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Deus nos traduz, conhece tão bem nosso coração

Espírito

Deus nos traduz, mesmo quando não sabemos o que dizer. Essa afirmativa pode até parecer estranha para alguns de nós, mas é verdade. Muitas vezes, nosso vocabulário se torna limitado diante do caos de nossos dissabores. Nesses dias, em que palavras nos faltam, podemos perceber que Deus continua sendo Fiel e nos alcança com graça e amor.

Em certas ocasiões, aqui no FHOP, eu não conseguia compreender orações feitas por alguns irmãos. Ao meu ver, tais orações pareciam até mesmo conter certa “heresia”. E eu me perguntava: “Como pode alguém se dirigir a Deus nesse tom e com esses termos?” Um dia, entendi em meu coração que, apesar de nossas fraquezas e limitações, Deus nos traduz. Pois, Ele conhece o nosso coração de forma íntima e pessoal. Ao contrário da minha falta de compreensão e julgamento, o Senhor entende e preenche as lacunas, quando não sabemos como orar.

“Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar.” Romano 8.26

Quando Ana estava no templo, desesperada por não ter um filho, amargurada de coração e em meio as suas dores e aflições, orou ao Senhor. Mas foi tomada como bêbada por Eli e por ele foi repreendida, pois apenas mexia os seus lábios sem que dele saísse qualquer som. Porém, Deus a entendeu perfeitamente.

“Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente.” I Samuel 1.10

A vida de Ana nos ensina uma lição preciosa. Não importa o tipo de frustração que sentimos e mesmo que nosso coração esteja amargurado, podemos confiar naquele que nos conhece tão bem. Podemos derramar sobre Ele nossas lágrimas e nossas dores. E, às vezes, isso é tudo que possuímos, não é mesmo? Devemos nos lembrar: Deus nos traduz em meio aos nossos desalentos.

Deus não resiste ao humilde! Devemos parar para pensar nessa verdade: Deus não se opõe aos quebrantados e aos contritos de coração. Ele está sempre disposto a ouvir e nos salvar, pois isso faz parte de seu caráter de justiça e bondade.

Se voltarmos para a Palavra, para os ensinamentos Bíblicos, saberemos como nos dirigir a Trindade. Com humildade e respeito, consideração e honra, e com muita sinceridade. Pois não há ninguém como o Senhor; Somente Ele é Digno. Falamos de volta para Deus Suas promessas e nos lembramos de quem Ele É e que sempre Será.

“No dia em que eu clamei, tu me acudiste e alentaste a força da minha alma. (v-3) O Senhor é excelso, contudo, atenta para os humildes…” Salmos 138.3,6

Hoje, se as palavras nos faltarem, nos lembraremos: Deus nos traduz, por isso não calaremos a voz do nosso coração, mas derramaremos diante d’Ele a nossa alma, e mais uma vez nos deliciaremos no Deus da nossa salvação.

Praticando a Presença de Deus, este é um tema que amo abordar. Pois afinal, essa é uma realidade desconhecida de alguns cristãos, mas há aqueles que têm experimentando dessa profusão. Estes, podem se banhar na graça intensa que o Senhor derrama sobre eles.

Diga-me: O que tem alimentado sua vida? Que tipo de pensamento ganha a sua mente todas as manhãs e ao longo do dia? Há momentos em que apenas nos escondemos de Deus diante de nossas falhas e pecados, alimentamos angústias, rancores e medo. Saiba porém, que o propósito de Deus para nós é outro. Seu desejo, é que possamos Conhecê-lo mais e mais e para isso, Ele nos deixou o seu Espírito Consolador.

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará o Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, (16)  … vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. (17b) mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” João 14.16,17b-26

Isso não é incrível? Deus nos escolheu para sermos Sua morada e nos ensina todas as coisas. Em cada instante de nossas vidas é possível aprender algo com o Senhor e experimentarmos de Sua presença em nosso cotidiano.

Conta-se a história do irmão Lawrence, um homem que diante do conhecimento de Jesus, abandonou os pecados e uma carreira promissora para se tornar um monge. Dedicado a uma vida simples em um mosteiro, dia a dia viveu Praticando a Presença de Deus em tudo o que fazia. Fosse cuidando do jardim ou mesmo trabalhando na cozinha. Ele sempre estava em oração, se deleitando no amor de Deus, adorando com um coração sincero. Este é um exercício que todos nós podemos realizar, independente de nossas funções e tarefas.

Também quero lembrar de William Wilberforce, abolicionista britânico que lutou contra o tráfico negreiro. Este homem tão incrível amava tanto a presença de Deus, que em uma determinada época de sua vida, teve dúvidas entre seguir o caminho do pastorado ou a carreira de Jurista. Wilberforce entendeu que seu chamado era para a política, ser uma voz para quem não tinha voz. Independente do que Deus tem nos desafiado a realizarmos, é preciso compreender que não faremos nada verdadeiramente consistente a parte da presença de Deus. Não queremos chegar diante do Senhor, e ouvir dele a dura palavra de que Ele não nos conhece.

Mas como manter-nos Praticando a Presença de Deus? Como fazer isso de forma crescente e duradoura? Deus, é Singular e Pessoal. Ele quer se revelar a nós, assim como Ele É. Ele nos deixou o Seu Espírito, o Espírito nos ensinará o caminho do Coração do Pai, do Filho, e o Seu  Próprio coração. Quando temos uma vida de Oração, de adoração e entrega a Palavra, podemos experimentar da verdade de Deus. Podemos aprender com Ele na jornada. Cultivemos, então, a vida no Espírito

Lembre-se: que quando Jesus se entregou na cruz, Ele rasgou o véu que nos separava. Nós temos livre acesso a Deus, o tempo todo. Seja dentro de um ônibus, caminhando pelas ruas da cidade ou mesmo lavando a louça suja em casa.

Quando você dirige o seu carro, Ele te vê. Quando você se senta para tomar um café, Ele sonda teu coração. Quando você está entre amigos e família, Ele está ali junto a Ti. E você sempre pode convidá-lo a participar do que você estiver a fazer. Nosso pensamento não para, e sempre podemos elevar a Ele nossa oração.

E, como é bom poder parar tudo para apenas estar com Ele. E sentir dentro do nosso homem interior o amor que Ele nos tem, e deixar que a graça invada as nossas emoções e pensamentos, e que a Palavra se torne viva em nós, e vida em nós. Então, abrimos a nossa Bíblia e letras se tornam garrafais, Ele desvenda verdades valorosas sobre Seu Caráter e aquilo que Ele quer fazer em nós. Desfrutamos de sua inefável presença e descobrimos que isso é o mais importante. E você, também deseja viver sua vida Praticando a Presença de Deus?

“…Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”.1 Pedro 1:14-16

Santidade é um valor central que nos conduz às verdades de Cristo. A completa separação que nos ensina que os parâmetros do reino não podem ser conformados ou adequados com a cultura pecaminosa conduzida pela ignorância incompatível com o caráter de Deus.

Uma das definições mais profundas e poderosas que conheço sobre santidade  é : “Santidade, nada mais é que a expressão viva de um coração apaixonado” Farley Labatut.

A verdade é que o nosso amor pelo Senhor está intimamente ligado com o estilo de vida que decidiremos assumir. É justamente o constante fascínio pelo amor de Deus e o fixar de nossos olhos em Jesus que construirão em nosso interior a força necessária para lutar contra as tentações, estabelecendo uma completa disposição para a santificação trazida pelo Espírito.

Não sei quanto a vocês, mas uma das maiores dificuldades que encontrava em minha busca por santificação era de fato desconhecer passos práticos que me levassem à esse processo. Que me ajudassem a vencer os “discursos” e colocar em prática uma vida de devoção que realmente pudesse honrar minha identidade cristã sem que isso se tornasse um legalismo.

Um dos pontos mais libertadores é entender que, até mesmo o processo de sermos aperfeiçoados em santidade é uma produção do Espírito, quando decidimos caminhar por Ele: “Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”. Romanos 8:13, (1 Pedro 1:22).

Nosso papel consiste em buscar uma obediência plena, com a consciência de quem somos para Deus e o que recebemos dEle a partir da graça. Isso é o que nos levará a romper com o que nos afasta da verdade e perseguir com energia a retidão do Senhor.

Outro ponto essencial, que embora pareça óbvio ou básico demais é: Cultivar a oração. Esse lugar de encontro nos levará não somente a contemplar a Jesus mas a amá-Lo de forma profunda e voluntária, desejando ser como Ele, ter nossa natureza transformada por Aquele a quem contemplamos. “ …contemplamos, como por meio de um espelho, a glória do Senhor, conforme a sua imagem estamos sendo transformados com glória crescente, na mesma imagem que vem do Senhor, que é o Espírito…” 2 Coríntios 3:18.

Somente a paixão viva e profunda pelo Senhor nos levará ao estado de vulnerabilidade necessário para sermos transformados.  O lugar de encontro e a pessoalidade com que nos relacionamos com Cristo é o único e suficiente meio para sermos conduzidos ao caminho de santificação!

Eu, em verdade, vos batizo com água, para arrependimento; mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. Mateus 3:11

    Algumas interpretações deste versículo, principalmente por conta da passagem de Mateus 12, trazem a ideia isolada sobre a soberania de Jesus no sentido de  retratar o batismo de fogo como algo voltado para manifestar o poder de julgar do Senhor.

Eu realmente não creio que fora isso o que João Batista quis nos dizer. Acredito que ele estava mencionando sim a soberania de Cristo, mas também estava apresentando a possibilidade de sermos totalmente tomados pelo Espírito Santo: Aquele que viria revelar o testemunho de Jesus para todos nós.

O Batismo do Espírito é algo totalmente visível, não se restringe a manifestação de línguas estranhas, mas de uma transformação poderosa, que promove não somente uma conversão genuína, mas a possibilidade de andarmos e tocarmos o sobrenatural de Deus com poder e graça.

Pense na imagem de uma manhã de Sol, onde a claridade invade a janela de uma casa e passa não somente a trazer luz, mas torna o calor algo totalmente perceptível e intenso. Eu costumo pensar do mesmo modo sobre o batismo do Espírito, é algo que nos ilumina e aquece, nos converte por inteiro ao coração de Cristo e,  assim como o Sol aquece nosso corpo físico, o Espírito esquenta nossos corações e, com nossa permissão pode realmente chegar a nos incendiar, a nos queimar e fazer com que sejamos totalmente movidos pelo sobrenatural.

Eu não estou, de forma alguma, defendendo a ideia de um batismo isolado, que ignora a etapa de arrependimento. Aliás, vejo essa passagem como algo progressivo: Deus quis que o primeiro passo a ser conhecido fosse o batismo de João, o batismo de arrependimento e confissão de fé, posteriormente nos trouxe o batismo de Jesus, a presença do Espírito Santo que deseja que nossas vidas se movam pelo Seu próprio controle. Na verdade o Batismo de fogo do Espírito só virá quando estivermos banhados pelas águas de arrependimento!

Tenho expectativa de que estão chegando dias em que esse encontro com o  Espírito Santo será uma necessidade para nós e não mais apenas uma possibilidade distante e intocável. Tenho pensado como será maravilhoso que dediquemos ao Senhor ofertas que realmente sejam dignas de ser queimadas com fogo, atraindo o Seu poder.

O batismo do Espírito é algo tão poderoso, justamente porque não pode ser egoísta. O batismo genuíno é aquele que não se resume a  nós mesmos!

Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias… Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra… Atos 1:5 e 8.

A tradução original da palavra testemunhas, na realidade vem do grego martus e quer dizer mártire, ou seja, o batismo do Espírito e o batismo de fogo são elementos que nos enchem de poder não somente para edificação pessoal, mas para a pregação do evangelho, para testemunhar aquilo que temos visto e ouvido e dedicar nossas vidas por completo, ainda que isso signifique morte. Nos capacitam para a proclamação da verdade, assim como aconteceu com os apóstolos após receber a promessa do Senhor. Eles se tornaram mártires pela verdade, testemunhas vivas de Cristo!

Eu quero te convidar nestes dias a clamar pelo Espírito, pelo batismo de fogo que é uma promessa para todos nós que realmente desejamos ver o Reino ser estabelecido na terra.

  Quero te convidar a tratar o batismo do Espírito como uma necessidade urgente e não somente como uma possibilidade.

Que possamos receber uma porção de fé, arrependimento e expectativa que atraia o fogo do céu como algo que nos tomará por completo!