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O Deus de amor e o Deus da ira

Oração

Eu não sei você, mas já me aconteceu de ler o antigo testamento e me sentir um tanto distante do Deus da ira que é retratado. Somos tão apresentados a imagem do Deus que é amor, que a ideia de que esse mesmo Deus também se ira não fazia sentido na minha cabeça.

Deus mudou?

Em busca de justificar tamanha ira derramada sobre o povo, é comum vermos sendo propagada a ideia de que existe um Deus antes de Jesus e outro Deus depois de Jesus. Mas, à medida que estudamos mais a fundo os atributos de Deus, passamos a entender a relação de interdependência. E principalmente, o fato de que esses atributos não mudam do antigo para o novo testamento.

“Os julgamentos que Deus libera sobre a terra contra aqueles que se opõem a Ele e oprimem Seu povo não acontecem porque Ele está eternamente zangado ou simplesmente porque Ele é mau(…). Ele fará o que for preciso para que não haja obstáculos para que Seu amor encha a terra (Hc 2:14), e para que Seu povo, o alvo de Sua afeição, receba esse amor em sua totalidade” – Mike Bickle,  no livro A resposta de Deus à crescente crise.

Quando vemos a ira de Deus da perspectiva de um Deus que é amor e que deseja derramar seu amor sobre Seu povo, fica mais fácil entender a ira como um atributo que denuncia o pecado; denuncia que algo está errado. É uma demonstração do zelo de Deus por nós – a noiva – ao querer nos amar em toda a sua plenitude.

A ira contra o pecado

A partir dessa perspectiva, comecei a ver a ira de Deus não como algo contra nós. Mas contra o pecado que nos afasta dele. Ele é totalmente puro e santo. Nele não há pecado – logo, Ele não coabita com o pecado. Ao invés da ira tornar Deus mais cruel, apenas reforça o zelo pela Sua noiva. É um cuidado para que recebamos todo o Seu amor, porque esse é o seu desejo.

Agora, quando vejo a ira de Deus, vejo uma outra faceta do seu amor e da sua misericórdia. A cruz é o exemplo perfeito disso, pois quando Jesus morreu, bebeu o cálice da ira de Deus. Mas ao ressuscitar, nos tornou dignos de termos acesso ao amor do Pai. Sua ira foi derramada sobre Jesus para que nada impeça o amor dele por nós.

Quanto mais conheço os atributos de Deus, mais vejo o quanto Ele nos ama. E, por um motivo maior do que sou capaz de compreender, o quanto Ele quis compartilhar esse amor conosco. Enxergar seus atributos através do amor, nos faz conhecer ainda mais o Deus que é o mesmo ontem, hoje e sempre.

Pensando sobre o cenário brasileiro e mundial, para onde quer que olhamos, encontramos motivos para nos desesperarmos e sermos tomados por uma falta de esperança pelo futuro ou por uma melhora no caráter do ser humano. É comum ouvir comentários sobre como está cada vez mais difícil acreditar na humanidade. De fato, enquanto nossa confiança estiver no ser humano, estaremos sempre nos frustrando.

Como Paulo disse, todos pecaram e foram destituídos da glória de Deus (Rm 3:23), logo estamos propensos a falhar continuamente. Isso significa que nenhum esforço nosso pode nos levar a atingir algum tipo de perfeição, justiça ou bondade ideal. Até mesmo aqueles que tiveram seus corações regenerados precisam do Espírito Santo para darem bons frutos e fazerem boas escolhas.

Onde devemos depositar nossa confiança

Quando vemos tamanhas injustiças que ocorrem no mundo e em nosso país, começamos a projetar soluções. Muitas vezes, depositamos toda a nossa esperança em uma instituição, em uma pessoa, ou em um sistema de justiça. No entanto, por mais eficientes que esses sejam, em algum momento irão falhar. Nesses momentos que nosso coração é posto à prova e vemos em quem realmente temos depositado nossa confiança.

Davi declara que é melhor se refugiar em Deus do que depositar nossa confiança na humanidade (Sl 118:8). Acostumado com guerras, ele sabia na prática o que era depender completamente de Deus para que a justiça fosse estabelecida.

Jesus é a resposta que precisamos

Em momentos de crise como a que estamos vivendo no país e no mundo, podemos lembrar que quem realmente retém todo o poder de estabelecer a justiça na terra é Jesus. E é com essa esperança que te encorajo a orar para que a justiça seja feita ainda nesse tempo, enquanto aguardamos a sua vinda. A crescente crise nos faz reconhecer que a oração é uma maneira de não só intercedermos pelas injustiças que estão ocorrendo. Mas também de mantermos nosso espírito fortalecido para lidarmos com situações difíceis e emocionalmente pesadas.

Por isso, te convido a confiar que Ele é refúgio para nós, os que o buscam. Podemos depositar nossa esperança em Deus e orar sabendo que somente Ele trará a justiça plena e guardará nossos corações de toda ansiedade e medo em relação ao hoje e ao amanhã.

Aprendemos como fazer um jejum bíblico corretamente e o porquê jejuar. Hoje, nós iremos falar um pouco acerca do que você precisa saber sobre o seu físico durante o jejum. Existe um ajuste no seu corpo durante este período. Dependendo do tipo de jejum que você irá fazer, é necessário cuidado.

Definindo o seu jejum

Uma coisa que você precisa saber de primeira, é que não se começa com um jejum de água. Se você nunca jejuou antes, não comece com um: “ah, eu vou fazer um jejum de 21 ou de 40 dias apenas com água”, isso não é recomendável e pode trazer malefícios para a sua saúde. Um jejum de Daniel, com apenas frutas e vegetais é uma maneira brilhante de jejuar, especialmente se você tem um trabalho que exige muito de você. É possível jejuar de forma saudável.

Vencendo a abstinência ao jejuar

Preciso te alertar: existem essas coisas horríveis chamada abstinência e desintoxicação e elas são reais. Então, você pode não saber, mas muito provavelmente é viciado em açúcar. SIM, muito provavelmente você é viciado em açúcar, pois açúcar está em tudo. Se você está pegando um pequeno copo de café e colocando dois pacotes ali dentro, isso é muito açúcar! Existe mais açúcar do que você se dá conta em sua dieta, e quando de repente se para de consumir esse açúcar, o seu corpo fica bravo com você. É como se ele estivesse dizendo: me dê açúcar, eu quero açúcar! Pode ser que você sonhe com açúcar, pense nele dia e noite e até fique emburrado por não estar ingerindo o mesmo. Lute contra isso! Não desista, diga não! Eu prometo, isso vai passar.

Os sintomas

Agora, o que é esse “isso” que eu estou falando? Estou falando das dores de cabeça, mau humor, sintomas como os da gripe no seu corpo. Tudo isso por causa do açúcar? Sim! Açúcar, farinha branca e cafeína, por mais que não tenhamos noção, nós somos viciados nessas coisas. Eu sei que sou, eu preciso do meu chocolate. Quando eu não como chocolate eu fico mau humorada, tenho dores de cabeça, tudo isso. Quando você para de consumir essas coisas, o seu corpo não aceita, pois ele aprendeu a depender delas. Você descobre que o seu corpo, tem uma mente própria e ele quer que façamos as coisas que ele ama, te fazendo acreditar que tudo fica melhor na sua vida quando você está comendo açúcar, farinha branca ou consumindo cafeína.

Isso é o que corpo te dirá, por isso, é necessário você ser firme, pois há algo tão bom no terceiro dia. Honestamente, são aproximadamente três dias em que você irá lutar, após o terceiro dia você vai começar a se sentir um pouco melhor, e após o quinto dia, se sentirá fantástico(a); sua mente estará limpa, você será capaz de pensar mais uma vez, você não se sentirá mais dependente de algo para se animar durante à tarde, não precisará daquele pedaço de bolo, daquele copo de café da manhã.

Nós desejamos mais do que especiarias

Você purificou o seu corpo, mas deve estar ciente de que o seu corpo irá lutar com você, ok? Nós não damos crédito ao poder que a comida têm sobre nós. Os filhos de Israel, quando deixaram o Egito, pensaram em voltar à escravidão. Sabe por quê? Porque havia alho e temperos na terra da escravidão. Eles sentiam falta dessas especiarias, sentiam falta de comida com sabor e consideraram ser melhor voltar para a terra da escravidão do que entrar na Terra Prometida. Agora, se alguém está disposto a voltar à escravidão pela comida, você precisa entender que a comida tem uma forte influência e poder.

Parceria com o Noivo ao jejuar

Esteja ciente do que virá para você. Tenha consciência de que talvez haja problemas até mesmo de gula na sua vida e use esse tempo para quebrar isso, para receber liberdade, caminhar em graça e entrar em parceria com o Senhor. Isso faz sentido? Eu espero que sim! Então, não fique chocado se o seu corpo começar a surtar, lembre-se que isso pode acontecer. Então continue, não desista, permaneça firme e decidido(a) a jejuar.

O jejum bíblico é uma das estratégias que cristãos usam há milhares de anos para ficarem sensíveis a voz do Espírito Santo de Deus. Jesus jejuou diversas vezes e nos ensinou como fazer jejum. Aqui, organizamos algumas informações para que você saiba o propósito do jejum bíblico e se sinta encorajado a começar.

Uma das primeiras coisas que devemos saber e ter consciência é que: o jejum não é regime, então, se você entra no jejum com o pensamento de que você irá emagrecer e ao mesmo tempo conseguir agradar a Deus, você está enganado. Na verdade, o jejum bíblico nunca deve ter o objetivo de perda de peso. Você perde o peso por um curto período de tempo e logo depois volta a comer novamente e ganha tudo que perdeu. Por isso, não faça esse tipo de jejum com a intenção de perder peso.

Saiba também que o jejum nunca deve ser um ato para fazer barganha com Deus. Não jejue em troca de algo. O Senhor conhece os desejos mais íntimos dos corações dos Seus filhos. Ele sabe exatamente o que você precisa e sabe melhor do que ninguém, guiar os seus passos.

Objetivo que você deve ter

Um dos objetivos de jejuar é para reconhecer nossa pequenez, nossa humanidade, para assim querer se aproximar de Deus. O jejum bíblico remove todas as coisas em que nós confiamos, todos os suportes que já temos, para que venhamos sentir o peso da nossa humanidade. Há aspectos em nossa vida que somos dependentes de algumas coisas e quando a tiramos, nos sentimos perdidos. Mas o fato é que, para viver, precisamos de Deus. E se Ele não é o foco, as coisas podem ficar ainda mais difíceis.

Saiba que, o jejuar não é confortável e nunca será fácil, pois sempre existirão dias bons ou ruins. É necessário entender que você não é perfeito. Apenas Deus é! Então, algumas vezes você pode falhar durante o jejum. Por isso, é importante ter em mente que não há jejuador perfeito, então não espere ser perfeito em seu jejum. Busque ficar firme, seguir adiante e buscar o coração de Deus. 

Abra espaço em Seu coração para as coisas de Deus

Quando for começar um jejum pense que você limpará seu “armário” interno para dar mais espaço para Deus. No jejum bíblico você ficará sem as coisas nas quais naturalmente se apoia para receber mais do Senhor.

A verdade é que Deus quer que desfrutemos da nossa vida, da comida, do lazer. Mas durante um período, de tempos em tempos, ao nos afastarmos das coisas que normalmente fazemos, estaremos sensíveis a voz de Deus. O jejum bíblico é uma forma de reorganização, seja para tomar decisões importantes ou para remover coisas que talvez sejam distrações. O jejum coloca o nosso coração diante de Deus. Nós pedimos, nós buscamos, nós batemos por mais do Senhor sobre nossas vidas.

“Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se pedir peixe, lhe dará uma cobra? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!” Mateus 7.7-8

Hora de começar seu jejum bíblico

Saiba que, nem todos os jejuns são de comidas. Talvez o que permeia a sua mente não seja um bolo de chocolate, um refrigerante ou aquela comida que você tanto gosta. Talvez o que tire seu foco seja às redes sociais. Então, antes de começar seu jejum bíblico, encontre dentro de você algo legítimo e leve diante do Senhor. Entregue a Ele por alguns dias, para que assim você receba o que está no coração do pai. Afinal, jejum bíblico é isto: eliminar as distrações para que possamos receber mais de Deus.

Viver a inimizade com uma pessoa é realmente devastador. Semelhante também é a insatisfação, derivada da busca pelos prazeres – conhecida como hedonismo. Hoje, facilmente nos isolamos, e o nosso tempo tem nos ensinado a reservarmo-nos em uma rasa consciência do outro, do que o nosso vizinho ou amigo tem vivenciado. 

Vemos pouca consistência nos relacionamentos, pouco altruísmo, e falta do que é verdadeiro. Procuramos estratégias, nos rendemos às técnicas do autoconhecimento e à capacitação para enfrentarmos a realidade que não sabemos encarar. Porque, infelizmente, parece que sabemos viver sem Deus (realidade atual), mas a verdade  é que sem Deus não sabemos viver com esperança. 

Além disso, à medida em que a tecnologia tem entrado em nosso cotidiano, seus efeitos têm surtido facilidades e cada vez mais isso nos faz indivíduos independentes e solitários. E em contrapartida, a necessidade social destacada tende a ser a empatia, a interdependência e o desenvolvimento orgânico e natural das relações, visto que precisamos uns dos outros! Todavia, antes de tudo isso, precisamos ter paz com Deus e entender a amizade que a nos está reservada.

 

Tendo amizade e paz com Deus

 

Vivemos consequências da falta de paz com Deus no mundo. E o que seria de nós se não pudéssemos ter paz com Deus? Não poderíamos crer nele, nem conhecê-lo. E ter esta paz não diz respeito a mais uma fórmula de enriquecimento pessoal. Mas a paz com Deus, descrita em Efésios 2:13-14, é o início da vida. É a boa notícia de que agora, podemos ter fé em Deus, pois a vida com Deus tem esperança e um propósito.

A partir daí, entendemos que existe um dono de tudo o que vemos. E Ele continua tendo compromisso com a sua criação por meio da aliança que Ele mesmo firmou em Jesus Cristo na cruz. Jesus é a prova de que Deus existe e que não é distante! Jesus concedeu o acesso do homem a Deus. E agora podemos amá-lo e aprender a amar e a viver, e além disso, ter os nossos prazeres harmonizados. E aí nos relacionaremos melhor com as nossas amizades.

 

Tendo amizade com as pessoas

 

Deus organizou o mundo de forma orgânica e dinâmica. As pessoas devem ser valorizadas. E aprender a conviver com as diferenças não é o bastante. Precisamos de inteligência que nos ajude a exercer misericórdia e perseverança para recomeçar, quando houver desentendimento.

E, as pessoas são mais importantes que esses impasses. Até pelo fato de que podemos provar deste padrão, porque Deus mesmo o instituiu. Ele nos deixou claro seu interesse por relacionamentos.

Deus se demonstrou um ser relacional e amigo dos homens. Mas, ao mesmo tempo, ele não pode ter amizade com todos, porque nem todos o compreendem, pois para nos aproximarmos dele é preciso crer que ele existe (Hebreus 11:6).

 

A suficiência de Jesus para a vida humana

 

Deus se define como “Eu Sou”. Ele é a suficiência, porque Ele é a plenitude e a perfeição que ansiamos. E isso externa a nossa necessidade de Deus. Em todo lugar, sempre iremos desejar características referentes aos atributos inerentes de Deus. Isto é, por desejarmos o que é pleno e perfeito, ansiamos por apreciar a vida e fazê-la valer a pena.

Desejar apreciar a vida não é errado. Porém, é importante termos em mente que a paz com Deus é uma dádiva e a maior de todas. Desejamos uma vida feliz, e nos esforçamos para colher bons resultados. Mas se pudéssemos começar por algum lugar, seria apropriado que fosse pela paz com Deus, através de Jesus Cristo.

Isto, porque a consciência ou o conhecimento que temos acerca de Deus afeta toda a compreensão de nós mesmos e da nossa vida. Termos paz com Deus é saber que não estamos nos referindo a um desconhecido, mas a alguém com quem podemos ter um relacionamento profundo.

E quando nos tornamos cristãos, podemos e devemos nos debruçar na compreensão do conhecimento de Deus. E isto ocorre por meio das Escrituras, dado o valor inestimável a qual fomos expostos. Jesus é a suficiência de que necessitamos conhecer e que dá o sentido de todas as coisas.

Pois vivermos sob a perspectiva cristã é termos consciência de que todos sem exceção prestamos conta das nossas vidas a Deus. E saber que foi nos apresentada a oportunidade de não mais vivermos a inimizade com Deus, mas a submissão prazerosa, em adoração àquele que é. E somente a partir disso temos uma compreensão correta e ajustada da nossa vida aqui e também do nosso papel para com o próximo.

Tem momentos em nossas vidas nos quais não conseguimos enxergar a misericórdia de Deus. Temos o costume, como cristãos, de associar a misericórdia à uma espécie de “livramento” de coisas ruins em nosso cotidiano. Quando nada de muito ruim acontece, não lembramos de clamar por misericórdia ou de agradecer por ela. Usamos essa palavra o tempo todo e, talvez, não pensemos muito sobre o peso que ela carrega. Na verdade, há algo muito forte por trás, que não pode ser tratado de forma banal.

O maior ato de misericórdia

A misericórdia faz parte de quem Deus é. Quando Jesus morreu na cruz por nós, foi um grande ato de amor. Em um mesmo evento, houve juízo sendo derramado sobre Ele em favor de toda a humanidade e, ao mesmo tempo, compaixão sendo estendida a nós. Nosso Deus é juiz, mas também é misericordioso; e na cruz vemos o cumprimento desses seus dois atributos de maneira clara.

Sendo homem, como eu e você, Jesus sofreu tudo o que um ser humano poderia sofrer ao longo de sua vida. Não sabemos detalhes da sua vida antes de começar seu ministério, mas sabemos que tudo o que Ele fez, ele aprendeu com o Pai, inclusive como ser misericordioso. Na sua intimidade com o Pai, Jesus aprendeu a estender compaixão aos outros, e seu maior ato de misericórdia se cumpriu na cruz.

Poupados por amor

A misericórdia de Deus mostra que Ele tem zelo pelo nosso relacionamento com Ele. Mostra seu amor por nós de maneira que não conseguimos entender pela nossa sabedoria. Ele deseja derramar seu amor sobre nós, e para isso é preciso que não recebamos o que merecemos. Somente dessa forma podemos ter completo acesso ao Pai e ao seu amor. Como diz Dale Anderson, no livro Misericórdia Triunfante: “Ele age conosco em misericórdia, não porque mereçamos, mas porque é da Sua natureza agir assim”.

Todos os dias somos poupados do seu juízo, pela misericórdia que se renova a cada manhã. Todos os dias somos poupados em nome do seu amor por nós. Através dessa certeza – de que não recebemos o que merecemos -, sabemos que não podemos fazer nada sem Ele. Afinal, isso nos impulsiona a estendermos as mãos aos outros e sempre sermos gratos por essa misericórdia que triunfa sobre o juízo, manifestando Seu amor por nós.

 

Nos últimos anos, várias igrejas em diferentes estados do Brasil têm respondido ao chamado do Senhor para entrar em parceria com Ele no lugar de oração. Nesse processo, algumas dúvidas podem surgir em nossas reuniões de oração. Então, como orar de forma intencional e que reflita o anseio de uma Noiva que está aguardando o retorno de Cristo?

Orar a palavra

Na cruz, Jesus nos resgatou e nos livrou da morte. Como diz o texto bíblico:

“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.”  Romanos 8:1 

Ao orarmos, devemos nos focar em Deus e não no pecado ou nos demônios. Este é o modelo das orações do Novo Testamento, feitas pelos apóstolos. Assim, precisamos desejar maior liberação do ministério do Espírito Santo sobre nossas comunidades de fé e cidades. E centrar nossas declarações em virtudes como paz, alegria, unidade, santidade e esperança. De maneira prática, é importante que nossas orações estejam centradas em versículos bíblicos. Orar a palavra é declarar as verdades de quem Deus é, e o que Ele pensa sobre nós, sua Igreja, as cidades e países. É concordar com o que Ele diz em suas Escrituras e profetizar isso mais uma vez sobre nossa igreja local.

Alguns tópicos sobre o que orar pela Igreja local a partir das orações apostólicas:

-Unidade entre os cristãos e suas famílias (Jo 17:21-23);

-Por um derramamento do Espírito profético sobre pregadores, pastores e equipes de louvor (At 2:17);

-Pela manifestação da presença de Deus em todos os departamentos da igreja local. E que as pessoas possam ser salvas, libertas e reavivadas pelo Espírito (At 2:17);

-Por amor entre os cristãos e que o espírito de santidade prevaleça (Fl 1:9-11), ansiar que os cristãos possam ser fortalecidos no íntimo do seu interior (Ef 3:16-19);

-Por convicção sobre a pregação da Palavra para que todos sejam profundamente impactados (Jo 16:8);

-Para que seja liberado sobre as igrejas e graça para orarem de forma intensa (Zc 12:10);

-Propagação do Evangelho e o despertar dos cristãos para a proclamação das boas novas (Mt 9:37-38);

-Pela manifestação e liberação dos dons do Espírito Santo (At 2:17);

-Pelo Espírito de sabedoria e revelação no pleno conhecimento de Deus sobre todos os líderes e membros das comunidades de fé (Ef 1:17);

-Para que haja oportunidades de pregação do evangelho e aqueles que ainda não creem possam ser convencidos através do Espírito Santo (Cl 4:3; 2Ts 3:1);

Assim, ao orarmos de forma intencional por nossa igreja local, podemos em fé confiar que o Senhor escuta nossas petições. E, no seu devido tempo, veremos transformação. O Senhor chama sua Noiva para que esteja preparada para a Sua volta, conectada com Ele através da oração.

Sabe aquela sensação horrorosa de não ser capaz de fazer alguma coisa? É um misto de frustração, decepção, revolta e tristeza. Uma das piores sensações que podemos sentir como seres humanos, pois sempre vem carregada de culpa e auto-condenação. Esse sentimento normalmente nos leva a seguinte pergunta: por que Deus não me ajuda?

Você deve estar pensando: nossa, que jeito deprimente de começar um texto. Sim, não vou negar, mas apenas confie em mim, vamos conversar um pouco sobre fracassos.

Fracassos na Bíblia

A bíblia está repleta de histórias de frustrações. Desde viagens que Paulo não pôde fazer e o espinho na carne do qual não pôde se livrar, passando por profetas que foram levados como escravos e forçados a servir novos reis, chegando a José, que entre tantas coisas, fracassou em provar sua inocência, o que lhe garantiu dois anos de prisão.

Cada uma dessas histórias, e tantas outras descritas nas escrituras, nos mostram em primeiro lugar que a frustração faz parte das nossas vidas. Sempre foi assim e continuará sendo até o retorno de Jesus. Em segundo lugar, e talvez o mais importante, Deus está envolvido em cada um dos nossos fracassos.

Quando as coisas não vão bem é fácil pensarmos que estamos longe da vontade de Deus. Pensarmos que, por alguma razão, Ele se “esqueceu” de nós ou simplesmente não está disposto a nos ajudar naquele momento. Mas a verdade é que essa é uma das faces de Sua misericórdia.

Isso se chama MISERICÓRDIA

Aprendi recentemente que umas das maiores expressões da misericórdia de Deus são os “nãos”, ainda que eles sejam completamente desagradáveis. Deus é soberano sobre todas as coisas, Ele possui o domínio de tudo e nada foge ao Seu controle – inclusive as nossas limitações.

Em sua soberania e perfeita sabedoria Ele escolheu que tivéssemos problemas, portas fechadas e tempos difíceis, pois sabe que essa seria a melhor maneira de se revelar a nós e de nos levar a um relacionamento profundo e íntimo com Ele.

Sim, eu sei que é algo muito mais fácil de falar do que viver, mas posso te garantir (por experiência própria) de que a dor do “não”, por pior que seja, não se compara a alegria do “sim”. Essa é Sua misericórdia: nos dar todos os “nãos” que precisamos para encontrarmos nosso caminho. Fechar todas as portas erradas para que atravessemos aquela que nos levará ao maior conhecimento de quem Ele é.

Por pior que seja não conseguir o emprego dos seus sonhos, terminar um relacionamento ou não conseguir se livrar de um problema como orgulho ou ansiedade, posso te prometer que, mesmo que pareça confuso, esta é a misericórdia de Deus em ação. Ele está te guiando por um caminho melhor e continua cheio de pensamentos de paz a seu respeito. Ainda que seja difícil, apenas confie em Sua liderança e deixe Ele te mostrar o que Sua misericórdia e amor podem fazer.

Eu estava lendo a respeito de Ló esses dias… Você o conhece? Existem muitos personagens controversos na bíblia, mas esse consegue me deixar confusa todas as vezes que leio sua história. Já ouvi algumas pregações que destacavam suas falhas, li textos que exaltavam sua fidelidade e analisei sua história por diversos pontos de vista buscando um veredicto para sua vida quando finalmente me dei conta: nós não vivemos em um filme da Marvel!

Ok, pode ser que para você essa afirmação soe óbvia demais, ou completamente desconexa da história de Ló, então deixe-me explicar meu raciocínio. Enquanto lia percebi que estava, através da minha própria “sabedoria”, tentando determinar se Ló era herói ou vilão. Já havia feito isso tantas vezes antes de forma inconsciente que tornou-se natural. Davi? Herói. Saul? Vilão. José? Super-herói, seus irmãos? Bem, você entendeu…

Nem herói, nem vilão

Enquanto eu tentava julgar o seu caráter, pude ouvir a doce voz do Espírito Santo me lembrando que, assim como todos os homens na bíblia (exceto Jesus), Ló foi apenas um ser humano. E o que todos os seres humanos têm em comum? Todos pecaram, foram separados da glória de Deus e precisam desesperadamente de um herói. Por isso aquele que era desde o princípio, a própria essência de Deus, se fez carne e habitou entre nós e essa é uma história grande e gloriosa que nós já conhecemos.

Diferentemente de Jesus, Ló não tinha nada de super e com isso eu consigo me identificar facilmente. Olhando para cada ponto baixo de sua história, fui levada a pensar nas minhas próprias fraquezas e limitações e aceitar que, por mais que eu tente, também não sou uma heroína e esse é exatamente esse o ponto. Jesus não nos chamou para sermos super-heróis, muito pelo contrário, Ele conheceu a nossa humanidade e sabia que teríamos fraquezas.

O propósito das nossas fraquezas

Cada uma das nossas fraquezas pode expressar com eficiência a glória e soberania de Deus, revelar para aqueles que nos cercam, quem Ele é. Quando Sodoma e Gomorra foram destruídas, Ló não queria deixar sua cidade. Foi então necessário que um anjo viesse e o carregasse para fora. Por mais absurdo que pareça, essa é a primeira menção de misericórdia na bíblia.

A misericórdia é a essência de quem Deus é e Ele escolheu nos revelar isso através das falhas de um homem comum. Da mesma forma Ele nos chama a compreender que não sermos heróis, não nos faz vilões. Somos humanos. Quando aceitamos e encaramos os desafios que nos foram propostos nessa vida, abandonando a ideia de perfeição, um peso enorme é tirado das nossas costas e podemos expressar os atributos daquele que é o verdadeiro herói na nossa história.

Mas ele me disse: Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza;. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte. 2 Coríntios 12:9,10

Era uma noite chuvosa e, em uma pequena casa podia-se ouvir, vindo do quarto, o choro de uma mulher. Era Mônica. As lágrimas escorriam em seu rosto. Insistentemente ela clamava ao Senhor para que olhos do coração de seu filho, Agostinho de Hipona, pudessem ver Jesus.

Os antigos manuscritos contam que Mônica, desde criança, era religiosa e disciplinada. Católica, nasceu em 332 em Tagaste, Argélia. Ela crescera em um  lar abastado e foi educada por uma escrava, a qual criava os filhos dos seus senhores. E, de certa forma, a história de sua criação fez com que ela fosse inclinada a ajudar os menos favorecidos.

Uma entrega sincera

Mônica foi capturada pelo Senhor e entendeu que não há vida fora Dele. Uma das expressões de sua fé foi um coração entregue ao propósito de ver a conversão de seu filho primogênito. Os outros dois filhos já haviam se convertido ao catolicismo.  Mônica também enfrentava dificuldades no casamento, seu marido tinha um temperamento violento. Contudo, Mônica, pacientemente, perseverou em oração.

A mãe de Agostinho entendia quem ela era em Deus e, por isso, movia-se com convicção. Queria que seu filho e marido experimentassem do mesmo relacionamento íntimo que tinha com o Senhor. E então, por meio da oração, concordava com os planos e propósitos de Deus para Agostinho e seu marido.

Podemos perceber através de breves relatos da história de Mônica que ela não considerava de pouco valor, aquilo que ela cria que Deus tinha colocado em seu coração: clamar pela salvação do filho e do marido. E, ainda que as pessoas ao seu redor não cressem nesses milagres ou até mesmo que suas orações nem fossem respondidas enquanto estivesse viva, ela posicionou seu coração em Deus, colocando-se como e a principal intercessora de sua família.

Movida por fé

Agostinho levava uma vida devassa e rebelde, e isso sempre gerou preocupações para Mônica. Certa vez, angustiada, foi até uma igreja em Cartago à procura de um bispo para poder conversar sobre seu filho. Com lágrimas nos olhos, Mônica ouviu do bispo: “Vai em paz e continua a viver assim, porque é impossível que pereça o filho de tantas lágrimas.” Essas palavras consoladoras a motivaram a perseverar em oração por Agostinho.

Uma de suas felicidades foi ver seu marido convertido a Jesus Cristo. E, mesmo no leito de morte ele foi batizado. Sua alegria foi completa quando Agostinho, em agosto de 386, rende-se ao Senhor. Em “Confissões” (VIII-12) o teólogo narra a reação de sua mãe ao contar sobre sua decisão: “Ela rejubila. Contamos-lhe como o caso se passou. Exulta e triunfa, bendizendo-Vos, Senhor, ‘que sois poderoso para fazer todas as coisas mais superabundantemente do que pedimos ou entendemos’. Bendizia-Vos porque via que, em mim, lhe tínheis concedido muito mais do que ela costumava pedir, com tristes e lastimosos gemidos.”

Convicção

Agostinho tornou-se um importante teólogo e filósofo que impactou os primeiros séculos do Cristianismo. A devoção de Mônica ao Senhor fez com que seu coração enchesse de esperança e coragem para orar pela conversão de seu filho.  Aos olhos do ativismo que este século vive, isso pode ser pouca coisa: “Mônica poderia estar fazendo outras coisas” no lugar das longas horas de intercessão pelo filho afastado do Senhor. Até mesmo isso deve ter passado em alguns momentos em sua mente, porém ela sabia que a oração era a única e a mais importante atitude a ser tomada. Isso mudou o curso de sua História, a de Agostinho e de tantas pessoas que foram alcançadas pelo testemunho e ensino de seu filho. O amor de Deus trouxe convicção para que Mônica persistisse no lugar de oração por sua família.