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Nossa fé sem obras é morta.

obras

“… a fé sem as obras é morta.” Tiago 2:20

Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” Hebreus 11.6

Quem, como eu, se emocionou e sentiu-se desafiado ao assistir o filme “Faith like Potatoes”? Em português recebeu o título “Fazendeiro de Deus”. É a biografia de Angus Buchan, um sul-africano, que ousou crer em Deus e plantou batatas em uma terra seca. Na última cena ele segura uma batata e diz que nossa fé deve ser tão palpável como ela. Esta cena nunca mais saiu de minha mente.

Os heróis da fé da galeria de Hebreus 11, bem como os de nossos dias, são seres humanos como nós. Eles são feitos da mesma matéria-prima e com desafios diários semelhantes aos nossos. Coincidentemente, Angus Buchan exerce ministério na África, que é um continente tão desafiador quanto o Brasil. Semelhantemente, lá eles têm problemas de infraestrutura, economia, escassez, pobreza, injustiça social dentre outros.

O que, então, nos distancia deles no que se refere a experimentar milagres diários? Já que, provisão, cura, libertação, ressurreição de mortos, multiplicação e outros tantos milagres também estão disponíveis para nós?

Resgatando a confiança na caminhada

Infelizmente, de uma forma geral, a Igreja se distanciou desta fé simples, e falo por mim mesma. Portanto, fé é um dom de Deus que precisa amadurecer através da prática, assim como qualquer musculatura precisa ser exercitada para crescer e se fortalecer.

É a revelação de quem Ele é, do poder que possui em Suas mãos e do amor que tem por nós, que nos leva a confiar e a viver por fé. Somos candidatos a uma vida de fé quando dizemos SIM para Jesus, mas muitos de nós perdemos a oportunidade de desenvolver nossa fé nEle porque simplesmente não ousamos.

Jesus, o autor e consumador da fé

A bíblia nos diz que Jesus é o autor e consumador de nossa fé (Hebreus 12.2). Por isso, quando cremos verdadeiramente, estamos nos movendo sobre algo que origina-se em Deus. É preciso ter a fé de Deus para exercer nossa fé. É um aspecto do caráter e da essência do próprio Deus que se incorpora ao nosso DNA à medida que o exercitamos.

Ele busca oportunidades de se relacionar conosco. Porque não fomos criados para viver uma vida independente do Pai. Já que, nascemos para depender dEle. Ele se agrada quando nos aproximamos com essa fé simples que move Seu coração e atrai Seu olhar em nossa direção.

Portanto, decidir crer é nossa parte. A dEle é repartir conosco de Sua própria essência sempre que estamos dispostos a abrir mão da lógica humana e das circunstâncias para solução de nossos problemas. Inegavelmente, aquele Jesus que multiplicou pães e ressuscitou mortos vive dentro de nós. Essa é uma realidade que precisamos acessar.

Semelhantemente, o Espírito que ressuscitou Jesus de entre os mortos não perdeu poder. Ele foi derramado em pentecostes e a promessa de Jesus é que Ele seria nosso consolador e que estaria sempre conosco (Jo. 14.26).

Saindo da zona de conforto

Imaginar que a vida cristã sem crer é possível, é ignorar o fundamento da obra da Cruz. Crer em Jesus, em Sua morte e ressurreição constitui a porta de entrada na jornada. Cada trecho do caminho exigirá medidas maiores de fé e dependência.

Correr riscos e voluntariamente buscar uma vida de renúncia e entrega é a receita para todo discípulo que deseja seguir os passos do Mestre. Permanecer em nossa zona de conforto não é uma opção para os que desejam andar como Ele andou.

“Se você está à procura de uma religião que o deixe confortável, definitivamente eu não lhe aconselharia o cristianismo.” C.S. Lewis

Todos temos um propósito. Deus nos criou para Si e sabemos que há um propósito em tudo o que o Senhor faz. Sua vontade é boa, perfeita e agradável. Caminhar com o Deus e aprender com Ele, transforma a nossa história. Somos convidados a adentrar à Sua presença com ousadia e liberdade. Pois na cruz, Jesus rasgou o véu que nos impedia de estar com Ele.

Consequentemente, quebrou a força do pecado sobre nós. Aquilo que outrora nos separava, não pode mais nos separar. Nada deve nos impedir de vivermos diante de Sua presença. Portanto, precisamos refletir sobre as nossas vidas. Até que ponto temos experimentado tal liberdade na presença de Deus? Ou o pecado, de alguma forma, ainda nos impede de termos uma vida de plena abundância em Jesus? Temos vivido com propósito? Ou temos fugido do nosso chamado?

O pecado tenazmente nos assedia. Mas lembre-se, graça foi derramada e continua sendo derramada. Jesus venceu a morte. Ele vive! Sim, eu sei que não é fácil lutar contra nossa carne. E principalmente, quando somos tentados pelas paixões do mundo. Mas, o Senhor nos chama para o conhecê-lo. Então, sejamos ousados para o buscarmos de todo o nosso coração e encontrarmos direção na Sua voz.

Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.” Hebreus 10:19-23

O primeiro propósito

“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.” Apocalipse 4.11

Todas as coisas foram criados por Deus e para a Sua glória. Consequentemente, nosso primeiro chamado é vivermos para Ele de todo o nosso coração. E como fazemos isso? Que estilo de vida demonstram nosso compromisso de amor e lealdade ao Senhor? Quais as marcas de um verdadeiro adorador?

Acima de tudo, é preciso clareza para entender que isso não consiste em apenas ter uma vida religiosa. Ou de aparente devoção. Precisamos nos lembrar que cada árvore produz segundo sua espécie. Pensemos então, sobre os tipos de frutos que temos produzido.

Somos chamados para realizar boas obras

“Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, a qual Deus preparou antes para nós as praticarmos.” Efésios 2.10

Somos chamados para vivermos intensamente com o Senhor. Dias felizes e tristes chegarão sobre nós, mas andar com Deus e conhecê-Lo, fará toda a diferença. É importante saber que fomos criados para adorar a Deus. Fomos criados com dons e habilidades únicas. Nem mesmo nossas digitais são iguais. Temos cores e jeitos diferentes. E até mesmo nossos gostos são diversos.

Será que Deus, dotado de inteligência indescritível e incomparável, nos faria desse modo apenas por fazer? Encontrar sentido em nossas escolhas e no que de fato o Senhor deseja de nós, abrirá um leque de oportunidades e mais. Nos fará experimentar realizações com o Senhor.

Há um versículo que costumo orar, diz assim: “Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos. sim, confirma a obra das nossas mãos.” Salmo 90.17. Um dia, cada um de nós estará diante de Deus. Tudo o que fizemos e deixamos de fazer está sendo registrado em seu livro. Que o Senhor se agrade da nosso vida, do nosso trabalho e das nossas escolhas.

Em suma, nosso primeiro propósito é amar a Deus sobre todas as coisas. Com todo o nosso ser e de toda a nossa alma. E depois, é lhe oferecer boas obras através de tudo o que fizermos. Nosso trabalho, nossos relacionamentos interpessoais e principalmente nossas decisões.

Você tem vivido com propósito? Tem sido intencional em seu trabalho? O que você acredita ser marcas de um verdadeiro adorador? Daqueles que gastam os dias vivendo com propósito diante de Deus?

O livro de Tiago é realmente como um guia prático de conduta cristã. Ele carrega revelações tão profundas que nos permitem conhecer não somente os limites, mas as profundezas do coração de Jesus que deseja que vivamos em santidade.

Em um texto anterior com o título “Será que faço parte da multidão ou Sou um Discípulo?”, tratamos de apresentar o quanto o fato de ouvirmos e obedecermos a voz do Senhor transiciona-nos para um posto de proximidade com o Pai, quando deixamos de simplesmente segui-lo e nos comprometemos com as verdades do seu coração.

Aquilo que nos faz entrar em contato com essa voz tão poderosa é a bíblia: a palavra de Deus como fonte de instruções, como fonte de verdades e essencialmente liberdade. É por isso que quando aplicamos nossos corações em operar de forma santa, colhemos as mais preciosas bem aventuranças.

“Aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei de liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem- aventurado no que realizar” Tiago 1:25

A melhor definição que considerei para o termo “lei perfeita” fora os limites seguros que nos permitem caminhar em direção ao propósito original. Caminhar em direção à uma obra concluída, consumada.

É justamente essa lei perfeita, não em um sentido legalista (onde a exigência se torna maior do que o amor), que nos proporciona a verdadeira liberdade. Que nos permite sair do jugo do pecado, do lugar onde estamos separados de Deus e caminhar para perto do Pai, caminhar para a obra que fora completada por Jesus na cruz, gerando cada dia mais frutos, manifestando nossa fé!

Neste contexto precisamos da perseverança, um esforço contínuo que nos leve a prosseguir. Que nos leve a não parar no ponto de sermos meros ouvintes negligentes, mas operosos praticantes das palavras de vida eterna!

A negligência é muito mais séria do que uma falta de postura, do que deixar de cumprir algo, ela representa a procrastinação. Ela anuncia a indiferença de nossos corações, quando reconhecemos a importância de algo mas não nos comprometemos com essas revelações.

Precisamos desenvolver a responsabilidade com as verdades de Deus reveladas a nós. Assim, demonstraremos que a nossa fé não está baseada em frutos mortos, mas que ela é viva. Nossa convicção em Cristo precisa ir além do que uma contemplação, ela precisa se tornar um reflexo de quem Ele é em nós.

Que hoje possamos orar como parceiros de Cristo, como aqueles que se comprometerão com os frutos da fé, que é a prática da palavra.

Você não reflete uma imagem vazia,  você reflete a face de Jesus à medida que revela a lei de liberdade. Você pode ser uma carta viva das revelações que transformarão o mundo e trarão a realidade do Reino. Será que você pode dizer sim a este chamado?