Fhop Blog

Empoderamento feminino: o que realmente valoriza mulheres?

Relacionamentos

Ao longo dos séculos mulheres lutaram contra a opressão de seus próprios maridos e da sociedade. Elas se revoltaram por às julgarem inferiores, por sofrerem violência doméstica, por não terem direitos sociais e por acreditarem ser igualmente formadoras de opinião. Elas lutaram pelo empoderamento.

Procuraram espaços de reconhecimento e valorização, onde as julgassem competentes a ponto de contribuir na ciência, no mercado de trabalho e outras áreas.
E surge a pergunta: o que realmente valoriza mulheres? Será profissão, dinheiro, casamento, empoderamento, inteligência, relevância e reconhecimento da sociedade? Com a dúvida, mulheres entraram na competição de gênero. Algo que nunca deveria ter existido.

Pois, espera aí! Não estamos numa luta contra os homens. E também não somos fortes porque lutamos como homens!

Mulheres passaram a valorizar funções masculinas

Nos dias atuais, um dos problemas que nossa sociedade passa é o de criar nossas meninas como homens. Vivemos uma corrida contra o tempo. Buscamos conquistar a liberdade e autonomia que desejamos, e dessa forma, tornar possível construir uma história incrível de superação. Nos preocupamos com o futuro e com a revolução que precisamos fazer em nós mesmas para conquistar tudo o que desejamos ser.

De outro lado, a insatisfação e o desafio de se afirmar instigou mulheres ao poder e à liberdade moderna de serem o que quiserem. Isso seria possível ao passo que fossem mais avante que qualquer uma e até mesmo que a sua própria natureza para mostrar que têm valor. E mais que isso, vocação. Com isto, entenderam a necessidade de se reinventar. Elas não foram precursoras do empoderamento. Mas passaram e continuam passando por uma história de conquista do espaço público, de atividades políticas e sociais, e de empreendedorismo nos dias atuais.

Ao longo dos séculos, a luta de mulheres que nos antecederam trouxe-nos ideologias e aversão ao patriarcalismo, enxergando-o como uma ameaça ao equilíbrio de gênero. A busca da autonomia feminina ressaltou a importância da mulher. Mas também trouxe consigo mazelas que influenciaram o pensamento de toda a sociedade dos nossos dias.

Antes de tudo, é importante deixar claro que os cristãos não estão numa luta contra a cultura. Mas eles são responsáveis por ressaltar o que há de bom nela, segundo Timothy Keller. Neste sentido, as mulheres são importantes, tanto quanto os homens. E são designadas a um papel significativo na família e na sociedade.

A busca da mulher moderna por afirmação e não por constituir família

Mulheres modernas são autônomas e podem ditar as regras de suas próprias vidas. Não precisam de um homem para isso. Podem se afirmar porque são auto suficientes. São bombardeadas por pressões externas, por elas mesmas e pela sociedade. Sofrem pressão acerca da beleza e realizam mil e uma tarefas.

São empoderadas, porque se esforçam e estudam. São muito inteligentes e não precisam de alguém que cuide delas, as guie ou lhes dê carinho. Lutam por assumir posições masculinas e são expostas às mesmas grandes pressões. São fortes, sem precisar ser menos femininas.

Com tudo isso, as mulheres passaram a ter mais responsabilidades, e os homens a se escorar nas mulheres. Os meninos assumem menos consciência do papel masculino e da responsabilidade de cuidarem de suas futuras esposas com zelo, pois ser tratada com frieza é sinônimo de empoderamento.

Qual o valor bíblico da mulher?

A Bíblia fala acerca do valor da mulher. O valor das mulheres é dado pelo próprio Deus. Se as mulheres querem ter um papel importante na sociedade, elas devem amar a Deus, amar suas famílias e lutar por elas. Desenvolverem os seus dons, serem boas no que sabem fazer. Mas não trocarem a sua identidade por uma premissa falsa de que são fracas.

Como devemos tratar as mulheres? O exemplo de Jesus salta-nos aos olhos. Ele valorizou as mulheres do seu tempo. Elas não eram vistas e muitas vezes eram consideradas imundas. Elas carregavam culpa sobre si. E diante da violência social, Jesus marcou, não só a vida delas, mas de toda a humanidade com valores que mais tarde preconizariam novos direitos ocidentais. Ele elevou os padrões da dignidade humana e se importou com os oprimidos.

Submissas ou empoderadas?

E quanto à submissão bíblica? O que Deus espera como submissão das mulheres aos maridos é tão valiosa quanto a submissão à Cristo. Se submetemos a nossa vida a Cristo em todos os aspectos, somos capazes de amar o cônjuge da mesma maneira que Cristo espera que o amemos.

As mulheres não deixam de ser inteligentes por se submeterem aos seus maridos. E por mais que aprendam a se virarem sozinhas, elas não precisam se afirmar ou conquistar uma posição alta para serem valorizadas. Elas podem chegar em cargos altos pela graça e propósito de Deus.

Cremos que as mulheres estão sendo transformadas pelo Espírito Santo a serem submissas aos seus maridos. E a operarem com sabedoria fazendo a vontade de Deus em suas famílias. Oramos para que elas desejem o que Jesus deseja delas, e não mais do que isso. Porque elas não precisam suprir as expectativas da sociedade, mas sim, as de Deus.

Mulheres empoderadas em Deus

Deus tem expectativas à respeito das mulheres. E tem planos para elas. Ele estabeleceu autoridade, não inferioridade. E a luta pela autonomia não é contra os homens. Ou seja, se queremos lutar, precisamos lutar por lares saudáveis, pela restauração de casais e por mulheres que amem ser mulheres, que sabem o seu valor e que ensinam homens respeitarem as meninas desde pequenos.

Trabalhamos para ver uma geração de mulheres fortes que tem respeito consigo mesmas. Que não precisam conquistar o mundo para serem vistas, mas que encontram em Jesus seu real valor. Que não consideram a sua vida de valor, mas que encontraram em Jesus o sentido de ser bela, e participar de um propósito eterno e extraordinariamente superior.

Diante disso, preferimos o exemplo de Cristo, que mesmo sendo Deus não se considerou alguma coisa, mas se humilhou para nos salvar. Elas podem ser muito mais do que imaginam. Elas estão dispostas a serem tudo o que Deus sonhou.

 

Sem medo de meditar

Meditação é uma palavra que tem levado as pessoas a imaginarem algo complexo. Meditar parece estar além do alcance delas porém, de fato não está e eu quero mostrar como.

Não é preciso ser um monge cristão nem horas dedicadas ao monastério mas, é preciso de fato, de algumas coisas. Eu diria que um coração desejoso pela verdade, que não teme em ser confrontado e disponível a obedecer já seria um bom começo para que os primeiros obstáculos sejam removidos.

A palavra meditação está relacionada ao ruminar de algo. Os animais que ruminam seu alimento precisam mastigar de forma intensa e constante para que eles consigam absorver os nutrientes daquele alimento. Além disso, o significado de meditação para o judeu é o de refletir, ponderar, imaginar, e ainda, falar consigo mesmo em voz alta. Grande parte das vezes em que meditar aparece nas Escrituras está relacionado com o meditar da Lei e das promessas de Deus.

“Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nela está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem-sucedido.” (Josué 1:8)

Portanto, aqui vão 5 dicas simples e práticas para meditação nas Escrituras.

5 dicas/ferramentas para meditação bíblica

  1. Medite em uma única sentença. Não precisa ser um versículo inteiro. Você pode pensar e ruminar todo o seu dia sobre uma única sentença e assim experimentar a profundidade dela. Exemplo: experimente meditar a semana toda em “O Senhor é o meu pastor” (Sl 23)
  2. Medite dia e noite. Tente trazer sempre ao seu pensamento aquela sentença de modo que ela faça parte do seu dia-a-dia. É para ser natural. Exemplo: pense sobre ela escovando os dentes, tomando café da manhã, no ônibus ou até mesmo conversando com alguém no trabalho.
  3. Faça perguntas. Seja honesto e procure ter um coração corajoso que deseja aprender. Faça perguntas ao versículo. Faça perguntas a Deus. Faça perguntas aos seus amigos. Exemplo: “O Senhor é o meu pastor.” Quem é o Senhor? O que um pastor faz? Se ele é o meu pastor o que eu sou diante dele?
  4. Registre. Grande parte das coisas que passam por nossa mente são facilmente esquecidas. Quando as escrevemos a chance de algo permanecer por mais tempo na nossa cabeça aumenta exponencialmente. Portanto tente escrever os pensamentos que vem a você sobre o versículo. Exemplo: escreva num papel, num caderninho, no bloco de notas do seu smartphone, no seu computador.
  5. Ore a Bíblia. Você pode agradecer, pedir ou simplesmente declarar seu versículo em oração. Quando você ora as Escrituras você ora conforme a vontade de Deus usando a linguagem de Deus. Exemplo: “Senhor, guia-me no meu trabalho pois você é o meu pastor”; “Senhor, obrigado porque você é o meu pastor e você me satisfaz.”

Não despreze os pequenos começos

Pode parecer pequeno e relativamente fácil mas essas simples ferramentas são poderosas quando realizadas por alguém que tem fome de Deus. O desafio da meditação é fazer com que as verdades que o teu intelecto processa desçam para o seu coração. E assim se torna mais natural ouvirmos a voz dAquele que tem as palavras de vida.

“Sei que desejas a verdade no íntimo; e no coração me ensinas a sabedoria.” (Salmo 51:6)

Crescer em amor  

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” João 14:21

Todos nós precisamos ter uma visão de amadurecimento e para tanto, devemos permanecer fiéis na nossa busca por Deus. Jesus resumiu toda a Lei quando trouxe a visão do primeiro e do segundo mandamento e para sermos cristãos maduros, temos que estar conscientes da prioridade de vivermos diante do Senhor seguindo estes mandamentos. O texto de João 14:21 nos dá uma visão clara de como devemos amar a Deus. Nos mostra que nossa maior expressão de amor ao Senhor é guardarmos seus mandamentos e assim, nos parecermos com Jesus. Logo, o nosso desejo sincero de amar a Deus precisa evidenciar o nosso desejo de amadurecer.

Muitas vezes falta-nos entendimento sobre a graça, por isso deixamos que nossa vida diante de Deus se torne uma “lista” daquilo que podemos ou não fazer. E essa mentalidade deturpa nossa motivação nos levando a um lugar de justiça própria. Portanto, se olhamos para a Cruz e o amor de Cristo, percebemos que não podemos fazer nada para sermos aceitos e justificados. Pois, Ele é quem faz isso por nós, nos foi dado como um presente e a nossa justiça própria não pode nos levar a lugar algum.

Quando olhamos para o amor e o sacrifício de Cristo podemos reconhecer que precisamos Dele para nos aproximarmos de Deus. Logo, uma visão de amadurecimento não vem da nossa justiça própria. Mas, precisa vir a partir de um ponto onde desejamos responder ao amor Dele por nós. Porque só podemos amá-lo porque Ele nos amou primeiro.

Olhando para Ele

“Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. ” Mateus 5:48

O Pai olha para nós e vê Jesus e a obra da salvação que Seu Filho realizou. Então, toda vez que me volto a Ele e me arrependo o Pai vê a perfeição. Através da revelação dessa verdade o Senhor nos convida a trilharmos esse caminho da perfeição. Pois, expressamos o amor a Deus quando posicionamos nosso coração buscando um lugar de obediência perfeita a Ele. É um convite de sermos perfeitos como Ele é. Em Salmos 36:9 vemos que olhar para a luz traz revelação e entendimento das áreas onde precisamos crescer.

A visão de guardar os ensinamentos de Deus gera impacto no céu. Podemos olhar para a vida de Enoque (Gn. 5:22), que, no meio de uma geração perversa, caminhou com Deus e O agradou, por isso, Deus o tomou para si. Enoque viveu sua vida de um modo que o céu sorriu para ele. Tornou-se um herói da fé e, assim como ele, devemos viver uma vida nessa visão de agradarmos a Deus, crescendo e sendo aperfeiçoados em nossa fé.

Desafios

“Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma. Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida.” Tiago 1:25

Essa declaração nos dá uma perspectiva diferente sobre a tribulação. Mostra que os desafios devem ser encarados como uma oportunidade de sermos aperfeiçoados em nossa fé. As provações produzem profundidade em nossas vidas. Através delas nos tornamos cada vez mais parecidos com Cristo. E essa não é uma jornada que temos que encarar sozinhos, pois o Senhor nos chama a pedirmos por sabedoria. Desse modo, se não soubermos o que fazer em meio aos desafios podemos pedir que Ele nos mostre o caminho que devemos trilhar.

Um coração perseverante

“Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. ” Filipenses 3:1214

Precisamos viver com entendimento de que há uma recompensa eterna nos aguardando. Quando vierem as distrações, dificuldades e as dores, não devemos deixar que elas definam nossa jornada. Temos que prosseguir para o alvo. Olhando para o autor e consumador da nossa fé a fim de nos parecermos com Ele. A maior expressão de amor é ser provado, continuar prosseguindo e sair desse teste mais parecido com Jesus.

Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. 2Timóteo 4:8

Paulo diz: “eu vivo uma vida de sabedoria, então há uma recompensa me esperando por causa da forma como eu vivi. Eu amei a Deus com todo meu coração, guardei Seus mandamentos, logo, a coroa da justiça está guardada.” Nossa vida deve ser  para agradar a Deus. É a opinião Dele que realmente importa. Estamos em uma jornada de amadurecimento e, é necessário, compreendermos o papel das tribulações e dificuldades nesse processo. Acima de tudo, precisamos nos lembrar de que nosso principal objetivo é amar a Deus de todo o nosso coração, alma, força e entendimento, entregando nossas vidas àquele que deu a Sua vida por nós.

A história de Abraão sempre tocou meu coração.  A sua , sua ousadia e sabedoria fazem parte dos grandes ensinamentos da vida desse homem. Hoje quero falar com você sobre a direção que Abraão recebeu para sair da terra e da sua parentela. Essa direção exigiu dele, muita fé.

“Então o Senhor disse a Abrão: “Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei.”
‭ Gênesis‬ ‭12:1‬ 

Aqui vemos uma direção clara para Abraão. E assim é com a gente. Sempre diante de grandes mudanças, Deus traz direções claras para que você possa se mover debaixo de paz.

Deus não nos dará mudanças significativas sem antes revelar o propósito. O nosso Deus sempre fala quais são os próximos passos da jornada.

Depois que Deus pediu para que Abraão fosse para terra que Ele iria mostrar, o Senhor também mostrou a promessa que resultaria dessa mudança.

Existem lugares a serem conquistados e eles não estão dentro daquilo que já conhecemos.

O Pai da fé, Abraão, precisou desbravar o desconhecido e crer que Deus estava com ele ao trilhar caminhos até então não trilhados.

“Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados.”
‭Gênesis‬ ‭12:2-3‬ 

É preciso que façamos nossa parte

As direções de Deus estão completamente ligadas à obediência e ao cumprimento das promessas.

Muitas vezes achamos que Deus deve fazer tudo, ou seja, Ele deve dar direção e cumprir tudo sem que façamos nada. Preciso te dizer que isso não é real. Deus quer que você esteja envolvido como parte importante da história. Isso para que você possa chegar diante das realizações e dizer: “Deus, nós temos juntos contado essa história e eu sou grato por fazer minha parte nela.”

Abraão saiu da sua terra e do meio dos seus parentes e andou por terras estranhas. Nesses lugares, ele adorou a Deus e construiu altares em consagração ao Senhor. Esse homem tão cheio de fé entendeu o poder de obedecer às direções de Deus.

Escutar e obedecer é uma jornada que devemos trilhar todos os dias da nossa vida.

“Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu e dirigiu-se a um lugar que mais tarde receberia como herança, embora não soubesse para onde estava indo. Pela fé peregrinou na terra prometida como se estivesse em terra estranha; viveu em tendas, bem como Isaque e Jacó, co-herdeiros da mesma promessa. Pois ele esperava a cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e edificador é Deus. Pela fé, Abraão — e também a própria Sara, apesar de estéril e avançada em idade — recebeu poder para gerar um filho, porque considerou fiel aquele que lhe havia feito a promessa”. Hebreus 11: 8-11

Deus preparou um caminho

Que possamos entender que existem caminhos que já foram preparados há muito tempo para que estejamos trilhando eles.

Somos muito limitados na nossa visão da jornada. Mas Deus sabe o plano completo.

Aprendi anos atrás que o Senhor não tem plano B à respeito da minha vida. Ele sempre tem o plano original e está todo o tempo me dirigindo para esse plano.

Você e eu precisamos colocar nossos olhos em Deus como Abraão fez. Deus já aplainou esse caminho.

“Portanto, a promessa vem pela fé, para que seja de acordo com a graça e seja assim garantida a toda a descendência de Abraão; não apenas aos que estão sob o regime da lei, mas também aos que têm a fé que Abraão teve. Ele é o pai de todos nós.

Como está escrito: “Eu o constituí pai de muitas nações”. Ele é nosso pai aos olhos de Deus, em quem creu, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência coisas que não existem, como se existissem.

Abraão, contra toda esperança, em esperança creu, tornando-se assim pai de muitas nações, como foi dito a seu respeito: “Assim será a sua descendência”.

Sem se enfraquecer na fé, reconheceu que o seu corpo já estava sem vitalidade, pois já contava cerca de cem anos de idade, e que também o ventre de Sara já estava sem vitalidade.

Mesmo assim não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua fé e deu glória a Deus”, Romanos 4: 16-20

Nosso Deus é Soberano sobre todas as coisas. Se a promessa veio do Senhor, o cumprir virá Dele também.

Todos conhecemos a oração do Pai Nosso ensinada por Jesus aos seus discípulos. Depois de verem Jesus orando, eles pedem “ensina-nos a orar” (Lc 11:1). E então ele começa a fazer a famosa oração. O que levou os discípulos a pedirem para ele ensinar isso, mesmo depois de terem visto tantos sinais e maravilhas? Eles entendiam que o ministério de Jesus era completamente fundamentado na sua comunhão com o Pai, porque eles presenciaram isso de perto, observando sua vida de oração.

Muitas vezes, nossa dificuldade de nos mantermos no lugar de oração vem de uma falta de revelação sobre a quem estamos dirigindo nossa oração. Segundo Corey Russell, no livro Oração, “a fonte e fundamento de toda fé e intimidade na oração está em uma verdadeira revelação do Pai”. Então, enquanto não tivermos uma revelação clara de quem é Deus, estaremos usando a oração como lista de pedidos ou desabafo de problemas. Quando na verdade é a maneira de participarmos da mesma comunhão que Jesus tinha com o Pai.

Em João 17, a oração de Jesus era para que nós fossemos um com o Pai, assim como Ele era. Logo no início do Pai Nosso, já temos uma grande revelação sobre Deus: Ele é Pai e está nos céus. Quando começamos a explorar a paternidade de Deus, geralmente atribuímos a ele as características paternas que encontramos nos pais terrenos. Pensamos que ele é um pai trabalhador e precisa se esforçar para dar conta de atender todas as demandas dos seus sete milhões de filhos. Ou, é um pai ausente que não tem tempo para ouvir a nossa voz. É difícil concebermos que um Deus tão poderoso e soberano se preocuparia e cuidaria de nós como filhos.

Um convite para a comunhão

Ele não só cuida de nós, como ele deseja ter comunhão conosco. Depois de tentar habitar em nosso meio – e não conseguir, por causa das nossas falhas – Ele envia Jesus para ser a restauração perfeita entre nós e o Pai. Ele habita em nosso meio, não mais em um templo físico, mas em cada um de nós. Que privilégio é poder participar dessa perfeita comunhão! Diante disso, nada mais importa – ministério, chamado, dons ou pedidos. Nada que possamos conseguir pela nossa oração é mais precioso do que a comunhão com o nosso próprio Pai. O que nos leva a orar é a revelação de quem está do outro lado. Ele é a nossa recompensa.

A tentação como um presente 

“Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.”  1 Coríntios 10:12-13

Todas as vezes que pensamos em tentação, acreditamos que Deus está à parte disso, que talvez ele não faça nada a respeito pois sabemos que a tentação vem do diabo, segundo as nossas próprias fraquezas carnais (Tiago 1:13-15).

Deus pode não nos tentar, mas Ele cria possibilidades para a tentação. Quem plantou a árvore do conhecimento do bem e do mal no jardim? O próprio Deus. Quem levou Jesus para ser tentado no deserto? Deus. Quando lemos Coríntios, vemos que com a tentação Deus provê o escape; portanto, podemos dizer que a tentação é um presente para o cristão. Ele não faz para produzir o mal, mas para trabalhar algo dentro de nós. Ele deseja construir algo em nosso caráter que não é possível fazer fora da tentação.

Na jornada da vida cristã aprendemos de diversas formas, mas existe uma etapa que só aprendemos diante da tentação. Todo cristão terá que passar por isso, por esse caminho de aprendizado onde obediência e paciência são formadas em nós.

Produzindo resistência

Nem sempre a provação vem com tentação; Deus muitas vezes nos prova, e isso pode ou não, envolver tentação. Satanás nos tenta para nos derrubar, nos enfraquecer e não para trazer um ensino sobre algo; mas está dentro do plano de Deus o produzir em nós um caráter aprovado através disso, que seja capaz de resistir. Resistência será produzido em nós em meio à tentação.

Deus deseja produzir em nós a humanidade perfeita de Jesus, e isso custa caro. Estar em Jesus não significa pular etapas, pegar atalhos. Estar em Jesus significa passar pelo que ele passou, pelo mesmo caminho. Tentação, cruz e ressurreição. Para poder resolver as situações não existe atalhos. Jesus venceu onde Adão falhou, praticamente no mesmo ponto. Então se existe a possibilidade da tentação, em Jesus existe a possibilidade de vencer a tentação. A vitória de Jesus sobre a tentação nos ajuda a nos posicionarmos para ver a tentação como um presente.

Vencendo uma etapa

Algumas pessoas pensam que ao vencer a tentação irão eliminá-la para sempre, porém ela é apenas uma etapa a ser vencida. Não se vence a tentação apenas repreendendo a mente, nem com ações místicas ou “atos proféticos”.

“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.

Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.” Gênesis 3:1-7 

O desejo

Esta é a narrativa da queda, onde algo mudou a perspectiva deles. Aquela que era apenas mais uma dentre todas as árvores do jardim agora se tornou desejável. Satanás sempre usará desejos, sentimentos legítimos para mudar perspectivas sobre as situações. O pecado é resultado de um pensamento torto, uma mentalidade errada que pode gerar uma crise de confiança. Quando cedemos a uma tentação cedemos também à crise da confiança.

Na narrativa da queda podemos observar como a serpente muda a perspectiva de Eva sobre a situação. Deus começa com uma afirmação: “De todas as árvores podereis comer…”. A serpente começa de outra forma: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore…”; ela começa logo com uma negação, conseguindo assim, mudar a visão de Eva. Agora ela não vê mais 499 árvores, ela só consegue ver que não possui 500. Mudou a visão. Não importa todas as outras árvores do jardim, só importa que não pode ter essa. A serpente conseguiu capturar a atenção de Eva com a verdade de Deus passada pelo filtro da falta. O foco está justamente naquela que não pode comer e isso se torna desejável.

A mudança de perspectiva

A voz da tentação começa com a negação e muda a nossa perspectiva. Não é com grandes mentiras, mas com a distorção da verdade que se da a tentação; e quando a verdade é distorcida, também acontece uma distorção da nossa perspectiva da realidade; e assim gera o primeiro gatilho da tentação dentro de nós, a ingratidão. Não somos gratos por 499, pois precisamos de 500. Nos sentimos prejudicados, pois vemos a vida e a realidade pela perspectiva da falta. Não vemos mais o que nos foi dado, apenas vemos o que está faltando.

Olhando para Jesus

Para vencer a tentação precisamos olhar para Jesus. No deserto, Ele mesmo foi tentado em Sua identidade quando satanás sugere que Ele transforme pedra em pão. Ele poderia ter duvidado de quem Ele era. Geralmente somos tentados a duvidar da nossa identidade em Deus, daquilo que Ele afirmou sobre nós. Jesus nos ensina que a voz do caráter de Deus deve ser maior que a voz da carência.

É comum na jornada cristã nós tropeçarmos ou até cairmos, mas precisamos nos posicionar para vencer. Nós vencemos a tentação entendendo que o que está em jogo não é o que estamos fazendo, mas quem somos em Deus e quem Ele é para nós. Na tentação, a única forma é vencer a carência é com a voz do caráter de Deus revelado nas escrituras.

Corey Russell, em seu livro Oração, apresenta quatro principais barreiras que impedem de nos entregarmos à vida de oração. Todas essas barreiras estão relacionadas com o nosso interior.

Orgulho

O orgulho impede de reconhecer nossa condição de dependência diante de Deus. Quando Jesus diz que “bem-aventurados são os pobres de espírito” (Mateus 5:3), ele mostra a importância de reconhecer que há falta em nós. E que encontramos o que nos falta n’Ele. Assim, apenas quando enxergamos esse vazio que só pode ser preenchido por Ele, conseguimos ultrapassar a barreira do orgulho e nos achegar a Ele. Nossa autossuficiência e independência nos dá a sensação de que conseguimos sozinhos. Mas apenas Ele é a fonte de tudo o que precisamos para viver. Sobretudo, é no lugar de oração que depositamos nossas necessidades mais íntimas. E nos humilhamos reconhecendo que ele é o único que pode supri-las.

Incredulidade

O autor de Hebreus diz que sem fé é impossível agradar a Deus. Pois precisamos acreditar que Ele existe e recompensa quem o busca (Hebreus 11:16). Ele tem prazer em ter comunhão conosco e não dispensa um coração quebrantado. Ainda assim, muitas vezes a falta de fé e conhecimento sobre quem Deus é nos impede de os achegarmos a Ele. Começamos a inventar um Deus distante. Que não tem interesse na nossa vida, que nos acusa e nos afasta da sua presença. A incredulidade afasta o homem do principal motivo de orarmos ao Senhor: declarar a nossa fé nas verdades sobre quem Ele é. Assim, precisamos ter fé que Ele deseja nos encontrar no lugar de oração, e que nos recompensa com a sua própria presença.

Como não são coisas externas, essas barreiras são difíceis de reconhecer. Elas têm nos impedido de ter a vida de oração como deveríamos. Principalmente, temos que estar constantemente sondando nossos corações para que se encontrem completamente limpos de todo orgulho e incredulidade. Para nos achegarmos com liberdade e humildade diante de Deus.

Como cristãos, sabemos que devemos orar. Entendemos que é algo importante para ter comunhão com Deus. Sabemos que só nos traz benefícios e cremos na sua eficácia. Ainda assim – sejamos sinceros – não oramos. Dentre as coisas que Deus nos pediu para fazer, a oração é a que menos exige nosso esforço físico, mental e emocional. É algo que só depende de nós e não conseguimos colocar em prática como deveríamos.

Nossa identidade

A falta de revelação sobre nossa identidade como sacerdotes nos impede de exercermos o nosso papel como intercessores diante de Deus. Antes de termos
qualquer outra função no Corpo de Cristo, o chamado principal do cristão é a oração. E esse é um chamado para todos. Não precisamos ser do ministério de intercessão, ou fazer parte da reunião de oração para nos sentirmos aptos a esse chamado. Imediatamente quando aceitamos Jesus, nos tornamos participantes do seu ministério sacerdotal e da comunhão que Ele tem com o Pai (Hebreus 3:1). Assim, não precisamos esperar pelo pastor ou o líder de louvor orar por nós para nos encontrarmos com Deus. Todos somos chamados igualmente a estar nesse lugar de intimidade.

O impacto da oração

A quarta barreira que nos impede de orar é a falta de revelação quanto ao impacto da oração. É muito fácil cair no erro de pensar que nossa oração não tem efeito quando não vemos o resultado imediato ou não quando não temos a resposta de um interlocutor. A impressão que temos é que estamos perdendo tempo. Para nós faz mais sentido tentar estabelecer o Reino pelas nossas próprias forças e nossos recursos. Mas Jesus foi claro ao dizer que devemos buscar em primeiro lugar o Reino e todas as outras coisas nos seriam acrescentadas (Mateus 6:33). Nossa mente humana não consegue entender que ajoelhar e orar dia e noite, deixando Deus resolver o problema, seria mais eficaz do que tentar resolvê-lo por conta própria. Nos sentimos inúteis quando dizemos que estamos “só orando” por algo. Entretanto, ao orar, na verdade fazemos a única coisa realmente necessária.

Deus nos chama ao lugar de oração para cumprirmos nosso chamado principal. Que possamos sondar nossos corações e rever as verdades sobre nossa
identidade, reconhecendo o que tem nos impedido de nos achegar nesse lugar. Precisamos ter a convicção de que Ele é tudo o que precisamos, de que Ele deseja se encontrar conosco, nos deu liberdade para nos encontrarmos com ele e que há poder em nossa comunhão com Ele.

O Brasil é uma nação rica, mas por falta de sabedoria não sabemos como gerir nossos recursos. Lutamos diariamente para fazer da nossa pátria um lugar melhor para os nossos filhos, mas as batalhas são grandes; a corrupção e a imoralidade nos direcionaram a uma crise política. É necessário buscarmos nas Escrituras a orientação para responder de maneira sábia a esse momento de tensão.

“Ainda assim, atende à oração do teu servo e ao seu pedido de misericórdia, ó Senhor, meu Deus. Ouve o clamor e a oração que teu servo faz hoje na tua presença. Estejam os teus olhos voltados dia e noite para este templo, lugar do qual disseste que nele porias o teu nome, para que ouças a oração que o teu servo fizer voltado para este lugar. Ouve as súplicas do teu servo e de Israel, teu povo, quando orarem voltados para este lugar. Ouve desde os céus, lugar da tua habitação, e quando ouvires, dá-lhes o teu perdão.” 2 Crônicas 6:19–21

Um Deus que restaura

O maior desejo do rei Davi era construir um templo onde Deus habitasse e fosse adorado. Essa missão no entanto foi entregue ao seu filho Salomão, que construiu o templo e reuniu a nação para dedicá-lo ao Senhor. No capítulo 6 de II Crônicas, a presença de Deus encheu o lugar e o rei se posicionou em oração. Por conhecer o coração do povo, Salomão sabia de sua tendência em desviar-se do Senhor e adorar outros deuses. Ele então clamou a Deus pedindo que os perdoasse todas as vezes que o povo se voltasse em arrependimento, que sempre que eles O buscassem em oração, Ele respondesse trazendo restauração para a terra.

“O Senhor lhe apareceu de noite e disse: “Ouvi sua oração, e escolhi este lugar para mim, como um templo para sacrifícios. Se eu fechar o céu para que não chova ou mandar que os gafanhotos devorem o país ou sobre o meu povo enviar uma praga, se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra. De hoje em diante os meus olhos estarão abertos e os meus ouvidos atentos às orações feitas neste lugar” 2 Crônicas 7:12–15

Um chamado ao arrependimento

Deus responde a oração do rei. Se o povo se arrependesse e voltasse os olhos ao Senhor, Ele então perdoaria os pecados e sararia a terra. Cheios de temor aquela geração se posiciona e declara que “O Senhor é bom e suas misericórdias duram para sempre”. Entretanto ao passar dos anos, Israel desviou os olhos de Deus e voltou às velhas práticas de adoração a outros deuses. Dentro desse contexto, o Senhor levanta diversos profetas que, de diferentes formas clamam ao povo que voltem seus olhos para Deus, entre esses profetas encontra-se Joel.

“Agora, porém, declara o Senhor, “voltem-se para mim de todo o coração, com jejum, lamento e pranto.” Rasguem o coração, e não as vestes. Voltem-se para o Senhor, para o seu Deus, pois ele é misericordioso e compassivo, muito paciente e cheio de amor; arrepende-se, e não envia a desgraça. Toquem a trombeta em Sião, decretem jejum santo, convoquem uma assembléia sagrada. Reúnam o povo, consagrem a assembléia; ajuntem os anciãos, reúnam as crianças, aquelas que mamam no peito. Até os recém-casados devem deixar os seus aposentos. Que os sacerdotes, que ministram perante o Senhor, chorem entre o pórtico do templo e o altar, orando: Poupa o teu povo, Senhor” Joel 2:12–17

Um coração sincero ao Senhor

Uma importante lição que podemos aprender com este profeta, é sobre o peso que nossas orações tem diante do Senhor. Corações arrependidos, jejum e oração são capazes de tocar o coração de Deus e trazer mudança para a nossa nação.

Não podemos cobrar algo do governo que não vivemos. Se somos corruptos devemos clamar ao Senhor pedindo para que Ele nos sonde e alinhe em nós a realidade do Seu reino. Quando jejuamos, lutamos diretamente com a nossa própria humanidade. E declaramos que há um Deus com poder maior sobre nossa carne e também sobre o governo da terra. Quando nos arrependemos pela direção que nossa nação está tomando, estamos declarando a soberania do Senhor. E quando oramos, demonstramos que a nossa fé está, acima de tudo, nEle.

Ser cristão significa que vivemos nossa vida baseada na Palavra e isso requer posicionamentos. Em momentos de crise na nação, precisamos depositar a esperança em Deus e não em homens. Diante dos homens nós temos o poder de apenas um voto, no entanto temos a autoridade de, como filhos, nos posicionarmos. E clamarmos ao nosso Pai para que intervenha e mude o destino da nossa nação.

Todos nós precisamos ter uma visão de amadurecimento. Para isso, devemos permanecer fiéis na nossa busca por Deus. Jesus resumiu toda a Lei quando trouxe a visão do primeiro e do segundo mandamento. Para sermos cristãos maduros, temos que estar conscientes da prioridade de vivermos diante do Senhor seguindo estes mandamentos. O texto de João 14:21 nos dá uma visão clara de como devemos amar a Deus. Ele nos mostra que nossa maior expressão de amor ao Senhor é guardarmos seus mandamentos e assim, nos parecermos com Jesus. Logo, o nosso desejo sincero de amar a Deus precisa evidenciar o nosso desejo de amadurecer.

Muitas vezes falta-nos entendimento sobre a graça. Por isso deixamos que nossa vida diante de Deus se torne uma “lista” daquilo que podemos ou não fazer. E essa mentalidade deturpa nossa motivação nos levando a um lugar de justiça própria. Portanto, se olhamos para a Cruz e para o amor de Cristo, percebemos que não podemos fazer nada para sermos aceitos e justificados. Ele é quem faz isso por nós. Nos foi dado como um presente e a nossa justiça própria não pode nos levar a lugar algum.

Quando olhamos para o amor e para o sacrifício de Cristo podemos reconhecer que precisamos Dele para nos aproximarmos de Deus. Logo, uma visão de amadurecimento não vem da nossa justiça própria. Essa visão precisa vir a partir de um ponto onde desejamos responder ao amor Dele por nós, pois nós só podemos amá-lo porque Ele nos amou primeiro.

Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.  Mateus 5:48

Deus vê perfeição em nós

O Pai olha para nós e vê Jesus. Ele vê a obra da salvação que Seu Filho realizou, então toda vez que me volto a Ele e me arrependo, o Pai vê a perfeição. Através da revelação dessa verdade o Senhor nos convida a trilharmos esse caminho da perfeição. Pois expressamos amor a Deus quando posicionamos nosso coração buscando um lugar de obediência perfeita a Ele. É um convite de sermos perfeitos como Ele é. Em Salmos 36:9 vemos que graças a luz do Senhor, podemos ver a luz. E olhando para Deus nos tornamos conscientes da nossa própria necessidade de amadurecimento. Olhar para a luz traz revelação e entendimento das áreas onde precisamos crescer.

Jesus é nosso exemplo de fé

A visão de guardar os ensinamentos de Deus gera impacto no céu. Podemos olhar para a vida de Enoque (Gn. 5:22), que, no meio de uma geração perversa, caminhou com Deus e O agradou. Por isso, Deus o tomou para si. Enoque viveu sua vida de um modo que o céu sorriu para ele. Tornou-se um herói da fé, e assim como ele, devemos viver uma vida nessa visão de agradarmos a Deus. Crescendo e sendo aperfeiçoados em nossa fé.

Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, 3pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. 4E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma. 5Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. Tiago 1:2–5

Essa declaração nos dá uma perspectiva diferente sobre a tribulação pois nos mostra que os desafios devem ser encarados como uma oportunidade de sermos aperfeiçoados em nossa fé. As provações produzem profundidade em nossas vidas, através delas, é oportuno nos tornamos cada vez mais parecidos com Cristo. E essa não é uma jornada que temos que encarar sozinhos, pois o Senhor nos chama a pedirmos por sabedoria. Desse modo, se não soubermos o que fazer em meio aos desafios, podemos pedir que Ele nos mostre o caminho que devemos trilhar para que nossa resposta seja uma evidência de que nos parecemos com Ele.

Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. 13Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, 14prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Filipenses 3:12–14

Recompensa eterna

Precisamos viver nossa vida com uma visão de vencer, pois há uma recompensa eterna nos aguardando. Quando vierem as distrações, as dificuldades e as dores, não devemos deixar essas coisas definirem nossa jornada. Temos que prosseguir para o alvo, olhando para o autor e consumador da nossa fé a fim de nos parecermos com Ele. A minha maior expressão de amor é ser provado e testado e ainda assim continuar prosseguindo, e responder saindo desse teste mais parecido com Jesus.

Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. 2 Timóteo 4:8

Paulo diz: “eu vivo uma vida de sabedoria, então há uma recompensa me esperando por causa da forma como eu vivi. Eu amei a Deus com todo meu coração, guardei Seus mandamentos, logo, a coroa da justiça está guardada.” Nossa vida deve ser vivida para agradar a Deus. É a opinião Dele que realmente importa. Estamos em uma jornada de amadurecimento, e é necessário compreendermos o papel das tribulações e dificuldades nesse processo. Acima de tudo, precisamos nos lembrar de que nosso principal objetivo a amar a Deus de todo o nosso coração, alma, força e entendimento, entregando nossas vidas àquele que deu a Sua vida por nós.

Sempre que penso em quebrantamento, eu penso em dois homens que carregavam isso como uma marca:

Daniel em seus momentos de oração. Esse homem sábio sempre representou quebrantamento para mim.

Afinal, eu imagino o menino que foi para a Babilônia e precisou encontrar seu lugar naquele mundo estranho e cheio de idolatria.

Certamente, Daniel encontrou forças e refrigério no lugar de intimidade com o Pai. Aquele menino que se transformou em um grande homem no meio de um povo estrangeiro encontrou seu lugar de quebrantamento diante de Deus.

Portanto, aqueles que se quebrantam diante do seu Deus sempre terão autoridade diante de quem quer que seja.

“Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito”. Salmos 34:18


Afinal, Daniel entendeu isso e viveu uma vida de quebrantamento. Sua vida diante do altar de Deus lhe deu direito a não se dobrar diante de homens.

Acima de tudo, Daniel prevaleceu em cada uma das estações da sua vida porque ele entendeu o poder de um coração quebrantado diante de Deus.

Enfim, quebrantamento vai muito além de somente se arrepender de algo. Quebrantamento é se render a algo, se prostrar.

Daniel sabia diante de quem Ele deveria se prostrar. Este homem tem muito a nos ensinar com  a sua vida.

O exemplo de Davi

Outro exemplo é o de Davi. Este menino que foi ungido rei, teve muitos êxitos em sua jornada, mas ele também teve erros grandiosos.

Mas o que fica claro na vida de Davi, ele nunca esqueceu o caminho que o levava ao altar do Pai.

Diferente de Saul que foi o seu antecessor, Davi entendeu o poder de se achegar diante Daquele que tem o poder de perdoar pecados e mudar histórias.

Inegavelmente, Davi assim como Daniel amava a presença do nosso Deus. Nunca foi e nem nunca será possível chegar diante do Trono da Graça e não chorar e mergulhar em quebrantamento.

Então, precisamos de mais homens e mulheres que vivam uma vida de quebrantamento.

Talvez tenhamos esquecido ou perdido o caminho que nos leva a esse altar, mas nunca é tarde para voltarmos a esse lugar.

O caminho do quebrantamento

Ser alguém quebrantado sempre será necessário em qualquer uma das estações da jornada. Aliás, se sua vida com Deus não fizer você encher seus olhos de lágrimas algo está errado.

Então, mesmo que seja difícil ou estejamos sem forças precisamos encontrar esse caminho e nos quebrantar diante do nosso Deus.

Quebrantamento é muito além de derramar lágrimas. É um estado de total rendição diante do nosso Deus.

Imagine algo aqui, a cena da mulher que secou os pés de Jesus. Isso fala de uma completa rendição. Ela entendeu qual era o caminho.

Aquela mulher até hoje é lembrada por algo que muitos consideram uma fraqueza. Eu faço parte dos que consideram aquele ato um profundo gesto de quebrantamento e amor.

“E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento;
E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o unguento”. Lucas 7: 37,38

Oro hoje por cada um de nós, para que tenhamos uma vida de quebrantamento, que possamos nos prostrar diante do nosso Deus.

Seu coração quebrantado irá levar você a um novo nível no seu relacionamento com o Senhor.

 

Deus te abençoe.