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Sobre o autor

Intensivo Fascinação

“Ao chegar o dia de Pentecostes, todos estavam reunidos no mesmo lugar.”

Atos 2.1

O Espírito se move na unidade

Algo que sempre me chamou a atenção em acampamentos, retiros e conferências em que participei, nas quais todos percebem nitidamente uma ação do Espírito Santo nas sessões e durante as preleções, é a forma como aqueles momentos considerados “sérios” ou “santos” em relação à outras partes da programação, sempre acabam levando as pessoas a se conectarem umas às outras, abrirem e encontrar consolo em pessoas até então desconhecidas e realmente sair daquele ambiente com algum senso aguçado de pertencimento ou comunhão.

Ao meditar no texto de Atos 2, comecei a me questionar de como homens, que até então choravam e tinham medo de estar diante das pessoas, após receberem do Espírito, tornam-se defensores corajosos da mensagem do evangelho e partem para todas as nações levando uma mensagem, que sobretudo, envolve o partilhar em comunhão da mensagem de Cristo. O que eles fizeram? O que eles viram? Como seus temperamentos e personalidades foram tão adaptados rapidamente ao convívio da comunidade? A grande percepção é que há na ação do Espírito um mover em meio a comunidades intencionais, a união de pessoas que reconhecem suas fraquezas diante das promessas e da soberania de Deus e assim levam essa mensagem por todo o mundo.

Dessa forma, sou despertada a buscar um pouco mais a partir da história de Pentecostes a entender como a ação do Espírito e o seu derramar, transformaram homens frágeis e fracos em sua essência em uma família que, mesmo espalhada pelo mundo, permaneceu em unidade ao longo de toda trajetória bíblica, propagando o evangelho e a intencionalidade perante o Espírito Santo.

Perseverantes da esperança e na oração

Após a ressurreição de Jesus, a bíblia nos conta que ao ascender aos céus, Jesus comissionou os discípulos à pregação do evangelho mas também orientou que eles permanecessem em Jerusalém até a descida do Consolador (Lc 24.48-49) e nesse contexto, o capítulo 1 de Atos descreve, em relato a Teófilo, a ascensão de Jesus aos céus, tal como a promessa deixada acerca do derramamento do Espírito Santo, o qual os capacitaria a pregar o evangelho em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da Terra (v.8).

Os discípulos começam a se unir em oração dentro de suas casas(v.14) e a organizar a sua dinâmica após a ascensão e partida de Jesus (v.21). E então, é nesse contexto que o versículo 1 do capítulo 2 inicia dizendo que todos estavam reunidos no momento em que o Espírito foi derramado.

Anunciando corajosamente o evangelho

Após o derramamento do Espírito e a manifestação de línguas dentre o povo, os discípulos se levantam para, corajosamente, pregar o evangelho para as pessoas que ali estavam. A partir desse contexto, os discípulos vão sendo enviados para outras cidades e, com a junção aos outros apóstolos e discípulos, a igreja que hoje conhecemos vai se espalhando pelo mundo, chegando até nós atualmente, os mesmos discípulos que, após a morte e julgamento de Jesus se trancaram em suas casas temerosos, agora passam a anunciar o que viram e ouviram de Cristo, afirmando que jamais poderão parar de testemunhar acerca de Cristo.

Além disso, o próprio livro de Atos afirma que nessa recém formada igreja de Cristo, havia tamanha comunhão que nenhum dos irmãos passava nenhum tipo de necessidade, pois todos partilhavam seus bens uns com os outros, os mesmos que antes, durante o ministério de Jesus, não souberam lidar com a falta de alimento perante uma multidão ou tiveram dificuldades de amar a abraçar publicanos e cobradores de impostos, agora pregam o amor de Jesus, não só para judeus mas por todo o mundo.

Isso tudo é explicado quando voltamos as escrituras e nos lembramos que o Espírito é, acima de tudo, Deus em meio aos homens; é o consolador enviado por Deus para nos ensinar acerca do próprio caráter divino (João 14.16) e com isso nos aperfeiçoar como uma noiva gloriosa que de forma perfeita se apresentará ao Senhor. Para isso, o Espírito Santo em nós produz frutos de graça e justiça, que revelam o pai e nos permitem edificarmos uns aos outros.

Somente pelo Espírito Santo

O próprio Cristo revela que é por meio do Espírito que habita nele que o Reino é proclamado na Terra por meio de sinais e maravilhas, os quais edificam e revelam o Pai. Esse aperfeiçoamento em unidade, é um dos símbolos da igreja de Cristo, como o próprio Jesus orou em João 17, sendo assim a edificação vem pela ação do Espírito.

A Bíblia afirma que os dons dados pelo espírito são dados e distribuídos para a edificação do corpo de Cristo (1 Co 12.11).Por mais que eu possa tentar ser boa, compassiva, gentil e generosa, toda a tentativa humana a partir de sua natureza caída está fadada à destruição, mesmo dentro do ambiente eclesiástico. É nesse ponto que as escrituras afirmam que todas essas batalhas, internas ou externas, que levam ao crescimento, só podem ser vencidas pelo Espírito, pela ação do Espírito (Zacarias 4.6).

Dessa forma, o livro de Atos deixa claro que a partir do derramamento do Espírito Santo em Pentecoste há de fato a demonstração da unidade a partir de um só foco, revelar a Jesus Cristo (João 17.21). Homens antes unidos fisicamente pelo medo, agora, ainda que distantes fisicamente, revelam a unidade pelo sangue e propósito de Cristo.

O Espírito é o que levará o povo de Deus à verdadeira unidade e para desfrutar desse processo é indispensável reconhecer a necessidade do espírito diariamente em nossas vidas. Uma boa intenção, uma boa atitude para com o próximo ou unidade com a igreja, por exemplo, não é possível sem a ação direta do Espírito Santo.

O privilégio da comunhão dos santos

Além disso, o convite do Espírito há comunhão dos santos é também um convite para abrirmos mão do egoísmo, daquela velha forma de viver que nos faz priorizarmos nossos próprios desejos e interesses, afinal Jesus terá para sim uma igreja, um corpo formado de muitos membros, muitos irmãos que formam uma grande família. Em Atos, a unidade é o reflexo de uma igreja cheia do Espírito Santo.

E por fim, é necessário pedir que o Espírito nos lembre de que há uma promessa de que todos os salvos, unidos se apresentarão diante do Cordeiro de Deus puros, sem mancha, mas até lá temos o privilégio de encorajarmos uns aos outros. Unidade é um privilégio dado a família de Deus e executado por meio do Espírito Santo.

Julia Helen de Arruda Silva

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Julia Helen de Arruda Silva – Aluna da track de Proclamadores do Fascinação, Turma 20

 

 

“Ela não se afastava do templo, cultuando a Deus dia e noite com jejuns e orações.” (Lucas 2:37)

A história de Ana e Simeão é relatada no livro de Lucas de forma breve. Simeão recebeu uma revelação do Espírito Santo – em uma época que o Espírito não havia sido derramado: ele não morreria sem ver o Messias. Ao ver o bebê Jesus no templo ele diz “meus olhos viram a salvação”. Já Ana era uma viúva com mais de 80 anos que permanecia no templo dia e noite cultuando a Deus com orações e jejuns. Ao ver o menino Jesus no templo, Ana falou sobre o menino a todos que esperavam a redenção de Jerusalém.

Mas o que há em comum entre Ana e Simeão?

Ambos eram pessoas comuns, pessoas que só foram citadas nessa passagem bíblica. Pessoas que carregavam marcas da vida, que estavam imersos em um cenário político conturbado, sem esperança, pois Deus estava em silêncio há 400 anos. Porém, além de pessoas comuns, Ana e Simeão eram precursores. Pessoas que têm uma visão além do seu tempo, que vão à frente abrindo um caminho para que outros possam trilhar.

Ana e Simeão entendiam o tempo que eles estavam vivendo no plano de Deus ao ponto de reconhecer um bebê como o Messias que traria a salvação. Ana e Simeão são protótipos de precursores do fim dos tempos, pessoas comuns com uma devoção perene que permanecem com os olhos fixos na promessa e que tem uma visão profética do plano de Deus.

A revelação do Senhor a seus servos

Amós 3:7 diz que Deus não faz coisa alguma sem antes revelar aos seus servos, os profetas. Esse versículo deixa evidente que tudo que o Senhor faz, Ele comunica aos profetas que são seus servos. Servos são pessoas dependentes de um Senhor, pessoas que não fazem nada por si mesmas, portanto são confiáveis e obedientes.

O Senhor não compartilha seu coração com todos, mas com aqueles que Ele pode confiar, pois serão obedientes. No relato sobre Ana e Simeão é possível perceber que o Senhor comunicou a eles Seu plano, ademais eles não poderiam saber que um bebê era o Messias.

Sem uma revelação do próprio Deus. Ou seja, sem uma visão profética Ana e Simeão não gastariam sua vida à espera de uma promessa.

Como a história de Ana e Simeão se aplica nos nossos dias?

No plano de Deus nós também estamos posicionados em uma parte da história. O Senhor busca pessoas que tem uma visão desse plano e sabem onde estão posicionados, assim como Ana e Simeão. Mas, afinal em qual momento da história desse plano estamos hoje? Ao longo do antigo testamento é possível acompanhar a narrativa do plano de Deus, todas as histórias de destaque bíblico tem um propósito que converge em Jesus.

De forma simplificada, após Adão e Eva pecarem Deus fala sobre seu plano de redenção pela primeira vez, conhecido teologicamente como protoevangelho. Gênesis 3:15 diz: “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”.

A partir dessa fala de Deus, todas as gerações tinham expectativas por gerarem aquele que traria redenção. Ao longo do antigo testamento lemos muitas promessas de quem seria esse sumo sacerdote, como em Isaías 53.

A primeira vinda do Messias

Ana e Simeão estavam presentes quando finalmente o Messias, que traria redenção ao povo, nasceu. Ambos sabiam exatamente o momento da história em que viviam, sabiam da promessa e por meio do Espírito Santo sabiam que veriam com os próprios olhos o Cristo.

Cristo cresceu (Lc 2:52), iniciou seu ministério (Mt 4:18-20), discipulou (Lc 9: 1-25), curou (Mt 10), pregou (Mt 5), morreu (Mt 27:51-54), ressuscitou (Mt 28:16-20) e ao ascender aos céus (Mc 16:19) disse que voltaria (Jo 14).

Os últimos dias

A partir dessa ascensão de Jesus inaugura-se o período conhecido como “últimos dias”, isto é, período entre a ascensão de Jesus aos céus e sua segunda vinda, quando Ele voltará para julgar as nações (At 17:31). Entretanto, dentro desse período em que estamos, é possível ter uma noção a partir dos sinais explícitos da bíblia e de uma visão profética de quão próximo estamos da segunda vinda. Isto é, o momento que estamos no plano de Deus.

Como Ana precisamos nos posicionar em jejum e em orações intercessórias dia e noite, precisamos encher as taças com incensos que são as orações dos santos (Ap 5:8).

Seguindo o exemplo de Simeão precisamos cultivar a expectativa de ver o cumprimento da promessa. Como Ana e Simeão precisamos viver uma vida de devoção, não permitir que as circunstâncias adversas da vida nos paralisem diante da promessa da eternidade. Precisamos manter nossos olhos fixos em Cristo e em sua promessa, ademais Deus é fidedigno (Nm 23:19) .

Seremos aqueles que estarão dispostos a fazer parte do Plano do Senhor?

A geração de Ana e Simeão passou e o Senhor encontrou neles pessoas confiáveis e dispostas a fazerem parte do Seu plano. Pessoas que gastaram sua vida à espera da promessa, pessoas que abriram caminho e foram à frente. Imagino que muitos não compreendiam o que Ana, uma viúva idosa, fazia dia e noite no templo. A bíblia não fala, mas é provável que Ana e Simeão tenham sido rotulados como loucos.

Nos dias de hoje Ana e Simeão seriam rotulados de radicais, ouviriam frases como: “Nossa, para que orar tanto assim?” ou “Não precisa jejuar tanto, Jesus já pagou o preço!” ou até mesmo “Para que tanta radicalidade, isso é fanatismo, não precisa de tanto”. A realidade é que Ana e Simeão viram algo e ficaram fascinados. Não é possível ter uma revelação de Cristo e do Seu plano eterno e não se fascinar por quem Ele é.

A busca do Senhor

O Senhor busca pessoas íntegras com quem Ele possa compartilhar Seu coração. Pessoas dispostas a “permanecer no templo” dia e noite, que não têm suas vidas como preciosas, pois estão fascinadas por Cristo (Fp 3:8). O Senhor busca uma geração de Anas e Simeões que enchem as taças de oração, conforme apocalipse 5:8. Pessoas que tem uma visão profética do momento que estamos na história do plano de Deus e vão à frente, abrindo o caminho para a segunda vinda do Senhor, quando Ele voltará para estabelecer seu Reino de paz, justiça e alegria (Rm 14:7). A partir de Jerusalém (Is 2:1-4), Ele governará as nações com cetro de ferro (Ap 12:5).

O Senhor busca uma geração fascinada por quem Ele é, que espera ansiosamente o cumprimento da promessa. Pessoas que gastam a vida em devoção. Uma geração de uma só coisa, que deseja que Ele tenha um lugar para habitar em meio aos homens (Sl 27:4).

Uma geração que dá o devido valor ao único que é digno, uma geração radical e extravagante que entende que não é desperdício gastar sua vida por amor a Ele, porque Ele é digno dos nossos dias. Onde estão as Anas e os Simeões do nosso tempo?

 

 

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Larissa Nunes Loureiro – Aluna da track de Proclamadores do Fascinação, Turma 20

 

 

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“É necessário que ele cresça e eu diminua”

João 3:30

Chamados a Diminuir

O quão difícil é para nós agirmos de forma intencional sem premeditar um objetivo benéfico a nós mesmos? Qual foi a última vez que tomamos uma decisão pensando em um outro alguém? Nossa própria vida tem sido o ponto alto dos nossos diálogos com o Senhor? Muitas vezes, não abordamos estas perguntas no nosso cotidiano, mas elas desempenham um papel crucial na reflexão sobre nosso caráter. Nós, seres humanos, por natureza temos a inclinação de sempre moldar os cenários da vida a nosso favor. Tudo aquilo que em nossa mente parece agradável para nossa boa reputação ou performance é prioritário.

Como se buscássemos de forma constante holofotes do nosso ordinário que apontam para nós. Mas à medida que o Espírito testifica o novo nascimento em Cristo, as perspectivas mudam, nosso estilo de vida muda. Os dois primeiros mandamentos são a pedra angular desta mudança, uma vez que devemos olhar a vida na ótica de considerar Deus superior a todas as coisas e o nosso próximo como maior que nós mesmos. Nós normalmente não somos o ponto de convergência das escolhas e renúncias que marcam a jornada cristã. Portanto, aquele que é enxertado na graça da caminhada cristã deve considerar também seu comissionamento: diminuir.

O exemplo de João Batista

A vida de João Batista exemplifica de forma clara como é viver esta comissão, este chamado de ser fiel a uma mensagem que nunca foi sobre quem a anuncia, o chamado a diminuir. Quando observamos sua declaração, podemos perceber que ela é seccionada em duas partes: Quem ele NÃO era, e quem ele DE FATO era.

Levitas e sacerdotes enviados por judeus interrogaram João Batista em capítulos anteriores, questionando: “Quem és tu?”. João poderia muito bem ter fugido da pergunta e voltado a sua vida comum, ou então poderia ter questionado a motivação da pergunta, ou até mesmo respondido perguntando quem eram aqueles que desejavam ter esta informação, mas, na verdade, ele declara: ”Eu não sou o Cristo”. Neste mesmo diálogo, João nos constrange com a mais pura declaração de um precursor. Ele aponta para aquele que viria após ele, ele testemunha do cerne de sua mensagem, daquele que motiva todas as suas ações e o seu ministério. E como um brado de reverência, ele diz: ”[…] do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias.”

Ao afirmar que não é o Cristo, ele não reserva nada para si mesmo, exceto estar sujeito àquele que é maior e servir na Igreja como um dos demais, sem ser tão exaltado a ponto de tomar para si a honra do Cabeça.

Convém que Ele cresça

João foi fruto da oração do sacerdote Zacarias, o qual foi agraciado por Deus de herdar aquele que seria grande diante do Senhor e que seria cheio do Espírito Santo desde o ventre materno. Também foi nomeado por Jesus como o maior entre os nascidos de mulher. O Espírito levou João ao deserto para cultivar de modo extremo um relacionamento com Deus. Ao sair deste período, passou a pregar a mensagem de arrependimento conforme estava escrito no livro das palavras do profeta Isaías (Is 40.1-3). E então, eis aqui o ponto alto do seu ministério, onde declara com consciência quem era: ”Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor.”

Em meio a todas essas profecias e as palavras do próprio Deus em relação à  ele, João em momento nenhum se deslumbra ou tenta roubar o olhar das pessoas para si. Se o próprio Jesus diz que entre os nascidos de mulher ninguém é maior que João, quem mais teria motivos maiores para se vangloriar? Porém a sua declaração se torna constrangedora para nós que muitas vezes com simples  cargos ministeriais queremos exaltar a nós mesmos: “Convém que Ele cresça e eu diminua”.

Ele reconhecia a missão que lhe foi confiada, tinha ciência da mensagem que deveria carregar. Mas antes de qualquer coisa, ele tinha a plena consciência de que pertencia àquele que clama no deserto, e não era aquele que clama no deserto. Ele se tornou a mensagem, foi fiel a ela a ponto de ser preso e meses depois ter sua cabeça servida em uma bandeja à família real, mas jamais foi o ”senhor” da mensagem.

Maior que o chamado é Aquele que chama

Ao longo da corrida da fé, a vida eclesiástica nos cativa e somos constantemente atraídos a viver aquilo que realmente mudou nosso interior. É realmente apaixonante olhar para a mensagem da graça, a profundeza das escrituras, a comunhão eclesiástica, funcionando de forma orgânica e harmônica. Isso leva muitos de nós almejar viver em função disso, talvez se tornar um pregador, um pastor de renome, um artista do meio cristão, um missionário transcultural. Realmente, olhar para um ministério, imaginar-se tendo um microfone na mão e comunicando uma mensagem em um palco faz brilhar os nossos olhos.

Não significa que seja algo ilegítimo, afinal, a palavra de Deus fala sobre uma grande seara que precisa de trabalhadores e de vocações concedidas pelo próprio Senhor. Porém, muitos de nós nos deixamos levar pelo chamado e deixamos Aquele que chama de lado.

Quando Jesus diz sobre a seara e seus trabalhadores, ele evidencia quem é o Senhor dela. Quando Paulo escreve à igreja de Éfeso, ele traz de forma clara o propósito dos vocacionados, que é edificar o corpo de Deus até que chegue na estatura plena de Cristo.  Ser escolhido e vocacionado para um ministério é algo sublime, mas ser destinado à filiação e amizade de Deus é ainda mais.

Somente a partir disso podemos nos alegrar em explorar a chamada ao ministério. É sobre se sujeitar a gloriosa Cruz do calvário e entender que tudo se torna pó diante dela. A Cruz define nossa identidade, é ela que nos faz compreender que a mensagem nunca foi sobre nós, é ela que traz luz ao ministério de precursores. A partir disso, podemos enxergar a nossa verdadeira vocação e entender que apontar para Cristo e ser um com Ele é a coisa mais importante ao nosso respeito. Importa que Ele seja conhecido e que nós o conheçamos, como será por toda a eternidade (João 17.3). Assim como Paulo diz, é diante da sublimidade do conhecimento de Cristo, nosso Senhor, que consideramos todas as coisas com perda, como lixo, inclusive o nosso Eu, a fim de ganhar a Cristo e sermos achados nEle.

 

 

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Danilo Marques Jaquel – Aluno da track de Proclamadores do Fascinação, Turma 20

 

 

O senhorio de Deus é suficiente para atrair o meu amor por Ele?”. Esse foi o questionamento que veio ao meu coração enquanto meditava em Marcos 12.30. Será que Ele tem sido suficiente para ser o meu único amor?

“Ame o Senhor, o Seu Deus, de todo coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças.”

Marcos 12.30

Afinal, quando estamos em um lugar de suficiência e confiança plena no amor de Deus todas as coisas perdem o seu valor. Assim, fixamos os nossos olhos nele, Ele se torna o único e mais importante. Jesus ensina que amar a Deus sobre todas as coisas, requer atitude de coração. Ou seja, implica em atribuirmos ao Senhor o valor e a estima que Ele merece. Logo, amar a Deus é verdadeiramente desejarmos ter comunhão com Ele, vivermos com obediência e sinceridade a sua vontade na Terra.

 

A intencionalidade do amor

Amar a Deus sobre todas as coisas, nos faz entender que Ele deve ser amado com todas as forças e a capacidade que o homem possui. Aliás, este é o alicerce e o resumo do propósito da existência humana. “Amar” é um mandamento e é algo além de um sentimento que nasce por força alheia à nossa vontade. Isto é algo que devemos cumprir em todas as ocasiões, não só quando recebemos alguma coisa do Senhor.

Logo, amar a Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma significa por vezes ter coragem para fazer o que Ele nos manda, mesmo sem entender. É, portanto, escolher obediência como fez Abraão, provando que amava ao Senhor mais do que o próprio filho.

Trata-se de um amor que não se iguala, nem se dobra a qualquer outro. Por mais legítimos que sejam nossos amores, de modo algum eles podem competir com o amor que é devido a Deus. Provavelmente este era o entendimento de Paulo quando diz que considera tudo como perda se comparado a sublimidade do conhecimento de Cristo.

 

Amar a Deus de todo o coração

“De todo o coração”, essa expressão se repete várias vezes na Bíblia. Como em Jeremias 29:13 “Buscar-me–eis e me achareis quando me buscar de todo o coração”. Mas o que significa “de todo o coração”? Isto significa o homem por inteiro (como Provérbios 4: 23), significa a sinceridade de sentimentos. São todas as afeições do ser humano desejando pelo seu criador, amando-o intensamente mais do que a qualquer outra coisa criada.

Deus tem um propósito! Ele deseja ter um relacionamento de intimidade com o homem e quando entendemos isso, algo já começa a mudar em nossas vidas, nossos questionamentos, nossa busca por respostas e nossa mente buscando a Deus. Essa fome por Deus vem, quando estamos vazios de nós mesmos, livres do antropocentrismo, egoísmo ou apego as coisas terrenas, a fome nasce quando apenas percebemos que dependemos dele, cada partícula do nosso ser foi criada com um desejo inapagável pelo Deus eterno.

Desde que tenho meditado sobre esse texto, tenho entendido que, o Senhor tem feito um convite a nós, de encontrarmos suficiência nele e em suas escrituras, e além disso, é imprescindível termos coragem para tirar as distrações do nosso caminho, para que assim nossa oração possa ser como o diálogo da noiva para com o seu Amado em Cantares 2: 15, que o Amado das nossas almas possa tirar tudo aquilo que tem nos afastado e distraído do seu amor. Ele nos amou primeiro e este já é motivo suficiente para que o amemos com tudo o que somos.

Isabella Cardoso Peres – Aluna do Fascinação Turma 19

 

Na track de comunicadores do Intensivo Fascinação, os alunos produzem textos a partir de uma meditação bíblica. Leia aqui mais textos dos nossos alunos:

Estabelecendo uma cultura de intimidade

Lembre-se do primeiro amor

No antigo testamento Deus estabeleceu para o povo de Israel, que eles oferecessem sacrifício a fim de que obtivessem perdão dos pecados ou em sinal de gratidão. Mas através dessa prática, também vemos o desejo do coração de Deus em manter um relacionamento íntimo, uma cultura de intimidade com seu povo. Dessa forma, uma das funções do altar era ser o lugar onde eram oferecidos os sacrifícios e as ofertas voluntárias. De uma forma simples, eles eram separados em: Holocaustos, Manjares, Ofertas Pacíficas, Oferta pelo Pecado, Oferta pela Culpa (Levítico 7:37-38).

No entanto, vemos que Deus é quem provê o fogo para esse altar, mas agora nossa responsabilidade é mantê-lo aceso continuamente. Como vemos neste versículo, o sacerdote todos os dias pela manhã tinha o encargo de providenciar lenha para que o fogo permanecesse queimando. Em nosso tempo não é diferente. Além do mais, Deus está em busca dos sacerdotes dessa geração que vão estabelecer uma cultura de intimidade em suas vidas, de forma que seus corações apaixonados jamais se apagarão.

“O fogo permanecerá aceso sobre o altar; não poderá ser apagado. Ali o sacerdote acenderá lenha todos os dias pela manhã, arrumará o holocausto sobre ele e queimará a gordura das ofertas pacíficas. Levítico 6:12

 

O que significa “o fogo arderá continuamente sobre o altar”?

Na Lei do Holocausto dada por Deus aos sacerdotes levíticos, o fogo do altar arderia ininterruptamente. Logo, tal ação servia como um lembrete da presença contínua de Deus e da necessidade do povo de uma expiação contínua.

Talvez, caro leitor, a pergunta que passe pela sua mente seja a seguinte: Por que, então, não oferecemos mais sacrifícios de animais? Os sacrifícios de animais terminaram porque Jesus Cristo foi o sacrifício final e perfeito. Por isso, não há e nunca haverá necessidade de um outro cordeiro. Assim, hoje temos acesso direto a esse lugar de intimidade com Deus graças a Jesus que abriu o caminho e nos convida ao lugar de relacionamento todos os dias.

Paulo em suas cartas nos adverte dizendo “não apagueis o Espírito (1Ts 5.19)”. Após a morte de Jesus, já não era necessário sacrifícios para manter a chama acesa ou termos acesso a presença do Eterno. Além do mais, com a nova aliança nos tornamos o santuário do Espírito Santo sua habitação (1 Cor.6:19).

A pergunta é: Como manter essa chama acesa já que somos esse altar? Ou então, como estabelecer uma cultura de intimidade? A palavra cultura deriva de duas palavras: “cultivo” e “culto”. Tudo o que continuamos “cultivando” e “adorando” ao longo dos anos estabelece UMA CULTURA. Temos que estabelecer hábitos para que mantenhamos a chama acesa. Pequenas atitudes diárias constroem uma cultura.

 

Não apague o fogo!

Portanto, temos a responsabilidade de manter a chama acesa dia e noite, zelando por uma cultura de intimidade. Se trata de permanecer em um relacionamento profundo com a pessoa do Espírito Santo e Ele espera muito mais do que intensidade, Ele deseja constância.

Ademais, Paulo nos incentiva a sermos fervorosos de espírito, servindo ao Senhor (Rm. 12:11). A esse respeito João Calvino também comenta:

Por que, pois, diria alguém, Paulo nos exorta a continuar este fervor? Eis minha resposta: embora este zelo seja divino, estes deveres são destinados aos crentes a fim de que destruam sua indiferença e fomentem aquela chama que Deus lhes acendeu. Pois, geralmente, sucede que, ou abafamos, ou mesmo extinguimos o Espírito em razão de nossas próprias mazelas”.

Não apagueis o Espírito é a ordem de Deus!

 

Como manter a chama acesa?

Sendo assim, necessitamos encontrar ferramentas que nos ajudem a manter o altar de intimidade com Deus. E então, desenvolver nosso próprio ritmo. Não corra a maratona de outra pessoa, desfrute da estrada, e dê o primeiro passo! Você deve encontrar prazer em sua vida de intimidade com Deus, se quiser mantê-la ao longo do tempo.

Deus nos convida hoje a permanecer nesse lugar de intimidade, a sermos esses sacerdotes que cultivam uma vida que queima pela sua presença, que ama se relacionar com ele, e o busca constantemente. Faça de Salmos 51:17 um “pontapé” para começarmos a estabelecer uma cultura de intimidade, deixar a chama acesa diariamente.

“Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás.”

Salmos 51:17 NVI

 

Alguns pontos práticos para permanecer com a chama acesa:

  • Ore diariamente: Todos os dias.
  • Jejue semanalmente: Enfraquece a carne e fortalece o espírito.
  • Tenha pontos de intercessão: Parceiro de Deus, o que está em seu coração?
  • Adore o tempo todo: De acordo com sua natureza e essência.
  • Estude a Palavra: O homem não viverá só de pão, mas da Palavra que sai da boca dele.

 

Jeferson Duarte Leal – Aluno do Fascinação Turma 19

Meditando sobre a igreja de Éfeso em Apocalipse 2, podemos refletir sobre a figura de um casamento que chega a um triste fim como o divórcio. Afinal, o que faz um casal chegar ao divórcio não é uma perda repentina do amor (mesmo que para alguns pareça que seja). Mas sim, um amor que se desvanece aos poucos.

É como uma pequena embarcação que tem sua rota mudada apenas alguns milímetros para o lado. No final, ela acaba chegando totalmente perdida do destino que deveria estar. Logo, é necessário escolher amar diariamente. Pois, afinal, são as pequenas coisas que fazem com que um casal se afaste e o amor se perca. Dessa forma, o resultado pode ser o rompimento do relacionamento.

“Entretanto, tenho contra ti o fato de que abandonaste o teu primeiro amor. Recorda-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras. Porquanto, se não te arrependeres, em breve virei contra ti e tirarei o teu candelabro do seu lugar.” (Apocalipse 2:4-5)

 

Uma decisão

Seguindo essa analogia, aquela decisão de se esforçar para amar e ser amado do começo do relacionamento pode acabar sendo engolida. O passar dos anos, as rotinas, distrações, filhos, contas a pagar, trabalho e tantas outras coisas boas e ruins. Portanto, essas coisas fazem dois corações que um dia se encontraram, se perderem um do outro. Mas aonde queremos chegar com essa reflexão? Se pararmos para pensar, nosso relacionamento com o Senhor é exatamente assim! Além do mais, Ele nos chama e nos lançamos Nele (primeiro amor), mas é necessário cuidado, zelo e cultivo desse amor, pois o nosso coração é enganoso e dia após dia. Portanto, muitas vezes com pequenas escolhas, pequenos ídolos ou outras prioridades, podemos nos perder Dele.

 

O que é amar?

Amar é e sempre será uma escolha. Ele escolheu nos amar e ao recebermos essa revelação  escolhemos amar a Ele de volta ou escolhemos viver longe dele. Todavia, independente da escolha, ela acontece de forma gradativa. Pois amar é uma construção! Logo, a partir do momento que temos uma revelação do amor de Deus, nos dedicamos a conhecer mais desse amor e dessa revelação. Fazemos isso gastando mais horas do dia orando, buscando por mais do Senhor, queimando pela sua palavra, adorando sua majestade ou simplesmente desfrutando desse amor que encontramos. À medida que amadurecemos, Deus nos chama a parcerias com Ele, muitas vezes por meio de atividades e ações, que envolvem os planos do Seu reino.

Assim, nos tornamos obedientes e temos prazer em aprender da sua lei e praticá-la. No entanto, todas as nossas movimentações precisam ser diligentes no que diz respeito a manter o lugar do cultivo do amor diário, pois isso ainda está sendo construído dentro de nós. E, aos poucos, se isso não for mantido, podemos cair no erro de movimentar coisas (até mesmo grandiosas no reino) vazias de amor. O amor cresce aos poucos, mas cuidado: aos poucos ele também se vai!

 

Em que ponto caímos?

É neste contexto que a igreja de Éfeso se encontrava quando João escreve esta carta: uma igreja marcada por relatos da sua fé, perseverança e boas obras. A igreja de Éfeso se encontrava em uma queda gradativa do lugar de amor dos primeiros dias que lhes foi revelado. No capítulo 2 de apocalipse, são tecidos vários elogios para essa igreja que, mesmo depois de cerca de quarenta anos de sua fundação, seguia com boas obras e perseverantes na fé.

Mas existia um pecado que estava colocando tudo aquilo que foi elogiado ao chão: o tempo passara e eles acabaram transmitindo à nova geração da igreja apenas o trabalho, a fé e a perseverança, mas sem o primeiro amor que os havia encontrado. A cada serviço prestado à igreja é natural desenvolvermos habilidades para executá-lo com cada vez mais facilidade e isso pode nos conduzir para um lugar de “costume”, um lugar ritualístico onde fazemos as coisas no automático e, por vezes, acabamos perdendo o sentido do por que estamos fazendo.

Perseverar em meio a perseguições e adversidades é difícil, cansativo, doloroso e até mesmo exaustivo. Persevera-se em fé, mas ela não está ao todo ligada ao amor, pois podemos crer sem necessariamente estar intimamente ligados em amor ao Deus que cremos. No entanto, à medida que os sofrimentos aumentam essa fé se torna frágil caso não esteja firmada em um amor profundo e acaba não resistindo na caminhada. Além disso, como Paulo fala para a igreja de Corinto: o único que permanece para sempre é o amor.

 

Como manter o primeiro amor em chamas?

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria (…) O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13:1,2,4-7)

 

Em 1 Coríntios 13 Paulo menciona que o amor nunca morre, ou nunca acaba. Quando pensamos neste amor, pensamos em um amor profundo, forte e verdadeiro que é o do Senhor por nós. No entanto, como podemos ver em Éfeso, um descuido pode nos fazer deixar o amor ir gradativamente se acabando, se enfraquecendo, acostumado com um nível raso até que desaparece sem que se perceba. Mas as escolhas diárias nos direcionam ou para um lugar de amor mais profundo, ou para o apagar da chama. Podemos escolher colocarmos o Senhor como prioridade em nossos dias e escolhermos a boa parte, mas todas as escolhas exigem certas renúncias. Será que estamos dispostos a renunciarmos outras coisas em prol de mantermos essa chama acesa?

Nós temos um mandamento muito claro e específico: ‘’Amar o Senhor teu Deus sobre TODAS as coisas.’’ (Lucas 10:27). Se TODAS as coisas tomam o tempo e o lugar Dele, estamos desobedecendo um mandamento, estamos abandonando um amor, deixando de lado uma prioridade. Em resumo: PECAMOS! Por este motivo o versículo 5 do capítulo 2 de apocalipse solicita que a igreja de Éfeso se arrependa, se LEMBRE de onde caiu e VOLTE ao amor das primeiras obras. Volte a fazer tudo com amor, volte a perseverar nisso, volte a AMAR de todo coração, alma e entendimento.

 

 

Lembre-se do primeiro amor

A chave de tudo está nisso: ‘’Lembre-se de onde caiu’’. Lembre-se do amor!

A igreja de Éfeso estava caminhando como igreja, mas seu amor desaparecia a cada dia que passava. Assim, dia após dia tudo se tornava um costume ao invés de uma devoção. E Deus adverte que se eles não mudassem seu percurso logo já não seriam igreja do Senhor. Ele removeria seu candelabro, pois afinal de contas, para que serve um candelabro se ele está apagado, não é mesmo?

Por isso “lembre-se disso, Éfeso” reacenda a chama dos primeiros dias, gaste tempo queimando novamente e em TUDO que fizer lembre-se do amor. Na nossa caminhada não é diferente, nos distraímos tão facilmente, nos acostumamos tão facilmente e nos deixamos apagar tão facilmente. Que possamos renunciar aquilo que nos afasta do Senhor, trazendo à memória o que traz esperança e nos lembrando de quem é o amor que incendeia nossos corações. Por este motivo, nossa busca é sermos selados num amor que é como o fogo. Aquele que águas não podem apagar nem afogar, e queimar até sermos achados enfermos de amor por Ele.

Nossa oração é por um amor que permanece e que não se esquece dos primeiros dias, não deixa o primeiro mandamento sair do primeiro lugar e não coloca outros amores como prioridade em seu lugar. Que por toda nossa vida peçamos, busquemos, desejemos e ansiamos apenas uma coisa: amar ao Senhor de todo o coração!

 

Luana Mathia – Aluna do Fascinação Turma 19

 

No Intensivo Fascinação, nossos alunos têm a oportunidade de compartilhar suas meditações na “track de proclamadores” como uma forma de se desenvolverem no estudo e na interpretação da Palavra. Leia mais outros textos dos nossos alunos:

Rendição: uma resposta de adoração e louvor

O altar que estamos construindo

 

 

O que é um sacrifício? O dicionário define com dois sentidos possíveis: “uma oferta feita à uma divindade em cerimônias, ou uma renúncia voluntária a algo que se possui visando algum resultado específico”. Na verdade, para o ser humano moderno, é muito fácil entender o segundo sentido. Visto que se dedicar a uma vida sacrificial por algum resultado é algo intrínseco da sociedade “meritocrática” em que vivemos. 

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”  (Romanos 12:1)

Sacrificar algo para atingir um fim é algo ministrado ao coração do ser humano desde a infância. Pois, nos momentos em que todos estão frequentando a escola,  somos inseridos em um sistema em que aqueles que se divertem menos para estudar mais (sacrifício) recebem melhores notas. E assim, frequentemente são recompensados pelos professores, como uma forma de estímulo para que continuem estudando mais. 

 

Deus deseja obediência e não sacrifício

Na perspectiva basilar, cabe a análise de como Deus considerava os sacrifícios no antigo testamento e como Ele passou a enxergar isso no novo testamento. Será que o Senhor mudou sua opinião? Será que Deus mudou seu caráter e deixou de considerar bom aquilo que exigia do povo antes? 

Durante o pentateuco, mais especificamente em Levítico, do 1 ao 7, o Senhor entregou os estatutos da Lei para o povo, por meio de Moisés. Assim, Ele também estabeleceu como o sacrifício deveria ser feito. E assim, Ele entregou os estatutos sobre quantidades, maneiras, motivos e o que deveria ser feito pelo sacerdote e pelos levitas. 

Nesse sentido, vê-se que o Deus de ordem organizou tudo e deixou regras para seguir-se. E, portanto, exigiu sacrifícios para perdoar pecados, e pediu que aqueles que tivessem seu coração tocado entregassem ofertas voluntárias a Ele. Portanto, deveria ser por vontade, e não por obrigação. 

Mais tarde, em 1 Samuel 15, Saul desobedeceu a ordem divina de destruir completamente os amalequitas, guardando o rei deles e o melhor dos rebanhos. Ele fez isso sob a desculpa de que usaria esses bens para sacrificar e render holocaustos ao Senhor. Então, vemos Samuel repreendendo a Saul com a seguinte frase: ”o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros”. 

Por que o Deus que estabeleceu regras sobre sacrifícios a Ele, depois diz que prefere obedecer do que sacrificar? Na verdade, Deus nunca quis que o povo sacrificasse pedindo perdão a Deus pela desobediência, visto que, antes, Ele deseja nosso espírito quebrantado, e que obedeçamos àquilo que Ele nos tem pedido. 

 

Uma entrega voluntária

Na verdade, Deus, quando deixou as regras a respeito dos holocaustos, Ele não queria que fosse necessário ao povo a realização de uma expiação pelos pecados, Ele apenas liberou essa possibilidade por sua maravilhosa graça e misericórdia, e vontade de redimir os pecadores. 

No fim das contas, o que agradaria a Deus seriam as ofertas voluntárias, não as oferecidas como pedidos de perdão. Ele não quer que tenhamos que sacrificar, Ele quer que obedeçamos a Ele e Seu querer ao ponto de ser desnecessário propiciação por erros. Nesse sentido, vemos no Salmo 51, nos versos 16 e 17, a vontade verdadeira de Deus sobre um altar para Ele

“Não te deleitas em sacrifícios nem te comprazes em oferendas, pois se assim fosse, eu os ofereceria. O verdadeiro e aceitável sacrifício ao Eterno é o coração contrito; um coração quebrantado e arrependido jamais será desprezado por Deus”. Salmos 51:16-17

Visto isso, percebe-se que Deus não mudou, pois Ele nunca se contradiz. Ele ofereceu ao povo a possibilidade de alcançar o perdão do Senhor por meio dos holocaustos, mas Ele nunca desejou que eles fossem realizados. Antes, desejava um coração quebrantado e disposto a seguir o querer do Pai. 

 

Uma vida sacrificial

Hoje, esses sacrifícios literais de animais nos causam relativo estranhamento por não fazer mais parte da vontade de Deus há aproximadamente 2000 anos. Visto que com a morte de Jesus Cristo, se realizou o último sacrifício de sangue necessário. E assim, estendeu perdão definitivamente sobre todos nós. Logo, agora cabe a nós apenas as ofertas voluntárias, e portanto, nosso coração e obediência dedicados a Ele espontaneamente.

Sendo assim, nesse sentido, cabe entender o que Paulo quis dizer quando instruiu os Romanos a serem sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Ele quer que vivamos uma vida sacrificial, sem a necessidade de queimarmos ofertar em um altar externo, mas antes dedicando nossa vida como um altar interno ao Senhor. 

 

Quem quiser ganhar a sua vida deverá perdê-la

É necessário renúncia das nossas vontades! A palavra aponta em Mateus 16:25 em diante que para ganhar a vida eterna é necessário abrir mão da vida terrena, mostrando um sacrifício que deve ser realizado por nós. Assim, o que o Senhor espera de você, e de mim, é que nos entreguemos completa e inteiramente, amando a Ele com todo nosso Ser, com toda nossa existência e todo nosso coração. 

Ele não deseja dividir a nossa afeição com ninguém, por isso, precisamos abandonar todos os ídolos do nosso coração, realizando uma renúncia de tudo aquilo que ocupa o lugar do Senhor, sacrificando todos os nossos anseios egocêntricos, e queimando nosso coração com a chama do evangelho, para atingir o prazer eterno.

 

Como se tornar um sacrifício vivo?

Gaste tempo no lugar secreto! Busque a Deus incessantemente todos os dias! Entregue-se completamente até que Ele seja o único Senhor da sua vida! Somente lendo as escrituras é possível compreender e aprender a ouvir a Palavra de Deus, aplicando-a em seu dia a dia. Esse é nosso culto racional, sermos sacrifício vivo! Viver uma vida sacrificial é o princípio para ser encontrado como um homem segundo o coração de Deus. 

Foi por Davi entender esse tipo de chave, e compreender a verdadeira vontade de Deus que ele foi levantado pelo Senhor como rei. Quão fortes e imensas são as recompensas de entregar-se por amor de Cristo! Quão inimaginável galardão nos espera! Não espere por um toque divino específico para começar a viver de maneira sacrificial no futuro. Inicie desde já essa jornada, nem que apenas investindo 5 minutos do seu dia em intercessão, seja intencional em ser sacrifício vivo ao Senhor! Seja intencional em viver segundo a vontade dEle!

 

João Marcos Goulart – Aluno Fascinação Turma 18

 

Quando estamos construindo um altar ao Senhor, precisamos entender o que isso significa. Olhando para a história da mulher samaritana e Jesus, vamos entender mais sobre isso.

Em um poço, ao meio dia, uma mulher excluída da sociedade é encontrada por um homem judeu que lhe dirige a palavra. Então, o que no início era apenas um pedido de água acabou na revelação da fonte da água da vida, o Messias. Essa situação se encontra no capítulo 4 do livro de João dos versos 19 ao 26. 

“Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:19-24)

Nessa passagem em questão, em resposta a afirmação da mulher samaritana, Jesus declara que os samaritanos adoram o que não conhecem. Assim, Ele completa que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. Logo, pude deduzir que a adoração está atrelada ao conhecimento. Ou seja, a minha adoração só será verdadeira se eu conhecer o alvo dela que deve ser o Deus verdadeiro. Assim, conhecendo o alvo da minha adoração construirei um altar legítimo para o Deus legítimo.

 

O altar é o lugar de relacionamento

Contextualizando, um altar, no antigo testamento, era um lugar onde o sumo sacerdote ia para oferecer holocaustos e sacrifícios em favor do povo. O altar também era um lugar de relacionamento e adoração.

Durante todos os relatos no antigo testamento vemos que o altar está relacionado com adoração do povo ao Senhor. Era no altar onde pessoas específicas, geralmente o sumo sacerdote, ofereciam holocaustos e ofertas de gratidão. Logo, todos esses feitos subiam como incenso perante o Senhor (quando feitos segundo a Sua vontade). 

Altar também é um lugar de relacionamento. Ou seja, quando alguém estava indo para um altar, logo se deduzia que ele estava indo se relacionar e adorar ao Senhor. Altar é o lugar que Deus escolheu para que seus filhos o adorem. É lugar de prazer e deleite no nosso amado.  

Na antiga aliança o altar era acessado apenas por pessoas específicas. Isto é, um escolhido se colocava como representante do povo e intercedia por este. Porém, na nova aliança Jesus abriu o caminho de acesso ao Pai. Agora, não é mais preciso que terceiros se apresentem a Deus, temos livre acesso para ir até o altar. E mais, temos livre acesso para construí-lo. Construtores de altar é uma identidade, são aqueles que decidiram viver uma vida de adoração, que dia e noite levanta incenso ao Pai. 

 

O conhecimento de Deus é indispensável para uma adoração verdadeira

Em João 4, a conversa que Jesus teve com a samaritana envolveu o tema adoração, onde ela fala sobre os seus antepassados adorarem no monte e os judeus em Jerusalém. Jesus responde que chegaria a hora que o Pai não seria adorado nem no monte nem em Jerusalém, mas em espírito e em verdade. Também falou que os samaritanos adoravam o que não conheciam, e essa é a chave. Eles adoravam o que não conheciam, ou seja, adoravam um deus falso, logo, construíam um altar para ídolos.

Partindo do pressuposto que todos (independente da crença) estamos construindo um altar e que altar é um lugar de adoração, podemos deduzir que há duas esferas de construtores: os samaritanos e os judeus. 

Os samaritanos são aqueles que adoram o que não conhecem e os judeus os que adoram o que conhecem. Diante disso, muitas vezes em nossa vida podemos estar como os samaritanos, adorando o que não conhecemos como, nossa visão de quem o Senhor é. E quando paramos para perceber, em nosso coração há milhares de altares levantados para milhares de ídolos que nós mesmos fabricamos. Enquanto não conhecermos o que adoramos estaremos construindo um altar para uma forma turva. 

 

Construindo um altar legítimo

Para construirmos um altar legítimo para o Deus legítimo precisamos conhecê-lo, não tem como adorarmos o que não conhecemos. Sendo assim, é necessário estarmos aos pés dele (Lucas 10: 38-42), olhando para cada detalhe de sua pessoa, contemplando sua beleza. Adorar é conhecer e prosseguir conhecendo ( Oseias 6:3), é construir um altar, uma vida de adoração que levanta incenso pro Pai dia e noite a partir do conhecimento de quem Ele é.

Quanto mais eu conheço do caráter de Deus, mais pura e verdadeira minha adoração se torna. Não se restringe apenas a um levantar de mãos ou a uma música que canto no domingo, mas sim à posição do meu coração. Quanto mais eu conheço o Alvo da minha adoração, mais em espírito e em verdade eu O adoro.

 

A quem temos adorado?

Muitas vezes não temos adorado ao Deus verdadeiro, mas sim a uma ideia de quem Ele é. Para que isso se rompa é preciso reconhecer os altares que há em nosso coração e perceber para quem eles são direcionados, isso deve gerar arrependimento dos altares construídos a outros deuses. 

Também devemos nos lembrar que não existe adoração sem antes ter uma revelação, a pecadora que unge Jesus só fez isso porque antes ela teve uma revelação de quem Jesus era  (João 12: 1-11), por isso devemos investir tempo no secreto, conhecendo o coração de Deus, escutando o que Ele tem para revelar de si mesmo para nós e contemplando a sua face.

É importante também ter paciência, lembrando que sempre devemos conhecer mais de quem Ele é, e que existe graça o suficiente para isso. Por fim, devemos adorá-lo em espírito e em verdade, com todo entendimento e render-lhe glórias em cada ação, como resposta a Ele que se revela a nós da mesma forma que se revelou a mulher samaritana.

 

Lavínia Pequim – Aluna Fascinação Turma 18

 

A perda do “primeiro amor” é uma situação em que muitos cristãos se deparam diante da sua jornada. Por muitas vezes, a falta de compreensão sobre alguns pontos referentes ao nosso coração faz com que venhamos a reagir de forma equivocada perante a esta questão. Talvez, a pergunta mais gritante desta exortação do Senhor se trata sobre “o que é o primeiro amor?” – em conjunto a isso, vemos mais questionamentos nascendo ao meditarmos, afinal, primeiro amor é o amor que temos quando nos convertemos? Por que eu o perdi? E no final chegamos à pergunta que se relaciona com a ordem de Cristo: “como voltar ao primeiro amor?”. 

 

“Tenho contra ti, porém, o fato de que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta às obras que praticavas no princípio. Se não te arrependeres, logo virei contra ti e tirarei o teu candelabro do seu lugar.” (Apocalipse 2:4-5)

 

Uma exortação de Cristo

No final do primeiro século, João escreve as Revelações que recebera quando exilado na Ilha de Patmos durante o governo de Domiciano. Então, ele escreve às 7 igrejas da Ásia menor sob a ordem de Cristo, sendo a primeira carta para a Igreja de Éfeso. Esta cidade foi uma cidade em que o Evangelho cresceu de forma exponencial. Além disso, Paulo foi responsável pela fundação e pela manutenção da comunidade, descrita no livro de Atos (Atos 19).

Contudo, sabemos que o próprio João também foi Bispo desta igreja. A cidade era a mais importante da província romana da Ásia, nela havia o templo de Diana e também havia se tornado o centro bancário mais rico. Devido a estes fatores, os efésios eram independentes. Porém, Paulo, quando escreve a carta a esta Igreja, por volta de 60 d.C., ele afirma que era conhecido por ele a fé que havia entre os membros e também o amor para com os santos. (Ef 1:15).

Assim, quando olhamos para a exortação de Cristo a Éfeso percebemos pontos a seres ressaltados, tais como: Deus sabia tudo o que eles faziam. Eles foram críticos demais em relação a pseudoapóstolos. Eles haviam sofrido por conta de Jesus, mas, eles abandonaram o primeiro amor e era necessário que tomassem alguma atitude, e assim, voltar ao primeiro amor.

 

O que é o primeiro amor?

O primeiro amor não é de caráter temporal, ou seja, o amor que havia no início da minha conversão. É, portanto, o quanto que Cristo ocupa na minha vida. João discorre muito sobre este assunto em suas cartas. Em sua primeira epístola, ele nos apresenta que Deus é amor (1Jo 4:8) e que “nós o amamos porque Ele nos amou primeiro.” (1Jo 4:19). Sendo assim, o primeiro amor é a resposta do nosso coração ao amor que nos amou primeiro.

Em Confissões, Agostinho admite que Deus havia ferido o seu coração com sua Palavra, e então ele amou ao Senhor, mas na continuação de seu livro (Livro X), ele indaga: “o que eu amo quando te amo?” – Esta pergunta nos leva a questão sobre o porquê acabamos partindo para um lugar onde perdemos este amor.

 

Por que o perdemos?

Calvino nos diz que “o coração do homem é uma fábrica de ídolos”. Assim, durante a história percebemos que o povo de Israel, chamado para serem construtores de altares a YHWH, passam a ter olhos para deuses falsos e assim, começam a erguer altares em devoção a eles. Isso demonstra como nosso coração SEMPRE ADORA ALGO. Logo, perdemos o primeiro amor porque começamos a nos saciarmos com outras coisas, porque nossos olhos começam a ser fascinados com algo que não é o Senhor e Idolatria é justamente isso. Além disso, é buscar em outro lugar algo que apenas Deus pode ser.

 

O homem está em constante amor a algo

Então, voltando ao questionamento que Agostinho havia feito (o que amo quando te amo?), isto nos alerta sobre a imagem que nós temos de Deus. Levando no contexto geral, Deus fez o homem para si, o pecado o cegou e agora o homem busca preencher esta lacuna. Logo, é assim que nasce a adoração a outros deuses e a adoração da imagem do Senhor de forma deturpada.

Portanto, o homem está sempre construindo altares e está em constante amor a algo. Sendo assim, quando estamos destituídos da imagem clara do Senhor, acabamos nos movendo através do que há em nosso coração pecaminoso. Quantas vezes amamos a um deus ao qual nós criamos? Quantas vezes servimos e adoramos a um deus ao qual está muito mais próximo da nossa personalidade do que do Deus verdadeiro? Um deus criado à minha imagem e semelhança? 

 

Somos feitos por Ele e para Ele

O coração da Igreja de Éfeso havia sido corrompido e perdido este lugar de completude e satisfação, pois se Cristo não estava em primeiro lugar, algo estava ocupando esta posição. Este lugar é o da perda do primeiro amor. O próprio Agostinho nos fala que “fizeste-nos para Ti e nosso coração só encontrará repouso se estiver em Ti”. Ou seja, só viveremos esta verdade ao voltar ao primeiro amor e se o primeiro amor do nosso coração for o Senhor. 

Éfeso operava boas obras, mas o coração estava distante, por isso, após comunicar o problema da igreja, Jesus continua a exortação para que eles lembrassem de onde haviam caído e se arrependessem. A perda do primeiro amor não é apenas uma situação, mas um pecado. Como falado anteriormente, a perda do primeiro amor se dá por conta da idolatria em nosso coração. Como F.F. Bruce diz: “nem as obras e a sã doutrina podem tomar o lugar do amor na comunidade cristã.”

O questionamento a ser respondido aqui é: se não estamos amando a Deus, o que estamos amando em seu lugar?

Voltando ao primeiro amor

Devemos voltar ao primeiro amor, isto é, voltar ao lugar em que somos fascinados e satisfeitos pela Beleza de Cristo. É o lugar onde não somos definidos que fizemos ou pelo que apresentamos em nossas mãos, mas somos definidos na pessoa de Cristo. É o lugar de “uma só coisa” (Sl 27:4). 

Voltar ao primeiro amor configura-se no primeiro mandamento, expresso por toda a história de Israel: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, toda alma e de todo seu entendimento (Mc 12:30). É a partir deste lugar que nossas mãos devem fluir.

Basicamente, Jesus já nos demonstra o que devemos fazer. Relembrar em que lugar caímos e nos arrepender, Jesus não está condenando o feitio das obras, mas aonde está o coração, por isso, precisamos nutrir o nosso coração em um lugar de intensidade e devoção ao Senhor.

 

3 ferramentas para cultivar o primeiro amor 

Oração – lugar de intimidade e relacionamento com o Senhor. Momento em que nos colocamos diante do Senhor a fim de que Ele venha a nos moldar e mudar para que a cada passo venhamos a nos tornar mais semelhantes a Ele. 

Leitura da Palavra – É através da sua Palavra que conhecemos este Deus ao qual nos relacionamos. Jesus nos convida a amar a Deus com todo entendimento. Isso parte de um lugar da revelação da Palavra do Senhor. É nos 31.000 versos, 66 livros que conhecemos ao Deus Criador, que há 2 mil anos atrás invadiu a história como um bebê indefeso, sofreu, morreu, ressuscitou, voltará para Reinar e encontrará a sua Noiva num lugar de Primeiro Amor. 

Jejum – Expressando a saudades do Noivo! Mostrando que nós vivemos para algo acima dos nossos prazeres. 

O primeiro amor precisa ser regado na vida cristã ordinária. Assim como nos altares levantados, era necessário que os sacerdotes mantivessem o fogo aceso (Lv 6:12-13). Era preciso que eles cuidassem daquele lugar para que a chama não se apagasse – precisamos nutrir o primeiro amor neste lugar com uma vida de beleza e fascínio ao Senhor. Compreender que Cristo é o nosso bem supremo é uma chave essencial para voltarmos a lugar que Éfeso havia caído. 

 

Guilherme Henrique Joanella – Aluno Fascinação Turma 18

 

Meditando no Salmo 141:2,  a frase que veio ao meu coração foi essa “o altar que estou construindo aponta para o Deus que Sirvo”:

“Que a minha oração suba como incenso a tua presença, e o levantar das minhas mãos seja como sacrifício da tarde” (Salmos 141:2)

 

No contexto em que vivemos hoje, podemos observar diversos estilos de vida. Além disso, cada um aponta para a maneira que faremos nossas escolhas e tomaremos as nossas decisões. Logo, ao ler este verso imagino que Davi estivesse pensando em um altar, pois nele apresentava orações e sacrifícios. Afinal, o altar é um lugar onde o sacrifico era elevado, ou seja, se tornava evidente, visível e distinto ao Senhor. Portanto, de muitos pontos que podemos observar neste texto, considero dois indispensáveis. 

 

Todos nós estamos construindo um altar

O primeiro é que todos nós estamos construindo um altar, e isso não se trata apenas de uma escolha, mas sim o reflexo daquilo que vivemos. Quando falamos sobre o estilo de vida de uma pessoa, nos referimos ao altar que ela está construindo. Ou seja, a partir deste estilo de vida e altar, se tornará evidente ao Senhor suas prioridades, seus amores e quem de fato é o deus que o altar serve. 

 

O que estamos colocando no altar

O segundo ponto fala a respeito do que estamos colocando sobre o altar da nossa vida e a forma que o estamos construindo. O fato é que a minha oração é reflexo daquilo que vivo e a minha resposta à oração é reflexo do deus que sirvo. Diante disso, somente uma conclusão é possível tomar forma: todos nós somos construtores de altar. Por esta razão, construir não se trata de querer ou não, mas sim o que nossa vida tem construído. Portanto, como vivemos importa, e assim, viver será a matéria prima para construir o altar. E por conseguinte, responder aos fatos da vida desenhará a planta de nossa construção e a soma disso trará forma ao altar construído.

 

A vida de Davi era um altar de devoção sincera ao Senhor

O salmo 141 foi escrito por Davi, este salmo traz um lamento pessoal de Davi que mostra uma oração sincera para que Deus o proteja contra toda falta de sinceridade e transigência entre tais perigos, fala a respeito de uma proteção em sua boca e lábios e para que a justiça de Deus seja feita contra os injustos, Davi ainda afirma que seus olhos permaneceram no Senhor, pois sua confiança Nele está. 

Observando com atenção o versículo 2, percebemos que Davi cita elementos que apontam para a sala do trono onde o incenso gerado através das orações são levados até aos céus e depositado nas taças diante de Deus (Ap 5:8).

 

Abraão foi um construtor de altar

A Bíblia é clara em diversos momentos ao falar sobre orações, altar e oferta diante do Senhor, porém olhando para o ponto que se refere a construção de altar, temos um homem que foi considerado amigo de Deus, o pai da fé, aquele a quem Deus disse que não esconderia o que faz (Gn 18:17) este homem é Abraão, vemos sua vida como alguém que construiu altares diante do Senhor em vários momentos, perceba comigo e observe como ele escolher viver. 

  • Chega a Canaã (Siquém) e constrói um Altar “Atravessou Abraão a terra até Siquem, até ao Carvalho de Moré… Apareceu o Senhor a Abraão e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali edificou Abraão um Altar ao Senhor.” (Gênesis 12:6-7)

 

  • Vai a Betel, constrói um Altar ali “Passando dali para o monte ao oriente de Betel, armou a sua tenda, ficando Betel ao ocidente e Ai ao oriente; Ali edificou Abraão um Altar ao Senhor, e invocou o nome do Senhor.” (Gênesis 12:8

 

  • Problemas com Ló: vai ao Altar que ele havia levantado, invoca ao Senhor a situação se resolve: “Fez as suas jornadas do Neguebe até Betel, até o lugar onde primeiro estivera a sua tenda, entre Betel e Ai, até o lugar do Altar, que outrora tinha feito, e alí Abraão invocou o nome do Senhor.” (Gênesis 13:3-4

 

  • Vai para os Carvalhos de Manre e constrói um Altar ali. “E Abraão, mudando as suas tendas, foi habitar nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e levantou ali um Altar ao Senhor.” (Gênesis 13:18

 

Construindo um altar diante do Senhor

Então, depois de mais de 10 anos entre o ultimo altar construído até Gênesis 22, Deus pede para que Abraão sacrifique seu filho Isaque e o entregue a Deus. E assim, Abraão como um bom amigo de Deus, prepara a lenha pega seu filho e sobe ao monte para sacrificá-lo. Portanto, quando Abraão prepara o altar e coloca seu filho sobre ele, pronto para entregar ao Senhor, Deus provê um cordeiro, pois ali o Senhor viu o coração de Abraão. Neste momento Abraão volta a fazer o que foi criado para ser, um construtor de altar diante do Senhor. 

Neste momento Abraão é atraído de volta a sua essência e entende que construir altar, passou de uma escolha para um consequência de como vive sua vida, ele não deixou de amar o Senhor, mas deixou de fazer aquilo que foi chamado para fazer e Deus em sua infinita misericórdia trouxe-o de volta ao foco.

 

Josué foi um construtor de altar

Além de Abraão, temos o exemplo de Josué que constrói dois altares para o Senhor. Primeiramente, ele constrói um altar no meio do rio Jordão durante a travessia. Depois, ao atravessar o rio ele constrói outro altar ao Senhor como memorial deste dia onde Deus fez com que o povo atravessasse o rio com vida. 

Naquela época o altar era construído com pedras e para representar as 12 tribos de Israel cada altar era composto de 12 pedras. Desta forma, o que nos chama atenção neste trecho é que primeiro Josué constrói um altar dentro do rio, o qual ele construiu sem a ajuda de seus companheiros. Esse altar ficou no fundo do rio após eles terem passado.

Logo, somente após atravessar é que Josué constrói o outro altar onde todos veem e com a ajuda de seus companheiros. Mas o que ninguém sabia é que antes de fazer o altar sob a vista de muitos, Josué já havia construído um altar somente diante do Senhor sem que ninguém o visse. A conclusão que chego partindo deste ponto é que, construir altar não se refere ao que as pessoas verão apenas, mas primariamente ao altar interno que construo na audiência de um, fazendo conforme a orientação dada por Jesus em Mateus 6:6.

 

Construir um altar está relacionado com a maneira que vivemos

Diante de tantos exemplos que temos na Bíblia, mencionamos dois deles e podemos ver que construir altar está associado com a maneira que vivemos. No contexto que vivemos, o tempo parece cada vez menor. Mas a verdade é que se não formos zelosos em construir um altar com nossas vidas diante do Senhor, o tempo passará.

E assim, o resultado daquilo que construímos enquanto caminhamos será apenas a revelação de que tipo de deus tem governado nosso coração. E além disso, qual senhor nós estamos servindo. Construir altar é um resultado daquilo que fazemos diariamente e do que temos como prioridade em nossas vidas.

 

Um altar para elevar as orações e sacrifícios

Em Salmos 141:2, Davi estava procurando um altar para elevar suas orações e sacrifícios diante do Senhor. Assim, em meio a sua aflição clamou e ofertou no altar aquilo que lhe coube entregar. E portanto, ele deixa evidente que internamente o Deus verdadeiro governava seu coração, pois também os seus olhos estavam no Senhor.

Além disso,  o levantar das suas mãos era em gratidão e certeza de que Deus estava ouvindo. O altar interno já estava construído até que externamente todos vissem suas mãos levantadas diante da majestade de Deus.

 

A maneira como vivemos importa

Dessa forma, é possível concluir que a maneira como vivo é extremamente importante, pois viver é construir um altar para o Senhor, nossas atitudes e reações diante de circunstâncias desfavoráveis revelam o quem tem sido prioridade em nosso coração. De fato, construir um altar não é uma tarefa fácil, mas o verdadeiro sucesso de uma construção só é visto ao fim dela.

Portanto, o altar que minha vida está construindo deve revelar o Deus soberano sobre todas as coisas, que recebe as orações como incenso e as mãos levantas como uma oferta de gratidão, pois Deus é digno de que vivamos uma vida justa e reta diante dele. Além do mais, nossa vida é a construção de um altar e esse altar aponta para o deus que meu coração tem servido.

 

Fabio Henrique Gonçalves dos Santos – Aluno Fascinação Turma 18