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Por que jejuamos?

Por que jejuamos?

Essa é uma pergunta interessante. É necessário mesmo ter essa prática de jejuar? Ela faz alguma diferença? O jejum faz diferença sim em nossa vida espiritual pois entregamos a Deus nossos apetites e desejos em submissão e recorremos a sua Palavra para nos alimentar. Assim como outras disciplinas espirituais, o jejum não deve ser praticado sozinho. Por isso, a prática do jejum deve ser acompanhada da oração e leitura da bíblia.

Praticando a renúncia por meio do jejum

Primordialmente, se abster de alimento por um tempo traz um senso de dependência total de Deus. Sim, pois analise comigo por um instante se em diversas vezes dos nossos dias nós não usamos a comida como fonte de prazer. Isso pode ser bom ou ruim. Bom se fizermos isso em família ou com a intenção de juntos passarmos um tempo em comunhão e claro, nutrir nosso corpo. Ruim se for em caso de querer suprir algum desconforto ou alguma forma de compensação por algo ruim que aconteceu em nosso dia. Sendo assim, o jejum é como um ato que nos humilha e mexe com o nosso conforto. O jejum mostra o quanto nosso corpo é astuto em sua busca, em relação ao nosso objetivo.

Ademais, jejuar é excelente para exercitarmos a renúncia. Eventualmente em nossa caminhada cristã, algumas renúncias serão feitas por nós. O jejum nos ajuda a ter isso em mente. Por isso, pessoas habituadas a jejuar recebem melhor esses momentos de privações quando surgem pois sabem que privações fazem parte de nossas vidas.

Além disso, o jejum nos dá autocontrole, nos ensinando além da renúncia, a sermos moderados aos nossos impulsos básicos. Vejamos o que Paulo diz: ”Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada domine.

Os alimentos foram feitos para o estômago e o estômago para os alimentos, mas Deus destruirá ambos. O corpo, porém, não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo”. 1 Coríntios 6:12,13.

Que interessante, não é mesmo? Jejuamos porque precisamos constantemente lembrar a nós mesmo que nosso ventre não nos governa, mas que na verdade ele é um servo de Cristo também. 

O jejum é para todos?

Nesse sentido, existem várias maneiras de se praticar essa poderosa disciplina espiritual. A bíblia nos dá muitos exemplos, como o de Jesus que jejuou por mais de um mês, de Ester que convocou seu povo a jejuar por três dias e o jejum de Daniel, que é um dos jejuns mais conhecidos e praticados. Em Daniel 10:3 vemos que ele decidiu se abster de comidas agradáveis e saborosas, não comeu carne, não bebeu vinho e não usou essências aromáticas durante 21 dias.

E se a pergunta vier à sua mente novamente: “o jejum é para todos?”. Fique tranquilo, o jejum tem a capacidade de mostrar o que há de mais profundo em nosso ser: nosso apetite. E se analisarmos com cuidado, nós temos fome por muitas coisas, não só de comida, e isso revela nossos anseios. Veja o exemplo de Daniel, ele decidiu que não comeria apenas dos manjares da mesa do rei.  Por isso, se você tiver problemas de saúde que o impeçam de jejuar alimentos ou bebidas, não tem problema, pois jejuar é redirecionar nossas paixões, não adoecer.  

Então sim, o jejum é para todos, pois não se trata de autopunição, mas de autocontrole, esse é o motivo do por que jejuamos. Podemos jejuar de hábitos ou comportamentos que nos têm causado algum tipo de dependência. 

Lembre-se sempre que a prática do jejum não está sozinha, é necessário oração e leitura da palavra juntamente com essa disciplina. Assim entenderemos o que Jesus quis dizer: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra”. João 4:34.

O Jejum coletivo

Portanto, muitos podem ser os motivos pelos quais nós podemos jejuar em nossos dias. Mas, inegavelmente, nosso maior motivo deve ser pelo retorno de Jesus. Aqui em nossa igreja na Fhop entramos em um jejum coletivo de 21 dias. E sabe porque? Teremos nossa conferência chamada ONETHING que significa UMA COISA. Sim desejamos uma coisa apenas, que é estar com Cristo em plenitude. O jejum coletivo é muito lindo e empolgante pois como corpo de Cristo, nos unimos em um único propósito.

Por isso, quero também te encorajar a jejuar com outras pessoas, converse com seus líderes ou liderados e combinem jejuns com o propósito de que a igreja de Cristo volte a clamar pelo seu retorno.

Por fim, lembre-se do que Jesus disse:Como podem os convidados do noivo ficar de luto enquanto o noivo está com eles? Virão dias quando o noivo lhes será tirado; então jejuarão”. Mateus 9:15.

Minha oração é para que Deus nos ensine a praticar o jejum com entendimento, entregando a Ele nossos apetites desordenados e tudo aquilo que nos têm causado algum tipo de dependência. Que possamos aprender a depender somente dEle. Que nossas vontades sejam guiadas por Ele e que Ele seja o Senhor que governa por completo nossas vidas. Amém.

Se alguém te perguntasse de forma bem direta “o que é o evangelho?”, o que você responderia? Ou talvez essa pergunta te provoque uma enxurrada de explicações, ou um certo mal-estar. Quem sabe até mesmo um sincero “não sei”. Seja lá qual for a reação uma coisa é certa: as Escrituras nos instruem a fim de estarmos prontos para responder e proclamar as boas novas de Jesus Cristo com fidelidade. Dessa forma é exatamente na Bíblia que vamos encontrar autoridade sobre o que é o evangelho além do melhor modo de comunicá-lo.

Quando olhamos para as escrituras o apóstolo Paulo argumenta em cima de quatro questões centrais com o intuito de apresentar o evangelho em sua carta aos Romanos:

  1. Quem nos criou e diante de quem somos responsáveis?
  2. Qual o nosso problema? Por que estamos em dificuldade?
  3. Qual a solução de Deus para esse problema? O que ele fez para nos salvar de tal situação?
  4. Como é possível ser incluído na salvação de Deus?

Assim, as respostas desses quatro dilemas da humanidade é que didaticamente nos orientarão pelos pontos a serem tratados na proclamação do evangelho.

Deus, o Criador Santo e Justo.

Antes de tudo há um Deus que criou todas as coisas e esse Deus é Santo e completamente Justo. O fato de Deus ter criado o homem implica em algo: o homem não é um ser autônomo e livre de seu Criador mas totalmente responsável por seus atos e deve responder ao seu Criador. Esse Criador é Santo e Justo de tal forma que tem uma natureza pura e reta. Os seus atributos não são compartimentos do seu ser mas são o seu próprio ser, logo Deus é tão amor quanto é justiça. Por sua vez, isso quer dizer que Deus odeia o que é contrário à sua natureza e portanto é totalmente justo que um Deus Santo traga justiça sobre os que se rebelam contra Ele.

Homem, o pecador.

Nem sempre o homem foi assim, na verdade ele foi criado por Deus a sua imagem e semelhança. Primordialmente o homem deveria refletir os atributos e a imagem de Deus à toda a criação. Entretanto, o homem se rebelou contra Deus. Não se engane, não foi uma simples mordida num fruto mas literalmente o desejo de ser autônomo e independente de Deus.

A palavra pecado significa “errar o alvo”, mas permita-me ilustrar o que realmente isso significa. Deus criou o homem e deu um arco e uma flecha para acertarem um alvo na qual Deus mesmo iria orientá-lo. Porém ao atirar, o homem não apenas erra o alvo proposto por Deus, mas se vira e atira contra o próprio Deus numa tentativa de ser independente. De novo não se engane: não foi uma escorregada. Nós deliberadamente nos rebelamos contra o nosso criador e agora está em nosso DNA. O pecado alterou nossa natureza a tal ponto que tudo o que nos resta é esperar pela nossa sentença: morte e justo juízo.

Jesus Cristo, o salvador.

Até aqui o evangelho parece ser somente más notícias porém, pela soberana misericórdia de Deus, ele não fez daqui o fim da história. Deus tinha um plano de redenção e salvação e esse plano só foi possível por um fato: A ENCARNAÇÃO DO FILHO DE DEUS. Quando o Verbo se fez carne aquilo representou que Deus não havia abandonado sua criação. A encarnação, a vida, a morte e a ressurreição de Jesus sacramentaram o plano redentor de Deus. Só Jesus poderia trazer salvação e redenção pois só ele é totalmente divino e humano. Dessa forma dois pontos são enfáticos e essenciais: A sua morte na cruz e sua ressurreição.

A cruz é o âmago do evangelho. É na cruz que ocorre o sacrifício vicário de Cristo, isto é, Cristo sofre e morre em favor do pecador. Só ele poderia fazer essa propiciação pois só ele foi um homem de vida perfeita. Se havia um homem que sua vida valia algo esse homem é Jesus Cristo. E ainda assim, ela foi derramada na cruz por pecadores.

Mas Cristo não permaneceu morto e esse é outro ponto importantíssimo. Posteriormente Ele ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia. Somente a ressurreição de Cristo poderia nos trazer esperança e nos livrar do poder do pecado. É apenas por meio de sua ressurreição que é possível alcançar a vida eterna pois “se Cristo não ressucitou é em vão a nossa fé”. (1Co 15:17)

Fé e arrependimento.

A princípio nós podemos chamar de cristãos aqueles que são incluídos na salvação de Cristo. Mas como alguém poderia ser incluído em tamanha salvação divina? A Bíblia fala que o evangelho exige do homem duas respostas: fé e arrependimento. A fé genuína significa confiar de forma única e exclusiva em Jesus Cristo como Salvador de seus pecados e Senhor. Portanto ter fé é crer, confiar e depender exclusivamente dele para a salvação.

Crer em Jesus Cristo é central para a salvação, no entanto o arrependimento também deve ser entendido como necessário. Antes de mais nada o arrependimento verdadeiro não vai tratar de uma perfeição estética nem remorso emocional. O arrependimento é um estado de guerra e violência contra o pecado. O cristão verdadeiro até peca mas seu posicionamento quanto ao pecado é sempre de guerra, e não de consentimento, de tal sorte que no meio desse conflito, Cristo nos dá poder para vencer o pecado. Arrependimento é um estado de um coração que conhece a Deus. Desse modo quem crer e se arrepender terá a vida eterna em Cristo Jesus.

O Evangelho do Reino

Quando Jesus começa a pregar seu evangelho ele o chama de evangelho do reino. Sua mensagem era: “Arrependam-se pois é chegado o Reino dos céus”. Em si, a salvação não é uma mera anulação de uma sentença, mas um resgate para o reino de Deus. O reino de Deus não está falando de um espaço geográfico onde impera uma monarquia nem mesmo de um povo sobre qual um rei governa. O reino de Deus é o governo de Deus sendo manifesto em abundância, plenitude e harmonia. É por isso que é impossível alguém ser salvo para viver para si mesmo ou viver de forma leviana. Ele agora tem um Rei, na verdade é O Rei.

Duas das coisas que mais tem me impactado quando eu contemplo o evangelho de Jesus Cristo é sua simplicidade e seu poder. O evangelho é tão simples que pode ser entendido por uma simples criança e ele é tão poderoso que é capaz de salvar o maior dos pecadores. O mundo às vezes zomba do evangelho, mas aqueles que nele se apegam encontram uma vida e uma paz que o mundo jamais poderia dar. Diante disso eu tenho duas palavras para você leitor: Creia e pregue!

[…] não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; […]” (Rm 1:16)

Referências bíblicas:

Romanos 1-8; Efésios 2:1-10; Colossenses 1:13-20; 1 Coríntios 15;

Referências bibliográficas:

GILBERT, Greg. O que é o evangelho? São José dos Campos-SP: Editora Fiel, 2011.

Originalmente publicado em 25 de setembro de 2019

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. João 1:14

Deus se fez homem. Sim, aquele que no princípio pela palavra do seu poder criou todas as coisas, submeteu-se a um nascimento humano e foi gerado no ventre daquela que Ele mesmo criou e formou. Jesus, o próprio Deus, cheio de glória, grandeza e beleza sem fim, não se apegou a isso e se esvaziou tornando-se semelhante aos homens (Fp. 2:7). E se fez como aquele em quem não havia beleza e de quem não fizemos caso (Is. 53:2). Permita-me, caro leitor, confessar que está sendo difícil encontrar as melhores palavras para descrever a grandeza dessa sublime verdade.

Então, Jesus teve um nascimento humano e possuía um corpo humano que experimentou o crescimento, a Bíblia nos diz que ele crescia em estatura e em sabedoria e se fortalecia no Espírito (Lc. 2:40, 52), a sua natureza humana é evidente em toda a Palavra. Logo, tendo se tornado homem, Jesus passou pela dor e a angústia de ser humano. Lembro-me daquele episódio quando Jesus ao passar por Samaria, se assentou à beira de um poço, e a Palavra nos diz que ele estava cansado do caminho:

“E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta. Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber” João 4:6-7

Ele identificou-se

Assim como aquela mulher que foi ao poço naquela hora mais quente do dia, Jesus também sentiu cansaço e sede. Ele viu aquela mulher, se aproximou dela, e percebeu sua solidão, sua dor e vergonha. Ele entendia o que ela estava passando, e como não poderia entender quando Ele mesmo foi rejeitado pelos seus? (Mt. 13:53). Nesse episódio em questão Jesus tem um diálogo com essa mulher que fica perplexa com o fato de um homem judeu estar falando com ela. Portanto, ela não sabia que Ele não era um homem qualquer, Jesus diz a ela:

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva”. João 4:10

Então,  ah, se aquela mulher soubesse que aquele homem judeu diante dela era ninguém menos que o próprio Cristo. Aquele que haveria de vir, o verbo que estava com Deus e que era Deus estava ali, diante dos seus olhos oferecendo a ela a água viva que a saciaria para sempre. A mansidão e compaixão de Jesus para com essa mulher me deixa profundamente tocada. Ele realmente sabia a necessidade que havia em seu coração, e entendia de perto a sua dor.

Ele compadeceu-se

Sendo assim, a Palavra nos diz que Jesus, como homem, também experimentou a tentação humana, mas sem nunca sucumbir ao pecado. Ele foi o exemplo de homem perfeito que se submeteu à vontade do Pai e foi obediente até o fim. Ele conheceu as nossas dores e sabe muito bem o que é padecer, e além disso, nenhum outro homem sofreu tamanha injustiça como a que o nosso Senhor sofreu.

“Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hebreus 4.15)

Portanto, nós temos um Deus que se compadece de nós. Não importa o que você esteja passando, a dor mais profunda do seu coração, as lutas e os vales que você enfrenta, Jesus já esteve lá. Aquele que se fez Deus conosco é quem caminha ao nosso lado em meio a qualquer circunstância. O Pai provou seu imenso amor para conosco quando enviou o Seu Filho para revelar quem Deus é, e cumprir o Seu plano perfeito de redenção. O Filho se fez homem e se aproximou de nós, e se fez o caminho que nos leva ao Pai.

Neste mês no qual celebramos a Páscoa, podemos nos lembrar de um dos maiores exemplos da obediência de Cristo. Atitude que foi capaz de realizar a maior entrega por amor; E ele ousou fazer isto por toda a humanidade. 

Assim, Cristo nos ensina que obedecer sempre será a melhor escolha. 

Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se;mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!  Filipenses 2: 5-8

Jesus veio ao mundo com um propósito claro. Ele sabia da cruz e do sacrifício, mas também sabia que o preço do nosso resgate seria sua própria vida sendo entregue em obediência e a favor de nós. 

A cruz foi a expressão do seu amor obediente ao Pai.  Pois, o segundo Adão não negou em nenhum momento a obediência na qual o primeiro Adão falhou em cumprir. 

Logo, assim como por meio da desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da obediência de um único homem muitos serão feitos justos.

Romanos 5:19

 

A obediência de Jesus nos levou a redenção

 

A lei foi introduzida para que a transgressão fosse ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça, a fim de que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reine pela justiça para conceder vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor.

Romanos 5:20-21

O ato de servir em obediência e ser levado a cruz por amor dos homens trouxe redenção para toda a humanidade. Jesus pagou o preço para que sua morte trouxesse vida e justiça sobre a terra. 

Desde Adão até os dias de hoje o que nos é pedido como servos de Deus é uma vida que expresse um coração obediente. 

O pecado entrou no Éden pela falta de obediência a uma ordem dada por Deus ao primeiro homem e a primeira mulher.  

O ato de desobedecer nos leva a uma vida de pecado e miséria. Mas, Cristo queria nos mostrar com sua vida de obediência que é possível parar este ciclo. 

Então, obedecer a Deus é uma maneira de demonstrar nosso amor por Ele. Dessa forma Jesus viveu durante toda a sua jornada sobre a terra. Pois, Ele quis nos ensinar como viver uma vida que agrada a Deus. 

 

“Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos.  João 14:15 

 

Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia.  Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. 

 João 6:38-40

 

Obediente até à morte, e morte de cruz 

O servo obediente chegou até a cruz e nela confirmou todos os seus atos de obediência até ali. 

Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem;   

Hebreus 5:8-9 

Jesus em seus últimos momentos antes da cruz orou ao Pai,  e o que vemos no versículo abaixo nos mostra a confiança e também a entrega que obedecer até a morte exigiu do nosso salvador. 

E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.

Mateus 26:39 

 

Conforme disse Charles Spurgeon: ¨ Crer e obedecer sempre andam lado a lado.¨

 

Finalizo este texto com palavras que devem nos levar a viver uma vida de servo obediente por fé e por amor ao nosso Salvador. 

Assim, meus amados, como sempre vocês obedeceram, não apenas em minha presença, porém muito mais agora na minha ausência, ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor, pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele. Façam tudo sem queixas nem discussões, para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo, 

Filipenses 2:12-15 

 

Deus te abençoe. 

 

Todas as coisas estão centradas em Cristo, Ele é o autor da nossa salvação, o herdeiro amado de Deus. Pois, sem Ele, nada do que foi feito se fez. Na Páscoa, somos convidados a relembrar o seu sacrifício na Cruz e a celebrar sua vinda na terra, sua morte e ressurreição. Somos herdeiros com Ele. Mas, no que isso implica e como influencia a minha e a sua história?

Vivemos em 2022, estamos saindo de uma pandemia, há guerras a nossa volta, crises políticas e sociais. Muitos de nós já entregaram  a vida a Jesus e colocamos diante dele sonhos, projetos e o futuro. Às vezes nos sentimos fortes e cheios de fé para conquistá-los, mas, há dias em que ficamos sem esperança e perdemos a perspectiva do amanhã.

Por isso, quero te convidar a olhar as Escrituras e descobrir quem é Jesus  e como a verdade sobre a Pessoa e obra de Cristo têm refletido em nossas vidas.

Tudo foi criado por meio dele e para ele

Jesus é o criador do universo e o nosso próprio criador. Desde o início, na gênese da humanidade Ele se fez presente na criação. Em cada detalhe, em cada coisa criada, nas folhas e flores, na separação das águas, em cada forma e textura. Ele é a Palavra pelo qual tudo passou a existir.

“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” João 1:3

Inclusive nós, fomos criados para a sua glória e para o louvor do seu nome. Somos chamados a oferecer boas obras. De forma simples, podemos dizer que fazemos isso através do nosso modo de viver aqui na terra com nosso trabalho e em nossos relacionamentos.

“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” Efésios 2:10

Por isso, é importante pensar se temos manifestado a glória do Senhor através de nosso estilo de vida, escolhas e da forma como passamos os nossos dias e anos.

Jesus é o herdeiro do Pai

“nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.” Hebreus 1:2

“pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.” Colossenses 1:16,17

Jesus é o criador de todas as coisas e o herdeiro de Deus.  Pois, em obediência cumpriu seu propósito. O unigênito do Pai tornou-se homem, andou sobre a terra, passou pelo Calvário e  teve a morte entranhada em sua carne, mas após três dias ressuscitou. Jesus é o Filho de Deus. 

Ele é o herdeiro porque é o criador de tudo, mas também é herdeiro porque conquistou esse direito cumprindo sua missão. Oferecendo sua vida como libação pelos nossos pecados.

Tudo foi criado para Ele e nele elas continuam a existir, a permanecer e  a subsistir. A própria vida subsiste nele.

Então, quando tudo à nossa volta tiver aparência de morte e dor, podemos nos lembrar que em Cristo tudo se faz novo: “E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas.” (Apocalipse 21:5ª). Podemos esperar no Senhor e confiar que temos a Eternidade.

O herdeiro nos faz co-herdeiros

Jesus refez nosso caminho de volta para Deus nos dando livre acesso ao Pai. Não há mais impedimento, mas  liberdade para entrar no Santo dos Santos pelo novo e vivo caminho (Hebreus 10.19). Através do sacrifício de Cristo, nos tornamos filhos e co-herdeiros com ele.

“Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.” Romanos 8:17

Assim como Jesus obedeceu ao Pai, ele nos desafia a fazermos o mesmo.  Pois, se com Ele sofremos, com ele seremos glorificados, como  diz o versículo acima. Nos resta levarmos a própria cruz lembrando que maior preço ele já pagou. Preço incomparável. Agora, cabe a nós preencher o que resta das aflições de Cristo, na nossa carne em favor da Igreja de Deus (Colossenses 1:24).

Portanto, se quaresma é um botão de pausa, um tempo de reflexão e arrependimento, a Páscoa é um tempo de celebração por termos nos tornado livres e parte da família de Deus. Por mais aflições que possamos sentir, podemos nos lembrar da Eternidade. E que a vida não se resume apenas ao tempo presente, mas que há um por vir e sempre poderemos celebrar a Páscoa do Senhor. 

Vamos dar sequência a nossa série de Páscoa aqui no blog!

Neste texto, iremos refletir a respeito da passagem de João 12:1-8 em que, Maria de Betânia unge os pés de Jesus. A partir dessa história, entenderemos as peças fundamentais do que é uma verdadeira adoração extravagante que expresse o valor de Jesus.

“Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi para Betânia, onde estava Lázaro, a quem ressuscitara dos mortos. Ofereceram lhe ali um jantar. Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. Então Maria, tomando um frasco de bálsamo de nardo puro, de alto preço, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos. E a casa se encheu com o perfume do bálsamo. Mas Judas Iscariotes, um dos discípulos, o que haveria de traí-lo, disse: Por que este bálsamo não foi vendido por trezentos denários, e o dinheiro, dado aos pobres? Ele disse isso não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão. Como responsável pela bolsa de dinheiro, retirava do que nela se colocava. Então Jesus respondeu: Deixa-a em paz; pois ela o guardou para o dia da preparação do meu corpo, para o meu sepultamento. Pois sempre tereis os pobres convosco; mas a mim nem sempre tereis.” João 12:1-8

O que move o coração de Deus?

Quando o valor da perfeição de Cristo e a intensidade das nossas afeições se correspondem, quando nós compreendemos o valor do Filho e respondemos à altura do Seu valor em nossa devoção, isso move o coração de Deus. O alto valor do Filho demanda uma resposta do nosso coração em adoração.

Maria, Lázaro e Marta veem esse valor perfeito em Jesus. Eles reconhecem a Sua graça, o Seu poder para ressuscitar os mortos (Jo 11:25-26) e expressam isso através de suas afeições.

Jesus buscava cultivar o amor deles para que, diante de Sua própria morte que ocorreria em poucos dias, os irmãos não perdessem sua admiração e fé em crer que Ele é a vida e a ressurreição.

Vemos aqui uma cena de profunda gratidão: Maria buscou o ato mais extravagante para expressar o inexplicável. Essa é uma atitude de um coração que correspondeu à altura do valor que há em Cristo Jesus.

Mas Judas questiona o valor dado a Jesus naquele momento. Suas palavras nos mostram que, quando os nossos corações não correspondem ao valor de Jesus, nós nos tornamos cegos, nossos valores são trocados e só conseguimos enxergar a nós mesmos e as nossas ambições.

Jesus responde a Judas (v. 7,8), apresentando três razões pelas quais ele deveria deixar Maria em paz. É extremamente importante entendermos essas três razões para alinharmos o nosso coração com o valor que há em Cristo e, assim, identificarmos se temos nos doado ao Senhor ao nível do Seu valor, ou se o temos diminuído, baseado na forma com que demonstramos a nossa devoção.

“A mim nem sempre tereis” (v. 8b).

A primeira razão está relacionada ao valor de Jesus. Muitas vezes não estamos conscientes da Sua presença, não compreendemos a preciosidade da presença daquele a quem louvamos e prestamos culto. Será que temos correspondido ao valor de Cristo, através das nossas afeições, em orar, jejuar e no servir?

Maria se ajoelha diante de Jesus e derrama esse amor generoso aos seus pés humanos. Mesmo o aspecto mais humilde e insignificante de Jesus é digno do nosso melhor, e infinitamente mais precioso do que qualquer presente ou qualquer ato de amor.

“E a casa se encheu com o perfume do bálsamo” (v. 3). Uma adoração sincera e verdadeira ao Rei Jesus nunca fica privada. Uma demonstração de afeto sincero e sacrificial, aquilo que entregamos de mais extravagante e cheio de gratidão por Jesus toca também outras pessoas e as abençoa. Acima de tudo, move e abençoa o coração de Jesus.

“Pois sempre tereis os pobres convosco” (v. 8a). A motivação dos nossos corações deve estar no próprio Deus, no valor que há em Jesus e no Pai. O amor ao dinheiro nos cega para compreender o valor de Cristo, e nos leva à morte. Aqueles que desejam ser ricos caem em tentação, em muitos desejos insensatos e prejudiciais que mergulham as pessoas na ruína e na destruição.

“Ela o guardou para o dia da preparação do meu corpo, para o meu sepultamento” (v.7). Jesus estava impedindo que Judas plantasse a falta de fé no coração de Maria. Era necessário que ela continuasse cultivando essas verdades em seu coração, e também no de Marta e Lázaro, que viram e provaram que Jesus era a ressurreição e a vida.

Hoje, ore e permita que a sua afeição seja extravagante, para que ela esteja à altura do valor que Jesus tem.

Estamos no mês da celebração da Páscoa, um feriado cristão, que nos traz à memória mais um dos feitos maravilhosos da obra de Deus Pai por meio do seu Filho Jesus, através do seu Espírito Santo.

Certamente a Páscoa nos lembra que o cordeiro puro precisou ser sacrificado, mas que a morte não tem mais poder sobre ele. Ressuscitou e agora está à direita de Deus Pai. Graças a esse sacrifício, graças à obediência de Jesus, hoje temos acesso a Deus Pai. “E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz”. Filipenses 2:8.

Filho de Deus

Eu, particularmente, gosto desses períodos específicos em nossos calendários,  em que  temos celebrações cristãs, pois é um ótimo motivo para trazer a nossa memória àquilo que nos dá esperança, aquilo pelo qual vivemos. Vamos aproveitar para meditarmos um pouco sobre o título cristológico de Jesus ser o Filho de Deus.

Primeiramente, precisa ficar claro a nós, que Jesus não se tornou filho por meio da encarnação.  Ele sempre foi Filho de Deus. E foi por meio do filho, que Deus fez o universo (Colossenses 1:16-17).; Deus enviou seu filho para salvar o mundo (João 3:17).

 Aliás, em sua oração antes da crucificação, Jesus também afirma sua relação com o Pai desde a fundação do mundo: “Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo”. João 17:24.

Portanto, com isso em mente, podemos ir um pouco mais fundo sobre o que quer dizer, Jesus ser Filho de Deus. Essa compreensão não pode ser associada a nossa compreensão de filiação humana.

Tudo quanto o Pai faz, o Filho faz igualmente

Com efeito, nós somos filhos de Deus também, mas somos por meio da adoção: “Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai”. Gálatas 4:5,6.

Contudo, eu e você não fazemos tudo quanto Deus Pai faz, Jesus sim, veja:porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente”. João 5:19.  Perceba que a declaração de Jesus é que Ele está se igualando ao Pai, tal pai, tal filho. Jesus prossegue o seu discurso e afirmação de seu título de Filho: “Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou”. João 5:23. O capítulo 1 de João é rico em detalhes sobre o título cristológico de Jesus sendo o Filho de Deus.

Podemos constatar o relacionamento de Deus Pai e Deus Filho. Ele estava no princípio com Deus Pai, Ele é o herdeiro de todas as coisas. “Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. João 1:2,3.

Por isso, o termo Filho de Deus, não se aplica ao mesmo termo humano que pensamos. Jesus é o Filho do Deus vivo, Ele é o nosso Redentor e  esperança gloriosa. Jesus é absolutamente divino assim como Deus Pai. Ser Filho de Deus, no caso de Jesus, é justamente porque Ele é o Unigênito do Pai, pois é o único que tem a mesma natureza que Deus tem. Em Jesus habita corporalmente toda a plenitude da divindade, Ele tem os mesmos atributos que Deus Pai e realiza as mesmas obras. Ele veio para nos revelar o Pai.

O Filho de Deus veio até nós

No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. João 1:29

Em suma, o cordeiro era um dos animais usados para o sacrifício em favor dos pecados. O cordeiro é um animal manso, tranquilo e humilde. A bíblia afirma que Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Essa comparação de Jesus ao cordeiro é porque Ele é o sacrifício perfeito para o perdão de nossos pecados. O  sacrifício substitutivo perfeito. Deus se importou conosco ao ponto de se tornar um de nós.

Nesse sentido, Jesus veio cheio de graça e verdade (João 1:14), ou seja, a graça é esse presente imerecido. Não depende de nós e  não há méritos em nossas ações. Jesus é também a verdade, pois nele se cumpriu a Lei. Dele se tratavam as profecias, era dele que os patriarcas falavam e foi por ele que as festas e sacrifícios apontaram.

Por fim, que essa Páscoa tenha um significado diferente a todos nós para que a compreensão deste amor eterno nos leve a amar ainda mais ao nosso Deus e Criador. E assim, transborde nossa gratidão e devoção a Jesus que em nosso lugar obedeceu perfeitamente à Lei de Deus e sofreu a nossa condenação. Se alegre nessa Páscoa, pois o Filho de Deus está sempre conosco.

E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Mateus 16:16

Haverá o dia em que viveremos sob o reinado de Jesus. Enquanto este dia não chega, já podemos crer pois a Bíblia nos garante: o Senhor reina sobre todos os povos da Terra, assim como a sua glória cobre os céus. Diante disso, não há nada melhor do que saber que temos um Deus poderoso. Ele é soberano, glorioso e temível, cujo nome está sobre tudo e todos, mas também é Deus presente e ouve o clamor daqueles que desejam encontrá-lo.

Como o Davi declarou em Salmo 93. 1:

O Senhor reina; está vestido de majestade.

Quando pensamos em reino, pensamos em glória e poder. Em contrapartida, quando Jesus veio ao mundo, Ele demonstrou ser o Deus que veio redimir a natureza humana caída e veio habitar entre os homens. Neste sentido, provamos desta obra contínua do Espírito Santo de Deus que nos leva a Cristo para que Ele reine nos nossos corações.

Chegará o dia em que a obra de Cristo será completa, mas no momento, a vemos como em um espelho embaçado. E não esmorecemos, porque o trabalhar do Espírito é constante em nos refinar e desejar o grande Dia em que Jesus voltará para reinar.

Confiando em seu caráter

O nosso Deus é soberano para fazer conforme o seu entendimento, pois tudo o que provém dele é santo. Assim, também vemos que Deus sempre ensinou o seu povo, Israel, a fim de fazê-los alcançar o fruto que procede da obediência. 

Veja o que está escrito neste trecho: “Eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.” Jeremias 29:11

Dessa maneira, podemos confiar na vontade divina, mesmo não tendo o controle das situações. E isto é um ato de fé. E quando acreditamos no caráter de Deus e nas Escrituras, reconhecemos o quanto somos inaptos e insuficientes e nada temos de bom a oferecer.

O nosso Deus tem planos perfeitos e o nosso trabalho é nos dedicar em conhecê-lo, amá-lo e obedecê-lo. Antes de todas as coisas Ele já era e Sua majestade se estendem sobre toda a Terra.

Esse é o Deus que reina, e sua grandeza é visível e está além de nosso entendimento. E toda criação exala sua assinatura. Pois os céus declaram a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de tuas mãos (Salmo 19). 

O reinado de Jesus

Por fim, vemos claramente que em sua encarnação Jesus anunciou o reino de Deus e a sua obra na cruz substituiu o nosso sacrifício. Com isso, o reino de Jesus é importante para a compreensão da vontade e dos propósitos de Deus para toda obra criada.

E será que alguma vez fomos tocados pela vinda de Jesus de tal modo que nossas orações se transformassem completamente? A Sua vinda deve ser mais ensinada em nossos dias para entendermos mais sobre a esperança cristã e como ela pode reorientar nossas orações.

Diante disso, o Deus que reina é digno da nossa adoração. Nós O desejamos e isto não tem a ver com a implantação de uma cultura cristã a força. Mas, ao contrário, a criação aguarda a revelação dos filhos de Deus, aqueles que foram aperfeiçoados pela obra de Cristo. O nosso Deus reina em nossos corações e em breve governará eternamente na terra. Viveremos, naquele dia, o reinado de Jesus!

Originalmente publicado em 23 de setembro de 2019

Desde a quarta-feira de cinzas até a Páscoa, estamos vivendo o período da quaresma no calendário litúrgico. Aqui no blog, temos refletido sobre o significado da quaresma e como podemos adotar essa prática em nossa vida devocional e em comunidade. Além dos aspectos de se aquietar, se arrepender e meditar na Palavra, durante esse período somos convidados a refletir sobre o significado da cruz e da ressurreição. Pois antes de celebrarmos em comunidade a vida que encontramos em Cristo, nós participamos do seu sofrimento para também participar da sua ressurreição.

A espera pela nossa ressurreição

Na quaresma, somos lembrados da nossa esperança na ressurreição dos mortos. Porque Cristo já ressuscitou na Páscoa, nós podemos esperar que ressuscitaremos um dia com Ele. Ou seja, a quaresma na verdade tem a ver com um tempo de espera entre a ressurreição de Jesus e a nossa própria ressurreição.

Porém, nós não temos controle sobre esse tempo, pois ele pertence ao Senhor. Nós apenas estamos inseridos no calendário divino e precisamos aprender a esperar n’Ele, como o salmista nos encoraja em Salmos 27:14:

“Espera pelo Senhor; anima-te e fortalece teu coração; espera, pois, pelo Senhor.”

O Senhor da história

A nossa história está inserida na história de um Deus que é Senhor do tempo. Um elemento dessa história é o sofrimento, pelo qual todos iremos passar se quisermos ter parte da cruz de Cristo e da sua ressurreição. O Senhor do tempo divinamente escolheu nos trazer redenção e esperança ao longo de uma história e não em um piscar de olhos. Então, precisamos aprender a confiar no processo de transformação que Ele está fazendo em nós enquanto vivemos nesta era.

Esperar em Deus é saber que é Ele quem sustenta nossas vidas e a nossa existência. Hoje, nossa cultura do imediatismo muitas vezes nos rouba esse tempo de espera. Haverá um dia em que, sim, num piscar de olhos teremos nossos corpos glorificados e ressuscitaremos para a vida eterna. Porém, enquanto esse dia não chega, é necessário lembrar, ano após ano, que não somos os senhores de nossas vidas e que precisamos esperar no Senhor.

Esperar é caminhar

Se a nossa vida hoje é uma história sendo escrita dia após dia pelo nosso Senhor, a forma como vivemos importa e deve apontar para a nossa esperança n’Ele. Contudo, esperar não é ficar parado, mas observar como administramos nosso tempo e nossos relacionamentos. Afinal, será que nossa agenda está girando em torno de nós mesmos ou estamos permitindo o senhorio de Cristo afetar nossa história hoje mesmo? A realidade da cruz e da ressurreição deve manter nossa esperança viva e atuante em nossa vida.

Esperar é caminhar com a certeza de que podemos confiar no autor da história. Podemos ter a certeza de que a ressurreição acontecerá porque Ele é confiável. Essa esperança mantém nossa força e nosso ânimo, mesmo em meio ao sofrimento ou à incerteza do futuro. Portanto, nesta quaresma, vamos aproveitar para nos lembrar que o tempo pertence a Deus e Ele nos faz um convite à esperamos n’Ele todos os dias.

Neste mês, aqui no Blog, estamos falando sobre a Quaresma e como esse período  é importante para nos prepararmos para a Páscoa. Este é um tempo oportuno para reconhecermos nossa vulnerabilidade diante da grandeza de Deus, o criador do Universo.

A Quarta-feira de Cinzas não se trata apenas de mais um feriado religioso ou do fim do carnaval, mas sobretudo, tem a ver com a compreensão de que somos pó e para o pó voltaremos. E, sabe? Nós podemos abraçar a fragilidade. Não como vítimas da vida, mas  como pessoas que amam a Jesus e reconhecem que Nele encontramos sentido.

O que é ser vulnerável? É reconhecer limites e fraquezas. Além disso, é  confessar os pecados e se submeter a Deus. A fragilidade derruba as nossas defesas e nos fazem enxergar que somos totalmente dependentes do favor do Pai. E mesmo que tudo falhe, a fidelidade do Senhor permanece.

Nossa força não vem de nós mesmos. Há muitas pontas soltas na história de cada um; muita correria e ansiedade nesta terra. E há coisas que não compreendemos, mas podemos confiar no Deus que é Grande e Fiel e que enviou seu próprio filho para nos salvar.

Na vulnerabilidade aprendemos a confiar em Deus

“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” 2 Coríntios 12:9,10

O apóstolo Paulo foi torturado em Roma. No entanto, ele passou seus últimos anos recebendo visitas em sua prisão domiciliar. Sem impedimentos, ali ele pregava o evangelho do reino de Deus e encorajava as pessoas a prosseguirem em fé. (Atos 28.30-31) 

O que aconteceu para Paulo tornar este homem:  alguém que não temia o martírio, a morte e nem o fim, mesmo sabendo o que lhe esperava? Ele estava preparado para a Eternidade e ele conhecia o Deus em que confiava. 

Paulo foi um perseguidor da Igreja e um assassino de cristãos.  Porém, teve um encontro com Jesus e isso mudou radicalmente a sua história. Um ex-homem forte que se tornou vulnerável e quebrantado diante do Cristo. 

A fraqueza de Paulo  foi um campo fértil em que Deus operou grandes milagres. Deus o ensinou que Sua graça é o suficiente, e mesmo estando fraco ele era forte. 

A quarentena é sobre confiança no Deus que é imutável. Nele não há sombra de dúvida. O Senhor permanece fiel em meio às nossas fraquezas e fragilidades humanas. A quarentena tem esse papel de intensificar nossa prática de quebrantamento e contrição, reconhecendo que somos totalmente dependentes de Deus. Mas, assim como Paulo, também podemos dizer que quando somos fracos, Deus nos faz fortes. 

Eu lutarei por você

Neemias foi um grande líder em seu tempo. Ele se posicionou para que os muros de Jerusalém fossem restaurados. Desde o começo dessa aventura o vemos colocando seu coração e confiança no Senhor. Leia o que está escrito em seu Livro:

veio Hanani, um de meus irmãos, com alguns de Judá; então, lhes perguntei pelos judeus que escaparam e que não foram levados para o exílio e acerca de Jerusalém.
Disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas, queimadas.
Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.

Neemias 1:2-4

Neemias se assentou, chorou, lamentou, jejuou e orou diante da tragédia de sua nação e o que você eu temos  feito quando somos assolados pelas lutas? O que temos feito com os nossos problemas de família? Com as crises em nosso país e no mundo? Choramos? Jejuamos? Oramos? 

Na quaresma podemos repensar nossa vida e  escolhas. Podemos confessar nossos pecados e daqueles que amamos.  Podemos nos levantar como intercessores clamando pela nossa nação e meditando no sentido da Cruz. Jesus morreu por um motivo e precisamos  trazer à memória  esta razão e pensar em como isso nos impacta.  

Vinde a mim – Conclusão 

A quaresma é um convite para nos aproximarmos de Deus com humildade e reconhecermos que somos pó. Temos uma visão irreal de controle,  porque na  verdade somos mais limitados do que gostamos de admitir. E este é o  sinal de que precisamos de um salvador, Jesus! 

Em honestidade, após os pontos de interrogações, no silêncio de Deus, somos acolhidos e podemos descansar. Deus é constante e único. Ele junta as peças quebradas de nossa alma e nos dá um novo coração para celebrarmos sua ressurreição. Nesta quaresma Ele nos diz: vinde a mim! O  que vamos responder?