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Série Ekklesia: a Igreja é o corpo de Cristo

Vida cristã

Para dar início a esta conversa é preciso saber que Igreja, ou ekklesia, é descrita na Bíblia de duas formas: Uma em seu aspecto universal, destacando sua unidade, ou seja, refere-se a toda a igreja de Cristo na Terra. A outra, no sentido de sua pluralidade nas comunidades locais. “igrejas” nesse caso são os muitos grupos de pessoas reunidas em diferentes localidades ao redor do mundo. Ambas as descrições, se referem a pessoas e não a templos ou prédios.

Infelizmente, antes de definirmos o que é ser parte do corpo de Cristo, precisamos desconstruir algumas ideias erradas sobre a Igreja nos dias atuais.

Muitas pessoas enxergam a igreja de uma forma completamente distorcida e totalmente distante da sua realidade bíblica. Por exemplo, a igreja não é um lugar de entretenimento e consumo, onde cada um escolhe aquilo que pensa ser melhor para si e procura ser beneficiado, como muitos pensam. Esta é uma imagem distorcida resultante do individualismo, fruto da cultura em que vivemos, e que vê a igreja como um meio para o seu próprio benefício.

A igreja não é um lugar para frequentarmos, mas um corpo para, caminharmos juntos, pertencermos e nos entregarmos em amor à Cristo e uns para com os outros.

Cristo é o cabeça de todas as coisas para a Igreja, que é o seu corpo

E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja,
Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos. Efésios 1:22,23

Dessa forma, a igreja não é um fim para nós mesmos, mas existe primariamente para a glória de Cristo. Como igreja, nós seguimos Cristo, caminhamos em unidade com Ele, uns com os outros e vivemos conforme a Sua vontade.

No livro Discipulado, Dietrich Bonhoeffer diz que “o corpo de Cristo é a continuação da presença física de Jesus na terra, porque o próprio Cristo se move por meio dela”. Isso significa que o ministério da Igreja na história é tão relevante quanto os três anos em que Jesus viveu seu ministério na Terra.

O Senhor escolhe uma diversidade de pessoas, cada uma com suas falhas e dificuldades, mas que caminham em unidade e é por meio desta Igreja que Jesus escolheu se fazer presente e agir na Terra.

O Senhor revela a Sua glória e a Sua vontade por meio do corpo 

Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus. Efésios 3:10

Em sua sabedoria, Ele mesmo estipulou que fosse assim para que o seu poder fosse conhecido. Nós somos chamados à comunhão. O desejo de Jesus é que vivamos a unidade no corpo, para que o mundo saiba que Deus O enviou. Viver em comunhão com o corpo testemunha para o mundo sobre quem Jesus é (João 17:23). Portanto, se alguém afirma que a igreja não é boa ou necessária, está indo contra algo estabelecido pelo próprio Deus.

É pela graça de Deus que somos chamados a viver essa comunhão em comunidades imperfeitas. Comunidades formadas pessoas com defeitos não tira a responsabilidade de sermos igreja, e nem deve ser uma desculpa para não nos envolvermos; pelo contrário, é motivador que um grupo de pessoas cheias de falhas tenha a oportunidade de servir a Deus e uns aos outros. Se a igreja fosse formada por “pessoas perfeitas”, nenhum de nós teríamos espaço nela.

A responsabilidade de edificar o corpo não é somente dos líderes

Estes devem equipar e ensinar os santos, mas a edificação do corpo é responsabilidade de todos (Efésios 4:1-13). Cada pessoa possui um dom e propósito específicos, não havendo um dom melhor que o outro. Todos os membros do corpo têm responsabilidades uns para com os outros e com o Senhor e são importantes para que o corpo viva de forma saudável.

A pergunta que fica para nós aqui é a seguinte: como viver de uma forma que edifique o corpo? A respostas é, sendo humildes e pacientes, apoiando e servindo uns aos outros em amor. A unidade é gerada à medida que isso é feito. Servir o corpo tem um custo. Isso pode exigir recursos, tempo, que compartilhemos o que temos, até mesmo gerar cicatrizes em nós. Fazer parte do corpo exige morrer para nós mesmos. Mas este custo tem uma recompensa.

Experimentamos as recompensas do corpo nos dias de hoje, a medida que somos encorajados uns pelos outros, nos ajudamos nas necessidades e nos amamos como família. Porém, lembre-se que existe uma recompensa eterna. Um dia, os santos serão glorificados e se unirão a Cristo, por toda a eternidade.

Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros,
mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo.
Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos,
quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito.
O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos. 1 Coríntios 12:12-14

 

Texto originalmente postado em 11 de nov de 2020

Nessa breve reflexão abordaremos as diferenças entre uma igreja missional e a igreja missionária. E como o Senhor Jesus nos chama a sermos discípulos que possuem o encargo de proclamar as boas novas em qualquer lugar e momento.

Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não
ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem
enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de
paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas. Rm 10: 14-15

Você sabe que temos a igreja missionária e a igreja missional? 

Mas o que significa a palavra “missionário”? Bom, ela  remete à ação, atitudes práticas. Ou seja,  tudo o que fazemos para a proclamação do evangelho, seja perto das nossas casas ou em outras nações, tem um cunho missionário;

A palavra “missional” remete a uma cultura, uma identidade estabelecida em nós;

Podemos ser indivíduos que possuem atitudes esporádicas missionárias, mas que não carregam uma identidade missional.

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. “Mateus 28:19,20

Nesse sentido, a igreja contemporânea enfrenta dois conflitos principais, como igreja missional tendo atitudes missionárias: a omissão e a atribuição.

Em Mateus 28:19-20 Jesus comissiona a igreja, atribui uma uma função a ela.  Vemos no testemunho da igreja primitiva, os discípulos espalhando o evangelho de Cristo por causa da obediência à comissão. Ela foi tão impactante que eles foram chamados daqueles que estavam “causando alvoroço no mundo” (Atos 17:6).

Ao longo da história da Igreja, muitos homens e mulheres que abraçaram a cultura e identidade missional, gastaram-se pelo encargo da comissão.

Pois, devemos saber que diante do Senhor não iremos responder pelas gerações passadas, mas pela nossa. Por isso, alcançar a nossa geração é papel de todos nós.

A omissão é o contrário de comissão, é a ausência do cumprimento do dever e inércia. Sendo assim, temos que deixar de lado nossas justificativas parar de nos omitirmos da missão.

Um retrato da igreja moderna

A igreja moderna está satisfeita em estar salva,  bem alimentada com uma Palavra genuína e em viver a vida da igreja, mas isso não é o ponto final.

A palavra ekklesia também remete a agir e olhar para fora. Pois, os missionários não são apenas um grupo seleto de pessoas que são enviados em missões, mas todos nós, discípulos de Cristo, somos comissionados ao ide.

“Ide”, no original (poreuthentes) pode ser traduzido como “indo”, ou seja, enquanto você vive a sua vida, cumpra a comissão.

Todos nós somos essencialmente missionários

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” João 14:2

Mas, então, por que não temos uma identidade missional?

O termômetro do nosso amor por Jesus é a obediência. Talvez o problema não é que amamos pouco os perdidos, mas que amamos pouco a Jesus.

Quais são as características de um indivíduo, família ou de uma igreja missional:

1 . João 6:28-29 – Entende que missões não se trata de um departamento, mas um atributo divino – o ergon de Deus; a sua obra;

2. Isaías 21:11 – Se preocupa em saber o que Deus está fazendo no mundo e se engaja nisso;

3. Se posiciona como luz em um mundo de trevas. Influencia a sua geração com uma vida que aponta ao Reino de Deus.

4. Prepara a família para viver a sua missão – cria filhos que carregam uma causa, um propósito e sabem qual a sua identidade e vocação;

Há uma força liberada por Deus para o evangelho avançar em nossa geração. Como igreja contemporânea, devemos olhar para o outro lado da rua ou do mundo e fazer o nome de Cristo conhecido.

Minha oração é que possamos ser indivíduos, famílias e uma igreja que mergulha em uma cultura e em uma identidade missional. Amém!

 

 

 

Texto originalmente postado em 04 de nov de 2020

Você sabe o que é Ekkesia?

A palavra grega para igreja no Novo Testamento é Ekklesia, que significa “chamados para fora”; e a mesma palavra pode ser usada para: encontro, assembleia, reunião, ajuntamento de pessoas.

Mas o que significa na prática e nos nossos dias a vida comunitária da igreja? Há muitas opiniões e diferentes textos que falam sobre isso, porém a bíblia tem uma visão clara e precisa sobre como deve ser essa vida comunitária em igreja.

Na primeira parte dessa série você irá entender na prática o que é ekklesia e o porquê devemos viver em comunhão.

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mateus 16:18

Desigrejados: uma realidade brasileira

Segundo o IBGE, o número de brasileiros que se consideram evangélicos, mas não frequentam a igreja foi de 0,7% (2003) para 2,9% (2009), o que seria em torno de 4 milhões de pessoas “desigrejadas”

“Desigrejados”: são pessoas que continuam a seguir preceitos e costumes da religião, mas não pertencem a nenhuma igreja local ou que frequentam duas ou três igrejas, mas não se comprometem com nenhuma; vivem destituídos de membresia

Diversos motivos podem ter levado esses 4 milhões de brasileiros a não serem membros de nenhuma igreja local: possuem uma ligação remota ao cristianismo, não tiveram um encontro verdadeiro com Cristo, não se agradaram do alimento espiritual oferecido ou da falta de entretenimento, foram feridos por irmãos da igreja ou ofendidos por pecados e escândalos;

As três pedras de tropeço que mais atordoam a igreja são: dinheiro, poder e o sexo; é provável que os desigrejados se encontram ofendidos por algum desses três motivos.

Nossa cultura, provavelmente, é a mais individualista e egoísta de todos os tempos. Além disso, a igreja local não parece ser o veículo mais óbvio e mais provável para mudar o mundo. Inclusive, há pessoas que afirmam até que a igreja se tornou tóxica para a vida espiritual e a igreja deve ser abandonada.

Sendo assim, precisamos desesperadamente de uma visão nova e convincente do que é a igreja de Cristo. E descobrir a paixão que Jesus tem pela igreja. O que é preciso para ser biblicamente reconhecido como igreja? O que Jesus quis dizer quando se referiu à igreja?

A Igreja de Cristo – Mateus 16:18

  • “Edificarei minha igreja” – Jesus usa o singular para se referir à igreja. Ele não está se referindo a cada denominação local ou pequenos grupos, mas falando de toda a sua igreja: todos os cristãos, em todas as épocas e lugares;
  • “sobre esta pedra edificarei” – Jesus edifica sua igreja sobre o fundamento da revelação de que Ele é o Cristo, Filho de Deus, como apontado por Pedro.
  • “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” – Esta promessa é para toda a igreja. Jesus sabe exatamente quem faz parte do seu corpo e da sua família;
  • Não podemos nos enganar pensando que por pertencer a uma igreja pertencemos a Cristo. Ao contrário, estamos na igreja porque pertencemos a Cristo.
  • Uma congregação cristã local é igualmente e genuinamente a igreja de Cristo conectada, ligada, unida à igreja universal de Cristo.

A igreja local – Mateus 18:15-17

Uma congregação cristã local é igualmente e genuinamente a igreja de Cristo conectada, ligada, unida à igreja universal de Cristo

Os dois únicos momentos em que Jesus usou a palavra igreja:

Mt 16:18 – “Eu vou edificar a minha igreja (global)” – Todos os cristãos, em todos os lugares e épocas;

Mt 18:17 – “levem esse irmão para a igreja (local)” – uma congregação local chamada por Deus para adorar, para servir e para ser enviada;

Êxodo 7:16 – “deixe meu povo ir para que me adore no deserto” O grande propósito do êxodo era que Deus reunisse um povo para si, para adorá-lo e cultuá-lo; é para isso que Deus tira o seu povo da escravidão.

Deuteronômio 4:10 – Se reunir para ouvir a palavra de Deus e adorá-lo;

A mesma cultura de Deuteronômio se torna a cultura das sinagogas e a que vivemos até hoje nas igrejas cristãs locais.

Crescendo na comunhão

O padrão bíblico da ekklesia e seu único objetivo é ajuntar o povo de Deus para ouvir a sua palavra, crescer em temor e aprender a viver uma vida embasada na opinião de Deus sobre quem somos e o que Ele tem para nós.

Isaías 49:6 – O povo de Deus não foi apenas chamado para adorar, mas são enviados para servir e brilhar a luz onde estiverem;
1 Pedro 2:9-10 – Somos chamados para adorar a Deus e enviados para servir a Deus aonde Ele nos plantar e nos levar.

A igreja tem uma dupla identidade: “nós vamos a Cristo em adoração, mas buscamos a Cristo em uma missão” (John Stott)

Ninguém faz parte de uma igreja local por acaso. Cristo é quem acrescenta as pessoas à igreja. Ele mesmo disse que esse trabalho seria dele. Por isso, é importante entender onde Cristo te plantou e porquê.

Não temos com entender o nosso papel na igreja sem antes entender o que é a igreja a qual pertencemos e o que Cristo está construindo.

 

Texto originalmente postado em 21 de out de 2020

O senhorio de Deus é suficiente para atrair o meu amor por Ele?”. Esse foi o questionamento que veio ao meu coração enquanto meditava em Marcos 12.30. Será que Ele tem sido suficiente para ser o meu único amor?

“Ame o Senhor, o Seu Deus, de todo coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças.”

Marcos 12.30

Afinal, quando estamos em um lugar de suficiência e confiança plena no amor de Deus todas as coisas perdem o seu valor. Assim, fixamos os nossos olhos nele, Ele se torna o único e mais importante. Jesus ensina que amar a Deus sobre todas as coisas, requer atitude de coração. Ou seja, implica em atribuirmos ao Senhor o valor e a estima que Ele merece. Logo, amar a Deus é verdadeiramente desejarmos ter comunhão com Ele, vivermos com obediência e sinceridade a sua vontade na Terra.

 

A intencionalidade do amor

Amar a Deus sobre todas as coisas, nos faz entender que Ele deve ser amado com todas as forças e a capacidade que o homem possui. Aliás, este é o alicerce e o resumo do propósito da existência humana. “Amar” é um mandamento e é algo além de um sentimento que nasce por força alheia à nossa vontade. Isto é algo que devemos cumprir em todas as ocasiões, não só quando recebemos alguma coisa do Senhor.

Logo, amar a Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma significa por vezes ter coragem para fazer o que Ele nos manda, mesmo sem entender. É, portanto, escolher obediência como fez Abraão, provando que amava ao Senhor mais do que o próprio filho.

Trata-se de um amor que não se iguala, nem se dobra a qualquer outro. Por mais legítimos que sejam nossos amores, de modo algum eles podem competir com o amor que é devido a Deus. Provavelmente este era o entendimento de Paulo quando diz que considera tudo como perda se comparado a sublimidade do conhecimento de Cristo.

 

Amar a Deus de todo o coração

“De todo o coração”, essa expressão se repete várias vezes na Bíblia. Como em Jeremias 29:13 “Buscar-me–eis e me achareis quando me buscar de todo o coração”. Mas o que significa “de todo o coração”? Isto significa o homem por inteiro (como Provérbios 4: 23), significa a sinceridade de sentimentos. São todas as afeições do ser humano desejando pelo seu criador, amando-o intensamente mais do que a qualquer outra coisa criada.

Deus tem um propósito! Ele deseja ter um relacionamento de intimidade com o homem e quando entendemos isso, algo já começa a mudar em nossas vidas, nossos questionamentos, nossa busca por respostas e nossa mente buscando a Deus. Essa fome por Deus vem, quando estamos vazios de nós mesmos, livres do antropocentrismo, egoísmo ou apego as coisas terrenas, a fome nasce quando apenas percebemos que dependemos dele, cada partícula do nosso ser foi criada com um desejo inapagável pelo Deus eterno.

Desde que tenho meditado sobre esse texto, tenho entendido que, o Senhor tem feito um convite a nós, de encontrarmos suficiência nele e em suas escrituras, e além disso, é imprescindível termos coragem para tirar as distrações do nosso caminho, para que assim nossa oração possa ser como o diálogo da noiva para com o seu Amado em Cantares 2: 15, que o Amado das nossas almas possa tirar tudo aquilo que tem nos afastado e distraído do seu amor. Ele nos amou primeiro e este já é motivo suficiente para que o amemos com tudo o que somos.

Isabella Cardoso Peres – Aluna do Fascinação Turma 19

 

Na track de comunicadores do Intensivo Fascinação, os alunos produzem textos a partir de uma meditação bíblica. Leia aqui mais textos dos nossos alunos:

Estabelecendo uma cultura de intimidade

Lembre-se do primeiro amor

Estamos na reta final do ano, quase no início de mais 365 dias de oportunidade para amar Jesus por meio da Bíblia, a palavra de Deus. Então, agora é hora de se planejar para o próximo ano ser uma ano onde você possa crescer cada vez mais no conhecimento de Deus.

 

Toda a Bíblia é sobre Cristo

E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.
A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.

Colossenses 3:15,16

 

Toda a Bíblia é uma história sobre um Pai que tem um Filho que lhe deu uma família. E ele prepara uma noiva para esse Filho, e o fim da história é a unidade com esse Amado noivo, assentados à mesa de Deus com Ele. E Paulo escolhe aqui nesse texto chamar a Palavra de Deus como a Palavra de Cristo.

Na verdade, desde Gênesis até Apocalipse, a Bíblia é um compilado de livros que dão testemunho de Jesus. Logo, o objetivo da Bíblia é dar testemunho de Cristo. Então. se você tem o desejo de conhecer mais a Cristo no próximo ano, em outras palavras você está dizendo: “eu quero conhecer mais a Bíblia”.

A Bíblia não é uma palavra humana sobre Deus

Se você acredita que a Bíblia é um palavra humana sobre Deus, quando ela não se ajustar à sua opinião de como as coisas devem ser seguidas, você sentirá que pode discordar, ir contra ela ou até manipulá-la como bem te agradar. Portanto, a Bíblia não é a nossa palavra sobre Deus, pelo contrário, é a Palavra de Deus para nós. A Bíblia é a revelação divina para a humanidade.

Mas por que eu deveria me importar se a Bíblia é a Palavra de Deus para nós e não o contrário? Isso faz toda a diferença, pois se Deus não falou as suas palavras, a Bíblia não passaria de uma inspiração. Pense em grandes promessas da Bíblia tais como  Hebreus 3:5 que diz “nunca te deixarei, nem te desampararei”. Ou então Filipenses 4:19 “o meu Deus suprirá todas as suas necessidades de acordo com as suas riquezas em glória”.

Se essas palavras são, de fato, palavras que vieram da boca de Deus, podemos nos apegar a essas promessas e confiar. Além disso, podemos nos acalmar e saber que Deus está cuidando de mim e de você. Todavia, se essas palavras são humanas, de maneira alguma poderíamos nos apegar a isso com confiança. Isso minaria o fundamento da esperança, pois substitui as promessas de Deus para nós pelos nossos desejos, sem garantia alguma de que eles se cumprirão.

 

A Palavra nos torna fortes

Filhinhos, eu lhes escrevi porque vocês conhecem o Pai. Pais, eu lhes escrevi porque vocês conhecem aquele que é desde o princípio. Jovens, eu lhes escrevi, porque vocês são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece e vocês venceram o Maligno.

1 João 2:14

A igreja é composta por vários grupos geracionais, e em sua carta, João fala direcionando a cada um deles. Ele fala aos jovens, e vemos que se a Palavra de Deus está habitando em nós, o resultado disso é força – nos tornamos fortes! Em outras palavras João está dizendo: “Jovem, se a palavra está habitando em você, Deus diz que você é forte, é por isso que vocês já venceram o maligno”.

Quando a palavra de Cristo está habitando em nós, isso nos garante que não estamos entregues a desejos ou pensamentos positivos. Além disso, nos garante que estaremos firmados nas promessas de Cristo.

A garantia da vitória do jovem não se dá por causa do pequeno grupo, ou dos líderes e pastores que o acompanham. Na verdade ela se dá porque estes permitiram que a Palavra de Deus habitasse em seus corações, por isso eles venceram o maligno.

 

Vencendo a maldade que cresce nessa geração

Por outro lado, isso não é possível em uma igreja que só oferece entretenimento. Jovens têm força quando incluem a Palavra em suas vidas. Não há nada mais sério que um mergulho na palavra de Deus em suas vidas. Por isso, devemos levar a sério o gastar tempo nas Escrituras. Estamos sendo atacados por todos os lados.

Devemos ir à palavra de Deus com seriedade. Permitir que ela molde nosso caráter, não tratar como uma caixinha de promessas, que tiramos um versículo por dia. Não existe outra saída pra nos. O futuro da nossa igreja, da igreja brasileira, da nossa família, está na palavra de Deus habitar ricamente em nós. Não há outra saída!

 

Qual o segredo para uma vida espiritual?

Se você perguntar pras pessoas hoje qual o segredo pra uma vida espiritual, é possível que você ouça 3 respostas semelhantes a isso aqui:

1- A resposta do meio evangélico:

“A vida espiritual é encontrada nas pessoas do seu redor. Junte-se a nós e tudo vai ficar bem pra você”. Portanto, é nisso que os fariseus acreditavam. Reunir-se em um grupo de pessoas todo domingo pra cantar hinos não é a garantia de uma vida espiritual. A comunhão é uma parte integral da vida espiritual, mas não é a fonte de vida espiritual.

2- A resposta do meio secular:

Se você perguntar qual é a fonte da vida espiritual no meio secular, provavelmente dirão que você precisa encontrar o seu eu. Olhar para dentro de si para encontrar o segredo da vida espiritual saudável. “As respostas estão dentro de você, a fonte da vida está dentro de si”.  

3- A resposta bíblica 

A vida espiritual é encontrada quando a Bíblia está aberta dentro de você. Essa é a fonte de uma espiritualidade saudável. Dessa forma, a comunhão é mais saudável quando a palavra de Deus está no centro. 1 Pedro 1:23  diz: Pois vocês foram regenerados, não de uma semente perecível, mas imperecível”. Ou seja, fomos gerados novamente, de uma semente que não é perecível. Que não morre, que não termina. Fomos regenerados pela palavra de Deus, que vive e permanece. 

 

Dê a Palavra lugar de honra

É muito legal nós seguirmos vários perfis cristãos que nos encorajam e palavras que nos dão ânimo e fé. Portanto, cuide para não substituir a alimentação espiritual e não terceirizar nossa responsabilidade de nos nutrimos das escrituras.

Dessa forma, dê a palavra um lugar de honra e destaque da sua vida. Não dê espaço de honra na sua vida para pessoas que ocupam pouco do seu tempo e espaço na sua vida. Logo, trate a Bíblia em lugar de honra na sua vida. Você gasta tempo com aquilo que lhe dá lugar de honra. Torne a leitura da bíblia algo especial na jornada do ano que vem e desse ano!

As mídias sociais serão a prova naquele dia, diante de Deus, como um testemunho de que somos indesculpáveis se falarmos para o Senhor que não tínhamos tempo para leitura da bíblia. A grande verdade é que escolhemos para o que temos tempo ou não.

 

É hora de planejar

Nesse próximo ano, gaste tempo de comunhão em torno da palavra de Deus. Portanto, faça a palavra de Deus centrada na comunhão. É hora de começarmos a planejar que tipo de ano teremos em 2024. Por isso, não seja a falta da palavra de Deus a frustração no fim do ano.

Por isso, a Bíblia precisa encontrar lugar no nosso dia a dia, na forma que educamos nossos filhos, na forma que respondemos nossas tribulações. Logo, que a palavra de Deus habite ricamente em nós. Vamos para as escrituras, vamos chorar diante da Palavra. Vamos nos alimentar da Bíblia, vamos ler, e talvez não faça sentido, e vamos lendo, talvez pela décima vez o mesmo versículo, e de repente, vai fazer sentido no seu coração. 

Não terceirize a sua responsabilidade de ser nutrido através das Escrituras!

Que Deus te abençoe!

Palavra do Pr. Vinicius Sousa no culto do dia 19 de Novembro de 2023 na Fhop Church

 

Plano de leitura bíblica:

Para te ajudar com seu planejamento de leitura bíblica no próximo ano, preparamos um plano de leitura bíblica que você pode acessar clicando nos links abaixo:

Plano de leitura bíblica 1 ano

Plano de leitura bíblica 5 meses

 

 

 

 

 

 

Meditando sobre a igreja de Éfeso em Apocalipse 2, podemos refletir sobre a figura de um casamento que chega a um triste fim como o divórcio. Afinal, o que faz um casal chegar ao divórcio não é uma perda repentina do amor (mesmo que para alguns pareça que seja). Mas sim, um amor que se desvanece aos poucos.

É como uma pequena embarcação que tem sua rota mudada apenas alguns milímetros para o lado. No final, ela acaba chegando totalmente perdida do destino que deveria estar. Logo, é necessário escolher amar diariamente. Pois, afinal, são as pequenas coisas que fazem com que um casal se afaste e o amor se perca. Dessa forma, o resultado pode ser o rompimento do relacionamento.

“Entretanto, tenho contra ti o fato de que abandonaste o teu primeiro amor. Recorda-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras. Porquanto, se não te arrependeres, em breve virei contra ti e tirarei o teu candelabro do seu lugar.” (Apocalipse 2:4-5)

 

Uma decisão

Seguindo essa analogia, aquela decisão de se esforçar para amar e ser amado do começo do relacionamento pode acabar sendo engolida. O passar dos anos, as rotinas, distrações, filhos, contas a pagar, trabalho e tantas outras coisas boas e ruins. Portanto, essas coisas fazem dois corações que um dia se encontraram, se perderem um do outro. Mas aonde queremos chegar com essa reflexão? Se pararmos para pensar, nosso relacionamento com o Senhor é exatamente assim! Além do mais, Ele nos chama e nos lançamos Nele (primeiro amor), mas é necessário cuidado, zelo e cultivo desse amor, pois o nosso coração é enganoso e dia após dia. Portanto, muitas vezes com pequenas escolhas, pequenos ídolos ou outras prioridades, podemos nos perder Dele.

 

O que é amar?

Amar é e sempre será uma escolha. Ele escolheu nos amar e ao recebermos essa revelação  escolhemos amar a Ele de volta ou escolhemos viver longe dele. Todavia, independente da escolha, ela acontece de forma gradativa. Pois amar é uma construção! Logo, a partir do momento que temos uma revelação do amor de Deus, nos dedicamos a conhecer mais desse amor e dessa revelação. Fazemos isso gastando mais horas do dia orando, buscando por mais do Senhor, queimando pela sua palavra, adorando sua majestade ou simplesmente desfrutando desse amor que encontramos. À medida que amadurecemos, Deus nos chama a parcerias com Ele, muitas vezes por meio de atividades e ações, que envolvem os planos do Seu reino.

Assim, nos tornamos obedientes e temos prazer em aprender da sua lei e praticá-la. No entanto, todas as nossas movimentações precisam ser diligentes no que diz respeito a manter o lugar do cultivo do amor diário, pois isso ainda está sendo construído dentro de nós. E, aos poucos, se isso não for mantido, podemos cair no erro de movimentar coisas (até mesmo grandiosas no reino) vazias de amor. O amor cresce aos poucos, mas cuidado: aos poucos ele também se vai!

 

Em que ponto caímos?

É neste contexto que a igreja de Éfeso se encontrava quando João escreve esta carta: uma igreja marcada por relatos da sua fé, perseverança e boas obras. A igreja de Éfeso se encontrava em uma queda gradativa do lugar de amor dos primeiros dias que lhes foi revelado. No capítulo 2 de apocalipse, são tecidos vários elogios para essa igreja que, mesmo depois de cerca de quarenta anos de sua fundação, seguia com boas obras e perseverantes na fé.

Mas existia um pecado que estava colocando tudo aquilo que foi elogiado ao chão: o tempo passara e eles acabaram transmitindo à nova geração da igreja apenas o trabalho, a fé e a perseverança, mas sem o primeiro amor que os havia encontrado. A cada serviço prestado à igreja é natural desenvolvermos habilidades para executá-lo com cada vez mais facilidade e isso pode nos conduzir para um lugar de “costume”, um lugar ritualístico onde fazemos as coisas no automático e, por vezes, acabamos perdendo o sentido do por que estamos fazendo.

Perseverar em meio a perseguições e adversidades é difícil, cansativo, doloroso e até mesmo exaustivo. Persevera-se em fé, mas ela não está ao todo ligada ao amor, pois podemos crer sem necessariamente estar intimamente ligados em amor ao Deus que cremos. No entanto, à medida que os sofrimentos aumentam essa fé se torna frágil caso não esteja firmada em um amor profundo e acaba não resistindo na caminhada. Além disso, como Paulo fala para a igreja de Corinto: o único que permanece para sempre é o amor.

 

Como manter o primeiro amor em chamas?

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria (…) O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13:1,2,4-7)

 

Em 1 Coríntios 13 Paulo menciona que o amor nunca morre, ou nunca acaba. Quando pensamos neste amor, pensamos em um amor profundo, forte e verdadeiro que é o do Senhor por nós. No entanto, como podemos ver em Éfeso, um descuido pode nos fazer deixar o amor ir gradativamente se acabando, se enfraquecendo, acostumado com um nível raso até que desaparece sem que se perceba. Mas as escolhas diárias nos direcionam ou para um lugar de amor mais profundo, ou para o apagar da chama. Podemos escolher colocarmos o Senhor como prioridade em nossos dias e escolhermos a boa parte, mas todas as escolhas exigem certas renúncias. Será que estamos dispostos a renunciarmos outras coisas em prol de mantermos essa chama acesa?

Nós temos um mandamento muito claro e específico: ‘’Amar o Senhor teu Deus sobre TODAS as coisas.’’ (Lucas 10:27). Se TODAS as coisas tomam o tempo e o lugar Dele, estamos desobedecendo um mandamento, estamos abandonando um amor, deixando de lado uma prioridade. Em resumo: PECAMOS! Por este motivo o versículo 5 do capítulo 2 de apocalipse solicita que a igreja de Éfeso se arrependa, se LEMBRE de onde caiu e VOLTE ao amor das primeiras obras. Volte a fazer tudo com amor, volte a perseverar nisso, volte a AMAR de todo coração, alma e entendimento.

 

 

Lembre-se do primeiro amor

A chave de tudo está nisso: ‘’Lembre-se de onde caiu’’. Lembre-se do amor!

A igreja de Éfeso estava caminhando como igreja, mas seu amor desaparecia a cada dia que passava. Assim, dia após dia tudo se tornava um costume ao invés de uma devoção. E Deus adverte que se eles não mudassem seu percurso logo já não seriam igreja do Senhor. Ele removeria seu candelabro, pois afinal de contas, para que serve um candelabro se ele está apagado, não é mesmo?

Por isso “lembre-se disso, Éfeso” reacenda a chama dos primeiros dias, gaste tempo queimando novamente e em TUDO que fizer lembre-se do amor. Na nossa caminhada não é diferente, nos distraímos tão facilmente, nos acostumamos tão facilmente e nos deixamos apagar tão facilmente. Que possamos renunciar aquilo que nos afasta do Senhor, trazendo à memória o que traz esperança e nos lembrando de quem é o amor que incendeia nossos corações. Por este motivo, nossa busca é sermos selados num amor que é como o fogo. Aquele que águas não podem apagar nem afogar, e queimar até sermos achados enfermos de amor por Ele.

Nossa oração é por um amor que permanece e que não se esquece dos primeiros dias, não deixa o primeiro mandamento sair do primeiro lugar e não coloca outros amores como prioridade em seu lugar. Que por toda nossa vida peçamos, busquemos, desejemos e ansiamos apenas uma coisa: amar ao Senhor de todo o coração!

 

Luana Mathia – Aluna do Fascinação Turma 19

 

No Intensivo Fascinação, nossos alunos têm a oportunidade de compartilhar suas meditações na “track de proclamadores” como uma forma de se desenvolverem no estudo e na interpretação da Palavra. Leia mais outros textos dos nossos alunos:

Rendição: uma resposta de adoração e louvor

O altar que estamos construindo

 

 

A perda do “primeiro amor” é uma situação em que muitos cristãos se deparam diante da sua jornada. Por muitas vezes, a falta de compreensão sobre alguns pontos referentes ao nosso coração faz com que venhamos a reagir de forma equivocada perante a esta questão. Talvez, a pergunta mais gritante desta exortação do Senhor se trata sobre “o que é o primeiro amor?” – em conjunto a isso, vemos mais questionamentos nascendo ao meditarmos, afinal, primeiro amor é o amor que temos quando nos convertemos? Por que eu o perdi? E no final chegamos à pergunta que se relaciona com a ordem de Cristo: “como voltar ao primeiro amor?”. 

 

“Tenho contra ti, porém, o fato de que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta às obras que praticavas no princípio. Se não te arrependeres, logo virei contra ti e tirarei o teu candelabro do seu lugar.” (Apocalipse 2:4-5)

 

Uma exortação de Cristo

No final do primeiro século, João escreve as Revelações que recebera quando exilado na Ilha de Patmos durante o governo de Domiciano. Então, ele escreve às 7 igrejas da Ásia menor sob a ordem de Cristo, sendo a primeira carta para a Igreja de Éfeso. Esta cidade foi uma cidade em que o Evangelho cresceu de forma exponencial. Além disso, Paulo foi responsável pela fundação e pela manutenção da comunidade, descrita no livro de Atos (Atos 19).

Contudo, sabemos que o próprio João também foi Bispo desta igreja. A cidade era a mais importante da província romana da Ásia, nela havia o templo de Diana e também havia se tornado o centro bancário mais rico. Devido a estes fatores, os efésios eram independentes. Porém, Paulo, quando escreve a carta a esta Igreja, por volta de 60 d.C., ele afirma que era conhecido por ele a fé que havia entre os membros e também o amor para com os santos. (Ef 1:15).

Assim, quando olhamos para a exortação de Cristo a Éfeso percebemos pontos a seres ressaltados, tais como: Deus sabia tudo o que eles faziam. Eles foram críticos demais em relação a pseudoapóstolos. Eles haviam sofrido por conta de Jesus, mas, eles abandonaram o primeiro amor e era necessário que tomassem alguma atitude, e assim, voltar ao primeiro amor.

 

O que é o primeiro amor?

O primeiro amor não é de caráter temporal, ou seja, o amor que havia no início da minha conversão. É, portanto, o quanto que Cristo ocupa na minha vida. João discorre muito sobre este assunto em suas cartas. Em sua primeira epístola, ele nos apresenta que Deus é amor (1Jo 4:8) e que “nós o amamos porque Ele nos amou primeiro.” (1Jo 4:19). Sendo assim, o primeiro amor é a resposta do nosso coração ao amor que nos amou primeiro.

Em Confissões, Agostinho admite que Deus havia ferido o seu coração com sua Palavra, e então ele amou ao Senhor, mas na continuação de seu livro (Livro X), ele indaga: “o que eu amo quando te amo?” – Esta pergunta nos leva a questão sobre o porquê acabamos partindo para um lugar onde perdemos este amor.

 

Por que o perdemos?

Calvino nos diz que “o coração do homem é uma fábrica de ídolos”. Assim, durante a história percebemos que o povo de Israel, chamado para serem construtores de altares a YHWH, passam a ter olhos para deuses falsos e assim, começam a erguer altares em devoção a eles. Isso demonstra como nosso coração SEMPRE ADORA ALGO. Logo, perdemos o primeiro amor porque começamos a nos saciarmos com outras coisas, porque nossos olhos começam a ser fascinados com algo que não é o Senhor e Idolatria é justamente isso. Além disso, é buscar em outro lugar algo que apenas Deus pode ser.

 

O homem está em constante amor a algo

Então, voltando ao questionamento que Agostinho havia feito (o que amo quando te amo?), isto nos alerta sobre a imagem que nós temos de Deus. Levando no contexto geral, Deus fez o homem para si, o pecado o cegou e agora o homem busca preencher esta lacuna. Logo, é assim que nasce a adoração a outros deuses e a adoração da imagem do Senhor de forma deturpada.

Portanto, o homem está sempre construindo altares e está em constante amor a algo. Sendo assim, quando estamos destituídos da imagem clara do Senhor, acabamos nos movendo através do que há em nosso coração pecaminoso. Quantas vezes amamos a um deus ao qual nós criamos? Quantas vezes servimos e adoramos a um deus ao qual está muito mais próximo da nossa personalidade do que do Deus verdadeiro? Um deus criado à minha imagem e semelhança? 

 

Somos feitos por Ele e para Ele

O coração da Igreja de Éfeso havia sido corrompido e perdido este lugar de completude e satisfação, pois se Cristo não estava em primeiro lugar, algo estava ocupando esta posição. Este lugar é o da perda do primeiro amor. O próprio Agostinho nos fala que “fizeste-nos para Ti e nosso coração só encontrará repouso se estiver em Ti”. Ou seja, só viveremos esta verdade ao voltar ao primeiro amor e se o primeiro amor do nosso coração for o Senhor. 

Éfeso operava boas obras, mas o coração estava distante, por isso, após comunicar o problema da igreja, Jesus continua a exortação para que eles lembrassem de onde haviam caído e se arrependessem. A perda do primeiro amor não é apenas uma situação, mas um pecado. Como falado anteriormente, a perda do primeiro amor se dá por conta da idolatria em nosso coração. Como F.F. Bruce diz: “nem as obras e a sã doutrina podem tomar o lugar do amor na comunidade cristã.”

O questionamento a ser respondido aqui é: se não estamos amando a Deus, o que estamos amando em seu lugar?

Voltando ao primeiro amor

Devemos voltar ao primeiro amor, isto é, voltar ao lugar em que somos fascinados e satisfeitos pela Beleza de Cristo. É o lugar onde não somos definidos que fizemos ou pelo que apresentamos em nossas mãos, mas somos definidos na pessoa de Cristo. É o lugar de “uma só coisa” (Sl 27:4). 

Voltar ao primeiro amor configura-se no primeiro mandamento, expresso por toda a história de Israel: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, toda alma e de todo seu entendimento (Mc 12:30). É a partir deste lugar que nossas mãos devem fluir.

Basicamente, Jesus já nos demonstra o que devemos fazer. Relembrar em que lugar caímos e nos arrepender, Jesus não está condenando o feitio das obras, mas aonde está o coração, por isso, precisamos nutrir o nosso coração em um lugar de intensidade e devoção ao Senhor.

 

3 ferramentas para cultivar o primeiro amor 

Oração – lugar de intimidade e relacionamento com o Senhor. Momento em que nos colocamos diante do Senhor a fim de que Ele venha a nos moldar e mudar para que a cada passo venhamos a nos tornar mais semelhantes a Ele. 

Leitura da Palavra – É através da sua Palavra que conhecemos este Deus ao qual nos relacionamos. Jesus nos convida a amar a Deus com todo entendimento. Isso parte de um lugar da revelação da Palavra do Senhor. É nos 31.000 versos, 66 livros que conhecemos ao Deus Criador, que há 2 mil anos atrás invadiu a história como um bebê indefeso, sofreu, morreu, ressuscitou, voltará para Reinar e encontrará a sua Noiva num lugar de Primeiro Amor. 

Jejum – Expressando a saudades do Noivo! Mostrando que nós vivemos para algo acima dos nossos prazeres. 

O primeiro amor precisa ser regado na vida cristã ordinária. Assim como nos altares levantados, era necessário que os sacerdotes mantivessem o fogo aceso (Lv 6:12-13). Era preciso que eles cuidassem daquele lugar para que a chama não se apagasse – precisamos nutrir o primeiro amor neste lugar com uma vida de beleza e fascínio ao Senhor. Compreender que Cristo é o nosso bem supremo é uma chave essencial para voltarmos a lugar que Éfeso havia caído. 

 

Guilherme Henrique Joanella – Aluno Fascinação Turma 18

 

Meditando no Salmo 141:2,  a frase que veio ao meu coração foi essa “o altar que estou construindo aponta para o Deus que Sirvo”:

“Que a minha oração suba como incenso a tua presença, e o levantar das minhas mãos seja como sacrifício da tarde” (Salmos 141:2)

 

No contexto em que vivemos hoje, podemos observar diversos estilos de vida. Além disso, cada um aponta para a maneira que faremos nossas escolhas e tomaremos as nossas decisões. Logo, ao ler este verso imagino que Davi estivesse pensando em um altar, pois nele apresentava orações e sacrifícios. Afinal, o altar é um lugar onde o sacrifico era elevado, ou seja, se tornava evidente, visível e distinto ao Senhor. Portanto, de muitos pontos que podemos observar neste texto, considero dois indispensáveis. 

 

Todos nós estamos construindo um altar

O primeiro é que todos nós estamos construindo um altar, e isso não se trata apenas de uma escolha, mas sim o reflexo daquilo que vivemos. Quando falamos sobre o estilo de vida de uma pessoa, nos referimos ao altar que ela está construindo. Ou seja, a partir deste estilo de vida e altar, se tornará evidente ao Senhor suas prioridades, seus amores e quem de fato é o deus que o altar serve. 

 

O que estamos colocando no altar

O segundo ponto fala a respeito do que estamos colocando sobre o altar da nossa vida e a forma que o estamos construindo. O fato é que a minha oração é reflexo daquilo que vivo e a minha resposta à oração é reflexo do deus que sirvo. Diante disso, somente uma conclusão é possível tomar forma: todos nós somos construtores de altar. Por esta razão, construir não se trata de querer ou não, mas sim o que nossa vida tem construído. Portanto, como vivemos importa, e assim, viver será a matéria prima para construir o altar. E por conseguinte, responder aos fatos da vida desenhará a planta de nossa construção e a soma disso trará forma ao altar construído.

 

A vida de Davi era um altar de devoção sincera ao Senhor

O salmo 141 foi escrito por Davi, este salmo traz um lamento pessoal de Davi que mostra uma oração sincera para que Deus o proteja contra toda falta de sinceridade e transigência entre tais perigos, fala a respeito de uma proteção em sua boca e lábios e para que a justiça de Deus seja feita contra os injustos, Davi ainda afirma que seus olhos permaneceram no Senhor, pois sua confiança Nele está. 

Observando com atenção o versículo 2, percebemos que Davi cita elementos que apontam para a sala do trono onde o incenso gerado através das orações são levados até aos céus e depositado nas taças diante de Deus (Ap 5:8).

 

Abraão foi um construtor de altar

A Bíblia é clara em diversos momentos ao falar sobre orações, altar e oferta diante do Senhor, porém olhando para o ponto que se refere a construção de altar, temos um homem que foi considerado amigo de Deus, o pai da fé, aquele a quem Deus disse que não esconderia o que faz (Gn 18:17) este homem é Abraão, vemos sua vida como alguém que construiu altares diante do Senhor em vários momentos, perceba comigo e observe como ele escolher viver. 

  • Chega a Canaã (Siquém) e constrói um Altar “Atravessou Abraão a terra até Siquem, até ao Carvalho de Moré… Apareceu o Senhor a Abraão e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali edificou Abraão um Altar ao Senhor.” (Gênesis 12:6-7)

 

  • Vai a Betel, constrói um Altar ali “Passando dali para o monte ao oriente de Betel, armou a sua tenda, ficando Betel ao ocidente e Ai ao oriente; Ali edificou Abraão um Altar ao Senhor, e invocou o nome do Senhor.” (Gênesis 12:8

 

  • Problemas com Ló: vai ao Altar que ele havia levantado, invoca ao Senhor a situação se resolve: “Fez as suas jornadas do Neguebe até Betel, até o lugar onde primeiro estivera a sua tenda, entre Betel e Ai, até o lugar do Altar, que outrora tinha feito, e alí Abraão invocou o nome do Senhor.” (Gênesis 13:3-4

 

  • Vai para os Carvalhos de Manre e constrói um Altar ali. “E Abraão, mudando as suas tendas, foi habitar nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e levantou ali um Altar ao Senhor.” (Gênesis 13:18

 

Construindo um altar diante do Senhor

Então, depois de mais de 10 anos entre o ultimo altar construído até Gênesis 22, Deus pede para que Abraão sacrifique seu filho Isaque e o entregue a Deus. E assim, Abraão como um bom amigo de Deus, prepara a lenha pega seu filho e sobe ao monte para sacrificá-lo. Portanto, quando Abraão prepara o altar e coloca seu filho sobre ele, pronto para entregar ao Senhor, Deus provê um cordeiro, pois ali o Senhor viu o coração de Abraão. Neste momento Abraão volta a fazer o que foi criado para ser, um construtor de altar diante do Senhor. 

Neste momento Abraão é atraído de volta a sua essência e entende que construir altar, passou de uma escolha para um consequência de como vive sua vida, ele não deixou de amar o Senhor, mas deixou de fazer aquilo que foi chamado para fazer e Deus em sua infinita misericórdia trouxe-o de volta ao foco.

 

Josué foi um construtor de altar

Além de Abraão, temos o exemplo de Josué que constrói dois altares para o Senhor. Primeiramente, ele constrói um altar no meio do rio Jordão durante a travessia. Depois, ao atravessar o rio ele constrói outro altar ao Senhor como memorial deste dia onde Deus fez com que o povo atravessasse o rio com vida. 

Naquela época o altar era construído com pedras e para representar as 12 tribos de Israel cada altar era composto de 12 pedras. Desta forma, o que nos chama atenção neste trecho é que primeiro Josué constrói um altar dentro do rio, o qual ele construiu sem a ajuda de seus companheiros. Esse altar ficou no fundo do rio após eles terem passado.

Logo, somente após atravessar é que Josué constrói o outro altar onde todos veem e com a ajuda de seus companheiros. Mas o que ninguém sabia é que antes de fazer o altar sob a vista de muitos, Josué já havia construído um altar somente diante do Senhor sem que ninguém o visse. A conclusão que chego partindo deste ponto é que, construir altar não se refere ao que as pessoas verão apenas, mas primariamente ao altar interno que construo na audiência de um, fazendo conforme a orientação dada por Jesus em Mateus 6:6.

 

Construir um altar está relacionado com a maneira que vivemos

Diante de tantos exemplos que temos na Bíblia, mencionamos dois deles e podemos ver que construir altar está associado com a maneira que vivemos. No contexto que vivemos, o tempo parece cada vez menor. Mas a verdade é que se não formos zelosos em construir um altar com nossas vidas diante do Senhor, o tempo passará.

E assim, o resultado daquilo que construímos enquanto caminhamos será apenas a revelação de que tipo de deus tem governado nosso coração. E além disso, qual senhor nós estamos servindo. Construir altar é um resultado daquilo que fazemos diariamente e do que temos como prioridade em nossas vidas.

 

Um altar para elevar as orações e sacrifícios

Em Salmos 141:2, Davi estava procurando um altar para elevar suas orações e sacrifícios diante do Senhor. Assim, em meio a sua aflição clamou e ofertou no altar aquilo que lhe coube entregar. E portanto, ele deixa evidente que internamente o Deus verdadeiro governava seu coração, pois também os seus olhos estavam no Senhor.

Além disso,  o levantar das suas mãos era em gratidão e certeza de que Deus estava ouvindo. O altar interno já estava construído até que externamente todos vissem suas mãos levantadas diante da majestade de Deus.

 

A maneira como vivemos importa

Dessa forma, é possível concluir que a maneira como vivo é extremamente importante, pois viver é construir um altar para o Senhor, nossas atitudes e reações diante de circunstâncias desfavoráveis revelam o quem tem sido prioridade em nosso coração. De fato, construir um altar não é uma tarefa fácil, mas o verdadeiro sucesso de uma construção só é visto ao fim dela.

Portanto, o altar que minha vida está construindo deve revelar o Deus soberano sobre todas as coisas, que recebe as orações como incenso e as mãos levantas como uma oferta de gratidão, pois Deus é digno de que vivamos uma vida justa e reta diante dele. Além do mais, nossa vida é a construção de um altar e esse altar aponta para o deus que meu coração tem servido.

 

Fabio Henrique Gonçalves dos Santos – Aluno Fascinação Turma 18

 

Quando se fala de intercessão por Israel, algumas perguntas geralmente surgem e, para trazer certa clareza sobre esse assunto tão pertinente ao movimento global de oração dos nossos dias, gostaria de tentar responder duas questões principais: Por que e como orar por Israel? 

Por que orar por Israel? 

Primeiramente, oramos por Israel porque há uma ordenança bíblica para orarmos por Israel, e em segundo lugar, porque há uma promessa ainda não cumprida – o Senhor ainda tem planos para o povo de Israel que se cumprirão até o seu retorno à terra (Jr 32:37-42). Israel terá a sua terra quando o Senhor voltar – essa é uma das promessas que o Senhor fez a Abraão em uma aliança irrevogável (Gn 15:17-21). Do mesmo modo, o que fez Paulo sentir tanta tristeza e até desejar ser amaldiçoado pelos seus irmãos israelitas? (Rm 9:2,3) Ele afirma:

“o desejo do meu coração e a minha súplica a Deus em favor de Israel é que ele seja salvo” (Rm 10:1).

Paulo tinha essa convicção de que os planos para o seu povo ainda não haviam terminado, e por isso, clamava! Debaixo da sabedoria e soberania de Deus, Israel rejeitou a Cristo e a salvação chegou a nós, os gentios (At 11:18; Is 65:1). Porém, o que aconteceria então com a aceitação deles a Cristo, “senão, vida dentre os mortos?” (Rm 11:12, 15). Por isso oramos por Israel, pois quando chegar a plenitude dos gentios, Paulo afirma que:

“todo o Israel será salvo (…) O Libertador virá de Sião e desviará de Jacó as impiedades; e esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados.” (Rm 11:26,27).

Em Isaías, o Senhor diz a Jerusalém que colocou vigias sobre os seus muros, Ele mesmo disse que levantaria intercessores para clamarem de dia e de noite até a Sua vinda (Is 62:6,7). Por isso, o plano de Deus ao levantar oração incessante na terra está ligado ao plano de redenção que culmina na Sua gloriosa vinda, ou seja, é uma promessa que tem uma abrangência global e aponta para o fim. 

Como orar por Israel?

Após termos essa breve perspectiva das promessas bíblicas a respeito de Israel, nosso coração se inclina para orar aquilo que é a vontade de Deus. Pois, afinal, a Sua palavra certamente se cumprirá. Estes são alguns pedidos de oração que falamos de volta para Deus: “assim como o Senhor disse, cumpre a Tua vontade, Senhor!”

  1. Ore por Jerusalém
    Até que a sua justiça resplandeça como o nascer do sol, e a sua salvação, como uma tocha acesa (Is 62:1). Segundo as profecias, o governo de Jesus será estabelecido em Israel, o qual será um governo justo, de paz e eterno (Is 9:6,7). Isso apenas acontecerá em plenitude quando Jesus voltar. Portanto, se oramos pelo estabelecimento de justiça, pela restauração e salvação de Israel. Fundamentalmente, oramos pelo hoje e oramos pela futura vinda do Cristo, o descendente de Davi (Sl 132:11-18). 

Assim também, podemos ouvir o clamor de Davi que dizia:

Orai pela paz de Jerusalém, um clamor que também visava um tempo de restauração e estabelecimento do reino de Cristo (Sl 122:6-9). 

 2. Ore pela Salvação de Israel

 O foco aqui é a oração de salvação àqueles judeus que ainda não creem – seja em Israel ou em outros lugares, pois a nacionalidade deles nunca foi e não será suficiente para salvá-los. Apenas aqueles que estão em Cristo permanecerão enxertados na oliveira e serão salvos (Rm 11:24). Então, clame para que o véu temporário de seus olhos seja removido, pelo abrir de olhos e o  quebrantar dos corações, para que reconheçam Jesus como Aquele que sofreu, morreu e ressuscitou para dar a eles o perdão dos pecados. 

3. Ore por mais intercessores por Israel

E por um despertar da Igreja gentílica para “provocar ciúmes” em Israel (Rm 11:14). Isto se dá através da pregação do Evangelho, de sinais e milagres, e principalmente através do amor demonstrado pela Igreja. Que a Igreja ame o povo que Deus formou e usou para cumprir os seus propósitos de redenção. Um povo que sofre muita perseguição por simplesmente ser judeu. Que o Deus de Israel levante os vigias nos muros que não se calarão nem se cansarão (Is 62:6).

4. Ore pela comunidade cristã messiânica de Israel

A Igreja em Israel é formada hoje de judeus, árabes e outras etnias e é uma igreja com pessoas fracas semelhantes a nós, e que sofre perseguição ao anunciar o Evangelho abertamente, principalmente por parte de judeus ortodoxos, os mais conservadores. Devemos orar por fortalecimento dos nossos irmãos, pela ousada pregação do Evangelho ao seu próprio povo e pela perseverança do remanescente fiel de Deus.