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Sobre o autor

Miriã Oliveira

Miriã Oliveira é advogada e já foi missionária intercessora em tempo integral atuando também no departamento de ensino na casa de oração Fhop. Hoje é seminarista e fundou o Cristãos Urbanos buscando fortalecer todos aqueles que desejam serem convictos e fortalecidos na fé em Cristo e a não se corromperem diante da cultura.

“Deleita-te no Senhor e Ele concederá os desejos do seu coração.” Salmos 37:4. Deleitar e descansar diz muito a respeito do que nós adoramos e amamos. E estamos cientes que vivemos num mundo cheio de prazeres. Temos objetivos, desejamos coisas, afetos e felicidade.

E diante disso tudo, Deus nos chama a sermos seus por meio de Cristo Jesus. Ele nos convence do pecado e do juízo que virá. E agora a nossa fonte de satisfação é Ele, que se faz a recompensa e a herança dos santos, o próprio Cristo é o deleite. Deleitar em Jesus é um convite e uma realidade maravilhosa!

Com isso, não estamos mais diante de um legalismo e regras que nos moldam a sermos irrepreensíveis, mas diante dos nossos corações sendo provados por Deus.

 

Buscar deleitar no Senhor muda as intenções do coração

 

Amar a Deus é se deleitar Nele. E com isso, certamente, uma chave vira em nossas vidas, quando abrimos os nossos olhos para a realidade e centralidade de Jesus.

Mas, também é verdade que Deus não tirou de nós o uso ou abuso das dádivas que Ele nos deu¹. Ele nos proporcionou uma natureza que não descansa em coisas perecíveis. E o que isso quer dizer?

As coisas da terra são dadas por Deus para nosso desfrute, mas ainda assim não são um fim em si mesmas. Elas cooperam para o propósito divino. Elas revelam a glória de Deus. E, é a Deus que devemos entregar todo o nosso amor.

Quando nos deleitamos em Deus, nossos desejos são mudados e alinhados aos dele, e neste caso Deus deseja realizá-los.

 

Deleitar no Senhor é a dádiva mais suprema

 

A caminhada cristã nos oferece deleite e descanso. E Deus sempre escolheu o descanso dos homens. Ele nunca nos cobrou uma performance, mas nos ensinou sobre louvores em espírito e em verdade. Neste sentido, gratidão e satisfação em Deus fluindo de nós é um fim em si mesmo. Pois neste caso, é descanso verdadeiro em Deus.

Desse modo, o descanso tem o papel de centralizar as nossas vidas e inquietações àquele que é nosso Pai. Sendo assim, a vontade de Jesus é alinhar o nosso coração aos propósitos dele, para que tenhamos unidade com Ele e o Pai, como em João 17¹.

 

Temos algo mais excelente que as coisas perecíveis

 

Não desprezamos aquilo que Deus nos deu e aquilo que envolve as nossas escolhas nesta terra. Por outro lado, o intuito da Bíblia é nos mostrar de onde procede o valor supremo que rege todas as coisas.

As outras preocupações de futuro, namoro e carreira fazem parte da nossa vida. Mas elas não devem ser um plano de felicidade. Elas são a gestão daquilo que Deus coloca em nossas mãos.

E no Espírito Santo nós temos a capacidade de amar a Deus plenamente. E permitir que outros provem desse mesmo amor ao estendermos o amor de Cristo ao nosso próximo.

 

A Bíblia nos dá direção de como orar

 

Precisamos fazer as orações de Paulo as nossas, pedir que nosso amor por Jesus seja aumentado (Efésios 3:16-19). E como o salmista, também pedir que a nossa alma se satisfaça no Senhor como quando tem rico banquete (Salmos 63:5).

Pois a verdade que carregamos é que Jesus é precioso. E que nossas vidas em algum momento da história se deparou com a agonia de viver sem tal precioso tesouro. Jesus nos chama a um convite de conhecê-lo e crescer em compreensão de sua graça infinita.

Por isso, o Amado das nossas almas deseja que dediquemos o restante das nossas vidas buscando amá-lo de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de todo o entendimento e de todas as nossas forças (Marcos 12:30). Porque isso vale muito mais a pena do que conquistar o mundo inteiro para si.

 

¹ RIGNEY, Joe. Coisas da Terra. Monergismo, 1ª edição. Brasília, 2017.

Vivemos para Deus. Então por que precisamos viver como igreja? Será que há necessidade de congregarmos em uma igreja local? A verdade é que o significado de congregarmos como igreja é essencial para nossa vida espiritual. 

Chateados com a Igreja local

Entendemos que alguns tiveram experiências negativas com igrejas locais. E isso possa ter afetado o compromisso com a comunidade e até mesmo como cristãos. Muitos se iludem com o que esperavam, e isso é difícil. Muitos também reconhecem que foram aquém com o que poderiam ter oferecido.

É verdade que a igreja, de forma geral, passou por uma fase na história que deu origem à consequências que vivemos hoje em nossa nação. Assumimos a igreja de commodity ou de mercadoria, que provocou uma grande mudança do propósito de nos reunirmos como igreja e até mesmo com o de sermos cristãos. Sofremos uma deturpação, e com isso, um desalinhamento do propósito original. Isso gera consequências até hoje.

Agora, precisamos reverter e voltar às origens. Precisamos das tradições e dos legados dos antepassados que conservaram a adoração ortodoxa e a reverência à palavra de Deus. Pois, eles nutriram a doutrina dos apóstolos em meio à tantas pressões contrárias. E da mesma forma, precisamos rever nossas motivações e nos curvar à essência do por que fazemos o que fazemos, e do motivo pelo qual nos reunimos como igreja.

Não acreditamos que o tradicionalismo seja resposta, mas um gesto de amor nosso para Deus. Pois isso nos leva a orar e amar a palavra dele, e a um amor ao próximo que nos leva a servir. 

Não podemos mais deixar perpetuar essa herança negativa

Desde as indulgências da Idade Média, até as muitas campanhas de libertação dos dias atuais, nos trouxeram a imagem de uma igreja que prega a salvação por obras ou por barganhas. O reflexo disso é o engano desmedido e um antropocentrismo escancarado. Nos curvamos ao silêncio, nos calamos diante dos sistemas de valores deste mundo. E nos juntamos ao lado deles assumindo uma adoração não característica da nossa fé.

Em meio a tudo isso, Deus preservou uma igreja que ora e que adora em espírito e em verdade. Àqueles que perseveraram até o fim, e nisto temos testemunhas fiéis (Hebreus 11). Da mesma forma, não queremos confinar a nossa fé às quatro paredes e nos tornar irrelevantes.

Podemos nos dispor a começar em nós o que Deus deseja fazer em toda a Terra. Temos ao nosso alcance a palavra e o Espírito de Deus que nos nutrem e nos ensinam a sermos igreja. Por isso, precisamos reconhecer que fazemos parte de um corpo. Não estamos sozinhos. E além disso, seremos guiados a nos afastarmos do individualismos e a procurarmos o entendimento da palavra para nos fortalecer mutuamente.

Reunidos como igreja

Quando nos reunimos como igreja conservamos as tradições. Somos alinhados e refinados na mesma palavra edificadora. Pois onde os cristãos estão, eles se unem para adorar. Eles demonstram a graça salvadora e redentora em ação de graças, e clamam pela volta do seu noivo.

Eles amam e ajudam os que estão iniciando na fé e também exortam uns aos outros. Além de alimentarem a consciência de que vivem para a audiência de um, não se considerando superiores a ninguém. E assim, eles vivem em unidade preservando a mesma mentalidade, o mesmo propósito. Assim, temos a consciência de que estamos diante do nosso Pai, praticando o evangelho da graça, perdoando uns aos outros da mesma forma como foram alcançados e perdoados por Cristo.

Quem somos nós neste mundo

Deus nos fez filhos além de nos tornar herdeiros do próprio Deus e da redenção do mundo. Ele também nos fez uma única noiva de Cristo. E o Novo Testamento nos mostra também que somos corpo deste mesmo Cristo. Com isso, não devemos visar ser superiores dentro deste corpo, porque até mesmo aquele que é o cabeça se humilhou. Ele nos ensinou a servir e mostrou o verdadeiro significado de se doar sem reservas.

E da mesma forma, não devemos nos considerar superiores àqueles que não creem em Cristo, porque na verdade somos agraciados. Fomos presenteados com o dom da fé, elegidos para uma nova vida. Mas somos semelhantes pecadores. E diante de tal presente nutrimos a esperança da eternidade, em que provaremos da obra completa de redenção.

Nos reunimos para a glória de um, e vivemos pelo mesmo motivo. Somos igreja, porque fomos enxertados, agraciados e presenteados com o mesmo dom da fé. E quem é presenteado dessa forma ganhou a vida e a eternidade. Assim, entendemos que a igreja não é um hospital, mas o aroma suave, a herança de Cristo e a noiva restaurada, que aguarda o grande dia do casamento celestial.

 

Viver a inimizade com uma pessoa é realmente devastador. Semelhante também é a insatisfação, derivada da busca pelos prazeres – conhecida como hedonismo. Hoje, facilmente nos isolamos, e o nosso tempo tem nos ensinado a reservarmo-nos em uma rasa consciência do outro, do que o nosso vizinho ou amigo tem vivenciado. 

Vemos pouca consistência nos relacionamentos, pouco altruísmo, e falta do que é verdadeiro. Procuramos estratégias, nos rendemos às técnicas do autoconhecimento e à capacitação para enfrentarmos a realidade que não sabemos encarar. Porque, infelizmente, parece que sabemos viver sem Deus (realidade atual), mas a verdade  é que sem Deus não sabemos viver com esperança. 

Além disso, à medida em que a tecnologia tem entrado em nosso cotidiano, seus efeitos têm surtido facilidades e cada vez mais isso nos faz indivíduos independentes e solitários. E em contrapartida, a necessidade social destacada tende a ser a empatia, a interdependência e o desenvolvimento orgânico e natural das relações, visto que precisamos uns dos outros! Todavia, antes de tudo isso, precisamos ter paz com Deus e entender a amizade que a nos está reservada.

 

Tendo amizade e paz com Deus

 

Vivemos consequências da falta de paz com Deus no mundo. E o que seria de nós se não pudéssemos ter paz com Deus? Não poderíamos crer nele, nem conhecê-lo. E ter esta paz não diz respeito a mais uma fórmula de enriquecimento pessoal. Mas a paz com Deus, descrita em Efésios 2:13-14, é o início da vida. É a boa notícia de que agora, podemos ter fé em Deus, pois a vida com Deus tem esperança e um propósito.

A partir daí, entendemos que existe um dono de tudo o que vemos. E Ele continua tendo compromisso com a sua criação por meio da aliança que Ele mesmo firmou em Jesus Cristo na cruz. Jesus é a prova de que Deus existe e que não é distante! Jesus concedeu o acesso do homem a Deus. E agora podemos amá-lo e aprender a amar e a viver, e além disso, ter os nossos prazeres harmonizados. E aí nos relacionaremos melhor com as nossas amizades.

 

Tendo amizade com as pessoas

 

Deus organizou o mundo de forma orgânica e dinâmica. As pessoas devem ser valorizadas. E aprender a conviver com as diferenças não é o bastante. Precisamos de inteligência que nos ajude a exercer misericórdia e perseverança para recomeçar, quando houver desentendimento.

E, as pessoas são mais importantes que esses impasses. Até pelo fato de que podemos provar deste padrão, porque Deus mesmo o instituiu. Ele nos deixou claro seu interesse por relacionamentos.

Deus se demonstrou um ser relacional e amigo dos homens. Mas, ao mesmo tempo, ele não pode ter amizade com todos, porque nem todos o compreendem, pois para nos aproximarmos dele é preciso crer que ele existe (Hebreus 11:6).

 

A suficiência de Jesus para a vida humana

 

Deus se define como “Eu Sou”. Ele é a suficiência, porque Ele é a plenitude e a perfeição que ansiamos. E isso externa a nossa necessidade de Deus. Em todo lugar, sempre iremos desejar características referentes aos atributos inerentes de Deus. Isto é, por desejarmos o que é pleno e perfeito, ansiamos por apreciar a vida e fazê-la valer a pena.

Desejar apreciar a vida não é errado. Porém, é importante termos em mente que a paz com Deus é uma dádiva e a maior de todas. Desejamos uma vida feliz, e nos esforçamos para colher bons resultados. Mas se pudéssemos começar por algum lugar, seria apropriado que fosse pela paz com Deus, através de Jesus Cristo.

Isto, porque a consciência ou o conhecimento que temos acerca de Deus afeta toda a compreensão de nós mesmos e da nossa vida. Termos paz com Deus é saber que não estamos nos referindo a um desconhecido, mas a alguém com quem podemos ter um relacionamento profundo.

E quando nos tornamos cristãos, podemos e devemos nos debruçar na compreensão do conhecimento de Deus. E isto ocorre por meio das Escrituras, dado o valor inestimável a qual fomos expostos. Jesus é a suficiência de que necessitamos conhecer e que dá o sentido de todas as coisas.

Pois vivermos sob a perspectiva cristã é termos consciência de que todos sem exceção prestamos conta das nossas vidas a Deus. E saber que foi nos apresentada a oportunidade de não mais vivermos a inimizade com Deus, mas a submissão prazerosa, em adoração àquele que é. E somente a partir disso temos uma compreensão correta e ajustada da nossa vida aqui e também do nosso papel para com o próximo.

O discipulado começa quando entendemos, em primeiro lugar, o que é cristianismo. Nosso ponto de partida sempre será Cristo. Somos, primeiro, discípulos dele e Ele é o maior interessado em nos guiar a toda a verdade.

Nisto, entendemos que, como discípulos de Cristo, temos a necessidade de perscrutar esse caminho, sabendo cada detalhe acerca dele. Precisamos ser peritos deste nobre caminho, porque é sobre Jesus, e a nossa recompensa será Ele.

 

O discipulado é decorrente da adoração a Jesus

O discipulado engrandece Cristo, porque a raiz dos relacionamentos é o próprio Deus. É enxergar a soberania de Deus em todas as coisas. Esse relacionamento não é para te fazer feliz, mas para louvar a Deus. Isto porque, ambos buscam em Jesus a fonte da vida, a redenção e saciamento da sede.

Dessa forma, assim como em tudo o que fazemos, a centralidade de Cristo estará presente em cada motivação. E quando nos aproximamos de alguém para conversar e abrir o coração, faremos isso porque queremos um coração puro diante de Cristo.

 

Discipulado é relacionamento

Se temos relacionamento com Jesus, precisamos aprender a desenvolver relacionamento com os nossos semelhantes. Também, saber que prestamos contas a Deus, e que, prestando contas ao nosso irmão, ele tem um papel importante para o nosso amadurecimento na fé.

Jesus escolheu o discipulado porque Ele certamente não queria que as pessoas se excluíssem do convívio social ao viverem para Deus. Mas ele queria formar um povo que soubesse se relacionar, aprendesse a lidar com conflitos e se perdoar. E que no amor entre uns aos outros, Deus seria visto e glorificado.

Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”. João 13:35

Com isto, podemos viver para Deus no secreto em oração e meditação das Escrituras, mas também devemos igualmente nos importar com as pessoas que nos cercam. E fazemos isso ensinando, ouvindo, sendo um ombro amigo, fortalecendo o que está desanimado.

 

Exemplos bíblicos de discipulado

Os profetas no Antigo Testamento viviam a primeira aliança com a promessa do Messias. E eram responsáveis por anunciar a vontade de Deus. E Elias e Eliseu (1 Reis 19:19) foram um desses que tinham um relacionamento de discipulado, que resultou em uma lealdade muito bonita.

Já Moisés (Êxodo 18:13-27) liderava grupos pequenos. E lidava com várias dificuldades e problemas do povo. Ele era um líder e pastor, que aconselhava e instruía o povo na interpretação das leis estabelecidas por Deus.

Jesus deixou claro que o cristianismo não é apenas teórico, mas tem poder transformador por ser prático e real. Se trata de um crescimento orgânico e dinâmico, onde todos são igualmente, desafiados a mudarem completamente o rumo de suas vidas.

 

Confronto é necessário

O discipulado tem a finalidade de apontar a realidade sempre para Jesus, devido ao propósito cristão de sermos parecidos com Cristo (Efésios 5:1). Em consequência disso, precisaremos aprender a ser confrontados e, também, a confrontar o nosso irmão. Tendo como propósito fortalecer com alimento sólido (Hebreus 5: 14).

Isto não significa que é bom espiritualizarmos tudo, mas interpretar e discernir os fatos relatados pelo irmão, a quem emprestamos os ouvidos, é importante para aplicarmos o evangelho devidamente. Precisamos manejar bem a palavra para estar prontos para corrigir com mansidão (1 Timóteo 2: 24-25), porque isto resulta na qualidade e saúde da igreja. Quando os irmãos tem um bom ensino e amor fluindo, se vê crescendo sobre um fundamento firme.

A Palavra, por si só, carrega autoridade capaz de transformar o que está morto em delitos em vida. E o ato de ministrá-la com sabedoria deve provocar uma vida de devoção e de maturidade. E o discipulado, como um canal divino, nos ajuda a lidar de modo muito realista com as nossas mazelas, ao mesmo tempo em que encontramos uma humanidade redimida capaz de produzir bons frutos que permanecerão.

Ser à imagem de Deus independe de ser cristão. Isto é, todos os seres humanos carregam características daquele que os criou. Ninguém está isento de qualidades que pertencem a Deus e são provenientes dele. Deste modo, a bondade, virtude que qualquer um pode exercer, vem de Deus.

Isso é visível em como os seres humanos são capazes de se organizar, se relacionar, se perdoar, agir com ética, sendo cristãos ou não, acreditando ou não em Jesus Cristo. Certamente, todos são capazes, mas isto não quer dizer que todos são justificados pelos atos de bondade que praticam.

O intuito aqui é que entender que ser imagem de Deus é um ponto de partida para encarar a vida, as pessoas e os propósitos de Deus. Isto pode se dar já que, segundo a Bíblia, a história começou neste ponto. Além disso, é importante entender que após o início do pecado, a revelação de Jesus foi essencial para o sentido da vida do homem.

Então, aqui se verá a construção de um raciocínio, e é importante que você acompanhe todos eles.

 

Todos têm traços de bondade

Inicialmente, é intrigante que ao mesmo tempo em que existe a maldade, decorrente do pecado e está por toda a parte, a graça de Deus também atua e está preservando a raça humana e a sua criação. E isso ocorre em todos os aspectos da vida, da sociedade, do conhecimento e da história.

Todos possuem traços de bondade, porque são imagem de Deus. Então, a bondade que as pessoas praticam são a prova de que Deus existe, senão não haveria o porquê de elas serem boas. E por que, de certa forma, elas obedecem uma ética e regras?

Além do fato de que não seria possível viver em sociedade sem ética, isso nos mostra que existe uma lógica sobre todas as coisas. Todos obedecem uma lógica. E isso é porque todos são criados por um Deus que organizou as coisas de forma inteligível, estabelecendo sentido. 

 

Você consegue se relacionar com pessoas diferentes de você?

Muitos de nós têm a infelicidade de não saber se relacionar com pessoas que não são cristãs, muito por não compartilharem interesses em comum. Entretanto, a imagem de Deus está refletida naquela pessoa, assim como também está na criação.

A imagem de Deus está presente naquela pessoa. Mas o ponto é que cada um vive sob a influência de uma determinada filosofia ou cultura. Então, as pessoas têm dificuldade de enxergar a vida sob a perspectiva cristã, porque estão presas em seu entendimento.

Isto não quer dizer que a conversão a Jesus Cristo é só pelo entendimento. Ela se dá só por meio da fé. Mas, sem perceberem, essas convicções filosóficas são abraçadas pelas pessoas como uma razão de fé. A raiz se encontra no motivo de que o modo de pensar de alguém pode o levar a uma cegueira acerca de Deus.

Então, uma pessoa com um pensamento diferente do evangelho deveria remeter à igreja a expressão de amor a elas, pelo fato dessas pessoas serem ignorantes com relação às boas novas de Cristo.

 

Deus pode ser visto em tudo

Sim, isso é possível pelos óculos do cristianismo. A centralidade da Bíblia é o próprio Deus e não o homem. Então, é necessário lermos a Bíblia pela perspectiva de que Deus se revelou. E que tudo é dele e que o restante é criatura. Em meio a tudo isso ele fez os seres humanos de modo especial.

Duas coisas são importantes aqui, a criação revela que existe um Deus presente guiando a lógica de todas as coisas. E segundo, a graça comum de Deus está presente na humanidade e na criação em todas as áreas, em todos os níveis.

Mas, certamente, a criação não é suficiente para evidenciar o rumo que a humanidade tomou. O homem sem Deus é mal. Apenas a revelação de Jesus, descrita na Bíblia, é capaz de dizer especificamente que a estrutura é boa. Mas sem Deus as coisas tomaram uma direção completamente oposta ao propósito principal de Gênesis.

 

O chão de todas as coisas

Diante disso, se vê que mesmo em um mundo habitado pelo pecado, pela maldade, Deus continua promovendo o desenvolvimento e assessorando o homem na evolução da ciência, da preservação da moral e da boa conduta.

Deus é o autor da história. E disto decorre que, Deus pode ser visto em todo lugar, mesmo onde o pecado está presente. Com isso, é importante esclarecer que Ele não se alia ao pecado. Mas preserva a humanidade e a sua criação, mesmo com a presença do pecado.

Dentre muitas convicções filosóficas ou de crença, estas pairam no ar, enquanto o chão é o evangelho. O fundamento mais firme e sólido que a humanidade pode conhecer está na revelação de Deus no Filho.

E o homem, por mais que carregue sinais de criatura sonhada por Deus, portadora de sua imagem, ele precisa da revelação presente na divindade e humanidade de Cristo.  A bondade de uma pessoa não é tudo, e desassociada de Deus, perde o sentido. Porque, no fim, o que se espera de alguém, não é que a pessoa tenha apenas atitudes de bondade, mas que abra os olhos para a verdadeira realidade.

Ao longo dos séculos mulheres lutaram contra a opressão de seus próprios maridos e da sociedade. Elas se revoltaram por às julgarem inferiores, por sofrerem violência doméstica, por não terem direitos sociais e por acreditarem ser igualmente formadoras de opinião. Elas lutaram pelo empoderamento.

Procuraram espaços de reconhecimento e valorização, onde as julgassem competentes a ponto de contribuir na ciência, no mercado de trabalho e outras áreas.
E surge a pergunta: o que realmente valoriza mulheres? Será profissão, dinheiro, casamento, empoderamento, inteligência, relevância e reconhecimento da sociedade? Com a dúvida, mulheres entraram na competição de gênero. Algo que nunca deveria ter existido.

Pois, espera aí! Não estamos numa luta contra os homens. E também não somos fortes porque lutamos como homens!

Mulheres passaram a valorizar funções masculinas

Nos dias atuais, um dos problemas que nossa sociedade passa é o de criar nossas meninas como homens. Vivemos uma corrida contra o tempo. Buscamos conquistar a liberdade e autonomia que desejamos, e dessa forma, tornar possível construir uma história incrível de superação. Nos preocupamos com o futuro e com a revolução que precisamos fazer em nós mesmas para conquistar tudo o que desejamos ser.

De outro lado, a insatisfação e o desafio de se afirmar instigou mulheres ao poder e à liberdade moderna de serem o que quiserem. Isso seria possível ao passo que fossem mais avante que qualquer uma e até mesmo que a sua própria natureza para mostrar que têm valor. E mais que isso, vocação. Com isto, entenderam a necessidade de se reinventar. Elas não foram precursoras do empoderamento. Mas passaram e continuam passando por uma história de conquista do espaço público, de atividades políticas e sociais, e de empreendedorismo nos dias atuais.

Ao longo dos séculos, a luta de mulheres que nos antecederam trouxe-nos ideologias e aversão ao patriarcalismo, enxergando-o como uma ameaça ao equilíbrio de gênero. A busca da autonomia feminina ressaltou a importância da mulher. Mas também trouxe consigo mazelas que influenciaram o pensamento de toda a sociedade dos nossos dias.

Antes de tudo, é importante deixar claro que os cristãos não estão numa luta contra a cultura. Mas eles são responsáveis por ressaltar o que há de bom nela, segundo Timothy Keller. Neste sentido, as mulheres são importantes, tanto quanto os homens. E são designadas a um papel significativo na família e na sociedade.

A busca da mulher moderna por afirmação e não por constituir família

Mulheres modernas são autônomas e podem ditar as regras de suas próprias vidas. Não precisam de um homem para isso. Podem se afirmar porque são auto suficientes. São bombardeadas por pressões externas, por elas mesmas e pela sociedade. Sofrem pressão acerca da beleza e realizam mil e uma tarefas.

São empoderadas, porque se esforçam e estudam. São muito inteligentes e não precisam de alguém que cuide delas, as guie ou lhes dê carinho. Lutam por assumir posições masculinas e são expostas às mesmas grandes pressões. São fortes, sem precisar ser menos femininas.

Com tudo isso, as mulheres passaram a ter mais responsabilidades, e os homens a se escorar nas mulheres. Os meninos assumem menos consciência do papel masculino e da responsabilidade de cuidarem de suas futuras esposas com zelo, pois ser tratada com frieza é sinônimo de empoderamento.

Qual o valor bíblico da mulher?

A Bíblia fala acerca do valor da mulher. O valor das mulheres é dado pelo próprio Deus. Se as mulheres querem ter um papel importante na sociedade, elas devem amar a Deus, amar suas famílias e lutar por elas. Desenvolverem os seus dons, serem boas no que sabem fazer. Mas não trocarem a sua identidade por uma premissa falsa de que são fracas.

Como devemos tratar as mulheres? O exemplo de Jesus salta-nos aos olhos. Ele valorizou as mulheres do seu tempo. Elas não eram vistas e muitas vezes eram consideradas imundas. Elas carregavam culpa sobre si. E diante da violência social, Jesus marcou, não só a vida delas, mas de toda a humanidade com valores que mais tarde preconizariam novos direitos ocidentais. Ele elevou os padrões da dignidade humana e se importou com os oprimidos.

Submissas ou empoderadas?

E quanto à submissão bíblica? O que Deus espera como submissão das mulheres aos maridos é tão valiosa quanto a submissão à Cristo. Se submetemos a nossa vida a Cristo em todos os aspectos, somos capazes de amar o cônjuge da mesma maneira que Cristo espera que o amemos.

As mulheres não deixam de ser inteligentes por se submeterem aos seus maridos. E por mais que aprendam a se virarem sozinhas, elas não precisam se afirmar ou conquistar uma posição alta para serem valorizadas. Elas podem chegar em cargos altos pela graça e propósito de Deus.

Cremos que as mulheres estão sendo transformadas pelo Espírito Santo a serem submissas aos seus maridos. E a operarem com sabedoria fazendo a vontade de Deus em suas famílias. Oramos para que elas desejem o que Jesus deseja delas, e não mais do que isso. Porque elas não precisam suprir as expectativas da sociedade, mas sim, as de Deus.

Mulheres empoderadas em Deus

Deus tem expectativas à respeito das mulheres. E tem planos para elas. Ele estabeleceu autoridade, não inferioridade. E a luta pela autonomia não é contra os homens. Ou seja, se queremos lutar, precisamos lutar por lares saudáveis, pela restauração de casais e por mulheres que amem ser mulheres, que sabem o seu valor e que ensinam homens respeitarem as meninas desde pequenos.

Trabalhamos para ver uma geração de mulheres fortes que tem respeito consigo mesmas. Que não precisam conquistar o mundo para serem vistas, mas que encontram em Jesus seu real valor. Que não consideram a sua vida de valor, mas que encontraram em Jesus o sentido de ser bela, e participar de um propósito eterno e extraordinariamente superior.

Diante disso, preferimos o exemplo de Cristo, que mesmo sendo Deus não se considerou alguma coisa, mas se humilhou para nos salvar. Elas podem ser muito mais do que imaginam. Elas estão dispostas a serem tudo o que Deus sonhou.

 

Tudo bem que alguns vão dizer que Deus não existe e  que somos resultado de uma composição química sem propósito e significado. Mas para aqueles que têm como base de vida a fé cristã, fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. A Bíblia traz explicações essenciais à compreensão e consciência da vida, ao passo que a vida vinculada a Cristo passa a ter um significado ainda maior. Para ela, basta ser humano, mesmo da pior espécie, todos fomos criados por Deus.

Deus designou a humanidade com características divinas que conservam a vida humana. Não somente a ética e a moral, mas reações químicas e físicas as quais estamos suscetíveis. Elas fazem parte de toda a ciência e composição da vida humana e natural. Precisamos mais do que descanso e nos alimentar bem. Precisamos de Deus, e isso também constitui a vida humana.

Não somos parcialmente religiosos. Somos seres religiosos que acreditam e depositam fé, seja em coisas criadas ou divinas. O problema central que encontramos é o pecado. Ele é degenerativo, é uma raiz amarga da qual somos todos afetados.

A o que a imagem e semelhança submete as nossas vidas?

A vida humana é essencialmente constituída pela semelhança à trindade e pela graça divina. A lei natural humana, comentada por C. S. Lewis em Cristianismo puro e simples, a que estamos fadados, governa implicitamente nosso senso de certo e errado. Ela é a razão de termos uma conduta moral que nos permite respeitar e amar o próximo, que provém desta semelhança. A sociedade seria extinta se no mínimo não tolerássemos uns aos outros.

Estamos cientes que vivemos um enigma humano. G. K. Chesterton comenta sobre isso em seu livro Ortodoxia. Ao mesmo tempo em que nos sentimos em casa neste mundo vivemos assombrados com ele. E nisto consiste esta sujeição. A imagem e semelhança conserva a vida humana, a vida social, o meio ambiente, de modo a buscarmos bondade, justiça, significado, sentido e propósito para esta vida, enquanto aprendemos a lidar com suas tragédias, com nossos defeitos e com o próximo.

Não somos seres humanos dotados de razão à toa. Somos planejados à imagem e semelhança de Deus para cumprirmos o mandato cultural de preservarmos a vida humana e a natureza. Mas a vida humana não diz respeito a si mesmo somente, porém isso é prosa para uma outra oportunidade.

Veremos agora um pouco de como a vontade de Deus afeta a nossa vida. Ele tem o propósito de santificar a humanidade para que ela tenha características justas como as dele.

A nossa obediência e santificação testemunham a santidade de Deus

O sacrifício de Cristo é a resposta para a santificação do homem e a purificação que o livra de suas concupiscências.

“Sede santos, porque eu sou santo.” 1 Pedro 1:16

Tudo bem que a santificação nos torna pessoas melhores, mas o propósito dela não é apenas nos transformar. É amadurecer a salvação que recebemos pela fé. A santificação nos leva a amar Jesus pelo que ele é. Porque, afinal de contas, nós é que precisamos de Deus, e não Deus que precisa de nós.

Estamos diante da decisão que diz respeito aos nossos destinos eternos

A semelhança a Deus nos difere de toda a criação. Mesmo nem todos acreditando em Deus, elas carregam a imago dei. E hoje, infelizmente, imprimimos uma imagem distorcida. Entretanto, a missão de Jesus foi resgatar essa semelhança, nos trazer a consciência de um Deus interessado na humanidade e levá-la a conhecê-lo. Hoje, podemos ser semelhantes a Jesus e encontrar propósito e sentido nele.

É fato, todos nós precisamos de Deus. E tomamos consciência disso, quando somos confrontados em nossa maneira vazia de viver (1 Pedro 1: 18).

O amor de Deus alcançou toda a humanidade e não somente as pessoas mais corretas. Nem as mais corretas podem salvar-se. Mas quando nos damos conta de que o maior desafio apresentado diante de nós não é aquilo que podemos conquistar neste mundo nem o que podemos fazer, mas o quanto estamos dispostos a acreditar em Cristo, estaremos diante de uma verdade confrontadora, rendidos diante da cruz. E saberemos que ela diz respeito a vida que levamos e a esperança eterna que não somos capazes de conquistar.