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A Prática do Jejum

oração

A prática do Jejum

O jejum tem sido praticado ao longo da história do evangelho. Em muitas épocas e situações distintas podemos observar personagens e líderes se levantando para convocar o povo de Deus a jejuar e orar, demonstrando assim, total dependência do Senhor. Não sei qual é a sua referência bíblica preferida quando se trata da prática do jejum, mas neste devocional, quero refletir a respeito de alguns homens que podem nos ensinar sobre essa disciplina espiritual.

Esdras e o jejum de uma comunidade

Esdras retornou a Jerusalém após um longo período de exílio do povo de Deus. Era preciso restaurar a nação e isso não se limitava a uns poucos escolhidos. Muitos seriam os perigos enfrentados no decorrer do caminho e ele sabia muito bem dessa realidade.

Quando Artaxerxes o enviou de volta para Jerusalém, o escriba sentiu vergonha de pedir um exército para protegê-los, pois tinha dito ao rei que a boa mão do Senhor os guardaria. Porém, diante de tudo o que podia lhes acontecer, de todos os perigos e tragédias, do medo e das inseguranças, vemos Esdras conduzindo o povo por um caminho de confiança e total dependência a Deus. Um caminho de humildade e reconhecimento de que a proteção de Deus é melhor que a proteção dos homens.

“Então, apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos perante o nosso Deus, para lhe pedirmos jornada feliz para nós, para nossos filhos e para tudo o que era nosso. Porque tive vergonha de pedir ao rei exército e cavaleiros para nos defenderem do inimigo no caminho, porquanto já lhe havíamos dito: A boa mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas a sua força e a sua ira, contra todos os que o abandonam. Nós, pois, jejuamos e pedimos isto ao nosso Deus, e ele nos atendeu”. Esdras 8:21-23

E você sabe o que aconteceu durante a travessia? Deus ouviu o clamor do seu povo e respondeu aquele jejum com proteção e tudo mais que eles precisavam. E essa história não é diferente do que o Senhor quer e pode fazer por nós.

Libertação que se iniciou com Jejum

História semelhante ocorreu com Neemias que também era um refugiado, um copeiro do rei dos Persas. Quando seu irmão veio visitá-lo, ele ouviu sobre a condição lamentável de sua nação:

“veio Hanani, um de meus irmãos, com alguns de Judá; então, lhes perguntei pelos judeus que escaparam e que não foram levados para o exílio e acerca de Jerusalém”. Disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derrubados, e as suas portas, queimadas”. Neemias 1.2-3

Aquela notícia foi terrível para o coração de Neemias, ele se assentou, chorou, lamentou e jejuou. Você consegue imaginar tal realidade em nossos dias? Nos momentos em que formos pegos pelas más notícias ao assistirmos os jornais ou vemos a internet? As tragédias assolam a humanidade, a cidade onde moramos e até mesmo os vizinhos ao redor. Lamentamos, às vezes choramos, mas até que ponto nos compadecemos de forma a “perder” a fome para buscarmos a Deus. Pode ser difícil perder a fome, mas podemos jejuar voluntariamente se nosso coração se quebrantar no Senhor.

Ao lermos a oração de Neemias no capítulo 1 de seu livro, mais uma vez somos tomados por um exemplo de confissão de pecados, humilhação e dependência de Deus. Esse é um dos propósitos do jejum: tornar nosso coração terno para com Jesus. Deus resiste ao soberbo, mas dá graça ao humilde (Tiago 4.6).

Quando uma comunidade se reúne para orar e jejuar

Atualmente não resido em Florianópolis e uma das coisas que mais sinto falta é de poder jejuar em comunidade como na fhop. Jejuar traz desafios, e fazer esse propósito como comunidade local é extremamente poderoso, tanto no coletivo como individualmente.

Hernandes Dias Lopes afirma que: “Jejuar é se abster de algo legítimo, bom, para apropriar-se de algo melhor. Se abster do alimento do corpo para buscar comunhão com Deus.”  

Quando os recursos humanos se esgotam é o momento providencial para voltarmos a Deus em oração e jejum, pois a ajuda de Deus é mais poderosa que a ajuda de homens fortes.

Lembre-se que o próprio Jesus só começou seu ministério após ser batizado e passar por um longo período de 40 dias de jejum. Isso foi o que ele mostrou como a preparação para o seu lançamento como líder e salvador dos homens.

 

Um convite a fraqueza

Não sei como você chegou nesse texto, confesso que o título não é nada atrativo. Afinal, quem convida alguém a fraqueza? E quem em sã consciência aceitaria? É um convite radical direcionado a corações apaixonados. Vamos falar sobre o jejum e um dos efeitos dele sobre nós: fraqueza

Se você já aceitou o desafio de fazer um jejum alguma vez na vida, você já deve saber que o jejum é como uma prensa, ele extrai de nós o que temos para ser extraído. É desconfortável e por vezes agoniante. 

Desejos não concedidos são barulhentos

Um dos chamados intrínsecos no chamado ao jejum é o convite a abraçar fraqueza voluntária.  Quando intencionalmente nos abstemos de prazer, conforto ou necessidades humanas básicas, como a comida ou entretenimento, podemos ver saindo de nós várias respostas. Literalmente não deixamos de alimentar e fortalecer quem normalmente tem a voz de comando na nossa vida e isso tem um efeito colateral.

Somos seres nascidos e criados para prazer. Somos formados por desejos. Não percebemos muito isso até que esses desejos não sejam supridos. Quando suas vontades são negadas eles como crianças birrentas, fazem escândalo querendo serem obedecidos a qualquer custo.

 “Uma das primeiras coisas que descobriremos quando nos entregarmos ao jejum e à oração, e ao silenciar a carne é que nosso clamor interno é mais escandaloso do que imaginávamos. Nada revela o quanto nossos desejos e anseios são barulhentos até eles terem seus apelos negados.” (As Recompensas do Jejum, pg. 75)

Esse barulho nos denúncia: não somos tão fortes ou espirituais como achávamos, somos fracos e necessitados de misericórdia urgente. Por incrível que pareça na constituição do reino de Deus isso é uma coisa positiva e boa para nós. 

Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados. – Mateus 5:3,4

Por que eu abraçaria a fraqueza? 

Essa resposta é simples: porque Jesus abraçou a fraqueza! Vamos lembrar das palavras de instrução de Paulo em Filipenses 2:

Tenham a mesma atitude demonstrada por Cristo Jesus. Embora sendo Deus, não considerou que ser igual a Deus fosse algo a que devesse se apegar. Em vez disso, esvaziou a si mesmo; assumiu a posição de escravo e nasceu como ser humano. Quando veio em forma humana, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz.  Filipenses 2:5-8

O jejum é um dos métodos pedagógicos de Deus para doutrinar nosso corpo, mente e coração a escolher e buscar o que realmente importa, o que realmente é necessário. É como bradar ao Senhor, mesmo em dor e agonia da nossa carne: “- Deus, você é a coisa mais importante, posso viver sem comida, sem prazeres, sem conforto, mas não posso viver sem você!”. E pregar para a própria alma: “- Oh minh’alma, deleite-se no Senhor, todo seu anseio é pelo seu Criador. Você será suprida, Ele é suficiente”.

Catalizador de santificação 

A exposição a fraqueza do jejum vai nos deixar mais conscientes de como ainda somos carnais, idólatras, egocêntricos e egoístas. Nosso único escape nesse cenário é correr para Deus, que por outro lado está abastecido de graça abundante e pronta para ser liberada em nossa direção. Graça essa que vem com favor para viver de maneira digna do chamado e pulsantes no primeiro e maior mandamento: amar ao Senhor com todo coração, alma, força e entendimento. A consciência pode ser encaminhada ao arrependimento e logo a transformação.

Alinha os afetos – “teu amor é melhor que o vinho”

O jejum vai fazer a carne perder forças, ser desmascarada e morrer. Ao mesmo tempo que seu homem interior será fortalecido e abastecido com a verdadeira comida, seus afetos e desejos serão reconduzidos e reeducados. Ou seja, o prazer em Deus aumenta. 

Chegaremos cada vez mais à percepção de que “o seu amor é melhor que o vinho” (Cantares 1:2). Essa declaração não diz só que Deus é melhor que o pecado, mas que ele também é melhor que os prazeres lícitos. Nossos amores serão realinhados a viver a premissa que Deus é melhor que a mentira, inveja, imoralidade e drogas. Mas também aprenderá que Deus é melhor que comida gostosa, um bom casamento, amor dos filhos, sucesso no emprego, ministério ungido. 

A dinâmica do reino é confusa e de cabeça para baixo para nós, porém é completamente o tipo de vida que fomos criados para ser e funcionar, ainda que o pecado nos puxe ao contrário. Minha oração por nós é que o anseio pela intimidade e conexão com Deus nos faça como Maria de Betânia, João Batista, Daniel e Paulo que escolheram a sua coisa mais importante que organiza nossas prioridades e anseios. Abraçando a fraqueza foram fortes em Deus.

Quando se fala de intercessão por Israel, algumas perguntas geralmente surgem e, para trazer certa clareza sobre esse assunto tão pertinente ao movimento global de oração dos nossos dias, gostaria de tentar responder duas questões principais: Por que e como orar por Israel? 

Por que orar por Israel? 

Primeiramente, oramos por Israel porque há uma ordenança bíblica para orarmos por Israel, e em segundo lugar, porque há uma promessa ainda não cumprida – o Senhor ainda tem planos para o povo de Israel que se cumprirão até o seu retorno à terra (Jr 32:37-42). Israel terá a sua terra quando o Senhor voltar – essa é uma das promessas que o Senhor fez a Abraão em uma aliança irrevogável (Gn 15:17-21). Do mesmo modo, o que fez Paulo sentir tanta tristeza e até desejar ser amaldiçoado pelos seus irmãos israelitas? (Rm 9:2,3) Ele afirma:

“o desejo do meu coração e a minha súplica a Deus em favor de Israel é que ele seja salvo” (Rm 10:1).

Paulo tinha essa convicção de que os planos para o seu povo ainda não haviam terminado, e por isso, clamava! Debaixo da sabedoria e soberania de Deus, Israel rejeitou a Cristo e a salvação chegou a nós, os gentios (At 11:18; Is 65:1). Porém, o que aconteceria então com a aceitação deles a Cristo, “senão, vida dentre os mortos?” (Rm 11:12, 15). Por isso oramos por Israel, pois quando chegar a plenitude dos gentios, Paulo afirma que:

“todo o Israel será salvo (…) O Libertador virá de Sião e desviará de Jacó as impiedades; e esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados.” (Rm 11:26,27).

Em Isaías, o Senhor diz a Jerusalém que colocou vigias sobre os seus muros, Ele mesmo disse que levantaria intercessores para clamarem de dia e de noite até a Sua vinda (Is 62:6,7). Por isso, o plano de Deus ao levantar oração incessante na terra está ligado ao plano de redenção que culmina na Sua gloriosa vinda, ou seja, é uma promessa que tem uma abrangência global e aponta para o fim. 

Como orar por Israel?

Após termos essa breve perspectiva das promessas bíblicas a respeito de Israel, nosso coração se inclina para orar aquilo que é a vontade de Deus. Pois, afinal, a Sua palavra certamente se cumprirá. Estes são alguns pedidos de oração que falamos de volta para Deus: “assim como o Senhor disse, cumpre a Tua vontade, Senhor!”

  1. Ore por Jerusalém
    Até que a sua justiça resplandeça como o nascer do sol, e a sua salvação, como uma tocha acesa (Is 62:1). Segundo as profecias, o governo de Jesus será estabelecido em Israel, o qual será um governo justo, de paz e eterno (Is 9:6,7). Isso apenas acontecerá em plenitude quando Jesus voltar. Portanto, se oramos pelo estabelecimento de justiça, pela restauração e salvação de Israel. Fundamentalmente, oramos pelo hoje e oramos pela futura vinda do Cristo, o descendente de Davi (Sl 132:11-18). 

Assim também, podemos ouvir o clamor de Davi que dizia:

Orai pela paz de Jerusalém, um clamor que também visava um tempo de restauração e estabelecimento do reino de Cristo (Sl 122:6-9). 

 2. Ore pela Salvação de Israel

 O foco aqui é a oração de salvação àqueles judeus que ainda não creem – seja em Israel ou em outros lugares, pois a nacionalidade deles nunca foi e não será suficiente para salvá-los. Apenas aqueles que estão em Cristo permanecerão enxertados na oliveira e serão salvos (Rm 11:24). Então, clame para que o véu temporário de seus olhos seja removido, pelo abrir de olhos e o  quebrantar dos corações, para que reconheçam Jesus como Aquele que sofreu, morreu e ressuscitou para dar a eles o perdão dos pecados. 

3. Ore por mais intercessores por Israel

E por um despertar da Igreja gentílica para “provocar ciúmes” em Israel (Rm 11:14). Isto se dá através da pregação do Evangelho, de sinais e milagres, e principalmente através do amor demonstrado pela Igreja. Que a Igreja ame o povo que Deus formou e usou para cumprir os seus propósitos de redenção. Um povo que sofre muita perseguição por simplesmente ser judeu. Que o Deus de Israel levante os vigias nos muros que não se calarão nem se cansarão (Is 62:6).

4. Ore pela comunidade cristã messiânica de Israel

A Igreja em Israel é formada hoje de judeus, árabes e outras etnias e é uma igreja com pessoas fracas semelhantes a nós, e que sofre perseguição ao anunciar o Evangelho abertamente, principalmente por parte de judeus ortodoxos, os mais conservadores. Devemos orar por fortalecimento dos nossos irmãos, pela ousada pregação do Evangelho ao seu próprio povo e pela perseverança do remanescente fiel de Deus.

Qual o objetivo de se praticar as disciplinas espirituais uma vez que já estamos salvos em Jesus Cristo? A resposta para este questionamento já levou muitos de nós para algum desses caminhos diferentes em um momento da nossa vida: o de condenação e o de espiritualidade sadia.

O caminho da condenação nos fez acreditar que poderíamos ser salvos e justificados pelas nossas próprias obras, ao praticar as disciplinas espirituais. Nos sentimos orgulhosos e poderosos, porque “parecíamos” mais santos do que os outros. Isso é semelhante aos fariseus que Jesus descreveu, orando e jejuando com um coração cheio de orgulho pelo seu sacrifício espiritual.

Por outro lado, podemos aprender com o Senhor Jesus que nos tornamos cada vez mais maduros em nosso relacionamento de intimidade com Deus quando praticamos as disciplinas espirituais, diferentemente dos fariseus que usavam as  disciplinas com o interesse de se autopromover.

 

Disciplinas espirituais: um caminho para a maturidade

 

Quando pensamos na palavra “disciplina”, geralmente, o que vem à nossa mente de imediato é uma ideia de sacrifício e perseverança. E logo nos lembramos da disciplina empenhada por atletas que precisam de alta performance para alcançar seus objetivos.

Eles se exercitam para que seu corpo seja capaz de corresponder ao máximo em curto tempo e sob pressão. Sua alimentação é balanceada e sua rotina é bastante abnegada, para serem capazes de ganharem um prêmio.

Nesse caso, eles entendem que o resultado não será imediato, mas demandará tempo e repetição no secreto, longe dos olhos das pessoas. Exigirá mudança de hábitos e constância para se aperfeiçoarem a cada dia. 

Aprendi com um querido pastor que assim também funciona a nossa vida espiritual. As disciplinas espirituais funcionam como esse preparo físico do atleta. Ela é o caminho para a maturidade. A maturidade espiritual não é medida pelo muito saber, mas pela obediência, por um coração que ouve as palavras de Cristo e as pratica.

Da mesma forma que ocorre com os nossos músculos ou com novos hábitos que desejamos agregar e que exige repetição, assim também a precisamos exercitar a nossa vida espiritual. Mas para qual objetivo?

 

Disciplinas espirituais: fortalecidos em nosso homem interior

 

Jesus tinha uma vida exterior e pública capaz de atender aos necessitados e de conversar com os doutores da lei, nutrida por uma vida interior prática. Ele só poderia fazer milagres e transmitir a sabedoria e a salvação do Reino de Deus, depois de anos praticando sua espiritualidade no secreto, ou até mesmo antes de tomar algumas decisões ou de falar. 

Pois Eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me deu ordens sobre o que Eu deveria dizer e o que proclamar. João 12.49

Ele nos ensinou a ouvir as suas palavras e as praticar comparando com alguém que constrói a sua casa na rocha. Os cristãos que não praticam as suas palavras constroem sua casa na areia. As tempestades da vida virão e eles estarão suscetíveis a cair por qualquer vento.

O objetivo de praticar as disciplinas espirituais é fortalecer nosso homem interior.

Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia. 2 Coríntios 4:16

 

Disciplinas espirituais: uma vida de intimidade com Deus

 

Praticar as disciplinas espirituais não é uma caminhada solitária, mas intencional. É uma jornada que percorremos na companhia do Espírito Santo de Deus nos levando à estatura do varão perfeito que é Cristo.

Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Efésios 4:13-15

Não se trata de práticas para obter salvação, porque já somos filhos amados de Deus. Também não se trata de uma tentativa de sermos mais amados por Deus, porque já fomos comprados pelo seu sangue. Trata-se de uma graça divina, que apesar de gratuita, é de alto preço. 

Praticar as disciplinas espirituais é um convite de Cristo para todo cristão que deseja seguir os passos de seu Mestre e vivermos a vida abundante, pisando em cada pegada deixada pelo caminho, até nos tornarmos como ele e nos encontrarmos na glória.

 

Conclusão

 

A prática das disciplinas espirituais não tem o objetivo de nos tornar introvertidos ou alienados do mundo, mas de despertar nosso interior para saborearmos melhor a realidade que Deus criou. Neste processo, a Shalom de Deus equilibra os amores do nosso coração para buscarmos a Deus acima de todas as coisas e amarmos o nosso próximo como a nós mesmos.

Não percebemos o quanto os amores constantemente moldam nossos desejos. Por mais que saibamos o quanto nossa cultura imediatista preza pelo consumismo, não nos damos conta do quanto nosso interior é orientado por esses padrões. As disciplinas espirituais vão na contramão disso. Quanto mais buscamos viver os passos de Jesus, mais encontramos nele o tesouro da vida.

Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo. Gálatas 6.14

 

O principal objetivo das Disciplinas Espirituais é nos fazer parecidos com Jesus. A verdade é que não precisamos “adivinhar” quem Deus É, como Ele age e qual é o seu caráter. Mas podemos conhecê-lo se andarmos com Ele. As Disciplinas Espirituais ajudam nesse processo, que também é possível chamar de santificação.

Boa parte de nós teme a palavra disciplina! Talvez por ela ter sido aplicada em um contexto de injustiça. Por exemplo, quando eu era criança, levei algumas surras e era natural ouvir minha mão dizendo: “Estou te disciplinando porque te amo e não quero ver você sofrendo!”. Sim, eu sei que essa era a verdade profunda do coração dela, mas isso não anula as surras que foram dadas de forma injusta. Por outro lado, posso dizer que em outros momentos, a disciplina aplicada trouxe grande ensino e me fez crescer em maturidade.

Antes de mais nada, é importante entender que a disciplina não é um castigo e nem precisa ser um suplício. Afinal, quantas pessoas têm sido extremamente disciplinadas quanto a sua vida profissional a fim de realizar seus objetivos particulares e de negócios? E por que boa parte dos cristãos encontram grande dificuldade para se esmerar em sua vida com Deus? Simples: a luta contra carne continua por aqui! Saiba, porém, que as Disciplinas Espirituais é um meio de graça que o Senhor nos deixou para crescermos em nosso relacionamento com Ele.

 Quais são as Disciplinas Espirituais?

“Disciplinas Espirituais são as disciplinas pessoais e corporativas que promovem crescimento espiritual. São hábitos de devoção e cristianismo experimental que têm sido praticadas pelo povo de Deus desde os tempos bíblicos.”  Donald S. Whitney

Quando nos referimos a este termo, estamos falando a respeito de: leitura e estudo da palavra, oração, jejum, solitude, doar generosamente, comunhão e adoração. São ações práticas da fé que motivadas por amor profundo a Deus gera transformação pessoal.

Segundo Donald S. Whitney, “Deus usa três catalisadores básicos para nos mudar e nos conformar à semelhança de Cristo, mas somente um pode ser amplamente controlado por nós.”

Catalisadores de transformação:

O primeiro catalisador destacado por Donald são as pessoas: “Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro (Provérbios 27:17). O Senhor usa os relacionamentos nos ensinando a amar até mesmo os nossos inimigos. Somos aperfeiçoados e crescemos através da comunhão dos santos. Aprendemos a receber perdão e a perdoar.

O segundo, são as circunstâncias: “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Romanos 8:28). Nada acontece sem a permissão do Senhor e mesmo em meio às pressões do dia a dia e aos problemas que enfrentamos, temos esperança e convicção de fé. Entendemos que nada pode nos separar do amor de Deus e sabemos que o Senhor está sempre conosco.  

Estes dois catalisadores são externos e não é possível ter controle sobre eles. Porém, quando se trata do terceiro, das Disciplinas Espirituais, Deus age em nós de dentro para fora. Além disso Donald afirma:

“As Disciplinas Espirituais também diferem dos outros dois métodos de mudança porque Deus nos concede uma medida de escolha a respeito do envolvimento com elas. Nós muitas vezes temos pouca escolha em relação às pessoas e circunstâncias que Deus traz às nossas vidas, mas podemos decidir, por exemplo, se iremos ler a Bíblia ou jejuar hoje.”

 Buscando santidade através das Disciplinas Espirituais

“Não devemos simplesmente esperar pela santidade, devemos buscá-la.” Donald S. Whitney

Não podemos pensar que a santidade cairá de paraquedas sobre nós ou que fluirá milagrosamente do nosso interior sem que Cristo seja a nossa primazia. Em The Cost of Discipleship (O Custo do Discipulado), Dietrich Bonhoeffer deixa claro que a graça é grátis, mas não é barata. Além disso, existe um propósito para a manifestação da graça.

“Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos. Ela nos educa para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos neste mundo de forma sensata, justa e piedosa, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo. Ele deu a si mesmo por nós, a fim de nos remir de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, dedicado à prática de boas obras. Tito 2:11-14

Jesus pagou um alto preço para que tivéssemos acesso ao Pai. Nós podemos nos relacionar com o Senhor e isso acontece através da meditação (estudo e leitura da Palavra), da oração, da adoração, e de uma vida de fé condizente com as escrituras. Sim! Não é pelo nosso esforço humano que chegamos a Deus, é pela fé, e pelo mover do Espírito Santo em nós. Mas, é neste lugar de ligação que o Senhor deseja nos manter.

Jesus afirmou que só daremos frutos se permanecermos ligados na videira (João 15). Mas lembre-se, o propósito de seu coração é que sejamos seu povo exclusivo e dedicado à prática de boas obras. As Disciplinas Espirituais são importantes para crescimento em santificação. Por este motivo, apresentarei algumas delas neste devocional.

Disciplinas Espirituais: Meditação na Palavra

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” 2 Timóteo 3:16,17

A Bíblia é o Livro de Deus. Com ela podemos conhecer o Senhor. Podemos aprender sobre o caráter e o coração do Pai e a respeito do Filho. A Bíblia exorta, mas também consola. Ele refrigera a nossa alma e nos ensina como proceder em amor. 2 Coríntios 3:6 nos diz que a letra mata, mas o Espírito vivifica. Não se pode compreender a Palavra sem a revelação do Espírito Santo.

Para ter consistência no relacionamento com as Escrituras é importante encontrar tempo para a leitura. Sabia que se ler 15 minutos por dia, terá lido a Bíblia toda em menos de 1 ano? E se ler 5 minutos por dia, lerá a Bíblia toda em menos de três anos. Ter um plano de leitura te ajudará a manter o foco. Além de lê-la, aprenda a meditar nela. O que isto quer dizer? É preciso parar para refletir sobre o ensino.

Saiba, porém, que a Bíblia foi escrita por homens usados por Deus, em um determinado tempo e para pessoas e situações específicas. No Método Indutivo do Estudo Bíblico, por exemplo, aprendemos a:

  • Observar – o que o texto diz
  • Interpretar – o que o texto significou para os ouvintes primitivos e,
  • Aplicar – o que o texto significa para nós hoje.

Apenas se lembre que, como descrito no Salmo 1, aquele que tem prazer na lei do Senhor e nela medita de dia e de noite, será como uma árvore plantada junto a corrente de águas, que dará fruto.

Disciplinas Espirituais: Oração

“Dediquem-se a oração” Colossenses 4:2

“Orem continuamente”1 Tessalonicenses 5:17

Orar é uma forma de amar. Pois, quando nos colocamos diante do Senhor, nós falamos sobre o que pensamos, sentimos, desejamos, mas também aquietamos a nossa alma para ouvir o Pai, e aprendemos a orar com o Espírito Santo. Além disso, Jesus já esperava nossas orações, assim como os nossos jejuns. Afinal, está escrito:

“E quando vocês orarem…” Mateus 5:5

“Mas quando você orar…” Mateus 6:6

“E quando orarem…” Mateus 6:7

“Vocês, orem assim…” Mateus 6:9

 “Por isso lhes digo: Peçam;… busquem;… batam…” Lucas 11:9

“Então, Jesus contou aos seus discípulos… que eles deveriam orar sempre…” Lucas 18:1

Mais que uma imensa lista de pedidos egoístas, a oração nos dá oportunidade de entrar em parceria com Deus para orarmos segundo a sua vontade e conforme a sua Palavra. Falamos de volta para Ele o que Ele já tem falado sobre nós.

Disciplinas Espirituais: Jejum

“Quando vocês jejuarem, não fiquem com uma aparência triste, como os hipócritas; porque desfiguram o rosto a fim de parecer aos outros que estão jejuando. Em verdade lhes digo que eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando jejuar, unja a cabeça e lave o rosto, a fim de não parecer aos outros que você está jejuando, e sim ao seu Pai, em secreto. E o seu Pai, que vê em secreto, lhe dará a recompensa.” Mateus 6:16-18

Outra Disciplina Espiritual é o jejum, o que não é apenas se abster de alimentos para perder alguns quilinhos. A abstinência voluntária tem um propósito espiritual. Na Bíblia, existem jejuns particulares, congregacionais e até nacionais, chamados por uma liderança e com o fim de arrependimento, por exemplo.  Mas, existem outros exemplos bíblicos de jejum e te encorajo a pesquisar sobre eles.

Jesus disse que os seus discípulos jejuariam quando chegasse a hora. Ele também nos ensinou um padrão de jejum, que como tudo que diz respeito às Disciplinas Espirituais, tem a ver com a motivação do coração. Se orarmos, lemos a palavra ou jejuarmos apenas para sermos vistos pelos homens ou para cumprir uma regra, então, já recebemos a nossa recompensa. Entretanto, tudo que for feito em secreto será recompensado pelo próprio Deus.

Originalmente publicado em 13 de agosto de 2021

Como desenvolver uma vida de oração? Eu lembro do dia em que o meu coração queimou diante de Deus. Ali fui preenchida por uma vontade imensa de conhecê-lo,de ouvir Sua voz e conversar com Ele. De forma muito prática, eu aprendi que toda comunicação entre eu e Ele não era muito diferente da comunicação que estabelecemos rotineiramente com as pessoas que surgem em nossa vida.

Estabelecendo um relacionamento

Através da oração podemos descobrir quem Deus verdadeiramente é. Então, quando estabelecemos relacionamento direto com Ele passamos a ouvir Sua voz audivelmente, ouvimos os Seus segredos e nos tornamos parte do privilégio, do milagre e da luta feroz através da ação do Espírito Santo que nos ajuda durante as nossas fraquezas.

A oração pode ser expressa de diversas formas, através da intimidade, orando e lendo a Palavra ou quando nos disponibilizamos a interceder por justiça, avivamento e transformação social. Assim, promover oração sobre outras pessoas também é uma forma de nos encontrarmos com Deus. Consequentemente fazemos as obras para o reino e mudamos o mundo.

Uma vida constante

Constância é essencial para o desenvolvimento de um estilo de vida de oração. Em virtude dela que recebemos a plenitude daquilo que Deus proveu para nós. Assim, o compromisso precursor é o de buscar pelo menos duas horas de oração por dia, encorajando também a ler-orar o livro de Apocalipse uma vez por semana.

“Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.” (João 15:5)

Permanência e confiabilidade

Lembro ainda que foi no lugar de oração que eu mais me senti segura e me conectei com o Espírito Santo. Diversas vezes buscamos, por exemplo, opiniões, amor, segurança e confiabilidade em pessoas e comumente nos esquecemos da disponibilidade de Deus e o quanto Ele ama nos ouvir, sejam coisas boas ou até notícias que abalam os nossos corações. Deus nunca se cansa de ouvir a voz sedenta dos Seus filhos.

Lugar de intimidade

A oração nos leva a um lugar de intimidade com o Pai, nos livra de todo e qualquer esgotamento, nos energiza para amarmos a Deus acima de todas as coisas e nos faz transbordar de amor pelos outros. Ter uma vida de oração é algo que devemos ansiar e não fazer por mera obrigação. Orar nos leva ao encontro dEle.

Por que devemos orar?

Deus quer que o nosso coração esteja conectado com o dEle em uma parceria sincera e profunda. Você não está errando quando decide questionar todas as coisas ao Pai, na verdade, esse é um princípio fundamental do Reino. No entanto, devemos sempre perguntar e não guardar os questionamentos dentro de nós. Saiba que você pode confiar em Deus e confessar para Ele todas as suas alegrias, angústias e frustrações.

“Em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”. (Filipenses 4:6)

Um compromisso real

Por fim, pense que hoje você tem um compromisso muitíssimo importante com um Rei, talvez você pense em muitas coisas, prepare sua fala ou anote coisas que você não quer deixar de falar durante o encontro de vocês. Dessa mesma forma devemos reconhecer o nosso tempo de oração. Desse modo, devemos nos comprometer com o Senhor e colocar os nossos compromissos sagrados como encontros que não devemos perder. Ele é o grande Rei e devemos desejar a Sua presença.

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Você se lembra de alguma vez em que não estava tão engajado em sua oração, mas de repente Deus te respondeu exatamente de acordo com o que você pediu? Isso acontece porque nossas ‘orações fracas’ (nós achamos que elas são fracas, mas não são) movem o coração de um Deus incrivelmente poderoso.

Orações “fracas”

Deus conhece nossas palavras antes mesmo que elas saiam de nossos lábios. Ele sim deseja que tenhamos comunhão com ele através da oração, mas em nossos dias difíceis ele também responde. As respostas de nossas orações mais tem a ver com Deus, que nos ouve, do que conosco, que pedimos.

Algumas pessoas acreditam que suas orações só são poderosas quando elas sentem algo no físico ou quando elas se sentem totalmente conectadas. Esse pensamento faz com que elas não orem quando o dia mau chegar. Elas crerão que Deus não pode ouvi-las quando estiverem com sono, cansadas depois de um dia de trabalho ou enfrentando problemas de saúde.

“Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve. E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos o que dele pedimos. ” – 1 João 5:14,15

O Deus que ouve

Mesmo que nossas orações pareçam fracas, curtas e com poucas palavras, Deus nos ouve e também responde. Diante de Deus não existem orações fracas. Até mesmo em dias de tédio ou cansaço, Deus permanece com seus olhos e ouvidos atentos. Ele é imutável e, diferente de nós, Deus não se cansa. Ele ama ouvir sua voz nos seus dias de fraqueza ou desânimo. Peça ao Espírito Santo que te revele como suas orações movem o coração de Deus!

Firme sua vida de oração nas verdades de quem Deus é e não em como você se sente no momento. 

“Espírito Santo, te pedimos que nos revele como seus ouvidos estão atentos às nossas orações. Como você não se cansa delas e como nossas palavras impactam e são importantes para ti. Deixe-nos ver as circunstâncias da sua maneira e leve-nos a caminhar em ousadia e fé em nossa vida oração. Em nome de Jesus, amém!”

++ Leia sobre como encontrar palavra para orar

“…Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; O pão nosso de cada dia nos dá hoje; E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores…” Mt 6:9-13

Na oração que ensinou aos discípulos, Jesus nos ensina a orar de forma corporativa. Pedindo ao nosso Pai, que dê o pão de cada dia e perdoe as nossas dívidas.

E assim como nessa oração, a bíblia está cheia de outros exemplos de orações corporativas; Não podemos olhar para a palavra e negar que Deus ordena sua benção quando há comunhão.

Em 2 Crônicas 20 vemos que Judá unindo-se em um jejum, buscando a bondade do Senhor. Josafá os chama a uma oração corporativa para clamar ao Deus todo poderoso.

Assim, a oração corporativa é oferecer a Deus as suas orações, junto com os outros Santos que crêem e concordam com a oração sendo feita.

Quando Deus quer nos visitar Ele procura um povo reunido como um só corpo, em um só coração e um só pensamento.

Portanto, a oração corporativa é uma unidade que se manifesta além de palavras faladas. O objetivo principal da oração é glorificar a Deus para que seu nome seja conhecido

Por que devemos orar corporativamente?

  • Para remover o que nos impede de sermos corpo de Cristo (Mateus 5:23 )
  • Lugar de unidade e honra: Quando marido e esposa oram juntos eles são levados a ter essa atitude um com o outro. (1 Pedro 3:7 )
  • Sermos confrontados com a desunidade e mágoas entre o corpo de Cristo (Efésios 4:26-27 )
  • Para que haja cura na oração uns pelos outros e no confessar de pecados (Tiago 5:16)
  • Para que haja avivamento na igreja a partir do lugar de oração. O avivamento só será liberado sobre uma igreja que vive em unidade e como os textos acima nos mostram, a oração corporativa esta intimamente ligada a vida em unidade.

Que possamos nos reunir como igreja para orar. Amém!

Somos precursores 

Precursor tem como significado aquele que vem adiante para anunciar a chegada de alguém, de algo ou até mesmo um novo tempo. Este anúncio em geral é feito por alguém que tem informações sobre esta pessoa ou por uma nova estação. Precursores são mensageiros enviados com a missão de anunciar o novo ou o que está por vir. Precursores em geral são proféticos e pioneiros pois podem anunciar um acontecimento futuro e até mesmo viver ou desbravar algo nunca antes vivido.  

Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. Hebreus 6:20 

Jesus, o maior exemplo.

Jesus, nosso salvador é nosso maior exemplo de precursor. Ele veio anunciar um reino que é eterno, nos ensinou lições que vão contra tudo o que o mundo nos ensina. 

Jesus veio para anunciar novas leis de um reino que nunca terá fim. Jesus apontou para si mesmo, mas também desbravou o mundo de sua época, ele foi pioneiro em meio a um sistema antigo e altamente fechado. 

Jesus como precursor nos deu a esperança de dias melhores, e de acreditar em algo muito maior que um sistema religioso e político. 

João Batista, aquele que anunciou o Salvador

Certamente podemos fazer menção a João Batista, que nasceu com o propósito de anunciar o salvador. João Batista cumpriu seu chamado, ele preparou o caminho para nosso Senhor. Ele anunciou aquele que estava para chegar, ele pregou e ensinou até que Jesus entrou em cena e mudou completamente a história de todos nós. 

Observo a vida de João Batista e vejo alguém inegavelmente empenhado em cumprir sua missão. 

Precursores são homens e mulheres que não descansam até que o que estão anunciando fique claro para todos. João Batista foi fiel até o fim, ele cumpriu em totalidade seu chamado e nos ensinou uma grande lição sobre como um precursor deve ser apaixonado pela sua missão e sua mensagem. Ele tinha uma das maiores características de um precursor, João Batista era apaixonado pela mensagem que nasceu para propagar. 

Paixão e fidelidade à mensagem. 

Precursores precisam ter paixão e fidelidade à mensagem que carregam. Observe o que o anjo Gabriel diz sobre João Batista: 

Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus, E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto. Lucas 1:13-17.

Observe também o versículo abaixo:

Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Isaías 40:3 

Precursores anunciam muitas vezes coisas ainda não vistas, que ninguém imagina ser possível, pioneiros apaixonados por sua mensagem e sua missão. 

Uma geração como João Batista.

Hoje, Deus está nos chamando para sermos uma geração de homens e mulheres como João Batista, que estão dispostos a tudo para que o reino eterno seja propagado e o nome do Salvador seja anunciado e conhecido.

A vida de um precursor sempre aponta para o dono da mensagem. Que nossa vida possa anunciar as obras daquele que há de vir novamente, Jesus. 

E então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória. E ele enviará os seus anjos, e ajuntará os seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu. Marcos 13:26,27 

Cultivando uma vida de oração

“Está escrito: ‘A minha casa será chamada casa de oração’; Mateus 21:13

Qual é a imagem que vêm à sua mente ao ler e ouvir sobre ser casa de oração? Na prática, como é para você cultivar uma vida de oração? Talvez o estereótipo que vem à mente é de alguém que vive numa bolha ou realidade paralela e seja super espiritual. E talvez se você acompanha os nossos turnos de oração, pode ser que já tenha tido uma ansiedade misturada com frustração, pela vontade de também ter a oportunidade de passar longas horas do dia num ambiente assim.

Não vou negar que é fantástico o privilégio de poder interceder com parte do Corpo de Cristo e ter um ambiente, como a sala de oração, para isso. Além disso, acredito que o Senhor chama pessoas para viverem integralmente e ministrar a Ele e ao seu povo, num contexto de sala de oração. Mas, até mesmo os missionários intercessores precisam ter uma vida de oração e intimidade com o Senhor que vai além da sala de oração, precisa ser expressada em sua vida diária.

Está acessível para todos nós.

Então, o ponto central da minha conversa com você hoje é que uma vida de oração está acessível para todos nós, cristãos, não é um chamado para pessoas super espirituais ou para vivermos em uma bolha. Porém, é um convite do Senhor em sermos os seus amigos, estarmos atentos a Sua voz e mantermos o diálogo com Ele em meio às nossas rotinas. 

Sem dúvidas, para cultivar uma vida de oração é preciso diligência. No entanto, não deve ser confundida com um estilo de vida impossível de ser alcançado ou para um grupo seleto de cristãos. Mesmo agora, enquanto escrevo esse texto, estou enfrentando dificuldades em cultivar uma vida diária de oração. Estou ainda lutando para ter mais diligência e descobrindo como me relacionar com o Senhor nessa nova fase.  – Após quase três anos servindo em uma sala de oração, agora estou vivendo num contexto de missão transcultural em um país com uma língua e cultura diferentes.

Além disso, não tenho mais disponível a mesma quantidade de horas para simplesmente focar em orar com meus amigos numa sala de oração e em minha casa no meu tempo a sós com o Senhor.

Não é sobre a nossa força

Mas o que tenho ouvido do Senhor nesse tempo, é que nunca foi sobre quantidade de horas, mas o quanto o meu coração é sincero e está rendido a Ele. Mais importa a qualidade e a intenção do coração. Porventura, você também esteja passando pela mesma situação. Talvez você esteja tentando equilibrar e conciliar diferentes funções e trabalhos, talvez seja universitário, missionário, está no mercado de trabalho ou acabou de se tornar mãe, por exemplo. Enfim, não importa muito se você acredita que as condições estão cooperando a seu favor ou não, o Senhor quer nos encontrar em meio às nossas rotinas caóticas. Porque uma vida de oração acontece no ordinário: aqui e agora. 

Devemos nos lembrar que é o próprio Senhor que sustenta o nosso relacionamento com Ele. Ele não pode ser baseado e apoiado em nossa própria força. Mas é o Espírito Santo que nos ajuda e guia a toda a verdade. Isso não exclui que precisamos ser intencionais em nosso tempo com o Senhor, porém creio que Ele nos dá estratégias e sabedoria em como lidar com as nossas rotinas.

Eu poderia dar uma lista de dicas de como você pode priorizar o seu tempo com o Senhor, mas na verdade não existe uma receita. Mas se você e eu pedirmos sabedoria ao Espírito Santo, Ele dará.

Em meio a rotina, mantenha o seu diálogo com o Senhor, abra o seu coração e exponha os seus sentimentos. Esteja sensível à voz Dele, pois o Senhor é extremamente criativo em falar conosco. Ele deseja nos encontrar no contexto em que estamos inseridos e nos nossos afazeres. 

Chamados para comunhão

Então, peça ao Senhor que retire o peso da religiosidade dos seus ombros e comece a olhar para Ele, para aquele que sustenta todas as coisas e que anseia se relacionar conosco. O próprio Senhor plantou em nós o desejo pela comunhão.

A Palavra é clara, você e eu somos Casa de Oração. Então, por que não apropriar-se dessa verdade e começar a viver a partir dessa realidade de onde você estiver? 

“Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles,

para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti.

Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. “João 17:20,21