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Rasgue o coração e não as vestes

santidade

“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de seu manto enchiam o templo. Acima dele havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam. E clamavam uns aos outros: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E as bases das portas tremeram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.

Então eu disse: Ai de mim! Estou perdido; porque sou homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o rei, o SENHOR dos Exércitos! Então, um dos serafins voou até mim, trazendo na mão uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma tenaz; e tocou-me a boca com a brasa e disse: Agora isto tocou os teus lábios; a tua culpa foi tirada, e o teu pecado, perdoado. Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei? Quem irá por nós? Eu disse: Aqui estou eu, envia-me.” Isaías 6:1-8

A visão de Isaías

A morte do rei Uzias veio acompanhada de tristeza e incertezas para o povo de Israel. No ano em que este grande rei morreu, Isaías teve uma visão do Senhor, o Rei dos reis, o Rei soberano cujo reinado jamais terá fim.

Aquele que Isaías viu era o próprio Jesus (João 12:41) em toda a sua glória. Jesus se assenta eternamente no trono como o Rei que reina sobre todas as coisas. Ele permanece sempre o mesmo.

As vestimentas do rei representam o seu poder e autoridade. O manto daquele que se assenta no trono dos céus é tão imenso que ocupa toda a sua habitação (v. 1); não há um único centímetro quadrado em toda a criação que não esteja sob o domínio e autoridade de Cristo.

Como seres celestiais criados para estar na presença de Deus, suas seis asas tinham sua finalidade (v.2):

a) a glória de Deus é intensa a ponto de ofuscar o brilho do sol (Apocalipse 21:3) e por isso os serafins
precisam cobrir os seus rostos.

b) como habitam no lugar da plenitude da glória de Deus, os serafins cobrem os seus pés, vigiando e cuidando onde eles os colocam.

c) eles voavam ao redor do trono, de modo que contemplavam todo o esplendor da glória de Deus.

Os serafins exaltam o Senhor a um lugar mais alto e separado de tudo e de todos, declarando a verdade suprema da Sua santidade (v. 3).

A Santidade de Deus

Santidade diversas vezes se refere a algo separado única e exclusivamente para o uso de Deus, tornando-o santo, sagrado. Porém, quando a Palavra se refere ao Senhor como Santo, significa que Ele é acima de tudo e de todos. Ele é incomparável.

A glória de Deus é a manifestação dos Seus atributos; é a forma como conseguimos contemplar aspectos do Seu caráter. Quando nós entendemos que o Senhor é bom, podemos dizer que vimos a Sua glória pois Ele nos revelou um aspecto da Sua santidade.

Ao olharmos para Cristo, também contemplamos a glória de Deus. Cristo é a imagem do Deus invisível, a expressão exata de quem Deus é.

Quando contemplamos a glória de Deus e compreendemos quem Ele é, somos constrangidos a ponto de gerar temor em nossos corações (v.5). Ninguém pode permanecer em Sua presença sem se tornar consciente da sua própria miséria e pecaminosidade.

Um chamado para nós: Rasgue o coração e não as vestes

Em Joel 2:12-14, o profeta exorta o povo a rasgar não as suas vestes, mas a rasgar o seu coração. Assim, o nosso encontro com o Senhor deve nos levar ao arrependimento, reconhecendo nossa pequenez diante dele e a necessidade de sermos transformados.

Então, a vida cristã se trata de conversão após conversão. À medida que o Senhor revela as áreas da nossa vida onde precisamos nos arrepender, nós vamos sendo transformados de glória em glória.

É impossível conhecer o Senhor e permanecer o mesmo (1 João 1:8-9). Porque  quando contemplamos Sua glória, somos constrangidos ao arrependimento; se não somos é porque não conhecemos a Deus. Se o Senhor tem nos visitado, isso deve gerar um santo temor nos nossos corações. O que resultará também em nós uma mudança interior e exterior.

Na série especial do mês de julho, temos estudado a Epístola de Colossenses e neste estudo bíblico vamos falar mais especificamente sobre a obra da Cruz. Antes de mais nada, é importante nos lembrarmos do contexto histórico deste livro.

Colossos se encontrava no sudoeste da Ásia Menor, esta cidade ficava próximo ao rio Lico. Nos dias antigos, ela tinha sido abundante, pois desfrutara de uma indústria próspera de lã e tinha uma localização estratégica na rota comercial entre Éfeso e o rio Eufrates. Mas, nos dias de Paulo, com o crescimento de Laodiceia e Hierápolis, Colossos se tornou uma cidade mercado totalmente irrelevante.

Paulo foi o escritor desta carta. Ela foi dirigida aos cristãos de Colossos para combater as heresias da época. Pois, havia um falso ensino judaizante mesclado com a filosofia grega cultural. Isto é, uma devoção sincrética: em parte judaica e em parte pagã.

Sendo assim, existia uma influência de pensamento sobre aqueles irmãos, afirmando que eles estavam sujeitos às diversas forças espirituais que precisavam ser apaziguadas através da veneração. Além disso, havia uma pressão da parte dos judeus para a observância das leis do Torá, quanto à alimentação e os dias santos.

A partir da mitologia é possível perceber o quanto os deuses influenciavam no dia a dia da cidade. A deusa Cibele, por exemplo, era considerada a mãe de todos e aquela que protegia a população. Além disso, também possuía a chave da cidade, onde ela dominava. Cibele era a deusa de toda região da Fúgia (compreendia várias províncias Romanas).

Neste contexto é que Paulo escreve, inclusive sobre a obra da Cruz. Pois independente de qualquer atributo que os deuses poderiam ter, Cristo é antes de tudo e superior a tudo.  Por isso não havia o que os Colossos temerem.

Jesus nos reconciliou com o Pai

“agora, porém, ele os reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e irrepreensíveis,” Colossenses 1.22

Mediante a morte de Cristo fomos reconciliados com Deus. Reconciliação só é possível por causa da obra da Cruz.  O pecado que ferozmente nos assombrava e  separava do Pai, perdeu sua força porque Jesus derramou sua vida por mim e por você. Os sofrimentos de Jesus foram reais, na cruz Ele padeceu para que nós encontrássemos a real liberdade, até mesmo sobre o pecado.

Saiba de uma vez por todas que a sua principal realidade não é a de ser um fraco pecador que vive por aí pecando. Há reconciliação para que, eu e você, sejamos apresentados diante de Deus como: santos, inculpáveis e irrepreensíveis.

Santos, inculpáveis e irrepreensíveis

Santos “A todos os amados de Deus que estão em Roma, chamados para ser santos…” (Romanos 1:7). Este não é apenas um título dado aos cristãos, mas é o cerne do nosso chamado. Sermos santos como Deus é Santo. Além disso, somos exortados a nos abstermos das coisas que possam nos corromper: 

“Pois a vontade de Deus é a santificação de vocês: que se abstenham da imoralidade…” 1 Tessalonicenses 4:3. Sabemos que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. A Imoralidade corrompe o nosso coração e os nossos relacionamentos. Não somos um corpo descartável, mas somos chamados a pureza. 

Esta santidade não é meramente humana ou de aparência. Você deve conhecer pessoas que até mudam a tonalidade de sua voz quando vão orar, não é mesmo? Mas, que no fundo são como sepulcros caídos. A santidade a qual nos referimos aqui é aquela replicada pelo próprio Deus através do agir de seu Espírito em nós.

Inculpáveis – No grego é a palavra amomos que quer dizer: sem manchas. Este era o adjetivo usado para os animais sem defeitos que seriam sacrificados. Também foi aplicado a Cristo o Cordeiro sem defeito:

 “mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula.” 1 Pedro 1:19. No sentido moral significa aquilo que não pode ser criticado por estar livre de culpa.

“muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!” Hebreus 9:14

Irrepreensíveis – No grego é a palavra anegkletos que quer dizer inculpável, irrepreensível. Como cristãos, devemos estar livres de qualquer acusação de injustiça. Isto significa que somos chamados para viver com integridade. Quem realmente somos quando ninguém está olhando? Somos justificados em Cristo e nossa vida precisa ser um testemunho vivo desse sacrifício para que em nada sejamos repreendidos. 

Champlin, afirma que: “Trata-se de um alvo extremamente elevado, mui além da capacidade de um homem atingir sozinho. Por essa razão é que o Espírito Santo é o agente santificador.”  Ou seja, não podemos alcançar a santidade sem a graça de Deus. Mas ela já foi liberada na Cruz.

A Superioridade de Cristo:

Cristo é o Homem ideal – Não há outro modelo a ser seguido. Cristo é quem regulamenta toda a conduta cristã. “Aqui não pode haver mais grego e judeu, circuncisão e incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre, mas Cristo é tudo e está em todos.” Colossenses 3:11

Cristo triunfou – Ele é o vencedor de todo o mal e dá liberdade aos homens:

 “Cancelando o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz. E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando sobre eles na cruz. Portanto, que ninguém julgue vocês por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.” Colossenses 2:14-17

Cristo é o reconciliador – Ele nos trouxe de volta ao Pai. Que maravilhosa graça que nos alcançou. Nada nos impede de nos relacionarmos com Deus, nada mais poderá nos separar do amor de Cristo Jesus. Nem as trevas, nem a morte, nem as forças espirituais do mal. Não somos apenas servos, mas amigos de Deus. 

“E vocês que, no passado, eram estranhos e inimigos no entendimento pelas obras más que praticavam, agora, porém, ele os reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e irrepreensíveis,” Colossenses 1:21,22.

Cristo nos fez casa – Jesus habita em nós através do Espírito que ele nos outorgou. Somos os seus pés e as suas mãos para amar ao próximo assim como Ele nos amou. Testemunhamos da fé e esperamos pela sua volta, sabendo que nele temos a esperança da glória. Nossos olhos estão fixos na Eternidade.   

“A estes Deus quis dar a conhecer a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vocês, a esperança da glória.” Colossenses 1:27

Cristo nos dá liberdade – Cristo nos liberta dos conceitos humanos. “Se vocês morreram com Cristo para os rudimentos do mundo, por que se sujeitam a regras, como se ainda vivessem no mundo? Não toque nisto”, “não coma disso”, “não pegue naquilo”. Todas estas coisas se destroem com o uso; são preceitos e doutrinas dos homens. Colossenses 2:20-22

A obra da Cruz – Conclusão

“se é que vocês permanecem na fé, alicerçados e firmes, não se deixando afastar da esperança do evangelho que vocês ouviram e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro.” Colossenses 1.22-23

Você já parou para pensar em como a obra da Cruz tem marcado a sua história de vida? Paulo exortou aos Colossos a permanecerem na fé, alicerçados,  firmes e a não se afastarem da esperança do evangelho. O desvio acontece quando deixamos o primeiro amor e nos distanciamos de Deus.

O sincretismo religioso estava conduzindo os Colossos a um grande engano, mas Paulo os conduziu à verdade de que Cristo era antes de tudo e superior a tudo. A verdadeira fé e esperança estão em Cristo e não em outro lugar. Nosso chamado é viver como Jesus viveu e o poder para isso, Ele já liberou na Cruz.

Você pode ler mais sobre A Imagem do Deus Invisível em nossa série sobre a Epístola de Colossenses.

Tudo bem que alguns vão dizer que Deus não existe e  que somos resultado de uma composição química sem propósito e significado. Mas para aqueles que têm como base de vida a fé cristã, fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. A Bíblia traz explicações essenciais à compreensão e consciência da vida, ao passo que a vida vinculada a Cristo passa a ter um significado ainda maior. Para ela, basta ser humano, mesmo da pior espécie, todos fomos criados por Deus.

Deus designou a humanidade com características divinas que conservam a vida humana. Não somente a ética e a moral, mas reações químicas e físicas as quais estamos suscetíveis. Elas fazem parte de toda a ciência e composição da vida humana e natural. Precisamos mais do que descanso e nos alimentar bem. Precisamos de Deus, e isso também constitui a vida humana.

Não somos parcialmente religiosos. Somos seres religiosos que acreditam e depositam fé, seja em coisas criadas ou divinas. O problema central que encontramos é o pecado. Ele é degenerativo, é uma raiz amarga da qual somos todos afetados.

A o que a imagem e semelhança submete as nossas vidas?

A vida humana é essencialmente constituída pela semelhança à trindade e pela graça divina. A lei natural humana, comentada por C. S. Lewis em Cristianismo puro e simples, a que estamos fadados, governa implicitamente nosso senso de certo e errado. Ela é a razão de termos uma conduta moral que nos permite respeitar e amar o próximo, que provém desta semelhança. A sociedade seria extinta se no mínimo não tolerássemos uns aos outros.

Estamos cientes que vivemos um enigma humano. G. K. Chesterton comenta sobre isso em seu livro Ortodoxia. Ao mesmo tempo em que nos sentimos em casa neste mundo vivemos assombrados com ele. E nisto consiste esta sujeição. A imagem e semelhança conserva a vida humana, a vida social, o meio ambiente, de modo a buscarmos bondade, justiça, significado, sentido e propósito para esta vida, enquanto aprendemos a lidar com suas tragédias, com nossos defeitos e com o próximo.

Não somos seres humanos dotados de razão à toa. Somos planejados à imagem e semelhança de Deus para cumprirmos o mandato cultural de preservarmos a vida humana e a natureza. Mas a vida humana não diz respeito a si mesmo somente, porém isso é prosa para uma outra oportunidade.

Veremos agora um pouco de como a vontade de Deus afeta a nossa vida. Ele tem o propósito de santificar a humanidade para que ela tenha características justas como as dele.

A nossa obediência e santificação testemunham a santidade de Deus

O sacrifício de Cristo é a resposta para a santificação do homem e a purificação que o livra de suas concupiscências.

“Sede santos, porque eu sou santo.” 1 Pedro 1:16

Tudo bem que a santificação nos torna pessoas melhores, mas o propósito dela não é apenas nos transformar. É amadurecer a salvação que recebemos pela fé. A santificação nos leva a amar Jesus pelo que ele é. Porque, afinal de contas, nós é que precisamos de Deus, e não Deus que precisa de nós.

Estamos diante da decisão que diz respeito aos nossos destinos eternos

A semelhança a Deus nos difere de toda a criação. Mesmo nem todos acreditando em Deus, elas carregam a imago dei. E hoje, infelizmente, imprimimos uma imagem distorcida. Entretanto, a missão de Jesus foi resgatar essa semelhança, nos trazer a consciência de um Deus interessado na humanidade e levá-la a conhecê-lo. Hoje, podemos ser semelhantes a Jesus e encontrar propósito e sentido nele.

É fato, todos nós precisamos de Deus. E tomamos consciência disso, quando somos confrontados em nossa maneira vazia de viver (1 Pedro 1: 18).

O amor de Deus alcançou toda a humanidade e não somente as pessoas mais corretas. Nem as mais corretas podem salvar-se. Mas quando nos damos conta de que o maior desafio apresentado diante de nós não é aquilo que podemos conquistar neste mundo nem o que podemos fazer, mas o quanto estamos dispostos a acreditar em Cristo, estaremos diante de uma verdade confrontadora, rendidos diante da cruz. E saberemos que ela diz respeito a vida que levamos e a esperança eterna que não somos capazes de conquistar.

“Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo; Êxodo 33.11a”

Existe tanta beleza nas escrituras, a própria beleza de Deus vai sendo desvendada e ficamos iluminados. E ao nos encontrar com o nosso coração cansado nos faz reviver. A Palavra, quando revelada pelo Espírito de Deus, tem o poder de nos fazer livres. E verdadeira liberdade é tudo que precisamos, não é mesmo?

Quando lemos as escrituras nos deparamos com aventuras sobrenaturais, algumas dessas histórias até já se tornaram filmes. Muitas vezes, mesmo que de forma inconsciente, acreditamos que as histórias bíblicas são mais uma ficção hollywoodiana.

Você pode se perguntar: “o que “heróis”, como Moisés, tinham em seus corações que lhes dera acesso ao tipo de experiência pessoal e sobrenatural que eles viveram? Era apenas o propósito de Deus se cumprindo ou, de alguma forma, cada personagem respondeu de forma pessoal? Será que, como cristãos, nós também podemos experimentar desses feitos?”

No Êxodo, podemos ver o povo hebreu sendo liberto pelo Senhor, e tudo isso com um propósito de terno amor. Ao falar com Moisés no monte Sinai, Deus ordena ao povo que se santifique pois Ele mesmo iria descer ao arraial. O propósito de Deus era habitar com seu povo, fazer deles seu tesouro pessoal.   

“Agora, se ouvirdes a minha voz e obedecerdes à minha aliança, sereis como um tesouro pessoal dentre todas as nações, ainda que toda a terra seja minha propriedade. Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. Estas são as palavras que dirás aos filhos de Israel.” (Êxodo 19.5-6)

Sabendo da santidade de Deus e de quão poderoso Ele é, o povo temeu, mesmo após terem se santificado, eles pediram a Moisés: “fale vós conosco, porém não fale Deus para que não morramos”. Moisés, porém, se chegou a nuvem escura onde Deus estava. Esses encontros com Deus o iluminava, seu rosto resplandecia.

Que nós não tenhamos medo de dizer sim ao Senhor quando Ele nos convidar a sermos parte do que está a fazer. Que assim como Moisés, subamos ao monte. Que sejamos iluminados pela sua Glória. Que Jesus nos santifique em seu sangue derramado na cruz. Que sejamos os homens de rostos iluminados brilhando a luz de Cristo pelas nações. 

Gosto de mediar sobre santidade. E sei da importância de lutar contra a imoralidade, que está cada vez mais crescente em nossa geração. Adoração e santidade foram assuntos que fundamentaram a minha jornada cristã. Não sou uma pessoa muito velha, mas lembro que na minha adolescência fui discipulada fortemente, em como viver em santidade.

E me peguei pensando naquele tempo, onde eu queria crescer em santidade. Bom, você precisa concordar comigo, quando se é adolescente as coisas são mais intensas. Quando se mais jovem tudo é como se fosse “viver ou morrer”, 8 ou 80. Lembro-me da intensidade de viver em santidade. E, de como meu coração era vigilante em viver de maneira santa.

Gostaria de ampliar um pouco o nosso entendimento do que é santidade e viver intencionalmente uma vida que honre Jesus. Muitas vezes, limitados santidade no simples fato de ser apenas aos pecados sexuais. Ou até mesmo, generalizamos a imoralidade em não tocar alguém de maneira inapropriada. Mas, quando vemos Jesus falando sobre ser santo, ele mostra que viver em santidade é muito além do que isso.

Viver em santidade é colocar energia em viver como Jesus.  É importante entender que  precisamos vencer a imoralidade. Só que para isso, é importante entender o que consiste em viver na imoralidade. O Imoral é um adjetivo que se utiliza para evocar aquele ou aquilo que se opõe à moral. A moral, por sua vez, é formada pelo conjunto dos valores como costumes, crenças e das normas de uma pessoa.

Em particular gosto de como Jesus está ensinando o povo em Mateus 5. De como é a maneira correta de se viver. Jesus mostra que em uma sociedade é importante que saibamos qual o caráter correto a ser vivido. E ele usa a sua vida para mostrar e ensinar.  No reino de Jesus, há uma conduta para se viver, existem princípios que precisam ser honrados.  E nesse reino viverão pessoas santas, como Ele é santo. Em seu reino de amor vivem aqueles que detestam a imoralidade, assim como Ele detesta.

E uma das formas de vivermos em santidade é entendendo que precisamos  vencer qualquer tipo de imoralidade. Quando Jesus está ensinando sobre imoralidade, Ele não está falando no ato de cair em um pecado. Jesus não estava dando um ensino compreensivo sobre libertação de vícios sexuais. Mas, estava focando em dois dos mais importantes e negligenciados princípios.

Primeiro, a  imoralidade não começa em uma ação, mas nos olhos e então move-se para o coração. Segundo, nós devemos ser radicais, e se preciso for, devemos tomar decisões dolorosas para remover o que desperta a luxúria.

“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’. Mas eu lhes digo: qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno. E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno”. Mateus 5:27-30

Jesus está falando que tudo começa na nosso coração. Você compreende que quando Ele ensina sobre esse assunto  quer que entendamos quão destrutiva e enganosa é a natureza do espírito de imoralidade. Ele quer que tenhamos proveito da revelação ao qual enfatizou, “Pois é melhor para Ti.” Ele sabia que aqueles que vivem em pureza verão ou encontrarão a Deus. De uma maneira profunda e digna.

A imoralidade opera para denegrir qualquer um que abra a porta. Todos nós nascemos com uma natureza pecaminosa. Satanás quer nossas fraquezas para transformá-las em maldade, mas ele precisa da nossa cooperação.

Ele quer envenenar nosso espírito e aprisioná-lo. Imoralidade é perigosa porque cresce e torna-se incontrolável. As pessoas pensam que podem “lidar com um pouco de imoralidade.” E, então, controlá-la mais tarde.

  Elas não entendem o poder de um coração frio, de uma mente escura e consciência contaminada.  A imoralidade aumenta a corrupção do coração, a vergonha, a opressão e a perversão. imoralidade leva ao julgamento. 

“ Fugi da imoralidade. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo;mas quem pratica a imoralidade peca contra o seu corpo.”  1 Coríntios  6:18

Meus amigos, embora a cultura esteja mudando, Deus não está. As trevas têm aumentado. Corrupção tem crescido cada vez mais no coração do homem. Mas quando nos aproximamos do trono da graça podemos pedir por ajuda. Pois onde abundou o pecado multiplicou a graça de Deus em nossas vidas. Que sejamos um povo que está vencendo. Que sejamos santos como Ele é santo. Jesus continua a nos ensinar. Ele deixou a sua palavra para que mesmo em dias como hoje, onde tudo está corrompido, possamos nos voltar para Ele. Onde podemos sondar o nosso coração e pedir por ajuda.

 

“…Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”.1 Pedro 1:14-16

Santidade é um valor central que nos conduz às verdades de Cristo. A completa separação que nos ensina que os parâmetros do reino não podem ser conformados ou adequados com a cultura pecaminosa conduzida pela ignorância incompatível com o caráter de Deus.

Uma das definições mais profundas e poderosas que conheço sobre santidade  é : “Santidade, nada mais é que a expressão viva de um coração apaixonado” Farley Labatut.

A verdade é que o nosso amor pelo Senhor está intimamente ligado com o estilo de vida que decidiremos assumir. É justamente o constante fascínio pelo amor de Deus e o fixar de nossos olhos em Jesus que construirão em nosso interior a força necessária para lutar contra as tentações, estabelecendo uma completa disposição para a santificação trazida pelo Espírito.

Não sei quanto a vocês, mas uma das maiores dificuldades que encontrava em minha busca por santificação era de fato desconhecer passos práticos que me levassem à esse processo. Que me ajudassem a vencer os “discursos” e colocar em prática uma vida de devoção que realmente pudesse honrar minha identidade cristã sem que isso se tornasse um legalismo.

Um dos pontos mais libertadores é entender que, até mesmo o processo de sermos aperfeiçoados em santidade é uma produção do Espírito, quando decidimos caminhar por Ele: “Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”. Romanos 8:13, (1 Pedro 1:22).

Nosso papel consiste em buscar uma obediência plena, com a consciência de quem somos para Deus e o que recebemos dEle a partir da graça. Isso é o que nos levará a romper com o que nos afasta da verdade e perseguir com energia a retidão do Senhor.

Outro ponto essencial, que embora pareça óbvio ou básico demais é: Cultivar a oração. Esse lugar de encontro nos levará não somente a contemplar a Jesus mas a amá-Lo de forma profunda e voluntária, desejando ser como Ele, ter nossa natureza transformada por Aquele a quem contemplamos. “ …contemplamos, como por meio de um espelho, a glória do Senhor, conforme a sua imagem estamos sendo transformados com glória crescente, na mesma imagem que vem do Senhor, que é o Espírito…” 2 Coríntios 3:18.

Somente a paixão viva e profunda pelo Senhor nos levará ao estado de vulnerabilidade necessário para sermos transformados.  O lugar de encontro e a pessoalidade com que nos relacionamos com Cristo é o único e suficiente meio para sermos conduzidos ao caminho de santificação!