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Missionários intercessores: função e causa

movimento de oração

Você conhece a existência de missionários intercessores? Pode parecer um termo novo, mas a sua função é bem antiga e perpassa milhares de anos. Os missionário intercessores são pessoas que se dedicam a tempo integral ao ministério da oração. Ou seja, seu campo missionário nasce do lugar de oração. 

QUAL A CAUSA OS CONVOCOU?

Antes de definir qual a função dessas pessoas, vamos relembrar o porquê elas existem. Joel 2 narra uma promessa para o final dos tempos – o espírito derramado sobre todos – é a promessa de um grande avivamento que precederá o final dos tempos. Será um avivamento como nunca visto antes. Então, à medida que as trevas aumentarem, a glória sobre a igreja também será intensa, com sinais, maravilhas e salvação.

Ao olharmos para a história dos avivamentos, nunca foi visto um aviamento surgir sem que a oração estivesse acontecendo. Foi assim com os moravianos, Azusa, Gales e tantos outros, e não seria diferente com o avivamento final. Te convido a ler especialmente sobre os moravianos, eles são os primeiros missionários intercessores protestantes.

“E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões.

Até sobre os servos e as servas derramarei do meu Espírito naqueles dias.

Mostrarei maravilhas no céu e na terra, sangue, fogo e nuvens de fumaça.

O sol se tornará em trevas, e a lua em sangue; antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.

Joel 2:28-31

Queremos avivamento porque queremos que “seja na terra assim como é no céu” – como Jesus nos ensinou a pedir na oração do Pai Nosso, em Mateus 6. Desejamos avivamento porque queremos que Jesus volte à terra de uma vez por todas e reine perpetuamente. Buscamos avivamento porque o Senhor é digno que todo joelho se dobre. Ansiamos avivamento porque queremos justiça se manifestando em forma de salvação e correção de rota ao mundo. Ele é Digno!

ORAÇÃO E ADORAÇÃO DIA E NOITE

Em Apocalipse 4 e 5, o apóstolo João narra qual é a realidade que está acontecendo no céu agora mesmo. Na sala do trono, vista por João, ele vê acontecendo incessantemente, dia e noite, adoração e intercessão.  

Dia e noite repetem sem cessar: “Santo, santo, santo é o Senhor, o Deus todo-poderoso, que era, que é e que há de vir”.  Apocalipse 4:8

Ao recebê-lo, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro. Cada um deles tinha uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos; Apocalipse 5:8

Assim, se queremos a realidade do céu precisamos ver um movimento de oração e adoração 24/7, dia e noite sem cessar, Deus sendo adorado e no mesmo movimento compartilhando os pesos do seu coração com a igreja que devolve a ele essas causas em intercessão. Isso culminará com justiça sendo feita e um rompimento sem precedentes para o final dos tempos.

O CUMPRIMENTO DAS PROMESSAS

Nesse contexto, os missionários intercessores são aqueles que se entregam de maneira integral a essa causa. Dessa forma, salas de oração tem surgido cada dia mais ao redor do mundo, lugares remotos onde Deus tem sido adorado dia e noite e a intercessão tem sido levantada como incenso. Os missionários desses lugares são chamados missionários intercessores. Eles são músicos, cantores, intercessores, comunicadores, técnicos de som e mídia, que entram em parceria com a vontade do Senhor de fazer na terra como é no seu. Seus corações se engajam com a causa do coração de Cristo em fazer justiça, enviar salvação, ser conhecido e fazer que sua igreja seja casa de oração.  

Coloquei sentinelas em seus muros, ó Jerusalém; jamais descansarão, dia e noite. Vocês que clamam pelo Senhor, não se entreguem ao repouso, e não lhe concedam descanso até que ele estabeleça Jerusalém e faça dela o louvor da terra. Isaías 62:6,7

esses eu trarei ao meu santo monte e lhes darei alegria em minha casa de oração. Seus holocaustos e seus sacrifícios serão aceitos em meu altar; pois a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos”. Isaías 56:7

ONDE ELES ESTÃO NA BÍBLIA?

> Antigo Testamento

A função de missionários intercessores não é algo contemporâneo e nem uma invenção de um movimento passageiro. Davi foi o primeiro a entender algo que o moveu a construir um tabernáculo, o famoso Tabernáculo de Davi. Ele colocou milhares de pessoas para ministrarem ao Senhor dia e noite. Ele também instruiu com ordem para os próximos reis que o sucedesse que guardassem essa prática, porque essa era a vontade de Deus. Eram quatro mil músicos e quatro mil porteiros do templo que eram liberados de qualquer outra atividade, suas funções eram totalmente dedicadas ao Tabernáculo de Davi. Seu reinado financiou  essas pessoas e os custos do tabernáculo.

Davi escolheu vinte e quatro mil desses para supervisionarem o trabalho do templo do Senhor e seis mil para serem oficiais e juízes; quatro mil para serem guardas das portas e quatro mil para louvarem o Senhor com os instrumentos musicais que Davi preparou com esse propósito.  1 Crônicas 23:4,5

Ao longo de toda história dos reis do povo de Israel o Tabernáculo de Davi foi negligenciado e constantemente reconstruído, e há um promessa que Deus restauraria a tenda caída de Davi (Amós 9:11). Davi fez um voto que os missionário intercessores também fazem hoje:

“Não entrarei na minha tenda e não me deitarei no meu leito;

não permitirei que os meus olhos peguem no sono nem que as minhas pálpebras descansem,

enquanto não encontrar um lugar para o Senhor, uma habitação para o Poderoso de Jacó”.

Salmos 132:1-5

> Novo Testamento

“Alguns perguntam onde os missionários intercessores são encontrados no Novo Testamento. Minha resposta: Onde no Novo Testamento encontramos líderes que não priorizam a oração? Começando com Jesus e os apóstolos, o Novo Testamento destaca muitos líderes que se entregaram à oração de maneira extravagante.” – Mike Bickle – Fundador da IHOP.

De fato os discípulos e a igreja primitiva eram um povo que orava. Porém, quero destacar o chamado de Ana, em Lucas 2, que serve de referência para o trabalho de missionários intercessores hoje. Ana é o exemplo mais extremo do estilo de vida do missionário intercessor no Novo Testamento.  

Estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era muito idosa; havia vivido com seu marido sete anos depois de se casar e então permanecera viúva até a idade de oitenta e quatro anos. Nunca deixava o templo: adorava a Deus jejuando e orando dia e noite. Tendo chegado ali naquele exato momento, deu graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. Lucas 2:36-38

Ana, naquele contexto esperava a vinda do Messias, e ela pôde ver o menino Jesus ser trazido ao Templo e reconhecê-lo. Ana estava sobre os “muros de Jerusalem”. Ela simboliza o que Deus orquestrará na geração em que Ele voltar. Aos oitenta e quatro anos – aproximadamente sessenta anos depois – ela ainda estava ministrando ao Senhor em muita oração com jejum. Esse é um chamado real que o Senhor ainda tem feito por toda a terra e centenas tem respondido, o chamado de oração dia e noite.

COMO ISSO FUNCIONA NA FHOP

Então, aqui na Fhop  temos mais de 110 missionários intercessores espalhados pelas mais diversas funções. Todas as funções e departamentos servem a sala de oração para que essa realidade de oração não cesse. 

Na prática funciona com pessoas trabalhando diretamente nos turnos da sala de oração, como músicos, cantores, intercessores, técnicos de som, streaming, projeção e líderes de sessão. Outros que servem administrativamente gerenciamento financeiro, produzindo conteúdo no marketing, ativamente executando atos de justiça e evangelismo. Missionários que traduzem e vendem livros e materiais que espalham a mensagem da oração. 

Outra maneira é através do centro de treinamento que ao mesmo tempo que ajuda a financiar o lugar de oração convida e treina a igreja global a participar do lugar de oração. Além disso, há também missionários servindo diretamente a igreja local. Pastores, líderes e psicólogos que discipulam, pastoreiam e cuidam dos corações dos missionários. E um departamento  de gestão só para gerenciar todos esses missionários intercessores voluntários. 

DEUS CONTINUA CHAMANDO ANAS E DAVIS

Assim ainda hoje Deus continua chamando e levantando, Davis e Anas, pessoas que estão envolvidas e se gastando com a causa da oração. Movidos pela beleza de Jesus. Pode surgir o questionamento: Não é exagero? Dia e noite de oração não é demais? É realmente necessário? 

Três respostas bíblicas para esses questionamentos: 

1) Jesus respaldou o estilo de vida de Maria, que escolheu ficar aos seus pés, “Uma coisa é necessária, Maria escolheu a boa parte e essa não lhe será tirada.” (Lc 10:40).  Dessa forma, o relacionamento com Jesus é a única coisa necessária. Ele é suficiente.

2) Ele é digno! Simplesmente, Ele é digno. Diante da dignidade da glória de Deus, 24 horas 7 dias por semana ainda é pouco. Ele mereceria muito mais. Os anjos, seres viventes e vinte e quatro anciãos estão a milhares de anos cantando sua dignidade sem cessar e ainda não acharam que poderiam parar, toda dignidade de Deus ainda não foi coberta. 

3) Ele deseja governar a terra em parceria com seu povo, ele vai responder cada intercessão feita. Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar? Lucas 18:7

Então, não é desperdício, é o próprio Zelo do Senhor que está orquestrando isso sobre a Terra, e ele já nos deu garantias de como isso terminará.

Há muitas histórias inspiradoras sobre os movimentos de oração mundo afora  E nós estamos vivendo um tempo tão precioso onde há um número crescente de movimentos de orações surgindo. Isso faz parte do tempo que se caminha para o fim. Fim do mundo? Não. Fim desta era corrompida para uma era onde Deus voltará a habitar conosco em plenitude.

Nós, com certeza, não temos a capacidade de reproduzir esses despertamentos espirituais registrados na história, mas podemos aprender muito com eles. Como na história dos morávios juntamente  com o Conde Zinzendorf  onde eles mesmos reconheceram que este acontecimento foi obra da graça de Deus. Assim como Paulo também escreveu reconhecendo a graça de Deus em I Coríntios 15:10: “ Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo”.

O  casal Zinzendorf e os irmãos Morávios

O conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf era de uma família da alta sociedade da Alemanha de origem luterana e um cristão muito dedicado. Após estudar direito e teologia na Universidade de Wittenberg, casou-se com a condessa Erdmuth Dorothea Reuss. Erdmuth seria uma ajudadora incansável do seu marido e da igreja. No seu túmulo, os refugiados morávios gravaram os seguintes dizeres: “Mãe Adotiva da Igreja dos Irmãos.”

Conde Zinzendorf adquiriu de sua avó a vila de Berthelsdorf e, sendo um proprietário feudal, instalou seu amigo João Rothe como pastor. Prometeu a ele  que ajudaria a transformar a vila numa verdadeira comunidade de crentes, sem ainda saber como Deus responderia a esse desejo mais profundo do seu coração. Essa vila, anos mais tarde, serviria de abrigo para cristão perseguidos da Morávia e Boêmia, cidades pertencentes ao que seria hoje a atual República Tcheca. 

Parecia o fim dos cristãos da Boêmia e Morávia com perseguições tão intensas. Mas Deus usou um jovem pastor da Morávia, chamado Christiano David, apelidado de “o servo do Senhor” para reanimar os irmãos.

Sua pregação causou um despertamento espiritual, o que provocou novamente muitas perseguições. Christiano foi apresentado então ao pastor Rothe, o qual levou-o para falar com Zinzendorf. Este concordou em receber os irmãos perseguidos em Herrnhut, sua propriedade. Cinco famílias da Morávia inicialmente aceitaram o desafio de se mudarem para Herrnhut e assim em 1722 chegaram à vila de Berthelsdorf.

O início do maior movimento de oração da história

No ano seguinte outros cristão perseguidos chegaram na propriedade do Conde Zinzendorf, dentre eles os irmãos da Boêmia e mais refugiados da Morávia. Após alguns ajustes por divergência étnicas e de visões teológicas, eles iniciaram todas as noites reuniões de oração, cânticos ou estudos bíblicos. O movimento era calmo e de regozijo no Senhor. Sem brigas e com a igreja reorganizada e unida na busca pela santificação, o pastor Rothe convidou toda a igreja para a Ceia do Senhor na igreja central de Berthelsdorf, num culto marcado para a manhã de uma quarta-feira no dia 13 de agosto de 1727.

Antes mesmo do culto começar, um senso de reverência era fortemente sentido. Durante o culto, quando o conde fez a oração de confissão antes da ceia do Senhor, todos foram tocados por um sentimento de arrependimento e muitos suplicaram perdão pelo sangue de Cristo. Houve um profundo senso de comunhão com Cristo e com os outros, e eles reconheceram: “Aprendemos a amar”.

 Sem perder esse toque celestial, duas semanas após aquela Ceia memorável, Herrnhut iniciou a “Intercessão de Hora em Hora”: durante 24 horas por dia havia oração e cada irmão ou irmã tomava o seu lugar nesse rodízio. Essa foi a reunião de oração mais longa da história, pois estendeu-se por mais de um século. Esse movimento de oração nos mostra que é possível com constância manter essa chama acessa.

O que podemos aprender com o movimento de oração dos  Morávios

Contei essa história para que possamos aprender com esse movimento. Sabe o que mais aconteceu depois desse dia? Um grupo de jovens solteiros começou a estudar a Bíblia, Geografia, Medicina e línguas. Sentiam que Deus estava preparando-os para uma obra maior. E Deus estava mesmo, pois nos anos seguintes se iniciaria o trabalho missionário dos morávios.

Aquela cidade da Alemanha, Herrnhut, em vinte anos enviaria mais missionários ao exterior do que qualquer outra igreja protestante em seus primeiros duzentos anos de existência. A igreja Morávia se tornou mais tarde maior que a própria igreja inicial. Podemos aprender com essa história que esses despertamentos começam com arrependimentos individuais e coletivos, o que resultam em grandes despertamentos para movimentos evangelísticos. Sim é natural o desejo por anunciar as boas novas para que mais pessoas façam parte do reino de Deus.

Movimentos de orações estão crescendo

Estamos vivendo um tempo único na história. Podemos comprovar um crescente número de movimentos de oração e adoração espalhados pelo mundo. Em muitos lugares há reuniões de adoração e intercessão 24 horas por dia e sete vezes na semana.

Talvez você esteja lendo isso e fique triste por não ter esse movimento de oração perto de você ainda, mas te encorajo a orar pedindo a Deus por um despertar em sua cidade. E enquanto isso não acontece, temos o privilégio de acompanhar transmissões online de movimentos que transmitem através da internet.

Deus é o mais interessado no movimento de oração. Ao passo que o dia do Senhor se aproxima, o Espírito Santo está iniciando um clamor em nossos corações para o retorno de Jesus. Pois o versículo diz: “O Espírito (primeiro) e a noiva (segundo) dizem “Vem”. (Apocalipse 22:17)

A consequência disso será movimentos de oração dia e noite se intensificando no clamor pelo desejo do retorno de seu Noivo, mais que qualquer outro desejo. É claro que no decorrer desse tempo experimentaremos o sopro sobrenatural de Deus nos sustentando e também teremos que lutar com nossa apatia e fraqueza tentando nos distrair.

Por certo devemos nos animar. Estamos tendo o privilégio de participar do início de um despertamento a respeito dos movimentos de adoração e oração. Com a finalidade de juntos clamarmos pelo retorno de nosso noivo.

E o Espírito e a noiva dizem: “Vem!” E quem ouve, diga: “Vem!” E quem tem sede venha. Quem quiser, receba de graça a água da vida. Apocalipse 22:17.