemos a nos fixar na crença que “só é real se estou sentido’’, e Deus não funciona assim, e nada realmente solido se estrutura assim. A Sua palavra é a verdade, não nossos sentimentos. João afirma, enfaticamente que: Deus é maior que nosso coração;  (1 João 3:20)

CONSCIÊNCIA DE QUEM ADORAMOS

Ah se tivéssemos consciência do Deus que adoramos! Diante de quem Ele é não precisamos buscar justificativas para adorá-lo. Não precisamos ficar como se buscando pepitas de ouro da sua bondade na jornada da nossa vida, até encontrar algo de bom que podemos usar para cantar “O Senhor é bom” e nos emocionar.

Ele é Deus! Isso já basta para Ele ser digno de ser adorado. Ele se descreve para Moisés como o ‘’EU SOU O QUE SOU’’ (Ex 3:14). Nada o define, ou rótula. Ele é inefável.

O motivo da nossa adoração não é o que Ele faz por nós, é ‘simplesmente’ quem ele É. Nós o louvamos pelas suas obras, mas o adoramos pela sua existência, essência e realidade. Isso não sofre qualquer abalo ou mudança.

Se nossa motivação na adoração forem coisas externas a Ele, haverão muitos dias que não encontraremos e nem sentiremos motivos para tal. Certamente, existirão dias maus que todas as circunstâncias tentarão negar Sua bondade e amor. Mas, o seu caráter é imutável e Ele continua sendo bom e amoroso mesmo quando não percebemos ou sentimos. Então Ele continua digno de ser adorado.

DESENTRONIZANDO NOSSO EU DO LUGAR DE ADORAÇÃO

Estando diariamente em uma sala de oração é comum dias que não há muita emoção e êxtase na adoração, e tudo bem, porque o propósito da adoração não é o prazer do homem adorador, mas a Glória devida Àquele que é adorado.

Constantemente, como muito zelo o Espirito convida o nosso eu, que quer reinar, a se levantar do trono central da adoração e reconhecer o Senhor e Dono desse trono. Inquestionavelmente, apesar de nós e das nossas circunstâncias Ele é digno de que prostrados, com rostos cobertos, lançarmos nossas coroas diante Dele.

O motivo, o centro e o fim da nossa adoração é o SENHOR!

O Evangelho de Mateus inicia com uma longa genealogia até chegar em Jesus. Seria sobre sua humanidade? Mas qual é o motivo de falar de tantos descendentes logo no início do livro? Por que não começar com uma história de triunfo ou de glória?

Provavelmente, uma história de ficção começaria com um belo “Era uma vez”. E seu enredo focaria em descrever um cenário, sentimentos, suspense e expressões de modo que o leitor se contactasse desde o início.

Mateus parece preferir os registros históricos para retratar uma realidade espaço-temporal. Diferente dos contos de fada que não são reais, a genealogia apresenta ao público de Mateus, não uma história de ficção, mas uma novidade!

 

A má notícia!

A novidade de Mateus ao relatar a genealogia de Cristo era testemunhar a humanidade de Jesus. Porque o povo estava esperando não apenas um nascimento, mas uma vinda!

A vinda era a resposta que Israel precisava. Durante todo o Antigo Testamento, Israel era retratado como a videira, o exemplo para o mundo, o povo escolhido de Deus. Mas a história de Juízes, por exemplo, contrasta terrivelmente com o que Deus desejava construir. 

O livro de Juízes nos revela a humilhante condição da humanidade. Várias pessoas foram levantadas para liderar o povo, mas a corrupção do seu coração era o que realmente guiava as motivações e atitudes. Eles desejavam a bênção de Deus para continuarem em idolatria e pecado.

Isso nos mostra que não somos a resposta, não temos condições de com nossas próprias forças e intelecto tornar o mundo um lugar realizado e feliz. A má notícia é que não podemos salvar a nós mesmos!

 

A boa notícia à toda humanidade!

Quando Mateus traz, para o início da sua carta, a humanidade de Jesus, ele não está contando uma história fictícia, mas afirmando que uma nova realidade nos foi apresentada na nossa realidade espaço-temporal.

“É verdade! É uma boa notícia! Aquilo que é transcendente e espiritual veio até nós!” Nós nunca poderíamos alcançar a vida sobrenatural e nunca seríamos capazes de trazer a realidade transcendental para o nosso mundo se não fosse pela vinda de Jesus.

A vinda de Jesus é a resposta que o mundo precisava. Enquanto, nós buscamos a felicidade e o significado da vida por nosso próprio juízo e intelecto, Deus está estendendo a nós sua graça, dizendo: “Vocês não precisam fazer nada! Eu vou até vocês.”

 

O Natal 

A vinda de Jesus se concretizou. Ele era um bebezinho, quando veio ao mundo. As pessoas o reconheciam como Rei, mesmo estando em um estábulo.  

Quem conhece Jesus, não apenas o acha uma boa pessoa ou alguém interessante. Mas o reconhece como Rei, como Deus. Não é possível olhar para Jesus e não adorá-lo, porque Ele era aquele que estava com Deus desde o princípio e era Deus.

Quando você esperar uma realização, encontrar um significado para esta vida, lembre-se, neste Natal, que Jesus é a resposta que nenhum de nós foi capaz de oferecer nesta terra.

Esses anseios são sinais de que é verdade que existe alguém que resolve nEle todos os clamores do coração humano por redenção!

A política faz parte da vida do cristão e fez parte do convívio de Jesus nos dias em que ele esteve aqui na terra. A teologia nos convida a abordar qualquer assunto, com base na cosmovisão bíblica e a perspectiva da vida eterna nos convida para um olhar diferente daquele que a cultura da terra nos propõem. Então, até mesmo na política devemos colocar nossas lentes bíblicas. 

Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o surpreenderiam nalguma palavra; E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens. Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não? Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro. E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição? Dizem-lhe : De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.

Mateus 22:15-21

De que lado da política, Jesus está agora mesmo? 

Se pudéssemos ouvi-lo presencialmente sobre isso, o que ouviríamos dEle? Jesus nunca se ausentou de nenhum assunto, ele sempre trouxe respostas divinas sobre questões terrenas. E essas respostas são uma luz, uma proposta hoje para essa questão em que estamos vivendo. 

Dize-nos, pois: Qual é a tua opinião? É certo pagar imposto a César ou não?

Mateus 22:17

Jesus, qual a sua opinião sobre isso?

Nos dias de Jesus, ele transitava no meio de poderes políticos. A denominação principal de partido, eram os fariseus. Eles falavam que o povo precisava se purificar a Deus, não deixando de lado o ser judeu.

Herodes então é o rei que, autorizado por Roma, liderava sobre os judeus.
Os Herodianos (judeus que tinham parte com Herodes, comiam, bebiam, estava com ele)
– diziam: levante louvores a Herodes, olhe tudo o que ele está fazendo pra nós.
Enquanto isso os fariseus diziam: não enfatizem Herodes, não deem ibope para a política.

Falar de política naquela época, era comprometedor, como é nos dias de hoje. Fazer aliança com Herodes era algo ruim. Para alguns herodianos Herodes era um messias. Por isso, apoiar Jesus, para os herodianos, era loucura. Eles não conseguiam compactuar com a ideia dos discípulos de Jesus de que agora existia um Rei em Israel.

Jesus chamava os fariseus de hipócritas, pois não conseguiam colocar sobre si o fardo que colocava sobre as pessoas, e para os herodianos, Jesus anunciava o reino vindouro, que para eles era loucura. Então Jesus, não agradava e nem queria agradar os dois lados.

A mensagem de Jesus não era partidária, ele não queria agradar. 

Deus não estava comprometido com o partidarismo da terra antes e nem nos dias de hoje, especialmente dentro da igreja.

Os partidos que se odiavam, se uniram então para aniquilar Jesus.
Dizendo: – Diga-nos Jesus, você que não se deixa influenciar por nenhuma parte… é certo pagar imposto para César? Jesus responde no v18: Percebendo a maldade deles… Hipócritas, por que me colocais a prova? Por que querem me puxar para um dos lados, a fim de comprometer a minha mensagem? Mostrai a moeda do tributo… Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

Historicamente, o rosto dos líderes eram postos em moedas, como lembrete para o povo de que eles estavam submetidos à uma economia naquela região, que eles estavam sendo liderados por aquela pessoa. César queria que eles lembrassem que ele era quem trazia a estabilidade para o povo.

Ali Jesus desarma eles, fala para eles fazerem como dizem os herodianos, pagarem os impostos, mas para também fazerem como os fariseus, e louvar a Deus.

O que aprendemos com Jesus sobre política?

Jesus viveu num mundo politicamente polarizado, exercendo sua liderança espiritual num período em que o clima era tenso em Israel. Jesus era pressionado a tomar o domínio do povo judeu.

A igreja faz política quando manifesta seus valores.

Tomar a ceia do Senhor é político, pois em locais que isso é proibido, tomar a ceia é dizer que você é contra aquela liderança do país que não vive debaixo daquela tirania.

Use a palavra de Deus como uma bússola moral nessa decisão.

Aprendemos com Jesus que o cristianismo nunca estava atrelado com a anarquia. Cristianismo não é filosofia anarquista. Você precisa obedecer as autoridades estipuladas. O cristão pode ser crítico, mas o cristão não tem direito de ser desrespeitoso e vulgar, e atacar seja quem for. Não tem direito de atacar a humanidade e menosprezar a humanidade de alguém.

O novo testamento orienta o cristão a orar por suas autoridades/governantes.

Se orarmos pelos governantes que estão no poder, aproveitamos dessa liderança saudável. Saúde mental, sobriedade, calma e agradável. Como instituição, nós não devemos fazer política partidária e nem somos chamados para ser membros de um partido político. A igreja exerce um papel profético, do legislativo, judiciário, executivo, como os profetas do antigo testamento faziam.

O papel do profeta é denunciar aquilo que é imoral. 

Independente de gostar ou não, precisamos levantar a régua moral para o povo de Deus e cobrar que seus governantes façam as coisas de maneira reta e justa.  Quando a igreja abraça o poder político, ela se cala. O papel da igreja, é de denunciar qualquer valor que não represente Jesus.  A igreja como entidade social, ela faz política, ela produz em atividades que refletem no município.

Dar César o que é de César, também é pagar os nossos impostos. 

Então seja quem for que esteja lá, nós precisamos nos submeter, pois é assim que a bíblia nos ensina. O limite é, até que não interfira nos meus valores e crenças. E dar a Deus o que é de Deus, significa que o nosso Deus é o único a ser adorado.  Enquanto isso, nós não devemos adorar autoridades públicas. Foquemos em DEUS. Não em políticos.

Cada um tem sua função, mas ninguém pode substituir a Deus, eles não darão respostas divinas.

Nós temos a ideia de que o político eleito fará um milagre, ou que ele pode mudar o país. E sabe por que não muda? É parte da estratégia de Deus frustrar os reis da terra. Os reis da terra não possuem o que a igreja precisa. No fim de 4 anos, ficaremos frustrados com os nossos políticos, pois só Deus pode trazer JESUS no grande dia. A nossa segurança não está nas mãos de nenhum político, o futuro da igreja não está nas mãos de nenhum deles. Em qual seja o cenário, teremos Deus, por isso descansamos nele.

Se nos ancoramos na política, não estamos dando a Deus o que é de Deus.

Estamos dando pro governo o que deveria ser dado para Deus. Os cristão sempre foram temidos pelos governos totalitários, pois são pessoas que não se dobram contra seus valores e aquilo que fere sua fé. Aconteça o que acontecer, a igreja é firmada na rocha, inegociável.

Tenhamos uma vida equilibrada como comunidade, somos uma igreja conservadora? Sim, mas não temos nenhum político de estimação. Tenhamos postura de temperança e equilíbrio, que não deixemos de conviver com pessoas que pensam diferente de nós.
A igreja é de Jesus, ela tem que ser um ponto de equilíbrio em uma nação polarizada. A igreja tem que falar com todos. Com seus posicionamentos firmes, mas amar e respeitar uns aos outros.

Um dia viveremos um reino de justiça.

Sem escolher um lado, estaremos debaixo de um único juiz. Nós não vivemos para os reinos da terra, nosso governante é o messias que virá e trata paz num governo eterno. Naquele dia, rios de águas vivas fluirão do seu governo, vida para as nações. É por isso, que independente de qualquer decisão, nossos corações não perdem as esperanças. Oramos por dias de PAZ no nosso país, para que o Senhor nos ajude a conter as nossas emoções e eleve os olhos da igreja para o Senhor Jesus.

Oramos para que Deus restaure o amor e a voz profética na igreja brasileira. 

A forma como os cristãos lidam com a saúde mental importa e nós precisamos falar sobre isso. Se a nossa espiritualidade tem nos desumanizado, ela precisa ser revista. Desumanizar significa tentar camuflar ou hiper-espiritualizar um problema ao invés de trazer redenção para ele. 

Quando nos convertemos, a nossa conversão significa que entramos em um processo de santificação e não de desumanização. A conversão não é nos tornamos meta humanos ou seres humanos mais angelicais.  Nossa conversão é na verdade adentrarmos no caminho de sermos seres humanos como fomos criados para ser. Isso implica que não fomos blindados de certas coisas intrínsecas a humanidade, mas diz que existe um padrão divino de humanidade que o Senhor está nos atraindo.

Três perspectivas

Dentro disso eu quero te trazer três verdades, para uma nova perspectiva a respeito de saúde mental.

  1. A consciência de Deus sobre o homem

Primeiramente, Deus ele é consciente do nosso estado e da nossa natureza. No Éden, Deus criou o primeiro Adão como ser humano perfeito, o plano original do que ele deveria ser, mas o pecado entrou e deformou muita coisa além da moralidade, todo o cosmo sofreu o prejuízo da queda. Porém, Deus tem consciência da nossa natureza pré pecado e da nossa natureza pós pecado. Ele nunca foi e nem será surpreendido.

Quando Jesus veio, como o segundo Adão, ele estabelece de novo o novo padrão. Não um padrão de super espiritual mas de um ser humano como Ele desejaria que nós fossemos humanos. O que desagrada a Deus é o nosso pecado e independência contra Ele. Nossa natureza é caída e vulnerável em todas as áreas. Somos vulneráveis nosso corpo a doenças e cansaço, em nossa alma a sentimentos e emoções bagunçadas, nos nossos relacionamentos, na forma como nós lidamos com a gente e com as outras pessoas. Absolutamente  tudo isso está vulnerável e atingido pela queda. 

Essa perspectiva pode remover a culpa exacerbada exercida pelo acusador, pela mente, pelas pessoas sobre quem está assumidamente em um momento de fragilidade e adoecimento mental, ou sofrimento de qualquer âmbito. Nada disso fugiu da soberania de Deus.

2. O Evangelho é a boa-nova para todas as coisas criadas

Partindo disso, o segundo ponto é que o evangelho tem resposta para todas as áreas. Ele é a boa notícia para o seu corpo, ele é a boa notícia para sua alma e para seu espírito. Assim como ele é a boa notícia até mesmo para a natureza que vai ser redimida. Nós usarmos o evangelho apenas para trazer respostas para o mundo espiritual é desperdiçar uma parte dele tão preciosa e que nós precisamos para a nossa saúde. E constantemente fazemos isso.

Como ser humano, somos seres integrais e essas áreas (material e imaterial de quem somos) se conectam de forma tão bela e tão misteriosa, que muitas vezes nós nem conseguimos discernir qual é a raiz do problema, porque nós não sabemos se começou no nosso corpo ou nas nossas emoções ou no nosso espírito, pois elas estão integradas. Sendo assim elas merecem e precisam de atenção de maneira integrada também.

O convite é a ouvir o evangelho que tem poder de abraçar toda a realidade. Ele não fica do lado de fora de num quartinho da nossa existência. 

3. O que nos qualifica diante de Deus

E a terceira verdade é que a dor não te desqualifica, porque o que te qualifica em Deus é Cristo e não a tua performance. O que isso significa? A nossa mentalidade muitas vezes acredita que ser espiritual é apresentar para Deus uma performance perfeita, mas é a fé em Cristo que nos dignifica diante do Senhor. 

Então espiritualidade saudável é o voltar-se ao Senhor. É o buscá-lo, é conhecê-lo e é refleti-lo e não necessariamente uma performance, uma atitude que sempre acerta, porque Ele é o Deus conosco mesmo no vale da sombra da morte. mesmo no momento que você cai que você precisa lidar com áreas de pecado e se arrepender. Porque ser Cristão não nos blinda da dor, do sofrimento, do adoecimento. Mas nos garante um Redentor, um Consolador e um Criador que caminha conosco em todos esses momentos. 

Então está tudo bem, quando não estiver tudo bem, porque isso não te desqualifica como cristão, isso não anula o teu amor por Jesus. A graça preciosa disponível no trono da graça nos absorve de nossas culpas e nos dá poder para Cristo ser gerado em nós. 

A dor é passageira, mas a glória será eterna

E agora falando para você que está sofrendo e passando por momentos de depressão, transtorno de ansiedade ou até mesmo pensamentos suicidas. O que você sente hoje não te define. Jesus vai aproveitar todas as oportunidades, até mesmo a dor e a doença para te ensinar e ser pedagógico em te ensinar sobre consolo, graça, arrependimento e como viver. E existe esperança em Cristo para essa era e para o dia que definitivamente toda lágrima ele enxugará. O agora é passageiro, mas a glória reservada com Cristo será eterna.

E para todo o corpo de Cristo e seres humanos o convite é aprender com o Senhor Jesus a consolar e estender graça, como temos sido consolados e recebido graça dEle. O ambiente cristão, o ambiente da igreja como corpo de Cristo, precisa ser um ambiente seguro, para que as pessoas cheguem e depositem sua dor com vulnerabilidade, tendo a certeza que ela não vão ser qualificadas ou desqualificadas, no corpo de Cristo por causa da sua dor ou por causa da sua doença. Mas que a semelhança da obra do Espírito se levantarão para lutar pela redenção e consolo delas.  

A JORNADA DE APRENDER A VIVER

O Senhor quer ensinar a viver a vida como ele deseja que seja vivida, com mais saúde mental, cada vez mais humana, e assim cada vez mais parecida com Jesus. Isso para lidarmos com a nossa saúde mental e do próximo que precisa de empatia.

Por isso, esse é um convite a redefinição, ao encontro coração com Deus Criador, Redentor e Consolador. Primeiro para ser consolado com a verdade que Ele sabe lidar com nossa fraqueza, sabe nos santificar do nosso pecado e tem poder para nos curar nosso corpo e nossa mente. Segundo, para aprender a olhar para dor do outro como o Senhor olha, chorando com os que choram e consolando como fomos consolados.

Se alguém te perguntasse de forma bem direta “o que é o evangelho?”, o que você responderia? Ou talvez essa pergunta te provoque uma enxurrada de explicações, ou um certo mal-estar. Quem sabe até mesmo um sincero “não sei”. Seja lá qual for a reação uma coisa é certa: as Escrituras nos instruem a fim de estarmos prontos para responder e proclamar as boas novas de Jesus Cristo com fidelidade. Dessa forma é exatamente na Bíblia que vamos encontrar autoridade sobre o que é o evangelho além do melhor modo de comunicá-lo.

Quando olhamos para as escrituras o apóstolo Paulo argumenta em cima de quatro questões centrais com o intuito de apresentar o evangelho em sua carta aos Romanos:

  1. Quem nos criou e diante de quem somos responsáveis?
  2. Qual o nosso problema? Por que estamos em dificuldade?
  3. Qual a solução de Deus para esse problema? O que ele fez para nos salvar de tal situação?
  4. Como é possível ser incluído na salvação de Deus?

Assim, as respostas desses quatro dilemas da humanidade é que didaticamente nos orientarão pelos pontos a serem tratados na proclamação do evangelho.

Deus, o Criador Santo e Justo.

Antes de tudo há um Deus que criou todas as coisas e esse Deus é Santo e completamente Justo. O fato de Deus ter criado o homem implica em algo: o homem não é um ser autônomo e livre de seu Criador mas totalmente responsável por seus atos e deve responder ao seu Criador. Esse Criador é Santo e Justo de tal forma que tem uma natureza pura e reta. Os seus atributos não são compartimentos do seu ser mas são o seu próprio ser, logo Deus é tão amor quanto é justiça. Por sua vez, isso quer dizer que Deus odeia o que é contrário à sua natureza e portanto é totalmente justo que um Deus Santo traga justiça sobre os que se rebelam contra Ele.

Homem, o pecador.

Nem sempre o homem foi assim, na verdade ele foi criado por Deus a sua imagem e semelhança. Primordialmente o homem deveria refletir os atributos e a imagem de Deus à toda a criação. Entretanto, o homem se rebelou contra Deus. Não se engane, não foi uma simples mordida num fruto mas literalmente o desejo de ser autônomo e independente de Deus.

A palavra pecado significa “errar o alvo”, mas permita-me ilustrar o que realmente isso significa. Deus criou o homem e deu um arco e uma flecha para acertarem um alvo na qual Deus mesmo iria orientá-lo. Porém ao atirar, o homem não apenas erra o alvo proposto por Deus, mas se vira e atira contra o próprio Deus numa tentativa de ser independente. De novo não se engane: não foi uma escorregada. Nós deliberadamente nos rebelamos contra o nosso criador e agora está em nosso DNA. O pecado alterou nossa natureza a tal ponto que tudo o que nos resta é esperar pela nossa sentença: morte e justo juízo.

Jesus Cristo, o salvador.

Até aqui o evangelho parece ser somente más notícias porém, pela soberana misericórdia de Deus, ele não fez daqui o fim da história. Deus tinha um plano de redenção e salvação e esse plano só foi possível por um fato: A ENCARNAÇÃO DO FILHO DE DEUS. Quando o Verbo se fez carne aquilo representou que Deus não havia abandonado sua criação. A encarnação, a vida, a morte e a ressurreição de Jesus sacramentaram o plano redentor de Deus. Só Jesus poderia trazer salvação e redenção pois só ele é totalmente divino e humano. Dessa forma dois pontos são enfáticos e essenciais: A sua morte na cruz e sua ressurreição.

A cruz é o âmago do evangelho. É na cruz que ocorre o sacrifício vicário de Cristo, isto é, Cristo sofre e morre em favor do pecador. Só ele poderia fazer essa propiciação pois só ele foi um homem de vida perfeita. Se havia um homem que sua vida valia algo esse homem é Jesus Cristo. E ainda assim, ela foi derramada na cruz por pecadores.

Mas Cristo não permaneceu morto e esse é outro ponto importantíssimo. Posteriormente Ele ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia. Somente a ressurreição de Cristo poderia nos trazer esperança e nos livrar do poder do pecado. É apenas por meio de sua ressurreição que é possível alcançar a vida eterna pois “se Cristo não ressucitou é em vão a nossa fé”. (1Co 15:17)

Fé e arrependimento.

A princípio nós podemos chamar de cristãos aqueles que são incluídos na salvação de Cristo. Mas como alguém poderia ser incluído em tamanha salvação divina? A Bíblia fala que o evangelho exige do homem duas respostas: fé e arrependimento. A fé genuína significa confiar de forma única e exclusiva em Jesus Cristo como Salvador de seus pecados e Senhor. Portanto ter fé é crer, confiar e depender exclusivamente dele para a salvação.

Crer em Jesus Cristo é central para a salvação, no entanto o arrependimento também deve ser entendido como necessário. Antes de mais nada o arrependimento verdadeiro não vai tratar de uma perfeição estética nem remorso emocional. O arrependimento é um estado de guerra e violência contra o pecado. O cristão verdadeiro até peca mas seu posicionamento quanto ao pecado é sempre de guerra, e não de consentimento, de tal sorte que no meio desse conflito, Cristo nos dá poder para vencer o pecado. Arrependimento é um estado de um coração que conhece a Deus. Desse modo quem crer e se arrepender terá a vida eterna em Cristo Jesus.

O Evangelho do Reino

Quando Jesus começa a pregar seu evangelho ele o chama de evangelho do reino. Sua mensagem era: “Arrependam-se pois é chegado o Reino dos céus”. Em si, a salvação não é uma mera anulação de uma sentença, mas um resgate para o reino de Deus. O reino de Deus não está falando de um espaço geográfico onde impera uma monarquia nem mesmo de um povo sobre qual um rei governa. O reino de Deus é o governo de Deus sendo manifesto em abundância, plenitude e harmonia. É por isso que é impossível alguém ser salvo para viver para si mesmo ou viver de forma leviana. Ele agora tem um Rei, na verdade é O Rei.

Duas das coisas que mais tem me impactado quando eu contemplo o evangelho de Jesus Cristo é sua simplicidade e seu poder. O evangelho é tão simples que pode ser entendido por uma simples criança e ele é tão poderoso que é capaz de salvar o maior dos pecadores. O mundo às vezes zomba do evangelho, mas aqueles que nele se apegam encontram uma vida e uma paz que o mundo jamais poderia dar. Diante disso eu tenho duas palavras para você leitor: Creia e pregue!

[…] não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; […]” (Rm 1:16)

Referências bíblicas:

Romanos 1-8; Efésios 2:1-10; Colossenses 1:13-20; 1 Coríntios 15;

Referências bibliográficas:

GILBERT, Greg. O que é o evangelho? São José dos Campos-SP: Editora Fiel, 2011.

Originalmente publicado em 25 de setembro de 2019

Há inúmeras lições aprendidas com os personagens bíblicos, especialmente com a vida de oração de Jesus. Muitas vezes, o Senhor se afastou da multidão apenas para estar a sós com Deus e em outra ocasião, seus discípulos insistiram para que ele se alimentasse, mas havia algo mais importante.

“Enquanto isso, os discípulos insistiam com Ele. “Mestre, come!” Mas Ele lhes disse: tenho um alimento para comer que vós não conheceis.” Então, os discípulos disseram uns aos outros: “Será que alguém lhe teria trazido algo para comer?” Explicou-lhe Jesus: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e consumar a sua obra.” João 4.31-34

Como Jesus sabia qual era a vontade do Pai? Simples: Ele o conhecia de forma intensa e pessoal. Pois Jesus, assim como Enoque, andava com Deus (Gn 5.22-24). Além disso, sua vida de oração fora intensa que até seus discípulos pediram que os ensinasse a orar. No livro Eles, Ann Spangler e Robert Wolgemuth afirmam que:

“… A vida de oração de Jesus deve ter sido tão atraente para seus amigos íntimos que eles não tiveram paciência para esperar que lhes falasse a respeito da oração. Pediram que os ensinasse.”

Nós também somos desafiados a viver como Jesus. Por isso, neste devocional, refletiremos sobre alguns ensinos do Senhor a respeito da oração.

 Jesus orou do começo ao fim

Após Jesus ter sido batizado por João Batista, o vemos caminhando para o deserto para um período de 40 dias de jejum (Mateus 4.1-11; Marcos 1.12,13; Lucas 4.1-13). Podemos imaginar que foi um tempo de consagração para o lançamento de seu ministério e também de preparo espiritual para os desafios que certamente enfrentaria no decorrer de sua missão.  O vemos repetindo o padrão de oração ao longo de sua trajetória. Inclusive na cruz.

“Apesar de tudo, Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo!” Lucas 23.34

Poucos minutos antes de entregar a vida na cruz, Jesus intercedeu pelos pecadores. O seu desejo e a sua oração foram em favor dos seus assassinos no ato do seu assassinato. Independente das circunstâncias, nele há pleno e imediato perdão. Dessa forma, Cristo nos ensina a perdoar e a orar até mesmo pelos nossos perseguidores:

“Mas, quando estiverdes orando, se tiverdes algum ressentimento contra alguma pessoa, perdoai-a, para que, igualmente, vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas. Entretanto, se não perdoardes, vosso Pai que está nos céus também não vos perdoará os vossos pecados”. Marcos 11.25-26

Ele ensina a orar desde o começo até o fim da jornada. E a permanecer fiel aos seus ensinos. Este é um exemplo a ser seguido para tomada de decisões ao longo da vida. As disciplinas espirituais nos fazem crescer em nosso homem interior. 

 Oração em Secreto

“Tu, porém, quando orares, vai para teu quarto e, após ter fechado a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará plenamente.” Mateus 6.6

Jesus ensinou qual o padrão da oração e isso tem a ver com as motivações do coração. Há pessoas que em suas carências desejam receber a atenção dos homens. Estes podem ter uma postura externa, mas em profundidade, o coração está bem longe de Deus.

Porém, há aqueles que aparentemente não são vistos pelos homens, mas podem mudar as circunstâncias através da oração. Não porque exista algum tipo de poder mágico sobre eles, mas simplesmente, porque estes ouvem a Deus e se tornam seus parceiros naquilo que o Senhor mesmo está fazendo entre os homens.

Talvez você já tenha lido sobre estes personagens bíblicos e heróis da fé que inspiram o seu coração. Seja encorajado a fechar a porta do quarto para buscar aquele que quer ser encontrado no secreto. Lembre-se:

“Pedi, e vos será concedido; buscai, e encontrareis; batei, e a porta será aberta para vós. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, se lhe abrirá. Ou qual dentre vós é o homem que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se lhe pedir peixe, lhe entregará uma cobra? Assim, se vós, sendo maus, sabeis dar bons presentes aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará o que é bom aos que lhe pedirem!” Mateus 7.7-11

Orando a vontade do Pai

No momento mais angustiante da vida de Jesus, o vemos orando para que não fosse feita a sua vontade, mas a vontade do Pai. Isto ocorreu no Getsêmani quando se aproximava o tempo da crucificação e demonstra uma confiança inabalável no caráter de Deus.

“Seguiu Jesus com seus discípulos e chegando a um lugar chamado Getsêmani disse-lhes: “Assentai-vos por aqui, enquanto vou ali para orar”. Levou consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, e começando a entristecer-se ficou profundamente angustiado. Então compartilhou com eles dizendo: “A minha alma está sofrendo dor extrema, uma tristeza mortal. Permanecei aqui e vigiai junto a mim”. Seguindo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: “Ó meu Pai, se possível for, passa de mim este cálice! Contudo, não seja como Eu desejo, mas sim como Tu queres”. Mateus 36-39

Nem mesmo os discípulos, seus amigos mais íntimos, entenderam a gravidade daquele instante e tudo o que Jesus estava sentindo no mais profundo da alma. Ele carregaria o pecado da humanidade e receberia todo o castigo de Deus. Além de tudo isso, ficou só, pois seus amigos não conseguiram vigiar e orar com ele. Ainda assim, diante do desejo de que o Pai passasse dele aquele cálice, por três vezes orou: “para que não fosse feita a sua vontade e sim a vontade do Pai.”

Consegue imaginar a profundidade dessa postura do coração de Jesus? O que nos aconteceria se ele não tivesse sido obediente até a morte de cruz? Diante dos nossos próprios desafios e até do abandono conseguimos fazer a mesma oração?  Consideramos a nossa vontade abaixo da vontade de Deus?

 Orando pelos amigos

Antes de subir aos céus Jesus preparou os discípulos para sua partida. Logo se aproximava o tempo do liberar do Espírito. Neste momento, Jesus cobriu seus amigos de oração e o mais legal é que Ele não fez isso apenas pelos seus amigos do presente, pelos discípulos que estavam com ele naquela ocasião. Mas, Jesus se lembrou daqueles que ainda viriam a conhecê-lo.

Ele orou por mim e por você com amor profundo, pedindo que fôssemos guardados do maligno enquanto estivéssemos aqui. Pedindo que fôssemos santificados nele. Que fôssemos um com Ele para permanecermos no Pai.

“Não peço que os tire do mundo, mas que os livre do mal. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra.” João 17.15,20

 A oração que Jesus ensinou

“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]!” Mateus 6:9-13

A oração que Jesus nos ensinou revela princípios profundos de gratidão, confiança e amor. Em um relacionamento saudável entre pais e filhos há liberdade e respeito e por isso Jesus orava confiadamente no Pai. Essa oração, de forma bem simples, alcança cada pequeno detalhe da vida mostrando o que é verdadeiramente importante.

Começamos reconhecendo que Deus é o nosso Pai. Demonstramos gratidão por tudo que Ele tem nos dado todos os dias de novo e de novo. Declaramos confiança em sua vontade. Pedimos perdão pelos nossos pecados e somos desafiados a perdoar.  Também oramos por proteção contra mal e adoramos o nome de Deus por sua Santidade.

Este é um modelo de oração diário, pois diz: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”. É uma oração para todos os dias não como um mantra a ser repetido, mas como um princípio de devoção. 

Será que Jesus esperava que tivéssemos tempo de oração diário? Será que esperava que jejuássemos e déssemos ofertas? Afinal, podemos observar nas escrituras Jesus dizendo: “Quando orares… Quando jejuares… quando…”. Isto demonstra a convicção de que aqueles que o seguem fariam essas coisas sempre e sempre. 

 Conclusão

Estes são apenas alguns exemplos, mas há muitos outros ensinos sobre a vida de oração de Jesus. Queremos encorajá-los a buscar essas referências bíblicas no evangelho e a crescer em sua vida de oração. Este mês aqui no blog falaremos sobre personagens inspiradores e como eles se moveram nessa disciplina espiritual. Lembre-se:

“Perseverai na oração, vigiando com ações de graças.” Colossenses 4.2

 “Orai sem cessar.” I Tessalonicenses 5.17

Que o Senhor nos faça fluir em oração. Deus te abençoe.  

Então as irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus: “Senhor, aquele a quem amas está doente”. Ao ouvir isso, Jesus disse: “Essa doença não acabará em morte; é para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dele. Joao 11.3:4

Como Jesus ama? Muitos acreditam que Jesus demonstra o Seu amor quando nos livra de sofrimentos e situações difíceis, ou de acordo com as finanças e saúde. Esses são parâmetros errados para medir o amor do Senhor. Questionar o amor de Deus devido às circunstâncias demonstra que não entendemos de fato o Seu amor.

As Escrituras são claras em mostrar que o Senhor ama, não nos livrando do sofrimento e da morte, mas em meio ao sofrimento e à morte.
O amor de Deus é dar vida eterna; e a vida eterna não se trata de ser livre do inferno, mas é conhecer a Deus. O Deus que existe de eternidade a eternidade nos ama a ponto de permitir que o conheçamos. Ele demonstra o Seu amor se manifestando e se revelando (João 3:16, 17:3, 14:21).

Foi por amar Marta, Maria e Lázaro que Jesus permitiu aquela situação

Para que Ele se manifestasse a eles e fosse glorificado. Independentemente do que você passa, todo o seu viver é para a glória Dele.

Muitas vezes você se encontrará na mesma situação de Marta – tem todas as respostas corretas a respeito de quem Jesus é, mas existe um conflito entre o que conhece e a sua fé. Diante de certas circunstâncias, a fé não é suficiente para crer que o Senhor pode mudá-las, entendendo que Ele é soberano e permite tais situações para a Sua glória (João 11:20-27).

Maria é retratada como alguém que reconhece o senhorio de Cristo e se prostra diante dele independente das circunstâncias. Sua postura é totalmente diferente da de Marta, pois ela reconhece quem Ele é e o adora; mesmo em meio à tristeza, ela ama e confia no Senhor. E tal atitude toca profundamente o coração de Jesus (João 11:32-35).

Spurgeon diz que a tribulação é um presente de Deus, porque Ele nos dá a oportunidade de adorá-lo e conhecê-lo em meio ao caos e à aflição.

Em muitos momentos, se duvida que o Senhor seja capaz de mudar uma circunstância muito grave

Mas nenhuma situação, por mais crítica, deve levar a duvidar do amor de Deus. O Senhor pode estar extremamente envolvido nessa circunstância e, propositalmente, ter permitido que ela chegasse àquele ponto para que, no momento devido, Ele transformasse a dor em algo belo, as cinzas em alegria (João 11:38,39).

A Palavra de Deus governa as nossas vidas. Ninguém e nenhuma circunstância pode resistir à forte voz do Senhor e ao comando do Deus Eterno (João 11:40-43).

Deus também usa cada uma das circunstâncias para testemunhar a respeito de quem Ele é e receber a glória que lhe é devida. Pois quando o Senhor intervém, as pessoas veem a Sua glória. E ainda que Ele não intervenha como nós queremos, a atitude deve ser adorá-lo e dar glória a Ele.

Jesus demonstra o seu amor em todo o tempo, dando sempre a oportunidade de conhecê-lo. Por mais difícil que seja a situação, tudo é para a glória de Deus. Cabe a você decidir se responderá como Marta ou como Maria.

Jesus entrou em Jerusalém e foi ao templo. Tendo observado tudo em redor, como já era tarde, foi para Betânia com os Doze. No dia seguinte, depois de saírem de Betânia, Jesus sentiu fome. Avistando de longe uma figueira com folhas, foi verificar se acharia nela alguma coisa. Aproximando-se, nada achou, senão folhas, pois não era época de figos. Então Jesus disse à figueira: Ninguém jamais coma do teu fruto. E seus discípulos ouviram isso. Quando chegaram a Jerusalém, Jesus entrou no templo e começou a expulsar os que ali vendiam e compravam. Ele revirou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas, e não consentia que atravessassem o templo carregando algum utensílio. Ele os ensinava, dizendo: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Mas vós a transformastes num antro de assaltantes. – Marcos 11 : 11 – 17

Uma imagem do povo de Deus

Os dois eventos relatados no evangelho de Marcos (o momento em que Jesus procura frutos em uma figueira com folhas, e a ocasião em que Ele entra no templo e observa tudo ao redor) são conectados no texto porque uma história ilumina a outra: a árvore é uma imagem do templo, e o templo é uma imagem da árvore; e ambos, a árvore e o templo, são uma imagem do povo de Deus.

A figueira estava repleta de folhas. Folhas bonitas dão a impressão de abundância de vida e saúde. Após um período de poda, as folhas começam a crescer em uma árvore, ao mesmo tempo em que surgem pequenos frutos, ainda não maduros – mas que são o sinal de uma árvore saudável. Jesus, entretanto, estende a mão para além das folhas daquela figueira e não encontra nenhum fruto; portanto, aquela era uma figueira infrutífera.

Com a mesma motivação com que buscou encontrar frutos na árvore, o Filho de Deus vem ao templo em busca de frutos. O templo fervilhava de vida, com pessoas entrando e saindo e atividades acontecendo por todos os lados. O templo se mostrava impressionante como uma árvore cheia de folhas verdes – mas em meio a tudo aquilo, Jesus também não encontra nada além de folhas.

“A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações.”

O templo tinha sido projetado para receber os demais povos não judeus, mas em meio a todo o comércio instalado no local – incluindo a venda de animais para o sacrifício e câmbio de moedas para os impostos – Jesus não encontra o fruto desejado.

“Ninguém jamais coma do teu fruto.”

Jesus ordena que a árvore infrutífera murche e morra, e Ele o faz para mostrar o que acontece quando o povo de Deus não dá frutos. O Senhor mesmo nos alerta: a árvore que não der frutos, Ele removerá o Seu Espírito.

Jesus olha para além das folhas

Jesus olha além de nossos dons, habilidades, finanças etc., ele deseja encontrar em nós corações puros e sinceros. Ainda que não seja “época de figos”, os corações não estejam prontos e o amor ainda não seja maduro, o Senhor deseja encontrar em meio à Sua Igreja o desejo sincero de agradá-lo.

Jesus não procura os grandes prédios, estruturas atraentes e muitas atividades (Mc 13:1-2).

Existe um perigo em acreditar que esse é o fruto que o Senhor espera de nós, quando na verdade são apenas folhas. Folhas verdes são boas e importantes, mas são secundárias. Os verdadeiros frutos são o resultado coletivo de corações sinceros em meio ao povo de Deus.

Jesus nos ensina a como produzir o fruto que a árvore e o templo não produziram (Mc 13:22-26). Devemos nos posicionar com os corações voltados e inclinados ao Senhor, tendo fé em nossas orações. Assim, Ele encontrará uma igreja que crê no Seu poder e guarda a sua fé independente das circunstâncias, permanecendo firme em meio a um mundo de densas trevas

Deus espera que, de fato, sejamos uma comunidade que pratica a justiça, que ama a misericórdia e anda em humildade diante dele (Miqueias 6:8).

Precisamos cultivar na nossa vida o temor de cuidar para que Jesus não olhe para o nosso coração, para a igreja e veja apenas folhas verdes. Deve haver mais que isso em nosso meio, deve haver o fruto sincero de arrependimento e perdão, produzido por corações quebrantados e vidas contritas.

Neste estudo bíblico, vamos abordar o contexto histórico e compreender exatamente o que significa o texto de Salmos 2. Podemos dividi-lo em quatro partes para melhor compreensão de todo o texto.

Nesse estudo veremos as primeiras partes do salmos 2: A conspiração de reis hostis que querem derrubar o reino de Deus e seu rei Ungido; Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião;

Esperamos que esse estudo bíblico possa edificar a sua vida

 

O livro de Salmos faz parte da literatura sapiencial, ou seja, são livros de sabedoria, e também são caracterizados como poéticos, em função de sua estrutura literária.  Todo livro ou texto de sabedoria tem como propósito o ensino e a instrução a um povo. E especificamente para o povo judeu, a sabedoria era expressa na habilidade de viver, aplicando os poderes de observação, as capacidades do intelecto humano, as experiências e o conhecimento ao cotidiano. Ou seja, explora o mais profundo da experiência humana de uma forma muito pessoal e prática.

Neste sentido, os Salmos foram escritos para serem entoados com o acompanhamento de instrumentos de corda. E serviram como hinário do templo e guia devocional para o povo judeu – foram a grande escola de oração que levou o povo à adoração. A história de Israel foi moldada pelos livros de sabedoria e sustentou o povo no seu relacionamento com Deus.

Contexto histórico de Salmos 2

A canção SALMOS 2 tem como pano de fundo, como o nome já indica, o texto de Salmos 2, ou Salmo segundo como foi identificado em At 13:33 e sua autoria foi atribuída à Davi.

Muitos estudiosos afirmam que o Salmo 2 é uma continuação do Salmo 1, e que originalmente formavam uma única referência, mas foram separados na Septuaginta (tradução da Bíblia Hebraica para o grego). Este Salmo é uma requintada peça artística que retrata de forma riquíssima uma das maiores promessas que YHWH fez ao seu povo, a aliança davídica, por meio da qual o Senhor estabeleceria eternamente o trono de Israel para a descendência de Davi (2Sm7).

Este Salmo possui 4 grandes atos: A conspiração de reis hostis que querem derrubar o reino de Deus e seu rei Ungido; Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião; Proclamação do decreto e concessão de domínio e Admoestação aos reis hostis.

A conspiração de reis hostis que querem derrubar o reino de Deus e seu rei Ungido

Salmos 2 inicia diretamente no tema que quer abordar e o Por que inicial define o tom desta abordagem – o espanto e a indignação diante da estupidez daqueles que conspiram contra a própria extinção.

Na primeira parte desse texto o salmista expõe a história que começa com os reis que se opõem ao Rei escolhido, ao Ungido de Deus, e tramam contra seu reinado.

No Antigo Oriente, reis geralmente se revoltavam com a coroação de um novo governante estrangeiro, e por vezes declaravam guerra a ele, e este era o intento das “nações” e “povos” representados pelos “reis da terra” e seus “governantes”.

Assim, o mundo inteiro, sem exceção, opõe-se ao reinado de YHWH e seu rei. Ora, quem se rebela contra o rei instituído por Deus, rebela-se também contra Deus (Rm 13.2).

O rei Ungido

Cabe lembrar que na época, o rei era uma representação divina. Nos salmos o termo Ungido designa os herdeiros do trono de Davi, descendência real instituída por Deus, raiz da qual surgiu Jesus Cristo.

Entretanto, a conspiração maliciosa dos governantes e povos não passa de uma revolta fútil, sem a menor chance de êxito, pois por trás do rei de Israel está o trono do céu, e o Deus Todo Poderoso.

Esta parte do Salmos 2 também é um prelúdio ao Calvário, conforme o texto bíblico:

“que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram”. At 4.25-28

A tentativa de frustrar o propósito divino de salvar o seu povo e exaltar o seu Ungido, arquitetada pelos reis e governantes, aos seus olhos foi bem sucedida. Porém, Deus mostra que Seu plano é perfeito e que Ele é Soberano, transformando o intento dos hostis mera futilidade.

 

Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião

 Ao perceber o desafio insensato e despropositado à autoridade divina, Deus não brinca com os governantes do mundo. Mas fala de modo irado devido à guerra que travam contra o seu justo reinado e seu sagrado rei.

O segundo ato de Salmos 2 começa com o Senhor entronizado nos céus e termina com seu rei Ungido no “meu monte santo”, representando a transcendência de Deus sobre toda a terra e a sua imanência na pessoa do rei Ungido que estende o Seu domínio sobre toda a terra.

O Senhor zomba daqueles que acreditam que podem intentar contra ele expressando seu desprezo e ira contra eles. Ao mesmo tempo em que enfrenta a oposição mundial ao seu império, declarando soberanamente que Ele estabelece o seu rei na cidade que Ele escolheu, – o  Senhor elegeu o rei davídico e escolheu Sião como a cidade real. A partir do momento em que Davi conquista a cidade de Jerusalém, habita nela e traz consigo a arca da aliança, local em que, anos depois, também seria construído o templo.

Continua na parte 2.

Ficou interessado em compreender as outras duas partes do Salmos 2? Fique atento no próximo texto.